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Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6 623
Sistematização de curativos para o tratamento clínico das feridas
Sistematização de curativos para o tratamento clínico
das feridas
Systematization of dressings for clinical treatment of wounds
RESUMO
O tratamento das feridas cutâneas inclui métodos clínicos e cirúrgicos, sendo o curativo
um dos tratamentos clínicos mais frequentemente utilizados. Um vasto arsenal terapêutico
composto por curativos passivos ou com princípios ativos é capaz de auxiliar na reparação
do tegumento em diversas situações. Curativos visam a melhorar as condições do leito da
ferida, podendo ser, em algumas ocasiões, o próprio tratamento definitivo, mas em muitas
situações constituem apenas uma etapa intermediária para o tratamento cirúrgico. Curativos
inteligentes e biológicos são hoje mais bem classificados como substitutos cutâneos e não
serão considerados neste artigo. A escolha do curativo a ser utilizado deve ser baseada no
conhecimento das bases fisiopatológicas da cicatrização e da reparação tecidual, sem nunca
esquecer o quadro sistêmico do paciente.
Descritores: Bandagens. Cicatrização. Ferimentos e lesões.
ABSTRACT
The treatment of cutaneous wounds includes both medical and surgical methods; dressing
is one of the most commonly used clinical treatments. An extensive therapeutic toolkit
comprising passive dressings or dressings with active principles can help repair wounds
in various situations. Dressings are used to improve the conditions of the wound bed and
may occasionally be considered the definitive treatment, whereas in some cases, they may
be considered an intermediate step to surgical treatment. Intelligent and biological wound
dressings are currently classified as dermal substitutes and will not be discussed in this
article. Dressings should be selected on the basis of knowledge of the pathophysiology of
wound healing and tissue repair while keeping the systemic problems of the patient in mind.
Keywords: Bandages. Wound healing. Wounds and injuries.
Trabalho realizado na
Divisão de Cirurgia Plástica
do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo,
São Paulo, SP, Brasil.
Artigo submetido pelo SGP
(Sistema de Gestão de
Publicações) da RBCP.
Artigo recebido: 13/12/2011
Artigo aceito: 18/1/2012
1.	 Médico residente de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP,
Brasil.
2.	 Professor titular da Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro titular da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica (SBCP), São Paulo, SP, Brasil.
3.	 Médico assistente da Divisão de Cirurgia Plástica do HCFMUSP, membro titular da SBCP, São Paulo, SP, Brasil.
Pedro Henrique de Souza
Smaniotto1
Marcus Castro Ferreira2
Cesar Isaac3
Rafael Galli1
Franco T et al.Vendramin FS et al.
ARTIGO ESPECIAL
INTRODUÇÃO
O interesse da medicina pelos cuidados com as perdas
de continuidade do tegumento cutâneo vem desde a Anti-
guidade1
. O tratamento das feridas inclui métodos clínicos e
cirúrgicos e o curativo é o tratamento clínico mais frequente-
­­men­­­­te utilizado para auxiliar a reparação tecidual2
. A escolha
do material adequado para o curativo decorre do conheci­­men­­
­­to tanto fisiopatológico como bioquímico dos mecanis­­­­mos de
ci­­­ca­trização e reparação tissular.
Feridas são representadas não apenas pela ruptura da pe­­­­­le e
do tecido celular subcutâneo, mas também, em alguns casos, por
lesõesemmúsculos,tendõeseossos.Asferidaspo­­­­­­demserclassi-
ficadas quanto a etiologia, complexidade e tempo de existência3
.
Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6624
Smaniotto PHS et al.
Traumatismos, queimaduras, úlceras por pressão, úlceras
por hipertensão venosa, feridas em membros inferiores de in­­­­­
divíduos diabéticos e feridas por radioterapia são exemplos de
algumas das etiologias de feridas encontradas na prática clínica.
Quanto à complexidade, define-se ferida simples como
aquela que evolui espontaneamente para a resolução, se­­­­
guindo os três estágios principais da cicatrização fisiológi­­­­ca:
inflamação, proliferação celular e remodelagem tecidual4
.
