2. OS CONFLITOS
INTERPESSOAIS
Vídeo “Convivência” – Pantera
1) Pensar / Questionar / Explorar
Questões:
1. O que você acha que sabe sobre este assunto?
2. Quais perguntas ou dúvidas você tem?
3. Quais questões este tema te faz querer explorar?
4. “
Se refere a interações sociais em desequilíbrio, provocado por valores,
perspectivas ou opiniões contraditórios percebidos por comportamentos externos de
oposição ou por manifestações sutis da afetividade, tais como expressões, tom de voz,
gestos, os quais interferem nas estratégias escolhidas, tanto as favoráveis ao convívio,
como o diálogo e a negociação, quanto aquelas que provocam afastamento, como o
confronto e a coação (LEME, 2011a, 2011b; VINHA et. al., 2011).
O QUE É CONFLITO?
5. VIOLÊNCIA
Dura
São aquelas
reguladas pelo
código penal, ou
seja, ações que
atacam a lei com uso
da força ou ameaça
de usá-la.
Lesões, extorsão,
tráfico de drogas na
escola, agressões
físicas, furto,
depredação, porte de
arma, abuso sexual
Branda
Também são
reguladas pelo
código penal, ou
seja, ações que
atacam a lei, porém
de menor
gravidade.
Furtos e depredações
de pouca significância,
insultos, atos que
visam humilhar,
difamação, bolinagem.
7. BULLYING CYBERBULLYING
repetição Uma postagem faz estrago: o alvo sente a
agressão de forma repetida.
Intenção de ferir Autor: intenção de ferir
Espectador: nem sempre tem intenção de
ferir, mas acaba contribuindo com a
destruição da imagem da vitima diante dos
outros...
Alvo frágil que se vê com menos
valor
Alvo frágil, imagem destruída diante de um
publico muito maior....
Desigualdades de poder físico ou
psicológico
Desigualdade de poder psicológico e
tecnológico
Simetria de autoridade - entre
pares
Entre pares- Relações horizontais na
internet (todos usuários)
Público restrito Público ampliado:
curtidas/compartilhamentos.
9. • Pesquisas indicam que não há aumento da
incidência de violência “duras” (aquelas que são
reguladas pelo código penal- lesões, extorsão, tráfico de
droga na escola, agressões físicas, furto).
• Porém, há o crescimento de pequenas
infrações, agressões, insultos, desrespeito, ou
seja, principalmente “incivilidades”
(microviolências).
(La Fábrica do Brasil, 2001; Nakayma,1996; Leme, 2006; Debarbieux,
2006; Lucatto, 2012; Ramos, 2013).
9
10. TRANSGRESSÕES
É o comportamento contrário ao regulamento interno da escola
(mas não ilegal do ponto de vista da lei) quando justo,
necessário e participativo.
Ex. ir sem uniforme quando está lavando; abstenção, uso do
celular dentro da sala...
11. Indisciplina (visão anterior)
Em geral encontra-se na escola
(e em muitas pesquisas):
• a indisciplina é tudo aquilo que
incomoda ao professor
• mais relacionada ao tempo
despendido para conseguir dar
aula (Garcia, 2012)
• A “disciplina” é considerada
quando nada atrapalha ou
interrompe o professor para
“ensinar o conteúdo”
11
Indisciplina (visão atual)
• Formas variadas de desordem
nas relações pedagógicas, capazes
de interferir nas condições de
aprendizagem.
• Está relacionada à ruptura do
contrato social da aprendizagem
(Garcia, 2006) - tanto pelo aluno
quanto pelo professor
• A indisciplina atravessa a relação
professor-aluno
• Não engloba somente uma questão
de comportamento
13. Apesar de haver uma relação intrínseca nas manifestações
de conflito no cotidiano, a distinção possibilita intervenções
diferenciadas.
