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Dinâmica das pirâmides etárias
I) Estrutura Etária
1. Introdução
Jovens (do nascimento até 19 anos), adultos (de 20 até 59 anos) e idosos ou terceira idade (de 60
anos em diante) são as três faixas em que se costuma dividir a estrutura etária (por idades) de uma
população.
Podemos representar a estrutura etária de uma população por meio de um gráfico denominado
pirâmide etária. Esse gráfico fornece informações das faixas etárias e da proporção dos sexos em cada faixa;
um lado do gráfico representa as pessoas do sexo masculino e o outro, as do sexo feminino. Cada degrau da
pirâmide representa uma geração ou uma faixa de idades, cujo intervalo pode ser de um, dois ou mais anos.
Esse gráfico, portanto, representa as faixas de idade e os dois gêneros, masculino e feminino, de uma
população.
Nos países jovens, onde as taxas de natalidade e de mortalidade são elevadas, esse gráfico tem o
formato de um triângulo ou uma pirâmide típica, com uma base bem larga (o que indica elevada proporção
de crianças) e um topo estreito (por causa da pequena percentagem de idosos na população total). Nos
Estados desenvolvidos, onde as taxas de natalidade e de mortalidade são baixas — além da elevada
expectativa de vida —, esse gráfico já não se assemelha mais a uma pirâmide, mas a um retângulo na
vertical, com uma proporção de idosos praticamente igual ou superior à de crianças.
Com o tempo — mesmo que em alguns casos isso leve ainda algumas décadas —, praticamente todos
os países deixarão de ser jovens, no sentido de predomínio da faixa etária com menos de 19 anos de idade.
Isso porque, até mesmo nos Estados mais pobres, a tendência é haver diminuição das taxas de mortalidade e
de natalidade e um aumento da expectativa de vida, o que leva a um progressivo envelhecimento da
população. Por isso, a expressão "pirâmide etária" vai perdendo a razão de ser. Ela foi criada há cerca de um
século, em uma época em que até os países desenvolvidos tinham grande proporção de jovens no seu
efetivo demográfico — e, portanto, esse gráfico tinha formato piramidal para todas as nações, o que já
deixou de ser verdadeiro para uma boa parte delas.
 2. PIRÂMIDES ETÁRIAS – Elementos, faixas etárias, perfil, análise, comparação e evolução
São gráficos que representam a população de acordo com a idade e o sexo. Ao analisar uma pirâmide
etária, devemos observar o seguinte:
GEO. HUMANA II – ESTRUTURA ETÁRIA-SETORIAL E MIGRAÇÕES
3ª EM
PROFESSOR(A): SAUL
ALUNO(A):
DATA:___/____/_____SÉRIE/ANO
TURMA:
As nações que possuem, há várias décadas, baixos
índices de natalidade e mortalidade e uma expectativa de vida
elevada — caso dos países capitalistas desenvolvidos e de uma
parte dos ex–"socialistas" (Hungria, República Tcheca e outros)
— têm a maioria de sua população na faixa etária dos adultos
(entre 55% e 60% do total); a percentagem de idosos é
relativamente alta (mais de 15%); e a faixa dos jovens geralmente
está abaixo dos 30% do total da população.
Os países subdesenvolvidos, especialmente aqueles com
baixa expectativa de vida, apresentam uma maioria de população
jovem (50% ou mais), e a faixa dos idosos é muito reduzida
(nunca chega a 10% e, às vezes, nem a 5% do total).
I. Elementos
 a base representa a população jovem;
 o corpo corresponde à população adulta;
 o ápice mostra a população senil;
 à direita são representadas as mulheres, e, à esquerda, os homens;
 no eixo vertical estão representadas as idades e no eixo horizontal, o número de habitantes.
II. Faixas etárias
ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO (CLASSIFICAÇÕES MAIS UTILIZADAS)
Faixa Etária
Intervalos de idade
A B C
Jovens
Adultos
Velhos
0 a 14
15 a 59
60 e mais
0 a 14
15 a 64
65 a mais
0 a 19
20 a 59
60 e mais
III. Perfil
O perfil de uma pirâmide etária pode ser alternado em função dos seguintes fatores:
Principais








emortalidaddetaxa
natalidadedetaxa
vovegetatioCresciment
vidadeaExpectativ
Secundários :






−
naturaisscatástrofe-
aispopulacionmovimentos-
epidemias-
guerras
IV. Análise
Alterações demográficas que podemos observar analisando a evolução de uma pirâmide etária:
a. volume total da população absoluta;
b. proporção entre:
⇒ os sexos;
⇒ as faixas etárias.
c. mão-de-obra disponível para o mercado de trabalho no futuro;
d. evolução:
⇒ da expectativa de vida;
⇒ do crescimento vegetativo.
e. encargos sócio-econômicos bancados pelos adultos em relação:
⇒ aos jovens;
⇒ aos velhos.
f. deformações causadas por guerras, epidemias etc.
V. Comparação
2
Países













etc.Sudão,Bolívia,Egito,-izadosIndustrial-Não
etc.México,Argentina,Brasil,-izadosIndustrial
lvidosSubdesenvo
JapãoeZelândiaNovaAustrália,Canadá,EUA,
etc..)alemanha,(França,europeusOs-Antigos
dosDesenvolvi
Países
Crescimento
vegetativo
Taxa de
natalidade
Expectativa
de vida
Base da pirâmide
Ápice da
pirâmide
Desenvolvidos Baixo Baixa Alta
Menos larga do
que os
subdesenvolvidos.
Menos estreita do
que os
subdesenvolvidos.
Subdesenvolvidos Alto Alta Baixa
Mais larga do que
os desenvolvidos.
Mais estreita do
que os
desenvolvidos.
VI. Pirâmides mostrando as principais etapas na evolução demográfica
3
Os países desenvolvidos antigos tem um percentual de jovens menor ainda do que os desenvolvidos
recentes. E um percentual de idosos maior do que os recentes.
Os países subdesenvolvidos não–industrializados tem um percentual de jovens maior do que os
industrializados. E um percentual de idosos menor do que os países subdesenvolvidos
industrializados.
Evolução Relação jovens x adultos
A: em expansão % J > % A
B: em declínio % A > % J
C: estável % J ≅ % A
D: estável com efeito de guerra com deformação
3. PIRÂMIDES ETÁRIAS DO BRASIL
O processo de modernização (urbanização – industrialização) ocorrido no Brasil ao longo das quatro
últimas décadas acarretou significativas alterações na estrutura etária da população brasileira. A principal
alteração foi a diminuição do percentual de jovens, devido à redução das taxas de natalidade, e o aumento
do percentual de adultos e idosos, devido ao aumento da expectativa de vida.
As modificações ocorridas na estrutura etária da população brasileira nas últimas décadas alteraram,
de modo significativo, a pirâmide etária do Brasil. Ela se distanciou das pirâmides dos países
subdesenvolvidos e se aproximou das pirâmides dos países desenvolvidos.
A pirâmide etária do Brasil vem perdendo largura na base (queda da taxa de natalidade) e ganhando
largura no ápice (aumentando a expectativa de vida). No futuro poderemos ter uma carência de mão de obra
(redução de jovens) e já temos maiores gastos com aposentadoria (aumento nos idosos).
O Brasil não é mais um país de população jovem. A maior parte da nossa população já e constituída
de adultos.
Nas últimas décadas, aumentou o percentual de idosos e adultos e diminuiu a percentagem de jovens,
pois, em 1950, a distribuição era a seguinte: idosos, 4,6%; adultos. 43,1%; e jovens, 52,3%. Essa mudança se
deveu à diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade e ao aumento da expectativa de vida, fatos já
analisados anteriormente.
Dessa forma, podemos dizer que o Brasil se encontra no final do estágio de transição de país jovem
para maduro. Ele ainda não pode ser considerado plenamente um "país maduro", como os países
desenvolvidos, mas caminha a passos rápidos nessa direção. Todavia, a proporção de idosos no total
população (8,9%) ainda é pequena em comparação a países como Japão (26,3%), Suécia (23,5%) ou Estados
Unidos (16,9%); ela é mais semelhante à maioria dos Estados subdesenvolvidos.
Observe três pirâmides de idades do Brasil: uma de 1980, outra de 2000 e a de 2010. Elas demonstram
um progressivo amadurecimento populacional nas últimas décadas: a de 1980 constitui uma típica pirâmide
etária de país jovem; a de 2000 já sinaliza um avançado estágio de transição; e a de 2010 evidencia uma
população não mais jovem, na qual há considerável percentagem de idosos e uma menor proporção de
crianças.
Veja dados bem atuais do censo-2010
4
Os dados do Censo 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
indicam que, no máximo 40 anos, a pirâmide etária brasileira será semelhante à da França atual. O país terá
taxa de natalidade mais baixa e, com isso, média de idade maior. Há 50 anos, o país tinha o mesmo perfil
etário do continente africano hoje: muitos jovens e crianças. Desde então, a população do país cresce em
ritmo cada vez mais lento.
De acordo com o IBGE, a expansão demográfica média anual foi de apenas 1,17% nos últimos dez
anos, ante 1,64% na década anterior. Nos anos 60, era de 2,89%.
A população do país deve continuar a crescer por mais duas gerações até os anos 2030. Depois,
deve estacionar ou até diminuir.
O país deve começar a se preparar para as transformações que já acontecem em países como a
França. Temos a oportunidade de antecipar discussões como a da reforma da Previdência. Com um número
de pessoas em idade ativa menor do que o de idosos, a solvência do sistema ficará ameaçada. Porém, até
atingir esse estágio, o país será beneficiado pelo chamado “bônus demográfico”, caracterizado pela maior
presença de adultos na sociedade. O predomínio da população produtiva vai dar condições de minimizar o
impacto do envelhecimento nas contas públicas.
A redução do número de crianças deve permitir ao país melhorar acesso e qualidade da educação
sem aumentar muito os investimentos. Haverá também transformações no mercado de produtos e serviços.
Com mais adultos e idosos, são esperadas mudanças nos serviços de saúde, na construção civil e até em
lazer.
O país vai ter cada vez mais idosos levando vida ativa. A economia vai ter que se adaptar às novas
necessidades de consumo dessa população.
ATENÇÃO!!!! Envelhecimento da população do Brasil
A tendência de envelhecimento da população brasileira reflete-se no sistema previdenciário e na
dinâmica do mercado de trabalho. Houve aumento da taxa de atividade(porcentagem da PEA em relação ao
total de população) decorrente do aumento da população adulta. O tempo de contribuição era de 30 anos
para os homens e 25 anos para as mulheres em 1991, e em 1998 passou para 35 anos homens e 30 para as
mulheres, com diminuição de 5 anos para trabalhadores rurais nos casos de aposentadoria por idade e de
aposentadoria por tempo de contribuição.
Estrutura ocupacional e setorial
1. P.E.A × P.E.I
Do ponto de vista ocupacional, a população de um país pode ser dividida em dois
grandes grupos:
5
• População economicamente ativa (PEA) – constituída pelas pessoas de 10 ou mais anos de idade que
estão empregadas ou que estão à procura de emprego. Nos países desenvolvidos, a base para o cálculo
da PEA é 15 anos de idade ou mais, pois nesses países as pessoas em geral frequentam a escola até os
15 anos.
• População economicamente inativa (PEI) – representada pelas pessoas que não estão empregadas
(crianças, estudantes, aposentados etc.) ou que não exercem atividade econômica remunerada (donas-
de-casa etc.). Sob o ponto de vista econômico, a parcela da população, que é economicamente inativa
requer grandes investimentos sociais (escolas, aposentadoria etc.).
2. SETORES DE PRODUÇÃO
As atividades econômicas geralmente são classificadas em três setores:
• Setor primário – que compreender a agricultura, a pecuária e o extrativismo;
• Setor secundário – que compreende as atividades industriais (indústria de transformação,
indústria mineradora e construção civil);
• Setor terciário ou de prestação de serviços – compreende o comércio, os bancos, o
funcionalismo público, os transportes, a educação, a propaganda etc. Esse setor complementa os
dois primeiros, pois permite ou induz ao consumo dos produtos e exerce um papel fundamental no
aumento da produtividade.
Nota: Em muitos países de grande tecnologia é usado o setor quaternário. O setor quaternário é o setor dos
serviços relacionados à informação e à pesquisa. Abrange as atividades intelectuais da tecnologia, como
geração e troca de informação, educação, pesquisa e desenvolvimento e a alta tecnologia em si,
anteriormente incluídas no setor terciário como serviços. Este setor se destaca, principalmente, nos países
desenvolvidos uma vez que necessita de mão de obra preparada tecnologicamente. Países como Coréia do
Sul, Japão, EUA e Inglaterra estão nas mais altas posições.
Atenção – Diferenças entre Primeiro Setor, Segundo Setor e Terceiro Setor
O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado,
responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas
questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o
terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como
objetivo gerar serviços de caráter público.
Em resumo:
A organização de uma sociedade constituída comporta três âmbitos ou setores, a saber:
1º) O Primeiro Setor corresponde à emanação da vontade popular, pelo voto, que confere o poder ao
governo;
2º) O Segundo Setor corresponde à livre iniciativa, que opera o mercado, define a agenda econômica
usando o lucro como instrumento;
3º) O Terceiro Setor corresponde às instituições com preocupações e práticas sociais, sem fins lucrativos,
que geram bens e serviços de caráter público, tais como: ONGs, instituições religiosas, clubes de serviços,
entidades beneficentes, centros sociais, organizações de voluntariado etc.
Seria enganoso achar que somente o primeiro e o segundo setores operam com dinheiro, como se o
terceiro setor pudesse renunciar a este instrumento. O que caracteriza cada setor em face dos recursos
financeiros é o seguinte:
6
- Primeiro Setor: dinheiro público para fins públicos;
- Segundo Setor: dinheiro privado para fins privados;
-Terceiro Setor: dinheiro privado para fins públicos (nada impede, todavia, que o poder público destine
verbas para o Terceiro Setor, pois é seu dever promover a solidariedade social). Este setor movimenta mais
de um trilhão de dólares por ano, o que o coloca na posição de oitava economia mundial, se comparado ao
PIB das nações mais ricas.
NOTAS DO PROFESSOR:
I. Atualmente, com a revolução tecnocientífica, existe ume tendência em redividir os setores de atividade
econômica em quatro, incluindo, além dos três citados, o setor quaternário, que abrange a pesquisa de
alto nível (biotecnologia, robótica, aerospacial etc.) desenvolvida em universidades, laboratórios e
empresa.
II. Os setores Primário e Secundário compõem a esfera da produção de bens. O Setor Terciário compõe a
esfera da circulação de bens, serviços e informações. O processo de desenvolvimento econômico, sob o
impulso da expansão da produtividade, expressa–se nas contínuas transferências da PEA dos setores
dedicados à produção para o setor dedicado à circulação.
III. A proporção da população ativa empregada no Setor Primário é um dos principais indicadores do estágio
de desenvolvimento das economias nacionais. Nos países desenvolvidos, a parcela da PEA absorvida pela
agropecuária é sempre inferior a 10%. No extremo oposto, a maior parte dos países da África e da Ásia
meridional apresenta estruturas setoriais dominadas pelas atividades agropecuárias. Na América Latina,
de modo geral, aparecem estruturas setoriais ainda marcadas pelo peso do emprego no Setor Primário.
IV. O setor secundário era considerado o mais importante pelo menos até os anos 1970, no auge da
Segunda Revolução Industrial. Tradicionalmente, ele é considerado o que indica o peso da indústria na
economia do país. Assim, todo país muito industrializado já chegou a ter um mínimo de 30% de sua
população economicamente ativa no setor secundário. Com a Terceira Revolução Industrial em
andamento, acompanhada por intensa robotização (substituição de mão de obra por robôs, algo muito
mais intenso nas fábricas), essa percentagem vem diminuindo bastante nos países desenvolvidos.
Muitas profissões importantes até os anos 1970 — como inúmeras do setor metalúrgico, por exemplo —
hoje em dia estão em via de extinção, pois as máquinas já fazem o serviço melhor que os trabalhadores
com nenhuma ou pouca especialização, e o produto final, na maioria dos casos, sai até mais barato.
V. O setor terciário é o mais complexo e problemático dos três, pois é muito amplo, engloba atividades
muito diversas e, às vezes, até discrepantes, tanto atividades modernas (setor financeiro, firmas que
elaboram programas para computadores, assessorias diversas, universidades, etc.) quanto atividades
tradicionais (camelos, biscateiros, subempregados). Nos países desenvolvidos, esse setor é grande e vem
crescendo cada vez mais: nos Estados Unidos, por exemplo, empregava 60% da população
economicamente ativa em 1980 e 75,6% em 2005; no Reino Unido, empregava 57% da força de trabalho
total em 1980 e 78% em 2005.
