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Saber viver
24 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 1º de setembro de 2009
                                                                                                                                                                                               Editora: Ana Paula Macedo
                                                                                                                                                                                   anapaula.df@diariosassociados.com.br
                                                                                                                                                                                  3214-1195 • 3214-1172 / fax: 3214-1155




                                                                                                                                                                           Breno Fortes/CB/D.A Press




                         A voluntária Leda Meneses conta histórias duas vezes por semana no Hospital Regional da Asa Sul: “O sorriso das crianças é a maior recompensa”




                                             A alegria
Voluntários que levam música e literatura para pacientes de hospitais contam como a experiência de fazer bem aos outros é recompensadora




       evar arte, cultura e um pouco
                                             de ajudar
                                           que ela ajudou a diminuir a dor de
                                                                                       Pérola Byinton/Divulgação - 29/4/09
                                                                                                                                                                                  Por isso, os voluntários passam por

L      de alento a pacientes interna-
       dos. Esse é o objetivo de dois
       grupos de voluntários que ten-
tam humanizar a rotina de hospitais
                                           quem passa por uma situação difícil.
                                           “Você aprende a lidar com seus recur-
                                           sos, tanto artísticos quanto psicológi-
                                           cos, e isso se reflete no seu dia a dia.
                                                                                                                                                                               uma preparação antes de começar o
                                                                                                                                                                               trabalho. O treinamento inclui ofici-
                                                                                                                                                                               nas, palestras e acompanhamento psi-
                                                                                                                                                                               cológico. “Esse preparo é importante,
de todo o país — o Viva e Deixe Viver,     Você vê que seus problemas não são                                                                                                  pois dá suporte e melhora o trabalho
de contação de histórias, e o projeto      tão grandes assim.”                                                                                                                 feito”, explica Adriana. “O voluntário
Música em Hospitais. Os participan-                                                                                                                                            também tem de estar ciente que não
tes dessas iniciativas encantam crian-     Mães                                                                                                                                fazemos assistencialismo. Nosso obje-
ças e adultos, ajudando-os a esquecer                                                                                                                                          tivo é levar educação, cultura e diver-
por alguns instantes as dificuldades           “O sorriso das crianças é a maior re-                                                                                           são para as crianças”, completa.
que atravessam. E garantem: a satis-       compensa”, define Leda Meneses, 48
fação de ajudar vale mais do que qual-     anos, servidora pública e voluntária                                                                                                Orquestra
quer pagamento.                            na leitura de histórias. Duas vezes por
   O Viva e Deixe Viver desenvolve o       semana, ela vai ao setor de doenças in-                                                                                                Outra iniciativa que há seis anos
trabalho de leitura para crianças in-      fectocontagiosas do HRAS. “Escolhi                                                                                                  leva cultura para quem está interna-
ternadas em sete estados e no Distri-      esse setor por ser um dos mais caren-                                                                                               do é o projeto Música em Hospitais,
to Federal. Em Brasília desde 2005, a      tes de voluntários”, explica. “Para mim,                                                                                            que transporta uma orquestra de
organização atua no Hospital Regio-        foi a possibilidade de sair do meu                                                                                                  cordas para unidades de saúde de to-
nal da Asa Sul (HRAS). Segundo             mundo particular e fazer essas pes-                                                                                                 do o Brasil. Regida pelo médico e
Adriana Dias, uma das responsáveis         soas esquecerem, pelo menos por al-         Instrumentistas do projeto Música em Hospitais: remédio para as almas                   maestro Samir Rahme, a Orquestra
pelo projeto, a principal motivação é      gum tempo, o sofrimento pelo qual es-                                                                                               do Limiar fará sua primeira apresen-
a dificuldade que muitos dos peque-        tão passando.”                              Arquivo Pessoal                                                                         tação em Brasília em 9 de setembro,
