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CRIANÇA, CONSUMO E MÍDIA




TV, SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA




             Bruno Marasca 3504 077
            Mariana Teixeira 3504 070
      Michele Carvalho Simone Dib 3504 048




    Orientação: Prof.a Dr.a Andréa Túbero Silva
Centro Universitário de Araraquara – UNIARA

                         Curso Comunicação Social – Jornalismo

1. Resumo do projeto



       “TV, sexualidade e adolescência” é um projeto experimental, que será apresentado

como trabalho de conclusão de curso de Comunicação Social, com Habilitação em

Jornalismo. Seu propósito é refletir, por meio de um documentário televisivo, sobre como

os temas relacionados ao sexo são tratados na programação das emissoras de TV no Brasil

e a influência dessa programação no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes.

       Partindo do pressuposto de que existe uma banalização do sexo na televisão, nosso

objetivo é discutir as principais conseqüências dessa banalização no desenvolvimento da

sexualidade.

       Nesse sentido, serão considerados dados necessários para o desenvolvimento de

nosso projeto: o banco de imagens de programas de auditório, novelas, jornais e seriados

cujo público alvo são jovens; , especialistas como médicos, psicólogos, juízes, atores,

diretores e, apresentadores de TV; e por fim os próprios adolescentes sobre a programação

da TV, sexo e como essa banalização os afeta.



2. Biografias



   •   Bruno Marasca: 26 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro Universitário

       de Araraquara (UNIARA). Cursou inglês por dois anos. Pretende trabalhar com a

       área de fotojornalismo.
•   Mariana Teixeira: 20 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro

       Universitário de Araraquara (UNIARA). Cursa inglês e tem nível básico em

       espanhol.

   •   Michele Carvalho: 22 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro

       Universitário de Araraquara (UNIARA). Atualmente, faz estágio em Assessoria de

       Imprensa no SESC Araraquara. Tem inglês fluente.

   •   Prof.a Dr.a Andréa de Souza Túbero Silva. Doutora em Sociologia pela Faculdade

       de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. É

       responsável pelas disciplinas Projetos Experimentais e Teoria e Métodos de

       Pesquisa em Comunicação I e II

   •   inglês por três anos e seis meses.



3. Introdução

       “TV, sexualidade e adolescência” é um projeto experimental, que será apresentado

como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social, com habilitação em

Jornalismo. Seu propósito é refletir, por meio de um documentário televisivo, sobre como

os temas relacionados ao sexo são tratados na programação das emissoras de TV no Brasil

(em canais abertos e pagos), e a influência dessa programação na formação e no

desenvolvimento das sexualidade dos adolescentes.

       Partindo do pressuposto de que existe uma banalização do sexo na televisão

brasileira, incluindo-se a programação destinada ao público jovem, nosso objetivo é

discutir, com base em depoimentos de especialistas, as principais conseqüências dessa

banalização do sexo no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes.
4. Justificativa

    O desenvolvimento da sexualidade nas sociedades modernas é um assunto

extremamente problematizado e está intimamente relacionado às influências que a criança e

o adolescente recebem do mundo externo durante o processo de socialização. Família,

escola, religião, grupo social, círculo de amizades e os meios de comunicação de massa

(dentre eles, a televisão) estão diretamente ligados ao desenvolvimento e formação das

crianças e adolescentes na atualidade.

    No início do século XX, o tema sexo era tratado como tabu. Não havia diálogo sobre o

assunto e seguiam-se basicamente as orientações dadas pela Igreja. Os casamentos

aconteciam precocemente. Com o advento da modernidade e a entrada em massa das

mulheres no mercado de trabalho a partir dna década de 1960, a situação se transformou. O

casamento deixou de ser uma obrigatoriedade e atualmente, acontece tardiamente. Por

conseqüência, a forma como se vê o sexo também mudou.

    A partir da década de 1960, a atividade sexual não é mais exclusividade dos casados.

As pessoas se vêem livres para escolher com quem devem ou não manter relações sexuais,

sem o compromisso de se casar com a pessoa, e ao longo da vida, têm vários parceiros

sexuais, sem temer o condenamento da Igreja e de uma sociedade com maioria católica já

que a sexualidade tornou-se tema aberto a discussão.

