O documento aborda as causas e consequências das enchentes no Brasil, descrevendo alguns eventos históricos como as enchentes em Santa Catarina em 1855 e 1967, em Minas Gerais e Espírito Santo em 1979, e nos estados de Alagoas e Pernambuco em 2010. Também destaca como a urbanização e o desmatamento contribuem para agravar as enchentes, e a importância de planejamento urbano para preveni-las.
3. Este trabalho tem como objetivo abordar as
causas e consequências das enchentes.
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5. Enchentes
Causas e Consequências
Como Começam as Enchentes
Histórico de Enchentes no Brasil
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7. Enchente ou cheia é, geralmente, uma situação
natural de transbordamento de água do seu leito
natural, qual seja, córregos, arroios, lagos, rios,
ribeirões, provocadas geralmente por chuvas
intensas e contínuas. Em mares e oceanos, os
alagamentos devidos a ressacas também são
denominados de enchentes, como os já ocorridos
na Holanda. A ocorrência de enchentes é mais
frequente em áreas mais ocupadas, quando os
sistemas de drenagem passam a ter menor
eficiência com o tempo se não forem recalculados
ou devidamente adaptados tecnicamente. É
comum o aumento das destruições devido
sobretudo ao adensamento populacional de
determinadas áreas sujeitas tradicionalmente a
cheias cíclicas.
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9. Como todo fenômeno natural, pode-se sempre calcular
o período de retorno ou tempo de recorrência de uma
enchente recorrendo-se a métodos estatísticos
comumente utilizados em hidrologia, como o método
de Gumbel ou de Galton-Gibrat. Quando este
transbordamento ocorre em regiões com baixa ou
nenhuma ocupação humana, a própria natureza pode
se encarregar de absorver os excessos de água
gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema,
mas podendo gerar danos à agricultura. Existem cheias
artificiais provocadas por erros de operações de
comportas de vertedouro s de barragens ou por erros
de projetos de obras
hidráulicas como bueiros, pontes ,diques e
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11. Quando o transbordamento dá-se em áreas
habitadas de pequena, média ou grande densidade
populacional, os danos podem ser pequenos,
médios, grandes ou muito grandes, de acordo com
o volume de águas que saíram do leito normal e de
acordo com a densidade populacional. A ciência
que estuda os fenômenos das enchentes é a
hidrologia, que é, normalmente, ensinada nos
cursos de geografia, engenharia
hidráulica, engenharia sanitária, engenharia
ambiental e outros. Algumas obras podem ser
realizadas para controle das enchentes tais como
bueiros, diques, barragens de defesa contra
inundações ou mesmo obras de revitalização de
rios, muito utilizadas na Holanda e na Alemanha.
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13. As enchentes são fenômenos naturais que ocorrem
quando a precipitação é elevada e a vazão ultrapassa a
capacidade de escoamento, ou seja, quando a chuva é
intensa e constante, a quantidade de água nos rios
aumenta, extravasando para as margens dos rios (áreas
de várzeas). Todos os canais de escoamento possuem
essa área de várzea para receber o "excesso" de água,
quando ela ultrapassa os limites dos canais. Entretanto,
com as interferências antrópicas (do homem), as
inundações são intensificadas em vista de alterações no
solo de uma bacia hidrográfica, tais como a
urbanização, impermeabilização, desmatamento e o
desnudamento (eliminação da vegetação).