nos pacientes têm para ter acesso a            Leda conta que é importante res-                                                                                                no Hospital de Base, com um con-
livros. “Nossa ideia é usar o tempo        peitar a vontade do paciente. “Algu-                                                                                                certo especial em homenagem ao
que eles passam no hospital para           mas crianças estão em uma situação                                                                                                  Ano da França no Brasil.
amenizar o sofrimento causado pela         muito estressante e, às vezes, não que-                                                                                                O programa, promovido pela Asso-
doença e, ao mesmo tempo, cultivar         rem ouvir a história. Mas, em geral,                                                                                                ciação Paulista de Medicina, com o
hábitos de leitura”, diz.                  quando veem as outras compenetra-                                                                                                   apoio do Ministério da Cultura, já be-
   A advogada Márcia Amino, 36             das, nos ouvindo, acabam se interes-                                                                                                neficiou mais de 15 mil pessoas, entre
anos, conheceu a iniciativa em 2002,       sando”, revela. As mãe são outras que                                                                                               pacientes, médicos, acompanhantes e
quando morava em São Paulo. Ao se          se beneficiam. “Elas ficam muito sozi-                                                                                              visitantes. Para Rahme, levar música
mudar para Brasília, em 2005, não          nhas e sofrem muito ao verem seus fi-                                                                                               aos hospitais vai além de tornar mais
quis abandonar a contação de histó-        lhos doentes. Muitas vezes, as perce-                                                                                               humanizada a rotina das instituições.
rias e ajudou a montar a filial do Viva    bemos mais interessadas do que as                                                                                                   “Significa oferecer um remédio pode-
e Deixe Viver na capital. Ela, que         crianças, pois as histórias remetem a                                                                                               roso para as almas de todos os partici-
sempre gostou de ler, achou no vo-         coisas boas, à infância”, conta.                                                                                                    pantes”, descreve. Segundo ele, o obje-
luntariado a possibilidade de enxer-           Quem tem vontade de participar de                                                                                               tivo não é fazer musicoterapia. “Apesar
gar as coisas de uma nova maneira.         projetos desse tipo deve pensar bem                                                                                                 de a música, por si só, já ser terapêuti-
“Você aprende a valorizar o que já         se está disposto a doar seu tempo. Se-                                                                                              ca, nós queremos que as pessoas usem
tem e a perceber que é uma pessoa          gundo Adriana Dias, é importante o                                                                                                  esse momento para repensar suas vi-
de sorte. Às vezes, vemos pessoas          voluntário estar ciente do que espera                                                                                               das e avaliar por que estão ali, no que
com tão pouco, mas que mesmo as-           por ele. “Não é fácil, lidamos com si-                                                                                              podem melhorar.”
sim são felizes”, conta. Lidar com a       tuações difíceis e, às vezes, imprevisí-    O grupo Viva e Deixe Viver busca criar o hábito da leitura nos pequenos pacientes          O repertório é amplo e vai do barro-
rotina dura dos hospitais nunca des-       veis. Já tivemos casos de piora e com-                                                                                              co à música popular. “Tocamos músi-
motivou Márcia. “É bem pesado, vo-         plicações durante a leitura”, exemplifi-                                                                                            cas para as pessoas cantarem junto,
cê convive com a perda, com doen-          ca. Outro cuidado que deve ser toma-                                                                                                outras para elas relaxarem ou simples-
tes terminais, e tem de lidar com is-      do é não atrapalhar o tratamento. “Há                                                                                               mente apreciarem. É essa mistura que
so, trazer um pouco de alegria para o      casos em que os pacientes estão sendo                                                                                               faz o público sempre pedir mais”, con-
paciente.”                                 medicados, com equipamentos liga-                                                                                                   ta. O médico e músico espera que a
   Para ela, mesmo com todas as difi-      dos ao corpo. Outras vezes, durante a         (No voluntariado), você aprende a valorizar o                                         iniciativa ajude a despertar o espírito
culdades, o trabalho vale a pena. “Doa-    leitura, chega a hora de algum proce-                                                                                               de solidariedade, e que projetos seme-
mos tão pouco, apenas duas horas por       dimento. O contador tem de se com-            que já tem e a perceber que é uma pessoa de sorte”                                    lhantes surjam em outros lugares.
semana, e ganhamos tanto”, diz. A re-      portar de maneira que não atrapalhe o                                                                                               “Acredito na arte como elemento trans-
compensa vem da satisfação de ver          funcionamento do hospital.”                       Márcia Amino, integrante do grupo Viva e Deixe Viver                              formador”, conclui o maestro.




