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Aula 8: O SISTEMA IS - LM E AS POLÍTICAS
              FISCAL E MONETÁRIA
                      Na aula anterior, nós estudamos o modelo
                keynesiano onde a política fiscal se constitui no
                principal instrumento para dinamizar a economia.
                Nós agora vamos mostrar que nem só de política
                fiscal vive a economia. Uma outra escola - a dos
                chamados “monetaristas” – defende a tese de que a
                política monetária é o principal, se não o único,
                instrumento que deve ser acionado para a ativação
                da economia. De fato, há situações em que a política
                monetária é um instrumento mais poderoso do que a
                política fiscal. Em outras, a situação se inverte.
                      Nesta Aula 8, nós vamos analisar com mais
                detalhe a atuação dessas duas políticas – a fiscal e a
                monetária – verificando como e quando cada uma
                deve ser usada. Isso é feito, em Economia, através
                do chamado “Sistema IS-LM”, conforme se vê a
                seguir.



8.1. Introdução


   Conforme você teve oportunidade de ver na Aula 7, anterior, as
medidas de política fiscal consistem nas variações para mais ou
para menos nos gastos do governo e nas variações para mais ou
para menos no nível de impostos. Você viu, também, que essas
medidas são um poderoso instrumento para alterar o nível da
renda de equilíbrio em função, principalmente, dos multiplicadores
que ampliam seus efeitos sobre a renda.
    Esta ênfase na atuação da política fiscal como principal
instrumento de ativação da economia é, geralmente, associada à
chamada “escola keynesiana” que via no aumento dos gastos
governamentais a única saída para estimular a demanda agregada
e, daí, acabar com a recessão e o desemprego.
   Mas, alternativamente e a bem da verdade, pode-se
argumentar que as alterações no nível do produto e da renda não


                                                                    1
ocorrem exclusivamente por efeito da política fiscal. Tais
alterações podem ser provocadas, também, por medidas de
política monetária. Neste caso, em vez de atuar com medidas de
aumentos ou reduções de gastos governamentais e de impostos, o
governo poderia, através do Banco Central, reduzir ou aumentar a
oferta monetária, via emissão de moeda e de operações de
mercado aberto, alterando, em conseqüência, a taxa de juros – o
que poderá afetar o volume dos investimentos privados, que se
constitui em importante componente da demanda agregada.
   A análise conjunta da atuação das políticas fiscal e monetária
permite, em princípio, duas conclusões: primeiro, dependendo das
condições apresentadas por uma economia em recessão, as duas
políticas são eficazes para levar a economia até o pleno emprego;
e, segundo, há circunstâncias em que apenas a política fiscal se
torna eficaz, enquanto, em outras situações, somente é eficaz a
política monetária.


8.2. O Sistema IS-LM


    O estudo da atuação, simultânea ou não, e dos efeitos das
políticas fiscal e monetária sobre o nível da renda ou produto de
equilíbrio, é feito, em macroeconomia, através do chamado
sistema IS-LM – materializado em duas curvas que representam
situações de equilíbrio no mercado de produtos e no mercado
monetário.




8.2.1. A curva IS


   Para você entender a análise que faremos mais adiante sobre o
papel e a atuação das políticas fiscal e monetária, é essencial que
você conheça as especificidades das duas curvas – a IS e a LM –
bem como elas funcionam e se comportam quando são alteradas


                                                                  2
algumas variáveis de política econômica. Comecemos pela curva
IS.
   A IS é uma curva que mostra combinações de níveis de renda
(Y) e de taxa de juros (r) que equilibram o chamado “mercado de
produtos”, no sentido de que a poupança social – dada esta pela
soma da poupança propriamente dita (S) e dos impostos (T) – é
igual à soma dos gastos de investimentos (I) e dos gastos do
governo (G).
   Ou seja,     S + T = I + G.
   Por essa definição, constata-se que, para cada nível de renda
(Y) existe uma e somente uma taxa de juros (r) que equilibra ou
torna iguais a chamada poupança social (S+T) e os gastos de
investimentos (I) mais as despesas governamentais (I+G).


   Derivação da curva IS


   No modelo IS-LM, a poupança (S), por hipótese, é função da
renda (Y) – tal como no modelo keynesiano. Isso significa que, se
Y crescer, S também crescerá e vice-versa. Já o investimento (I),
por hipótese, é uma função inversa da taxa de juros (r) – tal como
no modelo da escola clássica. Ou seja, se r cair, o investimento
aumentará e vice-versa.
   Com essas duas hipóteses, e partindo do pressuposto de que
G = I, é necessário que se encontrem os valores de Y e de r que
fazem S = I.
   Graficamente, a derivação da curva IS pode ser assim
explicada: suponha que o nível de renda se situe em Y1 – gerando
uma poupança S1 – o que exige uma taxa de juros r1 que deter-
mina um nível de investimentos igual à S1 (Figura 8.1). Caso o
nível de renda aumente para Y2, a poupança crescerá para S2 – o
que exigirá uma queda na taxa de juros para r2 para que o investi-
mento aumente até se igualar com S2. Agora, a combinação de Y2
com r2 gera um novo ponto de equilíbrio entre S e I.



                                                                 3
O mesmo raciocínio se aplica, caso o nível de renda cresça até
Y3, gerando uma poupança maior (S3) – o que exigirá uma nova
redução na taxa de juros para, digamos, r3, de forma a estimular
o investimento até se igualar à nova poupança. A combinação de
Y3 com r3 gera um novo ponto de equilíbrio entre S e I. Assim,
ligando os diversos pontos de combinação de diferentes níveis de Y
com diferentes níveis de r, derivamos a curva IS que aparece na
Figura 8.1.




                               Figura 8.1.


   A inclinação da curva IS

    Como se pode ver pela Figura 8.1, a curva IS é negativamente
inclinada refletindo o fato de que um aumento na taxa de juros
reduz os gastos de investimentos, reduzindo a demanda agregada
e, conseqüentemente, reduzindo o nível da renda de equilíbrio. De
que, então, depende a inclinação da curva IS? Ou seja, o que faz a
curva IS ser mais ou menos inclinada?
    Em primeiro lugar, a inclinação da IS depende da elasticidade
do investimento em relação à taxa de juros, isto é, depende da
sensibilidade ou resposta do investimento em relação às variações
na taxa de juros. Quanto mais elástico ou mais sensível for o
investimento em relação às variações na taxa de juros, menos
inclinada (mais deitada) é a curva IS, e vice-versa.
  Em segundo lugar, a inclinação da IS depende, também, da
magnitude do multiplicador dos gastos (k). Quanto maior k, maior


                                                                 4
será o efeito de uma variação dos investimentos sobre o nível da
renda de equilíbrio e, portanto, menos inclinada é a curva IS – e
vice-versa. Conforme foi visto no modelo keynesiano mostrado na
Aula 7 anterior, é bom lembrar que a magnitude de k depende,
essencialmente, da propensão marginal a consumir (b) e da
alíquota do imposto (t) – relembrando, também, que quanto maior
b e menor t, maior será o k.


   A posição da curva IS

    A posição da curva IS depende do volume dos gastos totais,
isto é, de C + I + G, onde C é função da renda disponível (Yd), o
investimento (I) tem um componente autônomo (I) e ainda é
função inversa da taxa de juros (ou seja, I = I – ir), e G é um
valor autônomo, dado (G=G).

   Na figura 8.2., o ponto A corresponde a um dado volume de
gastos iniciais de C + I + G, para uma dada taxa de juros (r1).
Caso ocorra um aumento nos gastos do governo (∆G), a curva IS
se desloca para I’S’. Mantida a mesma taxa de juros r1, a
economia se deslocaria para o ponto B. Neste ponto, o nível de
investimento é o mesmo que em A (porque a taxa de juros
continua a mesma). A magnitude do deslocamento da IS até I’S’ é
dada pelo montante da variação em G vezes o multiplicador (k).




                            Figura 8.2.



                                                                5
Se, por acaso, a taxa de juros cair para r2, a economia se
desloca para o ponto C por efeito do aumento nos gastos de
investimentos. Observe que em C, o nível dos gastos do governo é
o mesmo que em A, tendo crescido apenas os investimentos como
conseqüência da queda na taxa de juros. Vale registrar, ainda,
que, se o governo reduzir a alíquota do imposto (t), a renda
pessoal disponível se elevará e, daí, haverá um aumento do
consumo (C) para toda e qualquer taxa de juros. Em
conseqüência, a curva IS se desloca, da mesma forma, para a
direita.
   De tudo o que foi dito até aqui, deve ficar claro que a curva IS
se deslocará para a esquerda sempre que houver uma redução nos
gastos do governo e/ou um aumento no nível dos impostos. Pelo
mesmo raciocínio, a curva IS se deslocará para a direita sempre
que o governo aumentar seus gastos e/ou reduzir os impostos.
   Temos, assim, um razoável grau de informação sobre a curva
IS e seu funcionamento. Passemos, agora, à curva LM.


8.2.2 A curva LM

   A curva LM mostra combinações de níveis de renda (Y) e de
taxas de juros (r) que fazem o mercado monetário ficar
equilibrado, no sentido de que a demanda por moeda é igual à
oferta de moeda.
   Para você entender o funcionamento da curva LM, comecemos
por definir “moeda” (M). No sistema LM, moeda são os “meios de
pagamento” de uma economia, ou seja, a soma do papel-moeda
em poder do público mais os depósitos à vista do público nos
bancos comerciais1.
    Essas duas formas de moeda apresentam duas características
principais: primeiro, ambas servem como meio de troca ou de
pagamento; e, segundo, nenhuma delas proporciona retorno, isto
é, não rende juros. De outra parte, a maioria dos outros ativos
financeiros – que chamaremos, por conveniência, de títulos –
1
    Se você não se lembra desses conceitos, dê uma revisada na Aula 6!