O terciário é o setor do futuro (já do presente em muitos países), que deverá empregar a maioria da
população mundial no decorrer do século XXI, pois o meio rural moderno necessita de pouca mão de
obra e o setor industrial vem sendo robotizado. Mas o setor terciário é muito complexo e diversificado,
abrangendo inúmeras atividades diferentes.
VI. Generalizando, podemos afirmar que, nos países desenvolvidos, o setor terciário é constituído por
pessoas muito especializadas, geralmente com curso superior. Nos países subdesenvolvidos, coexistem
um setor terciário moderno e um arcaico, fruto de intenso crescimento urbano sem a geração de
empregos no mesmo ritmo. Isso ocasionou uma série de atividades denominadas subemprego, como os
"guardadores de carro" nas ruas, os "vendedores de semáforos" (que fazem seus pontos nos semáforos),
os diversos tipos de vendedores ambulantes, os camelos, os biscateiros, etc. Esse fato, denominado
hipertrofia do setor terciário, vem aumentando consideravelmente no Brasil.
3. ALTERAÇÕES NOS SETORES DE PRODUÇÃO
As transformações de uma economia alteram a distribuição da população economicamente ativa pelos
setores primário, secundário e terciário. Seu estudo fornece uma “radiografia” da economia e, entre vários
elementos, a mobilidade da força de trabalho de um setor para outro, permitindo uma análise da estrutura
econômica e de suas tendências.
Entre os fatores que causam alterações na estrutura da população segundo os setores de
produção, podem-se destacar:
• a industrialização;
• a urbanização;
• a modernização do setor primário, como, por exemplo, a mecanização da agricultura e as mudanças nas
7
relações de trabalho no campo;
• expansão no setor de serviços;
• avanço tecnológico (Terceira Revolução Industrial) no setor secundário (diminui a necessidade de mão
de obra);
• pressão demográfica no campo (péssima distribuição das terras no campo e muita mão de obra ociosa
no meio rural).
4. DESEMPREGO: CONJUNTURAL × ESTRUTURAL
O desemprego é classificado em duas categorias: conjuntural e estrutural. Quando a conjuntura
econômica é desfavorável – recessão econômica, desemprego elevado, redução nos índices de consumo ,
muitos trabalhadores são dispensados de seus postos, mas os empregos podem ser recuperados, caso a
situação econômica melhore, por meio de investimentos para a criação de novos postos de trabalho. Usando
outro exemplo, uma seca prolongada, uma forte geada, ou qualquer outra adversidade que provoque
redução da produção agrícola faz com que um número menor de pessoas seja empregado no setor. Caso a
produção volte a crescer, o número de postos também aumentará. Esse é o desemprego conjuntural.
Já o desemprego estrutural é provocado pelo desenvolvimento de novas tecnologias, que extinguem
definitivamente muitos postos de trabalho. A robotização e a informatização, por exemplo, substituem os
trabalhadores por máquinas em indústrias e bancos. Nessas situações, os postos de trabalho estão
estruturalmente extintos e determinadas funções deixam de existir.
5. TERCEIRIZAÇÃO DA ECONOMIA
Consiste no repasse de atividades de produção consideradas não estratégicas pelas grandes
corporações a outras empresas, que devem realizadas dentro dos padrões de qualidade impostos pela
contratante, com a finalidade principal de baixar os custos e melhorar os serviços.
Aspectos positivos:
a)gera a desburocratização;
b)alivia a estrutura organizacional;
c)proporciona melhor qualidade na prestação de serviços, contribuindo para a melhoria do produto
final;
d)traz mais especialização na prestação de serviços;
e)proporciona mais eficácia empresarial;
f)aumenta a flexibilidade nas empresas;
g)proporciona mais agilidade decisória e administrativa;
h)simplifica a organização;
i)incrementa a produtividade;
j)tem como uma das suas consequências a economia de recursos: humanos, materiais, de instrumental,
de equipamentos, econômicos e financeiros.
Aspectos negativos:
a)aumento do risco a ser administrado;
b)dificuldade no aproveitamento dos empregados já treinados;
c)demissões na fase inicial;
d)falta de parâmetros de preços nas contratações iniciais;
e)desgaste na relação com sindicatos;
f)má escolha de parceiros;
g)má administração do processo;
h)aumento da dependência de terceiros.
ATENÇÃO!!!!!! A Índia : destaque mundial em terceirização de serviços
Na década de 2000, nenhum país se destacou tanto como a Índia no campo da terceirização de
serviços. Muitos serviços de telemarketing, agendamentos de passagens aéreas e informações de
empresas que operam nos EUA são realizados por indianos, do outro lado do mundo. Para as empresas
de informática e telecomunicações, os funcionários com perfil dos indianos apresentam grandes
vantagens. Eles falam inglês com fluência, têm bom treinamento na área de tecnologia e,
principalmente, aceitam salários muito baixos.
ATENÇÃO!!! Relações de trabalho no mundo globalizado
- globalização da economia gera maior concorrência entre as empresas: disputa pelo mercado em escala
global;
8
- concorrência gera melhorias na qualidade do produto e queda do preço, porém pode provocar mudanças na
relação de trabalho, que muitas vezes é prejudicial aos trabalhadores;
- uma dessas mudanças é a necessidade de fazer uma reestruturação das empresas: mudanças – organização,
gerenciamento e inovações tecnológicas;
- reestruturação das empresas envolve:
1)Reengenharia – reorganização da empresa: mudanças para torná-la mais competitiva, estabelecimento de
metas e com o objetivo de reduzir custos e uma oferta mais eficiente de seus produtos;
2)Terceirização
a) uma empresa contra outra, denominada terceira;
b) redução de custos:
c) a empresa mantém o foco em sua atividade econômica principal;
d) exemplos: empresas que prestam serviços no setor de limpeza e fornecimento de alimentos.
- a reestruturação tem como objetivos principais tornar as empresas mais flexíveis e competitivas;
- nesse processo as empresasse equipam para que possam manter e ampliar suas margens de lucros, o que
tem contribuído para o aumento do desemprego e precarização das relações de trabalho. Veja algumas formas
de precarização:
a)subcontratação e subemprego
b)aumento do trabalho informal;
c)aumento da rotatividade ou mobilidade de mão de obra;
- de maneira geral, as mudanças decorrentes da reestruturação empresarial causaram a flexibilização das
relações de trabalho e a redução de custos para a empresa, e se adequaram à globalização econômica.
6. ECONOMIA INFORMAL E SUBTERRÂNEA
A economia informal corresponde ao conjunto de atividades não regulamentadas, sem carteira
assinada e muitas vezes sem acesso aos direitos trabalhistas. Fazem parte os trabalhadores que não
participam do sistema tributário – não pagam impostos (economia subterrânea)
7. REALIDADE DO MUNDO DESENVOLVIDO: TERCIARIZAÇÃO DA ECONOMIA
• Predomínio da PEA no Terciário: cresceu e desenvolveu
8. DA INDÚSTRIA PARA OS SERVIÇOS
Nos países desenvolvidos, a modernização da economia rural começou no século XIX, acompanhando
a Revolução Industrial. A revolução nas técnicas agrícolas expeliu força de trabalho para as cidades, onde se
constituíram os mercados consumidores que alicerçaram o desenvolvimento da indústria, do comércio e dos
serviços. Os países desenvolvidos se encontram, em geral, nos níveis mais elevados de urbanização.
Atualmente, com raras exceções, a modernização da economia rural já se completou. O Setor Primário
apresenta uma absorção mínima de força de trabalho. A estrutura setorial dos países desenvolvidos é típica:
todos apresentam amplo predomínio do Setor Terciário na absorção da população ativa. Essa estrutura
corresponde a economias pós-industriais estabelecidas em sociedades de consumo.
9
Nos países desenvolvidos, o predomínio do Setor Terciário reflete um estágio da economia marcado
pela enorme importância das atividades financeiras e comerciais e pela prestação de serviços
especializados. O elevado poder aquisitivo do mercado estimula e sustenta o conjunto dessas atividades,
ligadas à circulação de mercadorias e de serviços. Nesses países, a expansão do Setor Terciário concentra-se
em atividades baseadas na elevada qualificação do trabalho e em tecnologias modernas — e não no
pequeno comércio nem nos serviços domésticos e pessoais tradicionais.
O percurso histórico até essa estrutura de distribuição setorial da PEA exigiu, antes de tudo, uma
contínua transferência de força de trabalho do Setor Primário para os setores Secundário e Terciário.
Mais tarde, processou-se a transferência de força de trabalho do Setor Secundário para o Setor
Terciário, que prossegue sob o impulso da revolução tecnocientífica.
9. REALIDADE DO MUNDO SUBDESENVOLVIDO: HIPERTROFIA DO TERCIÁRIO
10. BRASIL
BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO ATIVA POR SETORES DE ATIVIDADE (%)
Setor 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2012
Primário
Secundário
Terciário
70,2
10,0
19,8
60,7
13,1
26,2
54,0
12,7
33,3
44,2
17,8
38,0
29,0
25,0
46,0
22,5
23,0
54,5
24,2
19,3
56,5
14,2
22,7
63,1
• Setor primário: por causa dos processos de mecanização das lavouras e da concentração fundiária, um
grande número de trabalhadores rurais deixou o campo, dirigindo-se para as cidades em busca de
emprego na indústria, no comércio e na prestação de serviços.
• Setor secundário: cresceu substancialmente até o final da década de 1970, quando passou a perder
trabalhadores, em especial para o setor terciário, devido principalmente à automação das linhas de
produção e mais recentemente à concorrência com produtos industrializados importados, o que fez
aumentar o desemprego no setor.
• Setor terciário: é o que mais vem absorvendo a PEA tanto de trabalhadores rurais quanto de
trabalhadores urbanos, principalmente nas atividades informais. É um setor hipertrofiado, subterrâneo
(muitos não pagam impostos) e com excesso de mão de obra desqualificada.
11. EXPANSÃO DO SETOR INFORMAL DO BRASIL
Uma das consequências do crescimento das taxas de desemprego no Brasil foi a expansão do
chamado setor informal da economia. Também as migrações rural-urbanas contribuíram para a expansão
desse setor, que se concentra basicamente nas grandes e médias cidades. Denomina-se economia informal
— geralmente situada no comércio e nos serviços, isto é, no setor terciário — aquela que se encontra à
margem da legalidade: pessoas que não possuem carteira de trabalho assinada nem pagam a contribuição
social do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social); firmas que não possuem os documentos necessários e
não recolhem impostos. Isso não quer dizer que é um setor que pratica o crime, tal como o narcotráfico, que
também é uma forma de economia informal, embora bastante diferente das demais.
São pessoas ou famílias — e também pequenos grupos de pessoas que, em conjunto, montam uma
firma — que não conseguem ou não querem atividades ou empregos formais e vivem na informalidade,
como vendedores de sanduíches ou doces nos seus carros utilitários, motoristas de vans que transportam
grupos de pessoas, barracas de comércio nas ruas, prestadores de serviços diversos (eletricistas,
encanadores, pedreiros, técnicos de computador, professores de idiomas, tradutores, etc.) sem registro nem
recibo legal (isto é, com o número de inscrição no imposto de renda da pessoa ou firma), empregados
domésticos não registrados, etc.
10
Segundo dados de 2005, cerca de 56% dos trabalhadores brasileiros — isto é, da população ocupada
— não possuem registro em carteira de trabalho, o que significa que estão na informalidade. É uma
percentagem assustadora, bem maior que no passado e que indica que eles também não contribuem para
a Previdência Social. E o pior é que essa percentagem tende a aumentar cada vez mais: uma pesquisa de
2003 na Grande São Paulo, por exemplo, mostrou que para cada 100 novos empregos gerados, 77 deles
eram na informalidade.
A expansão da economia informal no Brasil decorre de várias causas. Uma delas são as mudanças no
mercado de trabalho, com a robotização, a informatização, a terceirização e a eliminação de uma boa parte
dos empregos no setor formal. Outra é o medíocre desempenho da economia nacional, que não tem gerado
empregos em número suficiente. Outra ainda é que uma grande parte dos empregos formais exige uma
qualificação cada vez maior dos candidatos — certo grau de estudos ou alguma especialização. E, por fim,
existe a questão do excesso de impostos que recai sobre as pessoas e as empresas formais no Brasil, algo
que, indiretamente, estimula a informalidade.
Políticas migratórias
1. INTRODUÇÃO
O crescimento demográfico de um país resulta do crescimento vegetativo acrescido do contingente de
imigração (pessoas que entram em outro país para nele viver) e com a subtração do contingente de
emigração (pessoas que saem de seu país de origem para viver em outro país).
As razões que levam as pessoas a migrar são inúmeras, podendo ser determinadas por diversos
fatores:
• políticos — por exemplo, problemas de fronteira, formação de novas nações (ex-lugoslávia,
Israel) ou terra civil (Afeganistão, Serra Leoa, Sudão), que geram divergências, perseguições (caso dos
curdos) e até expulsão de populações inteiras de seu território;
• conflitos religiosos ou étnicos — como a perseguição de judeus no século XX, no período das
guerras mundiais, que provocou emigrações da Europa; ou os que ocorreram na Bósnia (1992) e na ex-
Iugoslávia (1999);
• naturais — as emigrações provocadas por catástrofes naturais (enchentes, terremotos, erupções
vulcânicas, secas);
• econômicos — que são, sem dúvida, os fatores predominantes. As pessoas muitas vezes migram
em busca de trabalho e de melhores condições de vida. Nas primeiras décadas do século XX, devido a
uma crise econômica, o Japão tomou-se um país de emigração. Em poucas décadas, com a recuperação
econômica, ele passou a ser um país de imigração.
11
As migrações costumam ser classificadas quanto ao tempo de duração e quanto ao espaço de
deslocamento. Em relação ao tempo de duração, as migrações podem ser:
• migrações definitivas — quando o migrante se estabelece de forma permanente no local de seu
destino, como é o caso, no Brasil, dos imigrantes italianos, japoneses, e das emigrações de nordestinos
para outras regiões do país;
• migrações temporárias — podem ser diárias, sazonais (dependem da estação do ano) e por tempo
indeterminado, ou seja, sem tempo certo para voltar, como no caso de migrantes que permanecem
algum tempo no exterior e acabam voltando a seu país.
Em relação ao espaço de deslocamento, as migrações podem ser classificadas em migrações internas
ou nacionais, quando ocorrem dentro de um mesmo país, e migrações externas ou internacionais,
quando implicam a travessia de uma ou mais fronteiras internacionais.
2. MIGRAÇÕES EXTERNAS
I. Introdução
O desenvolvimento do capitalismo acelerou os movimentos migratórios. Com a colonização dos
séculos XVI e XVII, ocorreram migrações espontâneas de povoamento (resultado da política de expansão
imperialista e da partilha dos impérios coloniais) e migrações forçadas, como foi o caso do comércio de
escravizados africanos, atividade que transferiu milhares de pessoas de seu continente de origem para outros
continentes. Outras migrações não exatamente forçadas, mas que resultam de constrangimentos, podiam
ocorrer em consequência de guerras, perseguições políticas, falta de condições que satisfaçam as
necessidades básicas (o desemprego, por exemplo) e negação do acesso à terra (no caso do êxodo rural).
A partir do século XVIII, em especial durante o século XIX e na primeira metade do século XX, o mundo
conheceu um movimento migratório de grandes proporções. Nesse período, cerca de 60 milhões de
europeus migraram para todas as partes do mundo, sobretudo para a América e para a Oceania. Milhões de
asiáticos (chineses, indianos, japoneses e árabes) também migraram para a América (chineses para os EUA,
indianos para as Guianas, japoneses para o Brasil) e outros continentes.
Podemos dizer, então, que durante muito tempo a Ásia e a Europa desempenharam um papel
tipicamente emigratório ou de repulsão populacional, ao passo que a América e a Oceania foram
imigratórios ou de atração. Na África, além das migrações forçadas relacionadas ao processo de colonização,
um grande número de trabalhadores (marroquinos, argelinos etc.) tem se dirigido principalmente para a
Europa.
A superação de um longo período marcado por constantes epidemias, fome, guerras, perseguições
políticas e religiosas e a prosperidade alcançada no período pós- segunda Guerra Mundial fizeram com que
a Europa passasse de áreas tradicionalmente repulsiva para uma das mais importantes áreas de atração
populacional da atualidade.
As melhores condições estruturais dos países desenvolvidos ajudam a compreender que não foi por
acaso que esses países se transformaram em áreas de atração, enquanto países subdesenvolvidos ou
mercados emergentes como o Brasil e a Argentina, tradicionais áreas atrativas, são agora repulsivas (os dois
países atravessam um longo período de estagnação e de crises econômicas).