Já lesões que acometem áreas extensas e/ou profundas, que
necessitam de recursos especiais para sua resolução, têm
seu processo de evolução natural alterado e representam
ameaça à viabilidade de um membro ou feridas recorrentes
que reabram ou necessitem de tratamento mais elaborado,
são denominadas feridas complexas5
.
Ferreira et al.5
definiram critérios para considerar uma
ferida como complexa: I) extensa e profunda perda de tegu-
mento; II) presença de infecção local; III) comprometimento
da viabilidade dos tecidos com necrose; e IV) associação a
doenças sistêmicas que dificultam o processo fisiológico de
reparação tecidual.
Curativo ou cobertura é definido como um meio terapêu-
tico que consiste na limpeza e aplicação de material sobre
uma ferida para sua proteção, absorção e drenagem, com o
in­­­tuito de melhorar as condições do leito da ferida e auxiliar
emsuaresolução.Curativospodemser,emalgumasocasiões,
o próprio tratamento definitivo; em outras, apenas uma etapa
intermediária para o tratamento cirúrgico6
.
Há no mercado mundial diversos materiais de curativo
que podem ser utilizados nas diferentes etapas de trata-
mento das feridas, a saber: higienização, desbridamento,
di­­­­­­­­­­­­­­minuição da população bacteriana, controle do exsudato,
es­­­­­­­­tímulo à granulação e proteção da reepitelização.
Fan et al.7
sugerem que os curativos sejam classificados
em curativos passivos, curativos com princípios ativos, cura-
tivos inteligentes, curativos biológicos e compostos.ATabela
1 enumera os tipos de curativo, como descritos na literatura.
De acordo com a experiência clínica adquirida em am­­­­
bulatórios, centro cirúrgico e enfermarias da Divisão de
Ci­­­­­rurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade
de São Paulo (HCFMUSP), consideramos mais adequado
separar os curativos propriamente ditos (curativos passivos
e com princípios ativos) daqueles atualmente classificados
como substitutos cutâneos sintéticos e/ou biossintéti­­­­cos.
No presen­­­­te trabalho, serão abordadas apenas as cobertu­­­­ras
propriamente ditas, os curativos passivos e os com prin­­­
cípios ativos.
MÉTODO
Os critérios de eleição do tipo de curativo a ser usado na
Divisão de Cirurgia Plástica do HCFMUSP estão expostos
na Tabela 2.
RESULTADOS
Na Tabela 3, é apresentada a sistematização proposta em
nosso serviço, listando produtos com sua composição, meca-
nismos de ação, indicações e desvantagens.
DISCUSSÃO
Nas afecções que não cicatrizam normalmente, a coor-
denação do processo fisiológico de reparo tecidual exercida
por sinalizadores (TGF-beta, PDGF, IGF-1, VEGF, FGF)
não ocorre de forma adequada e os mecanismos bioquímicos
mediados por citocinas (TNF-alfa, IL-1, INF-gama) não são
efetivos8
. O processo de reparação tissular não se completa
de forma adequada e, consequentemente, não é instituída a
integridade do tegumento.
São definidas como feridas agudas aquelas que se re­­­­sol­­
­vem em até 3 semanas. Alguns autores pregam que so­­­­­­mente
Tabela 1 – Classificação dos diversos materiais de curativo
proposta por Fan et al.7
.
Curativos passivos
Curativo não-aderente
Filme transparente
Espuma polimérica
Hidrocoloide
Hidrogel
Curativo com princípios ativos
Alginato
Carvão ativado
Placas de prata
Curativos inteligentes
Matriz de colágeno
Matriz de celulose
Curativos biológicos Curativos biológicos
Tabela 2 – Critérios para a escolha dos curativos utilizados no
Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Promover reparação mais rápida da ferida
Diminuir infecção/colonização
Proteger contra sujeiras e bactérias
Afastamento do trabalho
Necessidade de maior equipe
Maior número de trocas
Conforto do paciente
Menos dor
Trocas mais ágeis
Aparência atrativa, sem odor
Menor custo
Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6 625
Sistematização de curativos para o tratamento clínico das feridas
após 3 ou 4 meses de não-resolução do quadro essas feridas
devem ser consideradas crônicas9
.