    Até o século XX, sexo era tabu: as pessoas não podiam fazer, tão pouco falar sobre o

assunto. Com ascençãoascensão dos meios de comunicação de massa e a TV, sexo virou

assunto banal. A banalização de um tema dá-se devido a insistência ao ser abordar um

assunto, explorá-lo em diferentes aspectos e a linguagem usada para falar do mesmo. Um

exemplo, é o programa “Ponto Pê” (MTV), em que a apresentadora Penélope Nova usa
palavras de baixo calão para se referir a vida sexual das pessoas que procuram o programa

para esclarecer dúvidas sobre sexualidade.




    Um    outro exemplo recente é a novela “Páginas da Vida”, da Rede Globo. Nos

primeiros capítulos, o público conferiu cenas de sexo e uma idosa (na sessão dos

depoimentos) contou suas experiências sexuais.

       O projeto experimental elucidará como emissoras abertas e pagas apresentam o sexo

na TV para o público jovem, e discutirá sua repercussão no desenvolvimento da

sexualidade de adolescentes e atua na erotização precoce deas crianças.

       De um lado, telenovelas e programas como o “Ponto P”, da MTV, tratam o sexo de

maneira cômica e vulgar, com cenas de sexo explícito e uso de palavras de baixo calão. De

outro lado, algumas emissoras apresentam conteúdos educativos relacionados ao sexo,

como, por exemplo, o programa “Tudo sobre Sexo”, da Band e “Tudo sobre Sexo com Dr.

Drew”, da Discovery.

       O presidente da Associação Paulista de Adolescência, Benito Lourenço, afirma que

a televisão estimula, precocemente, o “despertar para a sexualidade”. Para ele, a televisão

faz com que o desejo apareça sem que os adolescentes estejam realmente preparados e

maduros para lidarem com o assunto. De um lado, a televisão estimula o sexo e de outro,

mas não esclarece como desenvolver a sexualidade de maneira responsável e consciente.

Além disso, é importantea ressaltar que esses programas contam com anúncios comerciais.
O trabalho focará apenas o conteúdo televisivo destinado ao público jovem tendo

em vista que a televisão é o meio de comunicação que atinge o maior número de pessoas no

Brasil. Por sua grande amplitude, a televisão produz efeitos que podem mudar os costumes

de uma sociedade. “De cada 100 residências brasileiras, 75 têm pelo menos um televisor.

Existem no Brasil aproximadamente 31 a 32 milhões domicílios com TV – entre 100 e 110

de espectadores [...] Nenhum outro meio vai oferecer tantos consumidores quanto a TV.”

(FLORISBAL, 1995, p.12).

       No Brasil, o Ministério da Justiça recebeu 2.737 ligações de todas as regiões do

país, a maioria delas denunciando a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes

na mídia. Em cada 100 protestos recebidos, 55 são contra o sexo na TV. Um exemplo é a

personagem “Tiazinha”, que se tornou um ícone da mídia.

       Uma pesquisa realizada na Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos, em

setembro de 2004, revela a importância da discussão do tema proposto neste projeto de o

vídeo documentário. O trabalho afirma que a superexposição de adolescentes (entre 12 e 17

anos) a cenas de sexo ou a programas com conteúdo erótico tem forte influência sobre o

comportamento sexual desses jovens.

       O estudo analisou os hábitos televisivos e sexuais de 1792 adolescentes durante um

ano e aponta que jovens que assistem com freqüência programas com conteúdo erótico na

TV são duas vezes mais propensos a terem relações sexuais precocemente.

       A pesquisa demonstra que programas que apenas falam de sexo têm o mesmo efeito

que aqueles que exibem cenas de nudez ou sexo. De acordo com o estudo, um adolescente

de 12 anos que assiste com freqüência a atrações com conteúdo erótico tem um interesse

sexual similar a jovens de 14 e 15 anos.
A iniciação sexual precoce acarreta problemas de comportamento, como tratar o

sexo como algo episódico e casual; e de saúde, como a transmissão de doenças sexualmente

transmissíveis (DSTs). Segundo a pesquisa, as DSTs e gravidez não planejadas são mais

comuns em adolescentes que iniciam a atividade sexual precocemente.



         5. Objetivo do projeto

         O projeto tem como objetivo propiciar discussão e reflexão sobre como o sexo é

tratado na televisão e como esse conteúdo afeta e influencia o desenvolvimento da

sexualidade e a vida sexual dos adolescentes. Essa discussão deve acontecer entre

adolescentes, pais, educadores e especialista em infância e adolescência e profissionais da

mídia.

