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2004 Docu-ff~e~,T,tos 
ISSN 15 16-5582 
FL-13392 Dezembro, 2004 
Giberela ou Brusone? 
Orienta ções para a identificação 
correta dessas enfermidades em 
trigo e em cevada 
Wr ",
República Federativa do Brasil 
Luiz má cio Lula da Silva 
Presidente 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
Roberto Rodrigues 
Ministro 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
Conselho de Administração 
José Amauri Dimárzio 
Presidente 
CIa yton Campanhola 
Vice-Presidente 
Alexandre Kalil Pires 
Die trich Gerhard Quas t 
Sérgio Fausto 
Urbano Campos Ribeira! 
Membros 
Diretoria-Executiva da Embrapa 
CIa yton Campanhola 
Diretor-Presidente 
Gustavo Kauark Chianca 
Herbert Cavalcante de Lima 
Mariza Marilena T. Luz Barbosa 
Diretores-Executivos 
Embrapa Trigo 
Erive/ton Scherer Roman 
Chefe-Geral 
Osmar Rodrigues 
Chefe Adjunto de Administração 
Renato Serena Fontaneli 
Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento 
Adão da Silva Acosta 
Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios
EnJpa Dezembro, 2004 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
Centro Nacional de Pesquisa de Trigo 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
Documentos 51 
Giberela ou Brusone? 
Orientações para a identificação 
correta dessas enfermidades em 
trigo e em cevada 
Maria Imaculada Pontes Moreira Lima 
Passo Fundo, AS 
2004
Exemplares desta publicacão podem ser solicitados à: 
Embrapa Trigo 
Rodovia BR 285, km 174 
Caixa Postal 451 
99001-970 Passo Fundo, RS 
Telefone: (0XX54) 311-3444 
Fax: (0XX54) 311-3617 
www.cnpt.embrapa.br 
E-mail: vendas@cnpt.embrapa.br 
Comitê de Publica çôes 
Beatriz Marti Ernygdio, Gilberto Ornar Tomm, João Carlos Haas 
(Presidente), José Maurício Cunha Fernandes, Luiz Eichelberger, 
Martha Zavariz de Miranda, Sandra Patussi Brammer, Silvio Tulio 
Spera 
Editora ção eletrônica: Fátima Maria De Marchi 
Ilustração da capa: Liciane Toazza Duda Bonatto 
Fotos: Paulo Kurtz, Maria Imaculada P.M. Lima, Márcio Só e Silva, 
Ana Bilibio dos Santos 
Ficha catalográfica: Maria Regina Martins 
ia edição 
P impressão (2004): 3.000 exemplares 
Todos os direitos reservados. 
A reprodução não autorizadá desta publicação, no todo ou em 
parte, constitui violação dosdireitos autorais (Lei n° 9.610). 
Lima, Maria Imaculada Pontes Moreira. 
Giberela ou brusone? Orientações para a identificação correta 
dessas enfermidades em trigo eem cevada. / Maria Imaculada 
Pontes Moreira Lima. - Passo Fundo : Embrapa Trigo, 2004. 
42 p. ; 21 cm. (Embrapa Trino. Documentos, 51). 
ISSN 1516-5582 
1. Cereais - Doenças. 2. Trigo.; Doença Giberela. 3. Trigo - 
Doença - Brusone. 4. Cevada 7 Doença - Giberela. 5. Cevada - 
Doença - Brusone. 1. Título. II. Série. 
CDII 633.193 
© Embrapa Trigo 2004
Autora 
Maria Imaculada PontesMoreira Lima 
Pesquisadora, M.Sc. 
Embrapa Trigo 
Rodovia BR 285, krn 174 
Caixa Postal 451 
99001-970 Passo Fundo, RS 
E-mail: imac@cnpt.embrapa.br
Apresentação 
Giberela ou fusariose é, em trigo e em cevada, uma das 
mais preocupantes doenças de espiga, causando redu-ções 
na produtividade dessas culturas. Essa doença tam-bém 
afeta a qualidade dos grãos, reduzindo o peso e pre-judicando 
a aparência, além de possibilitar a produção de 
micotoxinas pelo fungo, que são prejudiciais ao homem 
e aos animais que deles se alimentam. Assim como a 
giberela, a brusone, também chamàda de branqueamén-to 
de espiga, é outra doença que afeta espigas de trigo e 
de cevada, principalmente nas regiões Central e Centro-sul 
do Brasil. Pode afetar várias partes da planta, como 
as folhas, sendo mais comum e referenciada como doen-ça 
de ocorrência em espiga. 
Tanto a giberela quanto a brusone, às vezes, apresentam 
sintomas semelhantes e qúe podem ser confundidos. A 
autora apresenta, neste documento, orientações para a 
identificação correta dessas doenças, assim como infor-
mações para a diferenciação de outros problemas que 
afetam espigas de trigo e de cevada cujos sintomas têm 
sido confundidos com giber&a e/ou brusone e que pode-rão 
ser úteis para o diagnóstico correto do problema na 
lavoura. 
Erivelton Scherer Roman 
Chefe-Geral da Embrapa Trigo
Sumário 
Introdução . 9 
Informações gerais sobre giberela em trigo e 
emcevada ........................................................ 10 
Informações gerais sobre brusone em trigo e 
emcevada ........................................................ 23 
Sintomas induzidos por outros fatores são 
confundidos com giberela e com brusone em 
espigas e em grãos de trigo e de cevada ............... 29 
Conclusão......................................................... 39 
Literatura consultada .......................................... 39
Giberela ou Brusone? 
Orientações para a identificação 
correta dõssas enfermidades em 
trigo e em cevada 
Maria Imaculada Pontes Moreira Lima 
Introdução 
O objetivo deste documento é disponibilizar, a produto-res, 
agentes da assistência técnicã, etudantes, enfim, a 
interessados nas culturas de trigo e de cevada, o conteú-do 
da palestra "Giberela ou Brusone? orientações para a 
identificação correta dessas doenças", proferida no III 
Encontro de Difusão Técnica: Doenças em Cereais de In-verno, 
promovido pela Revista Plantio Direto, na Embrapa 
Trigo, em 2004. Nessa palestra,foram repassadas infor-mações 
gerais sobre as enfermidadès giberela e brusone 
em trigo e em cevada e orientàçõeâ para o reconheci-mento 
visual dessas doenças, assim como informações 
para a diferenciação de. outros problemas que afetam es-pigas 
de trigb e de cevada cujos sintomas têm sido con-fundidos 
com giberela e/ou brusone. 
IS]
Informações gerais sobre giberela 
em trigo e em cevada 
Parte afetada e nomes comuns: a giberela destaca-se 
entre as doenças que afetam espigas (Fig. la) e grãos 
(Fig. 1W de trigo e espigas (Fig. lc) e orãos (Fig.ld) de 
cevada, sendotambm 1 conhecida por fusariose. 
Etiologia:agibereIaemtrigoe em cevada é causada prin-cipalmente 
por Gibbere/Ia zeae (Schw.) Pétch., cuja forma 
assexuada éfusariumgraminearurn.Schw Pelo menos 17 
espécies do mesmo gênero têm sido associadas à enfermi-dade 
em cereais em todo o mundo. Além de F. graminearum, 
as espécies mais relevantes relatadas causando epidemias 
são Fusarium cu/morum, Fusaritim nivale, Fusarium 
avenaceurn e Fusarium equiseti.- O crescimento caracte-rístico 
de F. graminearum em meio de cultura de rotina 
apresenta cor de rosa (Fig. 2a), e os conídios são em for-mato 
de meia-lua e têm como característica a célula basal 
em forma de pé (Fi.2b). 
Importância da doença: a1ocorrência tem aumentado nos 
últimos anos, atingindo níveis epidêmicos em váriOs países. 
Causa prejuízos em.todas as regiões domundo.onde se 
cultivam trigo e milho e as condições climáticas são favorá-veis 
ao desenvolvimento da doença. Na-região si» da Amé-rica 
do Sul, assim como na região sul.do.BrasiI.é. considera-da 
problema. Nô.Brasil,. emiriao,.foi relatada,.até recente-mente, 
causando nreiuízos.esporádicos, como nas safras 
de 1957; 1975 e 1982. Nos últimos anos, passou a ocorrer 
em níveis epidêmicos e tornou-se. umproblenja.mais 
preocupante nas safras de trigo no Sul do Brasil. orincipal-mente 
no estado do Riõ Grande do Sul. As epidemias mais 
recentes de giberela na região sUl do Brail fõram registradas 
10
em 1 9 9179, 9 280,0 0 e 2002, anos de elevada precipita-ção 
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Fig. 1. Espiga de trigo apresentando espiguetas e aristas com 
sintomas característicos de giberela (a), grãos de trigo apre-sentando 
sintomas característicos de giberela (b), espigas de 
cevada apresentando espiguetas com sintomas característicos 
de giberea (c) e grãos de cevada apresentando sintomas e 
sinais característicos de giberela (d). 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (a, b), Ana Bilibio dos Santos/ 
Maria Imaculada P.M. Lima (c, d). 
11
( Ii0 ql ) 
Sp T) 
Fig. 2. Colônia de F. graminearum (a), conídios característicos 
de F. gram/nearum (b). 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (a). 