                                                                         6
propiciam um retorno ao seu possuidor e não podem ser usados
como pagamento nas transações.
   Assim conceituado, pode-se dizer que a riqueza de um
indivíduo consistirá de dois tipos de ativos – moeda e títulos – e
cabe a ele escolher como será a distribuição de sua riqueza entre
esses dois ativos. Caso ele opte por mais moeda, diremos que ele
está demandando moeda; se sua opção for por mais títulos, sua
demanda por moeda será, então, reduzida. De qualquer forma, é
preciso lembrar que, como qualquer mercado, o mercado
monetário tem uma demanda e uma oferta. Primeiramente, vamos
examinar o lado da demanda por moeda; depois, examinaremos a
oferta.


8.2.3. A demanda por moeda

    Inicialmente, a questão que se coloca é: – o que leva um
indivíduo a demandar ou a reter mais moeda e, portanto, menos
títulos, e vice-versa? Quais as razões ou motivos que poderiam
influir na sua quantidade demandada de moeda e na sua
preferência por títulos? Aqui, valem duas observações
importantes: primeira, quando dissermos que o indivíduo
“demandará moeda”, não podemos esquecer que isso significa que
ele estará optando por deixar sua riqueza sob uma das formas de
meios de pagamento (geralmente, depósitos à vista); segunda,
sua demanda por moeda (Md) deve ser, sempre, formulada em
termos reais, isto é, Md/P. Deve ficar claro, assim, que “demanda
por moeda” significa o mesmo que demanda por saldos ou
encaixes reais, como aparece geralmente nos livros textos de
macroeconomia.
   Assim dito, e considerando a abordagem keynesiana da
demanda por moeda, podemos dizer que há três razões ou
motivos que levam um indivíduo a manter maior ou menor
quantidade de moeda, a saber:

   i) Demanda para a transação (Mt)

   O primeiro motivo para se demandar moeda seria a
necessidade de se manter moeda para efetuar os pagamentos de


                                                                 7
luz, gasolina, colégios e demais compras, ao longo do mês. A esse
motivo chamaremos de demanda por moeda para transação.
Podemos supor que, à medida que a renda do indivíduo se eleva,
maior será o seu nível de gastos e, portanto, maior será a sua
demanda por moeda para atender esses gastos. Ou seja, a
demanda por moeda para transação aumenta com o aumento do
nível da renda. Matematicamente,

                   Mt = kY                                                       (1)

   onde, k corresponde à fração da renda que é mantida sob a
forma de moeda para transação, sendo k’ positiva2.

     ii) Demanda por precaução (Mp)

   Uma segunda razão – pouco mencionada na literatura
econômica – que leva um indivíduo a reter ou demandar moeda é
o chamado motivo precaucional – que se traduz na necessidade
sentida pelo indivíduo de reter moeda “extra” para cobrir alguma
eventualidade, ou um fato inesperado, como no caso de uma
doença ou do surgimento de um negócio de ocasião. Um exemplo
muito comum ocorre quando o indivíduo, ao planejar uma viagem,
opta por deixar no banco um certo montante de dinheiro, além do
necessário para pagar as despesas normais da viagem, com o
objetivo   de    cobrir  despesas    inesperadas   que    podem
eventualmente surgir ao longo da viagem.
   A exemplo do caso anterior, esta demanda por moeda por
precaução também está diretamente ligada em nível de renda do
indivíduo e, como tal, pode perfeitamente ser incluída ou somada
à Mt, sem prejuízo da análise.

     iii) Demanda especulativa de moeda (Me)

   Um terceiro e importante motivo que leva o indivíduo a optar
por mais ou por menos moeda é, sem dúvida, a taxa de juros (r).
De uma forma geral, podemos esperar que um aumento na taxa

2
  k' positiva significa, em matemática, que a derivada primeira é positiva; ou seja, um aumento do nível de
renda – Y – provoca também um aumento na demanda por moeda para transações. A relação é entre demanda
por moeda e nível de renda é, portanto, direta.


                                                                                                         8
de juros – isto é, na taxa de retorno dos títulos – fará com que o
indivíduo demande mais títulos e menos moeda, e vice-versa. Por
esse raciocínio, podemos também afirmar que, se a taxa de juros
estiver muito alta, a maioria das pessoas optará por ter apenas
títulos, mas se a taxa de juros estiver muito baixa, a maioria das
pessoas preferirá manter seus ativos sob a forma de moeda, na
expectativa de que a taxa de juros irá aumentar quando, então,
aplicarão em títulos. Esse comportamento do indivíduo diante de
variações da taxa de juros denomina-se demanda especulativa de
moeda que, pelo que foi visto, guarda uma relação inversa ou
negativa com a taxa de juros. Ou seja, se r se elevar, cai a
demanda por moeda (ou aumenta a demanda por títulos); se r
cair, aumenta a demanda por moeda (ou cai a demanda por
títulos). Matematicamente,
            Me = hr                                 (2)
   sendo h’ negativa.


   A demanda total por moeda

   A função demanda por moeda ou por saldos reais (Md/P) é
expressa pela soma dos dois componentes acima, ou seja:
            Md/P = kY + hr                        (3)


    Já que nesse modelo existem apenas dois ativos – moeda e
títulos – e considerando uma dada riqueza, sempre que a
demanda por moeda aumentar – seja por aumento na renda, seja
por queda na taxa de juros – a demanda por títulos cairá, já que a
demanda por títulos é simplesmente o inverso da demanda por
moeda.
   A Figura 8.3 mostra a função demanda por moeda das
equações (1), (2) e (3). A Figura 8.3a apresenta a demanda por
moeda para transações (kY), para três diferentes níveis de renda.
Como no eixo vertical aparece a taxa de juros (r), a curva de
demanda por moeda para transações se torna vertical, indicando
que este componente da demanda por moeda não é afetado por r.



                                                                 9
Já a Figura 8.3b representa a demanda por moeda para
especulação. A curva se apresenta negativamente inclinada,
mostrando a relação inversa entre taxa de juros e a demanda
especulativa por moeda. Pelo que se observa, quando a taxa de
juros se situa em níveis elevados, a demanda por moeda é
praticamente nula, mas à medida em que r cai, a demanda
especulativa por moeda vai aumentando. Quando r atinge um
nível considerado mínimo, a demanda por moeda se torna
horizontal, indicando que, a esse nível de taxa de juros, todos os
indivíduos preferirão moeda em vez de títulos (tecnicamente, diz-
se, então, que nesse ponto a demanda por moeda é infinitamente
elástica à taxa de juros).




    Figura 8.3a                          Figura 8.3b




                         Figura 8.3c




                                                                10
Somando-se os dois componentes da demanda por moeda
(kY + hr), obtemos o gráfico da Figura 8.3c, onde as três curvas
mostram a demanda total de moeda, para diferentes níveis de
renda (Y1, Y2, Y3). Por ali se vê que a posição da curva de
demanda total de moeda depende do nível de renda, isto é,
quanto maior a renda, maior a demanda por moeda para
transação e, portanto, mais distante do eixo vertical se situa a
curva. Já o formato da curva depende do componente de demanda
especulativa por moeda. Como a demanda por moeda se torna
horizontal a baixas taxas de juros, a Figura 8.3c mostra o conjunto
de curvas convergindo para a posição horizontal quando a taxa de
juros está muito baixa, independentemente do nível de renda.


8.2.4. A oferta e demanda por moeda e a taxa de juros


   Vamos, agora, introduzir a oferta de moeda em nosso modelo.
Em princípio, podemos fazer a hipótese, bastante provável, de que
a quantidade real de oferta monetária (Ms/P) é determinada pelo
Banco Central. A este órgão se atribui o poder de controlar o nível
de liquidez do sistema econômico, colocando ou retirando moeda
da economia de acordo com seus próprios critérios. Nesse caso,
diz-se que a oferta de moeda é exógena ao modelo, independendo
do nível de renda ou da taxa de juros e, como tal, aparece como
uma linha vertical.
Conforme mostra a Figura 8.4, partindo da oferta monetária real
Ms0/P inicial, caso o Banco Central resolva aumentar a quantidade
de moeda em circulação, a curva de oferta monetária se desloca
para a direita (para Ms1/P ou até para Ms2/P).




                                                                 11
Figura 8.4


    Agora, vamos colocar as duas curvas – de demanda e de oferta
monetária – num mesmo gráfico, conforme aparece na Figura 8.5.
Dado o nível de preços (P), teremos uma demanda por moeda
Md1, definida para o nível de renda (Y1). Considerando que o
estoque real de moeda seja Ms1/P, teremos a taxa de juros r1,
estabelecida pela igualdade entre a Ms1/P e a Md1/P. Caso o Banco
Central aumente a oferta real de moeda, a Ms se desloca para a
direita até Ms2/P, forçando uma redução na taxa de juros.




                       Figura 8.5


   Agora, considere a Figura 8.6, que mostra, para um dado nível
de preços e para uma dada oferta monetária, diversas curvas de
demanda por moeda a partir de diferentes níveis de renda. Por ali


                                                               12
se verifica que, à medida que a renda cai de Y3 para Y2 e Y1, a taxa
de juros de equilíbrio do mercado monetário também cai para r2 e
r3. Isto ocorre porque, quando a renda diminui, cai também a
demanda por moeda para transações, aumentando, em
conseqüência, a demandada por títulos – o que, por sua vez, força
uma queda no retorno propiciado pelos mesmos, isto é, na taxa de
juros.




                         Figura 8.6


   De tudo o que foi dito até aqui, verifica-se que a condição de
equilíbrio no mercado monetário é encontrada ao se igualar a
função demanda de moeda à oferta exogenamente dada, ou:

                    Ms/P = Md/P = kY + hr                      (4)


   A partir dessas considerações, temos, agora, condições de
derivar a curva LM.




