1. O documento discute os desafios atuais da educação pública em Portugal, incluindo falta de investimento, abandono escolar precoce e desigualdade no acesso.
2. Vários professores e funcionários descrevem suas experiências na escola pública, incluindo salários baixos, progressão lenta nas carreiras, falta de autonomia e desmotivação.
3. O documento pede ao Presidente da República que reconheça os problemas da escola pública e contribua para a construção de um sistema educativo mais justo e efic
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Prefácio
Começo este prefácio citando Nelson Mandela, líder sul-africano e ativista pelos direitos
humanos, "A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo."
Ao longo das últimas décadas, Portugal tem enfrentado diversos desafios no âmbito da
educação pública. A falta de investimento, o abandono escolar precoce, a desigualdade no
acesso à educação, a desmotivação dos professores e a falta de autonomia das escolas são
apenas alguns dos problemas que afetam o sistema educativo português.
Acreditamos que uma educação de qualidade é um direito fundamental de todos os cidadãos
e uma condição indispensável para o desenvolvimento humano e social. Por isso, é
fundamental que enfrentemos os desafios da escola pública com determinação e empenho,
procurando soluções inovadoras e sustentáveis para garantir que cada estudante tenha
acesso a uma educação de qualidade, independentemente da sua origem ou condição social.
Este livro é um retrato parcial da escola pública, traçado de forma sucinta por aqueles que
diariamente, nela vivem e trabalham.
Com este livro, esperamos que o Excelentíssimo Senhor Presidente da República possa
compreender melhor os desafios da escola pública em Portugal e, mais importante, possa
contribuir ativamente para a construção de um sistema educativo mais justo, inclusivo e
eficaz, cabendo-lhe a responsabilidade de escrever o capítulo final do mesmo.
Melhor que ninguém está capacitado para perceber a importância da sua decisão para a
resolução de alguns problemas existentes na escola pública, nomeadamente, vetando o novo
diploma de concursos e obrigando o Ministério da Educação a abandonar o simulacro de
negociação e a iniciar uma verdadeira e séria negociação que vá ao encontro das principais
exigências e desafios de uma escola pública de qualidade.
Uma vez Professor, Professor sempre!
Alberto Veronesi
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-O atual modelo de gestão escolar contribui de forma decisiva para uma total ausência de
democraticidade e participação cívica de todos os que trabalham na escola- Paula Costa
Gomes- Educadora de infância, 57 anos.
-Ser professora de História de 9 turmas e diretora de turma de duas turmas, é a minha
realidade! Porquê? Porque não existem professores! E os que estão na escola têm de se
“desdobrar” em muitos! Isto é eficaz? Não! É um desgaste enorme para o professor que acaba
por não conseguir resolver, de forma eficaz, todos os problemas que aparecem! - Isabel
Gomes, 53 anos, Professora de História do 3º ciclo e Secundário
-Como é que se aprende numa escola onde vemos dia após dia os professores cansados
por trabalharem demasiadas horas? Como é que se aprende numa escola onde aqueles
que têm o poder de educar são constantemente desvalorizados por quem os devia
proteger? Como é que se aprende numa escola onde as pessoas mais importantes para a
nossa evolução enquanto cidadãos não são vistos com olhos de valor? Como é que se
aprende numa escola onde quem nos ensina sobre o País está também descontente com
ele e na forma como os nossos governantes cuidam deles? - Sofia Sousa, 15 anos, 9ºA,
Escola Básica Santiago Maior
- Os assistentes operacionais, necessitam de 40 anos de trabalho para conseguirem chegar
ao topo da sua carreira! Considera esta uma situação justa e dignificante?- Paula Costa
Gomes, 57 anos, educadora de infância.
- Os professores da minha escola andam tristes…e zangados…
Fazem greves e manifestações, vestem umas T-shirts a dizer coisas…
O que será que se passa?
Dizem que estão em defesa da escola pública…
Escola? Pública?
Espera aí!
Nós, alunos, também fazemos parte disso!
Será que tem que ver com as longas horas que passamos na escola?
