[1] O documentário analisará como o sexo é retratado na TV brasileira destinada ao público jovem e seu impacto no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes. [2] Serão entrevistados especialistas, profissionais de TV e adolescentes para discutir a banalização do sexo e suas consequências. [3] O projeto usará imagens de programas, depoimentos e pesquisas para promover reflexão sobre o tema.
Orientação sexual nas escolas a importância e as dificuldades da abordagem ju...
Projeto sobre sexualidade
1. CRIANÇA, CONSUMO E MÍDIA
TV, SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA
Bruno Marasca 3504 077
Mariana Teixeira 3504 070
Michele Carvalho Simone Dib 3504 048
Orientação: Prof.a Dr.a Andréa Túbero Silva
2. Centro Universitário de Araraquara – UNIARA
Curso Comunicação Social – Jornalismo
1. Resumo do projeto
“TV, sexualidade e adolescência” é um projeto experimental, que será apresentado
como trabalho de conclusão de curso de Comunicação Social, com Habilitação em
Jornalismo. Seu propósito é refletir, por meio de um documentário televisivo, sobre como
os temas relacionados ao sexo são tratados na programação das emissoras de TV no Brasil
e a influência dessa programação no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes.
Partindo do pressuposto de que existe uma banalização do sexo na televisão, nosso
objetivo é discutir as principais conseqüências dessa banalização no desenvolvimento da
sexualidade.
Nesse sentido, serão considerados dados necessários para o desenvolvimento de
nosso projeto: o banco de imagens de programas de auditório, novelas, jornais e seriados
cujo público alvo são jovens; , especialistas como médicos, psicólogos, juízes, atores,
diretores e, apresentadores de TV; e por fim os próprios adolescentes sobre a programação
da TV, sexo e como essa banalização os afeta.
2. Biografias
• Bruno Marasca: 26 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro Universitário
de Araraquara (UNIARA). Cursou inglês por dois anos. Pretende trabalhar com a
área de fotojornalismo.
3. • Mariana Teixeira: 20 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro
Universitário de Araraquara (UNIARA). Cursa inglês e tem nível básico em
espanhol.
• Michele Carvalho: 22 anos, estudante do 4º ano de Jornalismo no Centro
Universitário de Araraquara (UNIARA). Atualmente, faz estágio em Assessoria de
Imprensa no SESC Araraquara. Tem inglês fluente.
• Prof.a Dr.a Andréa de Souza Túbero Silva. Doutora em Sociologia pela Faculdade
de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. É
responsável pelas disciplinas Projetos Experimentais e Teoria e Métodos de
Pesquisa em Comunicação I e II
• inglês por três anos e seis meses.
3. Introdução
“TV, sexualidade e adolescência” é um projeto experimental, que será apresentado
como trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social, com habilitação em
Jornalismo. Seu propósito é refletir, por meio de um documentário televisivo, sobre como
os temas relacionados ao sexo são tratados na programação das emissoras de TV no Brasil
(em canais abertos e pagos), e a influência dessa programação na formação e no
desenvolvimento das sexualidade dos adolescentes.
Partindo do pressuposto de que existe uma banalização do sexo na televisão
brasileira, incluindo-se a programação destinada ao público jovem, nosso objetivo é
discutir, com base em depoimentos de especialistas, as principais conseqüências dessa
banalização do sexo no desenvolvimento da sexualidade dos adolescentes.
4. 4. Justificativa
O desenvolvimento da sexualidade nas sociedades modernas é um assunto
extremamente problematizado e está intimamente relacionado às influências que a criança e
o adolescente recebem do mundo externo durante o processo de socialização. Família,
escola, religião, grupo social, círculo de amizades e os meios de comunicação de massa
(dentre eles, a televisão) estão diretamente ligados ao desenvolvimento e formação das
crianças e adolescentes na atualidade.