Diante das condutas mais modernas no tratamento
dessas feridas, tal definição não nos parece razoável; assim,
Tabela 3 – Padronização dos diferentes tipos de curativos utilizados em nosso serviço, levando-se em conta sua composição química,
mecanismo de ação, indicações e desvantagens na sua utilização.
Composição Mecanismo de ação Indicações Desvantagens
Curativo não-aderente
Tela de acetato de
celulose e/ou tela de
raiom com emulsão de
petrolato
Promover meio úmido
Queimaduras parciais,
áreas doadoras e
receptoras de enxertos e
lacerações
Não deve ser usado na
presença de infecção e
exsudato; necessita de
trocas frequentes
Curativo não-aderente
com silicone
Tela de poliamida com
silicone
Livre fluxo de exsudato
e remoção atraumática;
proporciona meio úmido;
possibilita menor número
de trocas de curativo
Queimaduras parciais,
áreas doadoras e
receptoras de enxertos e
lacerações
Não deve ser usado na
presença de infecção e de
grande quantidade
de exsudato
Filme transparente
Polímero de poliuretano,
com uma das faces de
adesivo de acrílico
Cobertura impermeável à
água e micro-organismos;
manutenção do leito
úmido; possibilita menor
número de trocas de
curativo
Visibilização do leito,
feridas superficiais
sem exsudato; áreas
doadoras de enxertos
Não deve ser usado na
presença de infecção e de
grande quantidade
de exsudato
Espuma polimérica
com ou sem prata
Matriz de poliuretano
e silicone com ou sem
prata
Absorção com
isolamento térmico; ação
bacteriostática da prata;
possibilita trocas menos
frequentes
Feridas exsudativas,
profundas, úlceras
residuais com
colonização bacteriana
crônica pós-enxertia
de pele
Não deve ser usada em
feridas simples e secas
Hidrocoloide
Polímero de poliuretano
semipermeável
(face externa) e
carboximetilcelulose,
gelatina e pectina
(face interna)
Absorve pequeno volume
de exsudato; mantém o
meio úmido
Proteção de
proeminência óssea
e feridas com lesão
parcial de pele
Não deve ser usado na
presença de infecção e
de grande quantidade de
exsudato; necessita de
trocas frequentes
Hidrogel
Polímero de álcool de
polivinil, poliacrilamidas
e polivinil
Mantém ambiente úmido,
possibilitando, liquifação
de materiais necróticos
(desbridamento
autolítico)
Queimaduras e
feridas com tecidos
desvitalizados
(esfacelos e necrose
úmida)
Não deve ser usado na
presença de infecção e
de exsudato
Alginato de cálcio
Fibras de algas marinhas
impregnadas com cálcio
O cálcio induz
hemostasia; capacidade
de absorver exsudatos;
desbridamento autolítico
Feridas abertas
exsudativas, cavitárias e
sangrantes
Não deve ser usado em
feridas simples e secas
Carvão ativado com
prata
Fibras de carvão ativado
impregnado com prata
0,15%
O carvão ativado adsorve
o exsudato e diminui
o odor; a prata exerce
função bacteriostática
Feridas fétidas,
exsudativas e infectadas
Não deve ser usado em
feridas simples e secas
Malha com prata Malha com sais de prata
Prata iônica causa
precipitação de proteínas,
agindo na membrana
citoplasmática da
bactéria (bacteriostática)
Feridas com infecção;
queimaduras profundas
e extensas
Não deve ser usada
em pacientes com
hipersensibilidade à prata
Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6626
Smaniotto PHS et al.
consideramos que feridas não curadas em até 3 semanas
devam ser denominadas crônicas.