Fonte: Seiferi, 1998 M. 
Os prejuízos econômicos, freqüentemente, são subesti-mados, 
pois, quando o patógeno afeta as espigas no iní-cio 
da formação de grãos, estes são leves, sendo elimina-dos 
na colheita, no processo de trilha, juntamente com a 
palha. Os danos diretos ocasionados por giberela resul-tam 
do abortamento de flores ou da formação de grãos 
chochos, enrugados, ásperos, de coloração rásea a 
esbranquiçada (Fig. ib). Os danos indiretos são causa-dos 
por grãos infeccionados e seus derivados, podendo 
ser tóxicos tanto para o ser humano como para animais, 
em razão da presença de micotoxinas, que são substân-cias 
tóxicas produzidas por fungos. Entretanto, somente 
a presença do grão giberelado não significa que há 
micotoxinas. Estas, quando presentes, tornam os grãos 
menos palatáveis aos animais. Algumas toxinas, como a 
deoxinivalenol (vomitoxina), podem induzir vômitos e es-pasmos 
musculares no homem e em animais não-rumi-nantes. 
Outras micotoxinas podem causar disfunção se-xual 
reprodutiva, como a zearalenona. Tem sido atribuído 
12
à presença de elevados níveis de micotoxinas o fenôme-no 
do extravasamento da cerveja ao abrir a, garrafa, co-nhecido 
também como gushing. 
Condições climáticas favoráveis: a doença giberela é in-fluenciada 
por condições de ambiente. Precipitação plu-vial 
de, no mínimo, 48 horas consecutivas e temperatura 
entre 20 e 25 OC são condições ideais para o desenvolvi-mento 
da doença. Em períodos mais secos, como anos 
de ocorrência do fenômeno La Niiia na região sul do Bra-sil, 
a giberela não é considerada problema em trigo. O 
mesmo não se verifica em anos de ocorrência de El Nií5o, 
em que condições climáticas de temperatura e precipita-ção 
pluvial acima da média são extremamente favoráveis 
à ocorrência da doença. Como giberela pode manifestar-se 
a partir do espigamento, e este, na região sul, concen-tra- 
se na estação da primavera, pode-se dizer que anos 
de primavera mais chuvosa e com temperatura mais ele-vada 
são anos de epidemia de giberela e anos de prima-vera 
fria e mais seca são anos dê pouca ocorrência de 
giberela. 
Aumento de giberela em trigo e em cevada: restos de 
culturas são as principais reservas de G. zese, embora 
solo,, sementes e vários hospedeiros suscetíveis também 
sejam fontes de inóculo. Além de trigo, a giberela tem 
sido relatada afetando as culturas que, fazem parte do 
sistema de produção da região sul, como cevada, triticale, 
aveia, centeio e milho, e várias plantas daninhas. Encon-trou- 
se G. zeae também em restos culturais de soja. Des-taque 
é dado a milho, pois, além de hospedeiro, os restos 
culturais (colmos) são importantes para a produção de 
peritécios de G. zeae (Fig. 3), garantindo assim a sobre-vivência 
do patógeno. 
13
Fig. 3. Colmos de milho com peritécios de G. zeae. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
O sistema de manejo conservacionista de solo é inega-velmente 
eficaz no controle de erosão, que é o objetivo 
principal da tecnologia, além de ser também fundamental 
na sustentabilidade da agricultura na região. A mudança 
do sistema de preparo convencional de solo, caracteriza-do 
por revolvimento do solo e incorporação de grande 
parte dos restos culturais, pelo sistema de manejo 
conservacionista, na região sul do país, principalmente 
no Rio Grande do Sul, provavelmente seja um fator im-portante 
no aumento da intensidade dos surtos epidêmi-cos 
de giberela. A adoção do sistema de manejo 
14
conservacionista, em que os restos vegetais das CuItLJ-ras 
anteriores são mantidos na superfície do solo, difi-cultando 
a erosão, em substituicão ao sistema conven-cional, 
como era de se esperar, poderia causar altera-ções 
que implicariam o aparecimento de outros proble-mas, 
principalmente em relação a doenças. 
É possível sugerir que a giberela seja uma doença cujo 
desenvolvimento é favorecido pelo sistema conservacio-nista 
de manejo de solo. Os grãos afetados precocemen-te 
são mais leves, permanecendo grande parte no campo 
junto com a palha, na superfície do solo, no processo de 
trilha. A manutenção de restos culturais na superfície do 
solo facilita a produção e a disseminação de unidades 
infectivas (ascosporos) de G. zeae. 
Síntese do ciclo de vida e sobrevivência do patógeno: o 
patógeno, durante o seu ciclo de vida, apresenta a fase 
saprofítica e a fase parasitária (Fig. 4 ). Durante a fase 
saprofitica, sobrevive na forma teleomárfica, também 
chamada de sexual, em restos culturais, e recebe o nome 
de G. zeae, caracterizada pela produção de corpos de 
frutificação, os peritécios. Na presença do hospedeiro, a 
partir do espigamento (estádio inicial de suscetibilidade), 
e sob condições climáticas favoráveis, ocorre a liberação 
de ascosporos do interior dos peritécios, que, ao atingi-rem 
as espigas, germinam, dando início à fase parasitá-ria, 
que se transforma na fase anamórfica ou assexual, 
denominada de F. graminearum. 
Principais sintomas e sinais de giberela em trigo: os sinto-mas 
característicos são espiguetas despigmentadas, de 
coloração esbranquiçada ou cor de palha (Fig. la), que 
contrastam com o verde normal de espiguetas sadias. Os 
15
sintomas iniciais em alguns genótipos, ocasionalmente, 
podem ser observados pela cor de marrom-escuro na 
gluma (Fig. 5a). Também é considerada sintoma típico de 
giberela a alteração do sentido das aristas de espiguetas 
afetadas, que se desviam do sentido das aristas de 
espiguetas não afetadas (Fig. la). Em genótipos de trigos 
múticos (espigas sem aristas) ou com aristas apícais, a 
giberela é caracterizada pela descoloração de espiguetas 
(Fig. 5b). 
Fusar/um gramin earum 
t 
Espiga infectada 
t 
Espiga mento : Fase parasitária Colheita 
Hospedeiros ( Fase saprofítica Restos 
Secundários Culturais 
Gibberella zeae 
Fig. 4. Síntese esquemática do ciclo de vida e sobrevi-vência 
de G. zeae (F. graminearum). 
Em genótipos muito suscetíveis ou em anos em que as 
condições de ambiente são muito favoráveis ao desen-volvimento 
da doença, toda a espiga pode ser afetada, 
pedúnculo inclusive, que adquire coloração arnarronzada 
16
(Fig. 6). Quando as primeiras espiguetas afetadas se lo-calizam 
na porco inferior da espiga, o pedúnculo, geral-mente, 
também apresenta os sintomas de giberela (Fig. 
7). 
Fig. 5. Giberela: sintoma inicial em gluma e arista de 
alguns genótipos de trigo (a), sintoma em espigas de 
trigo múticas ou com poucas aristas (b). 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
Às vezes, espigas afetadas por giberela evidenciam sin-tomas 
semelhantes aos induzidos por brusone, ou seja, 
ocorre descoloração de todas as espiguetas da porção 
superior da espiga (Fig. 8a). Nesse caso, o ráquis da espi-ga 
afetada por giberela apresenta coloração escura na 
região de espiguetas sadias (Fig. 8b). Os grãos oriundos 
da parte afetada da espiga apresentam os sintomas típi-cos 
de giberela. 
17
4 •b / 
!y' 
, á f 
P 
Fig 6. Espigas totalmente afetadas por giberela, com 
extensão dos sintomas ao pedúnculo. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
Fig. 7. Espiguetas na porção inferior da espiga e pedúnculos 
afetados por giberela. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
-i] 
uI
4. ) 
Fig S. Sintomas de giberela, semelhantes aos de brusone, 
com morte da parte superior de espigas de trigo (a), sintomas 
de giberela no ráquis de espiguetas sadias de espigas com 
sintomas de brusone (b). 
Fotos: Paulo KurtzfMaria Imaculada P.M. Lima 
Grãos de trigo sadios (Fig. 9a) diferem daqueles produzidos 
em espiguetas atacadas por giberela, em que se formam 
grãos chochos, enrugados, de coloração branco-rosada a 
pardo-clara (Fig. 1 b). O tamanho do grão afetado varia em 
função do estádio de desenvolvimento em que a espigueta 
foi infectada pelo patágeno (Fig. 9b). Resultado de trabalho 
realizado na Embrapa Trigo, em 2002, sob inoculação artifi-cial, 
culminou em alteração nas indicações técnicas da Co-missão 
Sul-brasileira de Pesquisa de Trigo, nas quais, a par-tir 
de 2003, passou a constar que, sob condições climáti-cas 
favoráveis, a giberela pode afetar a cultura de trigo a 
partir do espigamento. 
