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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA 
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS – DQE 
DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA I 
DOCENTE: DANIEL DE MELO SILVA 
DISCENTES: AILANA SOARES, BETHÂNIA SANTOS, CAROLINE 
ROCHA, IGOR RIBEIRO, REBECA CARDOSO E TAMIRES REIS. 
Toxicologia de Produtos 
Naturais 
Jequié - BA 
Novembro/ 2014 
1
Toxicologia das plantas 
• Uso das plantas  Terapia e profilaxia 
• Segundo o Ministério da Saúde ocorrem cerca de 
2.000 casos de intoxicações por plantas no Brasil. 
• Dentre os princípios ativos responsáveis pelas 
intoxicações destacam-se: 
– Alcalóides 
– Glicosídeos 
– Toxalbuminas 
– Resinas 
– Fitotoxinas 
– Oxalatos
Cambará (Lantana camara) 
•Usos: Diurético, expectorante 
•Frutos são considerados tóxicos 
Mamona ( Ricinus communis L.) 
• Usos: Purgativo (óleo de ricínio) 
• A semente é tóxica 
Beladona (Atropa belladonna L.) 
• Usos: Alucinógeno 
• Folhas tóxicas
Toxicidade 
• Capacidade que certa substância tem em causar 
algum desequilíbrio ao organismo com o qual 
entra em contato. 
• Toda e qualquer substância química pode vir a ser 
tóxica: 
– Dose; frequência e duração da exposição; 
– Condições fisiológicas e/ou patológicas do organismo 
exposto.
Estudos toxicológicos 
• Objetivam detectar reações inesperadas. 
– Uso de doses excessivas. 
– Acúmulo causado pelo desbalanceamento entre a 
administração e a eliminação do fármaco no organismo. 
• Indicam o grau de confiança a ser depositado em 
um medicamento a ser administrado a espécie 
humana. 
• Permitem estabelecer relação causa-efeito. 
5
Estudos toxicológicos 
• Fase pré-clínica 
– Espécies inferiores à humana; 
– Etapas sequenciais e definidas. 
• Fase clínica 
– Humanos voluntários; 
– Produtos que não demonstraram toxicidade 
significativa.
Legislação 
• Os estudos são realizados seguindo protocolos 
aceitos internacionalmente 
– As exigências legais variam de país para país. 
• O Brasil segue a RE 196/96 do CNS para pesquisas 
em seres humanos. 
• RDC 90/04: guia atual específico da área 
que trata dos estudos de toxicidade 
pré-clínica . 
7
Estudos toxicológicos: 
• Fatores importante: 
– Conhecer a substância; 
• Estrutura e composição química, propriedades físico-químicas, 
etc. 
– Equipe experiente; 
– Boas condições do laboratório; 
– Qualidade dos animais; 
– Definição clara dos objetivos. 
8
Testes in vitro 
• Métodos alternativos para avaliação 
toxicológica. 
• DESAFIO: Capacidade provável para os 
mesmos efeitos que ocorrem em animais, 
pelo menos, igual a do método que pretende 
substituir.
Testes in vivo 
• Melhores resultados em termos de comparação 
aos efeitos em humanos. 
• Deve ser realizado em três espécies de 
mamíferos, uma delas não-roedora. 
– 10 a 20 ratos ou camundongos (90%). 
– 6 a 8 cães ou porcos.
Testes in vivo 
• Princípios éticos do uso de animais de laboratório. 
• Escolha da espécie animal 
– Substância avaliada; 
– Experimento a ser realizado. 
• Rato (Rattus novergicus): principal em estudos de 
experimentação toxicológica. 
– Fácil manejo e observação; baixo custo de manutenção; 
conhecimentos sobre sua biologia, fundamental na 
extrapolação para a condição humana, etc.
Testes de Toxicidade Pré-clínica 
• “Guia para condução de estudos não clínicos de 
segurança necessários ao desenvolvimento de 
medicamentos novos” (ANVISA, 2010) 
• Testes toxicológicos pré-clínicos: 
– Toxicidade de dose única (aguda); toxicidade dose 
repetitivas (crônica); mutagenicidade/genotoxicidade; 
tolerância local; carcinogenicidade; toxicidade 
reprodutiva; segurança farmacológica e toxicocinética.
Testes de Toxicidade Aguda 
 Dose única ou doses parceladas/ 24 horas. 
 Duração: 7 a 14 dias. 
 Buscam conhecer a dose ou concentração letal 
mediana (DL ou CL 50 respectivamente). 
13 
Espécie mais 
sensível 
Índice de 
letalidade 
Lesões 
Sinais que 
precedem a 
morte 
Recuperação da 
ação tóxica 
histopatológicas Órgãos alvos
Testes de Toxicidade Crônica 
 Grupo de 10 animais (5 machos e 5 fêmeas). 
 Administração de várias doses. 
 Duração: 1 a 2 anos. 
14 
Margem de 
segurança 
Tempo de 
latência 
A maior dose 
que não produz 
efeito tóxico 
Acúmulo de 
drogas
Testes de Toxicidade 
 A positividade em testes de embriofetotoxicidade, 
fertilidade, reprodutivo e carcinogênico, proíbe a 
utilização irrestrita na espécie humana. 
