1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ODONTOLOGIASETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ODONTOLOGIA
Patricia Kochany Felipak
Orientador: Cassius Carvalho Torres-Pereira
Atenção em Saúde Bucal paraAtenção em Saúde Bucal para
crianças entre 1 e 2 anos no Centrocrianças entre 1 e 2 anos no Centro
Municipal de Educação Infantil SantaMunicipal de Educação Infantil Santa
EfigêniaEfigênia
2. A maior capacidade de aprendizado da criança se dá no período
desde o nascimento até o sexto ano de vida.
Durante a primeira parte da infância, a criança é altamente receptiva e o
seu desenvolvimento varia de acordo com as suas experiências.
A primeira infância é o período ideal para introduzir bons hábitos e
iniciar um programa educativo/preventivo de saúde bucal.
GAIARSA, 2008
CORRÊA et. al., 2008
ZARDETTO et. al., 2003
3. Quanto mais precocemente os comportamentos saudáveis
relacionados à saúde bucal forem inseridos
no contexto da criança, maior será a probabilidade das mesmas na
manutenção da estabilidade da saúde ao longo dos anos.
VENÂNCIO et. al., 2011
É evidente que quanto mais precocemente se estabeleçam
barreiras preventivas e esforços com referência à evolução da
enfermidade, mais efetivo será o resultado final.
CORRÊA et. al., 2008
4. Poucos são os estudos [em saúde bucal] envolvendo crianças
desde o nascimento até os 6 anos de idade.
KUHN e WAMBIER, 2007
A faixa etária que engloba a idade pré-escolar representa uma
etapa especial da atenção à criança, pois, influenciará no bom
relacionamento com o cirurgião-dentista, com a Odontologia e
consequentemente com sua própria higiene bucal.
VENÂNCIO et. al., 2011
5. Odontologia para bebês
Justificativas
? et. al., 2011 Acompanhamento do desenvolvimento e crescimento;
Contínua adaptação das orientações e ações preventivas;
Possibilidade de atenção antecipatória;
Diagnóstico precoce.
FERREIRA, 2013
6. Odontologia para bebês
Objetivos
Socialização primária;
Orientar pais e responsáveis para a
promoção da saúde e prevenção das
alterações mais prevalentes;
Contribuir no estabelecimento de
rotina;
Criar hábitos de higiene;
Estabelecer padrões alimentares e de
consumo de açúcar;
FERREIRA, 2013
7. Barreirinha
300 crianças
03 meses a 05 anos
12 turmas
Maternal I A:
22 crianças
1 a 2 anos
8. Iniciativa das professoras de educação infantil;
Pesquisa;
Reunião formativa – orientações, abordagens e materiais.
VENÂNCIO et. al., 2011
14. A criança adquire seu próprio hábito de escovação e do uso do fio
dental através da observação direta e cópia.
É preciso entender, convencer e motivar constantemente.
GUARIENTI et. al., 2009
CORRÊA et. al., 2008
15.
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30.
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32. Nessa fase [primeira infância] é importante contar com a participação
ativa dos pais ou responsáveis. ZARDETTO et. al., 2003
No caso específico da promoção da saúde infantil, é imprescindível
motivar os pais. ALVES et. al., 2004
A ausência da cooperação familiar dificulta a motivação e
o ensino da prevenção. CORRÊA et. al., 1998
33. Recomenda-se que o trabalho de promoção-prevenção seja estendido
aos pais.
(...) um importante meio para que os pais/cuidadores pudessem somar
conhecimentos e habilidades aos esforços já desempenhados pelos
educadores, potencializando o processo de desenvolvimento e
aprendizagem dessas crianças.
VENÂNCIO et. al., 2011
34.
35. Conclusão
Estímulo ao cuidado com a saúde bucal;
Receptividade e interesse;
Aquisição de hábitos;
Auxílio no desenvolvimento da coordenação motora;
Expansão da atividade.
Notas do Editor
Considerando que a maior capacidade de aprendizado da criança é do nascimento até os 6 anos, durante a primeira infância a criança é altamente receptiva, se desenvolvendo de acordo com as suas experiências, Esse é o período ideal para a introdução de bons hábitos, por meio de um programa educativo de saúde bucal.
Quanto mais precoce for a inserção de comportamentos saudáveis relacionados à saúde bucal, maior a probabilidade da manutenção deles por parte das crianças, diminuindo as chances de desenvolvimento de cárie na dentição decídua e, consequentemente, na permanente.
Apesar das evidências, temos poucos estudos de promoção de saúde bucal para crianças até 6 anos. Em geral, até os 5 anos, as orientações são voltadas exclusivamente para os pais e responsáveis, e não para as crianças. E a atenção é importante e especial porque vai influenciar no relacionamento da criança com o cirurgião-dentista, com a Odontologia e com a própria higiene bucal.