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos não somente a ida de milhares de pessoas em
direção à Europa (principalmente Alemanha) e ao Japão, mas também o seu retorno.
Os Estados Unidos são um dos países que mais recebem imigrantes. Devido a problemas econômicos
e à falta de oportunidades, uma grande escalada migratória tem se estabelecido do México para os Estados
Unidos.
As migrações externas mais comuns são:
1ª- dos países pobres para os países ricos;
2ª- dos países pobres para outro pobre.
II. Fenômenos importantes observados no contexto das migrações externas
a) as remessas de recursos – os imigrantes remetem para os seus países de origem parte do que
ganham;
b) a fuga de talentos ou de cérebros – com a globalização da economia (e a consequente expansão
do comércio e das empresas transnacionais), os países desenvolvidos atualmente têm requisitado
trabalhadores especializados (executivos, administradores, especialistas em informática e comércio,
pesquisadores etc.), que saem dos países periféricos e se dirigem para os países centrais;
c) o racismo e a xenofobia – A retomada da imigração na Europa e nos Estados Unidos, a partir da
década de 1980, coincidiu com um novo momento social e econômico dos países mais
desenvolvidos. A diminuição no ritmo de crescimento econômico e mudanças tecnológicas
12
ocasionaram um aumento do desemprego. Por isso, os imigrantes passaram a ser vistos como
concorrentes, que poderiam ameaçar os empregos e os salários da população nativa. A constatação
de que a população de origem estrangeira nesses países já era volumosa também ampliou o temor
de que a cultura, os hábitos e o modo de vida local se modificassem. Disseminaram-se os
movimentos xenófobos, que pregam o repatriamento dos estrangeiros, a negação da cidadania aos
filhos desses estrangeiros nascidos na nova terra e a violência contra os diferentes grupos de
imigrantes.
d) desterritorialização
O caso de populações inteiras expulsas de seus territórios, o que ocorre em geral em países da Ásia
e da África, constitui o processo de desterritorialização. Esses povos sem-território, minorias oprimidas,
dispersos por outros países, procuram um lugar para chamar de pátria, palavra que significa o lugar de
nascimento e com o qual as pessoas se identificam. Desenraizados, muitas vezes acuados, privados de
seus direitos de cidadania, esses refugiados vivem em condições precárias.
Atualmente são cada vez mais constantes os processos de desterritorialização, nos quais as pessoas
são brigadas a sair de seu Estado. Esse processo muitas vezes resulta no desenraizamento do antigo
território, com a perda das raízes culturais e dos vínculos afetivos com o lugar. Nas décadas de 1990,
ocorreu o processo inverso: 10 milhões de pessoas voltaram para seus países. A reterritorialização muitas
vezes não representa a volta à mesma territorialidade, pois as pessoas retornam a seu país em condições
muito mais precárias.
Ex.: Afeganistão, Iraque, Uganda, Somália, Ruanda etc.
ATENÇÃO!!!! O Tratado de Schengen – estabelecido em 1985.
Acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre uma política de
abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários. Um total de 30
países, incluindo todos os integrantes da União Europeia (exceto Irlanda e Reino Unido) e três países
que não são membros da UE (Islândia, Noruega e Suíça), assinaram o acordo de
Schengen. Liechenstein, Bulgária, Roménia e Chipre estão em fase implementação do acordo. A área
criada em decorrência do acordo é conhecida como espaço Schengen e não deve ser confundida com
a União Europeia. Trata-se de dois acordos diferentes, embora ambos envolvendo países da
Europa. De todo modo, em 02 de outubro de 1997 o acordo e a convenção de Schengen passaram a
fazer parte do quadro institucional e jurídico da União Europeia, pela via do Tratado de Amsterdão. É
condição para todos os estados que aderirem à UE aceitarem as condições estipuladas no Acordo e
na Convenção de Schengen.
O acordo de Schengen foi assim denominado em alusão a Schengen,
localidade luxemburguesa situada às margens do rio Mosela e próxima à tríplice fronteira
entre Alemanha, França e Luxemburgo (este último representando o Benelux, onde já havia a livre
circulação). Ali, em junho de 1985, foi firmado o acordo de livre circulação envolvendo cinco países,
abolindo-se controles de fronteiras, de modo que os deslocamentos entre esses países passaram a
ser tratados como viagens domésticas.
Posteriormente, o Tratado de Lisboa, assinado em 13 de dezembro de 2007, modificou as regras
jurídicas do espaço Schengen, reforçando a noção de um "espaço de liberdade, segurança e justiça",
que vai além da cooperação policial e judiciária e visa a implementação de políticas comuns no tocante
a concessão de vistos, asilo e imigração, mediante substituição do método
intergovernamental pelo método comunitário.
Embora teoricamente não haja mais controles nas fronteiras internas ao espaço Schengen, esses
controles podem ser reativados temporariamente caso sejam considerados necessários para a
manutenção da ordem pública ou dasegurança nacional. Os países signatários reforçaram os controles
13
das fronteiras externas ao espaço Schengen, mas, por outro lado, cidadãos estrangeiros que
ingressem como turistas ou que obtenham um visto de longo prazo para qualquer um dos países
membros podem circular livremente no interior do espaço.
O Espaço Schengen permite a livre circulação de pessoas dentro dos países signatários, sem a
necessidade de apresentação de passaporte nas fronteiras. Mesmo que não haja controle nas
fronteiras, os cidadãos residentes nos países signatários devem, por norma, portar um documento
legal de identificação, como o bilhete de identidade. Para os turistas de países não signatários, a prova
de identidade é sempre o passaporte ou, no caso de longa permanência, o documento legal
substitutivo, emitido pelas autoridades de imigração de um dos países signatários.
O espaço Schengen não se relaciona com a livre circulação de mercadorias (embargos, etc.).
Nesse caso, a entidade mediadora é a União Europeia, bem como os governos dos países membros
que não participam do bloco econômico.
Notas do professor:
1. A crise econômica que atingiu e atinge um grande grupo de países subdesenvolvidos, a situação de
extrema pobreza dos povos da África central e o fim do regime socialista nos países da Europa central e
oriental originaram fluxos migratórios de ordem econômica em direção aos países que ofereciam melhores
oportunidades de vida e de trabalho. Esses movimentos se mantêm até hoje.
2. Os principais polos de atrações de imigrantes correspondem aos países mais desenvolvidos da União
Europeia, da América Anglo-Saxônica (Estados Unidos e Canadá) e da Oceania (Austrália e Nova Zelândia);
os produtores de petróleo do Oriente Médio e o Japão (que só se inseriu no conjunto dos países de
imigração no inicio dos anos 90).
3. Podemos classificar as migrações internacionais ou externas em três diferentes tipos.
⇒ As migrações Sul-Norte referem-se às populações que deixam os países pobres, esperando encontrar
melhores condições de vida nos países mais ricos. Há quatro fluxos principais: da América Latina para
a América do Norte, principalmente para os Estados Unidos; da África e da Ásia para a Europa
Ocidental e para os países produtores de petróleo do Oriente Médio; de vários continentes para a
Austrália.
⇒ As migrações Sul-Sul envolvem as populações que deixam seus países de origem e vão a um outro
pais do Hemisfério Sul com melhores condições econômicas e sociais: africanos indo para a Costa do
Marfim e África do Sul ou Indonésios dirigindo-se para a Malásia.
⇒ As migrações Norte-Norte ocorrem, por exemplo, da Europa para a América Na Anglo-Saxônica e
são consequência da globalização que vem gradualmente integrando as economias nacionais ao
mercado mundial.
4. Os Estados Unidos, pais que mais recebeu imigrantes no continente americano e nação que se constitui
pela variedade de povos de origem europeia, asiática, africana e, posteriormente, latino-americana, têm,
tomado medidas para estancar a entrada de novos grupos.
Entre os imigrantes clandestinos, destacam-se os braceros, mexicanos que ingressam ilegalmente ao país
em busca de trabalho pouco qualificado. Para conter esse fluxo, o policiamento da fronteira entre o México
e os Estados Unidos, delimitada em parte pelo Rio Grande, foi reforçado desde a década de 80. Mesmo
porque migrantes de outros países latino-americanos também costumavam utilizar a fronteira mexicana
para entrar clandestinamente nos EUA.
5. A década de 90 obrigou os Estados Unidos receberam uma grande quantidade de imigrantes cubanos. A
crise que envolveu a ex-URSS e os países do Leste europeu no final dos anos 70 teve reflexos imediatos na
economia cubana. Cuba perdeu o mercado preferencial, representado pelos países socialistas, de seus
produtos de exportação, como açúcar e fumo, além da ajuda financeira anual que recebia da antiga URSS.
Por outro lado, a manutenção do embargo econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos, desde o inicio
dos anos 60, colocou a economia cubana num beco sem saída. Nos primeiros anos que se seguiram à
Revolução de 1959, Cuba havia fornecido um grande número de refugiados políticos aos Estados Unidos. A
partir da década de 90, passou a afugentar aqueles que não suportavam a escassez gerada pela crise
econômica. Milhares de pessoas saíram da ilha, em pequenos barcos em direção à península da Flórida,
14
Devido à precariedade das fugas em embarcações, muito não sobreviveram. Esses imigrantes surgidos da
crise econômica cubana ficaram mundialmente conhecidos pela denominação de balseros.
6. Os descendentes dos japoneses que imigraram para o Brasil chamam-se nikkei, sendo os filhos nissei, os
netos sansei e os bisnetos yonsei. Os nipo-brasileiros que foram ao Japão trabalhar a partir do fim dos anos
80 são denominados dekassegui.
III. BRASIL: PASSADO DE IMIGRAÇÃO, PRESENTE DE EMIGRAÇÃO
1. Processo imigratório do Brasil
Diversas causas contribuíram para a implantação do processo imigratório no país. As principais foram:
• necessidade de povoar e ocupar o território, já que o mesmo era muito extenso e a população
escassa;
• necessidade de mão de obra e a dificuldade cada vez maior de se obter escravos, a partir de
1815 (pressões da Inglaterra) e principalmente após 1850 (proibição definitiva do tráfico
negreiro);
• predomínio de negros no país, o que não era visto com bons olhos pela Corte, .
A imigração brasileira pode ser dividida em três períodos principais:
• 1808. Corresponde à chegada da família real, à promulgação do decreto de concessão de terras
e estrangeiros e à chegada dos açorianos;
• 1850. Proibição do tráfico de escravos (Lei Eusébio de Queirós);
• 1930-34. Corresponde à revolução brasileira (de 1930) e à criação das leis da imigração (1934).
No 1.º período (1808 – 1850), a imigração foi muito pequena, por causa principalmente da facilidade
de obtenção de escravos e, ao mesmo tempo, por causa do desinteresse e temor do europeu de emigrar
para um país escravocrata. Durante todo este período o país recebeu menos de 10% do total de imigrantes.
No 2.º período (1850 – 1930) foi o mais importante de todos, por causa:
• da proibição do tráfico de escravos a partir de 1850;
• do desenvolvimento da cafeicultura, que exigia numerosa mão de obra;
• dos incentivos por parte do governo – que custeava as despesas com o transporte dos
imigrantes –, e também de alguns fazendeiros que assumiam as despesas dos imigrantes
durante o primeiro ano de trabalho;
• da abolição da escravidão (1888).
Neste período, o Brasil recebeu quase 80% da população imigrada. Em toda a história da imigração, a
década mais importantes em termos numéricos foi a de 1890-1900, com 1.129.315 imigrantes (cerca de 20%
do total), na maior parte italianos (678.761), por causa da crise econômica e do desemprego na Itália.
O 3.º período (após 1930) é caracterizado pela diminuição progressiva da imigração, em virtude de
fatores como:
• a crise econômica de 1929, provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque e a
consequente crise econômica da cafeicultura no Brasil, além da crise política e social gerada pela
revolução de 1930;
• as leis de imigração criadas na Constituição de 1934, que dificultaram e restringiram a entrada de
imigrantes. Exemplos:
a) Lei de Cotas de Imigração – a partir de 1934 só poderia entrar no país 2% do total de
imigrantes entrados nos últimos 50 anos, por nacionalidade;
b) 80% dos imigrantes de cada nacionalidade deveriam ser agricultores;
c) seleção doutrinária ou ideológica do imigrante.
• a 2.ª Guerra Mundial e a posterior recuperação econômica da Europa, que provocou uma
reorientação dos fluxos imigratórios, isto é, a partir da década de 50 a maior parte dos migrantes
europeus (portugueses, espanhóis, italianos etc.) passaram a dar preferência aos países
europeus, notadamente aqueles de economias mais fortes, tais como a Alemanha, França e
Inglaterra.
Assim, com a grande redução da imigração, o aumento da população brasileira passou a depender
basicamente do crescimento vegetativo, e a demanda de mão de obra a ser suprimida pelos próprios
brasileiros.
Geograficamente, as regiões que mais receberam imigrantes foram as Sudeste e Sul.
O Estado de São Paulo recebeu cerca da metade do total de imigrantes entrados no país.
De acordo com a nacionalidade, os imigrantes mais numerosos entrados no Brasil foram, pela ordem,
os seguintes: portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e alemães.
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Dentre os países americanos, os que mais receberam imigrantes foram os Estados Unidos, seguidos
pela Argentina, pelo Canadá e pelo Brasil.
BRASIL – PRINCIPAIS GRUPOS DE IMIGRANTES E ÁREAS DE FIXAÇÃO
Imigrante Área de fixação
Portugueses
Praticamente em todo o país, em especial no Rio de Janeiro, com
preferência pelas cidades em relação ao campo.
Italianos
São Paulo (capital e interior), Rio Grande do Sul (Bento Gonçalves,
Garibaldi, Caxias do Sul) e Santa Catarina (Nova Trento, Uruçanga e Nova
Veneza), principalmente.
Espanhóis
Principalmente São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Rio Grande do Sul.
Japoneses
São Paulo (capital e área do interior: Marília, Tupã, Presidente Prudente,
Vale do Ribeira), Pará (região Bragantina), Paraná (Londrina, Maringá) e
Mato Grosso do Sul.
Alemães
Santa Catarina (Vale do Itajaí), Rio Grande do Sul (Novo Hamburgo,
Estrela, Lajeado, Vale dos Sinos), Paraná, São Paulo e Espírito Santo.
Eslavos Paraná (Curitiba, Ponta Grossa, Castro e Lapa), em especial.
Sírio-libaneses
Quase todo o país, em especial nos centros urbanos. Um certo destaque
para São Paul (capital e interior).
2. Processo emigratório do Brasil
O Brasil já foi um país de imigração tendo recebido muitas pessoas de Portugal, Itália, Espanha, Japão
e Alemanha. A partir da década de 30 (criação das leis de imigrações de Getúlio Vargas), das crises políticas
(déc. 60-70) e das crises econômicas (déc. 80-90), a imigração teve uma queda muito grande. A partir da déc.
80, o Brasil passou a ser um país de emigração. Os lugares para onde os brasileiros mais emigram são: EUA,
Europa Ocidental, Austrália, Japão e Paraguai (brasiguaios).
A emigração (saída de pessoas do Brasil para residirem no estrangeiro), apesar de pouco estudada, é
atualmente tão importante quanto a imigração, talvez até mais. Do final dos anos 1960 até 2000, inclusive, o
número de emigrantes foi superior ao de imigrantes, tanto por motivos políticos (a ditadura militar, que
governou o país de 1964 a 1985, perseguiu muita gente), quanto, principalmente, por razões econômicas (os
baixos salários pagos no Brasil em comparação aos padrões internacionais).
É muito difícil obter dados estatísticos seguros sobre o total de emigrantes porque muitos ingressaram
clandestinamente nos países de destino; não é muito fácil obter visto de entrada como imigrante nos
Estados Unidos ou nos países da Europa Ocidental. Não obstante, sabe-se que muitos brasileiros deixaram o
país nestas últimas décadas. Calcula-se que mais de 1 milhão estejam residindo nos Estados Unidos, cerca de
500 mil no Paraguai (brasiguaios – terras disponíveis a preços baixos no Paraguai), por volta de 200 mil no
Japão e um número um pouco menor em outros países, como França, Itália, Inglaterra, Canadá e Austrália.
ATUALIDADE: 27/04/2012
IBGE: número de imigrantes no Brasil sobe quase 87% em 10 anos
O Censo 2010 registrou um grande aumento no movimento de entrada no país em relação a
2000. Foram 286,5 mil imigrantes internacionais pelo critério de data-fixa, ou seja, indivíduos que
residiam no Brasil na data de referência do Censo, mas que moravam em um país estrangeiro cinco
anos antes. Esse número foi 86,7% maior do que em 2000 (143,6 mil). Os principais estados de
destino desses imigrantes foram São Paulo, Paraná e Minas Gerais que, juntos, receberam mais da
metade dos imigrantes internacionais do período.