Homem Animais 
Dose única Mínimo de 14 dias; 
7 dias Mínimo de 30 dias (testes 
subcrônicos); 
30 dias Mínimo de 90 dias (testes 
crônicos); 
Obs.: menos de 30 dias de tratamento: subagudos 
15
Testes de Toxicidade Clínica 
• Poucos estudos clínicos são realizados com 
produtos naturais. 
– Ausência de padronização e controle de qualidade 
dos fitoterápicos usados nesse estudo; 
– Uso de diferentes dosagens; 
– Seleção de pacientes não adequados; 
– Dificuldade na elaboração de placebos devido a 
problemas de aroma, sabor.
Ensaio toxicológico de fitoterápico 
• Estudos feitos no Hospital Universitário Lauro 
Wanderley/UFPB/PB por Patrícia Trindade C. 
Paulo et al. 
• Ensaios clínicos toxicológicos, fase I, do 
produto fitoterápico composto pelas plantas 
medicinais Schinus terebinthifolius Raddi, 
Plectranthus amboinicus Lour e Eucalyptus 
globulus Labill. 
– 28 seres humanos, 14 homens e 14 mulheres entre 20 
e 40 anos de idade, previamente selecionados, 
devidamente sadios.
Procedimento Experimental 
• As amostras foram cedidas pela própria empresa 
que o produz, e foram utilizados 90 frascos de 
500 ml. 
– Uma dose de 25 mL do fitoterápico 3 vezes ao dia. 
– 1º ao 7º dia: avaliação da toxicidades aguda 
– Do 7º dia até 8ª semana: avalição da toxidade crônica. 
– No 3º e 7º dia, na 3ª e 6ª semana e 24 horas 
após a 8ª semana de ingestão do produto, foram 
submetidos a avaliação clinica e laboratorial.
Resultados 
A ingestão oral do produto fitoterápico em questão 
até 45 ml ao dia e durante dois meses, foi bem 
tolerada, não apresentando alterações clínicas, 
laboratoriais e nem reações adversas significantes.
Referências 
• TREVISAN, L.F.A. Estudo toxicológico e investigação da 
atividade antilitiásica do extrato de Dianthus Catyophyllus. 
Patos, PB. 2012. 
• PEREIRA, S.S.T.C. Medicamentos fitoterápicos e drogas 
vegetais industrializadas e oficializada pelo MS no Brasil: 
Regulamentação sanitária, abrangência e qualidade dos 
estudos pré-clíncos e clínicos. Rio de Janeiro, RJ. 2013. 
• SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; et al, 
Farmacognosia: da Planta ao medicamento, Porto 
Alegre/Florianópolis Ed.Universiadde/UFRGS/Ed. Da UFSC, 
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• Rev. bras. farmacogn. vol.19 n.1a João Pessoa Jan./Mar. 2009

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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS – DQE DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA I DOCENTE: DANIEL DE MELO SILVA DISCENTES: AILANA SOARES, BETHÂNIA SANTOS, CAROLINE ROCHA, IGOR RIBEIRO, REBECA CARDOSO E TAMIRES REIS. Toxicologia de Produtos Naturais Jequié - BA Novembro/ 2014 1
  • 2. Toxicologia das plantas • Uso das plantas  Terapia e profilaxia • Segundo o Ministério da Saúde ocorrem cerca de 2.000 casos de intoxicações por plantas no Brasil. • Dentre os princípios ativos responsáveis pelas intoxicações destacam-se: – Alcalóides – Glicosídeos – Toxalbuminas – Resinas – Fitotoxinas – Oxalatos
  • 3. Cambará (Lantana camara) •Usos: Diurético, expectorante •Frutos são considerados tóxicos Mamona ( Ricinus communis L.) • Usos: Purgativo (óleo de ricínio) • A semente é tóxica Beladona (Atropa belladonna L.) • Usos: Alucinógeno • Folhas tóxicas
  • 4. Toxicidade • Capacidade que certa substância tem em causar algum desequilíbrio ao organismo com o qual entra em contato. • Toda e qualquer substância química pode vir a ser tóxica: – Dose; frequência e duração da exposição; – Condições fisiológicas e/ou patológicas do organismo exposto.
  • 5. Estudos toxicológicos • Objetivam detectar reações inesperadas. – Uso de doses excessivas. – Acúmulo causado pelo desbalanceamento entre a administração e a eliminação do fármaco no organismo. • Indicam o grau de confiança a ser depositado em um medicamento a ser administrado a espécie humana. • Permitem estabelecer relação causa-efeito. 5
  • 6. Estudos toxicológicos • Fase pré-clínica – Espécies inferiores à humana; – Etapas sequenciais e definidas. • Fase clínica – Humanos voluntários; – Produtos que não demonstraram toxicidade significativa.