8.2.5. Derivação da curva LM




                                                                  13
Na Figura 8.7a estão mostradas combinações de taxas de juros
e níveis de renda que tornam a demanda por moeda (ou por
encaixes reais) igual à oferta monetária. Ao nível da renda Y1, a
curva de demanda por moeda corresponde a L1. Com a oferta
monetária dada por Ms/P, a oferta e a demanda por moeda se
igualam no ponto E1 – que corresponde à taxa de juros r1. Na
Figura 8.7b, o ponto E1 corresponde à combinação do nível de
renda Y1 com a taxa de juros r1 que equilibra o mercado
monetário. O ponto E1 corresponde, assim, a um ponto na curva
LM.




      Figura 8.7a            Figura 8.7b


  Suponha, agora, que a renda cresça até Y2. Na Figura 8.7a, este
aumento na renda provoca um aumento na demanda por moeda
para transação, deslocando a curva de demanda por moeda para
L2. Com a oferta monetária mantida constante, o aumento na
demanda por moeda faz com que a taxa de juros se eleve até r2 –
para que o equilíbrio no mercado monetário seja restabelecido.
Temos, então, um novo ponto de equilíbrio (E2) que, transportado
para a Figura 8.7b, nos dá uma nova combinação de renda e taxa
de juros (Y2 e r2) que equilibra a oferta com a demanda por
moeda. Repetindo a mesma experiência para outros níveis de
renda, geraremos mais pontos que mostram combinações de Y e



                                                               14
de r que equilibram a oferta e a demanda de moeda. Ligando
todos esses pontos teremos a curva LM.
    Como podemos ver, a curva LM é positivamente inclinada,
refletindo o fato de que, com uma dada oferta monetária, um
aumento no nível de renda aumenta a demanda por encaixes
monetários – o que, como já foi explicado, força um aumento na
taxa de juros.


   A inclinação da curva LM


   Em princípio, podemos afirmar que quanto maior for a
demanda por moeda para transações, isto é, quanto maior for a
elasticidade da demanda por moeda em relação à renda, medida
por k, e quanto menos sensível ou menos elástica à taxa de juros
for a demanda por moeda, mais inclinada será a curva LM. Em
outras palavras, se a demanda por moeda for muito insensível à
taxa de juros, então h (na equação 4) estará próxima de zero, e a
curva LM é quase vertical. Se, por outro lado, a demanda por
moeda é muito sensível à taxa de juros, então h é muito grande e,
portanto, a curva LM é quase horizontal.


   A posição da curva LM


    Na Figura 8.8a, está desenhada a curva de demanda real por
moeda, para um dado nível de renda Y1. Com uma oferta
monetária real inicial (Ms1/P), o equilíbrio monetário é dado no
ponto E1, ao nível da taxa de juros, r1. Na Figura 8.8b, o ponto E1
corresponde a um ponto na curva LM.




                                                                 15
Figura 8.8a                        Figura 8.8b


   Suponha, agora, que haja um aumento na oferta monetária
real, deslocando a curva de oferta monetária para Ms2/P. Na Figura
8.8a, com uma dada renda, Y1, este aumento da oferta monetária
provoca uma queda na taxa de juros para r2, de forma a manter o
equilíbrio no mercado monetário. O novo equilíbrio é restabelecido
no ponto E2, que, transportado para a Figura 8.8b, causa um
deslocamento da curva LM para a direita e para baixo, até L’M’. Ou
seja, para cada nível de renda, um aumento da oferta monetária
faz com que a taxa de juros caia para induzir as pessoas a reterem
mais moeda. Alternativamente, para uma dada taxa de juros, o
nível de renda tem que ser mais alto para que aumente a
demanda por moeda para transações, de modo a absorver o
excesso de oferta monetária.


8.3. O equilíbrio nos mercados de produtos e
     monetário


   Tendo derivado a curva IS – que nos fornece os pares r-Y que
equilibram o mercado de produtos – e a curva LM – que nos dá os
pares r-Y que equilibram o mercado monetário, colocaremos,
agora, as duas curvas num mesmo gráfico. Vale lembrar que as



                                                                16
equações que definem o equilíbrio desses mercados são dadas
por:
    S + T = I – ir + G ou ainda, Y = C + I – ir + G (mercado de
produtos)
   e
   Ms/P = kY + hr (mercado monetário)


  Resolvendo simultaneamente essas duas equações, encontramos
um único par r-Y, na intersecção das curvas IS e LM, que define o
equilíbrio em ambos os mercados. Na Figura 8.9, o equilíbrio
econômico é dado pelo par ro, Yo.    Todas as demais combinações
r-Y são pontos fora do equilíbrio. Consideremos, por exemplo, o
ponto A, definido por r1 Y1. Como se trata de um ponto sobre a IS,
o mercado de produtos está em equilíbrio, mas, estando fora da
curva LM, o mercado monetário está em desequilíbrio. Neste
mercado, dado Y1, a taxa de juros deveria ser mais baixa do que r1
para que o mercado monetário ficasse em equilíbrio.




                         Figura 8.9.


   À taxa de juros r1, há um excesso de oferta de moeda. Em
outros termos, os indivíduos estão tentando comprar títulos,
aumentando, assim, seus preços e elevando a taxa de juros.



                                                                17
O mesmo raciocínio se aplica ao ponto B, definido por r2, Y2.
Nesse ponto, o mercado monetário está em equilíbrio, mas, como
está fora da IS, o mercado de produtos está fora do equilíbrio.
Nesse mercado, dado Y2, a taxa de juros está muito alta e há,
portanto, um excesso de oferta de produtos. Para se atingir o
equilíbrio, a taxa de juros deveria cair para estimular o
investimento, aumentando a demanda agregada até igualá-la com
a oferta.


8.4. A Atuação das Políticas Fiscal e Monetária


    Como vimos, então, o equilíbrio macroeconômico se dá na
intersecção das curvas IS-LM, que define uma combinação r-Y que
equilibra os dois mercados – o de produto e o monetário.
   Ocorre, porém, que este equilíbrio pode ocorrer em um nível de
renda abaixo do nível de pleno emprego (Yf) – o que significa que
a demanda agregada está abaixo da oferta potencial da economia.
Ou seja, há desemprego em nível de renda corrente de equilíbrio e
cabe ao governo adotar medidas que estimulem a demanda
agregada, aumentando, daí, o produto corrente de equilíbrio e
reduzindo ou mesmo eliminando o desemprego.
   Para atingir tal objetivo, o governo poderia acionar tanto a
política fiscal, como a política monetária. Vejamos os efeitos de
cada uma dessas políticas:


8.4.1 Efeitos da política fiscal


    Já sabemos que as medidas de política fiscal se materializam
através de variações nos gastos do governo (∆G) e de variações
em nível de impostos (∆T). Para analisarmos a atuação da política
fiscal, suponha que a economia esteja em equilíbrio em nível de r0,
Y0, na Figura 8.10 – um nível abaixo, portanto, do nível de renda
de pleno emprego (Yf). Caso o governo pretenda que a economia



                                                                 18
caminhe para o pleno emprego, ele poderia, por exemplo,
aumentar seus gastos em ∆G. Este aumento em G causa um
deslocamento da curva IS para a direita, até I1S1. A magnitude
desse deslocamento é dado por k x ∆G. Caso a taxa de juros
permanecesse em r0, a economia cresceria até Y1. No entanto, o
aumento na renda eleva a demanda por moeda para transações, o
que, com uma oferta monetária fixa, faz com que a taxa de juros
se eleve ao longo da curva LM até r2. Este aumento na taxa de
juros provoca uma redução no investimento, anulando, em parte,
os efeitos do aumento nos gastos do governo. Em conseqüência, o
novo nível de equilíbrio do produto demandado se situará em Y2(=
Yf).




                            Figura 8.10


    Em resumo, os resultados da política fiscal de aumento nos
gastos do governo foram: um aumento na renda de equilíbrio e,
conseqüentemente, nas despesas de consumo; um aumento na
taxa de juros e, conseqüentemente, uma queda no nível dos
investimentos, compensando parcialmente o aumento nos gastos
do governo. Esta compensação é apenas parcial porque foi
constatado que, ao final do processo, o produto demandado de
equilíbrio aumentou. Portanto, o aumento em G termina por
alterar a composição do produto, com o governo desfrutando de
uma maior parcela deste, em detrimento do setor privado.
  Efeitos semelhantes sobre o nível de Y e r (e, portanto, sobre o
investimento) seriam obtidos caso o governo, ao invés de
aumentar seus gastos, reduzisse o nível dos impostos – o que


                                                                19
elevaria a renda disponível e, daí, aumentariam as despesas de
consumo. Se, por hipótese, os impostos forem uma fração t da
renda, um corte nos impostos significaria uma redução no
percentual de impostos (digamos, de 25% para 15%). O aumento
nas despesas de consumo, induzido pela política fiscal, produz os
mesmos resultados do aumento nos gastos do governo. A
diferença maior reside no fato de que esta redução no percentual
dos impostos aumenta o multiplicador dos gastos (k), o que,
graficamente, implica numa curva IS menos inclinada, conforme
mostra a Figura 8.11.




                           Figura 8.11


8.4.2 Os efeitos da política monetária


   Se o valor inicial do produto de equilíbrio situa-se abaixo do
nível de pleno emprego, o governo poderia estimular a atividade
econômica usando a política monetária, em vez da política fiscal.
Neste caso, o mecanismo de transmissão seria o seguinte: o Banco
Central aumenta a quantidade de moeda em circulação           que
reduz a taxa de juros      estimulando o investimento privado  e,
daí, via multiplicador, a renda de equilíbrio aumenta.
  Para analisarmos estes efeitos da política monetária, considere a
Figura 8.12, onde o equilíbrio inicial se dá no ponto E – ponto em
que a curva LM inicial (que corresponde a uma oferta monetária
real, Mso/P) corta a curva IS. Suponha, então, que o Banco
Central, através de uma operação de open-market (mercado
aberto) de compra de títulos públicos, aumente a quantidade


                                                                 20
nominal de moeda – o que, mantido o nível de preços, significa um
aumento da oferta monetária real.