No tratamento dessas feridas, denominamos curativos
somente as coberturas (curativos passivos) ou aqueles que
levem ao leito algum princípio ativo. Preferimos classificar
os curativos inteligentes e biológicos como substitutos cu­­­­­
tâneos, pois sua ação é provavelmente mais dependente da
substituição da derme degradada nessas feridas, assunto que
mereceu uma publicação independente10
.
A utilização de curativos passivos é descrita na literatura
desde 1962, quandoWinter11
demonstrou, em trabalhos expe-
rimentais, que a reepitelização ocorria mais rapidamente em
feridas ocluídas que naquelas expostas ao ar. O autor atribuiu
esse fenômeno ao ambiente úmido que o curativo proporcio-
nava. Posteriormente, Hinman & Maibach12
demonstraram
resultados semelhantes em humanos.
Curativos com princípios ativos possuem ação tópica
de­­­­pendente de sua composição química13
. Esses princípios
ativos atuam principalmente no desbridamento enzimático
e no controle da população bacteriana durante o preparo do
leito de uma ferida.
O curativo chamado de inteligente por Fan et al.7
conse-
guiria alterar o microambiente de um leito cruento crônico,
induzindo estímulos a sinalizadores endógenos responsáveis
por orquestrar o reparo resolutivo de uma ferida. Tais sinali-
zadores são citocinas (fatores de crescimento), que ganham
espaço crescente em importância nesse contexto14
.
Tecidos alógenos ou heterógenos para uso clínico, que
substituem temporariamente a pele humana em lesões como
queimaduras, feridas traumáticas, úlceras crônicas ou feri-
mentos em diabéticos, não devem, a nosso ver, ser chamados
de curativos biológicos. Eles fazem parte do tratamento ci­­­­
rúrgico realizado pela cirurgia plástica.
O padrão de referência para a reconstrução do tegumento
cutâneo já está estabelecido como sendo os enxertos de pele
autógenos15
.
A terapia por pressão negativa idealizada por Argenta &
Morikwas16
, em 1997, e introduzida no Brasil, em 2003, por
Ferreira et al.17
também ganha espaço no arsenal terapêu­­­tico
moderno como uma opção a mais no tratamento das feridas,
em especial para a preparação do leito da ferida. Não deve,
portanto, ser considerada curativo.
Outro aspecto importante a ser destacado é que, frequen-
temente, a não-resolução fisiológica de uma ferida está asso­­
ciada à presença de comorbidades sistêmicas e situações
es­­­­­pecíficas, tais como desnutrição, doenças autoimunes, dia­­­­­­­­­
betes e corticoterapia9
.
O tratamento das feridas cutâneas é dinâmico, depende
da evolução das fases da reparação tecidual, e é inicialmente
clínico, principalmente utilizando curativos ou coberturas. O
tratamento cirúrgico deve ser instituído como opção quando
o tratamento inicial se mostra ineficaz ou é muito demorado8
.
Além de definir materiais de curativos como sendo os
curativos passivos (inertes) e aqueles com princípios ativos,
acreditamos que atualmente a variedade de curativos é cada
vez maior e a pressão da indústria farmacêutica para ocupar
espaço no mercado não para de crescer. Ainda não existem
curativos ideais para tratar toda e qualquer ferida, porém um
arsenal terapêutico vasto capaz de auxiliar o reparo tecidual
em várias situações já é uma realidade. Cabe aos profissionais
da saúde fazer a melhor escolha, sem nunca esquecer o quadro
sistêmico que está envolvido no tratamento de uma ferida.
REFERÊNCIAS
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Database Syst Rev. 2005;25(1):CD001737.
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de cura das feridas: cicatrização fisiológica. Rev Med. 2010;89(3/4):
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Abdullah A, et al. Wound healing: the role of growth factors. Drugs
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	 9.	 Harding KG, Morris HL, Patel GK. Science, medicine and future: hea­­­
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	10.	 Ferreira MC, Paggiaro AO, Isaac C, Teixeira Neto N, Santos GB. Subs-
titutos cutâneos: conceitos atuais e proposta de classificação. Rev Bras
Cir Plást. 2011;26(4):696-702.