    O trabalho também discutirá o posicionamento de profissionais da área de

comunicação e das emissoras, visto que os programas com conteúdo apelativo ao sexo

possuem patrocinadores. Sabe-se que sexo é um tema de interesse e curiosidade entre os

mais diversos públicos, o que gera lucros significativos para as emissoras que veiculam

programas específicos, telenovelas e propagandas com a temática.



6. Metodologia

         O documentário é um trabalho feito com texto, imagens e entrevistas, com a

intenção de registrar um acontecimento, fato ou características de uma determinada

localidade. Sua construção é uma mistura de diversos elementos audiovisuais, ou seja, não

é feita através de uma receita fixa que seja capaz de caracterizar todos os documentários. O

caráter autoral é a principal marca que identifica o documentário.
Segundo Melo (2002, p.4), este gênero possui três características fixas: o discurso

sobre real, o registro in loco e o caráter autoral.

        Desde o século XIX, o documentário é um gênero audiovisual utilizado como forma

de expressão da sociedade e registro de acontecimentos. Ele se caracteriza por apresentar

determinado acontecimento ou fato, mostrando a realidade de maneira mais ampla e

apresentar um caráter interpretativo. O jornalista Walter Sampaio define o vídeo

documentário como um “estágio evolutivo do telejornalismo”.

        A linguagem do documentário aproxima-se do cinema na medida em que as pessoas

que o executam ficam livres para definir os planos, enquadramento, iluminação, montagem

e edição, contudo se afasta abruptamente da linguagem cinematográfica por manter uma

forte relação de proximidade com a realidade, uso de cenários naturais e imagens de

arquivo. São exatamente essas características que garantem a autenticidade deste gênero

jornalístico.

        O documentário com o tema “A influência da TV no desenvolvimento da

sexualidade” visa apresentar questões atuais, sem deixar de contextualizar o público sobre

as transformações ocorridas e comprovar a banalização presente nas emissoras nos últimos

anos.

        As reflexões sobre o vídeo documentário englobam vários fatores, mas ainda não

existem modelos fechados que sirvam como parâmetros a serem seguidos. Contudo, entre

os pesquisadores há um consenso de que o gênero é fortemente marcado por aspectos

pessoais. Nesse sentido, a atuação do jornalista em produções documentais adquire o

caráter autoral que se contrapõe a definição do jornalismo imparcial e isento. Há, então,

uma maior possibilidade de entendimento dos telespectadores a respeito do assunto tratado

(sexo na TV, a influência disso para adolescentes e as relações de mercado).
No que diz respeito à coleta de dados, são considerados dados necessários para o

desenvolvimento do nosso projeto : o banco de imagens de programas de auditório,

novelas, jornais e seriados cujo público alvo são jovens; especialistas como médicos,

psicólogos, autoridades jurídicas, atores, , diretores de TV e apresentadores de programas, e

grupos de discussão com adolescentes sobre sexo, a programação da TV e como a

banalização do sexo os afeta. Além da pesquisa documental, há também a pesquisa

bibliográfica: livros, revistas e artigos especializados sobre sexualidade e também produção

de vídeo documentário. A leitura sobre temas como “sexo na TV” e “desenvolvimento da

sexualidade” é fundamental para a escolha dos entrevistados.

       A coleta de dados para a elaboração do projeto envolve, portanto, fontes primárias e

fontes secundárias.As fontes primárias correspondem aos entrevistados (profissionais e

apresentadores de TV). Nomes como Jairo Bauer, Penélope Nova, Marta Suplicy, Benito

Lourenço (presidente da Associação Paulista de Adolescência) são possíveis fontes para

este. Já as fontes secundárias correspondem à leitura de bibliografia a respeito do tema e o

banco de imagens com programas e telenovelas.

       Como já foi mencionado, serão selecionadas imagens de programas e telenovelas

que tenham como público alvo os adolescentes. Na TV aberta, alguns exemplos são as

novelas “Malhação” (Globo) e “Rebeldes” (SBT). Já nos canais pagos, focaremos o

programa “Ponto P”, da MTV e outros com conteúdo mais educativo, como o “Tudo sobre

Sexo com Dr. Drill”, da Discovery Channel.