                           Figura 8.12




 Como já foi visto, um aumento na oferta monetária real desloca a
curva LM para a direita, até L1M1. Em conseqüência, o novo ponto
de equilíbrio se dará no ponto E’, com uma taxa de juros mais
baixa e um nível mais alto de renda, próximo ao nível da renda de
pleno emprego. O nível de renda de equilíbrio aumenta porque a
compra de títulos, pelo Banco Central, no mercado aberto, reduz a
taxa de juros – o que estimula o investimento e faz a renda
crescer.
   É importante observar que, no processo da economia à nova
situação de uma oferta monetária maior, a taxa de juros cairia,
inicialmente, até o ponto E1 – dado o nível de renda inicial (Yo).
Nesse ponto, entretanto, há um excesso de demanda por bens,
devido ao aumento nos investimentos e, em conseqüência, a
economia começa a crescer. O aumento do nível de renda provoca
um novo aumento na demanda por moeda para transações – o
que faz com a taxa de juros comece a subir até atingir um novo
equilíbrio no ponto E’. Nesse ponto, atinge o nível da renda de
pleno emprego (Yf), com a taxa de juros situando-se em r1,
estando tanto o mercado de produto como o monetário em
equilíbrio.




                                                                21
8.4.3 Alguns casos especiais e a eficácia das políticas fiscal
      e monetária

    A seção anterior analisou os efeitos das políticas fiscal e
monetária em situações gerais e, digamos, normais. No entanto,
há situações específicas em que, eventualmente, apenas a política
fiscal pode ser eficaz – no sentido de elevar o nível da atividade
econômica e reduzir o desemprego – enquanto, em outras, apenas
a política monetária terá essa eficácia. Antes, porém, convém
lembrar que a curva LM apresenta, a rigor, três trechos bastante
distintos, tal como mostrado, de forma estilizada, na Figura 8.13.




                             Figura 8.13

    Um primeiro trecho – definido por sua porção horizontal –
corresponderia a uma economia em recessão aguda, estando a
taxa de juros bastante baixa, em níveis próximos de zero; um
segundo trecho seria aquele em que a curva LM se apresenta
vertical e corresponderia a uma economia próxima de pleno
emprego; já que o terceiro trecho corresponderia à porção
intermediária da curva LM e que se apresenta positivamente
inclinada. Para analisar a eficácia das políticas fiscal e monetária, é
importante verificar em qual desses trechos a economia se
encontra – ou seja, em que ponto a curva IS corta a curva LM.




                                                                     22
A armadilha da liquidez

    Suponha que a economia esteja em recessão aguda, distante
do nível da renda de pleno emprego, tal como mostrado na Figura
8.14. Nessa situação, a taxa de juros está tão baixa que todos os
indivíduos optam por reter toda a moeda que for ofertada,
esperando um aumento na taxa de juros para, então, aplicar em
títulos. Nesse caso, a demanda por moeda é infinitamente elástica
à taxa de juros e qualquer tentativa do Banco Central de expandir
a oferta de moeda com o intuito de baixar a taxa de juros será
inócua. Esta é a conhecida situação denominada como armadilha
da liquidez – uma hipótese levantada por Keynes para mostrar
que, em situações de recessão econômica, a política monetária é
totalmente ineficaz. Por isso mesmo, esta porção da LM é
conhecida como “trecho Keynesiano da LM”.




                           Figura 8.14.

   Graficamente, um aumento da oferta monetária deslocaria a
curva LM para a direita, sem alterar a intersecção das duas curvas
e, portanto, sem alterar o nível da renda de equilíbrio. Isso ocorre
porque, se a taxa de juros não se alterna, o investimento não
aumenta e, assim, o produto de equilíbrio também não se altera.
Nessa situação, a única política eficaz seria a fiscal que, digamos,
através de um aumento dos gastos do governo, deslocaria a curva
IS para a direita e, daí, via multiplicador, elevando o nível da
renda equilíbrio.




                                                                  23
O caso clássico


    O caso oposto da curva LM é a sua porção vertical – conhecido
como “trecho clássico”. Nesse trecho, a demanda por moeda é
totalmente insensível – ou inteiramente inelástica – à taxa de
juros, dependendo somente do nível de renda. Supondo que a
curva IS corte a curva LM nesse trecho, tal como mostrado na
Figura 8.15, a política fiscal se torna totalmente ineficaz para
alterar o nível da renda de equilíbrio. De forma oposta, a única
política capaz de elevar o nível da renda ou do produto de
equilíbrio será uma expansão da oferta monetária que possibilitaria
uma redução da taxa de juros e, daí, estimularia o investimento.
Graficamente, um aumento da oferta monetária deslocaria a curva
LM para a direita, cortando a curva IS no ponto E’, com a renda se
expandindo até Y1.




                           Figura 8.15.


    A visão de uma curva LM vertical – que determina a eficiência
comparativa da política monetária sobre a política fiscal – está
geralmente associada com o ponto de vista de alguns economistas
– conhecidos como “monetaristas” – que defendem a tese de que
o que importa para influir na atividade econômica são os
instrumentos monetários. Já aqueles que defendem o uso da
política fiscal são geralmente associados à chamada “escolha
keynesiana”.




                                                                 24
8.5. Outras considerações sobre a eficácia das
     políticas fiscal e monetária


   Deve ficar claro que, no trecho intermediário da curva LM, isto
é, na parte em que a LM se apresenta positivamente inclinada,
ambas as políticas são eficazes para levar a economia até próximo
ao pleno emprego.
    Esta constatação, aliada aos dois casos extremos vistos
anteriormente – a armadilha da liquidez e o caso clássico –
indicam que a inclinação da curva LM é o principal determinante da
eficácia e eficiência das políticas fiscal e monetária como
mecanismos de influenciar o nível da atividade econômica. Mas, na
realidade, também a inclinação da IS pode determinar que tipo de
política é recomendada para estimular a atividade econômica e
reduzir ou eliminar o desemprego.
    No que tange à curva LM, vimos que sua inclinação depende
essencialmente da sensibilidade da demanda por moeda em
relação à taxa de juros. Quanto mais sensível (ou elástica) à taxa
de juros for a quantidade demandada de moeda, menos inclinada
é a curva LM e, portanto, menos eficaz tende a ser a política
monetária, e vice-versa.
  No tocante à curva IS, pode-se afirmar que, quanto mais
sensível ou elástico à taxa de juros for o investimento, menos
inclinada é a IS e, portanto, menos eficaz é a política fiscal – ou,
em outras palavras, mais eficaz tende a ser a política monetária –
e vice-versa. Deixamos a cargo do aluno desenhar graficamente
essas hipóteses, confirmando essas proposições.
                                     ***
   Com essas colocações, encerramos esta nossa 8ª Aula. A seguir, são
apresentados alguns exercícios de revisão e fixação sobre os efeitos das políticas
fiscal e monetária, no contexto do sistema IS-LM. Até nossa próxima aula.
_________________________




                                                                               25
EXERCÍCIOS DE REVISÃO E DE FIXAÇÃO:


1.   A curva IS mostra:
     a) combinações de níveis de renda (Y) e de taxa de juros (r) que fazem T = G;
     b) combinações de Y e r que equilibram o mercado de produtos, isto é, onde:
         S = I e T = G;
     c) combinações de níveis de poupança e de investimento que equilibram Y e r;
     d) combinações de Y e r que equilibram o mercado monetário, isto é, onde a oferta e a
        demanda por moeda são iguais;
     e) combinações de Y e r que fazem o mercado monetário igual ao mercado de produtos.

2. A curva LM mostra:
     a) combinações de Y e r que equilibram o mercado monetário, isto é, onde a oferta e a
        demanda por moeda são iguais;
     b) combinações de Y e r que equilibram o mercado de produtos;
     c) combinações de S e I que equilibram Y e r;
     d) combinações de Y e r que equilibram o mercado monetário e o mercado de produto;
     e) combinações de Y e r que equilibram a poupança social (T + S) com os gastos autônomos (I
        + G).

3. Assinale dentre as alternativas abaixo qual a que provoca um deslocamento da curva IS para a
direita:
    a) aumento do volume de moeda em circulação;
    b) redução do nível dos salários nominais;
    c) aumento das alíquotas do imposto de renda;
    d) redução dos gastos do governo;
    e) redução da carga tributária autônoma;

4. O efeito de um aumento nos gastos do governo, num modelo IS-LM, será:
     a) a curva IS se desloca para a direita, a renda de equilíbrio crescerá e, ceteris paribus, r
        crescerá;
     b) a curva IS se desloca para a esquerda e a renda de equilíbrio crescerá e, ceteris paribus, r
        cairá;
     c) a curva LM se desloca para a direita, Y de equilíbrio crescerá e r crescerá;
     d) a curva LM se desloca para a esquerda, Y de equilíbrio crescerá e r cairá;
     e) as duas curvas se deslocam para a direita e a renda de equilíbrio crescerá.

5. Num modelo IS-LM,estando a renda corrente de equilíbrio abaixo do nível de pleno emprego, o
     governo deverá acionar uma das medidas abaixo, exceto:
     a) reduzir os impostos;
     b) reduzir a oferta monetária;
     c) aumentar seus gastos;
     d) aumentar as transferências;
     e) reduzir a r para estimular os investimentos.


                                                                                                26
6. Num modelo IS-LM, o efeito de uma expansão monetária será:
     a) um deslocamento para a esquerda da curva LM;
     b) um deslocamento para a direita da curva IS;
     c) um deslocamento ao longo da curva LM, para baixo;
     d) um deslocamento da curva LM para a direita;
     e) um deslocamento para a direita da curva IS.

