2.1 cnpms

Milho e Sorgo

Aspectos Econômicos e
Gerenciais do Uso de
Transgênicos

Sete Lagoas
Maio 2010

Economia do Uso de Novas
Tecnologias

• A escolha racional do agricultor:
• Aumento da produtividade dos fatores de
produção.
• Redução dos custos de produção.
• Aumento da produção por diminuição das perdas
causadas no processo de produção.

• Objetivo do agricultor:
• Aumento no lucro.

A Lógica dos Eventos
Transgênicos
• Incorporação nas plantas de características que
permitem o manejo de operações do sistema de
produção com objetivo de obter maior eficiência.

• Os dois eventos mais utilizados:
• Tolerância a herbicidas – Controle eficiente da
concorrência de ervas invasoras.

• Resistência a pragas – Controle eficiente de
pragas que atacam as plantas.

• Não que estes controles não possam ser feitos
de formas alternativas .

A Lógica dos Eventos
Transgênicos
• Os dois eventos mais utilizados.

• Tolerância a herbicidas – Redução de custos.

• Resistência a pragas – Diminuição das perdas
causadas no processo de produção.

• Produtividade das cultivares convencionais e
transgênicas não diferem consideravelmente
(existem algumas informações de que as
convencionais produziriam um pouco mais).

A Lógica Econômica dos
Eventos Transgênicos

• Tolerância a herbicidas – Redução de custos
• Substituição de herbicidas por outro de menor
custo.

• A ocorrência das ervas invasoras é uma
certeza (isto é relativo).
• O mercado do herbicida utilizado é de livre
concorrência (tendência do preço cair, com a
entrada de novos fabricantes).

• Resistência a pragas – Redução de perdas
• Controle de pragas por meio de produção pelas
plantas de substâncias que controlam os insetos
praga.

• A ocorrência do ataque dos insetos praga não
é uma certeza (varia entre anos e regiões).
• O evento representa uma alternativa ao uso de
outras formas de controle (podendo afetar o
preço dos inseticidas em uso).
• O custo dos métodos alternativos baliza o
valor da “taxa tecnológica”.
• Os resultados econômicos são afetados pela
produtividade das lavouras.

• Eficiência econômica

• Em ambas situações, o resultado econômico
depende da relação entre o custo implícito da
nova tecnologia e do custo dos métodos
alternativos

• Em ambos os casos o custo da nova tecnologia é
representado pelo pagamento da “taxa
tecnológica” ao desenvolvedor da inovação (para
o agricultor o que interessa é o preço total).

• Eficiência econômica – Tolerância a herbicidas

• No caso dos OGM tolerantes a herbicidas a
análise é a simples comparação entre os gastos
com diferentes herbicidas.

• Grande vantagem: gerenciamento do processo
de controle das ervas.

• Fator a observar: estado de infestação da área.

• Eficiência econômica – Resistência a insetos-
praga

• No caso específico do milho, a ocorrência de
insetos praga é aleatória e varia entre regiões e
condições climáticas.
• As alternativas de controle de pragas tem sua
eficiência afetada por estas condições variáveis.
• Proteção no período inicial com o uso de
tratamento de sementes.
• A eficiência do controle varia em função da
severidade do ataque e do nível de danos.

praga

• Crescente número de aplicações de inseticidas,
se o combate se inicia fora da época oportuna
(necessidade de acompanhamento).

• Considerando a “taxa tecnológica” ao redor do
custo de três aplicações para controle eficiente
dos insetos-praga.

praga (BR)
Uso de Inseticida

Sem Aplicação de Inseticida
3% 2%1% 1 Aplicação
12%
2 Aplicações
8%
3 Aplicações
7% 4 Aplicações
5 Aplicações
6 Aplicações
7 Aplicações
17% 8 Aplicações