Em condições favoráveis, estruturas (sinais) do patõgeno 
são facilmente visualizadas a olho nu. Algumas espiguetas 
afetadas de espigas ainda verdes apresentam coloração 
salmão, em decorrência da produção de macroconídios 
de F. graminearum (Fig. 1 Da). Essa coloração geralmente 
permanece até o fim do ciclo da planta de trigo. Outros 
19
sinais do patógeno também podem ser observados em 
espigas secas, pela formação de pontuações escuras, 
que são os peritécios de G. zeae (Fg. lOb). 
Fig. 9. Gràos de trigu sucios ia), grãos de trigo afetados por 
giberela em diferentes estádios de desenvolvimento 1W. 
Fotos: Paulo Kurtz!Marin Imaculada P.M. Lima. 
Fig. 10. Sinais do patégeno em espiga de trigo: 
macroconídios de F. graminearum (a), peritécios de G. zeae 
1W. 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M, Lima. 
20
Principais sintomas e sinais de giberela em cevada: os 
sintomas característicos de giberela em cevada ão se-melhantes 
aos observados em espigas de trigo, ou seja, 
espiguetas despigmentadas cor de palha (Fig. lc), que 
contrastam com o verde normal de espiguets sadiãs. As 
aristas das espiguetas. afetadas támbérn são 
despigmentadas, porém raramente há desvio de sentido, 
emrelação ao das aristas de espiguetas sadias, como se 
verifica em trigo. A infecção geralmente ocorre em mais 
de um local na espiga, apresentando distribuição pontual, 
não sendo comum a evolução dos sintomas por toda a 
espiga. Os sintomas iniciais, em alguns genótipos, po-dem 
ser observados pela cor de marrom-escuro na gluma 
e, nesse caso, posteriormente, a arista torna-se 
despigmentada (Fig. lia). Os sintomas podem se mani-festar 
na bainha das folhas (Fig. 11 b), quando, por algum 
motivo, não ocorre o espigamento normal e as espigas 
encontram-se parcialmente retidas e protegidas pela bai-nha. 
Nesse caso, ao se remover a bainha, geralmente, 
toda a espiga apresenta-se afetada (Fig. 12a). 
Em condições favoráveis, estruturas do patógeno podem 
ser produzidas. Algumas espiguetas afetadas de espigas 
ainda verdes apresentam coloração salmão, em decor-rência 
da produção de macroconídios de F. graminearum 
(Fig. i 2b). Essa coloração geralmente permanece até o 
fim do ciclo da planta de cevada. Micélio do patágeno, de 
cor branca, pode ser observado internamente nas espi-gas 
retidas nas bainhas (Fig. 1 2a). Outra estrutura do 
patógeno pode desenvolver-se na superfície dos grãos 
cõlhidos, pela formação de pontuações escuras, que são 
os peritécios do patógeno (Fig. ld). 
21
'1 
Fig. 11. Sintoma inicial de giberela em alguns genótipos de 
cevada (a), sintomas de giberela em espigas de cevada retidas 
na bainha (b). 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M Lima. 
l-ig. 12. espiga e bardia de cevada afetadas por giberela 
(a), sinais do patógeno: macroconídios de F. graminearum 
em espiga de cevada (b). 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
22
Os grãos provenientes das espiguetas afetadas são ge-rairnente 
mais finos, em relação aos sadios, e podem 
apresentar, parcialmente, a cor de rosa (Fig. ld). 
Informações gerais sobre brusone 
em trigo e em cevada 
Parte afetada e nome comum: a brusone, também cha-mada 
de branqueamento de espiga, é uma das principais 
doenças de espiga de trigo (Fig. 1 3a) e de espiga de ce-vada 
(Fig. 1 3b). Pode afetar vãrias partes da planta, como 
as folhas (Fig. 14), sendo mais comum e referenciada 
como doença de ocorrência em espigas. 
Nww+ 
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-. 
t* . .. 
,. 
r-k 
.4 
Fig. 13. Sintomas de bruoriu: uro espiga de tri g o (a), em 
espiga de cevada (b). 
Fo1os Márcio Só e Silva (a), Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (b). 
23
Fig. 14. Sintomas de brusone em folhas de cevada. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
Etiologia: a brusone em trigo e em cevada é causada por 
Pyricu/aria grisea (Cooke) Sacc., Magnaporthe grisea (T. 
Hebert), sendo P. grisea a forma anamórfica ou assexual. 
Em meio de cultura, o crescimento do fungo apresenta-se 
cor de cinza (Fig. 1 5a) e produz conídios característi-cos 
em forma de pêra (piriformes), hialinos (claros), com 
até três células (Fig. 15b). 
Importância da doença: a importância dessa doença de-corre 
das reduções no rendimento e na qualidade de grãos. 
Em trigo, quando a infecção é precoce (início das fases 
de florescimento e enchimento de grão), os grãos, se 
houver, apresentam-se deformados, pequenos e com baixo 
24
peso específico, e a maioria é eliminada nos processos 
de colheita e de beneficiamento. No estado de Mato Gros-so 
do Sul, em pesquisas realizadas no período de 1988 a 
1 9 s9o2b, condições naturais de infecção em campo, 
verificou-se redução de 10,0 a 53,0% no rendimento de 
grãos e de 14,5 a 74,0% no peso dos grãos produzidos. 
Em cevada, também sob infecção natural em campo, 
em Passo Fundo, RS, em 2003, registraram-se redução 
de 30,0% no peso de grãos e redução em 35,0%, em 
grãos classe 1; aumento de 22,5%, em grãos classe 2; 
e aumento de 12,5%, em grãos classe 3. 
9 ô 
Fig. 15. Colônia de P. grisea (a), conídios e conidióforos 
característicos de P. grisea M. 
Fonte: Barnet, 1972 M. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (a). 
Condições climáticas favoráveis: alguns fatores de am-biente 
podem influenciar o desenvolvimento da doença. 
Precipitação pluvial, dias nublados e temperaturas entre 
25
24 e 28 Csão condições favoráveis. Umidade relativa 
acima de 90% e longos períodos de orvalho (15horas, 
no mínimo) também são favoráveis ao desenvolvimento 
de brusone.. A disseminação do patógeno ocorre, princi-palmente, 
através do vento. Para a germinação do conídio,, 
há necessidade de presença de água livre. 
Hospedeiros alternativos: a brusone é uma das principais 
doenças de-arroz e, por isso, consideravelmente 
pesquisada no Brasil e no mundo. 0 patógeno pode so: 
breviver,. na forma de micélio ou conídio, em.restos de 
culturas, em sementes, em hospedeiros alternativos e em 
plantas voluntárias da cultura principal. Além de arroz, o 
fungo pode atacar ampla gama de hospedeiros, como tri-go, 
cevada, milheto, milho, triticale, centeio, azevém e 
gramíneas nativas. 
Ocorrência no Brasil: a brusone é a doença mais recente-mente 
detectada em trigo e em cevada no Brasil. Em 
trigo, foi identificada pela primeira vez no Paraná, em 
Londrina e região, em 1985. Em cevada, a primeira ocor-rência 
foi registrada em folhas, em 1999, em Brasília, e 
em espiga, em 2001, nos estados de Goiás, de Minas 
Gerais e do Rio Grande do Sul. 
Regiões de ocorrência de epidemias: a brusone em trigo 
já foi constatada em vários estados. As epidemias têm 
ocorrido com maior freqüência nas regiões norte e noro-este 
do Paraná; Região do Brasil Central (Goiás, Mato 
Grosso do Sul, Minas Gerais); e sul de São Paulo (Vale 
do Paranapanema). Assim como em trigo, a brusone, 
provavelmente, constituir-se-á em problema eventual na 
ffl
cultura de cevada na Região Sul do Brasil, pois, apesar 
de o patógeno estar prõsente no ambiente, as condições 
climáticas normais da região são, em geral, adversas ao 
desenvolvimento da doença. Acredita-se que, possivel-mente, 
o oposto ocorra na região do Brasil Central, ou 
seja, a brusone poderá ser aí um problema mais constan-te 
nas lavouras de cevada, pois, além de as condições 
climáticas na região serem favoráveis ao estabelecimen-to 
da doença, existem hospedeiros suscetíveis cultiva-dos 
anualmente na região. 
Principais sintomas de brusone em trigo: nas folhas, po-dem 
ser observadas, ocasionalmente, lesões elípticas com 
margem cor de marrom-escuro e centro claro 
(acinzentado). O sintoma mais característico ocorre em 
espigas, nas quais observa-se descoloração prematura da 
porção da espiga acima do ponto de infecção dõ patógeno 
(Fig. 1 3a), que ocorre no ráquis. No iáquis, os sintomas 
manifestam-se por lesão escura-brilhante; restrita às pro-ximidades 
do ponto de infecção (Fig. 16a). Espigas afeta-das 
pela doença são facilmente identificadas antes do 
início da maturação, pelo contraste de cores entre as 
porções abaixo (verde) e acima (palha) do ponto de infec-ção. 
A colonização de teàidos do hospedeiro é:facilitada 
pela produção de toxinas, que provocam a morte de célu-las, 
e pelas hifas, que se desenvolvem notecido morto. 
Os grãos formados acima do ponto de inteccao são me-nores, 
enrugados, em virtude da interrupção da 
translocação de nutrientes (Fig. 1 6b). Os sintomas nos 
grãos são observados após a trilha da eSpiga. 