Do total de imigrantes internacionais, 174,6 mil (65,0%) nasceram no Brasil, portanto eram
imigrantes internacionais de retorno. Em 2000, foram 87,9 mil imigrantes internacionais de retorno,
61,2% dos imigrantes do período.
16
Os principais países de origem dos imigrantes foram os Estados Unidos (51,9 mil imigrantes),
Japão (41,4 mil), Paraguai (24,7 mil), Portugal (21,4 mil) e Bolívia (15,8 mil). Em 2000, os principais
países de origem eram o Paraguai (35,5 mil), Japão (19,7 mil), Estados Unidos (16,7 mil), Argentina
(7,8 mil) e Bolívia (6,0 mil).
Santa Catarina teve o maior crescimento de imigrantes do país de 2000 para 2010
O Censo 2010 detectou uma redução na migração interna da população. Entre 1995 e 2000,
havia 30,6 migrantes para cada mil habitantes, enquanto que de 2005 a 2010, eram 26,3 migrantes
para cada mil habitantes.
O aumento do número de imigrantes em Santa Catarina, que foi de 59,1% entre os dois
períodos, resultou em um saldo migratório (balanço entre entradas e saídas de pessoas) entre
2005/2010 de 174,1 mil pessoas, quase o triplo do saldo contabilizado em 1995/2000, que foi de
59,9 mil pessoas.
Os estados da Região Nordeste continuam a perder população, a exceção dos estados do Rio
Grande do Norte e Sergipe, que apresentaram saldo migratório positivo.
Percentual de migrantes de retorno foi maior entre os estados do Nordeste
Em 2000, os migrantes de retorno representavam 22,0% do total de migrantes (1,1 milhão de
pessoas) do Brasil. Em 2010, esse percentual subiu para 24,5% dos migrantes (1,23 milhão de
pessoas).
A “migração de retorno”, referente às pessoas que nasceram no mesmo estado em que
residiam na data de referência do Censo, mas que moravam em outra unidade da Federação cinco
anos antes representou mais de 40,0% entre os estados da Região Nordeste, com exceção do Rio
Grande do Norte e Sergipe.
O maior percentual de imigrantes de retorno do país, de 46,6%, foi encontrado no estado do
Ceará e o segundo maior, 44,2%, no Rio Grande do Sul.
3. MIGRAÇÕES INTERNAS
a) NOMADISMO
• sem residência fixa;
• deslocamento de toda a população global.
Ex.: pastores nômades nas áreas periféricas do Saara.
Música: A vida do viajante (Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil) – CD: Luiz Gonzaga
b) TRANSUMÂNCIA: reversível, periódica e de acordo com as estações do ano (sazonal):
Ex. 1:
Ex. 2:
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ÁREA I ÁREA II ÁREA III
“Minha vida é andar
Por este país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei....
SERTÃO ZONA DA MATAseca
SERTANEJO
chuvas
• Trabalho sazonal: corte de cana
MONTANHA OU
PLANALTO
PLANÍCIE
inverno
PASTORES/REBANHO
verão
Na Amazônia ocorre transumância entre as áreas de castanha-do-pará e as de extração de látex
(borracha). Após o término da coleta da castanha (terra-firme: nunca é inundada), os trabalhadores
aproveitam o período ocioso e se deslocam para os seringais (várzea: inundada no período das cheias dos
rios). Realizam a extração do látex e depois retornam aos castanhais.
Música: Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) CD: Fagner
c) MIGRAÇÕES PENDULARES: fundamentalmente determinada pelo campo de trabalho. Alcança grande
intensidade com a periferização e o crescimento horizontal das cidades. É um movimento populacional
que é intensificado pelo êxodo rural.
Ex.: subúrbio, cidade-satélite Ex.: centro urbano, metrópole
Música: Cidadão (Lúcio Barbosa) – CD: Zé Geraldo
d) MIGRAÇÕES INTRA-REGIONAIS: praticadas dentro da própria macrorregião.
Ex.1:
Ex.2:
Música: De Teresina a São Luís
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ÁREA DE
PASTAGEMÁREA DE
PASTAGEM
Quando oiei a terra ardendo Hoje, longe muitas léguas
Qual fogueira de São João, Numa triste solidão,
Eu perguntei a Deus do céu, ai, Espero a chuva cair de novo
Por que tamanha judiação... Pra mim vortá pro meu
sertão...
Que braseiro, que fornaia, Quando o verde dos teus óio
Nenhum pé de prantação, Se espaiá na prantação
Por farta d’água perdi meu Eu te asseguro, não chore
Gado Não, viu
Morreu de sede meu alazão. Que eu vortarei, viu, meu
Coração...
Inté mesmo a asa branca
Bateu asa do sertão
Entonce eu disse adeus
Rosinha,
Guarda contigo meu coração...
LOCAL DE
RESIDÊNCIA
LOCAL DE
TRABALHO
“Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudai a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro conduções
Duas pra ir, duas pra voltar...
Região Nordeste
Maranhão Bahia
Região Sudeste
Minas Gerais São Paulo
Peguei o trem em Terezina O trem danou-se
Pra São Luís do Maranhão Naquelas brenhas
Atravessei o Parnaíba Soltando brasa
Ai, ai que dor no coração Comendo lenha
Comendo lenha
E soltando brasa
Tanto queima
Como atrasa...
.....................................
Na Amazônia ocorre transumância entre as áreas de castanha-do-pará e as de extração de látex
(borracha). Após o término da coleta da castanha (terra-firme: nunca é inundada), os trabalhadores
aproveitam o período ocioso e se deslocam para os seringais (várzea: inundada no período das cheias dos
rios). Realizam a extração do látex e depois retornam aos castanhais.
e) MIGRAÇÕES INTER-REGIONAIS (entre regiões) e intra-regionais (em uma mesma região)
CICLO DA MINERAÇÃO
século XVIII
ciclo da borracha
1860 – 1910
ciclo do café
1850 - 1930
Industrialização
Desde a década de 1930
A partir da década de 1940
Projetos de colonização
A partir de década de 1950
Construção da rodovia Belém-
Brasília e projetos minerais e
agropecuários
Música: Peguei um Ita no Norte (Dorival Caymmi) – CD: Nana Caymmi
AS MIGRAÇÕES INTER–REGIONAIS QUE PREDOMINARAM
• 1940 – 1970: grande fluxo de nordestino
⇒ estagnação do Nordeste;
⇒ industrialização do Centro-Sul.
• 1970 – 1990: Amazônia – “A nova fronteira agrícola do Brasil”.
A partir da década de 70, a Região Sul passou a ter importância como área de saída populacional em
direção à nova fronteira agrícola brasileira (MT, RO).
O desenvolvimento da Região Sul, o aumento das culturas mecanizadas (como a soja), a geada que
atingiu a cafeicultura e o crescimento do tamanho médio das propriedades foram fatores que colaboraram
para a expulsão dos trabalhadores rurais e dos pequenos proprietários. O Paraná registrou a maior saída de
migrantes do Sul.
• Hoje: A Atração dos Centros Regionais
Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações:
a) Primeira: a migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de
trabalho em contração, retornam a suas cidades de origem;
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Ai, ai, ai Ai, ai, ai
Adeus, Belém do Pará Adeus, Belém do Pará
Peguei um Ita no Norte Ai, ai, ai
E fui pro Rio morar Adeus Belém do Pará
Adeus meu pai, minha mãe
Adeus Belém do Pará
MG, MT, GO
NORDESTE
SP
AMAZÔNIANORDESTE
SP
PR
NORDESTE
MG
SP
RJ
NORDESTE
MS
ES
CENTRO-OESTE
NORDESTE
SUDESTE
SUL
REGIÃO NORTE
(Amazônia)
b) Segunda: o crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com
forte atração dos migrantes brasileiros.
A década de 90 registrou praticamente o fim das grandes correntes migratórias, como a dos
nordestinos ou dos paranaenses.
Hoje, os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais
regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e
oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região sul, transferindo para o
Nordeste problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul.
EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA
Ambientais
Econômicas
Sociais
• Atualmente (desde a década de 90):
A ATRAÇÃO DOS CENTROS REGIONAIS
Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações:
1. Primeira: a migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de
trabalho em contração, retornam as suas cidades de origem;
2. Segunda: o crescimento nas áreas industriais e agroindústrias das capitais regionais, cidades com
forte atração dos migrantes brasileiros.
A década de 90 registrou praticamente o fim das grandes correntes migratórias, como a dos
nordestinos ou dos paranaenses.
Hoje, os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais
regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e
oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região sul, transferindo para o
Nordeste problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul.
f)ÊXODO RURAL
É um dos mais importantes exemplos de migrações internas. Em geral assume caráter definitivo.
20
Regiões Sudeste e Sul:
decréscimo populacional (%)
Região Nordeste:
decréscimo populacional (%)
Concentração fundiária.
Mecanização agrícola. Concentração fundiária.
Migrações internas
Amazônia Expansão da fronteira agrícola
Regiões Norte e Centro-Oeste:
Acréscimo populacional (%)
Implicações
Zona urbana
(cidade)
Zona rural
(campo)
Música: Triste partida (Patativa do Assaré) – CD: Luís Gonzaga
MIGRAÇÕES CAMPO-CIDADE
REGIÕES
CAUSAS
CONSEQÜÊNCIAS
De expulsão De atração
Países desenvolvidos
Liberação de mão-de-obra pela
mecanização
Oferta de empregos
urbanos
Urbanização integrada;
aumento de população
secundária e terciária.
Países
subdesenvolvidos
Pressão demográfica no campo Fascínio urbano
Urbanização anômala;
cinturão marginal;
subemprego no terciário.
ÊXODO RURAL
Causas: fatores de estagnação e da mudança
a) Os fatores de mudança constituem as transformações sofridas no meio rural pela modernização e
mecanização da agricultura. Essa modernização dispensa mão-de-obra, já que eleva a produtividade do
trabalho pela introdução de máquinas ou técnicas modernas de cultivo. Esses fatores prevalecem nos países
desenvolvidos e formam a principal causa das migrações rural-urbanas, juntamente com a Revolução
Industrial. No caso do Brasil, esses fatores existem em algumas áreas, principalmente no Centro-Sul do país,
mas não são os mais importantes para se explicar o êxodo rural.
b) Os fatores de estagnação constituem a pressão exercida pelo crescimento demográfico sobre a
disponibilidade de áreas cultiváveis, que é limitada tanto pela insuficiência física de terras como pela
monopolização por grandes proprietários. Esses fatores não estão ligados à industrialização, como ocorre
como fatores de mudança, e sim com um crescimento populacional que não é absorvido no local, porque a
oferta de trabalho é inferior à procura. E o principal motivo de a terra não sustentar o grande número de
novos trabalhadores que surge a cada ano prende-se à estrutura social, isto é, ao monopólio de extensas
áreas por grandes proprietários ou latifundiários. Esses fatores prevalecem nos países subdesenvolvidos.
21
.................................................................... Chegaram em São Paulo sem cobre quebrado
Agora pensando ele segue outra trilha E o pobre acanhado procura um padrão
Chamando a família começa a dizer Só vê cara estranha
Eu vendo meu burro, meu jegue e o cavalo Vê estranha gente
Nós vamos a São Paulo Tudo é diferente do caro torrão.
Viver ou morrer. .............................................................................
Nós vamos a São Paulo que a coisa ta feia
Por terra alheias nós vamos vagar
Se o nosso destino não for tão mesquinho
Pro mesmo cantinho nós torna a voltar.
E vende seu burro, o jumento e o cavalo
Até mesmo o galo venderam também
Pois logo aparece feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro me compra o que tenho
Chegou triste dia já vai viajar.
......................................................................
Aparecem no Brasil em grande escala, principalmente no Nordeste e também em algumas partes do
Centro-Sul – Paraná, Rio Grande do Sul –, onde muitas vezes o tamanho da terra não é suficiente para todos
os filhos do pequeno proprietário. Muitos, ao se casar, terão que migrar em busca de novas terras ou de
centros urbanos.
g) MIGRAÇÕES INTRAMETROPOLITANAS – as pessoas se deslocam de uma cidade dentro da região
metropolitana, em geral a cidade principal da região, para outra cidade próxima. Em geral, atinge a camada
mais pobre da população, em razão do preço elevado dos terrenos nas cidades principais.
ATUALIDADES: IBGE comprova queda da migração no Brasil - 15/07/2011
Ofertas de emprego espalhadas pelo Brasil desencorajam mudança de estado. RJ e SP
deixaram de ser importadores e passam a exportadores de moradores
Estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre
o deslocamento da população brasileira indica a diminuição da migração interna e tendência de
permanência ou de retorno de moradores a seus estados de origem. Em vez da corrida para o Sudeste,
que marcou as décadas de 1960 a 1980, a tendência é de deslocamentos entre municípios de um
mesmo estado e queda acentuada nas migrações entre regiões.
A última década aponta ainda para mudanças nas correntes migratórias, em que Rio de Janeiro e
São Paulo deixam de ser "importadores" e passam a "exportadores" de moradores, enquanto o Espírito
Santo desponta como foco de atração de novos habitantes.
Os principais fatores para a diminuição no número de migrantes são a saturação das metrópoles
e a melhor distribuição da oferta de emprego. Os dados apontam a tendência de deslocamento para
cidades de médio porte. "A principal motivação para a migração é a busca por trabalho. Qualidade de
vida e menos violência podem ser complementares', diz o pesquisador do IBGE Antônio Tadeu Ribeiro
de Oliveira. um dos autores do artigo "O panorama dos deslocamentos populacionais no Brasil: Pnads e
Censos Demográficos."
Oliveira diz que dos anos 80 para cá, houve desconcentração da atividade econômica. O
Nordeste, por exemplo, passou a segurar população e atrair a migração de retorno. "O país hoje se
desenvolve em quase todas as áreas. Com essa mudança no modelo de desenvolvimento, os imigrantes
tendem a diminuir", afirma.
A publicação tem como base o Censo 2000 e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios
(Pnads) de 2004 e 2009. O IBGE pergunta aos entrevistados onde moravam cinco anos antes da data da
pesquisa. Também questiona o estado de nascimento do entrevistado. O Censo 2000 apontou a
existência de 5,1 milhões migrantes no País. Estimativas com base na Pnad 2004 indicam 4,63 milhões
migrantes naquele ano. Em 2009, o número caiu para 3,24 milhões.
Regiões e estados - O IBGE destaca a queda no deslocamento da população entre as regiões do
Brasil. Em 2000, 3,36 milhões de pessoas viviam em regiões diferentes daquela de origem. Em 2004,
esse número caiu para 2,86 milhões e chegou a 2,05 milhões em 2009. "Houve redução nessa migração
em que a pessoa percorre muitos mil quilômetros movida pela oferta de trabalho. A tendência é
continuar a diminuir", diz Antônio Tadeu.
Na mudança de perfil dos Estados, Rio de Janeiro e São Paulo viveram uma inversão no saldo de
migrantes. Enquanto o Censo de 2000 apontava que São Paulo tinha 340.000 imigrantes (moradores
vindos de fora do Estado) a mais que emigrantes (paulistas que viviam fora de São Paulo), a Pnad de
2004 apontou 155.000 emigrantes mais que imigrantes. A Pnad de 2009 ainda mostra a tendência de
saída dos moradores, porém em menor intensidade: havia 53.000 emigrantes a mais que imigrantes em
22
São Paulo. Os números do Censo 2010, mais precisos que da Pnad, indicarão se o estado continuou a
exportar mais do que importar moradores.
O Espírito Santo vai ao sentido contrário. O fortalecimento da industrialização na área de minério
e siderurgia nos anos 80 foi um fator decisivo para a atração de população, depois do esvaziamento da
população nos anos de 1950 e 1960. A tendência é de que o Estado se consolide como atrativo de
novos moradores nos próximos anos, graças à expansão do setor de petróleo. O Espírito Santo foi o
único estado que não teve queda no número absoluto de imigrantes entre 2004 e 2009. Além disso,
mostrou um forte movimento de permanência dos moradores, redução à metade do número de
emigrantes, de 108.000 em 2004 para 54.000 em 2009.
Outros estados com altos índices de atração de migrantes, segundo a Pnad 2009, são Goiás,
Amazonas, Amapá e Santa Catarina. O Censo 2010 trará números mais precisos que poderão confirmar
ou não esta tendência. Entre os estados classificados como "expulsadores" de população, embora em
intensidade menor que nos anos 60 e 70, estão Bahia e Alagoas.