No início do século XX, o tema sexo era tratado como tabu. Não havia diálogo sobre o
assunto e seguiam-se basicamente as orientações dadas pela Igreja. Os casamentos
aconteciam precocemente. Com o advento da modernidade e a entrada em massa das
mulheres no mercado de trabalho a partir dna década de 1960, a situação se transformou. O
casamento deixou de ser uma obrigatoriedade e atualmente, acontece tardiamente. Por
conseqüência, a forma como se vê o sexo também mudou.
A partir da década de 1960, a atividade sexual não é mais exclusividade dos casados.
As pessoas se vêem livres para escolher com quem devem ou não manter relações sexuais,
sem o compromisso de se casar com a pessoa, e ao longo da vida, têm vários parceiros
sexuais, sem temer o condenamento da Igreja e de uma sociedade com maioria católica já
que a sexualidade tornou-se tema aberto a discussão.
Até o século XX, sexo era tabu: as pessoas não podiam fazer, tão pouco falar sobre o
assunto. Com ascençãoascensão dos meios de comunicação de massa e a TV, sexo virou
assunto banal. A banalização de um tema dá-se devido a insistência ao ser abordar um
assunto, explorá-lo em diferentes aspectos e a linguagem usada para falar do mesmo. Um
exemplo, é o programa “Ponto Pê” (MTV), em que a apresentadora Penélope Nova usa
5. palavras de baixo calão para se referir a vida sexual das pessoas que procuram o programa
para esclarecer dúvidas sobre sexualidade.
Um outro exemplo recente é a novela “Páginas da Vida”, da Rede Globo. Nos
primeiros capítulos, o público conferiu cenas de sexo e uma idosa (na sessão dos
depoimentos) contou suas experiências sexuais.
O projeto experimental elucidará como emissoras abertas e pagas apresentam o sexo
na TV para o público jovem, e discutirá sua repercussão no desenvolvimento da
sexualidade de adolescentes e atua na erotização precoce deas crianças.
De um lado, telenovelas e programas como o “Ponto P”, da MTV, tratam o sexo de
maneira cômica e vulgar, com cenas de sexo explícito e uso de palavras de baixo calão. De
outro lado, algumas emissoras apresentam conteúdos educativos relacionados ao sexo,
como, por exemplo, o programa “Tudo sobre Sexo”, da Band e “Tudo sobre Sexo com Dr.
Drew”, da Discovery.
O presidente da Associação Paulista de Adolescência, Benito Lourenço, afirma que
a televisão estimula, precocemente, o “despertar para a sexualidade”. Para ele, a televisão
faz com que o desejo apareça sem que os adolescentes estejam realmente preparados e
maduros para lidarem com o assunto. De um lado, a televisão estimula o sexo e de outro,
mas não esclarece como desenvolver a sexualidade de maneira responsável e consciente.
Além disso, é importantea ressaltar que esses programas contam com anúncios comerciais.
6. O trabalho focará apenas o conteúdo televisivo destinado ao público jovem tendo
em vista que a televisão é o meio de comunicação que atinge o maior número de pessoas no
Brasil. Por sua grande amplitude, a televisão produz efeitos que podem mudar os costumes
de uma sociedade. “De cada 100 residências brasileiras, 75 têm pelo menos um televisor.
Existem no Brasil aproximadamente 31 a 32 milhões domicílios com TV – entre 100 e 110
de espectadores [...] Nenhum outro meio vai oferecer tantos consumidores quanto a TV.”
(FLORISBAL, 1995, p.12).
No Brasil, o Ministério da Justiça recebeu 2.737 ligações de todas as regiões do
país, a maioria delas denunciando a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes
na mídia. Em cada 100 protestos recebidos, 55 são contra o sexo na TV. Um exemplo é a
personagem “Tiazinha”, que se tornou um ícone da mídia.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos, em
setembro de 2004, revela a importância da discussão do tema proposto neste projeto de o
vídeo documentário. O trabalho afirma que a superexposição de adolescentes (entre 12 e 17
anos) a cenas de sexo ou a programas com conteúdo erótico tem forte influência sobre o
comportamento sexual desses jovens.