27
Fig. 16. Sintomas de brusone em ráquis de espiga de trigo 
(a), grãos de trigo oriunclos de espigas afetadas por 
brusone: 1- grãos oriundos da parte sadia e 2 - grãos 
oriundos da parte afetada (b). 
Fotos; Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
Principais sintomas de brusone em cevada: os s'ntomas 
em folhas de cevada são descritas como lesões elípticas 
com centro cor de cinza e margem cor de marrom (Fig. 
14), semelhantes aos produzidos em trigo. Em espigas 
de cevada, os sintomas são também similares aos que 
ocorrem em espigas de trigo, caracterizando-se por des-coloração 
(branqueamento) prematura da porção da espi-ga 
acima do ponto de infecção do patógeno (Fig. 17a). 
No ráquis também ocorre lesão escura-brilhante restrita 
às proximidades do ponto de infecção (Fig. 1 7b). Em 
cevada também há redução do tamanho do grão (Fig. 
17c), facilmente visível na espiga afetada, antes mes-mo 
da trilha (1 3b). 
MI
Fig. 17. Espigas de cevada com sintomas de brusone (a), 1 
-ráquis de cevada com sintomas de brusone e 2 - ráquis de 
cevada sadio (b), grãos de cevada oriundos de espigas afetadas 
por brusone: 3 - grãos oriundos da parte afetada e 4 - grãos 
oriundos da parte sadia {c}. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
Sintomas induzidos por outros 
fatores são confundidos com 
giberela e com brusone em espigas 
e em grãos de trigo e de cevada 
Em razão da maior ocorrência de giberela e de brusone nos 
últimos anos, a demanda por identificação da doença tem 
29
aumentado. Algumas alterações que ocorrem em espigas e 
em grãos de trigo e de cevada, provocadas por fatores alheios 
à giberela e/ou brusone, freqüentemente, são confundidas 
com sintomas dessas doenças. Visando a auxiliar técnicos 
e produtores no discernimento dos principais problemas que 
têm afetado espigas de trigo e de cevada nas últimas safras 
e que vêm sendo confundidos com giberela e com brusone, 
serão repassadas, a seguir, informações básicas e de cará-ter 
prático para o reconhecimento dos principais sintomas 
das anomalias, em espigas e em grãos de trigo e de cevada, 
que têm sido confundidas com giberela e com brusone. 
As anomalias mais freqüentes com visualização de sin-tomas 
em espigas são: 
• broca-do-colmo: ataca o colmo, geralmente na porção 
mediana, no qual observam-se perfuracão e excrementos 
da larva no interior do orifício. Provoca o secamento da 
espiga(èspiga branca), sendo esfa déstacável facilmenté 
na pordão alétada docolhio (Fig. 18). 
• coró:os danos são causados exclusivamente pelas lar-vas, 
que se alimentam principalmente de raízes. As plan-tas 
que escapam da morte apresentam espigas que ad-quirem 
cor de palha (Fig. 19-a), não ocorrendo enchimen-to 
do grão. As plantas afetadas desprendem-se facilmen-te 
do solo, por falta de raízes. 
• esterilidade:geralmente pode ser causada por geada ou 
por temperãturaselevadas(golpe de calor) durante o 
espigamento e/ou .florescimento, sendo mais freqüente 
a ocorrêndia em cevada. lniõialmênte as espiguetas es-téreis 
apresentam transparência, quando observadas con-tra 
a luz èolar, e não:há formação de grãos. As espigas 
afetadas apresentam falhas na granação (Fig. 20). 
30
Fig. 18. Espiga de trigo afetada pela broca-do-colmo, com 
perfuração no colmo. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Iriaculada P.M. Lima. 
Fig. 19. Espigas de trigo afetadas por coró (a) e por geada (b). 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
31
Fig. 20. Lspiga de cevada com sintomas de esterilidade. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P,M Lima, 
• geada: os danos por geada decorrem da formação de 
gelo nos tecidos vivos da planta. Os órgãos florais são 
muito suscetíveis à geada. As espigas afetadas adqui-rem, 
inicialmente, coloração verde-escura, com aparên-cia 
de molhadas. Posteriormente tornam-se totalmente 
despigmentadas (Fig. 1 9-b) e são facilmente destacáveis 
Ïuntamente com o colmo, no ponto de estrangulamento 
do nó. Cinco a sete dias após a geada, os sintomas po-dem 
ser claramente observados na lavoura. 
• granizo: são grânulos de gelo que se precipitam duran-te 
as tempestades. O dano dá-se por ação mecânica, 
causando acamamento, quebra de colmos, secamento 
de espigas (Fig. 21a) e debulha de grãos (Fig. 21b; Fig, 
21c). Assim como se verifica em condições de geada, o 
secamento de espigas na lavoura é observado cinco a 
sete dias após a tempestade de granizo. 
32
. *l 
Fig 21. Lavoura de trigo afetada por granizo, apresentando início 
de branqueamento de espigas (a), espigas de trigo afetadas por 
granizo, apresentando debulha de grãos (b), espigas de cevada 
afetadas por granizo, apresentando debulha de grãos (c). 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
33
• mal-do-pé: é enfermidade causada pelo fungo 
Gaeurnannomyces grarninis var. tritici. Provoca o bran-queamento 
de espigas em plantas isoladas ou em 
reboleiras. As plantas, quando arrancadas, apresentam 
raízes amputadas como conseqüência de apodrecimento. 
As partes das raízes que permanecem nas plantas são 
negras, e a região do colmo na base da planta apresen-ta- 
se escurecida (Fig. 22). 
Fig. 22. Plantas de trigo com sistema radicular e base de 
colmo sadio e com sintomas de mal-do-pé. 
Foto: Paulo KurtzfMaria Imaculada P.M. Lima. 
• metanismo: são regiões escuras, de tonalidade arroxeada, 
que podem ocorrer em glumas e/ou pedúnculo (Fig. 23). 
Manifesta-se pela produção de melanina, que é uni pig- 
34
mento de cor escura. As áreas afetadas são as expostas 
à radiação solar, sendo comum observar, na mesma espi-ga, 
do lado oposto ao dos sintomas, a ausência destes. 
Fig. 23. Sintomas de melanismo em glumas e pedúnculos 
de espigas de trigo. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
• percevejo: os percevejos são insetos sugadores. Quando 
atacam plantas em fase de emborracharnento, causam 
morte de espiguetas ou da espiga. As espigas que emer-gem 
apresentam-se deformadas (Fig. 24), secas e 
brancas, com sintomas semelhantes aos de dano por 
geada. 
Assim como ocorre na aparência das espigas, algumas 
c1
alterações nos grãos, provocadas por outros fatores, têm 
sido confundidas com as causadas por giberela ou por 
brusone. 
Fig. 24. Espigas de trigo afetadas por percevejo. 
Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M, Lirna 
As anomalias mais freqüentes com visualização de sinto-mas 
em grãos são: 
• barriga-branca: também chamada de pança-branca, os grãos 
apresentam-se opacos e, na porcão mais larga, de colora-ção 
esbranquiçada (Fig. 25a). Ocorre quando, na fase de 
enchimento de grãos, prevalecem temperaturas elevadas 
e deficiência hídrica, que resultam em menor porcentagem 
36
de nitrogênio nos grãos e maior acúmulo de amido. 
• ferrugem da folha: enfermidade causada pelo fungo 
Puccinia tritícina, anteriormente referido como Puccinia 
recondita f. sp. tritici, afeta folhas de trigo e causa dano 
indireto em grãos. As plantas altamente afetadas 
freqüentemente, produzem grãos pequenos e finos, que, 
contudo, são cheios e bem-formados (Fig. 25b). 
__.'' 
'.L. 
. •d 
•.'.- 
, . 
tp1 
Fig. 25. Grãos de trigo com sintomas de barriga-branca (a), 
grãos de trigo oriundos de plantas altamente afetadas por 
ferrugem da folha (b). 
Fotos:Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
• geada: quando a geada afeta espigas de trigo na fase de 
enchimento de grãos, estes adquirem aspecto esbranqui-çado 
e/ou aparência de murchos (Fig. 26a). Há necessi-dade 
de um breve histórico sobre a lavoura para o diag-nóstico 
correto do problema, pois os sintomas asseme-lham- 
se aos causados por giberela. 
• grãos verdes: são oriundos de perfilhos que espigaram 
37
tardiamente, tendo sido a colheita efetuada antes da 
maturação destes. Após secagem, os grãos apresentam-se 
menos desenvolvidos e de cor verde-oliva (Fig. 26b). 
• ponta-preta: é facilmente reconhecida pela cor escura 
na extremidade do embrião do grão (Fig. 26c; Fig. 26d). 
O agente etiológico é o fungo Bipolaris sorokíniana. 
- 
- tt<r si 
Fig. 26. Grãos de trigo: 1- afetados por geada e 2 - normais 
(a), grãos de trigo colhidos verdes, após secagem (b), com 
sintomas de ponta-preta (c), grãos de cevada com sintomas de 
ponta-preta (d). 
Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 
W.
