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UNIDADE
PROF.ª EDÍ MARISE BARNI
A compreensão da educação inclusiva
e orientações políticas e a função do
professor
METODOLOGIA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
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APRESENTAÇÃO 4
1. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 5
1.1 A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA 5
1.2 AS LEIS NO BRASIL E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 6
2. A ESCOLA E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 7
3. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR 9
CONCLUSÃO11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
SUMÁRIO
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Metodologia do Ensino da Educação Especial • UA01
APRESENTAÇÃO
Olá, estudante.
Vamos dar início à unidade 1 da disciplina de Metodologia do Ensino da Educação Inclu-
siva. Nesta primeira unidade temos como objetivo trabalhar a compreensão da educação
inclusiva e as orientações políticas referentes a essa temática. Compreendemos a educação
inclusiva no contexto social, escolar e familiar, pois é o mundo onde a pessoa com defi-
ciência está. A sociedade precisa avançar na questão da inclusão da pessoa com deficiência,
no sentido de que a mesma possa ser respeitada e tenha o direito de exercer o seu papel
como um cidadão.
Nesse contexto, a escola tem um papel preponderante para diminuir a exclusão da pessoa
com deficiência. Quanto à família, é fundamental que acompanhe todo o processo de
desenvolvimento e aprendizagem do filho com deficiência. Para que tudo isso aconteça
de maneira efetiva, o estado precisa fazer a sua parte. Por meio das políticas públicas refe-
rentes aos direitos da pessoa com deficiência, o estado tem o dever de, juntamente com
a sociedade, escola e família, colaborar para que a pessoa com deficiência possa sentir-se
participante do mundo em que vive.
Nesse cenário, vale ressaltar o papel do professor nessas questões. O docente, juntamente
com a equipe pedagógica e, caso a escola tenha, o profissional de atendimento educacional
especializado (AEE), deve acolher, avaliar, acompanhar o processo de ensino aprendizagem
do estudante com deficiência, criando um ambiente pautado na diversidade de recursos
pedagógicos e que ultrapassem qualquer limite de exclusão, fortalecendo a integração e a
inclusão na totalidade.
Falar em educação inclusiva não é uma tarefa fácil, porém, é de suma importância,
sempre que possível, colocar este assunto em pauta, para que cada vez mais todos
compreendam que a pessoa com deficiência tem o direito de ser incluída e fazer parte
da sociedade em que vive. Desejo que você aproveite esta disciplina ao máximo. Bons
estudos.
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Metodologia do Ensino da Educação Especial • UA01
nível de aprendizagem, cada criança tem características, interesses, capacidades e neces-
sidades de aprendizagem que lhe são próprias. Nesse sentido, os sistemas de educação
devem ser planejados, e os programas educativos implementados, tendo em vista a vasta
diversidade destas características e necessidades.
Ainda ressaltando a Declaração de Salamanca (1994), as crianças e os jovens com defi-
ciência devem ter acesso às escolas regulares, que a eles devem se adequar por meio de
uma pedagogia centrada no estudante, capaz de ir ao encontro destas necessidades. As
escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes
para combater atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, cons-
truindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos. Dentro dessa pers-
pectiva inclusiva, proporcionam uma educação adequada para a maioria dos estudantes e
promovem a eficiência, numa ótima relação custo-qualidade de todo o sistema educativo.
Também é necessário ressaltar que a partir da Declaração de Salamanca (1994), os países, de
maneira geral, foram discutir e construir suas diretrizes e suas leis para investir na inclusão
da pessoa com deficiência na educação, ou melhor, no ensino regular, desde a educação
infantil ao ensino superior.
1.2 As leis no Brasil e a educação inclusiva
No Brasil, tivemos várias portarias, leis, sendo apresentadas na Constituição (1988), na Lei
de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96) e na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, lembrando que
cada município e estado, por meio dos documentos oficiais, discutem e fazem adaptações,
de acordo com a realidade local. Na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, tem-se a definição
do público que faz parte da inclusão:
Art. 2º - Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2015).