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rimental human skin wounds. Nature. 1963;200:377-8.
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donor site wounds. J Wound Care. 2009;18(1):27-30.
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dermis graft: another autologous option for acute burn wound coverage.
Burns. 2012;38(2):274-82.
	16.	Argenta LC, Morikwas MJ. Vacuum-assisted closure: a new method
for wound control and treatment: clinical experience. Ann Plast Surg.
1997;38(6):563-76.
	17.	 FerreiraMC,WadaA,TumaJrP.Thevacuumassistedclosureofcomplex
wounds: report of 3 cases. Clinics. 2003;58(4):277-30.
Correspondência para: 	 Pedro Henrique de Souza Smaniotto
		 Rua Abílio Soares, 666 – ap. 21B – Paraíso – São Paulo, SP, Brasil – CEP 04005-002
		 E-mail: pedrofmusp@yahoo.com.br

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Sistematização de curativos para tratamento de feridas

  • 1. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6 623 Sistematização de curativos para o tratamento clínico das feridas Sistematização de curativos para o tratamento clínico das feridas Systematization of dressings for clinical treatment of wounds RESUMO O tratamento das feridas cutâneas inclui métodos clínicos e cirúrgicos, sendo o curativo um dos tratamentos clínicos mais frequentemente utilizados. Um vasto arsenal terapêutico composto por curativos passivos ou com princípios ativos é capaz de auxiliar na reparação do tegumento em diversas situações. Curativos visam a melhorar as condições do leito da ferida, podendo ser, em algumas ocasiões, o próprio tratamento definitivo, mas em muitas situações constituem apenas uma etapa intermediária para o tratamento cirúrgico. Curativos inteligentes e biológicos são hoje mais bem classificados como substitutos cutâneos e não serão considerados neste artigo. A escolha do curativo a ser utilizado deve ser baseada no conhecimento das bases fisiopatológicas da cicatrização e da reparação tecidual, sem nunca esquecer o quadro sistêmico do paciente. Descritores: Bandagens. Cicatrização. Ferimentos e lesões. ABSTRACT The treatment of cutaneous wounds includes both medical and surgical methods; dressing is one of the most commonly used clinical treatments. An extensive therapeutic toolkit comprising passive dressings or dressings with active principles can help repair wounds in various situations. Dressings are used to improve the conditions of the wound bed and may occasionally be considered the definitive treatment, whereas in some cases, they may be considered an intermediate step to surgical treatment. Intelligent and biological wound dressings are currently classified as dermal substitutes and will not be discussed in this article. Dressings should be selected on the basis of knowledge of the pathophysiology of wound healing and tissue repair while keeping the systemic problems of the patient in mind. Keywords: Bandages. Wound healing. Wounds and injuries. Trabalho realizado na Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Artigo submetido pelo SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBCP. Artigo recebido: 13/12/2011 Artigo aceito: 18/1/2012 1. Médico residente de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil. 2. Professor titular da Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), São Paulo, SP, Brasil. 3. Médico assistente da Divisão de Cirurgia Plástica do HCFMUSP, membro titular da SBCP, São Paulo, SP, Brasil. Pedro Henrique de Souza Smaniotto1 Marcus Castro Ferreira2 Cesar Isaac3 Rafael Galli1 Franco T et al.Vendramin FS et al. ARTIGO ESPECIAL INTRODUÇÃO O interesse da medicina pelos cuidados com as perdas de continuidade do tegumento cutâneo vem desde a Anti- guidade1 . O tratamento das feridas inclui métodos clínicos e cirúrgicos e o curativo é o tratamento clínico mais frequente- ­­men­­­­te utilizado para auxiliar a reparação tecidual2 . A escolha do material adequado para o curativo decorre do conheci­­men­­ ­­to tanto fisiopatológico como bioquímico dos mecanis­­­­mos de ci­­­ca­trização e reparação tissular. Feridas são representadas não apenas pela ruptura da pe­­­­­le e do tecido celular subcutâneo, mas também, em alguns casos, por lesõesemmúsculos,tendõeseossos.Asferidaspo­­­­­­demserclassi- ficadas quanto a etiologia, complexidade e tempo de existência3 .