Os extensos, e por vezes desadequados e repetitivos, programas das disciplinas?
Ou, talvez, com… - Turma a 9ºano, Escola Básica de Santiago Maior, Diretora de
Turma - Conceição Custódio, professora de Inglês
- A Escola Pública é um dos pilares da Democracia, garante de Equidade e Justiça Social,
lugar de oportunidades para todos, independentemente do seu ascendente social. Dignificar
a Escola Pública e os seus profissionais é mostrar Respeito por todos os que lutaram para
que fosse um bem acessível a todos. - Cristina Mestre, Professora de Espanhol do
Ensino Secundário, 48 anos.
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- Passaram-se 6 meses de pseudo negociações entre governo e professores, o resultado e
o que V. Exa conhece.
Criaram-se movimentos de docentes não sindicalizados e outros sindicalizados, unidos por
uma necessidade comum, decorrente duma injustiça igualmente comum.
O desrespeito e desvalorização por parte do governo, sociedade e larga percentagem de
encarregados de educação, ultrapassou há muito o aceitável.
A tristeza e decepção invadiram as escolas e são, ainda os professores, a fazer acontecer
vida na escola.
A percepção de destruição da escola pública é gritante!
O que vai ser dos alunos que precisam da escola pública?
O que vai ser dos professores, com a valorização, remuneração e aposentação, da forma
que lhes é imposta?
Pedimos a V. Exa. que avalie verdadeiramente a situação em que a comunidade escolar se
encontra.
Nós falamos VERDADE!
Nós contribuímos para formar, educar, proteger e encaminhar as crianças e jovens de hoje,
cidadãos de amanhã.
Ouça-nos e ajude-nos, por favor!- Domingas Moreno Velez, 60 anos, professora de 3•
ciclo e secundário.
-A mesma carreira, a mesma escola, o mesmo país! Duas realidades diferentes: Açores e
Portugal continental!!- Paula Costa Gomes, 57 anos, Educadora de Infãncia
-Ser professor longe de casa em nada nos faz feliz! Quando percebemos que perto de casa
existem lugares disponíveis mas que, por razões logísticas injustas, não nos foi possível
aceder aos mesmos, ficamos “frustados”. Por muito que façamos para combater esta
frustração, ela acaba por transparecer no nosso dia a dia. E os nossos alunos perguntam:
“Não gosta de estar aqui?” “Gosto, queridos! Mas queria estar perto de casa!” “Nós
percebemos professora” E dói… dói muito. - Isabel Gomes, 53 anos, Professora de
História do 3º ciclo e Secundário.
- Parece contraditório, como o nosso País desrespeita um dos pilares básicos da sociedade.
Infelizmente, aos olhos dos alunos este é o panorama do ensino português. - Sofia de
Sousa, 15 anos, 9ºA, Escola Básica Santiago Maior
-Nesta profissão, a progressão mais certa é a da frustração. Tentamos fazer do aluno a
prioridade, mas a burocracia domina as nossas ações. Procuramos compensar investindo
mais tempo, mas os dias não têm mais horas para a docência. Damos o nosso melhor,
obtemos resultados apesar das dificuldades, mas não entramos nas quotas. Nesta
perspetiva, estamos no topo da carreira - Sandra Roriz, 49 anos, Professora de Inglês
3º ciclo e Secundário.
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-Nenhuma criança pode ser feliz e aprender numa escola, por melhor que ela seja, quando
a frequenta diariamente desde as 8 da manhã até às 19.00h. A “escola a tempo inteiro” é
uma realidade exclusiva deste nosso país! A escola, espaço privilegiado de ensino, é neste
momento, a resposta para a falência total das políticas sociais e de apoio às famílias!-
Paula Costa Gomes, 57 anos, Educadora de Infância
-Os alunos de diferentes nacionalidades que chegam às escolas do nosso país, vindos de
tantos países diferentes não conseguem acompanhar as matérias que são dadas nas aulas
porque a língua lhes é estranha!