7. Se o governo expandir a oferta monetária, o nível de renda deverá crescer porque:
     a) a taxa de juros cairá e a poupança cairá;
     b) a taxa de juros cairá e o consumo cairá;
     c) a demanda por moeda para transação crescerá;
     d) a taxa de juros cairá e os investimentos crescerão;
     e) a demanda por moeda para especulação se reduzirá.

8. Relativamente ao equilíbrio da renda (produto) nacional e da taxa de juros de uma economia, é
    correto afirmar:
    a) uma política monetária contracionista levaria a uma redução na produção e na taxa de juros;
    b) um aumento na tributação, tudo o mais constante, provocaria redução na produção e
         aumento na taxa de juros da economia;
    c) uma política fiscal expansionista, de redução do superávit ou aumento do déficit do
         governo, provocaria aumento no produto nominal e na taxa de juros;
    d) uma política fiscal, conduzida para reduzir o déficit do governo provocaria, tudo o mais
         constante, aumento na taxa de juro de equilíbrio e redução no nível da renda ou produto
         nominal;
    e) uma política monetária expansionista levaria a um aumento na taxa de juros e a uma
         redução na produção.


    __________________

   Gabarito:

    1. b;      2. a;       3.e;        4. a;        5. b;       6. d;        7. d;        8. c.