       Eventualmente, também serão abordados programas não necessariamente para o

público jovem, mas assistidos pelos adolescentes, como as telenovelas e outros programas

exibidos à noite. A audiência (índices do IBOPE) é um fator de peso para a escolha dos
programas a serem gravados para o banco de imagens. Quanto maior a audiência, maior é o

poder de influência desses programas sob o público, em geral.

         Nosso propósito é estabelecer um diálogo entre essas imagens que revelam como o

sexo é apresentado a este público específico, e especializadas das diferentes áreas sobre a

questão, como os apresentadores desses programas. Como não poderia deixar de ser,

colocaremos em cena as reflexões dos próprios adolescentes, enquanto aqueles que

deveriam ser verdadeiramente os protagonistas dessa história.

7. Planejamento de execução

Mês           Entrevistas                         Banco de Imagens e         Roteiro
(2007)                                            Edição
Julho         - Gisele Cortês (Centro de          - Gravação de programas    Pré-roteiro
              Referência da Mulher)               e novelas
              - Álvaro Filho (diretor e ator de
              teatro)
Agosto        - Sônia Gaban (Centro de            Gravação de programas e
              Referência do Adolescente)          novelas
              - Professor Wilson Pedro            - Minutagem do banco
              (psicologia)
              - Benito Lourenço (presidente
              Associação Paulista de
              Adolescência)
Setembro      - Juiz Heitor Ferreira Amparo       -Gravação de programas
              - Dirceu Jackson (diretor Rede      e novelas
              TV!)                                - Minutagem do banco e
              - Padre                             entrevistas
Outubro       - Penélope Nova (MTV)               - Gravação de programas    Roteiro
              - Serginho Groisman (Rede           e novelas                  final
              Globo)                              - Minutagem do banco e
                                                  entrevistas
Novembro - Debate entre adolescente               - Finalização Minutagens
- Pré-edição do vídeo
Dezembro                                        Edição Final


Referências Bibliográficas

1. BOURDIEU, Pierre – “Sobre a Televisão” – JZE, 1992

2. FLORIBAL, Octavio. “Novos Rumos Para a Televisão no Brasil”, in Mercado Global,

Edição Especial, nº 98, 1995, p.12

3. MELO, Cristina Teixeira Vieira de. “O documentário como gênero audiovisual”.

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), 2002.

4. http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4000&ReturnCatID=1781