Mas…. parece que há uma “coisa” que se chama Despacho nº 2044/ 2022,
Mas…
Se calhar, nem todos os alunos estrangeiros estão a beneficiar destas medidas…
Os professores da minha escola andam tristes…e zangados…
E nós achamos que têm muita razão!
Estão a pensar em nós!
Estão em defesa do Futuro! - Turma a 9ºano, Escola Básica de Santiago Maior, Diretora
de Turma - Conceição Custódio, professora de Inglês
-Um educador de Infância com 60 anos, além da diminuição das capacidades e limitações
físicas que somou ao longo de 40 anos de trabalho, já não tem a devida disponibilidade
física e mental para gerir e dar a resposta que grupos heterogéneos de 25 crianças
exigem!- Paula Costa Gomes, 57 anos, Educadora de Infância.
- Encontro-me a trabalhar desde 1996 e até ao momento nunca senti que um Encarregado
de Educação se importasse ou acarinhasse os professores ou a escola pública. É triste
passar toda uma carreira profissional a ser desprezada, espezinhada e desvalorizada por
sucessivos governantes.
Quando me reformar que lembranças levarei desta profissão? - Susete Petronilo, 50
anos, professora do 2º ciclo
-Até à data não existiu NENHUM acordo entre sindicatos e ministério em relação a nenhuma
das matérias propostas unilateralmente! O que tem existido são simulacros de negociações!
Apenas uma farsa teatral, barata e vazia de conteúdo. - Paula Costa Gomes, 57 anos,
educadora de infância.
- Os bebés nascidos a partir de 2023 provavelmente não poderão frequentar a escola
pública por falta de professores! - Cristina Medronheira, 50 anos, professora do 1º Ciclo
-Filha de professora, cedo me apaixonei pela profissão e decidi que seria esta a minha
escolha. Com a idade fui-me consciencializando que seria uma profissão árdua, mas não foi
o suficiente para me demover. Ao ingressar na MONODOCÊNCIA foi uma entrega total –
profissional e pessoal – quer aos alunos quer às famílias.
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A paixão não desvanece, mas a tristeza e a indignação instalam-se ao perceber a indiferença
da tutela da Educação para com os problemas surgidos, que se acumularam ao longo destes
anos, e os quais teimam em não serem resolvidos. Passaram 7 meses de um “simulacro” de
negociações e a verdade é que os problemas cruciais estão longe de serem colmatados.-
Vanessa Monteiro, 46 anos, Professora do 1.º ciclo
- Beja, 29 de abril de 2023 Um dia igual a tantos outros? Não!
Este é O DIA!
O DIA de dar voz a uma classe que ninguém ouve ou quer ouvir e que muitos procuram
silenciar.
O DIA de continuar a lutar pelos nossos legítimos direitos e que alguns procuram cercear,
seja pela força, seja pela limitação abusiva dos mesmos.
Assim se põe em causa, em pleno século XXI, a Liberdade e alguns dos Direitos fundamentais
dos Trabalhadores, conquistados ao longo de séculos, e que encontram tradução no 25 de
Abril e no 1° de Maio.
Uma vez que poucos nos ouvem ou se mostram sensíveis às nossas legítimas reivindicações,
que Sua Excelência, usando a sua magistratura de influência, possa ser essa voz e estar,
como nós, do lado da solução e, por que não dizê-lo, do lado certo da história.
A bem da Escola Pública!
A bem de Portugal!- José Piteira, 55 anos, 2º ciclo, Educação Visual e Tecnológica
-O novo modelo de recrutamento de gestão de professores foi aprovado em Conselho de
Ministros sem o acordo de nenhuma das estruturas sindicais! O alegado processo negocial
arrasta-se penosamente desde setembro! Há meses que a escola pública está sob os
holofotes da sociedade numa situação absolutamente inédita. Quem realmente está
empenhado e de boa fé em resolver eficazmente os problemas que existem na escola pública
não procede deste modo. - Paula Costa Gomes, 57 anos, educadora de infância.