                                                                           CMYK                                                A-24

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A Alegria de Ajudar

  • 1. CMYK A-24 Saber viver 24 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 1º de setembro de 2009 Editora: Ana Paula Macedo anapaula.df@diariosassociados.com.br 3214-1195 • 3214-1172 / fax: 3214-1155 Breno Fortes/CB/D.A Press A voluntária Leda Meneses conta histórias duas vezes por semana no Hospital Regional da Asa Sul: “O sorriso das crianças é a maior recompensa” A alegria Voluntários que levam música e literatura para pacientes de hospitais contam como a experiência de fazer bem aos outros é recompensadora evar arte, cultura e um pouco de ajudar que ela ajudou a diminuir a dor de Pérola Byinton/Divulgação - 29/4/09 Por isso, os voluntários passam por L de alento a pacientes interna- dos. Esse é o objetivo de dois grupos de voluntários que ten- tam humanizar a rotina de hospitais quem passa por uma situação difícil. “Você aprende a lidar com seus recur- sos, tanto artísticos quanto psicológi- cos, e isso se reflete no seu dia a dia. uma preparação antes de começar o trabalho. O treinamento inclui ofici- nas, palestras e acompanhamento psi- cológico. “Esse preparo é importante, de todo o país — o Viva e Deixe Viver, Você vê que seus problemas não são pois dá suporte e melhora o trabalho de contação de histórias, e o projeto tão grandes assim.” feito”, explica Adriana. “O voluntário Música em Hospitais. Os participan- também tem de estar ciente que não tes dessas iniciativas encantam crian- Mães fazemos assistencialismo. Nosso obje- ças e adultos, ajudando-os a esquecer tivo é levar educação, cultura e diver- por alguns instantes as dificuldades “O sorriso das crianças é a maior re- são para as crianças”, completa. que atravessam. E garantem: a satis- compensa”, define Leda Meneses, 48 fação de ajudar vale mais do que qual- anos, servidora pública e voluntária Orquestra quer pagamento. na leitura de histórias. Duas vezes por O Viva e Deixe Viver desenvolve o semana, ela vai ao setor de doenças in- Outra iniciativa que há seis anos trabalho de leitura para crianças in- fectocontagiosas do HRAS. “Escolhi leva cultura para quem está interna- ternadas em sete estados e no Distri- esse setor por ser um dos mais caren- do é o projeto Música em Hospitais, to Federal. Em Brasília desde 2005, a tes de voluntários”, explica. “Para mim, que transporta uma orquestra de organização atua no Hospital Regio- foi a possibilidade de sair do meu cordas para unidades de saúde de to- nal da Asa Sul (HRAS). Segundo mundo particular e fazer essas pes- do o Brasil. Regida pelo médico e Adriana Dias, uma das responsáveis soas esquecerem, pelo menos por al- Instrumentistas do projeto Música em Hospitais: remédio para as almas maestro Samir Rahme, a Orquestra pelo projeto, a principal motivação é gum tempo, o sofrimento pelo qual es- do Limiar fará sua primeira apresen- a dificuldade que muitos dos peque- tão passando.” Arquivo Pessoal tação em Brasília em 9 de setembro, nos pacientes têm para ter acesso a Leda conta que é importante res- no Hospital de Base, com um con- livros. “Nossa ideia é usar o tempo peitar a vontade do paciente. “Algu- certo especial em homenagem ao que eles passam no hospital para mas crianças estão em uma situação Ano