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ideia de caos que é usada para estruturar aideia de caos que é usada para estruturar a
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racionalização através da utilização deracionalização através da utilização de
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A Evolução da história da Física - Albert Einstein
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  • 1. O Tempo e a HistóriaO Tempo e a História  O devir históricoO devir histórico  O passado, o presente e o futuroO passado, o presente e o futuro
  • 2. O tempo e a HistóriaO tempo e a História  O homem mesopotâmico tinha umO homem mesopotâmico tinha um interesse irreprimível pelo devir histórico.interesse irreprimível pelo devir histórico.  Devoção pelo passado leva à redacção eDevoção pelo passado leva à redacção e compilação de textos dos mais diversoscompilação de textos dos mais diversos géneros e formas literárias, tendo emgéneros e formas literárias, tendo em comum o conteúdo histórico e o caráctercomum o conteúdo histórico e o carácter historiográfico.historiográfico.
  • 3. A SemânticaA Semântica  ppāānnāānunu ouou mahrumahru:: Sentido temporal:Sentido temporal: o passado.o passado. Sentido espacial: o que está diante de nós.Sentido espacial: o que está diante de nós.  warkwarkāātutu:: Sentido temporal:Sentido temporal: o futuro.o futuro. Sentido espacial: o que está atrás de nós.Sentido espacial: o que está atrás de nós.  Percepção do tempo diferente daPercepção do tempo diferente da representação espacial do tempo querepresentação espacial do tempo que conhecemos no Ocidente.conhecemos no Ocidente.
  • 4. Representação gráfica doRepresentação gráfica do tempotempo  Modelo linear ou cíclico?Modelo linear ou cíclico?  Tempo linear e tempo cíclico coexistem.Tempo linear e tempo cíclico coexistem.  O tempo linear encontra expressão nos textosO tempo linear encontra expressão nos textos de carácter historiográfico que registam ede carácter historiográfico que registam e compilam os eventos obedecendo a umacompilam os eventos obedecendo a uma sequência cronológica.sequência cronológica.  Tempo cíclico. O homem mesopotâmico vê aTempo cíclico. O homem mesopotâmico vê a história estruturada em ciclos. É o tempo mítico.história estruturada em ciclos. É o tempo mítico. Inspiração na própria natureza.Inspiração na própria natureza.
  • 5. Lista Real SumériaLista Real Suméria After the kingship descended from heaven, the kingship was in Eridug. In Eridug, Alulim became king; he ruled for 28800 years. Alaljar ruled for 36000 years. 2 kings; they ruled for 64800 years. Then Eridug fell and the kingship was taken to Bad-tibira. In Bad-tibira, En-men-lu-ana ruled for 43200 years. En-men-gal-ana ruled for 28800 years. Dumuzid, the shepherd, ruled for 36000 years.
  • 6. O devir histórico:O devir histórico: uma visão pragmáticauma visão pragmática  O homem mesopotâmico desconfia doO homem mesopotâmico desconfia do que é novo.que é novo.  Procura no passado analogias queProcura no passado analogias que ajudem a compreender o presente e aajudem a compreender o presente e a confiar no futuro.confiar no futuro.
  • 7. Visão de progresso?Visão de progresso? O conceito de superaçãoO conceito de superação  A inscrição de fundação de Iahdun-LimA inscrição de fundação de Iahdun-Lim ««Desde os longínquos dias em que deusDesde os longínquos dias em que deus construiu Mari, nenhum rei a residir em Mariconstruiu Mari, nenhum rei a residir em Mari chegou ao mar, conquistou as montanhas dechegou ao mar, conquistou as montanhas de cedros, as altas montanhas, nem cortou as suascedros, as altas montanhas, nem cortou as suas árvoresárvores».».