22%

28%

praga (RS)
Inseticida

3,94%

24,12%
20,62%

Sem aplicação
Aplicação 1
Aplicação 2
Aplicação 3
Aplicação 4

15,79%

35,53%

Adoção da soja transgênica - Brasil

Adoção do milho transgênico – Brasil
Sementes Vendidas - Safra verão 2009/10
MILHO HIBRIDO
DUPLO TRIPLO SIMPLES VARIEDADE
REGIÕES % % % % TOTAL
São Paulo 0 27,63 65,79 0 52,29
Minas Gerais 0 15,36 56,44 0 35,20
SUDESTE 0 20,14 60,29 0 40,78
Rio Grande do Sul 0 10,65 45,93 0 23,84
Paraná 0 17,46 50,18 0 37,70
Santa Catarina 0 18,09 44,28 0 26,19
SUL 0 13,94 47,41 0 29,26
Goiás 0 23,35 58,62 0 45,60
Mato Grosso 0 37,08 67,80 0 46,80
Mato Grosso do Sul 0 53,09 52,49 0 43,86
Distrito Federal 0 3,98 71,88 0 44,20
CENTRO-OESTE 0 28,46 58,67 0 45,39
Bahia 0 26,56 59,53 0 57,38
NORDESTE 0 12,77 61,25 0 45,11
Pará 0 0,00 64,92 0 52,42
NORTE 0 6,88 61,56 0 31,11
BRASIL 0 16,29 54,19 0 35,57

Adoção do milho transgênico – Brasil
Sementes Vendidas - Safrinha 2010
MILHO HIBRIDO
DUPLO TRIPLO SIMPLES VARIEDADE
REGIÕES % % % % TOTAL

São Paulo 0 80,16 71,85 0 69,01
Minas Gerais 0 74,50 65,71 0 60,64
SUDESTE 0 79,12 70,55 0 67,22
Paraná 0 48,64 72,79 0 61,99
SUL 0 52,25 72,85 0 62,10

Goiás 0 34,16 32,75 0 31,60
Mato Grosso 0 30,45 49,32 0 37,83
Mato Grosso do Sul 0 46,04 45,51 0 35,84
Distrito Federal 0 86,09 43,61 0 48,55
CENTRO-OESTE 0 34,46 45,07 0 36,42

Bahia 0 15,09 24,11 0 18,77
NORDESTE 0 11,82 33,63 0 13,90
NORTE 0 23,31 40,83 0 26,54
BRASIL 0 41,91 53,35 0 42,84

Preços de sementes (R$/sc) – Brasil
Verão
CONV OGM DIFERENÇA Dif %

VARIEDADE 42,06

HÍBRIDO DUPLO 92,01

HÍBRIDO TRIPLO 122,80 208,32 85,52 69,64

HÍBRIDO SIMPLES 197,10 274,18 77,08 39,11

HÍBRIDO SIMPLES MODIFICADO 160,28 245,13 84,84 52,93

CONV OGM VER 2009/10 Dif
VARIEDADE 42,06 53,02 (10,95)
HÍBRIDO DUPLO 92,01 88,25 3,76

HÍBRIDO TRIPLO 122,80 208,32 132,12 (9,32)

HÍBRIDO SIMPLES 197,10 274,18 190,95 6,15

HÍBRIDO SIMPLES MODIFICADO 160,28 245,13 168,04 (7,76)

Safrinha
CONV OGM DIFERENÇA Dif %

VARIEDADE 38,63

HÍBRIDO DUPLO 86,64

HÍBRIDO TRIPLO 117,35 182,78 65,43 55,76

HÍBRIDO SIMPLES 148,65 218,80 70,15 47,19

HÍBRIDO SIMPLES MODIFICADO 147,76 226,62 78,86 53,37

CONV OGM SAF 2009 Preço Aj DIF OGM DIF CONV

VARIEDADE 38,63 46,49 38,63

HÍBRIDO DUPLO 86,64 99,95 86,64

HÍBRIDO TRIPLO 117,35 182,78 151,39 128,68 73,39 (7,96)

HÍBRIDO SIMPLES 148,65 218,80 191,32 162,63 80,57 (10,41)

HÍBRIDO SIMPLES MODIFICADO 147,76 226,62 182,80 155,38 94,55 (15,69)

Verão
NÍVEL CONV OGM
DE PREÇO Quantidade % Quantidade %
(R$/Sc 20Kg) (Em Sacos) (Em Sacos)
I - Até 50 83.116,18 2,50% - 0,00%

II - 51 a 100 944.641,96 28,43% - 0,00%

III - 101 a 150 735.881,84 22,15% - 0,00%

IV - 151 a 200 621.979,57 18,72% 21.286,00 1,16%

V - 201 a 250 830.108,54 24,99% 219.794,00 12,03%

VI - 251 a 300 106.610,19 3,21% 1.348.468,00 73,78%

VII - 301 a 350 7,87 0,00% 238.043,00 13,02%
VIII - 350 a 400 - 0,00% - 0,00%
IX - 401 a 450 - 0,00% - 0,00%
X - 451 a 500 - 0,00% - 0,00%
TOTAL 3.322.346,15 100,00% 1.827.591,00 100,00%