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15. O processo de urbanização causa mudanças no microclima das cidades. O
intenso processo de desmatamento e a construção de residências,
edifícios, indústrias, ocupação das áreas de várzeas e a
impermeabilização do solo com asfalto acarretam no aumento de
temperatura dos centros urbanos em relação às áreas periféricas
(afastadas do centro) e às áreas rurais. Em algumas cidades esta diferença
de temperatura pode atingir até 10°C. Além do desmatamento e da
impermeabilização do solo, o consumo de combustíveis fósseis por
automóveis e indústrias torna a cidade uma fonte de calor. Esse
fenômeno é denominado "ilha de calor". O aumento de temperatura nos
centros urbanos intensifica a evaporação; além disso, o material
particulado (poluentes) em suspensão favorece a formação de núcleos de
condensação na atmosfera. O resultado é o aumento da quantidade de
chuvas. A tabela 1 mostra que, nas áreas urbanas, a quantidade de chuva
anual é 5% maior e, em dias de chuva, a precipitação (quantidade de
chuva medida) é 10% superior se comparada com as áreas rurais. No
entanto, as inundações não resultam apenas do aumento da quantidade
de chuva, mas - e principalmente - do aumento da velocidade de
escoamento superficial ocasionado pela impermeabilização do solo. Além
disso, diariamente, os rios recebem uma carga de água utilizada pela
população (esgoto), o que também contribui para aumentar a quantidade
de água no leito dos rios
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17. Em condições naturais, parte da chuva fica retida
nos troncos e folhas, o escoamento superficial é
retido por obstáculos naturais gerando maior
infiltração e retardando a chegada da água nos
cursos de água. Quando a cobertura vegetal é
retirada, não há resistência ao escoamento e a água
atinge os rios com maior facilidade e rapidez,
contribuindo também com o assoreamento dos
rios, pois, sem a cobertura vegetal, os sedimentos
são carregados pela água e acabam depositados no
fundo dos leitos dos rios. Este fato é agravado
quando há impermeabilização do solo
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19. Outro fator que agrava as inundações nos
centros urbanos é o entupimento dos bueiros
ocasionado pelo lixo jogado nas ruas pela
população. Em dias de chuva, com a
impossibilidade do escoamento pelos bueiros, a
água concentra-se nas ruas de forma rápida,
causando transtornos no trânsito e no
comércio, além de atingir residências e causar
todo o tipo de estragos.
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21. Quando alguém fala a palavra “enchente” é
natural que a primeira imagem que venha a
cabeça seja a de destruição, prejuízos e até
mesmo algumas mortes. Durante a época das
chuvas o estado de São Paulo e do Rio de
Janeiro aparecem a todo momento nos
noticiários devido aos seus grandes problemas
para conter a fúria das águas da chuva.
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23. Se o leito natural de um rio ou córrego recebe uma quantidade
muito grande de água que provém da chuva e não tem a capacidade
da suportá-la, acaba transbordando e causando a enchente. Esse
processo é natural e todo rio precisa ter uma área chamada de “área
de inundação” para a qual a água irá escoar.
Esse é o grande problema que causa as enchentes e alagamentos nas
cidades, a área de inundação simplesmente não foi respeitada e
famílias se estabeleceram nessa região construindo casas. Então
quando o rio transborda a sua água alaga essas casas.
Além disso, ainda existe a questão da urbanização das cidades, na
maior parte delas o processo foi feito sem nenhum tipo de
planejamento como, por exemplo, pensar na declividade das ruas
(para onde a água da chuva deveria escorrer) ou então a construção
de galerias pluviais (uma forma de captar e transportar a água das
chuvas sem problemas).
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25. A falta desses procedimentos é o que contribui em
grande parte para tantos casos de enchentes e
alagamentos no Brasil. Destinar verbas para essas
obras sairia muito mais barato do que ter que
recuperar regiões completamente destruídas e com
certeza nem se equivalem a possibilidade de
perder vidas.
As enchentes representam um problema muito
sério para o Brasil que além de prejuízos
econômicos grandiosos arriscam a vida de pessoas
inocentes todos os dias. Essas pessoas podem
contrair doenças infectocontagiosas como, por
exemplo, a leptospirose ou mesmo acabarem
presas embaixo de escombros.
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27. 1855
Enchentes em Santa Catarina em 1855
O estado de Santa Catarina é um dos estados que mais
sofre com problemas de enchentes e inundações no
Brasil e no ano de 1855 é registrada uma das primeiras
tragédias. Uma das principais fontes de informação do
fato é uma carta de Bruno Otto Blumenau, fundador da
colônia que se tornaria no futuro a cidade de
Blumenau.
Nesse documento ele relata que em menos de 36h o rio
Itajaí-Açu subiu a uma altura de mais de 63 palmos do
nível normal, algo em torno de 15 metros.