-Ser professor é trabalhar em prol dos alunos, e os docentes deste País fazem-no. Com
dúvidas, com incertezas quanto ao nosso futuro e com a rebeldia própria da nossa idade,
eles, que estão connosco todo o dia, tratam-nos com prioridade... Prioridade essa que, na
maioria dos casos, os coloca a quilómetros das suas famílias, das suas casas. E porquê?
Porque por demografias não podem ficar no seu local de residência a trabalhar no que
sonharam junto aos seus. São obrigados, todos os anos, a abalar assim para longe dos seus
pais e filhos para virem cuidar do futuro do nosso País que são os alunos.- Sofia de Sousa,
15 anos, 9ºA, Escola Básica Santiago Maior
- Não promulgue o desrespeito pelos professores- Olga Sousa , Educadora de Infância
-A escola deve servir para formar cidadãos. Seres pensantes e não acomodados. Seres
solidários, criativos. O que têm feito com a escola é o inverso- António Lopes, 65 anos
professor de Português do 2º ciclo ( aposentado antecipadamente)
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- O que é a igualdade? O que é respeitar os outros? O que é valorizar o trabalho dos colegas?
Isso irá deixar os outros felizes e com vontade de fazerem mais e melhor? A estas questões
os meus alunos com quatro, cinco e seis anos, ainda no Pré Escolar sabem responder com
precisão e sensibilidade. Possuem alguns conhecimentos acerca do que está a acontecer ao
nível da Educação, porque eu, Educadora de Infância desde 2001, desenvolvo um trabalho
de cidadania de forma ativa, levando as crianças a pensar e a discernir sobre aquilo que
querem que seja o futuro delas e consequentemente da Escola Pública. Elas e eu,
acreditamos no nosso Presidente e no nosso país. - Paula Beirão, 49 anos, Educadora de
Infância.
-O número de assistentes operacionais nas escolas é manifestamente insuficiente face às
necessidades das escolas e dos alunos. - Paula Costa Gomes, 57 anos, educadora de
infância.
-Além dos sacrifícios que cada um deles faz, ainda lhe são atribuídas um número absurdo
de horas e turmas com 25 alunos. No meu caso, essa sobrecarga de trabalho tem-se
refletido na disciplina de francês. No início do meu 3.° ciclo escolhi como língua secundária
o francês e neste momento, a terminar o 9.° ano, ainda não tive um ano escolar completo
com aulas desta disciplina. Porquê? Porque há falta de professores! E quem perde? Os
alunos que estão constantemente a sair prejudicados mesmo com os poucos professores
disponíveis a desdobrarem-se em mil para darem o seu melhor por nós! - Sofia de Sousa,
15 anos, 9ºA, Escola Básica Santiago Maior
-Andamos apenas a tentar garantir um falso sucesso da escola. A tutela também é ambígua
nas suas diretivas pois tanto quer que nas avaliações sejam tidos em consideração uma série
de parâmetros e que seja adequada às caraterísticas individuais, como como os submete a
provas nacionais iguais com níveis de exigência muito elevados. Ficamos com a sensação
que não sabemos o que se pretende com o ensino obrigatório até ao 12º ano!!- Margarida
Barros, 53 anos, professora de Físico química, 3º ciclo
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-Quanto aos funcionários? Há poucos. E ainda assim, os poucos que há são também
professores, enfermeiros, psicólogos e muito mais... São, diariamente, o braço direito dos
professores e dos alunos e, no final do dia, ainda deixam as salas em condições para, na
manhã seguinte, podermos entrar nelas e aprender. Isso tudo sabendo que no final do mês
recebem ordenados mínimos e uma contínua desvalorização da carreira não docente.- Sofia
de Sousa, 15 anos, 9ºA, Escola Básica Santiago Maior
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-AGORA é a hora da mudança!
AGORA é-vos dada a oportunidade de MARCAR A DIFERENÇA!
OUÇAM os profissionais que estão no terreno e conhecem de perto os alunos, as famílias e
as suas problemáticas, muitas vezes emocionais, outras vezes até económicas, e que dentro
das desigualdades de tudo fazem para as minimizar e, em simultâneo, lecionar os extensos
programas.