  • 2. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6624 Smaniotto PHS et al. Traumatismos, queimaduras, úlceras por pressão, úlceras por hipertensão venosa, feridas em membros inferiores de in­­­­­ divíduos diabéticos e feridas por radioterapia são exemplos de algumas das etiologias de feridas encontradas na prática clínica. Quanto à complexidade, define-se ferida simples como aquela que evolui espontaneamente para a resolução, se­­­­ guindo os três estágios principais da cicatrização fisiológi­­­­ca: inflamação, proliferação celular e remodelagem tecidual4 . Já lesões que acometem áreas extensas e/ou profundas, que necessitam de recursos especiais para sua resolução, têm seu processo de evolução natural alterado e representam ameaça à viabilidade de um membro ou feridas recorrentes que reabram ou necessitem de tratamento mais elaborado, são denominadas feridas complexas5 . Ferreira et al.5 definiram critérios para considerar uma ferida como complexa: I) extensa e profunda perda de tegu- mento; II) presença de infecção local; III) comprometimento da viabilidade dos tecidos com necrose; e IV) associação a doenças sistêmicas que dificultam o processo fisiológico de reparação tecidual. Curativo ou cobertura é definido como um meio terapêu- tico que consiste na limpeza e aplicação de material sobre uma ferida para sua proteção, absorção e drenagem, com o in­­­tuito de melhorar as condições do leito da ferida e auxiliar emsuaresolução.Curativospodemser,emalgumasocasiões, o próprio tratamento definitivo; em outras, apenas uma etapa intermediária para o tratamento cirúrgico6 . Há no mercado mundial diversos materiais de curativo que podem ser utilizados nas diferentes etapas de trata- mento das feridas, a saber: higienização, desbridamento, di­­­­­­­­­­­­­­minuição da população bacteriana, controle do exsudato, es­­­­­­­­tímulo à granulação e proteção da reepitelização. Fan et al.7 sugerem que os curativos sejam classificados em curativos passivos, curativos com princípios ativos, cura- tivos inteligentes, curativos biológicos e compostos.ATabela 1 enumera os tipos de curativo, como descritos na literatura. De acordo com a experiência clínica adquirida em am­­­­ bulatórios, centro cirúrgico e enfermarias da Divisão de Ci­­­­­rurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), consideramos mais adequado separar os curativos propriamente ditos (curativos passivos e com princípios ativos) daqueles atualmente classificados como substitutos cutâneos sintéticos e/ou biossintéti­­­­cos. No presen­­­­te trabalho, serão abordadas apenas as cobertu­­­­ras propriamente ditas, os curativos passivos e os com prin­­­ cípios ativos. MÉTODO Os critérios de eleição do tipo de curativo a ser usado na Divisão de Cirurgia Plástica do HCFMUSP estão expostos na Tabela 2. RESULTADOS Na Tabela 3, é apresentada a sistematização proposta em nosso serviço, listando produtos com sua composição, meca- nismos de ação, indicações e desvantagens. DISCUSSÃO Nas afecções que não cicatrizam normalmente, a coor- denação do processo fisiológico de reparo tecidual exercida por sinalizadores (TGF-beta, PDGF, IGF-1, VEGF, FGF) não ocorre de forma adequada e os mecanismos bioquímicos mediados por citocinas (TNF-alfa, IL-1, INF-gama) não são efetivos8 . O processo de reparação tissular não se completa de forma adequada e, consequentemente, não é instituída a integridade do tegumento. São definidas como feridas agudas aquelas que se re­­­­sol­­ ­vem em até 3 semanas. Alguns autores pregam que so­­­­­­mente Tabela 1 – Classificação dos diversos materiais de curativo proposta por Fan et al.7 . Curativos passivos Curativo não-aderente Filme transparente Espuma polimérica Hidrocoloide Hidrogel Curativo com princípios ativos Alginato Carvão ativado Placas de prata Curativos inteligentes Matriz de colágeno Matriz de celulose Curativos biológicos Curativos biológicos Tabela 2 – Critérios para a escolha dos curativos utilizados no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Promover reparação mais rápida da ferida Diminuir infecção/colonização Proteger contra sujeiras e bactérias Afastamento do trabalho Necessidade de maior equipe Maior número de trocas Conforto do paciente Menos dor Trocas mais ágeis Aparência atrativa, sem odor Menor custo