  • 7. Legislação • Os estudos são realizados seguindo protocolos aceitos internacionalmente – As exigências legais variam de país para país. • O Brasil segue a RE 196/96 do CNS para pesquisas em seres humanos. • RDC 90/04: guia atual específico da área que trata dos estudos de toxicidade pré-clínica . 7
  • 8. Estudos toxicológicos: • Fatores importante: – Conhecer a substância; • Estrutura e composição química, propriedades físico-químicas, etc. – Equipe experiente; – Boas condições do laboratório; – Qualidade dos animais; – Definição clara dos objetivos. 8
  • 9. Testes in vitro • Métodos alternativos para avaliação toxicológica. • DESAFIO: Capacidade provável para os mesmos efeitos que ocorrem em animais, pelo menos, igual a do método que pretende substituir.
  • 10. Testes in vivo • Melhores resultados em termos de comparação aos efeitos em humanos. • Deve ser realizado em três espécies de mamíferos, uma delas não-roedora. – 10 a 20 ratos ou camundongos (90%). – 6 a 8 cães ou porcos.
  • 11. Testes in vivo • Princípios éticos do uso de animais de laboratório. • Escolha da espécie animal – Substância avaliada; – Experimento a ser realizado. • Rato (Rattus novergicus): principal em estudos de experimentação toxicológica. – Fácil manejo e observação; baixo custo de manutenção; conhecimentos sobre sua biologia, fundamental na extrapolação para a condição humana, etc.
  • 12. Testes de Toxicidade Pré-clínica • “Guia para condução de estudos não clínicos de segurança necessários ao desenvolvimento de medicamentos novos” (ANVISA, 2010) • Testes toxicológicos pré-clínicos: – Toxicidade de dose única (aguda); toxicidade dose repetitivas (crônica); mutagenicidade/genotoxicidade; tolerância local; carcinogenicidade; toxicidade reprodutiva; segurança farmacológica e toxicocinética.
  • 13. Testes de Toxicidade Aguda  Dose única ou doses parceladas/ 24 horas.  Duração: 7 a 14 dias.  Buscam conhecer a dose ou concentração letal mediana (DL ou CL 50 respectivamente). 13 Espécie mais sensível Índice de letalidade Lesões Sinais que precedem a morte Recuperação da ação tóxica histopatológicas Órgãos alvos
  • 14. Testes de Toxicidade Crônica  Grupo de 10 animais (5 machos e 5 fêmeas).  Administração de várias doses.  Duração: 1 a 2 anos. 14 Margem de segurança Tempo de latência A maior dose que não produz efeito tóxico Acúmulo de drogas
  • 15. Testes de Toxicidade  A positividade em testes de embriofetotoxicidade, fertilidade, reprodutivo e carcinogênico, proíbe a utilização irrestrita na espécie humana. Homem Animais Dose única Mínimo de 14 dias; 7 dias Mínimo de 30 dias (testes subcrônicos); 30 dias Mínimo de 90 dias (testes crônicos); Obs.: menos de 30 dias de tratamento: subagudos 15
  • 16. Testes de Toxicidade Clínica • Poucos estudos clínicos são realizados com produtos naturais. – Ausência de padronização e controle de qualidade dos fitoterápicos usados nesse estudo; – Uso de diferentes dosagens; – Seleção de pacientes não adequados; – Dificuldade na elaboração de placebos devido a problemas de aroma, sabor.
  • 17. Ensaio toxicológico de fitoterápico • Estudos feitos no Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB/PB por Patrícia Trindade C. Paulo et al. • Ensaios clínicos toxicológicos, fase I, do produto fitoterápico composto pelas plantas medicinais Schinus terebinthifolius Raddi, Plectranthus amboinicus Lour e Eucalyptus globulus Labill. – 28 seres humanos, 14 homens e 14 mulheres entre 20 e 40 anos de idade, previamente selecionados, devidamente sadios.
  • 18. Procedimento Experimental • As amostras foram cedidas pela própria empresa que o produz, e foram utilizados 90 frascos de 500 ml. – Uma dose de 25 mL do fitoterápico 3 vezes ao dia. – 1º ao 7º dia: avaliação da toxicidades aguda – Do 7º dia até 8ª semana: avalição da toxidade crônica. – No 3º e 7º dia, na 3ª e 6ª semana e 24 horas após a 8ª semana de ingestão do produto, foram submetidos a avaliação clinica e laboratorial.
  • 19. Resultados A ingestão oral do produto fitoterápico em questão até 45 ml ao dia e durante dois meses, foi bem tolerada, não apresentando alterações clínicas, laboratoriais e nem reações adversas significantes.
  • 20. Referências • TREVISAN, L.F.A. Estudo toxicológico e investigação da atividade antilitiásica do extrato de Dianthus Catyophyllus. Patos, PB. 2012. • PEREIRA, S.S.T.C. Medicamentos fitoterápicos e drogas vegetais industrializadas e oficializada pelo MS no Brasil: Regulamentação sanitária, abrangência e qualidade dos estudos pré-clíncos e clínicos. Rio de Janeiro, RJ. 2013. • SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; et al, Farmacognosia: da Planta ao medicamento, Porto Alegre/Florianópolis Ed.Universiadde/UFRGS/Ed. Da UFSC, 1999. • Rev. bras. farmacogn. vol.19 n.1a João Pessoa Jan./Mar. 2009