Este documento descreve a dissecção do coração de um porco realizada por uma estudante. O relatório detalha os objetivos, materiais e métodos utilizados, e apresenta os resultados observados na análise externa e interna do coração, comparando-os com a anatomia humana.
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Introdução
Todas as células de todos os seres vivos necessitam de nutrientes e oxigenio para um
correto funcionamento.
No caso do ser Humano, o seu corpo apresenta órgãos especializados que possibilitam
a digestão de alimentos e a absorção de oxigénio. Contudo, sendo necessário que esses
alimentos cheguem a todas as células, é também indispensável a existência de um sistema de
transporte. Para tal, existe o sistema circulatório, que transporta nutrientes e oxigénio a todas
as partes do corpo.
O sistema circulatório é dividido em sistema cardiovascular e sistema linfático. O
sistema cardiovascular é formado pelo coração e pelos vasos sanguíneos. O coração é a bomba
propulsora de sangue e os vasos sanguíneos são as vias de transporte. O sistema linfático é
composto por órgãos e vasos que auxiliam na defesa do organismo contra doenças.
O sangue venoso (rico em dióxido de carbono resultante de processos moléculares)
chega ao coração pelas veias cavas superior e inferior. Ao entrar na auricula direita, esta contrai-
se e envia o sangue para o ventrículo direito, que também se contrai, bombeando este sangue
para o pulmão através da artéria pulmonar. O sangue viaja até à rede de capilares do pulmão,
local onde se dão as trocas gasosas responsáveis pela correta oxigenação deste fluído.
Do pulmão, o sangue retorna ao coração através das veias pulmonares, que direcionam o sague
para a aurícula esquerda. Esta, por sua vez, bombeia o sangue para o ventrículo esquerdo, que
impulsionará o fluído rico em oxigênio para todo o corpo, com o auxílio da artéria aorta. O
ciclo termina com a chegada do sangue a uma rede de capilares que irrigam os tecidos, onde o
oxigênio é fornecido ás células e recebe o dióxido de carbono, retornando ao coração pelas
veias cavas.
Num sistema circulatório completo o sangue passa duas vezes pelo coração, viabilizando uma
maior eficácia metabólica, como é o caso de todos os mamíferos.
O porco é um animal terrestre, classificado como mamífero, cuja anatomia é
consideravelmente semelhante à do Homem. Como tal, este animal foi escolhido para a
dissecação e estudo do seu músculo cardíaco.
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Este relatório apresenta a descrição da atividade laboratorial e dos respetivos resultados
obtidos na dissecação do coração de um mamífero.
Esta atividade proporciona a exploração da anatonia do coração do porco, ao transpor para a
prática os conhecimentos abordados na disciplina.
Os objetivos a atingir com esta atividade são apresentados na próxima página. As seguintes
secções trazem a descrição da experiência realizada, o material necessário e os resultados
obtidos. Por fim, são apresentadas as conclusões resultantes da realização e discussão da
atividade proposta.
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Objetivos
A principal motivação da atividade desta aula foi colocar em prática conhecimentos no que diz
respeito á obervação e identificação de estruturas, nomeadamente, do estudo do coração de um
mamífero.
Os principais objetivos desta atividade são:
Manusear instrumentos laboratoriais e técnicas de dissecação.
Observar e identificar estruturas morfológicas conhecidas teoricamente.
Comparar/Concluir a semelhança entre a anatomia do coração do porco e a anatomia do
coração humano.
Retirar conclusões a partir das observações efetuadas.
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Material e métodos
- Coração de porco
- Bisturi
- Luvas descartáveis
- Tabuleiro
- Tesoura
- Pinças
- Sonda ou palhinhas
A – Análise da morfologia externa
1- Colocar o coração no tabuleiro em posição ventral.
2- Com a sonda ou palhinha fazer uma primeira exploração de modo a identificar as aurículas,
os ventrículos, as veias e as artérias.
3- Observar os vasos sanguíneos que irrigam o coração. Identificar as artérias coronárias.