Lembrando que a atenção odontológica nos primeiros anos de vida (até os 3 anos) se justifica pela necessidade de
E alguns objetivos da atenção aos bebês são Soc.primária, iniciando um vínculo ente a criança e o profissional, reforçando o que já foi dito da relação da criança com o CD, com a odontologia e com a pp saúde bucal, Má oclusão, traumatismo
A nossa intervenção aconteceu no CMEI Santa Efigênia, lozalizado no bairro Barreirinha, em Curitiba. que atende um total de 300 crianças, na faixa etária entre 3 meses e 5 anos, divididas em 12 turmas. Nosso público-alvo foi o maternal IA: 22 crianças entre 1 e 2 anos.
A iniciativa de incluir alguma atividade sobre saúde e higiene bucal foi das 3 professoras do maternal I. Elas fizeram pesquisas na internet e me procuraram, pedindo orientações sobre higiene bucal para bebês, abordagens que poderiam ser feitas e materiais que poderiam utilizar em atividades educativas, e nós fizemos uma reunião, na qual eu ajudei as professoras a planejarem as atividades, aliando o conhecimento didático-pedagógico delas com o conhecimento técnico que eu, como futura cirurgiã-dentista, estou desenvolvendo.
Esse artigo vai ser bastante citado porque ele tem uma característica diferenciada em comum com o nosso trabalho: a iniciativa partiu de uma necessidade das creches. No caso do artigo, solicitando que se realizassem ações de promoção de saúde, e no caso do nosso trabalho, pedindo orientações para o desenvolvimento das ações.
No estudo, os pesquisadores fizeram um questionário para as educadoras, para então poderem decidir como conduzir as atividades. Eu selecionei algumas perguntas e as respostas para a faixa etária que nos interessa, de 1 a 2 anos. Em relação ao material educativo, as professoras responderam que o mais apropriado são os fantoches. Sobre a brincadeira mais interessante, contar histórias e ouvir músicas, podendo aliar isso a fantoches. E em relação ao tempo adequado para a realização das atividades, um máximo de 5min, porque, nesse intervalo, as crianças se mantêm concentradas.
Então nós escolhemos esse fantoche do leão, que também é um macromodelo. Ele foi incluído em atividades habituais da turma do maternal, como rodas de conversa e contação de histórias, com o fantoche interagindo com as crianças e estimulando as conversas com temas como: escovação, cárie e ingestão de doces.
As crianças também ensaiaram movimentos de escovação da técnica de Fones quando já estavam familiarizadas com o leão.
Depois de uma roda de conversa sobre escovação, foram distribuídas as escovas de cada criança, fornecidas anualmente pela prefeitura.
Lembrando que a criança adquire os hábitos de higiene bucal através de observação e cópia. Mas precisa ser convencida e motivada constantemente.
Cada um com a sua escova, observava e copiava os movimentos que as professoras estavam ensinando, da técnica de Fones.
As crianças se interessaram pelo tema e ficavam atentas para aprender.
As atividades como roda de conversa e treino de escovação no macromodelo se repetiram em outros dias, com macromodelos diferentes, pra chamar a atenção.
E aos poucos as crianças vão melhorando um pouco mais a coordenação motora.
As atividades habituais de pintura e colagem foram feitas com temas relacionados à boca.
Aqui foi uma atividade com massinha de modelar.
Alguns desenhos que as crianças coloriram com giz de cera.
A escovação supervisionada já era realizada 1 vez ao dia, depois do almoço, sendo cada grupo de 3 crianças supervisionado por 1 professora, que complementa a escovação.
As atividades foram realizadas, em média 4 vezes por semana, durante dois meses, Agora que esse ciclo de atividades se encerrou, só a escovação continua e as crianças se sentem mais motivadas.
Além de orientar e motivar as crianças, nessa fase é importante motivar e contar com a participação e o apoio dos pais ou responsáveis,
estendendo esse trabalho preventivo a eles, para que eles potencializem o que já foi aprendido pelas crianças e contribuam para que elas desenvolvam ainda mais.
A próxima etapa do nosso trabalho é a confecção de um folder sobre higiene bucal infantil por faixa etária e outras informações úteis, que pode ser confeccionado pelos bolsistas do pet odontologia, para ser entregue aos pais das crianças que estão participando desse processo de educação em saúde bucal, junto com uma palestra. Na verdade eu gostaria que pudesse ser feito algo mais, na linha que a Allana comentou sobre o comunidade escola.
Algumas conclusões às quais a gente chegou são: As crianças estão sendo estimuladas a cuidar da saúde bucal, numa faixa etária em que essa atribuição normalmente é exclusiva dos pais e responsáveis. Elas foram mais receptivas que o esperado e se interessaram pelo assunto, demonstrando que é possível trabalhar com essa faixa etária. As atividades são uma contribuição para a aquisição de hábitos: as crianças já sabem que depois do almoço vão escovar os dentes, e associam com as atividades que realizaram, de forma positiva. Aos poucos estão desenvolvendo a coordenação motora. Existem propostas de expansão da atividade para as outras crianças do CMEI, porque as professoras responsáveis por outras salas ficaram motivadas a desenvolver atividades semelhantes com seus alunos, de acordo com cada faixa etária.