1) O documento discute os conceitos de investimento, poupança e financiamento e como eles afetam a decisão de investir e o crescimento econômico.
2) É apresentado o modelo keynesiano que mostra como os gastos autônomos e a propensão marginal a consumir determinam a renda nacional de equilíbrio.
3) O documento explica como o investimento é afetado pelas expectativas e taxas de juros e como ele por sua vez afeta a eficiência marginal do capital.
2. Investimento: sumário
Decisão de investir: expectativas e taxas de
juros
Investimento e poupança
Modelos de longo prazo
Modelos de curto prazo
Financiamento e investimento
Apêndice: o modelo keynesiano de
determinação da renda e o multiplicador
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3. Definições
Investimento é o acréscimo do estoque de capital
que possibilita a ampliação da produção futura
O conceito de investimento é diferente de aplicação
financeira
Os gastos com investimento costumam ser mais
voláteis do que os gastos com consumo
Grande parte das flutuações econômicas depende
do comportamento dos investimentos
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4. Decisões de investir
Expectativas
O principal fator a influir na decisão de investir é o retorno
esperado do investimento
O retorno esperado depende do fluxos de receitas futuras
O fluxo de receitas futuras depende das condições de
mercado no momento (preços e quantidades)
Na hora de tomar a decisão de investir o empresário
compara o fluxo de receitas com o gasto
O montante a ser gasto chama-se Preço de Oferta do
Investimento (PoI) – custo de aquisição de uma máquina,
por exemplo.
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5. Decisões de investir
O valor presente do fluxo de receita
esperada é chamado de Preço de Demanda
de Investimento (PdI)
PdI = ∑Rn
(1 + r)n
Onde:
Rn = receita esperada no período n
r = taxa de juros
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6. Decisões de investir
Se PdI > PoI, então a taxa de retorno esperada
do investimento é maior que a taxa de juros;
logo compensa fazer o investimento;
Se PdI > PoI, então a taxa de retorno
esperada do investimento é menor qua a
taxa de juros, e portanto não compensa
investir
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7. Eficiência Marginal do Capital (EMgK)
John Maynard Keynes definiu uma variável
denominada eficiência marginal do capital
(EMgK) como a taxa de desconto que iguala
PdI e PoI.
O investimento se realiza sempre que a
EMgK for maior que a taxa de juros, ou seja,
tem-se investimento até o ponto em que as
duas taxas se igualam
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8. Gráfico da EMgK
r, EMgK
r
EMgK
I* Investimento
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9. Conseqüências do aumento do investimento
EMgK tende a diminuir
Diminui a receita esperada, uma vez que o aumento do
investimento tende a elevar a oferta futura de mercadorias,
podendo pressionar o preço destas para baixo e, portanto,
o retorno esperado do investimento;
O aumento do investimento pressiona a demanda por
máquinas, por exemplo, pressionando seu preço para
cima, ou seja, eleva-se PoI
Portanto, ao aumento do investimento pressiona tanto o PdI
para baixo como o PoI para cima,, reduzindo a EMgK
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10. Investimento e poupança
Para que haja investimento é necessário a
existência de poupança?
Em situação de pleno emprego (todos os
recursos sendo utilizados na produção), a
poupança joga um papel importante na
determinação dos investimentos
Nesse caso o investimento é limitado pela
poupança.
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11. Investimento e poupança
Entretanto, como o pleno emprego não é o
caso geral, a economia quase sempre opera
com desequilíbrio macroeconômico
(demanda insuficiente)
Nesse caso, mesmo havendo poupança o
clima de incerteza e o nível de desemprego
não estimula o investimento
Portanto, a poupança não é condição para o
investimento no curto prazo
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12. Formação bruta de capital fixo/PIB – 1980/1995
ANO FBCF/PIB (%) TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB REAL
1980 23,6 9,3
1981 21,6 -4,3
1982 20 0,8
1983 17,2 -2,9
1984 16,3 5,4
1985 16,4 7,8
MÉDIA 1980/85 19,2 2,7
1986 18,8 7,5
1987 17,9 3,5
1988 17 -0,1
1989 16,7 3,2
1990 15,5 -4,3
MÉDIA 1986/90 17,2 2,0
1991 15,2 0,3
1992 14 -0,8
1993 14,4 4,2
1994 15,3 6
1995 16,6 4,3
MÉDIA 1991/95 15,1 2,8
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13. Financiamento e investimento
A medida que o crescimento econômico vai
exigindo maiores dispêndios com investimentos a
questão do financiamento passa ser crucial.