O estudo analisou os hábitos televisivos e sexuais de 1792 adolescentes durante um
ano e aponta que jovens que assistem com freqüência programas com conteúdo erótico na
TV são duas vezes mais propensos a terem relações sexuais precocemente.
A pesquisa demonstra que programas que apenas falam de sexo têm o mesmo efeito
que aqueles que exibem cenas de nudez ou sexo. De acordo com o estudo, um adolescente
de 12 anos que assiste com freqüência a atrações com conteúdo erótico tem um interesse
sexual similar a jovens de 14 e 15 anos.
7. A iniciação sexual precoce acarreta problemas de comportamento, como tratar o
sexo como algo episódico e casual; e de saúde, como a transmissão de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs). Segundo a pesquisa, as DSTs e gravidez não planejadas são mais
comuns em adolescentes que iniciam a atividade sexual precocemente.
5. Objetivo do projeto
O projeto tem como objetivo propiciar discussão e reflexão sobre como o sexo é
tratado na televisão e como esse conteúdo afeta e influencia o desenvolvimento da
sexualidade e a vida sexual dos adolescentes. Essa discussão deve acontecer entre
adolescentes, pais, educadores e especialista em infância e adolescência e profissionais da
mídia.
O trabalho também discutirá o posicionamento de profissionais da área de
comunicação e das emissoras, visto que os programas com conteúdo apelativo ao sexo
possuem patrocinadores. Sabe-se que sexo é um tema de interesse e curiosidade entre os
mais diversos públicos, o que gera lucros significativos para as emissoras que veiculam
programas específicos, telenovelas e propagandas com a temática.
6. Metodologia
O documentário é um trabalho feito com texto, imagens e entrevistas, com a
intenção de registrar um acontecimento, fato ou características de uma determinada
localidade. Sua construção é uma mistura de diversos elementos audiovisuais, ou seja, não
é feita através de uma receita fixa que seja capaz de caracterizar todos os documentários. O
caráter autoral é a principal marca que identifica o documentário.
8. Segundo Melo (2002, p.4), este gênero possui três características fixas: o discurso
sobre real, o registro in loco e o caráter autoral.
Desde o século XIX, o documentário é um gênero audiovisual utilizado como forma
de expressão da sociedade e registro de acontecimentos. Ele se caracteriza por apresentar
determinado acontecimento ou fato, mostrando a realidade de maneira mais ampla e
apresentar um caráter interpretativo. O jornalista Walter Sampaio define o vídeo
documentário como um “estágio evolutivo do telejornalismo”.
A linguagem do documentário aproxima-se do cinema na medida em que as pessoas
que o executam ficam livres para definir os planos, enquadramento, iluminação, montagem
e edição, contudo se afasta abruptamente da linguagem cinematográfica por manter uma
forte relação de proximidade com a realidade, uso de cenários naturais e imagens de
arquivo. São exatamente essas características que garantem a autenticidade deste gênero
jornalístico.
O documentário com o tema “A influência da TV no desenvolvimento da
sexualidade” visa apresentar questões atuais, sem deixar de contextualizar o público sobre
as transformações ocorridas e comprovar a banalização presente nas emissoras nos últimos
anos.
As reflexões sobre o vídeo documentário englobam vários fatores, mas ainda não
existem modelos fechados que sirvam como parâmetros a serem seguidos. Contudo, entre
os pesquisadores há um consenso de que o gênero é fortemente marcado por aspectos
pessoais. Nesse sentido, a atuação do jornalista em produções documentais adquire o
caráter autoral que se contrapõe a definição do jornalismo imparcial e isento. Há, então,
uma maior possibilidade de entendimento dos telespectadores a respeito do assunto tratado
(sexo na TV, a influência disso para adolescentes e as relações de mercado).