Conclusão 
Existem sintomas em espigas e em grãos de trigo e de 
cevada que podem ser semelhantes a alguns sintomas pro-vocados 
por giberela e/ou brusone. Pàrtahto, deve-se lem-brar 
que, pará o diagnóstico correto do.problema, é éSsén-cial 
dispor-se de breve histórico do ocorrido na lavoura. 
Literatura consultàda 
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barley by Pyricularia grisca in Brazil. Fitopatologia Brasileira, 
v. 25, n. 2, p. 205, 2000. 
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Regional de la FAO para AméricaLatinày ei Caribe, 1995. 
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v. 2, cap. 10, p. 375- 419. 
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39
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41
SALVADOR!, J. R. Pragas da lavoura de trigo. ln: CUNHA, 
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Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo; Passo 
Fundo: Embapa Trigo, 2000. p. 267-287. 
SEIFERT, K. Fuskey - Fusarium interactive key. 1996. 
Disponível em: <http:t/www.ctu.edu.vn/colleges/agri/gtrinhf 
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42
Empa 
Trigo 
Ministério da Agricultura, BIi Pecuária e Abastecimento u M p A 1 5 O E T 0 oo 5

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Giberela ou brusone? Orientações para a identificação correta dessas enfermidades em trigo e em cevada

  • 1. 2004 Docu-ff~e~,T,tos ISSN 15 16-5582 FL-13392 Dezembro, 2004 Giberela ou Brusone? Orienta ções para a identificação correta dessas enfermidades em trigo e em cevada Wr ",
  • 2. República Federativa do Brasil Luiz má cio Lula da Silva Presidente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues Ministro Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Conselho de Administração José Amauri Dimárzio Presidente CIa yton Campanhola Vice-Presidente Alexandre Kalil Pires Die trich Gerhard Quas t Sérgio Fausto Urbano Campos Ribeira! Membros Diretoria-Executiva da Embrapa CIa yton Campanhola Diretor-Presidente Gustavo Kauark Chianca Herbert Cavalcante de Lima Mariza Marilena T. Luz Barbosa Diretores-Executivos Embrapa Trigo Erive/ton Scherer Roman Chefe-Geral Osmar Rodrigues Chefe Adjunto de Administração Renato Serena Fontaneli Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento Adão da Silva Acosta Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios
  • 3. EnJpa Dezembro, 2004 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Trigo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Documentos 51 Giberela ou Brusone? Orientações para a identificação correta dessas enfermidades em trigo e em cevada Maria Imaculada Pontes Moreira Lima Passo Fundo, AS 2004
  • 4. Exemplares desta publicacão podem ser solicitados à: Embrapa Trigo Rodovia BR 285, km 174 Caixa Postal 451 99001-970 Passo Fundo, RS Telefone: (0XX54) 311-3444 Fax: (0XX54) 311-3617 www.cnpt.embrapa.br E-mail: vendas@cnpt.embrapa.br Comitê de Publica çôes Beatriz Marti Ernygdio, Gilberto Ornar Tomm, João Carlos Haas (Presidente), José Maurício Cunha Fernandes, Luiz Eichelberger, Martha Zavariz de Miranda, Sandra Patussi Brammer, Silvio Tulio Spera Editora ção eletrônica: Fátima Maria De Marchi Ilustração da capa: Liciane Toazza Duda Bonatto Fotos: Paulo Kurtz, Maria Imaculada P.M. Lima, Márcio Só e Silva, Ana Bilibio dos Santos Ficha catalográfica: Maria Regina Martins ia edição P impressão (2004): 3.000 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizadá desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dosdireitos autorais (Lei n° 9.610). Lima, Maria Imaculada Pontes Moreira. Giberela ou brusone? Orientações para a identificação correta dessas enfermidades em trigo eem cevada. / Maria Imaculada Pontes Moreira Lima. - Passo Fundo : Embrapa Trigo, 2004. 42 p. ; 21 cm. (Embrapa Trino. Documentos, 51). ISSN 1516-5582 1. Cereais - Doenças. 2. Trigo.; Doença Giberela. 3. Trigo - Doença - Brusone. 4. Cevada 7 Doença - Giberela. 5. Cevada - Doença - Brusone. 1. Título. II. Série. CDII 633.193 © Embrapa Trigo 2004
  • 5. Autora Maria Imaculada PontesMoreira Lima Pesquisadora, M.Sc. Embrapa Trigo Rodovia BR 285, krn 174 Caixa Postal 451 99001-970 Passo Fundo, RS E-mail: imac@cnpt.embrapa.br
  • 6.
  • 7. Apresentação Giberela ou fusariose é, em trigo e em cevada, uma das mais preocupantes doenças de espiga, causando redu-ções na produtividade dessas culturas. Essa doença tam-bém afeta a qualidade dos grãos, reduzindo o peso e pre-judicando a aparência, além de possibilitar a produção de micotoxinas pelo fungo, que são prejudiciais ao homem e aos animais que deles se alimentam. Assim como a giberela, a brusone, também chamàda de branqueamén-to de espiga, é outra doença que afeta espigas de trigo e de cevada, principalmente nas regiões Central e Centro-sul do Brasil. Pode afetar várias partes da planta, como as folhas, sendo mais comum e referenciada como doen-ça de ocorrência em espiga. Tanto a giberela quanto a brusone, às vezes, apresentam sintomas semelhantes e qúe podem ser confundidos. A autora apresenta, neste documento, orientações para a identificação correta dessas doenças, assim como infor-
  • 8. mações para a diferenciação de outros problemas que afetam espigas de trigo e de cevada cujos sintomas têm sido confundidos com giber&a e/ou brusone e que pode-rão ser úteis para o diagnóstico correto do problema na lavoura. Erivelton Scherer Roman Chefe-Geral da Embrapa Trigo
  • 9. Sumário Introdução . 9 Informações gerais sobre giberela em trigo e emcevada ........................................................ 10 Informações gerais sobre brusone em trigo e emcevada ........................................................ 23 Sintomas induzidos por outros fatores são confundidos com giberela e com brusone em espigas e em grãos de trigo e de cevada ............... 29 Conclusão......................................................... 39 Literatura consultada .......................................... 39
  • 10.
  • 11. Giberela ou Brusone? Orientações para a identificação correta dõssas enfermidades em trigo e em cevada Maria Imaculada Pontes Moreira Lima Introdução O objetivo deste documento é disponibilizar, a produto-res, agentes da assistência técnicã, etudantes, enfim, a interessados nas culturas de trigo e de cevada, o conteú-do da palestra "Giberela ou Brusone? orientações para a identificação correta dessas doenças", proferida no III Encontro de Difusão Técnica: Doenças em Cereais de In-verno, promovido pela Revista Plantio Direto, na Embrapa Trigo, em 2004. Nessa palestra,foram repassadas infor-mações gerais sobre as enfermidadès giberela e brusone em trigo e em cevada e orientàçõeâ para o reconheci-mento visual dessas doenças, assim como informações para a diferenciação de. outros problemas que afetam es-pigas de trigb e de cevada cujos sintomas têm sido con-fundidos com giberela e/ou brusone. IS]
  • 12. Informações gerais sobre giberela em trigo e em cevada Parte afetada e nomes comuns: a giberela destaca-se entre as doenças que afetam espigas (Fig. la) e grãos (Fig. 1W de trigo e espigas (Fig. lc) e orãos (Fig.ld) de cevada, sendotambm 1 conhecida por fusariose. Etiologia:agibereIaemtrigoe em cevada é causada prin-cipalmente por Gibbere/Ia zeae (Schw.) Pétch., cuja forma assexuada éfusariumgraminearurn.Schw Pelo menos 17 espécies do mesmo gênero têm sido associadas à enfermi-dade em cereais em todo o mundo. Além de F. graminearum, as espécies mais relevantes relatadas causando epidemias são Fusarium cu/morum, Fusaritim nivale, Fusarium avenaceurn e Fusarium equiseti.- O crescimento caracte-rístico de F. graminearum em meio de cultura de rotina apresenta cor de rosa (Fig. 2a), e os conídios são em for-mato de meia-lua e têm como característica a célula basal em forma de pé (Fi.2b). Importância da doença: a1ocorrência tem aumentado nos últimos anos, atingindo níveis epidêmicos em váriOs países. Causa prejuízos em.todas as regiões domundo.onde se cultivam trigo e milho e as condições climáticas são favorá-veis ao desenvolvimento da doença. Na-região si» da Amé-rica do Sul, assim como na região sul.do.BrasiI.é. considera-da problema. Nô.Brasil,. emiriao,.foi relatada,.até recente-mente, causando nreiuízos.esporádicos, como nas safras de 1957; 1975 e 1982. Nos últimos anos, passou a ocorrer em níveis epidêmicos e tornou-se. umproblenja.mais preocupante nas safras de trigo no Sul do Brasil. orincipal-mente no estado do Riõ Grande do Sul. As epidemias mais recentes de giberela na região sUl do Brail fõram registradas 10