Independente da deficiência do estudante, a sociedade, a escola e a família precisam
fornecer um ambiente acolhedor, onde ele possa se sentir incluído. A Lei nº 13.146, de 6 de
julho de 2015, apresenta a questão da acessibilidade, que é importante, sendo:
Art. 3º - possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comu-
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Metodologia do Ensino da Educação Especial • UA01
repensar o significado de prática pedagógica, a fim de não cometer os mesmos erros do
passado, quando os estudantes com deficiência eram deixados ao esquecimento.
Deve-se garantir que os estudantes com deficiência possam ser participantes e colabora-
dores na construção de uma sociedade com bem-estar, e que o valor social da igualdade
seja consistente e pertinente, com uma escola de qualidade, ou seja, com uma prática
pedagógica inclusiva e eficaz.
Incluir estudantes com deficiência nas turmas de educação regular eleva o compromisso
de consciência, dos aspectos relacionados com a escola, comunidade, sociedade, porém, é
necessário ultrapassar os limites.
Neste sentido, a educação de qualidade para todos é um pensamento em ação, para dimi-
nuir a desigualdade que, muitas vezes, se instala dentro dos espaços escolares. O desafio é
estender uma escola inclusiva para o maior número possível de estudantes, contribuindo
para o aprendizado de todos.
Os espaços escolares precisam proporcionar um ambiente de estímulo, curiosidade e que
motive esse estudante a avançar no seu processo de ensino aprendizagem. Para que isso se
efetive, deve-se investir na formação do professor, em recursos tecnológicos, em programas
e projetos que possibilitem parcerias entre sociedade, família e escola.
3. A educação inclusiva e a formação do
professor
Quanto à formação, é necessário que o professor tenha qualificação superior e de prefe-
rência especialização em educação especial inclusiva. Porém, na realidade, nem sempre
isso é possível, mas pode-se investir na formação continuada desse docente. Para Roma-
nowski (2007, p. 130):
O objetivo da formação continuada é a melhoria do ensino, não
apenas a do profissional. Portanto, os programas de formação
continuada precisam incluir saberes científicos, críticos, didáticos,
relacionais, saber-fazer pedagógico e de gestão.
Na formação continuada do professor, deve-se planejar a busca constante do saber, propor-
cionando momentos de leituras, pesquisa, troca de experiências entre os colegas, que pode
ser realizada por meio de roda de conversa, onde cada um expõe as suas práticas pedagó-
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gicas. Assim, analisa-se o que pode ser aplicado com os estudantes que trabalha.
É uma forma simples e eficaz, pois se parte da realidade da escola, onde todos são
protagonistas do processo.
Além das rodas de conversa, existem outras modalidades de formação, como
cursos, seminários, projetos, grupo de estudo, grupo focal, laboratório de apren-
dizagem. A formação continuada pode ser formal e informal: formal é sistemati-
zada, e a informal são as ações que ocorrem no dia a dia.
Muitasvezes,oprofessorédotadodeumapráticaenraizada,semmuitasmudanças.
Cabe a ele se reinventar, se reconstruir, buscando inovações e técnicas que possam
amenizar as dificuldades do estudante com deficiência.
No momento, enfatiza-se muito a prática inovadora, um professor voltado para
a pesquisa constante, renovando-se e atuando de forma comprometida com o
sucesso do estudante deficiente.
Em relação à formação dos professores, é fundamental que essa discussão seja
inserida em todos os segmentos da educação, pois a inclusão está presente desde
a educação infantil até o ensino superior.
Quanto às práticas inovadoras, tem-se enfatizado as metodologias ativas. No artigo
“Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica”, os
autores apresentam a definição de metodologias ativas, trazendo uma proposta de
uma prática inovadora, saindo da escola tradicional. Diante desse cenário, segundo
Moran (2015), o professor que se utiliza das metodologias ativas tem o papel de
curador e de orientador.