5. http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0092.asp

6. www.renatojanine.pro.br/tv

7. Constituição Federal de 1988 (disponível em www.anaccon.com.br)

8. http://www.pol.org.br/noticias/materia.cfm?id=717&materia=1090

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Projeto sobre sexualidade

  • 1. CRIANÇA, CONSUMO E MÍDIA TV, SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA Bruno Marasca 3504 077 Mariana Teixeira 3504 070 Michele Carvalho Simone Dib 3504 048 Orientação: Prof.a Dr.a Andréa Túbero Silva
  • 2. Centro Universitário de Araraquara – UNIARA Curso Comunicação Social – Jornalismo 1. Resumo do projeto “TV, sexualidade e adolescência” é um projeto experimental, que será apresentado como trabalho de conclusão de curso de Comunicação Social, com Habilitação em Jornalismo. Seu propósito é refletir, por meio de um documentário televisivo, sobre como os temas relacionados ao sexo são tratados na programação das emissoras de TV no Brasil e a influência dessa programação no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes. Partindo do pressuposto de que existe uma banalização do sexo na televisão, nosso objetivo é discutir as principais conseqüências dessa banalização no desenvolvimento da sexualidade. Nesse sentido, serão considerados dados necessários para o desenvolvimento de nosso projeto: o banco de imagens de programas de auditório, novelas, jornais e seriados cujo público alvo são jovens; , especialistas como médicos, psicólogos, juízes, atores, diretores e, apresentadores de TV; e por fim os próprios adolescentes sobre a programação da TV, sexo e como essa banalização os afeta. 2. Biografias • Bruno Marasca: 26 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro Universitário de Araraquara (UNIARA). Cursou inglês por dois anos. Pretende trabalhar com a área de fotojornalismo.
  • 3. Mariana Teixeira: 20 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro Universitário de Araraquara (UNIARA). Cursa inglês e tem nível básico em espanhol. • Michele Carvalho: 22 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro Universitário de Araraquara (UNIARA). Atualmente, faz estágio em Assessoria de Imprensa no SESC Araraquara. Tem inglês fluente. • Prof.a Dr.a Andréa de Souza Túbero Silva. Doutora em Sociologia pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. É responsável pelas disciplinas Projetos Experimentais e Teoria e Métodos de Pesquisa em Comunicação I e II • inglês por três anos e seis meses. 3. Introdução “TV, sexualidade e adolescência” é um projeto experimental, que será apresentado como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Seu propósito é refletir, por meio de um documentário televisivo, sobre como os temas relacionados ao sexo são tratados na programação das emissoras de TV no Brasil (em canais abertos e pagos), e a influência dessa programação na formação e no desenvolvimento das sexualidade dos adolescentes. Partindo do pressuposto de que existe uma banalização do sexo na televisão brasileira, incluindo-se a programação destinada ao público jovem, nosso objetivo é discutir, com base em depoimentos de especialistas, as principais conseqüências dessa banalização do sexo no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes.
  • 4. 4. Justificativa O desenvolvimento da sexualidade nas sociedades modernas é um assunto extremamente problematizado e está intimamente relacionado às influências que a criança e o adolescente recebem do mundo externo durante o processo de socialização. Família, escola, religião, grupo social, círculo de amizades e os meios de comunicação de massa (dentre eles, a televisão) estão diretamente ligados ao desenvolvimento e formação das crianças e adolescentes na atualidade. No início do século XX, o tema sexo era tratado como tabu. Não havia diálogo sobre o assunto e seguiam-se basicamente as orientações dadas pela Igreja. Os casamentos aconteciam precocemente. Com o advento da modernidade e a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho a partir dna década de 1960, a situação se transformou. O casamento deixou de ser uma obrigatoriedade e atualmente, acontece tardiamente. Por conseqüência, a forma como se vê o sexo também mudou. A partir da década de 1960, a atividade sexual não é mais exclusividade dos casados. As pessoas se vêem livres para escolher com quem devem ou não manter relações sexuais, sem o compromisso de se casar com a pessoa, e ao longo da vida, têm vários parceiros sexuais, sem temer o condenamento da Igreja e de uma sociedade com maioria católica já que a sexualidade tornou-se tema aberto a discussão. Até o século XX, sexo era tabu: as pessoas não podiam fazer, tão pouco falar sobre o assunto. Com ascençãoascensão dos meios de comunicação de massa e a TV, sexo virou assunto banal. A banalização de um tema dá-se devido a insistência ao ser abordar um assunto, explorá-lo em diferentes aspectos e a linguagem usada para falar do mesmo. Um exemplo, é o programa “Ponto Pê” (MTV), em que a apresentadora Penélope Nova usa