  • 13. em 1 9 9179, 9 280,0 0 e 2002, anos de elevada precipita-ção nh:'iif. •(4:4 i -: rfr 4ft p -$ ½' TY).Y- (1 ?' ;r• , Fig. 1. Espiga de trigo apresentando espiguetas e aristas com sintomas característicos de giberela (a), grãos de trigo apre-sentando sintomas característicos de giberela (b), espigas de cevada apresentando espiguetas com sintomas característicos de giberea (c) e grãos de cevada apresentando sintomas e sinais característicos de giberela (d). Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (a, b), Ana Bilibio dos Santos/ Maria Imaculada P.M. Lima (c, d). 11
  • 14. ( Ii0 ql ) Sp T) Fig. 2. Colônia de F. graminearum (a), conídios característicos de F. gram/nearum (b). Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (a). Fonte: Seiferi, 1998 M. Os prejuízos econômicos, freqüentemente, são subesti-mados, pois, quando o patógeno afeta as espigas no iní-cio da formação de grãos, estes são leves, sendo elimina-dos na colheita, no processo de trilha, juntamente com a palha. Os danos diretos ocasionados por giberela resul-tam do abortamento de flores ou da formação de grãos chochos, enrugados, ásperos, de coloração rásea a esbranquiçada (Fig. ib). Os danos indiretos são causa-dos por grãos infeccionados e seus derivados, podendo ser tóxicos tanto para o ser humano como para animais, em razão da presença de micotoxinas, que são substân-cias tóxicas produzidas por fungos. Entretanto, somente a presença do grão giberelado não significa que há micotoxinas. Estas, quando presentes, tornam os grãos menos palatáveis aos animais. Algumas toxinas, como a deoxinivalenol (vomitoxina), podem induzir vômitos e es-pasmos musculares no homem e em animais não-rumi-nantes. Outras micotoxinas podem causar disfunção se-xual reprodutiva, como a zearalenona. Tem sido atribuído 12
  • 15. à presença de elevados níveis de micotoxinas o fenôme-no do extravasamento da cerveja ao abrir a, garrafa, co-nhecido também como gushing. Condições climáticas favoráveis: a doença giberela é in-fluenciada por condições de ambiente. Precipitação plu-vial de, no mínimo, 48 horas consecutivas e temperatura entre 20 e 25 OC são condições ideais para o desenvolvi-mento da doença. Em períodos mais secos, como anos de ocorrência do fenômeno La Niiia na região sul do Bra-sil, a giberela não é considerada problema em trigo. O mesmo não se verifica em anos de ocorrência de El Nií5o, em que condições climáticas de temperatura e precipita-ção pluvial acima da média são extremamente favoráveis à ocorrência da doença. Como giberela pode manifestar-se a partir do espigamento, e este, na região sul, concen-tra- se na estação da primavera, pode-se dizer que anos de primavera mais chuvosa e com temperatura mais ele-vada são anos de epidemia de giberela e anos de prima-vera fria e mais seca são anos dê pouca ocorrência de giberela. Aumento de giberela em trigo e em cevada: restos de culturas são as principais reservas de G. zese, embora solo,, sementes e vários hospedeiros suscetíveis também sejam fontes de inóculo. Além de trigo, a giberela tem sido relatada afetando as culturas que, fazem parte do sistema de produção da região sul, como cevada, triticale, aveia, centeio e milho, e várias plantas daninhas. Encon-trou- se G. zeae também em restos culturais de soja. Des-taque é dado a milho, pois, além de hospedeiro, os restos culturais (colmos) são importantes para a produção de peritécios de G. zeae (Fig. 3), garantindo assim a sobre-vivência do patógeno. 13
  • 16. Fig. 3. Colmos de milho com peritécios de G. zeae. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. O sistema de manejo conservacionista de solo é inega-velmente eficaz no controle de erosão, que é o objetivo principal da tecnologia, além de ser também fundamental na sustentabilidade da agricultura na região. A mudança do sistema de preparo convencional de solo, caracteriza-do por revolvimento do solo e incorporação de grande parte dos restos culturais, pelo sistema de manejo conservacionista, na região sul do país, principalmente no Rio Grande do Sul, provavelmente seja um fator im-portante no aumento da intensidade dos surtos epidêmi-cos de giberela. A adoção do sistema de manejo 14
  • 17. conservacionista, em que os restos vegetais das CuItLJ-ras anteriores são mantidos na superfície do solo, difi-cultando a erosão, em substituicão ao sistema conven-cional, como era de se esperar, poderia causar altera-ções que implicariam o aparecimento de outros proble-mas, principalmente em relação a doenças. É possível sugerir que a giberela seja uma doença cujo desenvolvimento é favorecido pelo sistema conservacio-nista de manejo de solo. Os grãos afetados precocemen-te são mais leves, permanecendo grande parte no campo junto com a palha, na superfície do solo, no processo de trilha. A manutenção de restos culturais na superfície do solo facilita a produção e a disseminação de unidades infectivas (ascosporos) de G. zeae. Síntese do ciclo de vida e sobrevivência do patógeno: o patógeno, durante o seu ciclo de vida, apresenta a fase saprofítica e a fase parasitária (Fig. 4 ). Durante a fase saprofitica, sobrevive na forma teleomárfica, também chamada de sexual, em restos culturais, e recebe o nome de G. zeae, caracterizada pela produção de corpos de frutificação, os peritécios. Na presença do hospedeiro, a partir do espigamento (estádio inicial de suscetibilidade), e sob condições climáticas favoráveis, ocorre a liberação de ascosporos do interior dos peritécios, que, ao atingi-rem as espigas, germinam, dando início à fase parasitá-ria, que se transforma na fase anamórfica ou assexual, denominada de F. graminearum. Principais sintomas e sinais de giberela em trigo: os sinto-mas característicos são espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada ou cor de palha (Fig. la), que contrastam com o verde normal de espiguetas sadias. Os 15
  • 18. sintomas iniciais em alguns genótipos, ocasionalmente, podem ser observados pela cor de marrom-escuro na gluma (Fig. 5a). Também é considerada sintoma típico de giberela a alteração do sentido das aristas de espiguetas afetadas, que se desviam do sentido das aristas de espiguetas não afetadas (Fig. la). Em genótipos de trigos múticos (espigas sem aristas) ou com aristas apícais, a giberela é caracterizada pela descoloração de espiguetas (Fig. 5b). Fusar/um gramin earum t Espiga infectada t Espiga mento : Fase parasitária Colheita Hospedeiros ( Fase saprofítica Restos Secundários Culturais Gibberella zeae Fig. 4. Síntese esquemática do ciclo de vida e sobrevi-vência de G. zeae (F. graminearum). Em genótipos muito suscetíveis ou em anos em que as condições de ambiente são muito favoráveis ao desen-volvimento da doença, toda a espiga pode ser afetada, pedúnculo inclusive, que adquire coloração arnarronzada 16
  • 19. (Fig. 6). Quando as primeiras espiguetas afetadas se lo-calizam na porco inferior da espiga, o pedúnculo, geral-mente, também apresenta os sintomas de giberela (Fig. 7). Fig. 5. Giberela: sintoma inicial em gluma e arista de alguns genótipos de trigo (a), sintoma em espigas de trigo múticas ou com poucas aristas (b). Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. Às vezes, espigas afetadas por giberela evidenciam sin-tomas semelhantes aos induzidos por brusone, ou seja, ocorre descoloração de todas as espiguetas da porção superior da espiga (Fig. 8a). Nesse caso, o ráquis da espi-ga afetada por giberela apresenta coloração escura na região de espiguetas sadias (Fig. 8b). Os grãos oriundos da parte afetada da espiga apresentam os sintomas típi-cos de giberela. 17
  • 20. 4 •b / !y' , á f P Fig 6. Espigas totalmente afetadas por giberela, com extensão dos sintomas ao pedúnculo. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. Fig. 7. Espiguetas na porção inferior da espiga e pedúnculos afetados por giberela. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. -i] uI
  • 21. 4. ) Fig S. Sintomas de giberela, semelhantes aos de brusone, com morte da parte superior de espigas de trigo (a), sintomas de giberela no ráquis de espiguetas sadias de espigas com sintomas de brusone (b). Fotos: Paulo KurtzfMaria Imaculada P.M. Lima Grãos de trigo sadios (Fig. 9a) diferem daqueles produzidos em espiguetas atacadas por giberela, em que se formam grãos chochos, enrugados, de coloração branco-rosada a pardo-clara (Fig. 1 b). O tamanho do grão afetado varia em função do estádio de desenvolvimento em que a espigueta foi infectada pelo patágeno (Fig. 9b). Resultado de trabalho realizado na Embrapa Trigo, em 2002, sob inoculação artifi-cial, culminou em alteração nas indicações técnicas da Co-missão Sul-brasileira de Pesquisa de Trigo, nas quais, a par-tir de 2003, passou a constar que, sob condições climáti-cas favoráveis, a giberela pode afetar a cultura de trigo a partir do espigamento. Em condições favoráveis, estruturas (sinais) do patõgeno são facilmente visualizadas a olho nu. Algumas espiguetas afetadas de espigas ainda verdes apresentam coloração salmão, em decorrência da produção de macroconídios de F. graminearum (Fig. 1 Da). Essa coloração geralmente permanece até o fim do ciclo da planta de trigo. Outros 19
