O documento descreve a história da astrologia em grandes civilizações ao longo dos milênios. A astrologia surgiu primeiro na Mesopotâmia, onde os caldeus desenvolveram um sistema baseado nas constelações fixas. Posteriormente, a astrologia se espalhou para a China, Grécia, Egito e mundo árabe, onde cada cultura contribuiu com novos desenvolvimentos ao sistema. A astrologia foi importante para atividades como agricultura e também para prever o destino de reis.
1. A ASTROLOGIA NAS GRANDES
CIVILIZAÇÕES
“A Astrologia constitui, desde alguns milênios,
um dos bens espirituais comuns a toda a
humanidade; sua literatura pode ser qualificada
de mundial; representa provavelmente o único
campo onde o Oriente e o Ocidente, os
cristãos, os muçulmanos e os budistas se
compreendem sem dificuldade.” Franz Boll
2. Astrologia Mesopotâmica
Assíria, Babilônia e Caldéia
Os caldeus olhavam a Astrologia sob o ponto de vista das constelações e das estrelas
Fixas porque era a coisa mais estável que tinham para comparar e para localizar os
corpos celestes ao longo da eclíptica . Apesar disso conheciam os planetas até
Saturno, e os chamavam de intérpretes entre o céu e os homens. Nesse sistema, os
signos nos céus eram vistos como pistas para as intenções dos deuses. Nosso familiar
zodíaco de 12 constelações foi projetado na Mesopotâmia, o zodíaco original era
composto por 18 signos.
A Astrologia tornou-se importante para o plantio, cultivo e colheita, foi a 1ª
astrologia, chamada de agricultural ou natural em que o Sol e a Lua eram visados. As
raças nômades dos vaqueiros, davam ênfase à Lua, por causa do período de vida
animal, para acoplamento e procriação. As raças agrícolas davam ênfase ao Sol, em
vista dos ciclos de vegetação: o Sol era o doador de vida.
3. Astrologia para os reis
Para os povos antigos a Astrologia centrava-se no estado e na comunidade, onde o
rei era o centro de todas as coisas. Sabe-se de previsões feitas para o rei Sargão I da
Babilônia, em 2350 AC. O horóscopo mais antigo feito para uma pessoa, data de
20/04/409 AC. A Astrologia só foi se individualizar, e a se interessar pelo estudo do
homem, a partir da tomada de Alexandria e o homem só passou a ser considerado
como microcosmo da Idade Média em diante, antes era o Estado.
Sargão I e seu astrólogo
4. Sacerdotes caldeus criam a Astrologia
Em todas as civilizações mesopotâmicas, encontraríamos no clero, uma
categoria de padres: a dos adivinhos, que cultivaram aquilo que viria a ser a
Astrologia: a arte divinatória baseada num conhecimento preciso dos
movimentos dos astros na abóbada celeste em relação com os episódios da vida
humana. Os grande templos comportavam uma torre chamada Ziggourat pelos
babilônios, com 7 andares coloridos, simbolizava as regiões sucessivas que
unem a Terra ao Céu. No cimo dessas torres, os adivinhos observavam o
movimento dos astros no céu, tinham uma mestria matemática e sabiam
calcular as datas dos eclipses.
Deve-se a eles as divisões do calendário no Ocidente, ainda usadas: dias, meses,
horas. Da regularidade do Sol e dos outros astros, esses Astrólogos extraíram
uma crença num determinismo universal, regendo indivíduos e coletividades.
5. Astrologia Chinesa
Conhece-se a partir de 2000 aC. Os chineses foram uma
das poucas culturas a desenvolver um sistema complexo
de Astrologia inteiramente independente das influências
mesopotâmicas (ponto inicial para a Astrologia ocidental e para a hindu).
A Lua é um dos fatores principais na Astrologia Chinesa.
Os signos chineses são anuais dos 12 animais. Eles agrupam as estrelas em
constelações bem diferentes.
Muito das complexidades da tradição caíram de moda mesmo entre os astrólogos
chineses, depois da Idade Dourada da Astrologia chinesa clássica. O animal do ano
da pessoa mora no coração dela e a pessoa tinha que cumprir este papel na vida.
O signo chinês tem vida própria. Conta-se que Buda, ao morrer, chamou os animais
para se despedir deles. Somente 12 compareceram e esses animais representam os
12 anos na Astrologia chinesa.
6. Astrologia Grega
Cláudio Ptolomeu Aristarco de Samos Hiparco
Um sacerdote caldeu chamado Beroso transferiu-se para a Grécia onde relatou a
história de sua terra numa obra chamada Babiloníaca, aí falando da Astrologia.
