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AMEOPOEMAEdição 068 - junho de 2020 - Ouro Preto - MG
bagagens, a cada pessoa que saiu em busca de alguma
coisa que somente uma vivência na e da rua pode dar.
Cada pessoa é um rio turbulento que em alguma hora da
vida desaguou no Oceano do Rio, evaporou aos poucos e
agora, está chovendo em outro canto do mundo com a
certeza que o encontro pode rolar a qualquer momento.
Mesmo que a gente não se encontre nunca mais, terá
validoapenacadaminutoqueestivemospensandonisso.
Por isso meu pedido, desejo, sonho sei lá...Ao ver um (a)
poeta de rua, faça o que quiser, pois independentemente
de você dar atenção ou não a ele, a poesia sempre vai
existir.Jáavidanão.
Estamos passando por um momento “loucaço” na
história do mundo, uma pandemia calou as ruas, mas a
arte segue resistindo pelas redes sociais, várias pessoas
estão encontrando na arte, e em especial, na poesia, uma
saída para não ‘‘surtarem’’, e se manterem calmos em
suas casas.
2011
Com amor no coração:
Rômulo Ferreira.
$
BY ND
=
NC
cc _Edição: Studio b2mr (facebook.com/studiob2mr)
Coordenação: Editora AMEOPOEMA.
Circulação: Santos, Ouro Preto, Mariana, Viçosa.
Exemplares na pRAÇA: vários exemplares. PIRATEIE!
Edição ESPECIAL 10 anos do FANZINE AMEOPOEMA
Texto: Rômulo Ferreira, Imagens: acervo AMEOPOEMA
publicação sem fins lucrativos, feita artesanalmente, com amor e
vontade de circular ideias e fomentar a produção literária em
Ouro Preto e região.
PARTICIPE, ENVIE SEU MATERIAL facebook.com/ameopoema
ameopoemaeditora@gmail.com
AMEOPO MAEE AMEOPO MAEE AMEOPO MAEE AMEOPO MAEE
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editora artesanal
LEU TUDO, PASSE ADIANTECOMENTE, REFLITA |
Itamar Assumpção & As Orquídeas do Brasil (vol. 3)
O coletivo funciona como uma forma ativa de intervir na
cidade com poesia e outras artes, usando como
plataforma principal o fanzine e um sarau intimista que
levao mesmonomedocoletivo.
O fanzine AMEOPOEMA, circula nacionalmente desde
junho de 2010, nasceu de uma ida A BH (MG) para uma
apresentação poética que estava programada dentro do
evento Belô Poético. Na época eu (Rômulo) estava
lançando um livro e queria dar uns fanzines a quem o
comprasse, nascia ali o AMEOPOEMA. Um material
simples, com 4 páginas (10x15cm) com poemas e
algumasdivulgações.
O Coletivo AMEOPOEMA nasceu dentro dos moldes da
autogestão (DIY) lá pelo ano de 2010, valendo-se dos
princípios de economia solidária e de arte educação.
Surgiu organicamente em torno do fanzine
AMEOPOEMA e, através da união de alguns poetas
atuantes de várias partes do Brasil, que se encontravam no
RJ para, dentre aventuras do dia a dia, distribuir seus
livros, e, especialmente seus fanzines, marcando assim, a
cidade com aquela famigerada pergunta sem resposta:
“VOCÊGOSTADE POESIA?”
Ao retornar ao RJ, e após vários encontros com o
pessoal que já vendia poesia nas ruas do RJ, foi-se
firmando uma parceria legal, onde a galera sempre
mandava seus textos, divulgava, trocava, fazia cópia
do material e espalhava. Espalhou tanto que
acabamos tendo ideia de fazer um sarau livre. O sarau
teve como primeiro abrigo o Beco dos Barbeiros
(centro do RJ), ficamos lá por cerca de dois anos, e
sempreaconteciaàsprimeirasterçasdecadamês.
A Cinelândia é parte da nossa memória afetiva, um
lugar de encontros e de reencontros, seja encontrar
com a nossa poesia, ou mesmo, com os nossos iguais.
E isso tudo rolava numa época em que não tínhamos
acesso a celulares e outras tecnologias de
‘‘aproximação social’’. Tudo acontecia de forma
fluida e sem grandes pretensões, ou seja, a ideia era
‘‘se juntar, vender uns fanzines, distribuí-los, trocar
ideias, beber umas cervejas e pensar no próximo
fanzine,numapróximaaçãonacidade.’’
Com o crescimento do público e o alto preço das
bebidas no Beco dos Barbeiros, optamos por migrar
para a Cinelândia, espaço carioca de grandes revoltas
e intervenções artísticas de todo tipo e tamanho,
cenário de inovações e bundalelês poéticos que
amamos demais, e nossa primeira casa poética. O
point da poesia na época eram as escadas da
BibliotecaNacional.