13
14. • briga com agressão física –
violência – regulação dos
impulsos (autocontrole) –
Diálogo, círculos
restaurativos,
alunos
mediadores
• atrasos constantes –
transgressão:
conversa
individual vários
alunos: conversa
em assembleia
14
15. • zoação – respeito -
incivilidade :
• não realização da
pesquisa/leitura para
trabalho de grupo -
indisciplina -
conversa com envolvidos –
grupo: assembleia, tendo o
foco na boa convivência do
grupo e contrato social da
aprendizagem
discutir com base no
contrato da aprendizagem
(não imposição)
15
17. Navisãotradicional O conflito é visto como algo antinatural
- assustam-se, sentem-se inseguros
Tentam evitá-los, gastam grande
parte do tempo "acompanhando" os
alunos, não os deixando sozinhos
Resolvem os problemas
rapidamente; agem
impulsivamente.
19. COMO A ESCOLA TRADICIONAL LIDA COM OS
CONFLITOS?
Transferem o “problema”: especialistas / família;
Retiram o amor;
Mecanismos de contenção: ameaçam; fazem
sermões, elaboram regras e mais regras, utilizam
punições, utilizam recompensas...
O que o aluno
está
aprendendo
com essa
forma de
resolução?
Quais são as
consequências
a longo prazo?
20. “ASSIM FUNCIONA...”
O aluno percebeu as
consequências de tal
ato?
Aprendeu formas
mais elaboradas
de proceder?
Pode significar,
simplesmente, que
está sob controle
por temor
21. CONSEQUÊNCIAS...
✘Relação “custo-
benefício”.
✘Cálculo de risco
✘Revolta
✘Aprendizagem da
mentira
✘Conformidade cega (é mais fácil
obedecer); medo de fazer algo
novo; timidez, apatia, insegurança;
ressentimentos, agressão, revide,
necessidade de dominação, baixa
autoestima e submissão.
25. DADOS DE PESQUISA (LICCIARDI,2010; SILVA, 2015;
MARQUES, 2015; OLIVEIRA, 2015)
26. PROVOCAÇÃO
Dupla postura hostil e de humor
(HOOVER; OLSON, 2000; KELTNER et al., 2001; SHAPIRO et al., 1991;
AGLIATTA et al., 2007; JONES; SCAMBLER et. al., 1998)
LORENA (11) chora baixo em sua carteira. FRED (12): "Lorena
chorona!" (ao passar pela carteira dela). LORENA fala alto: "Eu vou bater
nesse Fred". FRED se aproxima novamente sorrindo e diz próximo ao
ouvido dela: "Lorena chorona!" Ela: "Eu vou pegar esse Fred!" Ele volta
para sua carteira.
27. EXEMPLO
Durante a aula, RAFAEL inventa uma música com o
nome das meninas da classe. Ele canta: "Te amo
FABI, você é da hora, mas agora é hora da escola".
Canta a mesma música com o nome de várias
meninas. Por último, coloca o nome de FERNANDA e
canta: "Te amo FERNANDA, você é da hora, mas é
28.
29. ESTRATÉGIAS UNILATERAIS
Justificativa do motivo, provocação, recuo, ameaça.
A professora, para explicar a localização da América do Norte e da
Europa Ocidental, fala: “Coloca o ALEXANDRE (14) e o PEDRO (13) juntos”.
Os meninos sorriem e ALEXANDRE brinca, dizendo: “Tô fora!” GUSTAVO fala:
“Coloca o MARCOS e o...” MARCOS interrompe e diz: “E a sua mãe!”
GUSTAVO grita: “Você tá apelando, moleque, eu não falei da sua mãe. Se eu
começar a falar, você não aguenta.” MARCOS responde: “Você que tá
folgando...” Rindo, sem graça. GUSTAVO responde: “Tô falando sério”. A
professora, com expressão irritada, diz: “Vamos parar com isso, agora!” Ela
continua a explicação do conteúdo e os meninos ficam quietos.
30. ESTRATÉGIAS COOPERATIVAS
Esquiva e reparação sincera
IASMIN (13) gosta de um menino de outra escola. Em uma festa de
aniversário, em que IASMIN não estava, o menino pediu para “ficar” com
GABRIELA (13), uma de suas melhores amigas. IASMIN tem certeza que eles
“ficaram” e, por isso, parou de conversar com a amiga. GABRIELA nega ter
ficado com o menino, diz ter apenas conversado com ele. GABRIELA me disse
que tentou conversar com IASMIN, mas que ela não a ouviu e que, além disso,
ficou espalhando para as outras meninas que ela ficou com o menino.