  • 5. palavras de baixo calão para se referir a vida sexual das pessoas que procuram o programa para esclarecer dúvidas sobre sexualidade. Um outro exemplo recente é a novela “Páginas da Vida”, da Rede Globo. Nos primeiros capítulos, o público conferiu cenas de sexo e uma idosa (na sessão dos depoimentos) contou suas experiências sexuais. O projeto experimental elucidará como emissoras abertas e pagas apresentam o sexo na TV para o público jovem, e discutirá sua repercussão no desenvolvimento da sexualidade de adolescentes e atua na erotização precoce deas crianças. De um lado, telenovelas e programas como o “Ponto P”, da MTV, tratam o sexo de maneira cômica e vulgar, com cenas de sexo explícito e uso de palavras de baixo calão. De outro lado, algumas emissoras apresentam conteúdos educativos relacionados ao sexo, como, por exemplo, o programa “Tudo sobre Sexo”, da Band e “Tudo sobre Sexo com Dr. Drew”, da Discovery. O presidente da Associação Paulista de Adolescência, Benito Lourenço, afirma que a televisão estimula, precocemente, o “despertar para a sexualidade”. Para ele, a televisão faz com que o desejo apareça sem que os adolescentes estejam realmente preparados e maduros para lidarem com o assunto. De um lado, a televisão estimula o sexo e de outro, mas não esclarece como desenvolver a sexualidade de maneira responsável e consciente. Além disso, é importantea ressaltar que esses programas contam com anúncios comerciais.
  • 6. O trabalho focará apenas o conteúdo televisivo destinado ao público jovem tendo em vista que a televisão é o meio de comunicação que atinge o maior número de pessoas no Brasil. Por sua grande amplitude, a televisão produz efeitos que podem mudar os costumes de uma sociedade. “De cada 100 residências brasileiras, 75 têm pelo menos um televisor. Existem no Brasil aproximadamente 31 a 32 milhões domicílios com TV – entre 100 e 110 de espectadores [...] Nenhum outro meio vai oferecer tantos consumidores quanto a TV.” (FLORISBAL, 1995, p.12). No Brasil, o Ministério da Justiça recebeu 2.737 ligações de todas as regiões do país, a maioria delas denunciando a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes na mídia. Em cada 100 protestos recebidos, 55 são contra o sexo na TV. Um exemplo é a personagem “Tiazinha”, que se tornou um ícone da mídia. Uma pesquisa realizada na Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos, em setembro de 2004, revela a importância da discussão do tema proposto neste projeto de o vídeo documentário. O trabalho afirma que a superexposição de adolescentes (entre 12 e 17 anos) a cenas de sexo ou a programas com conteúdo erótico tem forte influência sobre o comportamento sexual desses jovens. O estudo analisou os hábitos televisivos e sexuais de 1792 adolescentes durante um ano e aponta que jovens que assistem com freqüência programas com conteúdo erótico na TV são duas vezes mais propensos a terem relações sexuais precocemente. A pesquisa demonstra que programas que apenas falam de sexo têm o mesmo efeito que aqueles que exibem cenas de nudez ou sexo. De acordo com o estudo, um adolescente de 12 anos que assiste com freqüência a atrações com conteúdo erótico tem um interesse sexual similar a jovens de 14 e 15 anos.
  • 7. A iniciação sexual precoce acarreta problemas de comportamento, como tratar o sexo como algo episódico e casual; e de saúde, como a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Segundo a pesquisa, as DSTs e gravidez não planejadas são mais comuns em adolescentes que iniciam a atividade sexual precocemente. 5. Objetivo do projeto O projeto tem como objetivo propiciar discussão e reflexão sobre como o sexo é tratado na televisão e como esse conteúdo afeta e influencia o desenvolvimento da sexualidade e a vida sexual dos adolescentes. Essa discussão deve acontecer entre adolescentes, pais, educadores e especialista em infância e adolescência e profissionais da mídia. O trabalho também discutirá o posicionamento de profissionais da área de comunicação e das emissoras, visto que os programas com conteúdo apelativo ao sexo possuem patrocinadores. Sabe-se que sexo é um tema de interesse e curiosidade entre os mais diversos públicos, o que gera lucros significativos para as emissoras que veiculam programas específicos, telenovelas e propagandas com a temática. 6. Metodologia O documentário é um trabalho feito com texto, imagens e entrevistas, com a intenção de registrar um acontecimento, fato ou características de uma determinada localidade. Sua construção é uma mistura de diversos elementos audiovisuais, ou seja, não é feita através de uma receita fixa que seja capaz de caracterizar todos os documentários. O caráter autoral é a principal marca que identifica o documentário.