  • 22. sinais do patógeno também podem ser observados em espigas secas, pela formação de pontuações escuras, que são os peritécios de G. zeae (Fg. lOb). Fig. 9. Gràos de trigu sucios ia), grãos de trigo afetados por giberela em diferentes estádios de desenvolvimento 1W. Fotos: Paulo Kurtz!Marin Imaculada P.M. Lima. Fig. 10. Sinais do patégeno em espiga de trigo: macroconídios de F. graminearum (a), peritécios de G. zeae 1W. Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M, Lima. 20
  • 23. Principais sintomas e sinais de giberela em cevada: os sintomas característicos de giberela em cevada ão se-melhantes aos observados em espigas de trigo, ou seja, espiguetas despigmentadas cor de palha (Fig. lc), que contrastam com o verde normal de espiguets sadiãs. As aristas das espiguetas. afetadas támbérn são despigmentadas, porém raramente há desvio de sentido, emrelação ao das aristas de espiguetas sadias, como se verifica em trigo. A infecção geralmente ocorre em mais de um local na espiga, apresentando distribuição pontual, não sendo comum a evolução dos sintomas por toda a espiga. Os sintomas iniciais, em alguns genótipos, po-dem ser observados pela cor de marrom-escuro na gluma e, nesse caso, posteriormente, a arista torna-se despigmentada (Fig. lia). Os sintomas podem se mani-festar na bainha das folhas (Fig. 11 b), quando, por algum motivo, não ocorre o espigamento normal e as espigas encontram-se parcialmente retidas e protegidas pela bai-nha. Nesse caso, ao se remover a bainha, geralmente, toda a espiga apresenta-se afetada (Fig. 12a). Em condições favoráveis, estruturas do patógeno podem ser produzidas. Algumas espiguetas afetadas de espigas ainda verdes apresentam coloração salmão, em decor-rência da produção de macroconídios de F. graminearum (Fig. i 2b). Essa coloração geralmente permanece até o fim do ciclo da planta de cevada. Micélio do patágeno, de cor branca, pode ser observado internamente nas espi-gas retidas nas bainhas (Fig. 1 2a). Outra estrutura do patógeno pode desenvolver-se na superfície dos grãos cõlhidos, pela formação de pontuações escuras, que são os peritécios do patógeno (Fig. ld). 21
  • 24. '1 Fig. 11. Sintoma inicial de giberela em alguns genótipos de cevada (a), sintomas de giberela em espigas de cevada retidas na bainha (b). Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M Lima. l-ig. 12. espiga e bardia de cevada afetadas por giberela (a), sinais do patógeno: macroconídios de F. graminearum em espiga de cevada (b). Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 22
  • 25. Os grãos provenientes das espiguetas afetadas são ge-rairnente mais finos, em relação aos sadios, e podem apresentar, parcialmente, a cor de rosa (Fig. ld). Informações gerais sobre brusone em trigo e em cevada Parte afetada e nome comum: a brusone, também cha-mada de branqueamento de espiga, é uma das principais doenças de espiga de trigo (Fig. 1 3a) e de espiga de ce-vada (Fig. 1 3b). Pode afetar vãrias partes da planta, como as folhas (Fig. 14), sendo mais comum e referenciada como doença de ocorrência em espigas. Nww+ ; uI -. t* . .. ,. r-k .4 Fig. 13. Sintomas de bruoriu: uro espiga de tri g o (a), em espiga de cevada (b). Fo1os Márcio Só e Silva (a), Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (b). 23
  • 26. Fig. 14. Sintomas de brusone em folhas de cevada. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. Etiologia: a brusone em trigo e em cevada é causada por Pyricu/aria grisea (Cooke) Sacc., Magnaporthe grisea (T. Hebert), sendo P. grisea a forma anamórfica ou assexual. Em meio de cultura, o crescimento do fungo apresenta-se cor de cinza (Fig. 1 5a) e produz conídios característi-cos em forma de pêra (piriformes), hialinos (claros), com até três células (Fig. 15b). Importância da doença: a importância dessa doença de-corre das reduções no rendimento e na qualidade de grãos. Em trigo, quando a infecção é precoce (início das fases de florescimento e enchimento de grão), os grãos, se houver, apresentam-se deformados, pequenos e com baixo 24
  • 27. peso específico, e a maioria é eliminada nos processos de colheita e de beneficiamento. No estado de Mato Gros-so do Sul, em pesquisas realizadas no período de 1988 a 1 9 s9o2b, condições naturais de infecção em campo, verificou-se redução de 10,0 a 53,0% no rendimento de grãos e de 14,5 a 74,0% no peso dos grãos produzidos. Em cevada, também sob infecção natural em campo, em Passo Fundo, RS, em 2003, registraram-se redução de 30,0% no peso de grãos e redução em 35,0%, em grãos classe 1; aumento de 22,5%, em grãos classe 2; e aumento de 12,5%, em grãos classe 3. 9 ô Fig. 15. Colônia de P. grisea (a), conídios e conidióforos característicos de P. grisea M. Fonte: Barnet, 1972 M. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima (a). Condições climáticas favoráveis: alguns fatores de am-biente podem influenciar o desenvolvimento da doença. Precipitação pluvial, dias nublados e temperaturas entre 25
  • 28. 24 e 28 Csão condições favoráveis. Umidade relativa acima de 90% e longos períodos de orvalho (15horas, no mínimo) também são favoráveis ao desenvolvimento de brusone.. A disseminação do patógeno ocorre, princi-palmente, através do vento. Para a germinação do conídio,, há necessidade de presença de água livre. Hospedeiros alternativos: a brusone é uma das principais doenças de-arroz e, por isso, consideravelmente pesquisada no Brasil e no mundo. 0 patógeno pode so: breviver,. na forma de micélio ou conídio, em.restos de culturas, em sementes, em hospedeiros alternativos e em plantas voluntárias da cultura principal. Além de arroz, o fungo pode atacar ampla gama de hospedeiros, como tri-go, cevada, milheto, milho, triticale, centeio, azevém e gramíneas nativas. Ocorrência no Brasil: a brusone é a doença mais recente-mente detectada em trigo e em cevada no Brasil. Em trigo, foi identificada pela primeira vez no Paraná, em Londrina e região, em 1985. Em cevada, a primeira ocor-rência foi registrada em folhas, em 1999, em Brasília, e em espiga, em 2001, nos estados de Goiás, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Regiões de ocorrência de epidemias: a brusone em trigo já foi constatada em vários estados. As epidemias têm ocorrido com maior freqüência nas regiões norte e noro-este do Paraná; Região do Brasil Central (Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais); e sul de São Paulo (Vale do Paranapanema). Assim como em trigo, a brusone, provavelmente, constituir-se-á em problema eventual na ffl
  • 29. cultura de cevada na Região Sul do Brasil, pois, apesar de o patógeno estar prõsente no ambiente, as condições climáticas normais da região são, em geral, adversas ao desenvolvimento da doença. Acredita-se que, possivel-mente, o oposto ocorra na região do Brasil Central, ou seja, a brusone poderá ser aí um problema mais constan-te nas lavouras de cevada, pois, além de as condições climáticas na região serem favoráveis ao estabelecimen-to da doença, existem hospedeiros suscetíveis cultiva-dos anualmente na região. Principais sintomas de brusone em trigo: nas folhas, po-dem ser observadas, ocasionalmente, lesões elípticas com margem cor de marrom-escuro e centro claro (acinzentado). O sintoma mais característico ocorre em espigas, nas quais observa-se descoloração prematura da porção da espiga acima do ponto de infecção dõ patógeno (Fig. 1 3a), que ocorre no ráquis. No iáquis, os sintomas manifestam-se por lesão escura-brilhante; restrita às pro-ximidades do ponto de infecção (Fig. 16a). Espigas afeta-das pela doença são facilmente identificadas antes do início da maturação, pelo contraste de cores entre as porções abaixo (verde) e acima (palha) do ponto de infec-ção. A colonização de teàidos do hospedeiro é:facilitada pela produção de toxinas, que provocam a morte de célu-las, e pelas hifas, que se desenvolvem notecido morto. Os grãos formados acima do ponto de inteccao são me-nores, enrugados, em virtude da interrupção da translocação de nutrientes (Fig. 1 6b). Os sintomas nos grãos são observados após a trilha da eSpiga. 27
  • 30. Fig. 16. Sintomas de brusone em ráquis de espiga de trigo (a), grãos de trigo oriunclos de espigas afetadas por brusone: 1- grãos oriundos da parte sadia e 2 - grãos oriundos da parte afetada (b). Fotos; Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. Principais sintomas de brusone em cevada: os s'ntomas em folhas de cevada são descritas como lesões elípticas com centro cor de cinza e margem cor de marrom (Fig. 14), semelhantes aos produzidos em trigo. Em espigas de cevada, os sintomas são também similares aos que ocorrem em espigas de trigo, caracterizando-se por des-coloração (branqueamento) prematura da porção da espi-ga acima do ponto de infecção do patógeno (Fig. 17a). No ráquis também ocorre lesão escura-brilhante restrita às proximidades do ponto de infecção (Fig. 1 7b). Em cevada também há redução do tamanho do grão (Fig. 17c), facilmente visível na espiga afetada, antes mes-mo da trilha (1 3b). MI