  • 3. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6 625 Sistematização de curativos para o tratamento clínico das feridas após 3 ou 4 meses de não-resolução do quadro essas feridas devem ser consideradas crônicas9 . Diante das condutas mais modernas no tratamento dessas feridas, tal definição não nos parece razoável; assim, Tabela 3 – Padronização dos diferentes tipos de curativos utilizados em nosso serviço, levando-se em conta sua composição química, mecanismo de ação, indicações e desvantagens na sua utilização. Composição Mecanismo de ação Indicações Desvantagens Curativo não-aderente Tela de acetato de celulose e/ou tela de raiom com emulsão de petrolato Promover meio úmido Queimaduras parciais, áreas doadoras e receptoras de enxertos e lacerações Não deve ser usado na presença de infecção e exsudato; necessita de trocas frequentes Curativo não-aderente com silicone Tela de poliamida com silicone Livre fluxo de exsudato e remoção atraumática; proporciona meio úmido; possibilita menor número de trocas de curativo Queimaduras parciais, áreas doadoras e receptoras de enxertos e lacerações Não deve ser usado na presença de infecção e de grande quantidade de exsudato Filme transparente Polímero de poliuretano, com uma das faces de adesivo de acrílico Cobertura impermeável à água e micro-organismos; manutenção do leito úmido; possibilita menor número de trocas de curativo Visibilização do leito, feridas superficiais sem exsudato; áreas doadoras de enxertos Não deve ser usado na presença de infecção e de grande quantidade de exsudato Espuma polimérica com ou sem prata Matriz de poliuretano e silicone com ou sem prata Absorção com isolamento térmico; ação bacteriostática da prata; possibilita trocas menos frequentes Feridas exsudativas, profundas, úlceras residuais com colonização bacteriana crônica pós-enxertia de pele Não deve ser usada em feridas simples e secas Hidrocoloide Polímero de poliuretano semipermeável (face externa) e carboximetilcelulose, gelatina e pectina (face interna) Absorve pequeno volume de exsudato; mantém o meio úmido Proteção de proeminência óssea e feridas com lesão parcial de pele Não deve ser usado na presença de infecção e de grande quantidade de exsudato; necessita de trocas frequentes Hidrogel Polímero de álcool de polivinil, poliacrilamidas e polivinil Mantém ambiente úmido, possibilitando, liquifação de materiais necróticos (desbridamento autolítico) Queimaduras e feridas com tecidos desvitalizados (esfacelos e necrose úmida) Não deve ser usado na presença de infecção e de exsudato Alginato de cálcio Fibras de algas marinhas impregnadas com cálcio O cálcio induz hemostasia; capacidade de absorver exsudatos; desbridamento autolítico Feridas abertas exsudativas, cavitárias e sangrantes Não deve ser usado em feridas simples e secas Carvão ativado com prata Fibras de carvão ativado impregnado com prata 0,15% O carvão ativado adsorve o exsudato e diminui o odor; a prata exerce função bacteriostática Feridas fétidas, exsudativas e infectadas Não deve ser usado em feridas simples e secas Malha com prata Malha com sais de prata Prata iônica causa precipitação de proteínas, agindo na membrana citoplasmática da bactéria (bacteriostática) Feridas com infecção; queimaduras profundas e extensas Não deve ser usada em pacientes com hipersensibilidade à prata