da França no Brasil. amenizar o sofrimento causado pela muito estressante e, às vezes, não que- O programa, promovido pela Asso- doença e, ao mesmo tempo, cultivar rem ouvir a história. Mas, em geral, ciação Paulista de Medicina, com o hábitos de leitura”, diz. quando veem as outras compenetra- apoio do Ministério da Cultura, já be- A advogada Márcia Amino, 36 das, nos ouvindo, acabam se interes- neficiou mais de 15 mil pessoas, entre anos, conheceu a iniciativa em 2002, sando”, revela. As mãe são outras que pacientes, médicos, acompanhantes e quando morava em São Paulo. Ao se se beneficiam. “Elas ficam muito sozi- visitantes. Para Rahme, levar música mudar para Brasília, em 2005, não nhas e sofrem muito ao verem seus fi- aos hospitais vai além de tornar mais quis abandonar a contação de histó- lhos doentes. Muitas vezes, as perce- humanizada a rotina das instituições. rias e ajudou a montar a filial do Viva bemos mais interessadas do que as “Significa oferecer um remédio pode- e Deixe Viver na capital. Ela, que crianças, pois as histórias remetem a roso para as almas de todos os partici- sempre gostou de ler, achou no vo- coisas boas, à infância”, conta. pantes”, descreve. Segundo ele, o obje- luntariado a possibilidade de enxer- Quem tem vontade de participar de tivo não é fazer musicoterapia. “Apesar gar as coisas de uma nova maneira. projetos desse tipo deve pensar bem de a música, por si só, já ser terapêuti- “Você aprende a valorizar o que já se está disposto a doar seu tempo. Se- ca, nós queremos que as pessoas usem tem e a perceber que é uma pessoa gundo Adriana Dias, é importante o esse momento para repensar suas vi- de sorte. Às vezes, vemos pessoas voluntário estar ciente do que espera das e avaliar por que estão ali, no que com tão pouco, mas que mesmo as- por ele. “Não é fácil, lidamos com si- podem melhorar.” sim são felizes”, conta. Lidar com a tuações difíceis e, às vezes, imprevisí- O grupo Viva e Deixe Viver busca criar o hábito da leitura nos pequenos pacientes O repertório é amplo e vai do barro- rotina dura dos hospitais nunca des- veis. Já tivemos casos de piora e com- co à música popular. “Tocamos músi- motivou Márcia. “É bem pesado, vo- plicações durante a leitura”, exemplifi- cas para as pessoas cantarem junto, cê convive com a perda, com doen- ca. Outro cuidado que deve ser toma- outras para elas relaxarem ou simples- tes terminais, e tem de lidar com is- do é não atrapalhar o tratamento. “Há mente apreciarem. É essa mistura que so, trazer um pouco de alegria para o casos em que os pacientes estão sendo faz o público sempre pedir mais”, con- paciente.” medicados, com equipamentos liga- ta. O médico e músico espera que a Para ela, mesmo com todas as difi- dos ao corpo. Outras vezes, durante a (No voluntariado), você aprende a valorizar o iniciativa ajude a despertar o espírito culdades, o trabalho vale a pena. “Doa- leitura, chega a hora de algum proce- de solidariedade, e que projetos seme- mos tão pouco, apenas duas horas por dimento. O contador tem de se com- que já tem e a perceber que é uma pessoa de sorte” lhantes surjam em outros lugares. semana, e ganhamos tanto”, diz. A re- portar de maneira que não atrapalhe o “Acredito na arte como elemento trans- compensa vem da satisfação de ver funcionamento do hospital.” Márcia Amino, integrante do grupo Viva e Deixe Viver formador”, conclui o maestro. CMYK A-24