Fundou na ilha de Cós, por volta de 640 aC., uma escola onde a ensinava. Aristóteles
falou dos 4 elementos: fogo, terra, água e ar, associados aos comportamentos das
pessoas. Aristarco de Samos disse que a Terra girava em torno do Sol, a teoria do
heliocentrismo, depois defendida por Copérnico, mas também já conhecida dos
hindus e egípcios. Hiparco descobriu a Precessão dos equinócios, o que origina as
eras. Ptolomeu, por volta de 150 DC., é figura muito importante na Astrologia, pois a
codificou em sua obra Tetrabiblos. Portanto o que hoje se sabe das bases principais
da Astrologia foi o que Ptolomeu apresentou.
Na Grécia pela primeira vez, foi determinado o grau do Signo Ascendente, ao qual
chamou-se Horóscopo “observo aquele que surge”. O 1o horóscopo com hora tem
data de 70 AC. Na Grécia começou a comercialização da Astrologia, onde apareceram
também os primeiros charlatães. É grande a identificação da Astrologia com a
Mitologia grega, como nos 12 trabalhos de Hércules.
7. Astrologia em Roma
Atingiu grande popularidade, ao ponto dos romanos não atravessarem a
rua sem consultarem os astros. Os astrólogos foram chamados primeiro
de matemáticos, depois de caldeus. Proliferaram também os charlatães.
O Imperador Augusto mandou cunhar moedas com o seu signo.
Agripina, mãe de Nero, pediu a Trasilus que fizesse o horóscopo de seu
filho. Trasilus disse-lhe que Nero reinaria, mas que a mataria.
O imperador Tibério conhecia a Astrologia e estudava o mapa das
personagens importantes para descobrir quem é que poderia suceder-
lhe, mandando-as matar em seguida.
Tibério Augusto e a moeda Trasilus
8. Astrologia Egípcia
Em Dendera, encontra-se uma das mais antigas representações do zodíaco, pintada
no teto do Templo de Hathor.
Na tumbas de Ramsés VI, Faraó que reinou durante a vigésima dinastia (1200-1
085AC), aparece um notável mapa estelar na forma de um homem sentado. Nesse
mapa teria sido possível ler as culminações das estrelas a cada hora da noite, ao
longo do ano inteiro.
Em tempos muito antigos os egípcios praticavam uma forma mística de astrologia
que dependia do foco religioso e econômico da sua civilização: o Nilo. As cheias que
traziam fertilidade a uma região estéril eram ativadas por uma combinação do Sol e
de Sírius. Deram muita importância aos decanatos, a divisão dos signos em 3 partes.
Grande Importância de Hermes Trimegisto, a quem se atribui o livro Kaibalion, onde
estão os 7 princípios do universo e da Astrologia, os mais conhecidos são:
Correspondência: assim em cima com embaixo; Polaridade: princípios masculino e
feminino; Causa e efeito: toda causa transforma-se num efeito. Os egípcios adotaram
direta e indiscriminadamente a Astrologia mesopotâmica, foi somente mais tarde,
depois que a cultura helenística foi imposta sobre a terra do Nilo, que os egípcios
contribuíram para a astrologia.
9. A Astrologia entre os Árabes
Muito da sobrevivência da Ciência e da filosofia clássicas se deve ao fato de terem
sido preservadas e usadas pelas avançadas culturas árabes no norte da África e
Mediterrâneo oriental, a partir do século VIII. Os estudos astronômicos árabes
Tiveram uma grande orientação astrológica. Eles definiram uma forma nova, ainda
que dúbia de astrologia prática, para ser usada para todo tipo de adivinhação na
Vida cotidiana. Sua Astrologia usava símbolos de armas cortantes e se especializaram
em previsões.
Albumazar, 805-865, de Bagdá, foi o maior dos astrólogos árabes, disse que o
mundo começou num alinhamento de planetas em Áries e que acabaria num
alinhamento em Peixes. Ele escreveu que “assim como os movimentos dessas
estrelas errantes (os 7 planetas) nunca se interrompem, as gerações e alterações de
coisas terrenas nunca têm um fim. Apenas pela observação dos movimentos
planetários podemos compreender as inúmeras diversidades de mudança neste
mundo.”
O Introductorium de Albumansur foi um dos primeiros livros a aparecer, traduzido
na Espanha e na Europa, no início da Idade Média. E se comprovaria altamente
influente no reflorescimento da Astrologia e da Astronomia.
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