AGORA ainda há tempo para recuperar os valores que se têm perdido na própria sociedade,
do GOVERNO dar o exemplo que ainda se pode ACREDITAR em JUSTIÇA, VERDADE,
ÉTICA, LIBERDADE e, basicamente, ainda se pode acreditar na DEMOCRACIA.
uma SOCIEDADE que não VALORIZA a EDUCAÇÃO é uma sociedade SEM FUTURO.
Por isso, eu, na qualidade de professora e de mãe/Encarregada de Educação Vos peço que
sejais empático com a nossa missão – a MISSÃO ESCOLA PÚBLICA.-Vanessa Monteiro,
46 anos, Professora do 1.º ciclo
-Os funcionários, que servem como bolas de arremesso sempre que algo corre mal, são um
dos principais motores que fazem andar o ensino. São aqueles que marcam escolas e alunos
e que independentemente dos anos que passem são as boas lembranças que ficam da
primária, do básico e do secundário.- Sofia de Sousa, 15 anos, 9ºA, Escola Básica
Santiago Maior
Nós somos pessoas ou não??Será porque ensinamos a voar? Somos perigosos. Mesmo
submersos em burocracia, coagidos a praticar o facilitismo para as estatísticas, roubados,
mal pagos …. ainda praticamos a democracia, ainda nos sacrificamos e aos nossos pela
escola pública. Arrastados e cansados é pelo sonho que vamos! Caramba! somos perigosos!
Ouçam-nos!!! António Lopes, 65 anos professor de Português do 2º ciclo (aposentado
antecipadamente)
-A falta de recursos humanos (professores, assistentes operacionais, psicólogos, assistentes
sociais) leva a uma sobrecarga de trabalho que recai sobre todos os que estão na escola.
Muitas vezes são atribuídas funções aos docentes que nem sequer sabemos como
desempenhar, por forma a ajudar da melhor maneira os nossos alunos. Esta situação faz
com que comprometamos o seu futuro pois não os conseguimos preparar todos da melhor
forma de acordo com as suas capacidades e especificidades. - Margarida Barros, 53 anos,
professora de Físico química, 3º ciclo
- O Dec. Lei nº 54/2018 de 6 de julho que estabelece o regime jurídico da educação inclusiva
é mais um exemplo do “desnorte” e políticas educativas avulsas e desenquadradas que, há
décadas, invadem a escola pública! Na realidade só vem aumentar a burocracia,! Na prática
não existem recursos humanos (professores e técnicos de ensino especial, assistentes
operacionais) e materiais suficientes para dar resposta que os alunos abrangidos por esta lei
necessitam. Em 2021, 2331 alunos ficaram sem ensino especial!!- Paula Costa Gomes, 57
anos, Educadora de Infância
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-Os professores PRECISAM DE RESPEITO! – A começar pela própria TUTELA.
Os professores PRECISAM DA RECUPERAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO! – É um direito,
trabalhámos e descontámos.
Os professores PRETENDEM A VALORIZAÇÃO DA CARREIRA! – Como atrair novos
profissionais? Tenho 2 filhas que gostariam de ser professoras, mas sinceramente, como
mãe, não queria que tivessem uma experiência idêntica à minha.
Os professores PRETENDEM UMA MELHORIA NA QUALIDADE DO ENSINO! – Neste
momento existe um excesso burocrático e uma pressão para o sucesso escolar, mas apenas
para efeitos estatísticos. O mediatismo está nos Rankings.
Os professores PRECISAM DA INDISCIPLINA EXTINTA! – Atualmente os casos de
indisciplina acrescem burocracia ao nosso extenso trabalho, mas na realidade nem punem
os desobedientes.