De vota para casa - O Rio Grande do Sul foi o estado com maior taxa de retorno de migrantes,
segundo dados da Pnad 2009, divulgados pelo IBGE. Estados do Nordeste como Pernambuco, Sergipe e
Rio Grande do Norte, além de Minas Gerais e Paraná, também registraram grande número de
moradores que tinham deixado a terra natal e voltaram, provavelmente movidos por oportunidades de
emprego e alta atratividades de cidades de porte médio.
"Os deslocamento típicos da primeira fase da transição demográfica (décadas de 1960 e 70),
quando as taxas de fecundidade eram altas e a mortalidade começava a declinar, gerando excedentes
populacionais que favoreciam a migração do campo para a cidade, começaram a perder importância no
Brasil a partir dos anos 80", informa o estudo. A publicação aponta a tendência de retorno da
população de estados antes classificados como "áreas de expulsão", como a Região Nordeste, Minas
Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A alta taxa de retorno já tinha sido detectada no Censo 2000, referente à década de 1990, em maior
intensidade do que a registrada na Pnad 2009. Os dados do Censo 2010 indicarão com mais precisão os
movimentos ocorridos na década passada. A Pnad 2009 indica que, do total de imigrantes do Rio
Grande do Sul, 23,98% eram gaúchos que voltavam ao Estado de origem. Em Pernambuco, a taxa de
retorno foi de 23,61%. No Paraná, foi de 23,44%.
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  • 1. Email para tirar dúvidas: saul.filho@uol.com.br Dinâmica das pirâmides etárias I) Estrutura Etária 1. Introdução Jovens (do nascimento até 19 anos), adultos (de 20 até 59 anos) e idosos ou terceira idade (de 60 anos em diante) são as três faixas em que se costuma dividir a estrutura etária (por idades) de uma população. Podemos representar a estrutura etária de uma população por meio de um gráfico denominado pirâmide etária. Esse gráfico fornece informações das faixas etárias e da proporção dos sexos em cada faixa; um lado do gráfico representa as pessoas do sexo masculino e o outro, as do sexo feminino. Cada degrau da pirâmide representa uma geração ou uma faixa de idades, cujo intervalo pode ser de um, dois ou mais anos. Esse gráfico, portanto, representa as faixas de idade e os dois gêneros, masculino e feminino, de uma população. Nos países jovens, onde as taxas de natalidade e de mortalidade são elevadas, esse gráfico tem o formato de um triângulo ou uma pirâmide típica, com uma base bem larga (o que indica elevada proporção de crianças) e um topo estreito (por causa da pequena percentagem de idosos na população total). Nos Estados desenvolvidos, onde as taxas de natalidade e de mortalidade são baixas — além da elevada expectativa de vida —, esse gráfico já não se assemelha mais a uma pirâmide, mas a um retângulo na vertical, com uma proporção de idosos praticamente igual ou superior à de crianças. Com o tempo — mesmo que em alguns casos isso leve ainda algumas décadas —, praticamente todos os países deixarão de ser jovens, no sentido de predomínio da faixa etária com menos de 19 anos de idade. Isso porque, até mesmo nos Estados mais pobres, a tendência é haver diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade e um aumento da expectativa de vida, o que leva a um progressivo envelhecimento da população. Por isso, a expressão "pirâmide etária" vai perdendo a razão de ser. Ela foi criada há cerca de um século, em uma época em que até os países desenvolvidos tinham grande proporção de jovens no seu efetivo demográfico — e, portanto, esse gráfico tinha formato piramidal para todas as nações, o que já deixou de ser verdadeiro para uma boa parte delas.  2. PIRÂMIDES ETÁRIAS – Elementos, faixas etárias, perfil, análise, comparação e evolução São gráficos que representam a população de acordo com a idade e o sexo. Ao analisar uma pirâmide etária, devemos observar o seguinte: GEO. HUMANA II – ESTRUTURA ETÁRIA-SETORIAL E MIGRAÇÕES 3ª EM PROFESSOR(A): SAUL ALUNO(A): DATA:___/____/_____SÉRIE/ANO TURMA: As nações que possuem, há várias décadas, baixos índices de natalidade e mortalidade e uma expectativa de vida elevada — caso dos países capitalistas desenvolvidos e de uma parte dos ex–"socialistas" (Hungria, República Tcheca e outros) — têm a maioria de sua população na faixa etária dos adultos (entre 55% e 60% do total); a percentagem de idosos é relativamente alta (mais de 15%); e a faixa dos jovens geralmente está abaixo dos 30% do total da população. Os países subdesenvolvidos, especialmente aqueles com baixa expectativa de vida, apresentam uma maioria de população jovem (50% ou mais), e a faixa dos idosos é muito reduzida (nunca chega a 10% e, às vezes, nem a 5% do total).
  • 2. I. Elementos  a base representa a população jovem;  o corpo corresponde à população adulta;  o ápice mostra a população senil;  à direita são representadas as mulheres, e, à esquerda, os homens;  no eixo vertical estão representadas as idades e no eixo horizontal, o número de habitantes. II. Faixas etárias ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO (CLASSIFICAÇÕES MAIS UTILIZADAS) Faixa Etária Intervalos de idade A B C Jovens Adultos Velhos 0 a 14 15 a 59 60 e mais 0 a 14 15 a 64 65 a mais 0 a 19 20 a 59 60 e mais III. Perfil O perfil de uma pirâmide etária pode ser alternado em função dos seguintes fatores: Principais         emortalidaddetaxa natalidadedetaxa vovegetatioCresciment vidadeaExpectativ Secundários :       − naturaisscatástrofe- aispopulacionmovimentos- epidemias- guerras IV. Análise Alterações demográficas que podemos observar analisando a evolução de uma pirâmide etária: a. volume total da população absoluta; b. proporção entre: ⇒ os sexos; ⇒ as faixas etárias. c. mão-de-obra disponível para o mercado de trabalho no futuro; d. evolução: ⇒ da expectativa de vida; ⇒ do crescimento vegetativo. e. encargos sócio-econômicos bancados pelos adultos em relação: ⇒ aos jovens; ⇒ aos velhos. f. deformações causadas por guerras, epidemias etc. V. Comparação 2
  • 3. Países              etc.Sudão,Bolívia,Egito,-izadosIndustrial-Não etc.México,Argentina,Brasil,-izadosIndustrial lvidosSubdesenvo JapãoeZelândiaNovaAustrália,Canadá,EUA, etc..)alemanha,(França,europeusOs-Antigos dosDesenvolvi Países Crescimento vegetativo Taxa de natalidade Expectativa de vida Base da pirâmide Ápice da pirâmide Desenvolvidos Baixo Baixa Alta Menos larga do que os subdesenvolvidos. Menos estreita do que os subdesenvolvidos. Subdesenvolvidos Alto Alta Baixa Mais larga do que os desenvolvidos. Mais estreita do que os desenvolvidos. VI. Pirâmides mostrando as principais etapas na evolução demográfica 3 Os países desenvolvidos antigos tem um percentual de jovens menor ainda do que os desenvolvidos recentes. E um percentual de idosos maior do que os recentes. Os países subdesenvolvidos não–industrializados tem um percentual de jovens maior do que os industrializados. E um percentual de idosos menor do que os países subdesenvolvidos industrializados.
  • 4. Evolução Relação jovens x adultos A: em expansão % J > % A B: em declínio % A > % J C: estável % J ≅ % A D: estável com efeito de guerra com deformação 3. PIRÂMIDES ETÁRIAS DO BRASIL O processo de modernização (urbanização – industrialização) ocorrido no Brasil ao longo das quatro últimas décadas acarretou significativas alterações na estrutura etária da população brasileira. A principal alteração foi a diminuição do percentual de jovens, devido à redução das taxas de natalidade, e o aumento do percentual de adultos e idosos, devido ao aumento da expectativa de vida. As modificações ocorridas na estrutura etária da população brasileira nas últimas décadas alteraram, de modo significativo, a pirâmide etária do Brasil. Ela se distanciou das pirâmides dos países subdesenvolvidos e se aproximou das pirâmides dos países desenvolvidos. A pirâmide etária do Brasil vem perdendo largura na base (queda da taxa de natalidade) e ganhando largura no ápice (aumentando a expectativa de vida). No futuro poderemos ter uma carência de mão de obra (redução de jovens) e já temos maiores gastos com aposentadoria (aumento nos idosos). O Brasil não é mais um país de população jovem. A maior parte da nossa população já e constituída de adultos. Nas últimas décadas, aumentou o percentual de idosos e adultos e diminuiu a percentagem de jovens, pois, em 1950, a distribuição era a seguinte: idosos, 4,6%; adultos. 43,1%; e jovens, 52,3%. Essa mudança se deveu à diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade e ao aumento da expectativa de vida, fatos já analisados anteriormente. Dessa forma, podemos dizer que o Brasil se encontra no final do estágio de transição de país jovem para maduro. Ele ainda não pode ser considerado plenamente um "país maduro", como os países desenvolvidos, mas caminha a passos rápidos nessa direção. Todavia, a proporção de idosos no total população (8,9%) ainda é pequena em comparação a países como Japão (26,3%), Suécia (23,5%) ou Estados Unidos (16,9%); ela é mais semelhante à maioria dos Estados subdesenvolvidos. Observe três pirâmides de idades do Brasil: uma de 1980, outra de 2000 e a de 2010. Elas demonstram um progressivo amadurecimento populacional nas últimas décadas: a de 1980 constitui uma típica pirâmide etária de país jovem; a de 2000 já sinaliza um avançado estágio de transição; e a de 2010 evidencia uma população não mais jovem, na qual há considerável percentagem de idosos e uma menor proporção de crianças. Veja dados bem atuais do censo-2010 4
  • 5. Os dados do Censo 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indicam que, no máximo 40 anos, a pirâmide etária brasileira será semelhante à da França atual. O país terá taxa de natalidade mais baixa e, com isso, média de idade maior. Há 50 anos, o país tinha o mesmo perfil etário do continente africano hoje: muitos jovens e crianças. Desde então, a população do país cresce em ritmo cada vez mais lento. De acordo com o IBGE, a expansão demográfica média anual foi de apenas 1,17% nos últimos dez anos, ante 1,64% na década anterior. Nos anos 60, era de 2,89%. A população do país deve continuar a crescer por mais duas gerações até os anos 2030. Depois, deve estacionar ou até diminuir. O país deve começar a se preparar para as transformações que já acontecem em países como a França. Temos a oportunidade de antecipar discussões como a da reforma da Previdência. Com um número de pessoas em idade ativa menor do que o de idosos, a solvência do sistema ficará ameaçada. Porém, até atingir esse estágio, o país será beneficiado pelo chamado “bônus demográfico”, caracterizado pela maior presença de adultos na sociedade. O predomínio da população produtiva vai dar condições de minimizar o impacto do envelhecimento nas contas públicas. A redução do número de crianças deve permitir ao país melhorar acesso e qualidade da educação sem aumentar muito os investimentos. Haverá também transformações no mercado de produtos e serviços. Com mais adultos e idosos, são esperadas mudanças nos serviços de saúde, na construção civil e até em lazer. O país vai ter cada vez mais idosos levando vida ativa. A economia vai ter que se adaptar às novas necessidades de consumo dessa população. ATENÇÃO!!!! Envelhecimento da população do Brasil A tendência de envelhecimento da população brasileira reflete-se no sistema previdenciário e na dinâmica do mercado de trabalho. Houve aumento da taxa de atividade(porcentagem da PEA em relação ao total de população) decorrente do aumento da população adulta. O tempo de contribuição era de 30 anos para os homens e 25 anos para as mulheres em 1991, e em 1998 passou para 35 anos homens e 30 para as mulheres, com diminuição de 5 anos para trabalhadores rurais nos casos de aposentadoria por idade e de aposentadoria por tempo de contribuição. Estrutura ocupacional e setorial 1. P.E.A × P.E.I Do ponto de vista ocupacional, a população de um país pode ser dividida em dois grandes grupos: 5
  • 6. • População economicamente ativa (PEA) – constituída pelas pessoas de 10 ou mais anos de idade que estão empregadas ou que estão à procura de emprego. Nos países desenvolvidos, a base para o cálculo da PEA é 15 anos de idade ou mais, pois nesses países as pessoas em geral frequentam a escola até os 15 anos. • População economicamente inativa (PEI) – representada pelas pessoas que não estão empregadas (crianças, estudantes, aposentados etc.) ou que não exercem atividade econômica remunerada (donas- de-casa etc.). Sob o ponto de vista econômico, a parcela da população, que é economicamente inativa requer grandes investimentos sociais (escolas, aposentadoria etc.). 2. SETORES DE PRODUÇÃO As atividades econômicas geralmente são classificadas em três setores: • Setor primário – que compreender a agricultura, a pecuária e o extrativismo; • Setor secundário – que compreende as atividades industriais (indústria de transformação, indústria mineradora e construção civil); • Setor terciário ou de prestação de serviços – compreende o comércio, os bancos, o funcionalismo público, os transportes, a educação, a propaganda etc. Esse setor complementa os dois primeiros, pois permite ou induz ao consumo dos produtos e exerce um papel fundamental no aumento da produtividade. Nota: Em muitos países de grande tecnologia é usado o setor quaternário. O setor quaternário é o setor dos serviços relacionados à informação e à pesquisa. Abrange as atividades intelectuais da tecnologia, como geração e troca de informação, educação, pesquisa e desenvolvimento e a alta tecnologia em si, anteriormente incluídas no setor terciário como serviços. Este setor se destaca, principalmente, nos países desenvolvidos uma vez que necessita de mão de obra preparada tecnologicamente. Países como Coréia do Sul, Japão, EUA e Inglaterra estão nas mais altas posições. Atenção – Diferenças entre Primeiro Setor, Segundo Setor e Terceiro Setor O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. Em resumo: A organização de uma sociedade constituída comporta três âmbitos ou setores, a saber: 1º) O Primeiro Setor corresponde à emanação da vontade popular, pelo voto, que confere o poder ao governo; 2º) O Segundo Setor corresponde à livre iniciativa, que opera o mercado, define a agenda econômica usando o lucro como instrumento; 3º) O Terceiro Setor corresponde às instituições com preocupações e práticas sociais, sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de caráter público, tais como: ONGs, instituições religiosas, clubes de serviços, entidades beneficentes, centros sociais, organizações de voluntariado etc. Seria enganoso achar que somente o primeiro e o segundo setores operam com dinheiro, como se o terceiro setor pudesse renunciar a este instrumento. O que caracteriza cada setor em face dos recursos financeiros é o seguinte: 6
  • 7. - Primeiro Setor: dinheiro público para fins públicos; - Segundo Setor: dinheiro privado para fins privados; -Terceiro Setor: dinheiro privado para fins públicos (nada impede, todavia, que o poder público destine verbas para o Terceiro Setor, pois é seu dever promover a solidariedade social). Este setor movimenta mais de um trilhão de dólares por ano, o que o coloca na posição de oitava economia mundial, se comparado ao PIB das nações mais ricas. NOTAS DO PROFESSOR: I. Atualmente, com a revolução tecnocientífica, existe ume tendência em redividir os setores de atividade econômica em quatro, incluindo, além dos três citados, o setor quaternário, que abrange a pesquisa de alto nível (biotecnologia, robótica, aerospacial etc.) desenvolvida em universidades, laboratórios e empresa. II. Os setores Primário e Secundário compõem a esfera da produção de bens. O Setor Terciário compõe a esfera da circulação de bens, serviços e informações. O processo de desenvolvimento econômico, sob o impulso da expansão da produtividade, expressa–se nas contínuas transferências da PEA dos setores dedicados à produção para o setor dedicado à circulação. III. A proporção da população ativa empregada no Setor Primário é um dos principais indicadores do estágio de desenvolvimento das economias nacionais. Nos países desenvolvidos, a parcela da PEA absorvida pela agropecuária é sempre inferior a 10%. No extremo oposto, a maior parte dos países da África e da Ásia meridional apresenta estruturas setoriais dominadas pelas atividades agropecuárias. Na América Latina, de modo geral, aparecem estruturas setoriais ainda marcadas pelo peso do emprego no Setor Primário. IV. O setor secundário era considerado o mais importante pelo menos até os anos 1970, no auge da Segunda Revolução Industrial. Tradicionalmente, ele é considerado o que indica o peso da indústria na economia do país. Assim, todo país muito industrializado já chegou a ter um mínimo de 30% de sua população economicamente ativa no setor secundário. Com a Terceira Revolução Industrial em andamento, acompanhada por intensa robotização (substituição de mão de obra por robôs, algo muito mais intenso nas fábricas), essa percentagem vem diminuindo bastante nos países desenvolvidos. Muitas profissões importantes até os anos 1970 — como inúmeras do setor metalúrgico, por exemplo — hoje em dia estão em via de extinção, pois as máquinas já fazem o serviço melhor que os trabalhadores com nenhuma ou pouca especialização, e o produto final, na maioria dos casos, sai até mais barato. V. O setor terciário é o mais complexo e problemático dos três, pois é muito amplo, engloba atividades muito diversas e, às vezes, até discrepantes, tanto atividades modernas (setor financeiro, firmas que elaboram programas para computadores, assessorias diversas, universidades, etc.) quanto atividades tradicionais (camelos, biscateiros, subempregados). Nos países desenvolvidos, esse setor é grande e vem crescendo cada vez mais: nos Estados Unidos, por exemplo, empregava 60% da população economicamente ativa em 1980 e 75,6% em 2005; no Reino Unido, empregava 57% da força de trabalho total em 1980 e 78% em 2005. O terciário é o setor do futuro (já do presente em muitos países), que deverá empregar a maioria da população mundial no decorrer do século XXI, pois o meio rural moderno necessita de pouca mão de obra e o setor industrial vem sendo robotizado. Mas o setor terciário é muito complexo e diversificado, abrangendo inúmeras atividades diferentes. VI. Generalizando, podemos afirmar que, nos países desenvolvidos, o setor terciário é constituído por pessoas muito especializadas, geralmente com curso superior. Nos países subdesenvolvidos, coexistem um setor terciário moderno e um arcaico, fruto de intenso crescimento urbano sem a geração de empregos no mesmo ritmo. Isso ocasionou uma série de atividades denominadas subemprego, como os "guardadores de carro" nas ruas, os "vendedores de semáforos" (que fazem seus pontos nos semáforos), os diversos tipos de vendedores ambulantes, os camelos, os biscateiros, etc. Esse fato, denominado hipertrofia do setor terciário, vem aumentando consideravelmente no Brasil. 3. ALTERAÇÕES NOS SETORES DE PRODUÇÃO As transformações de uma economia alteram a distribuição da população economicamente ativa pelos setores primário, secundário e terciário. Seu estudo fornece uma “radiografia” da economia e, entre vários elementos, a mobilidade da força de trabalho de um setor para outro, permitindo uma análise da estrutura econômica e de suas tendências. Entre os fatores que causam alterações na estrutura da população segundo os setores de produção, podem-se destacar: • a industrialização; • a urbanização; • a modernização do setor primário, como, por exemplo, a mecanização da agricultura e as mudanças nas 7