  • 8. Um mundo sem sobressaltosUm mundo sem sobressaltos  O mundo deve andar sem sobressaltos ouO mundo deve andar sem sobressaltos ou rupturas.rupturas.  O homem mesopotâmico sabe que aO homem mesopotâmico sabe que a tranquilidade do devir histórico depende datranquilidade do devir histórico depende da vontade dos deuses.vontade dos deuses.  O homem procura antecipar os desígniosO homem procura antecipar os desígnios divinos e interagir com os deuses, procurandodivinos e interagir com os deuses, procurando assegurar a sua benevolência.assegurar a sua benevolência.  A sua preocupação essencial e a suaA sua preocupação essencial e a sua inquietação fundamental assentam no futuroinquietação fundamental assentam no futuro imediato.imediato.
  • 9. Um mundo sem sobressaltosUm mundo sem sobressaltos  Não se regista uma ideia absoluta doNão se regista uma ideia absoluta do tempo ou de eternidade.tempo ou de eternidade.  O conceito de duração é traduzido pelaO conceito de duração é traduzido pela sucessão do tempo.sucessão do tempo.
  • 10. O devir histórico no AntigoO devir histórico no Antigo TestamentoTestamento  O Deuteronomista concebe pela primeiraO Deuteronomista concebe pela primeira vez um Israel total numa perspectivavez um Israel total numa perspectiva global sobre a história da nação.global sobre a história da nação.  O Javeísta toma os mitos cosmogónicos eO Javeísta toma os mitos cosmogónicos e fundacionais e articula-os com a tradiçãofundacionais e articula-os com a tradição acerca da história do povo.acerca da história do povo.
  • 11. O devir histórico no AntigoO devir histórico no Antigo TestamentoTestamento  Isaías e Jeremias e algumas passagens deIsaías e Jeremias e algumas passagens de Naum (1,4) e de Habacuc (3,8) reflectem umaNaum (1,4) e de Habacuc (3,8) reflectem uma ideia de caos que é usada para estruturar aideia de caos que é usada para estruturar a percepção da história.percepção da história. Olhei para a terra e ei-la vaga e vazia; para os céus mas não tinham luz. Olhei para as montanhas e ei-las que tremiam e todas as colinas eram abaladas. Olhei e eis que não havia seres humanos e todas as aves dos céus tinham fugido. (Jr.4,23-25)
  • 12. O mito e a HistóriaO mito e a História  A historicização do mito consiste na suaA historicização do mito consiste na sua racionalização através da utilização deracionalização através da utilização de categorias históricas.categorias históricas.  A mitologização da História significa aA mitologização da História significa a aplicação de categorias míticas à visãoaplicação de categorias míticas à visão historiográfica.historiográfica.
  • 13. Percepção da História na literaturaPercepção da História na literatura profética vetero-testamentáriaprofética vetero-testamentária  Os livros proféticos não reflectem sobre oOs livros proféticos não reflectem sobre o fim dos tempos.fim dos tempos.  Não discorrem sobre o fim da história ouNão discorrem sobre o fim da história ou da ordem cósmica.da ordem cósmica.  O horizonte é muito mais limitado.O horizonte é muito mais limitado.
  • 14. A ApocalípticaA Apocalíptica  Partilha características com a profecia: aPartilha características com a profecia: a linguagem, a imagética, o meio. Nolinguagem, a imagética, o meio. No entanto, ganha contornos específicos.entanto, ganha contornos específicos.  O horizonte da apocalíptica é universal eO horizonte da apocalíptica é universal e definitivo na sua visão da história.definitivo na sua visão da história.  O fim do ciclo do passado-presente,O fim do ciclo do passado-presente, muitas vezes o fim do mundo, implicam amuitas vezes o fim do mundo, implicam a re-criação e uma nova ordem.re-criação e uma nova ordem.

Notas do Editor

  1. A realeza é o marco essencial. Foi criada em Kish. A duração dos reinados. A hegemonia passa de cidade para cidade até chegar à I dinastia de Isin, cerca de 1800. Sequência artificial. Legitimação da monarquia e da dinastia.
  2. 1. O problema da datação.
  3. O texto evoca Gn.1,2. Misturam-se desordem social, cósmica, etc. Mas não é uma visão apocalíptica ou escatológica. Outras passagens: Is.17,13 e Sl.114,3.5.
  4. Os mitos cosmogónicos e fundacionais são etiológicos. Visão geográfica Visão antropológica