GABRIELA afirma que dará um tempo para a amiga. No outro dia, as duas me
contam que IASMIN foi conversar com GABRIELA em uma rede social para
esclarecer a situação. As meninas dizem ter acreditado uma na outra, mas que
a amizade ainda não é a mesma, pois continuam magoadas.
31. A PARTIR DISSO...
O conflito possui características distintas e significados específicos ao
longo do desenvolvimento.
Tal conhecimento, por sua vez, ajuda a adequar as intervenções
propostas a cada faixa etária, para que se configurem como situações
desafiadoras que realmente favoreçam os desequilíbrios cognitivos
necessários à construção de novas concepções.
32. AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO
Na sala de aula
“Antes” do conflito
“Depois” do
conflito
No âmbito
escolar
Convivência no
currículo
Assembleia
docente
Protagonismo
33. TRÊS AÇÕES BÁSICAS PARA MEDIAÇÃO
DO CONFLITO (DE VRIES E ZAN, 1998)
• Estou calmo e imparcial para
mediar este conflito?
Seja calmo e controle
suas ações
• Entendo que este conflito não me
pertence e sim a meus alunos?
Reconheça que o
conflito pertence a
criança
• Acredito que meus alunos sejam
capazes de resolver esse conflito?
Acredite na capacidade
de resolução de seus
conflitos
34. AÇÕES ESPECÍFICAS EM SITUAÇÕES DE
CONFLITO
(DEVRIES E ZAN, 1998)
1. Assuma a responsabilidade pela segurança física de seus alunos.
2. Não fale no momento de crise.
3. Reconheça/valide/aceite os sentimentos e percepções dos conflitos.
4. Ajude-os a verbalizarem sentimentos e desejos uns aos outros e a
escutarem o que os outros tem a dizer.
35. AÇÕES ESPECÍFICAS EM SITUAÇÕES DE
CONFLITO
(DEVRIES E ZAN, 1998)
5. Esclareça e declare o problema.
6. Dê uma oportunidade para que os envolvidos sugiram soluções e proponha
soluções quando eles não têm ideias.
7. Enalteça o valor do acordo mútuo.
8. Quando ambos perdem o interesse no conflito, abandone-o.
9. Ajude-os a reconhecerem suas responsabilidades em uma situação de
conflito.
10. Ajude-os a restaurarem o relacionamento, mas não os force a serem
insinceros.
36. NA SALA DE AULA
“DEPOIS” DO CONFLITO
• O que aconteceu?
• (ouvir todas as partes)Reconstituição
• Por que vocês agiram assim?Causas
• Como vocês se sentiram?
• (Diga para o outro)
Expressão de
sentimentos
MEDIAÇÃO
37. • Você prefere permanecer no grupo,
cumprindo com a sua parte ou prefere
sair e voltar quando você achar que tiver
condições?
• Como você acha que ele se sentiu?
• Como você se sentiria se fosse com
você?
Descentração
• De que outra forma vocês poderiam ter
(re) agido? Numa próxima vez, como
você resolverá?
Antecipação
Comparações
escolhas
• E agora, como vocês vão resolver o
problema?Reparação
40. MUITO OBRIGADA!!!
MÁRIO QUINTANA
A arte de viver é simplesmente a arte de conviver...
Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!
Mário Quintana
Notas do Editor
Integrantes da comissão de medição de conflitos – familiares, alunos, professores, gestores.
Passar o vídeo dos pássaros e, depois, a rotina de pensamento – individual. Compartilhar no pequeno grupo.
A escola tem que recorrer a outra instituição.; intencionalidade, dano, destruição
Diferenciando o Bullying da Provocação.
Retomada das regras.
andar pela sala, incomodar os outros, cochichar, falta de pontualidade, conversa a margem do que se está tratando em classe, entretenimento com objetos impróprios para atividade e momento, comportamentos irritantes, desordem, enfrentamento, indelicadeza, barulho, impolidez, apelidos, zombarias, grosserias, empurrões, levantar, empurrar, jogar objetos, gargalhar, gritar, demonstrar indiferença, brincadeira, interrupções...
existe um consenso em torno da oposição comportamental evidente
A MEDIAÇÃO É UM INSTRUMENTO A MAIS DENTRE OUTROS QUE DEVEM SER ABORDADOS.