  • 8. Segundo Melo (2002, p.4), este gênero possui três características fixas: o discurso sobre real, o registro in loco e o caráter autoral. Desde o século XIX, o documentário é um gênero audiovisual utilizado como forma de expressão da sociedade e registro de acontecimentos. Ele se caracteriza por apresentar determinado acontecimento ou fato, mostrando a realidade de maneira mais ampla e apresentar um caráter interpretativo. O jornalista Walter Sampaio define o vídeo documentário como um “estágio evolutivo do telejornalismo”. A linguagem do documentário aproxima-se do cinema na medida em que as pessoas que o executam ficam livres para definir os planos, enquadramento, iluminação, montagem e edição, contudo se afasta abruptamente da linguagem cinematográfica por manter uma forte relação de proximidade com a realidade, uso de cenários naturais e imagens de arquivo. São exatamente essas características que garantem a autenticidade deste gênero jornalístico. O documentário com o tema “A influência da TV no desenvolvimento da sexualidade” visa apresentar questões atuais, sem deixar de contextualizar o público sobre as transformações ocorridas e comprovar a banalização presente nas emissoras nos últimos anos. As reflexões sobre o vídeo documentário englobam vários fatores, mas ainda não existem modelos fechados que sirvam como parâmetros a serem seguidos. Contudo, entre os pesquisadores há um consenso de que o gênero é fortemente marcado por aspectos pessoais. Nesse sentido, a atuação do jornalista em produções documentais adquire o caráter autoral que se contrapõe a definição do jornalismo imparcial e isento. Há, então, uma maior possibilidade de entendimento dos telespectadores a respeito do assunto tratado (sexo na TV, a influência disso para adolescentes e as relações de mercado).
  • 9. No que diz respeito à coleta de dados, são considerados dados necessários para o desenvolvimento do nosso projeto : o banco de imagens de programas de auditório, novelas, jornais e seriados cujo público alvo são jovens; especialistas como médicos, psicólogos, autoridades jurídicas, atores, , diretores de TV e apresentadores de programas, e grupos de discussão com adolescentes sobre sexo, a programação da TV e como a banalização do sexo os afeta. Além da pesquisa documental, há também a pesquisa bibliográfica: livros, revistas e artigos especializados sobre sexualidade e também produção de vídeo documentário. A leitura sobre temas como “sexo na TV” e “desenvolvimento da sexualidade” é fundamental para a escolha dos entrevistados. A coleta de dados para a elaboração do projeto envolve, portanto, fontes primárias e fontes secundárias.As fontes primárias correspondem aos entrevistados (profissionais e apresentadores de TV). Nomes como Jairo Bauer, Penélope Nova, Marta Suplicy, Benito Lourenço (presidente da Associação Paulista de Adolescência) são possíveis fontes para este. Já as fontes secundárias correspondem à leitura de bibliografia a respeito do tema e o banco de imagens com programas e telenovelas. Como já foi mencionado, serão selecionadas imagens de programas e telenovelas que tenham como público alvo os adolescentes. Na TV aberta, alguns exemplos são as novelas “Malhação” (Globo) e “Rebeldes” (SBT). Já nos canais pagos, focaremos o programa “Ponto P”, da MTV e outros com conteúdo mais educativo, como o “Tudo sobre Sexo com Dr. Drill”, da Discovery Channel. Eventualmente, também serão abordados programas não necessariamente para o público jovem, mas assistidos pelos adolescentes, como as telenovelas e outros programas exibidos à noite. A audiência (índices do IBOPE) é um fator de peso para a escolha dos
  • 10. programas a serem gravados para o banco de imagens. Quanto maior a audiência, maior é o poder de influência desses programas sob o público, em geral. Nosso propósito é estabelecer um diálogo entre essas imagens que revelam como o sexo é apresentado a este público específico, e especializadas das diferentes áreas sobre a questão, como os apresentadores desses programas. Como não poderia deixar de ser, colocaremos em cena as reflexões dos próprios adolescentes, enquanto aqueles que deveriam ser verdadeiramente os protagonistas dessa história. 7. Planejamento de execução Mês Entrevistas Banco de Imagens e Roteiro (2007) Edição Julho - Gisele Cortês (Centro de - Gravação de programas Pré-roteiro Referência da Mulher) e novelas - Álvaro Filho (diretor e ator de teatro) Agosto - Sônia Gaban (Centro de Gravação de programas e Referência do Adolescente) novelas - Professor Wilson Pedro - Minutagem do banco (psicologia) - Benito Lourenço (presidente Associação Paulista de Adolescência) Setembro - Juiz Heitor Ferreira Amparo -Gravação de programas - Dirceu Jackson (diretor Rede e novelas TV!) - Minutagem do banco e - Padre entrevistas Outubro - Penélope Nova (MTV) - Gravação de programas Roteiro - Serginho Groisman (Rede e novelas final Globo) - Minutagem do banco e entrevistas Novembro - Debate entre adolescente - Finalização Minutagens
  • 11. - Pré-edição do vídeo Dezembro Edição Final Referências Bibliográficas 1. BOURDIEU, Pierre – “Sobre a Televisão” – JZE, 1992 2. FLORIBAL, Octavio. “Novos Rumos Para a Televisão no Brasil”, in Mercado Global, Edição Especial, nº 98, 1995, p.12 3. MELO, Cristina Teixeira Vieira de. “O documentário como gênero audiovisual”. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), 2002. 4. http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4000&ReturnCatID=1781 5. http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0092.asp 6. www.renatojanine.pro.br/tv 7. Constituição Federal de 1988 (disponível em www.anaccon.com.br) 8. http://www.pol.org.br/noticias/materia.cfm?id=717&materia=1090