  • 4. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):623-6626 Smaniotto PHS et al. consideramos que feridas não curadas em até 3 semanas devam ser denominadas crônicas. No tratamento dessas feridas, denominamos curativos somente as coberturas (curativos passivos) ou aqueles que levem ao leito algum princípio ativo. Preferimos classificar os curativos inteligentes e biológicos como substitutos cu­­­­­ tâneos, pois sua ação é provavelmente mais dependente da substituição da derme degradada nessas feridas, assunto que mereceu uma publicação independente10 . A utilização de curativos passivos é descrita na literatura desde 1962, quandoWinter11 demonstrou, em trabalhos expe- rimentais, que a reepitelização ocorria mais rapidamente em feridas ocluídas que naquelas expostas ao ar. O autor atribuiu esse fenômeno ao ambiente úmido que o curativo proporcio- nava. Posteriormente, Hinman & Maibach12 demonstraram resultados semelhantes em humanos. Curativos com princípios ativos possuem ação tópica de­­­­pendente de sua composição química13 . Esses princípios ativos atuam principalmente no desbridamento enzimático e no controle da população bacteriana durante o preparo do leito de uma ferida. O curativo chamado de inteligente por Fan et al.7 conse- guiria alterar o microambiente de um leito cruento crônico, induzindo estímulos a sinalizadores endógenos responsáveis por orquestrar o reparo resolutivo de uma ferida. Tais sinali- zadores são citocinas (fatores de crescimento), que ganham espaço crescente em importância nesse contexto14 . Tecidos alógenos ou heterógenos para uso clínico, que substituem temporariamente a pele humana em lesões como queimaduras, feridas traumáticas, úlceras crônicas ou feri- mentos em diabéticos, não devem, a nosso ver, ser chamados de curativos biológicos. Eles fazem parte do tratamento ci­­­­ rúrgico realizado pela cirurgia plástica. O padrão de referência para a reconstrução do tegumento cutâneo já está estabelecido como sendo os enxertos de pele autógenos15 . A terapia por pressão negativa idealizada por Argenta & Morikwas16 , em 1997, e introduzida no Brasil, em 2003, por Ferreira et al.17 também ganha espaço no arsenal terapêu­­­tico moderno como uma opção a mais no tratamento das feridas, em especial para a preparação do leito da ferida. Não deve, portanto, ser considerada curativo. Outro aspecto importante a ser destacado é que, frequen- temente, a não-resolução fisiológica de uma ferida está asso­­ ciada à presença de comorbidades sistêmicas e situações es­­­­­pecíficas, tais como desnutrição, doenças autoimunes, dia­­­­­­­­­ betes e corticoterapia9 . O tratamento das feridas cutâneas é dinâmico, depende da evolução das fases da reparação tecidual, e é inicialmente clínico, principalmente utilizando curativos ou coberturas. O tratamento cirúrgico deve ser instituído como opção quando o tratamento inicial se mostra ineficaz ou é muito demorado8 . Além de definir materiais de curativos como sendo os curativos passivos (inertes) e aqueles com princípios ativos, acreditamos que atualmente a variedade de curativos é cada vez maior e a pressão da indústria farmacêutica para ocupar espaço no mercado não para de crescer. Ainda não existem curativos ideais para tratar toda e qualquer ferida, porém um arsenal terapêutico vasto capaz de auxiliar o reparo tecidual em várias situações já é uma realidade. Cabe aos profissionais da saúde fazer a melhor escolha, sem nunca esquecer o quadro sistêmico que está envolvido no tratamento de uma ferida. REFERÊNCIAS 1. Jones JE, Nelson EA. Skin grafting for venous leg ulcers. Cochrane Database Syst Rev. 2005;25(1):CD001737. 2. Chung KC, Glori AK. Systematic review of skin graft donor-site dres- sings. Plast Reconstr Surg. 2009;124(1):307-8. 3. Kanj LF, Wilking SV, Phillips TJ. 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