B – Análise da morfologia interna
1- Efetuar a dissecção do ventrículo direito, cortando a parede da artéria pulmonar com o
auxilio da tesoura e da sonda canelada, em direção ao sulco interventricular.
2- Observar as membranas esbranquiçadas que separam a artéria do ventrículo.
3- Prossiguir a dissecação da parede do ventrículo até se aproximar do sulco interventricular.
4- Afastar os bordos de incisão.
5- Observar as membranas esbranquiçadas que separam a aurícula do ventrículo: constituem a
válvula auriculoventricular.
6- Prosseguir para a dissecção do ventrículo esquerdo. Cortar a parede da artéria aorta com o
auxilio da tesoura e da sonda canelada, em direção ao sulco interventricular.
Figura 1- Material utilizado: Coração de porco colocado
em posição ventral; ;Bisturi; Luvas descartáveis;
Tabuleiro; Tesouro ; Pinças e palhinhas.
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7- Separar os bordos da incisão e seccione os elementos fibrosos que limitam a abertura.
8- Observar as válvulas arteriais e as válvulas auriculoventriculares. Identificar cada uma.
9- Comparar as dimensões das cavidades e a espessura das paredes.
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Resultados
De seguida são apresentados os resultados observados ao longo da realização da dissecação.
A – Análise da morfologia externa
Figura 3 – A palhinha amarela está inserida na abertura da artéria pulmonar, que surge do
ventrículo direito. A palhinha vermelha representa a abertura da artéria aorta, que surge do
ventrículo esquerdo.
A palhinha verde interseta ambas as veias cavas superior e inferior. A palhinha azul encontra-
se na abertura da veia pulmonar.
Comparativamente, as veias e as artérias diferem significativamente no calibre na espessura,
sendo ambos superiores nas últimas.
Nota-se a diferença de calibre entre a artéria aorta e a artéria pulmonar, sendo este superior na
primeira, assim como uma maior rigidez e menor flexibilidade.
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Figura 4 – A palhinha verde está a apontar
para
Figura 5 – A palhinha verde indica a aurícula
direita
Figura 6 – A palhinha verde aponta agora para
parte do tecido adiposo encontrado no exterior do
músculo cardíaco do porco.
A seta mostra a aurícula esquerda
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B – Análise da morfologia interna
Figura 7
Figura 8- A palhinha vermelha aponta para o
ventrículo direito. É notória a elevada espessura
desta estrutura comparativamente à estrutura
indicada pela palhinha verde- a aurícula direita.
Figura 9
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Discussão e Conclusão
Teoricamente, sabemos que os grandes vasos, denominação atribuída aos vasos que saem e chegam
ao coração, têm a função de aporte de um considerável volume sanguíneo, sendo evidentemente os
maiores e os que têm maior diâmetro no organismo. Estes grandes vasos são:
• A artéria aorta, que surge do ventrículo esquerdo e para onde o coração envia todo o sangue
oxigenado.
• A artéria pulmonar, que surge do ventrículo direito e se divide nas duas artérias pulmonares que
conduzem o sangue pobre em oxigénio até cada um dos pulmões.
• A veia cava superior e a veia cava inferior, que conduzem até à aurícula direita o sangue pobre em
oxigénio proveniente, respectivamente, da parte superior e da parte inferior do organismo.
• As veias pulmonares, duas provenientes do pulmão direito e outras duas provenientes do pulmão
esquerdo, conduzem até à aurícula esquerda o sangue oxigenado nos pulmões.
A partir desta informação é possível entender a observação feita anteriormente: as artérias são
claramente de maior calibre e espessura quando comparadas com as veias, visto que são responsáveis
pelo envio do sangue para todo o corpo. Como tal, necessitando de uma pressão consideravelmente
elevada, beneficiam tanto quanto necessitam desta morfologia.
Estrutura interna
No interior do coração existem dois septos de tecido muscular e membranoso, um vertical e um
horizontal, os quais determinam quatro compartimentos cardíacos diferentes.
O septo vertical atravessa o coração desde a sua base até cima e divide-o em duas metades,a direita e a
esquerda, normalmente incomunicáveis entre si.
