O documento descreve o feudalismo na Europa entre os séculos V e XV. O feudalismo era uma estrutura social e econômica baseada em grandes propriedades agrárias (feudos) governadas por senhores feudais e trabalhadas por camponeses. Combinava elementos da organização social romana e das tribos bárbaras, como a servidão e a relação de vassalagem entre a nobreza.
3. O que é o Feudalismo?
Feudalismo é o nome dado à forma de
organização econômica e social
vivenciada na Europa Centro-Ocidental
durante o período histórico conhecido
como Idade Média, entre os séculos V e
XV. O nome é derivado dos feudos (ou
vilas), as unidades de habitação e
produção que eram características do
período. Essas grandes propriedades
agrárias demonstraram que houve um
processo de ruralização da sociedade
que habitava o continente europeu e as
ilhas Britânicas, bem como uma
passagem da organização do trabalho
pautada no escravismo para a servidão.
4. Continuação
O feudo era formado geralmente pelo senhor feudal, por escravos (que eram minoritários à
época) e por camponeses, livres ou em condição de servidão. Havia ainda artesãos nos
feudos, representando um número pequeno de pessoas, exercendo trabalhos agrícolas para
sua subsistência. Uma das caraterísticas do feudalismo era a tendência para a
autossuficiência das grandes propriedades agrárias, situação que levou a uma diminuição do
comércio na região, se comparado com as trocas comerciais que existiram no Império
Romano.
O feudalismo seria o resultado da fusão de elementos de organização social derivados tanto
dos séculos finais do Império Romano do Ocidente quanto das populações bárbaras.
Por exemplo, havia a clientela, a relação de dependência social entre os indivíduos em Roma,
base da relação entre senhor e servo; e o colonato, que em Roma significava a fixação do
homem na terra, dificultando a mobilidade da população servil durante sua passagem para o
feudalismo.
Outro elemento romano que serviu para a constituição do feudalismo foi o precarium, a
entrega de terras a um senhor em troca de proteção. Colonato e precarium formaram as bases
da instituição da servidão durante o feudalismo.
Um elemento da organização social bárbara que se manteve durante o feudalismo foi
o comitatus, que consistia na relação de lealdade entre os guerreiros e os chefes tribais,
servindo de base para o estabelecimento das relações de suserania e vassalagem entre os
membros da nobreza. Havia também a influência das leis consuetudinárias, baseadas no
costume e que serviram para conformar os direitos das pessoas durante o período.
5. Continuação
Os servos eram os camponeses que constituíam a maior parte da população no feudalismo. Viviam
presos a terra e eram obrigados a prestar pesados serviços e a pagar uma grande quantidade de
tributos aos senhores feudais, sendo essa forma de exploração do trabalho a base da riqueza feudal.
Havia ainda, em menor número, escravos e também os vilões, antigos proprietários livres que
estavam ligados a um senhor, mas que também eram obrigados a prestar serviços e a pagar tributos.
Apesar de haver um estatuto social distinto do clero, eles não se distinguiam muito dos senhores
feudais, a não ser pelo controle religioso do catolicismo cristão que essa camada da nobreza detinha.
As igrejas e abadias eram detentoras de um grande número de terras e servos, realizando uma forma
de exploração do trabalho camponês que em nada se diferenciava dos demais senhores feudais. O
cristianismo, como principal sistema ideológico do período, era também uma das principais
características do feudalismo. Foi o cristianismo católico controlado pela Igreja que moldou os
comportamentos, a cultura e os ideais do homem medieval. Por isso, a Igreja transformou-se na
principal instituição do feudalismo.
O feudalismo foi tratado pelos homens do Renascimento Cultural como um período de obscurantismo
da história europeia, por ter sido a cultura greco-romana suplantada pela cultura religiosa cristã. Foi
por isso que o feudalismo também ficou conhecido como Idade Média, um período intermediário entre
a Antiguidade Clássica e a Idade Moderna, sendo esta última a idade dos homens do renascimento,
que buscaram resgatar a cultura greco-romana.
Apesar de os homens da Idade Moderna caracterizarem o feudalismo como um período de trevas,
houve avanços tecnológicos, como a adoção do estribo que deu novo dinamismo às cavalgadas, a
agricultura dos três campos (rotação de culturas), a utilização do arado de ferro (charrua) e sua
adaptação para a utilização de cavalos em substituição aos bois. Os moinhos foram aperfeiçoados,
bem como o artesanato, tanto na área têxtil quanto na militar, principalmente em decorrência das
inúmeras guerras pela disputa do poder.