O financiamento com recursos internos passa a ser
preterido por outros instrumentos
Quer dizer, o maior montante necessário para a
realização dos investimentos faz com que a geração
interna de lucro tenda a desempenhar papel cada
vez menor, sendo, portanto, necessária a utilização
de recursos de terceiros
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14. Financiamento e investimento
A intermediação financeira passa a ocorrer nos
chamados mercados financeiros que podem ser de
dois tipos:
Mercado monetário (operações de curto prazo) e mercado
de capitais (operações de longo prazo)
As formas de repasse também podem ser de dois
tipos:
Financiamento direto (mercado de ações) e financiamento
indireto (mercado bancário; sistema de crédito)
Os instrumentos financeiros são dois:
Instrumentos de dívida (obrigação de pagamento; renda
fixa) e instrumentos de participação (dividendos; renda
variável)
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15. Financiamento e investimento
Tipos financiadores
Investidores institucionais (fundos de pensão e
seguradoras)
Bancos de investimentos
No Brasil
Praticamente a economia brasileira foi, ao longo do
processo de industrialização (1930/1979), financiada
através de bancos públicos estatais (BNDES, Banco do
Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, bancos
estaduais etc.) ou capitais estrangeiros (empréstimos e
financiamentos e Investimentos Externos Diretos)
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16. Crescimento econômico e investimento
O investimento é a peça chave do
crescimento econômico
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17. Modelo keynesiano de determinação da Renda
Nacional e o multiplicador (Y)
Supostos anteriores:
Y=C+I (a)
C = A + bY (b)
Substituindo (b) em (a), temos:
Y = A + bY + I
Y – bY = A + I
Y(1 – b) = A + I
Ye = (A + I)/(1 – b)
Conclusão:
A Renda Nacional de equilíbrio (Ye) será tanto maior quanto mais elevado forem os
gastos autônomos (A e I) e a propensão marginal a consumir (b)
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18. Modelo keynesiano de determinação da Renda
Nacional e o multiplicador (Y)
Exemplo empírico 1
Suponha-se determinada economia em que o volume de
investimento (I) seja R$ 100,00 e o consumo assuma a seguinte
função: C = 50 + 0,8Y. Nesse caso a renda nacional de equilíbrio
(Ye) será:
Ye = (A + I)/(1 – b)
Ye = (50 + 100)/(1 – 0,8) = R$ 750,00
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19. Modelo keynesiano de determinação da Renda
Nacional e o multiplicador (Y)
Exemplo empírico 2
Suponha agora que o investimento (I) no país se elevou de R$
100,00 para R$ 200,00, ou seja 100%. Qual será a nova renda de
equilíbrio (Ye)?
Ye = (50 + 200)/(1 – 0,8) = R$ 1.250,00
Observe que uma elevação de R$ 100,00 no nível de investimento
nacional, promoveu uma elevação de R$ 500,00 na renda nacional,
cinco vezes mais que o valor do investimento elevado (1.250 –
750)
Razão: o multiplicador dos gastos
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20. Modelo keynesiano de determinação da Renda
Nacional e o multiplicador (Y)
O multiplicador dos gastos
O valor do multiplicador corresponde ao inverso
da propensão marginal a poupar, ou seja:
Propensão marginal a poupar
Se S = - A + (1 – b)Y
Então,
Multiplicador = 1
(1 – propensão marginal a consumir)
Multiplicador = 1/(1 – b)
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21. Ampliação do modelo de determinação da
renda
Inclusão
Setor público (gastos e arrecadação de impostos)
Setor externo (exportação e importação)
Então:
T = tY (impostos em relação a renda nacional)
C = A + b(Y – T)
Renda Nacional (Ye)
Ye = (A + I + G + X – M)
1 – b(1 – t)
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