  • 31. Fig. 17. Espigas de cevada com sintomas de brusone (a), 1 -ráquis de cevada com sintomas de brusone e 2 - ráquis de cevada sadio (b), grãos de cevada oriundos de espigas afetadas por brusone: 3 - grãos oriundos da parte afetada e 4 - grãos oriundos da parte sadia {c}. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. Sintomas induzidos por outros fatores são confundidos com giberela e com brusone em espigas e em grãos de trigo e de cevada Em razão da maior ocorrência de giberela e de brusone nos últimos anos, a demanda por identificação da doença tem 29
  • 32. aumentado. Algumas alterações que ocorrem em espigas e em grãos de trigo e de cevada, provocadas por fatores alheios à giberela e/ou brusone, freqüentemente, são confundidas com sintomas dessas doenças. Visando a auxiliar técnicos e produtores no discernimento dos principais problemas que têm afetado espigas de trigo e de cevada nas últimas safras e que vêm sendo confundidos com giberela e com brusone, serão repassadas, a seguir, informações básicas e de cará-ter prático para o reconhecimento dos principais sintomas das anomalias, em espigas e em grãos de trigo e de cevada, que têm sido confundidas com giberela e com brusone. As anomalias mais freqüentes com visualização de sin-tomas em espigas são: • broca-do-colmo: ataca o colmo, geralmente na porção mediana, no qual observam-se perfuracão e excrementos da larva no interior do orifício. Provoca o secamento da espiga(èspiga branca), sendo esfa déstacável facilmenté na pordão alétada docolhio (Fig. 18). • coró:os danos são causados exclusivamente pelas lar-vas, que se alimentam principalmente de raízes. As plan-tas que escapam da morte apresentam espigas que ad-quirem cor de palha (Fig. 19-a), não ocorrendo enchimen-to do grão. As plantas afetadas desprendem-se facilmen-te do solo, por falta de raízes. • esterilidade:geralmente pode ser causada por geada ou por temperãturaselevadas(golpe de calor) durante o espigamento e/ou .florescimento, sendo mais freqüente a ocorrêndia em cevada. lniõialmênte as espiguetas es-téreis apresentam transparência, quando observadas con-tra a luz èolar, e não:há formação de grãos. As espigas afetadas apresentam falhas na granação (Fig. 20). 30
  • 33. Fig. 18. Espiga de trigo afetada pela broca-do-colmo, com perfuração no colmo. Foto: Paulo Kurtz/Maria Iriaculada P.M. Lima. Fig. 19. Espigas de trigo afetadas por coró (a) e por geada (b). Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 31
  • 34. Fig. 20. Lspiga de cevada com sintomas de esterilidade. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P,M Lima, • geada: os danos por geada decorrem da formação de gelo nos tecidos vivos da planta. Os órgãos florais são muito suscetíveis à geada. As espigas afetadas adqui-rem, inicialmente, coloração verde-escura, com aparên-cia de molhadas. Posteriormente tornam-se totalmente despigmentadas (Fig. 1 9-b) e são facilmente destacáveis Ïuntamente com o colmo, no ponto de estrangulamento do nó. Cinco a sete dias após a geada, os sintomas po-dem ser claramente observados na lavoura. • granizo: são grânulos de gelo que se precipitam duran-te as tempestades. O dano dá-se por ação mecânica, causando acamamento, quebra de colmos, secamento de espigas (Fig. 21a) e debulha de grãos (Fig. 21b; Fig, 21c). Assim como se verifica em condições de geada, o secamento de espigas na lavoura é observado cinco a sete dias após a tempestade de granizo. 32
  • 35. . *l Fig 21. Lavoura de trigo afetada por granizo, apresentando início de branqueamento de espigas (a), espigas de trigo afetadas por granizo, apresentando debulha de grãos (b), espigas de cevada afetadas por granizo, apresentando debulha de grãos (c). Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. 33
  • 36. • mal-do-pé: é enfermidade causada pelo fungo Gaeurnannomyces grarninis var. tritici. Provoca o bran-queamento de espigas em plantas isoladas ou em reboleiras. As plantas, quando arrancadas, apresentam raízes amputadas como conseqüência de apodrecimento. As partes das raízes que permanecem nas plantas são negras, e a região do colmo na base da planta apresen-ta- se escurecida (Fig. 22). Fig. 22. Plantas de trigo com sistema radicular e base de colmo sadio e com sintomas de mal-do-pé. Foto: Paulo KurtzfMaria Imaculada P.M. Lima. • metanismo: são regiões escuras, de tonalidade arroxeada, que podem ocorrer em glumas e/ou pedúnculo (Fig. 23). Manifesta-se pela produção de melanina, que é uni pig- 34
  • 37. mento de cor escura. As áreas afetadas são as expostas à radiação solar, sendo comum observar, na mesma espi-ga, do lado oposto ao dos sintomas, a ausência destes. Fig. 23. Sintomas de melanismo em glumas e pedúnculos de espigas de trigo. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. • percevejo: os percevejos são insetos sugadores. Quando atacam plantas em fase de emborracharnento, causam morte de espiguetas ou da espiga. As espigas que emer-gem apresentam-se deformadas (Fig. 24), secas e brancas, com sintomas semelhantes aos de dano por geada. Assim como ocorre na aparência das espigas, algumas c1
  • 38. alterações nos grãos, provocadas por outros fatores, têm sido confundidas com as causadas por giberela ou por brusone. Fig. 24. Espigas de trigo afetadas por percevejo. Foto: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M, Lirna As anomalias mais freqüentes com visualização de sinto-mas em grãos são: • barriga-branca: também chamada de pança-branca, os grãos apresentam-se opacos e, na porcão mais larga, de colora-ção esbranquiçada (Fig. 25a). Ocorre quando, na fase de enchimento de grãos, prevalecem temperaturas elevadas e deficiência hídrica, que resultam em menor porcentagem 36
  • 39. de nitrogênio nos grãos e maior acúmulo de amido. • ferrugem da folha: enfermidade causada pelo fungo Puccinia tritícina, anteriormente referido como Puccinia recondita f. sp. tritici, afeta folhas de trigo e causa dano indireto em grãos. As plantas altamente afetadas freqüentemente, produzem grãos pequenos e finos, que, contudo, são cheios e bem-formados (Fig. 25b). __.'' '.L. . •d •.'.- , . tp1 Fig. 25. Grãos de trigo com sintomas de barriga-branca (a), grãos de trigo oriundos de plantas altamente afetadas por ferrugem da folha (b). Fotos:Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. • geada: quando a geada afeta espigas de trigo na fase de enchimento de grãos, estes adquirem aspecto esbranqui-çado e/ou aparência de murchos (Fig. 26a). Há necessi-dade de um breve histórico sobre a lavoura para o diag-nóstico correto do problema, pois os sintomas asseme-lham- se aos causados por giberela. • grãos verdes: são oriundos de perfilhos que espigaram 37
  • 40. tardiamente, tendo sido a colheita efetuada antes da maturação destes. Após secagem, os grãos apresentam-se menos desenvolvidos e de cor verde-oliva (Fig. 26b). • ponta-preta: é facilmente reconhecida pela cor escura na extremidade do embrião do grão (Fig. 26c; Fig. 26d). O agente etiológico é o fungo Bipolaris sorokíniana. - - tt<r si Fig. 26. Grãos de trigo: 1- afetados por geada e 2 - normais (a), grãos de trigo colhidos verdes, após secagem (b), com sintomas de ponta-preta (c), grãos de cevada com sintomas de ponta-preta (d). Fotos: Paulo Kurtz/Maria Imaculada P.M. Lima. W.
  • 41. Conclusão Existem sintomas em espigas e em grãos de trigo e de cevada que podem ser semelhantes a alguns sintomas pro-vocados por giberela e/ou brusone. Pàrtahto, deve-se lem-brar que, pará o diagnóstico correto do.problema, é éSsén-cial dispor-se de breve histórico do ocorrido na lavoura. Literatura consultàda ANJOS, J. R. N.; CHARCHAR, J. A. Natural infection of barley by Pyricularia grisca in Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 25, n. 2, p. 205, 2000. ARIAS., G. Mejoramiento genético y producción de cebada cervecera en América dei Sur. Santiago; Chile: Oficina Regional de la FAO para AméricaLatinày ei Caribe, 1995. 167 p. BARCELLOS, A. L. As ferrugens de trigo no Brásil. in: FUNDAÇÃO CARG1LL. Trigo no Brasil. Campinãs, 1982. v. 2, cap. 10, p. 375- 419. BARNETT, H. L.; HUNTER, B. B. llluslrated genera of imperfeci fungi. 3 ed. Minnesota: Burgess Pubiishing Company 1972. 241 p. GOULART, A. C. P.; PAIVA, F. A. Avaliação de perdas no! rendimento de grãos de trigo causadas por Pyricu/aria grisea, no período de 1988 a 1992. em Mato Grosso do Sul; Dourados:EmtirapaAgrope6uáia Oeéte,2000. 31 p (Embrapa Agropecuária Oete. Boletim de Pesquisa, 7). 39
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