Safrinha
NÍVEL
DE PREÇO Quantidade % Quantidade %
(R$/Sc 20Kg) (Em Sacos) (Em Sacos)
I - Até 50 10.416,10 0,34% - 0

II - 51 a 100 597.565,80 19,27% - 0,00%
III - 101 a 150 1.231.446,00 39,72% - 0,00%
IV - 151 a 200 1.012.706,98 32,67% 494.537,77 22,34%

V - 201 a 250 248.130,98 8,00% 767.074,74 34,65%
VI - 251 a 300 - 0,00% 951.956,50 43,01%
VII - 301 a 350 - 0,00% - 0,00%
VIII - 350 a 400 - 0,00% - 0,00%
IX - 401 a 450 - 0,00% - 0,00%
X - 451 a 500 - 0,00% - 0,00%

TOTAL 3.100.265,86 100,00% 2.213.569,01 100,00%

Tipos de eventos – Brasil
Safrinha
TIPOS DE TECNOLOGIA Quantidade

(Sc.) %

BT 11 199.441,90 9,01%

BT 11 + GA 21 - 0,00%

GA 21 - 0,00%

MIR 162 - 0,00%

MON 810 1.524.881,00 68,89%

MON 810 + NK 603 - 0,00%

MON 89034 - 0,00%

NK 603 - 0,00%

T25 - 0,00%

TC 1507 486.469,00 21,98%

TC 1507 + NK 603 2.777,11 0,13%

TOTAL 2.213.569,01 100,00%

Outras Considerações Além
da Lógica Econômica
• Importância de fatores gerenciais
• A facilidade de realização das operações de
forma eficiente tem seu papel no processo da
adoção da tecnologia (e não é só a transgênica).
• No caso da tolerância a herbicidas, a
simplificação do processo certamente facilitou a
difusão.
• No caso da resistência a insetos, a capacidade
do agricultor no gerenciamento de pontos chaves
do controle (início das aplicações, forma correta,
e escolha dos produtos) poderá se constituir em
um aspecto que irá definir quem irá adotar a
tecnologia.

A Difusão dos Eventos
Transgênicos

• Caso da soja
• Processo de difusão em andamento com a
tecnologia dominada pelos agricultores.
• Existem indícios de perda de vantagem
econômica.

• Caso do milho
• Início promissor.
• Ainda existem aspectos a serem esclarecidos
com relação a seu domínio pelos agricultores,
ajuste de custo da tecnologia, região de
abrangência, etc.

Visão para o futuro

• O que virá
• Os RR e Bts representam a primeira onda dos
transgênicos com ampla adaptação (afinal,
tratam de problemas comuns à maioria das
plantas cultivadas.
• Com esta característica resta a vinda dos
produtos com resistência à seca (já prometidos).
• Outros produtos como resistência a doenças
podem enfrentar maiores dificuldades de
desenvolvimento.


• O que virá
• A segunda onda seriam produtos com valor
adicionado. Os problemas a serem atacados
seriam mais específicos.
• Estão sendo desenvolvidas cultivares de milho
com maior teor de fitase, o que traria benefícios
para nutrição animal (melhor aproveitamento do
fósforo) e redução da carga poluidora.
• O problema está na disposição dos
consumidores (indústrias ou indivíduos) em pagar
a conta.


• O que virá
• A terceira onda seriam plantas capazes de
produzir fármacos, ou outros produtos além dos
tradicionais alimentos e fibras. As biofábricas.
• Neste caso, a capacidade de identificar produtos
que realmente apresentem interesse para
indústrias processadoras é o fator decisivo.

www.cnpms.embrapa.br/cimilho

Secretaria de Estado da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento de Minas Gerais

MUITO OBRIGADO

João Carlos Garcia
Pesquisador em Economia Agrícola
Embrapa Milho e Sorgo
(www.cnpms.embrapa.br)
Cx. Postal 151
35701-970 Sete Lagoas – MG
Fone: (31) 3027 1278
Fax: (31) 3027 1188
e-mail: garcia@cnpms.embrapa.br

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