                                                                                                  27
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  • 1. Aula 8: O SISTEMA IS - LM E AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA Na aula anterior, nós estudamos o modelo keynesiano onde a política fiscal se constitui no principal instrumento para dinamizar a economia. Nós agora vamos mostrar que nem só de política fiscal vive a economia. Uma outra escola - a dos chamados “monetaristas” – defende a tese de que a política monetária é o principal, se não o único, instrumento que deve ser acionado para a ativação da economia. De fato, há situações em que a política monetária é um instrumento mais poderoso do que a política fiscal. Em outras, a situação se inverte. Nesta Aula 8, nós vamos analisar com mais detalhe a atuação dessas duas políticas – a fiscal e a monetária – verificando como e quando cada uma deve ser usada. Isso é feito, em Economia, através do chamado “Sistema IS-LM”, conforme se vê a seguir. 8.1. Introdução Conforme você teve oportunidade de ver na Aula 7, anterior, as medidas de política fiscal consistem nas variações para mais ou para menos nos gastos do governo e nas variações para mais ou para menos no nível de impostos. Você viu, também, que essas medidas são um poderoso instrumento para alterar o nível da renda de equilíbrio em função, principalmente, dos multiplicadores que ampliam seus efeitos sobre a renda. Esta ênfase na atuação da política fiscal como principal instrumento de ativação da economia é, geralmente, associada à chamada “escola keynesiana” que via no aumento dos gastos governamentais a única saída para estimular a demanda agregada e, daí, acabar com a recessão e o desemprego. Mas, alternativamente e a bem da verdade, pode-se argumentar que as alterações no nível do produto e da renda não 1
  • 2. ocorrem exclusivamente por efeito da política fiscal. Tais alterações podem ser provocadas, também, por medidas de política monetária. Neste caso, em vez de atuar com medidas de aumentos ou reduções de gastos governamentais e de impostos, o governo poderia, através do Banco Central, reduzir ou aumentar a oferta monetária, via emissão de moeda e de operações de mercado aberto, alterando, em conseqüência, a taxa de juros – o que poderá afetar o volume dos investimentos privados, que se constitui em importante componente da demanda agregada. A análise conjunta da atuação das políticas fiscal e monetária permite, em princípio, duas conclusões: primeiro, dependendo das condições apresentadas por uma economia em recessão, as duas políticas são eficazes para levar a economia até o pleno emprego; e, segundo, há circunstâncias em que apenas a política fiscal se torna eficaz, enquanto, em outras situações, somente é eficaz a política monetária. 8.2. O Sistema IS-LM O estudo da atuação, simultânea ou não, e dos efeitos das políticas fiscal e monetária sobre o nível da renda ou produto de equilíbrio, é feito, em macroeconomia, através do chamado sistema IS-LM – materializado em duas curvas que representam situações de equilíbrio no mercado de produtos e no mercado monetário. 8.2.1. A curva IS Para você entender a análise que faremos mais adiante sobre o papel e a atuação das políticas fiscal e monetária, é essencial que você conheça as especificidades das duas curvas – a IS e a LM – bem como elas funcionam e se comportam quando são alteradas 2
  • 3. algumas variáveis de política econômica. Comecemos pela curva IS. A IS é uma curva que mostra combinações de níveis de renda (Y) e de taxa de juros (r) que equilibram o chamado “mercado de produtos”, no sentido de que a poupança social – dada esta pela soma da poupança propriamente dita (S) e dos impostos (T) – é igual à soma dos gastos de investimentos (I) e dos gastos do governo (G). Ou seja, S + T = I + G. Por essa definição, constata-se que, para cada nível de renda (Y) existe uma e somente uma taxa de juros (r) que equilibra ou torna iguais a chamada poupança social (S+T) e os gastos de investimentos (I) mais as despesas governamentais (I+G). Derivação da curva IS No modelo IS-LM, a poupança (S), por hipótese, é função da renda (Y) – tal como no modelo keynesiano. Isso significa que, se Y crescer, S também crescerá e vice-versa. Já o investimento (I), por hipótese, é uma função inversa da taxa de juros (r) – tal como no modelo da escola clássica. Ou seja, se r cair, o investimento aumentará e vice-versa. Com essas duas hipóteses, e partindo do pressuposto de que G = I, é necessário que se encontrem os valores de Y e de r que fazem S = I. Graficamente, a derivação da curva IS pode ser assim explicada: suponha que o nível de renda se situe em Y1 – gerando uma poupança S1 – o que exige uma taxa de juros r1 que deter- mina um nível de investimentos igual à S1 (Figura 8.1). Caso o nível de renda aumente para Y2, a poupança crescerá para S2 – o que exigirá uma queda na taxa de juros para r2 para que o investi- mento aumente até se igualar com S2. Agora, a combinação de Y2 com r2 gera um novo ponto de equilíbrio entre S e I. 3
  • 4. O mesmo raciocínio se aplica, caso o nível de renda cresça até Y3, gerando uma poupança maior (S3) – o que exigirá uma nova redução na taxa de juros para, digamos, r3, de forma a estimular o investimento até se igualar à nova poupança. A combinação de Y3 com r3 gera um novo ponto de equilíbrio entre S e I. Assim, ligando os diversos pontos de combinação de diferentes níveis de Y com diferentes níveis de r, derivamos a curva IS que aparece na Figura 8.1. Figura 8.1. A inclinação da curva IS Como se pode ver pela Figura 8.1, a curva IS é negativamente inclinada refletindo o fato de que um aumento na taxa de juros reduz os gastos de investimentos, reduzindo a demanda agregada e, conseqüentemente, reduzindo o nível da renda de equilíbrio. De que, então, depende a inclinação da curva IS? Ou seja, o que faz a curva IS ser mais ou menos inclinada? Em primeiro lugar, a inclinação da IS depende da elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, isto é, depende da sensibilidade ou resposta do investimento em relação às variações na taxa de juros. Quanto mais elástico ou mais sensível for o investimento em relação às variações na taxa de juros, menos inclinada (mais deitada) é a curva IS, e vice-versa. Em segundo lugar, a inclinação da IS depende, também, da magnitude do multiplicador dos gastos (k). Quanto maior k, maior 4
  • 5. será o efeito de uma variação dos investimentos sobre o nível da renda de equilíbrio e, portanto, menos inclinada é a curva IS – e vice-versa. Conforme foi visto no modelo keynesiano mostrado na Aula 7 anterior, é bom lembrar que a magnitude de k depende, essencialmente, da propensão marginal a consumir (b) e da alíquota do imposto (t) – relembrando, também, que quanto maior b e menor t, maior será o k. A posição da curva IS A posição da curva IS depende do volume dos gastos totais, isto é, de C + I + G, onde C é função da renda disponível (Yd), o investimento (I) tem um componente autônomo (I) e ainda é função inversa da taxa de juros (ou seja, I = I – ir), e G é um valor autônomo, dado (G=G). Na figura 8.2., o ponto A corresponde a um dado volume de gastos iniciais de C + I + G, para uma dada taxa de juros (r1). Caso ocorra um aumento nos gastos do governo (∆G), a curva IS se desloca para I’S’. Mantida a mesma taxa de juros r1, a economia se deslocaria para o ponto B. Neste ponto, o nível de investimento é o mesmo que em A (porque a taxa de juros continua a mesma). A magnitude do deslocamento da IS até I’S’ é dada pelo montante da variação em G vezes o multiplicador (k). Figura 8.2. 5
  • 6. Se, por acaso, a taxa de juros cair para r2, a economia se desloca para o ponto C por efeito do aumento nos gastos de investimentos. Observe que em C, o nível dos gastos do governo é o mesmo que em A, tendo crescido apenas os investimentos como conseqüência da queda na taxa de juros. Vale registrar, ainda, que, se o governo reduzir a alíquota do imposto (t), a renda pessoal disponível se elevará e, daí, haverá um aumento do consumo (C) para toda e qualquer taxa de juros. Em conseqüência, a curva IS se desloca, da mesma forma, para a direita. De tudo o que foi dito até aqui, deve ficar claro que a curva IS se deslocará para a esquerda sempre que houver uma redução nos gastos do governo e/ou um aumento no nível dos impostos. Pelo mesmo raciocínio, a curva IS se deslocará para a direita sempre que o governo aumentar seus gastos e/ou reduzir os impostos. Temos, assim, um razoável grau de informação sobre a curva IS e seu funcionamento. Passemos, agora, à curva LM. 8.2.2 A curva LM A curva LM mostra combinações de níveis de renda (Y) e de taxas de juros (r) que fazem o mercado monetário ficar equilibrado, no sentido de que a demanda por moeda é igual à oferta de moeda. Para você entender o funcionamento da curva LM, comecemos por definir “moeda” (M). No sistema LM, moeda são os “meios de pagamento” de uma economia, ou seja, a soma do papel-moeda em poder do público mais os depósitos à vista do público nos bancos comerciais1. Essas duas formas de moeda apresentam duas características principais: primeiro, ambas servem como meio de troca ou de pagamento; e, segundo, nenhuma delas proporciona retorno, isto é, não rende juros. De outra parte, a maioria dos outros ativos financeiros – que chamaremos, por conveniência, de títulos – 1 Se você não se lembra desses conceitos, dê uma revisada na Aula 6! 6
  • 7. propiciam um retorno ao seu possuidor e não podem ser usados como pagamento nas transações. Assim conceituado, pode-se dizer que a riqueza de um indivíduo consistirá de dois tipos de ativos – moeda e títulos – e cabe a ele escolher como será a distribuição de sua riqueza entre esses dois ativos. Caso ele opte por mais moeda, diremos que ele está demandando moeda; se sua opção for por mais títulos, sua demanda por moeda será, então, reduzida. De qualquer forma, é preciso lembrar que, como qualquer mercado, o mercado monetário tem uma demanda e uma oferta. Primeiramente, vamos examinar o lado da demanda por moeda; depois, examinaremos a oferta. 8.2.3. A demanda por moeda Inicialmente, a questão que se coloca é: – o que leva um indivíduo a demandar ou a reter mais moeda e, portanto, menos títulos, e vice-versa? Quais as razões ou motivos que poderiam influir na sua quantidade demandada de moeda e na sua preferência por títulos? Aqui, valem duas observações importantes: primeira, quando dissermos que o indivíduo “demandará moeda”, não podemos esquecer que isso significa que ele estará optando por deixar sua riqueza sob uma das formas de meios de pagamento (geralmente, depósitos à vista); segunda, sua demanda por moeda (Md) deve ser, sempre, formulada em termos reais, isto é, Md/P. Deve ficar claro, assim, que “demanda por moeda” significa o mesmo que demanda por saldos ou encaixes reais, como aparece geralmente nos livros textos de macroeconomia. Assim dito, e considerando a abordagem keynesiana da demanda por moeda, podemos dizer que há três razões ou motivos que levam um indivíduo a manter maior ou menor quantidade de moeda, a saber: i) Demanda para a transação (Mt) O primeiro motivo para se demandar moeda seria a necessidade de se manter moeda para efetuar os pagamentos de 7
  • 8. luz, gasolina, colégios e demais compras, ao longo do mês. A esse motivo chamaremos de demanda por moeda para transação. Podemos supor que, à medida que a renda do indivíduo se eleva, maior será o seu nível de gastos e, portanto, maior será a sua demanda por moeda para atender esses gastos. Ou seja, a demanda por moeda para transação aumenta com o aumento do nível da renda. Matematicamente, Mt = kY (1) onde, k corresponde à fração da renda que é mantida sob a forma de moeda para transação, sendo k’ positiva2. ii) Demanda por precaução (Mp) Uma segunda razão – pouco mencionada na literatura econômica – que leva um indivíduo a reter ou demandar moeda é o chamado motivo precaucional – que se traduz na necessidade sentida pelo indivíduo de reter moeda “extra” para cobrir alguma eventualidade, ou um fato inesperado, como no caso de uma doença ou do surgimento de um negócio de ocasião. Um exemplo muito comum ocorre quando o indivíduo, ao planejar uma viagem, opta por deixar no banco um certo montante de dinheiro, além do necessário para pagar as despesas normais da viagem, com o objetivo de cobrir despesas inesperadas que podem eventualmente surgir ao longo da viagem. A exemplo do caso anterior, esta demanda por moeda por precaução também está diretamente ligada em nível de renda do indivíduo e, como tal, pode perfeitamente ser incluída ou somada à Mt, sem prejuízo da análise. iii) Demanda especulativa de moeda (Me) Um terceiro e importante motivo que leva o indivíduo a optar por mais ou por menos moeda é, sem dúvida, a taxa de juros (r). De uma forma geral, podemos esperar que um aumento na taxa 2 k' positiva significa, em matemática, que a derivada primeira é positiva; ou seja, um aumento do nível de renda – Y – provoca também um aumento na demanda por moeda para transações. A relação é entre demanda por moeda e nível de renda é, portanto, direta. 8