9. No que diz respeito à coleta de dados, são considerados dados necessários para o
desenvolvimento do nosso projeto : o banco de imagens de programas de auditório,
novelas, jornais e seriados cujo público alvo são jovens; especialistas como médicos,
psicólogos, autoridades jurídicas, atores, , diretores de TV e apresentadores de programas, e
grupos de discussão com adolescentes sobre sexo, a programação da TV e como a
banalização do sexo os afeta. Além da pesquisa documental, há também a pesquisa
bibliográfica: livros, revistas e artigos especializados sobre sexualidade e também produção
de vídeo documentário. A leitura sobre temas como “sexo na TV” e “desenvolvimento da
sexualidade” é fundamental para a escolha dos entrevistados.
A coleta de dados para a elaboração do projeto envolve, portanto, fontes primárias e
fontes secundárias.As fontes primárias correspondem aos entrevistados (profissionais e
apresentadores de TV). Nomes como Jairo Bauer, Penélope Nova, Marta Suplicy, Benito
Lourenço (presidente da Associação Paulista de Adolescência) são possíveis fontes para
este. Já as fontes secundárias correspondem à leitura de bibliografia a respeito do tema e o
banco de imagens com programas e telenovelas.
Como já foi mencionado, serão selecionadas imagens de programas e telenovelas
que tenham como público alvo os adolescentes. Na TV aberta, alguns exemplos são as
novelas “Malhação” (Globo) e “Rebeldes” (SBT). Já nos canais pagos, focaremos o
programa “Ponto P”, da MTV e outros com conteúdo mais educativo, como o “Tudo sobre
Sexo com Dr. Drill”, da Discovery Channel.
Eventualmente, também serão abordados programas não necessariamente para o
público jovem, mas assistidos pelos adolescentes, como as telenovelas e outros programas
exibidos à noite. A audiência (índices do IBOPE) é um fator de peso para a escolha dos
10. programas a serem gravados para o banco de imagens. Quanto maior a audiência, maior é o
poder de influência desses programas sob o público, em geral.
Nosso propósito é estabelecer um diálogo entre essas imagens que revelam como o
sexo é apresentado a este público específico, e especializadas das diferentes áreas sobre a
questão, como os apresentadores desses programas. Como não poderia deixar de ser,
colocaremos em cena as reflexões dos próprios adolescentes, enquanto aqueles que
deveriam ser verdadeiramente os protagonistas dessa história.
7. Planejamento de execução
Mês Entrevistas Banco de Imagens e Roteiro
(2007) Edição
Julho - Gisele Cortês (Centro de - Gravação de programas Pré-roteiro
Referência da Mulher) e novelas
- Álvaro Filho (diretor e ator de
teatro)
Agosto - Sônia Gaban (Centro de Gravação de programas e
Referência do Adolescente) novelas
- Professor Wilson Pedro - Minutagem do banco
(psicologia)
- Benito Lourenço (presidente
Associação Paulista de
Adolescência)
Setembro - Juiz Heitor Ferreira Amparo -Gravação de programas
- Dirceu Jackson (diretor Rede e novelas
TV!) - Minutagem do banco e
- Padre entrevistas
Outubro - Penélope Nova (MTV) - Gravação de programas Roteiro
- Serginho Groisman (Rede e novelas final
Globo) - Minutagem do banco e
entrevistas
Novembro - Debate entre adolescente - Finalização Minutagens
11. - Pré-edição do vídeo
Dezembro Edição Final
Referências Bibliográficas
1. BOURDIEU, Pierre – “Sobre a Televisão” – JZE, 1992
2. FLORIBAL, Octavio. “Novos Rumos Para a Televisão no Brasil”, in Mercado Global,
Edição Especial, nº 98, 1995, p.12
3. MELO, Cristina Teixeira Vieira de. “O documentário como gênero audiovisual”.
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), 2002.
4. http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4000&ReturnCatID=1781
5. http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0092.asp
6. www.renatojanine.pro.br/tv
7. Constituição Federal de 1988 (disponível em www.anaccon.com.br)
8. http://www.pol.org.br/noticias/materia.cfm?id=717&materia=1090