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29. 1967
Enchentes e Deslizamentos de terra em
Caraguatatuba 1967
As enchentes e deslizamentos ocorridos no mês de
março de 1967 em Caraguatatuba resultaram em
cerca de 436 mortes. Uma tragédia que teve
repercussão mundial com o nome de Hecatombe.
Devido as chuvas intensas na região da cidade a
mesma ficou isolada.
A ajuda apenas pode ser feita pelo ar e pelo mar,
pois se tornou impossível adentrar na cidade uma
vez que aconteceram diversos deslizamentos.
Apesar da contabilização do número de mortos
chegar a 436 os moradores da região apontam que
o número chega ao dobro ou ao triplo
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31. 1979
Enchentes em Minas Gerais e Espírito Santo em 1979
Uma das maiores enchentes registradas na Vale do Rio
Doce e no Espírito Santo aconteceu no ano de 1979. Os estragos
foram bastante intensos, a repercussão da tragédia foi mundial
para se ter uma ideia. Muitas cidades foram prejudicadas.
A causa da enchente foi o grande acúmulo de chuva
ocorrido entre o final de janeiro e começo de fevereiro de 1979 na
bacia do Rio Doce. No dia 3 de fevereiro aconteceu o pico da
cheia do Rio Doce e o nível da água acabou subindo bem
rapidamente. Cidades como Galileia, Itueta, Tumiritinga,
Resplendor, Conselheiro Pena e Aimorés ficaram completamente
alagadas.
Outras cidades como Baixo Guandu, Colatina, João
Monlevade, Governador Valadares e alguns municípios da atual
região metropolitana do Vale do Aço ficaram parcialmente
inundadas. Ao todo essa enchente deixou 47.776 desabrigados,
74 vítimas fatais e 4.424 casas atingidas.
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33. A Tragédia em Ipatinga
A cidade de Ipatinga (que fica localizada no
Vale do Aço) foi uma das que mais sofreram
com a enchente. Ao todo somente nessa cidade
foram contabilizados 10 mil desabrigados e 42
mortos, a maior parte soterrada por uma
grande queda da encosta que aconteceu no
bairro Esperança
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35. 2008
Enchentes em Santa Catarina em 2008
Após o período de grandes chuvas no mês de
novembro de 2008 começaram as enchentes no estado
de Santa Catarina. Ao todo foram 135 mortos, 9.390 de
moradores que tiveram que abandonar as suas casas e
mais de 5.617 de desabrigados.
Diversas cidades ficaram sem acesso devido aos
escombros e deslizamento de terras causados pelas
enchentes. No dia 25 de novembro de 2008 prefeito de
Blumenau, João Paulo Kleinübing declarou estado de
calamidade pública na cidade assim como em outros 13
municípios.
Essas enchentes levaram a criação de um grupo técnico
científico que tem como foco promover estudos para a
prevenção de novos desastres.
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37. 2010
Inundações e Deslizamentos de Terra no Rio de Janeiro e São
Paulo 2010
No mês de janeiro de 2010 o Rio de Janeiro e São Paulo passaram
por grandes dificuldades com as inundações e deslizamentos de
terra. No Rio de Janeiro o Morro Carioca, no centro de Angra dos
Reis, foi uma das regiões mais atingidas pelos deslizamentos de
terra.
A causa imediata dos problemas nos dois estados foi o grande
volume de chuvas no mês de janeiro, porém, a estrutura
inadequada das encostas foi o agravante. Ao todo essas
inundações e deslizamentos deixaram pelo menos 75 mortos e
centenas de feridos na região Sudeste do país.
Em São Paulo ao menos 13 cidades foram afetadas pelas
inundações, a maior parte delas no Vale do Paraíba.
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39. Enchentes em Alagoas e Pernambuco em
2010
Os estados de Alagoas e Pernambuco
sofreram com as enchentes no mês de junho
de 2010. O problema se deu ao longo dos rios
Sirinhaém, Piranji, Una, Canhoto e Mundaú.
Fora mais de 30 municípios dos dois estados
que sofreram com essa situação e declararam
estado de emergência