  • 9. de juros – isto é, na taxa de retorno dos títulos – fará com que o indivíduo demande mais títulos e menos moeda, e vice-versa. Por esse raciocínio, podemos também afirmar que, se a taxa de juros estiver muito alta, a maioria das pessoas optará por ter apenas títulos, mas se a taxa de juros estiver muito baixa, a maioria das pessoas preferirá manter seus ativos sob a forma de moeda, na expectativa de que a taxa de juros irá aumentar quando, então, aplicarão em títulos. Esse comportamento do indivíduo diante de variações da taxa de juros denomina-se demanda especulativa de moeda que, pelo que foi visto, guarda uma relação inversa ou negativa com a taxa de juros. Ou seja, se r se elevar, cai a demanda por moeda (ou aumenta a demanda por títulos); se r cair, aumenta a demanda por moeda (ou cai a demanda por títulos). Matematicamente, Me = hr (2) sendo h’ negativa. A demanda total por moeda A função demanda por moeda ou por saldos reais (Md/P) é expressa pela soma dos dois componentes acima, ou seja: Md/P = kY + hr (3) Já que nesse modelo existem apenas dois ativos – moeda e títulos – e considerando uma dada riqueza, sempre que a demanda por moeda aumentar – seja por aumento na renda, seja por queda na taxa de juros – a demanda por títulos cairá, já que a demanda por títulos é simplesmente o inverso da demanda por moeda. A Figura 8.3 mostra a função demanda por moeda das equações (1), (2) e (3). A Figura 8.3a apresenta a demanda por moeda para transações (kY), para três diferentes níveis de renda. Como no eixo vertical aparece a taxa de juros (r), a curva de demanda por moeda para transações se torna vertical, indicando que este componente da demanda por moeda não é afetado por r. 9
  • 10. Já a Figura 8.3b representa a demanda por moeda para especulação. A curva se apresenta negativamente inclinada, mostrando a relação inversa entre taxa de juros e a demanda especulativa por moeda. Pelo que se observa, quando a taxa de juros se situa em níveis elevados, a demanda por moeda é praticamente nula, mas à medida em que r cai, a demanda especulativa por moeda vai aumentando. Quando r atinge um nível considerado mínimo, a demanda por moeda se torna horizontal, indicando que, a esse nível de taxa de juros, todos os indivíduos preferirão moeda em vez de títulos (tecnicamente, diz- se, então, que nesse ponto a demanda por moeda é infinitamente elástica à taxa de juros). Figura 8.3a Figura 8.3b Figura 8.3c 10
  • 11. Somando-se os dois componentes da demanda por moeda (kY + hr), obtemos o gráfico da Figura 8.3c, onde as três curvas mostram a demanda total de moeda, para diferentes níveis de renda (Y1, Y2, Y3). Por ali se vê que a posição da curva de demanda total de moeda depende do nível de renda, isto é, quanto maior a renda, maior a demanda por moeda para transação e, portanto, mais distante do eixo vertical se situa a curva. Já o formato da curva depende do componente de demanda especulativa por moeda. Como a demanda por moeda se torna horizontal a baixas taxas de juros, a Figura 8.3c mostra o conjunto de curvas convergindo para a posição horizontal quando a taxa de juros está muito baixa, independentemente do nível de renda. 8.2.4. A oferta e demanda por moeda e a taxa de juros Vamos, agora, introduzir a oferta de moeda em nosso modelo. Em princípio, podemos fazer a hipótese, bastante provável, de que a quantidade real de oferta monetária (Ms/P) é determinada pelo Banco Central. A este órgão se atribui o poder de controlar o nível de liquidez do sistema econômico, colocando ou retirando moeda da economia de acordo com seus próprios critérios. Nesse caso, diz-se que a oferta de moeda é exógena ao modelo, independendo do nível de renda ou da taxa de juros e, como tal, aparece como uma linha vertical. Conforme mostra a Figura 8.4, partindo da oferta monetária real Ms0/P inicial, caso o Banco Central resolva aumentar a quantidade de moeda em circulação, a curva de oferta monetária se desloca para a direita (para Ms1/P ou até para Ms2/P). 11
  • 12. Figura 8.4 Agora, vamos colocar as duas curvas – de demanda e de oferta monetária – num mesmo gráfico, conforme aparece na Figura 8.5. Dado o nível de preços (P), teremos uma demanda por moeda Md1, definida para o nível de renda (Y1). Considerando que o estoque real de moeda seja Ms1/P, teremos a taxa de juros r1, estabelecida pela igualdade entre a Ms1/P e a Md1/P. Caso o Banco Central aumente a oferta real de moeda, a Ms se desloca para a direita até Ms2/P, forçando uma redução na taxa de juros. Figura 8.5 Agora, considere a Figura 8.6, que mostra, para um dado nível de preços e para uma dada oferta monetária, diversas curvas de demanda por moeda a partir de diferentes níveis de renda. Por ali 12
  • 13. se verifica que, à medida que a renda cai de Y3 para Y2 e Y1, a taxa de juros de equilíbrio do mercado monetário também cai para r2 e r3. Isto ocorre porque, quando a renda diminui, cai também a demanda por moeda para transações, aumentando, em conseqüência, a demandada por títulos – o que, por sua vez, força uma queda no retorno propiciado pelos mesmos, isto é, na taxa de juros. Figura 8.6 De tudo o que foi dito até aqui, verifica-se que a condição de equilíbrio no mercado monetário é encontrada ao se igualar a função demanda de moeda à oferta exogenamente dada, ou: Ms/P = Md/P = kY + hr (4) A partir dessas considerações, temos, agora, condições de derivar a curva LM. 8.2.5. Derivação da curva LM 13
  • 14. Na Figura 8.7a estão mostradas combinações de taxas de juros e níveis de renda que tornam a demanda por moeda (ou por encaixes reais) igual à oferta monetária. Ao nível da renda Y1, a curva de demanda por moeda corresponde a L1. Com a oferta monetária dada por Ms/P, a oferta e a demanda por moeda se igualam no ponto E1 – que corresponde à taxa de juros r1. Na Figura 8.7b, o ponto E1 corresponde à combinação do nível de renda Y1 com a taxa de juros r1 que equilibra o mercado monetário. O ponto E1 corresponde, assim, a um ponto na curva LM. Figura 8.7a Figura 8.7b Suponha, agora, que a renda cresça até Y2. Na Figura 8.7a, este aumento na renda provoca um aumento na demanda por moeda para transação, deslocando a curva de demanda por moeda para L2. Com a oferta monetária mantida constante, o aumento na demanda por moeda faz com que a taxa de juros se eleve até r2 – para que o equilíbrio no mercado monetário seja restabelecido. Temos, então, um novo ponto de equilíbrio (E2) que, transportado para a Figura 8.7b, nos dá uma nova combinação de renda e taxa de juros (Y2 e r2) que equilibra a oferta com a demanda por moeda. Repetindo a mesma experiência para outros níveis de renda, geraremos mais pontos que mostram combinações de Y e 14
  • 15. de r que equilibram a oferta e a demanda de moeda. Ligando todos esses pontos teremos a curva LM. Como podemos ver, a curva LM é positivamente inclinada, refletindo o fato de que, com uma dada oferta monetária, um aumento no nível de renda aumenta a demanda por encaixes monetários – o que, como já foi explicado, força um aumento na taxa de juros. A inclinação da curva LM Em princípio, podemos afirmar que quanto maior for a demanda por moeda para transações, isto é, quanto maior for a elasticidade da demanda por moeda em relação à renda, medida por k, e quanto menos sensível ou menos elástica à taxa de juros for a demanda por moeda, mais inclinada será a curva LM. Em outras palavras, se a demanda por moeda for muito insensível à taxa de juros, então h (na equação 4) estará próxima de zero, e a curva LM é quase vertical. Se, por outro lado, a demanda por moeda é muito sensível à taxa de juros, então h é muito grande e, portanto, a curva LM é quase horizontal. A posição da curva LM Na Figura 8.8a, está desenhada a curva de demanda real por moeda, para um dado nível de renda Y1. Com uma oferta monetária real inicial (Ms1/P), o equilíbrio monetário é dado no ponto E1, ao nível da taxa de juros, r1. Na Figura 8.8b, o ponto E1 corresponde a um ponto na curva LM. 15
  • 16. Figura 8.8a Figura 8.8b Suponha, agora, que haja um aumento na oferta monetária real, deslocando a curva de oferta monetária para Ms2/P. Na Figura 8.8a, com uma dada renda, Y1, este aumento da oferta monetária provoca uma queda na taxa de juros para r2, de forma a manter o equilíbrio no mercado monetário. O novo equilíbrio é restabelecido no ponto E2, que, transportado para a Figura 8.8b, causa um deslocamento da curva LM para a direita e para baixo, até L’M’. Ou seja, para cada nível de renda, um aumento da oferta monetária faz com que a taxa de juros caia para induzir as pessoas a reterem mais moeda. Alternativamente, para uma dada taxa de juros, o nível de renda tem que ser mais alto para que aumente a demanda por moeda para transações, de modo a absorver o excesso de oferta monetária. 8.3. O equilíbrio nos mercados de produtos e monetário Tendo derivado a curva IS – que nos fornece os pares r-Y que equilibram o mercado de produtos – e a curva LM – que nos dá os pares r-Y que equilibram o mercado monetário, colocaremos, agora, as duas curvas num mesmo gráfico. Vale lembrar que as 16
  • 17. equações que definem o equilíbrio desses mercados são dadas por: S + T = I – ir + G ou ainda, Y = C + I – ir + G (mercado de produtos) e Ms/P = kY + hr (mercado monetário) Resolvendo simultaneamente essas duas equações, encontramos um único par r-Y, na intersecção das curvas IS e LM, que define o equilíbrio em ambos os mercados. Na Figura 8.9, o equilíbrio econômico é dado pelo par ro, Yo. Todas as demais combinações r-Y são pontos fora do equilíbrio. Consideremos, por exemplo, o ponto A, definido por r1 Y1. Como se trata de um ponto sobre a IS, o mercado de produtos está em equilíbrio, mas, estando fora da curva LM, o mercado monetário está em desequilíbrio. Neste mercado, dado Y1, a taxa de juros deveria ser mais baixa do que r1 para que o mercado monetário ficasse em equilíbrio. Figura 8.9. À taxa de juros r1, há um excesso de oferta de moeda. Em outros termos, os indivíduos estão tentando comprar títulos, aumentando, assim, seus preços e elevando a taxa de juros. 17
  • 18. O mesmo raciocínio se aplica ao ponto B, definido por r2, Y2. Nesse ponto, o mercado monetário está em equilíbrio, mas, como está fora da IS, o mercado de produtos está fora do equilíbrio. Nesse mercado, dado Y2, a taxa de juros está muito alta e há, portanto, um excesso de oferta de produtos. Para se atingir o equilíbrio, a taxa de juros deveria cair para estimular o investimento, aumentando a demanda agregada até igualá-la com a oferta. 8.4. A Atuação das Políticas Fiscal e Monetária Como vimos, então, o equilíbrio macroeconômico se dá na intersecção das curvas IS-LM, que define uma combinação r-Y que equilibra os dois mercados – o de produto e o monetário. Ocorre, porém, que este equilíbrio pode ocorrer em um nível de renda abaixo do nível de pleno emprego (Yf) – o que significa que a demanda agregada está abaixo da oferta potencial da economia. Ou seja, há desemprego em nível de renda corrente de equilíbrio e cabe ao governo adotar medidas que estimulem a demanda agregada, aumentando, daí, o produto corrente de equilíbrio e reduzindo ou mesmo eliminando o desemprego. Para atingir tal objetivo, o governo poderia acionar tanto a política fiscal, como a política monetária. Vejamos os efeitos de cada uma dessas políticas: 8.4.1 Efeitos da política fiscal Já sabemos que as medidas de política fiscal se materializam através de variações nos gastos do governo (∆G) e de variações em nível de impostos (∆T). Para analisarmos a atuação da política fiscal, suponha que a economia esteja em equilíbrio em nível de r0, Y0, na Figura 8.10 – um nível abaixo, portanto, do nível de renda de pleno emprego (Yf). Caso o governo pretenda que a economia 18