O cansaço e o desânimo vivido nas ESCOLAS deram lugar a uma UNIÃO e JUNTOS
dizemos: BASTA!- Vanessa Monteiro, 46 anos, Professora do 1.º ciclo
Em outubro do ano passado, o Movimento de Professores em Monodocência,
entregou a Vª Exª um pedido de fiscalização abstrata da constitucionalidade dos
artigos nº. 77º, 79º, 80º e 85º do Decreto-Lei n.º 41/2012- Estatuto da Carreira
Docente (ECD), devidamente fundamentado. Continuamos a aguardar a resposta a
esse pedido, uma vez que esta é uma das competências que cabem ao Presidente
da República ( bem como de outras cinco entidades que receberam exatamente o
mesmo pedido). Sermos ouvidos e respeitados significa sabermos se o vai ou não
fazer.- Paula Costa Gomes, 57 anos, Educadora de Infância.
- Sr. Presidente: escolha o lado certo! Nós sabemos que sabe que os professores têm razão!
Eu tenho 36 anos completos de serviço. 8º Escalão (fiquei retida no 7º escalão depois de
avaliada com EXCELENTE e tive de dar o tempo descongelado em 3 tranches para não ficar
retida mais tempo. - Ana Silva, 58 anos, 1º ciclo
- Assinalaram-se os 49 anos do 25 de abril; nos últimos 14 anos, o ataque feroz e
incompreensível à Educação/ Escola, por parte da tutela, tem sido desastroso e
desrespeitador, o resultado está à vista de todos.
O diploma dos concursos, que aguarda veto ou promulgação de V. Exa., é um exemplo de
tudo isso, o qual foi aprovado que Conselho de Ministros, sem acordo de nenhum
representante dos professores/educadores - é como se os mesmos não existissem!
Isto poderá ser aceitável num regime absolutista, mas nunca num regime democrático.
Apelamos à intervenção de V. Exa., pela não promulgação do referido diploma- Domingas
do Carmo Moreno Velez, 60 anos, professora de grupo 520 do 3• ciclo e secundário.
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- Sendo docente com habilitação própria, pergunto para quando a abertura da
profissionalização na escola. O mestrado a quilómetros do local onde se leciona não é
suportável a todos os níveis. - Micaela Mestre, 46 anos, grupo 600
- Com 27 anos de docência, nunca como nos últimos anos me senti tão humilhado e
destratado profissionalmente como nestes últimos tempos. E sei que milhares de colegas
meus se revêem na afirmação anterior. Como é possível que pessoas com responsabilidade
no nosso país tratem com tanto desdém os profissionais da educação? Os custos para
Portugal, da pouca atratividade da carreira e da não recuperação do tempo de serviço em
falta aos professores, a médio/longo prazo, serão incomparavelmente maiores do que a verba
destinada para o efeito: cada vez mais alunos sem professores; aumento de pessoas não
qualificadas para o ensino e a cada vez maior desmotivação e desgaste dos que atualmente
trabalham nas escolas. Vossa Excelência, tem o poder de nos ajudar a inverter o rumo que a
Educação está a levar. Exerça-o com justiça. Um bem haja!-Luís Miguel da Luz de Sousa
Figueira Carvoeiras, 49 anos, professor de Matemática do Ensino Básico e Secundário
- Chegou a hora do presidente
Vestir a pele de professor
Mostrar que está presente
Reconhecer o nosso Valor
“Defender a educação, é estar do lado certo!” - Laura Mateus, 45 anos. professora de
Matemática e Ciências, 2º ciclo
Sr Presidente
Deixo-lhe uma moda escrita por mim e que tem sido cantada por estas gentes alentejanas
(e não só!)
Não nos deixe definhar!
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RESPEITO
Dá-me um pouco de Respeito
Desse que eu mereço ter!
Entre escolas e escolinhas
Entre escolas e escolinhas
Algum ainda há-de haver
Algum ainda há-de haver
Quero ser professor
Quero voltar a ter
Quero voltar a ter
RESPEITO E VALOR!
Letra: Sónia Costa
Música: Dá-me uma gotinha de água
Sónia Costa , 48 anos, professora de Matemática no Agrupamento n2 de Beja
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_________________________________- Marcelo Rebelo de Sousa, 74 anos, Presidente
da República Portuguesa , (ex) Professor.