O septo horizontal, por sua vez, separa as duas cavidades superiores, denominadas aurículas, dos
compartimentos inferiores, designados ventrículos, mas apresenta orifícios que permitem a
comunicação das aurículas com o ventrículo do seu lado.
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Aurículas. As duas aurículas estão situadas na parte superior do órgão. Estão separadas entre si pelo
septo vertical, designado de septo interauricular, e dos respectivos ventrículos pelo septo horizontal,
denominado septo auriculoventricular.
A sua função é acolher o sangue que lhes chega através das veias, desde os pulmões e restante
organismo, para imediatamente impulsioná-lo para os respectivos ventrículos.
A aurícula direita apresenta dois orifícios por onde entram a veia cava superior e a veia cava inferior,
que conduzem o sangue pobre em oxigénio, proveniente de todo o organismo, para o coração. A parte
inferior comunica com o ventrículo direito através de um orifício composto por uma válvula que apenas
deixa passar o sangue em direcção ao ventrículo.
A aurícula esquerda apresenta quatro pequenos orifícios, por onde entram as quatro veias pulmonares
que trazem para o coração o sangue já oxigenado nos pulmões. A parte inferior comunica com o
ventrículo esquerdo através de um orifício igualmente composto por uma válvula unidireccional.
Ventrículos.
Os dois ventrículos constituem grande parte do coração e estão situados na parte inferior do órgão,
separados entre sipelo septo vertical, que aqui se designa septo interventricular. A sua missão é receber
o sangue dasrespectivasaurículas, de modo a impulsioná-lo imediatamente para asartériasque o levarão
até aos pulmões e a todo o organismo.
O ventrículo direito apresenta um orifício de saída que comunica com a artéria pulmonar, a qual pouco
depois de abandonar o coração se divide em duas ramificações, encarregues de transportar o sangue
pobre em oxigénio até aos dois pulmões para que se abasteça deste precioso gás.
O ventrículo esquerdo apresenta um orifício de saída que comunica com a artéria aorta, na qual entra o
sangue previamente oxigenado nos pulmões para,então, ser levado a todo o organismo. Deste modo, é
o maior e com paredes mais musculosas, levando-nos a conluir que esta maior espessura em relação ao
ventrículo direito se deve ao facto de este necessitar de uma maior força de impulso, suficiente para a
chegada do sangue ao corpo inteiro.
Válvulas cardíacas
O sangue circula pelo interior do coração num único sentido, ou seja, desde cada aurícula até ao
respectivo ventrículo e daí até à artéria correspondente. Esta circulação unidireccional, é garantida por
um sistema de válvulas que permitem a passagem do sangue de um setor para o outro, impedindo ao
mesmo tempo o seu refluxo.
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Válvulas auriculoventriculares.A passagem do sangue da aurícula para o ventrículo de cada lado é
regulada por um aparelho valvular. De modo a assegurar a sua função, surgem da parte inferior uma
série de fibras resistentes, denominadas cordas tendinosas, que se inserem nas paredes do ventrículo.
Quando a aurícula se contrai, as valvas projectam-se para o ventrículo, desbloqueando o orifício e
permitindo, assim, a passagem da corrente sanguínea até à cavidade ventricular. Uma vez o ventrículo
cheio, as valvas regressam à sua posição anterior, fechando hermeticamente o orifício, de modo a
impedir o refluxo durante a contracção ventricular.
Existem duas válvulas aurículoventriculares, uma em cada lado do coração:
• A válvula auriculoventricular direita ou válvula tricúspide, assim denominada por conter três
valvas.
• A válvula auriculoventricular esquerda ou válvula mitral, assim designada por ser formada por
duas valvas principais
Válvulas aórtica e pulmonar. Estas duas válvulas, denominadas em conjunto válvulas semilunares ou
sigmóides, encontram-se nos orifícios que permitem a comunicação entre os ventrículos e as artérias,
deixando passar apenas o fluxo sanguíneo do ventrículo para a correspondente artéria.