A rua sempre foi um lugar acolhedor a poesia, rua e
poesia se nutrem numa sintonia sem fim. No caso da
poesia carioca, a Cinelândia tem um lugar de destaque
que vem sendo tocado adiante dia após dia, desde
meados dos anos 70, onde tivemos um fortalecimento
das intervenções poéticas, de grupos liderados por
Paulo CAC, Samaral, Brasil Barreto, João Luz, e pela
Galera da baixada fluminense, e também o
pessoalsinho de um movimento chamado poesia
marginal.
Acho que marcamos o território e caímos na graça do
povoquecirculavadiariamentepelaCinelândia.
Certa vez, um Guardinha Municipal (que tinha um
bigodaço) veio acabar com a farra poética, na época
estava rolando uns papos de que não se poderia mais
vender arte nas ruas, e blas-blas... Bom, esse tal guarda
veio cheio de ódio, nos tirar da frente do Teatro
Municipal, e num dado momento da conversa ele solta:
“QUER DIZER ENTÃO QUEVOCÊÉPOETA?”.
Não deu outra, batemos cabeças, corpos, pés e ficou
aquela coisa, “vocês tem que sair”, e a gente: “não
sairemos e ponto final”. Foi quando olhamos em volta e
tinha uma pequena multidão se formando e defendendo
os poetas de rua da cidade do RJ. Lembro-me direitinho
da voz de uma senhora em meio ao povo: “Deixa os
meninos aí, nunca fizeram nada com ninguém, vai
procurar serviço”... Pqp, fiquei emocionado e vi que
poderíamosficaraliparasempre.
Temos muito a comemorar, nesses 10 anos fizemos
muitas ações, muitos projetos, começamos um monte de
coisa, deixamos um outro monte de coisas para trás,
incentivamos outros movimentos, criamos uma cena de
poesia muito foda em torno de quem produz literatura e a
torna acessível a um público que nem sempre espera ler
poesiaali,narua...
O Rio foi o nosso grande mar, queria agradecer aqui a
cada pessoa que saiu de sua bolha com suas histórias e
Depois de um tempo de impasses, um dos guardas ligou
para um superior e ele “nos deixou ficar lá”. Foi foda,
galera nem vendeu mais poesia, saiu e foi comemorar a
vitória sobre a burocracia que queria devorar a arte dos
poetas. Pouca gente faz ideia do que isso representa para
uma turma que veio depois, pois, se a gente ficasse com
medo ali e saísse a arte de rua no RJ, talvez, nem fosse
maispermitidadaformalivrequetemqueser.
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FANZINE AMEOPOEMA #099 - fevereiro 2023
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Suplemento Acre 027 - Fevereiro + março 2023
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FANZINE AMEOPOEMA #098 - janeiro 2023
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FANZINE AMEOPOEMA #097 - Dezembro 2022
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FANZINE AMEOPOEMA #096 - Novembro 2022
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Acre e-book nº 026 (outubro, novembro e dezembro 2022)
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FANZINE AMEOPOEMA #095 - Outubro 2022
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10 anos do fanzine AMEOPOEMA

  • 1. AMEOPOEMAEdição 068 - junho de 2020 - Ouro Preto - MG bagagens, a cada pessoa que saiu em busca de alguma coisa que somente uma vivência na e da rua pode dar. Cada pessoa é um rio turbulento que em alguma hora da vida desaguou no Oceano do Rio, evaporou aos poucos e agora, está chovendo em outro canto do mundo com a certeza que o encontro pode rolar a qualquer momento. Mesmo que a gente não se encontre nunca mais, terá validoapenacadaminutoqueestivemospensandonisso. Por isso meu pedido, desejo, sonho sei lá...Ao ver um (a) poeta de rua, faça o que quiser, pois independentemente de você dar atenção ou não a ele, a poesia sempre vai existir.Jáavidanão. Estamos passando por um momento “loucaço” na história do mundo, uma pandemia calou as ruas, mas a arte segue resistindo pelas redes sociais, várias pessoas estão encontrando na arte, e em especial, na poesia, uma saída para não ‘‘surtarem’’, e se manterem calmos em suas casas. 2011 Com amor no coração: Rômulo Ferreira.