  • 8. relações de trabalho no campo; • expansão no setor de serviços; • avanço tecnológico (Terceira Revolução Industrial) no setor secundário (diminui a necessidade de mão de obra); • pressão demográfica no campo (péssima distribuição das terras no campo e muita mão de obra ociosa no meio rural). 4. DESEMPREGO: CONJUNTURAL × ESTRUTURAL O desemprego é classificado em duas categorias: conjuntural e estrutural. Quando a conjuntura econômica é desfavorável – recessão econômica, desemprego elevado, redução nos índices de consumo , muitos trabalhadores são dispensados de seus postos, mas os empregos podem ser recuperados, caso a situação econômica melhore, por meio de investimentos para a criação de novos postos de trabalho. Usando outro exemplo, uma seca prolongada, uma forte geada, ou qualquer outra adversidade que provoque redução da produção agrícola faz com que um número menor de pessoas seja empregado no setor. Caso a produção volte a crescer, o número de postos também aumentará. Esse é o desemprego conjuntural. Já o desemprego estrutural é provocado pelo desenvolvimento de novas tecnologias, que extinguem definitivamente muitos postos de trabalho. A robotização e a informatização, por exemplo, substituem os trabalhadores por máquinas em indústrias e bancos. Nessas situações, os postos de trabalho estão estruturalmente extintos e determinadas funções deixam de existir. 5. TERCEIRIZAÇÃO DA ECONOMIA Consiste no repasse de atividades de produção consideradas não estratégicas pelas grandes corporações a outras empresas, que devem realizadas dentro dos padrões de qualidade impostos pela contratante, com a finalidade principal de baixar os custos e melhorar os serviços. Aspectos positivos: a)gera a desburocratização; b)alivia a estrutura organizacional; c)proporciona melhor qualidade na prestação de serviços, contribuindo para a melhoria do produto final; d)traz mais especialização na prestação de serviços; e)proporciona mais eficácia empresarial; f)aumenta a flexibilidade nas empresas; g)proporciona mais agilidade decisória e administrativa; h)simplifica a organização; i)incrementa a produtividade; j)tem como uma das suas consequências a economia de recursos: humanos, materiais, de instrumental, de equipamentos, econômicos e financeiros. Aspectos negativos: a)aumento do risco a ser administrado; b)dificuldade no aproveitamento dos empregados já treinados; c)demissões na fase inicial; d)falta de parâmetros de preços nas contratações iniciais; e)desgaste na relação com sindicatos; f)má escolha de parceiros; g)má administração do processo; h)aumento da dependência de terceiros. ATENÇÃO!!!!!! A Índia : destaque mundial em terceirização de serviços Na década de 2000, nenhum país se destacou tanto como a Índia no campo da terceirização de serviços. Muitos serviços de telemarketing, agendamentos de passagens aéreas e informações de empresas que operam nos EUA são realizados por indianos, do outro lado do mundo. Para as empresas de informática e telecomunicações, os funcionários com perfil dos indianos apresentam grandes vantagens. Eles falam inglês com fluência, têm bom treinamento na área de tecnologia e, principalmente, aceitam salários muito baixos. ATENÇÃO!!! Relações de trabalho no mundo globalizado - globalização da economia gera maior concorrência entre as empresas: disputa pelo mercado em escala global; 8
  • 9. - concorrência gera melhorias na qualidade do produto e queda do preço, porém pode provocar mudanças na relação de trabalho, que muitas vezes é prejudicial aos trabalhadores; - uma dessas mudanças é a necessidade de fazer uma reestruturação das empresas: mudanças – organização, gerenciamento e inovações tecnológicas; - reestruturação das empresas envolve: 1)Reengenharia – reorganização da empresa: mudanças para torná-la mais competitiva, estabelecimento de metas e com o objetivo de reduzir custos e uma oferta mais eficiente de seus produtos; 2)Terceirização a) uma empresa contra outra, denominada terceira; b) redução de custos: c) a empresa mantém o foco em sua atividade econômica principal; d) exemplos: empresas que prestam serviços no setor de limpeza e fornecimento de alimentos. - a reestruturação tem como objetivos principais tornar as empresas mais flexíveis e competitivas; - nesse processo as empresasse equipam para que possam manter e ampliar suas margens de lucros, o que tem contribuído para o aumento do desemprego e precarização das relações de trabalho. Veja algumas formas de precarização: a)subcontratação e subemprego b)aumento do trabalho informal; c)aumento da rotatividade ou mobilidade de mão de obra; - de maneira geral, as mudanças decorrentes da reestruturação empresarial causaram a flexibilização das relações de trabalho e a redução de custos para a empresa, e se adequaram à globalização econômica. 6. ECONOMIA INFORMAL E SUBTERRÂNEA A economia informal corresponde ao conjunto de atividades não regulamentadas, sem carteira assinada e muitas vezes sem acesso aos direitos trabalhistas. Fazem parte os trabalhadores que não participam do sistema tributário – não pagam impostos (economia subterrânea) 7. REALIDADE DO MUNDO DESENVOLVIDO: TERCIARIZAÇÃO DA ECONOMIA • Predomínio da PEA no Terciário: cresceu e desenvolveu 8. DA INDÚSTRIA PARA OS SERVIÇOS Nos países desenvolvidos, a modernização da economia rural começou no século XIX, acompanhando a Revolução Industrial. A revolução nas técnicas agrícolas expeliu força de trabalho para as cidades, onde se constituíram os mercados consumidores que alicerçaram o desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços. Os países desenvolvidos se encontram, em geral, nos níveis mais elevados de urbanização. Atualmente, com raras exceções, a modernização da economia rural já se completou. O Setor Primário apresenta uma absorção mínima de força de trabalho. A estrutura setorial dos países desenvolvidos é típica: todos apresentam amplo predomínio do Setor Terciário na absorção da população ativa. Essa estrutura corresponde a economias pós-industriais estabelecidas em sociedades de consumo. 9
  • 10. Nos países desenvolvidos, o predomínio do Setor Terciário reflete um estágio da economia marcado pela enorme importância das atividades financeiras e comerciais e pela prestação de serviços especializados. O elevado poder aquisitivo do mercado estimula e sustenta o conjunto dessas atividades, ligadas à circulação de mercadorias e de serviços. Nesses países, a expansão do Setor Terciário concentra-se em atividades baseadas na elevada qualificação do trabalho e em tecnologias modernas — e não no pequeno comércio nem nos serviços domésticos e pessoais tradicionais. O percurso histórico até essa estrutura de distribuição setorial da PEA exigiu, antes de tudo, uma contínua transferência de força de trabalho do Setor Primário para os setores Secundário e Terciário. Mais tarde, processou-se a transferência de força de trabalho do Setor Secundário para o Setor Terciário, que prossegue sob o impulso da revolução tecnocientífica. 9. REALIDADE DO MUNDO SUBDESENVOLVIDO: HIPERTROFIA DO TERCIÁRIO 10. BRASIL BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO ATIVA POR SETORES DE ATIVIDADE (%) Setor 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2012 Primário Secundário Terciário 70,2 10,0 19,8 60,7 13,1 26,2 54,0 12,7 33,3 44,2 17,8 38,0 29,0 25,0 46,0 22,5 23,0 54,5 24,2 19,3 56,5 14,2 22,7 63,1 • Setor primário: por causa dos processos de mecanização das lavouras e da concentração fundiária, um grande número de trabalhadores rurais deixou o campo, dirigindo-se para as cidades em busca de emprego na indústria, no comércio e na prestação de serviços. • Setor secundário: cresceu substancialmente até o final da década de 1970, quando passou a perder trabalhadores, em especial para o setor terciário, devido principalmente à automação das linhas de produção e mais recentemente à concorrência com produtos industrializados importados, o que fez aumentar o desemprego no setor. • Setor terciário: é o que mais vem absorvendo a PEA tanto de trabalhadores rurais quanto de trabalhadores urbanos, principalmente nas atividades informais. É um setor hipertrofiado, subterrâneo (muitos não pagam impostos) e com excesso de mão de obra desqualificada. 11. EXPANSÃO DO SETOR INFORMAL DO BRASIL Uma das consequências do crescimento das taxas de desemprego no Brasil foi a expansão do chamado setor informal da economia. Também as migrações rural-urbanas contribuíram para a expansão desse setor, que se concentra basicamente nas grandes e médias cidades. Denomina-se economia informal — geralmente situada no comércio e nos serviços, isto é, no setor terciário — aquela que se encontra à margem da legalidade: pessoas que não possuem carteira de trabalho assinada nem pagam a contribuição social do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social); firmas que não possuem os documentos necessários e não recolhem impostos. Isso não quer dizer que é um setor que pratica o crime, tal como o narcotráfico, que também é uma forma de economia informal, embora bastante diferente das demais. São pessoas ou famílias — e também pequenos grupos de pessoas que, em conjunto, montam uma firma — que não conseguem ou não querem atividades ou empregos formais e vivem na informalidade, como vendedores de sanduíches ou doces nos seus carros utilitários, motoristas de vans que transportam grupos de pessoas, barracas de comércio nas ruas, prestadores de serviços diversos (eletricistas, encanadores, pedreiros, técnicos de computador, professores de idiomas, tradutores, etc.) sem registro nem recibo legal (isto é, com o número de inscrição no imposto de renda da pessoa ou firma), empregados domésticos não registrados, etc. 10
  • 11. Segundo dados de 2005, cerca de 56% dos trabalhadores brasileiros — isto é, da população ocupada — não possuem registro em carteira de trabalho, o que significa que estão na informalidade. É uma percentagem assustadora, bem maior que no passado e que indica que eles também não contribuem para a Previdência Social. E o pior é que essa percentagem tende a aumentar cada vez mais: uma pesquisa de 2003 na Grande São Paulo, por exemplo, mostrou que para cada 100 novos empregos gerados, 77 deles eram na informalidade. A expansão da economia informal no Brasil decorre de várias causas. Uma delas são as mudanças no mercado de trabalho, com a robotização, a informatização, a terceirização e a eliminação de uma boa parte dos empregos no setor formal. Outra é o medíocre desempenho da economia nacional, que não tem gerado empregos em número suficiente. Outra ainda é que uma grande parte dos empregos formais exige uma qualificação cada vez maior dos candidatos — certo grau de estudos ou alguma especialização. E, por fim, existe a questão do excesso de impostos que recai sobre as pessoas e as empresas formais no Brasil, algo que, indiretamente, estimula a informalidade. Políticas migratórias 1. INTRODUÇÃO O crescimento demográfico de um país resulta do crescimento vegetativo acrescido do contingente de imigração (pessoas que entram em outro país para nele viver) e com a subtração do contingente de emigração (pessoas que saem de seu país de origem para viver em outro país). As razões que levam as pessoas a migrar são inúmeras, podendo ser determinadas por diversos fatores: • políticos — por exemplo, problemas de fronteira, formação de novas nações (ex-lugoslávia, Israel) ou terra civil (Afeganistão, Serra Leoa, Sudão), que geram divergências, perseguições (caso dos curdos) e até expulsão de populações inteiras de seu território; • conflitos religiosos ou étnicos — como a perseguição de judeus no século XX, no período das guerras mundiais, que provocou emigrações da Europa; ou os que ocorreram na Bósnia (1992) e na ex- Iugoslávia (1999); • naturais — as emigrações provocadas por catástrofes naturais (enchentes, terremotos, erupções vulcânicas, secas); • econômicos — que são, sem dúvida, os fatores predominantes. As pessoas muitas vezes migram em busca de trabalho e de melhores condições de vida. Nas primeiras décadas do século XX, devido a uma crise econômica, o Japão tomou-se um país de emigração. Em poucas décadas, com a recuperação econômica, ele passou a ser um país de imigração. 11
  • 12. As migrações costumam ser classificadas quanto ao tempo de duração e quanto ao espaço de deslocamento. Em relação ao tempo de duração, as migrações podem ser: • migrações definitivas — quando o migrante se estabelece de forma permanente no local de seu destino, como é o caso, no Brasil, dos imigrantes italianos, japoneses, e das emigrações de nordestinos para outras regiões do país; • migrações temporárias — podem ser diárias, sazonais (dependem da estação do ano) e por tempo indeterminado, ou seja, sem tempo certo para voltar, como no caso de migrantes que permanecem algum tempo no exterior e acabam voltando a seu país. Em relação ao espaço de deslocamento, as migrações podem ser classificadas em migrações internas ou nacionais, quando ocorrem dentro de um mesmo país, e migrações externas ou internacionais, quando implicam a travessia de uma ou mais fronteiras internacionais. 2. MIGRAÇÕES EXTERNAS I. Introdução O desenvolvimento do capitalismo acelerou os movimentos migratórios. Com a colonização dos séculos XVI e XVII, ocorreram migrações espontâneas de povoamento (resultado da política de expansão imperialista e da partilha dos impérios coloniais) e migrações forçadas, como foi o caso do comércio de escravizados africanos, atividade que transferiu milhares de pessoas de seu continente de origem para outros continentes. Outras migrações não exatamente forçadas, mas que resultam de constrangimentos, podiam ocorrer em consequência de guerras, perseguições políticas, falta de condições que satisfaçam as necessidades básicas (o desemprego, por exemplo) e negação do acesso à terra (no caso do êxodo rural). A partir do século XVIII, em especial durante o século XIX e na primeira metade do século XX, o mundo conheceu um movimento migratório de grandes proporções. Nesse período, cerca de 60 milhões de europeus migraram para todas as partes do mundo, sobretudo para a América e para a Oceania. Milhões de asiáticos (chineses, indianos, japoneses e árabes) também migraram para a América (chineses para os EUA, indianos para as Guianas, japoneses para o Brasil) e outros continentes. Podemos dizer, então, que durante muito tempo a Ásia e a Europa desempenharam um papel tipicamente emigratório ou de repulsão populacional, ao passo que a América e a Oceania foram imigratórios ou de atração. Na África, além das migrações forçadas relacionadas ao processo de colonização, um grande número de trabalhadores (marroquinos, argelinos etc.) tem se dirigido principalmente para a Europa. A superação de um longo período marcado por constantes epidemias, fome, guerras, perseguições políticas e religiosas e a prosperidade alcançada no período pós- segunda Guerra Mundial fizeram com que a Europa passasse de áreas tradicionalmente repulsiva para uma das mais importantes áreas de atração populacional da atualidade. As melhores condições estruturais dos países desenvolvidos ajudam a compreender que não foi por acaso que esses países se transformaram em áreas de atração, enquanto países subdesenvolvidos ou mercados emergentes como o Brasil e a Argentina, tradicionais áreas atrativas, são agora repulsivas (os dois países atravessam um longo período de estagnação e de crises econômicas). Nas últimas décadas do século XX, presenciamos não somente a ida de milhares de pessoas em direção à Europa (principalmente Alemanha) e ao Japão, mas também o seu retorno. Os Estados Unidos são um dos países que mais recebem imigrantes. Devido a problemas econômicos e à falta de oportunidades, uma grande escalada migratória tem se estabelecido do México para os Estados Unidos. As migrações externas mais comuns são: 1ª- dos países pobres para os países ricos; 2ª- dos países pobres para outro pobre. II. Fenômenos importantes observados no contexto das migrações externas a) as remessas de recursos – os imigrantes remetem para os seus países de origem parte do que ganham; b) a fuga de talentos ou de cérebros – com a globalização da economia (e a consequente expansão do comércio e das empresas transnacionais), os países desenvolvidos atualmente têm requisitado trabalhadores especializados (executivos, administradores, especialistas em informática e comércio, pesquisadores etc.), que saem dos países periféricos e se dirigem para os países centrais; c) o racismo e a xenofobia – A retomada da imigração na Europa e nos Estados Unidos, a partir da década de 1980, coincidiu com um novo momento social e econômico dos países mais desenvolvidos. A diminuição no ritmo de crescimento econômico e mudanças tecnológicas 12