  • 19. caminhe para o pleno emprego, ele poderia, por exemplo, aumentar seus gastos em ∆G. Este aumento em G causa um deslocamento da curva IS para a direita, até I1S1. A magnitude desse deslocamento é dado por k x ∆G. Caso a taxa de juros permanecesse em r0, a economia cresceria até Y1. No entanto, o aumento na renda eleva a demanda por moeda para transações, o que, com uma oferta monetária fixa, faz com que a taxa de juros se eleve ao longo da curva LM até r2. Este aumento na taxa de juros provoca uma redução no investimento, anulando, em parte, os efeitos do aumento nos gastos do governo. Em conseqüência, o novo nível de equilíbrio do produto demandado se situará em Y2(= Yf). Figura 8.10 Em resumo, os resultados da política fiscal de aumento nos gastos do governo foram: um aumento na renda de equilíbrio e, conseqüentemente, nas despesas de consumo; um aumento na taxa de juros e, conseqüentemente, uma queda no nível dos investimentos, compensando parcialmente o aumento nos gastos do governo. Esta compensação é apenas parcial porque foi constatado que, ao final do processo, o produto demandado de equilíbrio aumentou. Portanto, o aumento em G termina por alterar a composição do produto, com o governo desfrutando de uma maior parcela deste, em detrimento do setor privado. Efeitos semelhantes sobre o nível de Y e r (e, portanto, sobre o investimento) seriam obtidos caso o governo, ao invés de aumentar seus gastos, reduzisse o nível dos impostos – o que 19
  • 20. elevaria a renda disponível e, daí, aumentariam as despesas de consumo. Se, por hipótese, os impostos forem uma fração t da renda, um corte nos impostos significaria uma redução no percentual de impostos (digamos, de 25% para 15%). O aumento nas despesas de consumo, induzido pela política fiscal, produz os mesmos resultados do aumento nos gastos do governo. A diferença maior reside no fato de que esta redução no percentual dos impostos aumenta o multiplicador dos gastos (k), o que, graficamente, implica numa curva IS menos inclinada, conforme mostra a Figura 8.11. Figura 8.11 8.4.2 Os efeitos da política monetária Se o valor inicial do produto de equilíbrio situa-se abaixo do nível de pleno emprego, o governo poderia estimular a atividade econômica usando a política monetária, em vez da política fiscal. Neste caso, o mecanismo de transmissão seria o seguinte: o Banco Central aumenta a quantidade de moeda em circulação que reduz a taxa de juros estimulando o investimento privado e, daí, via multiplicador, a renda de equilíbrio aumenta. Para analisarmos estes efeitos da política monetária, considere a Figura 8.12, onde o equilíbrio inicial se dá no ponto E – ponto em que a curva LM inicial (que corresponde a uma oferta monetária real, Mso/P) corta a curva IS. Suponha, então, que o Banco Central, através de uma operação de open-market (mercado aberto) de compra de títulos públicos, aumente a quantidade 20
  • 21. nominal de moeda – o que, mantido o nível de preços, significa um aumento da oferta monetária real. Figura 8.12 Como já foi visto, um aumento na oferta monetária real desloca a curva LM para a direita, até L1M1. Em conseqüência, o novo ponto de equilíbrio se dará no ponto E’, com uma taxa de juros mais baixa e um nível mais alto de renda, próximo ao nível da renda de pleno emprego. O nível de renda de equilíbrio aumenta porque a compra de títulos, pelo Banco Central, no mercado aberto, reduz a taxa de juros – o que estimula o investimento e faz a renda crescer. É importante observar que, no processo da economia à nova situação de uma oferta monetária maior, a taxa de juros cairia, inicialmente, até o ponto E1 – dado o nível de renda inicial (Yo). Nesse ponto, entretanto, há um excesso de demanda por bens, devido ao aumento nos investimentos e, em conseqüência, a economia começa a crescer. O aumento do nível de renda provoca um novo aumento na demanda por moeda para transações – o que faz com a taxa de juros comece a subir até atingir um novo equilíbrio no ponto E’. Nesse ponto, atinge o nível da renda de pleno emprego (Yf), com a taxa de juros situando-se em r1, estando tanto o mercado de produto como o monetário em equilíbrio. 21
  • 22. 8.4.3 Alguns casos especiais e a eficácia das políticas fiscal e monetária A seção anterior analisou os efeitos das políticas fiscal e monetária em situações gerais e, digamos, normais. No entanto, há situações específicas em que, eventualmente, apenas a política fiscal pode ser eficaz – no sentido de elevar o nível da atividade econômica e reduzir o desemprego – enquanto, em outras, apenas a política monetária terá essa eficácia. Antes, porém, convém lembrar que a curva LM apresenta, a rigor, três trechos bastante distintos, tal como mostrado, de forma estilizada, na Figura 8.13. Figura 8.13 Um primeiro trecho – definido por sua porção horizontal – corresponderia a uma economia em recessão aguda, estando a taxa de juros bastante baixa, em níveis próximos de zero; um segundo trecho seria aquele em que a curva LM se apresenta vertical e corresponderia a uma economia próxima de pleno emprego; já que o terceiro trecho corresponderia à porção intermediária da curva LM e que se apresenta positivamente inclinada. Para analisar a eficácia das políticas fiscal e monetária, é importante verificar em qual desses trechos a economia se encontra – ou seja, em que ponto a curva IS corta a curva LM. 22
  • 23. A armadilha da liquidez Suponha que a economia esteja em recessão aguda, distante do nível da renda de pleno emprego, tal como mostrado na Figura 8.14. Nessa situação, a taxa de juros está tão baixa que todos os indivíduos optam por reter toda a moeda que for ofertada, esperando um aumento na taxa de juros para, então, aplicar em títulos. Nesse caso, a demanda por moeda é infinitamente elástica à taxa de juros e qualquer tentativa do Banco Central de expandir a oferta de moeda com o intuito de baixar a taxa de juros será inócua. Esta é a conhecida situação denominada como armadilha da liquidez – uma hipótese levantada por Keynes para mostrar que, em situações de recessão econômica, a política monetária é totalmente ineficaz. Por isso mesmo, esta porção da LM é conhecida como “trecho Keynesiano da LM”. Figura 8.14. Graficamente, um aumento da oferta monetária deslocaria a curva LM para a direita, sem alterar a intersecção das duas curvas e, portanto, sem alterar o nível da renda de equilíbrio. Isso ocorre porque, se a taxa de juros não se alterna, o investimento não aumenta e, assim, o produto de equilíbrio também não se altera. Nessa situação, a única política eficaz seria a fiscal que, digamos, através de um aumento dos gastos do governo, deslocaria a curva IS para a direita e, daí, via multiplicador, elevando o nível da renda equilíbrio. 23
  • 24. O caso clássico O caso oposto da curva LM é a sua porção vertical – conhecido como “trecho clássico”. Nesse trecho, a demanda por moeda é totalmente insensível – ou inteiramente inelástica – à taxa de juros, dependendo somente do nível de renda. Supondo que a curva IS corte a curva LM nesse trecho, tal como mostrado na Figura 8.15, a política fiscal se torna totalmente ineficaz para alterar o nível da renda de equilíbrio. De forma oposta, a única política capaz de elevar o nível da renda ou do produto de equilíbrio será uma expansão da oferta monetária que possibilitaria uma redução da taxa de juros e, daí, estimularia o investimento. Graficamente, um aumento da oferta monetária deslocaria a curva LM para a direita, cortando a curva IS no ponto E’, com a renda se expandindo até Y1. Figura 8.15. A visão de uma curva LM vertical – que determina a eficiência comparativa da política monetária sobre a política fiscal – está geralmente associada com o ponto de vista de alguns economistas – conhecidos como “monetaristas” – que defendem a tese de que o que importa para influir na atividade econômica são os instrumentos monetários. Já aqueles que defendem o uso da política fiscal são geralmente associados à chamada “escolha keynesiana”. 24
  • 25. 8.5. Outras considerações sobre a eficácia das políticas fiscal e monetária Deve ficar claro que, no trecho intermediário da curva LM, isto é, na parte em que a LM se apresenta positivamente inclinada, ambas as políticas são eficazes para levar a economia até próximo ao pleno emprego. Esta constatação, aliada aos dois casos extremos vistos anteriormente – a armadilha da liquidez e o caso clássico – indicam que a inclinação da curva LM é o principal determinante da eficácia e eficiência das políticas fiscal e monetária como mecanismos de influenciar o nível da atividade econômica. Mas, na realidade, também a inclinação da IS pode determinar que tipo de política é recomendada para estimular a atividade econômica e reduzir ou eliminar o desemprego. No que tange à curva LM, vimos que sua inclinação depende essencialmente da sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros. Quanto mais sensível (ou elástica) à taxa de juros for a quantidade demandada de moeda, menos inclinada é a curva LM e, portanto, menos eficaz tende a ser a política monetária, e vice-versa. No tocante à curva IS, pode-se afirmar que, quanto mais sensível ou elástico à taxa de juros for o investimento, menos inclinada é a IS e, portanto, menos eficaz é a política fiscal – ou, em outras palavras, mais eficaz tende a ser a política monetária – e vice-versa. Deixamos a cargo do aluno desenhar graficamente essas hipóteses, confirmando essas proposições. *** Com essas colocações, encerramos esta nossa 8ª Aula. A seguir, são apresentados alguns exercícios de revisão e fixação sobre os efeitos das políticas fiscal e monetária, no contexto do sistema IS-LM. Até nossa próxima aula. _________________________ 25
  • 26. EXERCÍCIOS DE REVISÃO E DE FIXAÇÃO: 1. A curva IS mostra: a) combinações de níveis de renda (Y) e de taxa de juros (r) que fazem T = G; b) combinações de Y e r que equilibram o mercado de produtos, isto é, onde: S = I e T = G; c) combinações de níveis de poupança e de investimento que equilibram Y e r; d) combinações de Y e r que equilibram o mercado monetário, isto é, onde a oferta e a demanda por moeda são iguais; e) combinações de Y e r que fazem o mercado monetário igual ao mercado de produtos. 2. A curva LM mostra: a) combinações de Y e r que equilibram o mercado monetário, isto é, onde a oferta e a demanda por moeda são iguais; b) combinações de Y e r que equilibram o mercado de produtos; c) combinações de S e I que equilibram Y e r; d) combinações de Y e r que equilibram o mercado monetário e o mercado de produto; e) combinações de Y e r que equilibram a poupança social (T + S) com os gastos autônomos (I + G). 3. Assinale dentre as alternativas abaixo qual a que provoca um deslocamento da curva IS para a direita: a) aumento do volume de moeda em circulação; b) redução do nível dos salários nominais; c) aumento das alíquotas do imposto de renda; d) redução dos gastos do governo; e) redução da carga tributária autônoma; 4. O efeito de um aumento nos gastos do governo, num modelo IS-LM, será: a) a curva IS se desloca para a direita, a renda de equilíbrio crescerá e, ceteris paribus, r crescerá; b) a curva IS se desloca para a esquerda e a renda de equilíbrio crescerá e, ceteris paribus, r cairá; c) a curva LM se desloca para a direita, Y de equilíbrio crescerá e r crescerá; d) a curva LM se desloca para a esquerda, Y de equilíbrio crescerá e r cairá; e) as duas curvas se deslocam para a direita e a renda de equilíbrio crescerá. 5. Num modelo IS-LM,estando a renda corrente de equilíbrio abaixo do nível de pleno emprego, o governo deverá acionar uma das medidas abaixo, exceto: a) reduzir os impostos; b) reduzir a oferta monetária; c) aumentar seus gastos; d) aumentar as transferências; e) reduzir a r para estimular os investimentos. 26
  • 27. 6. Num modelo IS-LM, o efeito de uma expansão monetária será: a) um deslocamento para a esquerda da curva LM; b) um deslocamento para a direita da curva IS; c) um deslocamento ao longo da curva LM, para baixo; d) um deslocamento da curva LM para a direita; e) um deslocamento para a direita da curva IS. 7. Se o governo expandir a oferta monetária, o nível de renda deverá crescer porque: a) a taxa de juros cairá e a poupança cairá; b) a taxa de juros cairá e o consumo cairá; c) a demanda por moeda para transação crescerá; d) a taxa de juros cairá e os investimentos crescerão; e) a demanda por moeda para especulação se reduzirá. 8. Relativamente ao equilíbrio da renda (produto) nacional e da taxa de juros de uma economia, é correto afirmar: a) uma política monetária contracionista levaria a uma redução na produção e na taxa de juros; b) um aumento na tributação, tudo o mais constante, provocaria redução na produção e aumento na taxa de juros da economia; c) uma política fiscal expansionista, de redução do superávit ou aumento do déficit do governo, provocaria aumento no produto nominal e na taxa de juros; d) uma política fiscal, conduzida para reduzir o déficit do governo provocaria, tudo o mais constante, aumento na taxa de juro de equilíbrio e redução no nível da renda ou produto nominal; e) uma política monetária expansionista levaria a um aumento na taxa de juros e a uma redução na produção. __________________ Gabarito: 1. b; 2. a; 3.e; 4. a; 5. b; 6. d; 7. d; 8. c. 27
  • 28. 28