  • 2. $ BY ND = NC cc _Edição: Studio b2mr (facebook.com/studiob2mr) Coordenação: Editora AMEOPOEMA. Circulação: Santos, Ouro Preto, Mariana, Viçosa. Exemplares na pRAÇA: vários exemplares. PIRATEIE! Edição ESPECIAL 10 anos do FANZINE AMEOPOEMA Texto: Rômulo Ferreira, Imagens: acervo AMEOPOEMA publicação sem fins lucrativos, feita artesanalmente, com amor e vontade de circular ideias e fomentar a produção literária em Ouro Preto e região. PARTICIPE, ENVIE SEU MATERIAL facebook.com/ameopoema ameopoemaeditora@gmail.com AMEOPO MAEE AMEOPO MAEE AMEOPO MAEE AMEOPO MAEE facebook.com/studiob2mr AMEOPO MAE facebook.com/ameopoema editora artesanal LEU TUDO, PASSE ADIANTECOMENTE, REFLITA | Itamar Assumpção & As Orquídeas do Brasil (vol. 3) O coletivo funciona como uma forma ativa de intervir na cidade com poesia e outras artes, usando como plataforma principal o fanzine e um sarau intimista que levao mesmonomedocoletivo. O fanzine AMEOPOEMA, circula nacionalmente desde junho de 2010, nasceu de uma ida A BH (MG) para uma apresentação poética que estava programada dentro do evento Belô Poético. Na época eu (Rômulo) estava lançando um livro e queria dar uns fanzines a quem o comprasse, nascia ali o AMEOPOEMA. Um material simples, com 4 páginas (10x15cm) com poemas e algumasdivulgações. O Coletivo AMEOPOEMA nasceu dentro dos moldes da autogestão (DIY) lá pelo ano de 2010, valendo-se dos princípios de economia solidária e de arte educação. Surgiu organicamente em torno do fanzine AMEOPOEMA e, através da união de alguns poetas atuantes de várias partes do Brasil, que se encontravam no RJ para, dentre aventuras do dia a dia, distribuir seus livros, e, especialmente seus fanzines, marcando assim, a cidade com aquela famigerada pergunta sem resposta: “VOCÊGOSTADE POESIA?” Ao retornar ao RJ, e após vários encontros com o pessoal que já vendia poesia nas ruas do RJ, foi-se firmando uma parceria legal, onde a galera sempre mandava seus textos, divulgava, trocava, fazia cópia do material e espalhava. Espalhou tanto que acabamos tendo ideia de fazer um sarau livre. O sarau teve como primeiro abrigo o Beco dos Barbeiros (centro do RJ), ficamos lá por cerca de dois anos, e sempreaconteciaàsprimeirasterçasdecadamês. A Cinelândia é parte da nossa memória afetiva, um lugar de encontros e de reencontros, seja encontrar com a nossa poesia, ou mesmo, com os nossos iguais. E isso tudo rolava numa época em que não tínhamos acesso a celulares e outras tecnologias de ‘‘aproximação social’’. Tudo acontecia de forma fluida e sem grandes pretensões, ou seja, a ideia era ‘‘se juntar, vender uns fanzines, distribuí-los, trocar ideias, beber umas cervejas e pensar no próximo fanzine,numapróximaaçãonacidade.’’ Com o crescimento do público e o alto preço das bebidas no Beco dos Barbeiros, optamos por migrar para a Cinelândia, espaço carioca de grandes revoltas e intervenções artísticas de todo tipo e tamanho, cenário de inovações e bundalelês poéticos que amamos demais, e nossa primeira casa poética. O point da poesia na época eram as escadas da BibliotecaNacional. A rua sempre foi um lugar acolhedor a poesia, rua e poesia se nutrem numa sintonia sem fim. No caso da poesia carioca, a Cinelândia tem um lugar de destaque que vem sendo tocado adiante dia após dia, desde meados dos anos 70, onde tivemos um fortalecimento das intervenções poéticas, de grupos liderados por Paulo CAC, Samaral, Brasil Barreto, João Luz, e pela Galera da baixada fluminense, e também o pessoalsinho de um movimento chamado poesia marginal. Acho que marcamos o território e caímos na graça do povoquecirculavadiariamentepelaCinelândia. Certa vez, um Guardinha Municipal (que tinha um bigodaço) veio acabar com a farra poética, na época estava rolando uns papos de que não se poderia mais vender arte nas ruas, e blas-blas... Bom, esse tal guarda veio cheio de ódio, nos tirar da frente do Teatro Municipal, e num dado momento da conversa ele solta: “QUER DIZER ENTÃO QUEVOCÊÉPOETA?”. Não deu outra, batemos cabeças, corpos, pés e ficou aquela coisa, “vocês tem que sair”, e a gente: “não sairemos e ponto final”. Foi quando olhamos em volta e tinha uma pequena multidão se formando e defendendo os poetas de rua da cidade do RJ. Lembro-me direitinho da voz de uma senhora em meio ao povo: “Deixa os meninos aí, nunca fizeram nada com ninguém, vai procurar serviço”... Pqp, fiquei emocionado e vi que poderíamosficaraliparasempre. Temos muito a comemorar, nesses 10 anos fizemos muitas ações, muitos projetos, começamos um monte de coisa, deixamos um outro monte de coisas para trás, incentivamos outros movimentos, criamos uma cena de poesia muito foda em torno de quem produz literatura e a torna acessível a um público que nem sempre espera ler poesiaali,narua... O Rio foi o nosso grande mar, queria agradecer aqui a cada pessoa que saiu de sua bolha com suas histórias e Depois de um tempo de impasses, um dos guardas ligou para um superior e ele “nos deixou ficar lá”. Foi foda, galera nem vendeu mais poesia, saiu e foi comemorar a vitória sobre a burocracia que queria devorar a arte dos poetas. Pouca gente faz ideia do que isso representa para uma turma que veio depois, pois, se a gente ficasse com medo ali e saísse a arte de rua no RJ, talvez, nem fosse maispermitidadaformalivrequetemqueser. DEZanos