  • 13. ocasionaram um aumento do desemprego. Por isso, os imigrantes passaram a ser vistos como concorrentes, que poderiam ameaçar os empregos e os salários da população nativa. A constatação de que a população de origem estrangeira nesses países já era volumosa também ampliou o temor de que a cultura, os hábitos e o modo de vida local se modificassem. Disseminaram-se os movimentos xenófobos, que pregam o repatriamento dos estrangeiros, a negação da cidadania aos filhos desses estrangeiros nascidos na nova terra e a violência contra os diferentes grupos de imigrantes. d) desterritorialização O caso de populações inteiras expulsas de seus territórios, o que ocorre em geral em países da Ásia e da África, constitui o processo de desterritorialização. Esses povos sem-território, minorias oprimidas, dispersos por outros países, procuram um lugar para chamar de pátria, palavra que significa o lugar de nascimento e com o qual as pessoas se identificam. Desenraizados, muitas vezes acuados, privados de seus direitos de cidadania, esses refugiados vivem em condições precárias. Atualmente são cada vez mais constantes os processos de desterritorialização, nos quais as pessoas são brigadas a sair de seu Estado. Esse processo muitas vezes resulta no desenraizamento do antigo território, com a perda das raízes culturais e dos vínculos afetivos com o lugar. Nas décadas de 1990, ocorreu o processo inverso: 10 milhões de pessoas voltaram para seus países. A reterritorialização muitas vezes não representa a volta à mesma territorialidade, pois as pessoas retornam a seu país em condições muito mais precárias. Ex.: Afeganistão, Iraque, Uganda, Somália, Ruanda etc. ATENÇÃO!!!! O Tratado de Schengen – estabelecido em 1985. Acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários. Um total de 30 países, incluindo todos os integrantes da União Europeia (exceto Irlanda e Reino Unido) e três países que não são membros da UE (Islândia, Noruega e Suíça), assinaram o acordo de Schengen. Liechenstein, Bulgária, Roménia e Chipre estão em fase implementação do acordo. A área criada em decorrência do acordo é conhecida como espaço Schengen e não deve ser confundida com a União Europeia. Trata-se de dois acordos diferentes, embora ambos envolvendo países da Europa. De todo modo, em 02 de outubro de 1997 o acordo e a convenção de Schengen passaram a fazer parte do quadro institucional e jurídico da União Europeia, pela via do Tratado de Amsterdão. É condição para todos os estados que aderirem à UE aceitarem as condições estipuladas no Acordo e na Convenção de Schengen. O acordo de Schengen foi assim denominado em alusão a Schengen, localidade luxemburguesa situada às margens do rio Mosela e próxima à tríplice fronteira entre Alemanha, França e Luxemburgo (este último representando o Benelux, onde já havia a livre circulação). Ali, em junho de 1985, foi firmado o acordo de livre circulação envolvendo cinco países, abolindo-se controles de fronteiras, de modo que os deslocamentos entre esses países passaram a ser tratados como viagens domésticas. Posteriormente, o Tratado de Lisboa, assinado em 13 de dezembro de 2007, modificou as regras jurídicas do espaço Schengen, reforçando a noção de um "espaço de liberdade, segurança e justiça", que vai além da cooperação policial e judiciária e visa a implementação de políticas comuns no tocante a concessão de vistos, asilo e imigração, mediante substituição do método intergovernamental pelo método comunitário. Embora teoricamente não haja mais controles nas fronteiras internas ao espaço Schengen, esses controles podem ser reativados temporariamente caso sejam considerados necessários para a manutenção da ordem pública ou dasegurança nacional. Os países signatários reforçaram os controles 13
  • 14. das fronteiras externas ao espaço Schengen, mas, por outro lado, cidadãos estrangeiros que ingressem como turistas ou que obtenham um visto de longo prazo para qualquer um dos países membros podem circular livremente no interior do espaço. O Espaço Schengen permite a livre circulação de pessoas dentro dos países signatários, sem a necessidade de apresentação de passaporte nas fronteiras. Mesmo que não haja controle nas fronteiras, os cidadãos residentes nos países signatários devem, por norma, portar um documento legal de identificação, como o bilhete de identidade. Para os turistas de países não signatários, a prova de identidade é sempre o passaporte ou, no caso de longa permanência, o documento legal substitutivo, emitido pelas autoridades de imigração de um dos países signatários. O espaço Schengen não se relaciona com a livre circulação de mercadorias (embargos, etc.). Nesse caso, a entidade mediadora é a União Europeia, bem como os governos dos países membros que não participam do bloco econômico. Notas do professor: 1. A crise econômica que atingiu e atinge um grande grupo de países subdesenvolvidos, a situação de extrema pobreza dos povos da África central e o fim do regime socialista nos países da Europa central e oriental originaram fluxos migratórios de ordem econômica em direção aos países que ofereciam melhores oportunidades de vida e de trabalho. Esses movimentos se mantêm até hoje. 2. Os principais polos de atrações de imigrantes correspondem aos países mais desenvolvidos da União Europeia, da América Anglo-Saxônica (Estados Unidos e Canadá) e da Oceania (Austrália e Nova Zelândia); os produtores de petróleo do Oriente Médio e o Japão (que só se inseriu no conjunto dos países de imigração no inicio dos anos 90). 3. Podemos classificar as migrações internacionais ou externas em três diferentes tipos. ⇒ As migrações Sul-Norte referem-se às populações que deixam os países pobres, esperando encontrar melhores condições de vida nos países mais ricos. Há quatro fluxos principais: da América Latina para a América do Norte, principalmente para os Estados Unidos; da África e da Ásia para a Europa Ocidental e para os países produtores de petróleo do Oriente Médio; de vários continentes para a Austrália. ⇒ As migrações Sul-Sul envolvem as populações que deixam seus países de origem e vão a um outro pais do Hemisfério Sul com melhores condições econômicas e sociais: africanos indo para a Costa do Marfim e África do Sul ou Indonésios dirigindo-se para a Malásia. ⇒ As migrações Norte-Norte ocorrem, por exemplo, da Europa para a América Na Anglo-Saxônica e são consequência da globalização que vem gradualmente integrando as economias nacionais ao mercado mundial. 4. Os Estados Unidos, pais que mais recebeu imigrantes no continente americano e nação que se constitui pela variedade de povos de origem europeia, asiática, africana e, posteriormente, latino-americana, têm, tomado medidas para estancar a entrada de novos grupos. Entre os imigrantes clandestinos, destacam-se os braceros, mexicanos que ingressam ilegalmente ao país em busca de trabalho pouco qualificado. Para conter esse fluxo, o policiamento da fronteira entre o México e os Estados Unidos, delimitada em parte pelo Rio Grande, foi reforçado desde a década de 80. Mesmo porque migrantes de outros países latino-americanos também costumavam utilizar a fronteira mexicana para entrar clandestinamente nos EUA. 5. A década de 90 obrigou os Estados Unidos receberam uma grande quantidade de imigrantes cubanos. A crise que envolveu a ex-URSS e os países do Leste europeu no final dos anos 70 teve reflexos imediatos na economia cubana. Cuba perdeu o mercado preferencial, representado pelos países socialistas, de seus produtos de exportação, como açúcar e fumo, além da ajuda financeira anual que recebia da antiga URSS. Por outro lado, a manutenção do embargo econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos, desde o inicio dos anos 60, colocou a economia cubana num beco sem saída. Nos primeiros anos que se seguiram à Revolução de 1959, Cuba havia fornecido um grande número de refugiados políticos aos Estados Unidos. A partir da década de 90, passou a afugentar aqueles que não suportavam a escassez gerada pela crise econômica. Milhares de pessoas saíram da ilha, em pequenos barcos em direção à península da Flórida, 14
  • 15. Devido à precariedade das fugas em embarcações, muito não sobreviveram. Esses imigrantes surgidos da crise econômica cubana ficaram mundialmente conhecidos pela denominação de balseros. 6. Os descendentes dos japoneses que imigraram para o Brasil chamam-se nikkei, sendo os filhos nissei, os netos sansei e os bisnetos yonsei. Os nipo-brasileiros que foram ao Japão trabalhar a partir do fim dos anos 80 são denominados dekassegui. III. BRASIL: PASSADO DE IMIGRAÇÃO, PRESENTE DE EMIGRAÇÃO 1. Processo imigratório do Brasil Diversas causas contribuíram para a implantação do processo imigratório no país. As principais foram: • necessidade de povoar e ocupar o território, já que o mesmo era muito extenso e a população escassa; • necessidade de mão de obra e a dificuldade cada vez maior de se obter escravos, a partir de 1815 (pressões da Inglaterra) e principalmente após 1850 (proibição definitiva do tráfico negreiro); • predomínio de negros no país, o que não era visto com bons olhos pela Corte, . A imigração brasileira pode ser dividida em três períodos principais: • 1808. Corresponde à chegada da família real, à promulgação do decreto de concessão de terras e estrangeiros e à chegada dos açorianos; • 1850. Proibição do tráfico de escravos (Lei Eusébio de Queirós); • 1930-34. Corresponde à revolução brasileira (de 1930) e à criação das leis da imigração (1934). No 1.º período (1808 – 1850), a imigração foi muito pequena, por causa principalmente da facilidade de obtenção de escravos e, ao mesmo tempo, por causa do desinteresse e temor do europeu de emigrar para um país escravocrata. Durante todo este período o país recebeu menos de 10% do total de imigrantes. No 2.º período (1850 – 1930) foi o mais importante de todos, por causa: • da proibição do tráfico de escravos a partir de 1850; • do desenvolvimento da cafeicultura, que exigia numerosa mão de obra; • dos incentivos por parte do governo – que custeava as despesas com o transporte dos imigrantes –, e também de alguns fazendeiros que assumiam as despesas dos imigrantes durante o primeiro ano de trabalho; • da abolição da escravidão (1888). Neste período, o Brasil recebeu quase 80% da população imigrada. Em toda a história da imigração, a década mais importantes em termos numéricos foi a de 1890-1900, com 1.129.315 imigrantes (cerca de 20% do total), na maior parte italianos (678.761), por causa da crise econômica e do desemprego na Itália. O 3.º período (após 1930) é caracterizado pela diminuição progressiva da imigração, em virtude de fatores como: • a crise econômica de 1929, provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque e a consequente crise econômica da cafeicultura no Brasil, além da crise política e social gerada pela revolução de 1930; • as leis de imigração criadas na Constituição de 1934, que dificultaram e restringiram a entrada de imigrantes. Exemplos: a) Lei de Cotas de Imigração – a partir de 1934 só poderia entrar no país 2% do total de imigrantes entrados nos últimos 50 anos, por nacionalidade; b) 80% dos imigrantes de cada nacionalidade deveriam ser agricultores; c) seleção doutrinária ou ideológica do imigrante. • a 2.ª Guerra Mundial e a posterior recuperação econômica da Europa, que provocou uma reorientação dos fluxos imigratórios, isto é, a partir da década de 50 a maior parte dos migrantes europeus (portugueses, espanhóis, italianos etc.) passaram a dar preferência aos países europeus, notadamente aqueles de economias mais fortes, tais como a Alemanha, França e Inglaterra. Assim, com a grande redução da imigração, o aumento da população brasileira passou a depender basicamente do crescimento vegetativo, e a demanda de mão de obra a ser suprimida pelos próprios brasileiros. Geograficamente, as regiões que mais receberam imigrantes foram as Sudeste e Sul. O Estado de São Paulo recebeu cerca da metade do total de imigrantes entrados no país. De acordo com a nacionalidade, os imigrantes mais numerosos entrados no Brasil foram, pela ordem, os seguintes: portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e alemães. 15
  • 16. Dentre os países americanos, os que mais receberam imigrantes foram os Estados Unidos, seguidos pela Argentina, pelo Canadá e pelo Brasil. BRASIL – PRINCIPAIS GRUPOS DE IMIGRANTES E ÁREAS DE FIXAÇÃO Imigrante Área de fixação Portugueses Praticamente em todo o país, em especial no Rio de Janeiro, com preferência pelas cidades em relação ao campo. Italianos São Paulo (capital e interior), Rio Grande do Sul (Bento Gonçalves, Garibaldi, Caxias do Sul) e Santa Catarina (Nova Trento, Uruçanga e Nova Veneza), principalmente. Espanhóis Principalmente São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Japoneses São Paulo (capital e área do interior: Marília, Tupã, Presidente Prudente, Vale do Ribeira), Pará (região Bragantina), Paraná (Londrina, Maringá) e Mato Grosso do Sul. Alemães Santa Catarina (Vale do Itajaí), Rio Grande do Sul (Novo Hamburgo, Estrela, Lajeado, Vale dos Sinos), Paraná, São Paulo e Espírito Santo. Eslavos Paraná (Curitiba, Ponta Grossa, Castro e Lapa), em especial. Sírio-libaneses Quase todo o país, em especial nos centros urbanos. Um certo destaque para São Paul (capital e interior). 2. Processo emigratório do Brasil O Brasil já foi um país de imigração tendo recebido muitas pessoas de Portugal, Itália, Espanha, Japão e Alemanha. A partir da década de 30 (criação das leis de imigrações de Getúlio Vargas), das crises políticas (déc. 60-70) e das crises econômicas (déc. 80-90), a imigração teve uma queda muito grande. A partir da déc. 80, o Brasil passou a ser um país de emigração. Os lugares para onde os brasileiros mais emigram são: EUA, Europa Ocidental, Austrália, Japão e Paraguai (brasiguaios). A emigração (saída de pessoas do Brasil para residirem no estrangeiro), apesar de pouco estudada, é atualmente tão importante quanto a imigração, talvez até mais. Do final dos anos 1960 até 2000, inclusive, o número de emigrantes foi superior ao de imigrantes, tanto por motivos políticos (a ditadura militar, que governou o país de 1964 a 1985, perseguiu muita gente), quanto, principalmente, por razões econômicas (os baixos salários pagos no Brasil em comparação aos padrões internacionais). É muito difícil obter dados estatísticos seguros sobre o total de emigrantes porque muitos ingressaram clandestinamente nos países de destino; não é muito fácil obter visto de entrada como imigrante nos Estados Unidos ou nos países da Europa Ocidental. Não obstante, sabe-se que muitos brasileiros deixaram o país nestas últimas décadas. Calcula-se que mais de 1 milhão estejam residindo nos Estados Unidos, cerca de 500 mil no Paraguai (brasiguaios – terras disponíveis a preços baixos no Paraguai), por volta de 200 mil no Japão e um número um pouco menor em outros países, como França, Itália, Inglaterra, Canadá e Austrália. ATUALIDADE: 27/04/2012 IBGE: número de imigrantes no Brasil sobe quase 87% em 10 anos O Censo 2010 registrou um grande aumento no movimento de entrada no país em relação a 2000. Foram 286,5 mil imigrantes internacionais pelo critério de data-fixa, ou seja, indivíduos que residiam no Brasil na data de referência do Censo, mas que moravam em um país estrangeiro cinco anos antes. Esse número foi 86,7% maior do que em 2000 (143,6 mil). Os principais estados de destino desses imigrantes foram São Paulo, Paraná e Minas Gerais que, juntos, receberam mais da metade dos imigrantes internacionais do período. Do total de imigrantes internacionais, 174,6 mil (65,0%) nasceram no Brasil, portanto eram imigrantes internacionais de retorno. Em 2000, foram 87,9 mil imigrantes internacionais de retorno, 61,2% dos imigrantes do período. 16
  • 17. Os principais países de origem dos imigrantes foram os Estados Unidos (51,9 mil imigrantes), Japão (41,4 mil), Paraguai (24,7 mil), Portugal (21,4 mil) e Bolívia (15,8 mil). Em 2000, os principais países de origem eram o Paraguai (35,5 mil), Japão (19,7 mil), Estados Unidos (16,7 mil), Argentina (7,8 mil) e Bolívia (6,0 mil). Santa Catarina teve o maior crescimento de imigrantes do país de 2000 para 2010 O Censo 2010 detectou uma redução na migração interna da população. Entre 1995 e 2000, havia 30,6 migrantes para cada mil habitantes, enquanto que de 2005 a 2010, eram 26,3 migrantes para cada mil habitantes. O aumento do número de imigrantes em Santa Catarina, que foi de 59,1% entre os dois períodos, resultou em um saldo migratório (balanço entre entradas e saídas de pessoas) entre 2005/2010 de 174,1 mil pessoas, quase o triplo do saldo contabilizado em 1995/2000, que foi de 59,9 mil pessoas. Os estados da Região Nordeste continuam a perder população, a exceção dos estados do Rio Grande do Norte e Sergipe, que apresentaram saldo migratório positivo. Percentual de migrantes de retorno foi maior entre os estados do Nordeste Em 2000, os migrantes de retorno representavam 22,0% do total de migrantes (1,1 milhão de pessoas) do Brasil. Em 2010, esse percentual subiu para 24,5% dos migrantes (1,23 milhão de pessoas). A “migração de retorno”, referente às pessoas que nasceram no mesmo estado em que residiam na data de referência do Censo, mas que moravam em outra unidade da Federação cinco anos antes representou mais de 40,0% entre os estados da Região Nordeste, com exceção do Rio Grande do Norte e Sergipe. O maior percentual de imigrantes de retorno do país, de 46,6%, foi encontrado no estado do Ceará e o segundo maior, 44,2%, no Rio Grande do Sul. 3. MIGRAÇÕES INTERNAS a) NOMADISMO • sem residência fixa; • deslocamento de toda a população global. Ex.: pastores nômades nas áreas periféricas do Saara. Música: A vida do viajante (Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil) – CD: Luiz Gonzaga b) TRANSUMÂNCIA: reversível, periódica e de acordo com as estações do ano (sazonal): Ex. 1: Ex. 2: 17 ÁREA I ÁREA II ÁREA III “Minha vida é andar Por este país Pra ver se um dia Descanso feliz Guardando as recordações Das terras onde passei.... SERTÃO ZONA DA MATAseca SERTANEJO chuvas • Trabalho sazonal: corte de cana MONTANHA OU PLANALTO PLANÍCIE inverno PASTORES/REBANHO verão
  • 18. Na Amazônia ocorre transumância entre as áreas de castanha-do-pará e as de extração de látex (borracha). Após o término da coleta da castanha (terra-firme: nunca é inundada), os trabalhadores aproveitam o período ocioso e se deslocam para os seringais (várzea: inundada no período das cheias dos rios). Realizam a extração do látex e depois retornam aos castanhais. Música: Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) CD: Fagner c) MIGRAÇÕES PENDULARES: fundamentalmente determinada pelo campo de trabalho. Alcança grande intensidade com a periferização e o crescimento horizontal das cidades. É um movimento populacional que é intensificado pelo êxodo rural. Ex.: subúrbio, cidade-satélite Ex.: centro urbano, metrópole Música: Cidadão (Lúcio Barbosa) – CD: Zé Geraldo d) MIGRAÇÕES INTRA-REGIONAIS: praticadas dentro da própria macrorregião. Ex.1: Ex.2: Música: De Teresina a São Luís 18 ÁREA DE PASTAGEMÁREA DE PASTAGEM Quando oiei a terra ardendo Hoje, longe muitas léguas Qual fogueira de São João, Numa triste solidão, Eu perguntei a Deus do céu, ai, Espero a chuva cair de novo Por que tamanha judiação... Pra mim vortá pro meu sertão... Que braseiro, que fornaia, Quando o verde dos teus óio Nenhum pé de prantação, Se espaiá na prantação Por farta d’água perdi meu Eu te asseguro, não chore Gado Não, viu Morreu de sede meu alazão. Que eu vortarei, viu, meu Coração... Inté mesmo a asa branca Bateu asa do sertão Entonce eu disse adeus Rosinha, Guarda contigo meu coração... LOCAL DE RESIDÊNCIA LOCAL DE TRABALHO “Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudai a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro conduções Duas pra ir, duas pra voltar... Região Nordeste Maranhão Bahia Região Sudeste Minas Gerais São Paulo Peguei o trem em Terezina O trem danou-se Pra São Luís do Maranhão Naquelas brenhas Atravessei o Parnaíba Soltando brasa Ai, ai que dor no coração Comendo lenha Comendo lenha E soltando brasa Tanto queima Como atrasa... .....................................