Curador, que escolhe o que é relevante entre tanta
informação disponível e ajuda a que os alunos encontrem
sentido no mosaico de materiais e atividades disponíveis.
Curador, no sentido também de cuidador: ele cuida de
cada um, dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta
e inspira. Orienta a classe, os grupos e a cada aluno. Ele
tem que ser competente intelectualmente, afetivamente
e gerencialmente (gestor de aprendizagens múltiplas e
complexas). Isso exige profissionais melhor preparados,
remunerados,valorizados.Infelizmentenãoéoqueacontece
na maioria das instituições educacionais [...] (MORAN, 2015,
p. 24).
Analisando a afirmação de Moran (2015), percebe-se que o professor, num contexto
com o uso das metodologias ativas, inicialmente, precisa assumir uma postura de
pesquisador, refletindo sobre sua prática e buscando soluções para efetivar, de
Convido vocês a
assistirem ao vídeo
de Bernadete Gatti
que aborda sobre o
tema de formação
de professores para
aprofundar seus
conhecimentos
sobre essa temática
e a educação
inclusiva.
SAIBA +
Clique aqui.
Convido vocês a ler
o artigo: DIESEL,
A.; BALDEZ, A. L. S.;
MARTINS, S. N.
Disponível em:
https://edisciplinas.
usp.br/pluginfile.
php/4650060/
mod_resource/
content/1/
404-1658-1-PB%20
%281%29.pdf.
Acesso: 14 mar.
2021.
SAIBA +
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maneira plena, a inclusão do estudante com deficiência. O professor deve ser reflexivo, ter
o olhar atento para o estudante, analisando todo o contexto, no momento de planejar suas
ações.
Conclusão
Nestaunidadediscutimossobreaspolíticasdeinclusão,diantedopapeldossetorespúblicos,
sociedade, escola e família. Que se possa, por meio dos vários pontos levantados, apre-
sentar uma escola com espaços, onde o estudante com deficiência sinta-se incluído, tendo
o direito de exercer a plena cidadania.
É necessário que se tenham ações rápidas e efetivas, quanto à formação do professor e à
valorização da educação como um todo pelo poder público e a sociedade em geral. Que o
professor possa refletir sobre sua prática pedagógica, buscando inovações que garantam o
sucesso escolar da pessoa com deficiência.
Agora que chegamos ao fim da primeira unidade, esperamos que você tenha aprofun-
dado seus conhecimentos sobre as temáticas abordadas nela. Esperamos também que
você tenha compreendido a importância do papel da escola, do professor e da neces-
sidade de ter uma formação específica para trabalhar com a educação inclusiva. Além
disso, acreditamos que, com tudo que foi visto até aqui, você já tem a possibilidade de
refletir sobre suas práticas pedagógicas, tornando-a cada vez mais efetiva, no que se
refere à inclusão.
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, Miguel. Experiências de inovação educativa: o currículo na prática da escola. In:
MOREIRA, A. F. B. (org.). Currículo: políticas e práticas. Campinas: Papirus, 1999.
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com Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13146.htm. Acesso em: 03 jan. 2021.
DAVIS, Claudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, 1991.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades
Educativas Especiais. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/sala-
manca.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021
DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. Os princípios das metodologias ativas de
ensino: uma abordagem teórica. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/4650060/mod_resource/content/1/404-1658-1-PB%20%281%29.pdf. Acesso em: 14
mar. 2021.
FONSECA, Vitor. Educação especial: programa de estimulação precoce – introdução as
ideias de Feuerstein. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, Carlos Alberto
de; MORALES, Ofelia Elisa Torres (orgs.). Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências
Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II. PG: Foca Foto-PROEX/
UEPG, 2015. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/
mudando_moran. Acesso em: 27 ago. 2015
ROMANOWSKI, J. P. Formação e profissionalização docente. 3 ed. rev. e atual – Curitiba,
IBPEX, 2007.