  • 19. Na Amazônia ocorre transumância entre as áreas de castanha-do-pará e as de extração de látex (borracha). Após o término da coleta da castanha (terra-firme: nunca é inundada), os trabalhadores aproveitam o período ocioso e se deslocam para os seringais (várzea: inundada no período das cheias dos rios). Realizam a extração do látex e depois retornam aos castanhais. e) MIGRAÇÕES INTER-REGIONAIS (entre regiões) e intra-regionais (em uma mesma região) CICLO DA MINERAÇÃO século XVIII ciclo da borracha 1860 – 1910 ciclo do café 1850 - 1930 Industrialização Desde a década de 1930 A partir da década de 1940 Projetos de colonização A partir de década de 1950 Construção da rodovia Belém- Brasília e projetos minerais e agropecuários Música: Peguei um Ita no Norte (Dorival Caymmi) – CD: Nana Caymmi AS MIGRAÇÕES INTER–REGIONAIS QUE PREDOMINARAM • 1940 – 1970: grande fluxo de nordestino ⇒ estagnação do Nordeste; ⇒ industrialização do Centro-Sul. • 1970 – 1990: Amazônia – “A nova fronteira agrícola do Brasil”. A partir da década de 70, a Região Sul passou a ter importância como área de saída populacional em direção à nova fronteira agrícola brasileira (MT, RO). O desenvolvimento da Região Sul, o aumento das culturas mecanizadas (como a soja), a geada que atingiu a cafeicultura e o crescimento do tamanho médio das propriedades foram fatores que colaboraram para a expulsão dos trabalhadores rurais e dos pequenos proprietários. O Paraná registrou a maior saída de migrantes do Sul. • Hoje: A Atração dos Centros Regionais Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações: a) Primeira: a migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho em contração, retornam a suas cidades de origem; 19 Ai, ai, ai Ai, ai, ai Adeus, Belém do Pará Adeus, Belém do Pará Peguei um Ita no Norte Ai, ai, ai E fui pro Rio morar Adeus Belém do Pará Adeus meu pai, minha mãe Adeus Belém do Pará MG, MT, GO NORDESTE SP AMAZÔNIANORDESTE SP PR NORDESTE MG SP RJ NORDESTE MS ES CENTRO-OESTE NORDESTE SUDESTE SUL REGIÃO NORTE (Amazônia)
  • 20. b) Segunda: o crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros. A década de 90 registrou praticamente o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou dos paranaenses. Hoje, os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região sul, transferindo para o Nordeste problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul. EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA Ambientais Econômicas Sociais • Atualmente (desde a década de 90): A ATRAÇÃO DOS CENTROS REGIONAIS Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações: 1. Primeira: a migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho em contração, retornam as suas cidades de origem; 2. Segunda: o crescimento nas áreas industriais e agroindústrias das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros. A década de 90 registrou praticamente o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou dos paranaenses. Hoje, os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região sul, transferindo para o Nordeste problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul. f)ÊXODO RURAL É um dos mais importantes exemplos de migrações internas. Em geral assume caráter definitivo. 20 Regiões Sudeste e Sul: decréscimo populacional (%) Região Nordeste: decréscimo populacional (%) Concentração fundiária. Mecanização agrícola. Concentração fundiária. Migrações internas Amazônia Expansão da fronteira agrícola Regiões Norte e Centro-Oeste: Acréscimo populacional (%) Implicações Zona urbana (cidade) Zona rural (campo)
  • 21. Música: Triste partida (Patativa do Assaré) – CD: Luís Gonzaga MIGRAÇÕES CAMPO-CIDADE REGIÕES CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS De expulsão De atração Países desenvolvidos Liberação de mão-de-obra pela mecanização Oferta de empregos urbanos Urbanização integrada; aumento de população secundária e terciária. Países subdesenvolvidos Pressão demográfica no campo Fascínio urbano Urbanização anômala; cinturão marginal; subemprego no terciário. ÊXODO RURAL Causas: fatores de estagnação e da mudança a) Os fatores de mudança constituem as transformações sofridas no meio rural pela modernização e mecanização da agricultura. Essa modernização dispensa mão-de-obra, já que eleva a produtividade do trabalho pela introdução de máquinas ou técnicas modernas de cultivo. Esses fatores prevalecem nos países desenvolvidos e formam a principal causa das migrações rural-urbanas, juntamente com a Revolução Industrial. No caso do Brasil, esses fatores existem em algumas áreas, principalmente no Centro-Sul do país, mas não são os mais importantes para se explicar o êxodo rural. b) Os fatores de estagnação constituem a pressão exercida pelo crescimento demográfico sobre a disponibilidade de áreas cultiváveis, que é limitada tanto pela insuficiência física de terras como pela monopolização por grandes proprietários. Esses fatores não estão ligados à industrialização, como ocorre como fatores de mudança, e sim com um crescimento populacional que não é absorvido no local, porque a oferta de trabalho é inferior à procura. E o principal motivo de a terra não sustentar o grande número de novos trabalhadores que surge a cada ano prende-se à estrutura social, isto é, ao monopólio de extensas áreas por grandes proprietários ou latifundiários. Esses fatores prevalecem nos países subdesenvolvidos. 21 .................................................................... Chegaram em São Paulo sem cobre quebrado Agora pensando ele segue outra trilha E o pobre acanhado procura um padrão Chamando a família começa a dizer Só vê cara estranha Eu vendo meu burro, meu jegue e o cavalo Vê estranha gente Nós vamos a São Paulo Tudo é diferente do caro torrão. Viver ou morrer. ............................................................................. Nós vamos a São Paulo que a coisa ta feia Por terra alheias nós vamos vagar Se o nosso destino não for tão mesquinho Pro mesmo cantinho nós torna a voltar. E vende seu burro, o jumento e o cavalo Até mesmo o galo venderam também Pois logo aparece feliz fazendeiro Por pouco dinheiro me compra o que tenho Chegou triste dia já vai viajar. ......................................................................
  • 22. Aparecem no Brasil em grande escala, principalmente no Nordeste e também em algumas partes do Centro-Sul – Paraná, Rio Grande do Sul –, onde muitas vezes o tamanho da terra não é suficiente para todos os filhos do pequeno proprietário. Muitos, ao se casar, terão que migrar em busca de novas terras ou de centros urbanos. g) MIGRAÇÕES INTRAMETROPOLITANAS – as pessoas se deslocam de uma cidade dentro da região metropolitana, em geral a cidade principal da região, para outra cidade próxima. Em geral, atinge a camada mais pobre da população, em razão do preço elevado dos terrenos nas cidades principais. ATUALIDADES: IBGE comprova queda da migração no Brasil - 15/07/2011 Ofertas de emprego espalhadas pelo Brasil desencorajam mudança de estado. RJ e SP deixaram de ser importadores e passam a exportadores de moradores Estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o deslocamento da população brasileira indica a diminuição da migração interna e tendência de permanência ou de retorno de moradores a seus estados de origem. Em vez da corrida para o Sudeste, que marcou as décadas de 1960 a 1980, a tendência é de deslocamentos entre municípios de um mesmo estado e queda acentuada nas migrações entre regiões. A última década aponta ainda para mudanças nas correntes migratórias, em que Rio de Janeiro e São Paulo deixam de ser "importadores" e passam a "exportadores" de moradores, enquanto o Espírito Santo desponta como foco de atração de novos habitantes. Os principais fatores para a diminuição no número de migrantes são a saturação das metrópoles e a melhor distribuição da oferta de emprego. Os dados apontam a tendência de deslocamento para cidades de médio porte. "A principal motivação para a migração é a busca por trabalho. Qualidade de vida e menos violência podem ser complementares', diz o pesquisador do IBGE Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira. um dos autores do artigo "O panorama dos deslocamentos populacionais no Brasil: Pnads e Censos Demográficos." Oliveira diz que dos anos 80 para cá, houve desconcentração da atividade econômica. O Nordeste, por exemplo, passou a segurar população e atrair a migração de retorno. "O país hoje se desenvolve em quase todas as áreas. Com essa mudança no modelo de desenvolvimento, os imigrantes tendem a diminuir", afirma. A publicação tem como base o Censo 2000 e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) de 2004 e 2009. O IBGE pergunta aos entrevistados onde moravam cinco anos antes da data da pesquisa. Também questiona o estado de nascimento do entrevistado. O Censo 2000 apontou a existência de 5,1 milhões migrantes no País. Estimativas com base na Pnad 2004 indicam 4,63 milhões migrantes naquele ano. Em 2009, o número caiu para 3,24 milhões. Regiões e estados - O IBGE destaca a queda no deslocamento da população entre as regiões do Brasil. Em 2000, 3,36 milhões de pessoas viviam em regiões diferentes daquela de origem. Em 2004, esse número caiu para 2,86 milhões e chegou a 2,05 milhões em 2009. "Houve redução nessa migração em que a pessoa percorre muitos mil quilômetros movida pela oferta de trabalho. A tendência é continuar a diminuir", diz Antônio Tadeu. Na mudança de perfil dos Estados, Rio de Janeiro e São Paulo viveram uma inversão no saldo de migrantes. Enquanto o Censo de 2000 apontava que São Paulo tinha 340.000 imigrantes (moradores vindos de fora do Estado) a mais que emigrantes (paulistas que viviam fora de São Paulo), a Pnad de 2004 apontou 155.000 emigrantes mais que imigrantes. A Pnad de 2009 ainda mostra a tendência de saída dos moradores, porém em menor intensidade: havia 53.000 emigrantes a mais que imigrantes em 22
  • 23. São Paulo. Os números do Censo 2010, mais precisos que da Pnad, indicarão se o estado continuou a exportar mais do que importar moradores. O Espírito Santo vai ao sentido contrário. O fortalecimento da industrialização na área de minério e siderurgia nos anos 80 foi um fator decisivo para a atração de população, depois do esvaziamento da população nos anos de 1950 e 1960. A tendência é de que o Estado se consolide como atrativo de novos moradores nos próximos anos, graças à expansão do setor de petróleo. O Espírito Santo foi o único estado que não teve queda no número absoluto de imigrantes entre 2004 e 2009. Além disso, mostrou um forte movimento de permanência dos moradores, redução à metade do número de emigrantes, de 108.000 em 2004 para 54.000 em 2009. Outros estados com altos índices de atração de migrantes, segundo a Pnad 2009, são Goiás, Amazonas, Amapá e Santa Catarina. O Censo 2010 trará números mais precisos que poderão confirmar ou não esta tendência. Entre os estados classificados como "expulsadores" de população, embora em intensidade menor que nos anos 60 e 70, estão Bahia e Alagoas. De vota para casa - O Rio Grande do Sul foi o estado com maior taxa de retorno de migrantes, segundo dados da Pnad 2009, divulgados pelo IBGE. Estados do Nordeste como Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte, além de Minas Gerais e Paraná, também registraram grande número de moradores que tinham deixado a terra natal e voltaram, provavelmente movidos por oportunidades de emprego e alta atratividades de cidades de porte médio. "Os deslocamento típicos da primeira fase da transição demográfica (décadas de 1960 e 70), quando as taxas de fecundidade eram altas e a mortalidade começava a declinar, gerando excedentes populacionais que favoreciam a migração do campo para a cidade, começaram a perder importância no Brasil a partir dos anos 80", informa o estudo. A publicação aponta a tendência de retorno da população de estados antes classificados como "áreas de expulsão", como a Região Nordeste, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A alta taxa de retorno já tinha sido detectada no Censo 2000, referente à década de 1990, em maior intensidade do que a registrada na Pnad 2009. Os dados do Censo 2010 indicarão com mais precisão os movimentos ocorridos na década passada. A Pnad 2009 indica que, do total de imigrantes do Rio Grande do Sul, 23,98% eram gaúchos que voltavam ao Estado de origem. Em Pernambuco, a taxa de retorno foi de 23,61%. No Paraná, foi de 23,44%. 23