2. O tratamento de feridas sempre variou com o objetivo de
melhores resultados cicatriciais em menor tempo possível;
Pré-história - extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas e
lama - aplicados sobre as feridas;
Mesopotâmia - feridas lavadas com água ou leite, curativos
com mel ou resina. Lã de carneiro, folhas e cascas de árvores
para cobertura;
Egípcios - feridas fechadas cicatrizava mais rápido e passaram
a usar tiras de pano para unir as margens da lesão.
Blanes, L. Tratamento de feridas. Baptista-Silva JCC, editora Cirurgia vascular: guia ilustrado. São Paulo: 2004. URL: http://www.bapbaptista.com
3. Pele:
Maior órgão - recobre toda a superfície do corpo;
Aprox. 5% do seu peso total;
Envoltório de proteção ao meio externo controlando a perda
de fluidos corporais;
Atua como uma capa protetora e uma barreira impermeável
a muitas substâncias.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
4. Pele:
Dividida em camadas distintas: epiderme, derme e
hipoderme , firmemente unidas entre si;
Epiderme: é a mais externa e principal barreira de defesa;
Derme: intermediária e vascularizada;
Hipoderme / tecido subcutâneo: é a mais profunda,
constituída de tecido gorduroso.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
5. Torres HF. Noções de anátomo-fisiologia da pele. http://www.ebah.com.br/content/ABAAABqeEAC/02-anatomo-fisiologia-pele
6. Interrupção da continuidade de um tecido
corpóreo, em maior ou em menor extensão,
ocorrida por diversas causas
Ferreira AM, Bogamil DDD, Tormena PC. O enfermeiro e o tratamento de feridas: em busca da autonomia do cuidado. Arq ciênc saúde [Internet]. 2008
7. LESÃO
Traumáticas
Agentes
químicos e
físicos
Doenças
de base
LP*
*Terminologia atualizada em 2016 pela
National Pressure Ulcer Advisory
Panel (NPUAP), publicou mudança na
terminologia de “Úlcera por pressão”, após
uma conferência realizada em Rosemont
(Chicago).
Saraiva IL, Carvalho R De. Úlcera por pressão no período transoperatório : ocorrência e fatores associados. 2011;19(11):207-213.
*(NPUAP). National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) announces a change in terminology from pressure ulcer to pressure injury and updates the
stages of pressure injury. 2016.
8.
9. AVALIAÇÃO DE FERIDAS
Parte fundamental e
indispensável do processo de
tratamento
Permite tomada de
decisões correta
Condutas terapêuticas
visando uma cicatrização
eficaz e que promova
conforto ao paciente
Plano de cuidados
com estratégias de
tratamentos mais
adequados
Mandelbaum MHS, Mandelbaum SH, Santis EP. Cicatrização: Conceitos Atuais e Recursos Auxiliares – Parte I. Anais Bras Dermatol. 2003
Soares MJGO, Oliveira SHS, Morais GFC. Avaliação de Feridas pelos Enfermeiros de Instituições Hospitalares da Rede Pública. Rev Enfermagem. 2002
Nascimento AR, Namba M. Aspecto da ferida: avaliação de enfermagem. Rev Enferm UNISA. 2009
10. Importante fazer a avaliação da ferida, considerando os
fatores que podem influenciar de maneira positiva ou
negativa a evolução durante as fases de cicatrização
- Edemas;
- Perfusão tissular;
- Corpo Estranho;
- Tecido Necrótico;
- Ressecamento;
- Estado Nutricional;
- Doenças Crônicas;
- Tabagismo;
- Drogas e Medicamentos;
- Idade avançada;
- Mobilidade;
- Pressão contínua sobre uma
determinada área ou lesão;
- Complicações vasculares;
- Infecção...
AVALIAÇÃO DE FERIDAS
Nascimento AR, Namba M. Aspecto da ferida: avaliação de enfermagem. Rev Enferm UNISA. 2009
13. T = tissue (tecido)
I = infection (infecção/inflamação)
M = moisture (umidade)
E = edge (bordas)
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO: TIME
Observar esses quatro princípios, pois cada um deles
influenciará no processo de cicatrização
MOFFATT, C.J. Wound bed preparation in practice. European Wound Management Association (EWMA). 2004.
Baseado em trabalhos científicos, foi criado um acrônimo usando
os nomes de componentes da língua inglesa denominado TIME
14. T
Tissue (tecido): Diferentes tipos de tecidos
presentes na ferida;
MOFFATT, C.J. Wound bed preparation in practice. European Wound Management Association (EWMA). 2004.
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO: TIME
15. I
Infection (infecção/inflamação): Presença ou
ausência;
COLONIZAÇÃO:
Microbiota da pele, mantém um
equilíbrio com o hospedeiro, sendo
caracterizadas pela presença de
múltiplos microorganismos, que
não provocam danos na ferida nem
interrompem o processo de
cicatrização
INFECÇÃO:
Carga bacteriológica elevada,
provoca danos nos tecidos e
alterações no sistema imunitário
da ferida. Afeta o processo de
cicatrização, pode apresentar
mudança de cor do leito da ferida,
mau odor, edema, febre e
exsudado abundante e purulento
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO: TIME
16. M
Moisture (umidade): Equilíbrio da umidade;
EXSUDATO:
Líquido inflamatório extravascular com concentração protéica
elevada e grande quantidade de restos celulares
COR, VOLUME, CONSISTÊNCIA e ODOR
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO: TIME
18. TIME AÇÕES PROPOSTAS
T = Tecido não viável ou deficiente Gestão do tecido não viável
I = Inflamação ou infecção Controlar inflamação e infecção
M = Exsudato em desequilíbrio Controlar exsudato
E = Bordas da lesão, não avançam Estimulação do epitélio
Tabela 1: Evolução da técnica de avaliação TIME
Fonte: Adaptação: European Wound Management Association (EWMA). 2004.
MOFFATT, C.J. Wound bed preparation in practice. European Wound Management Association (EWMA). 2004.
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO: TIME
19. Mensuração da ferida:
AVALIAÇÃO DE FERIDAS
Nascimento AR, Namba M. Aspecto da ferida: avaliação de enfermagem. Rev Enferm UNISA. 2009
20. Escala de avaliação de dor:
Escala Numérica (0-10)
Oliveira, PFT et al. Avaliação da dor durante a troca de curativo de úlceras de perna. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2012 Out-Dez; 21(4): 862-9
AVALIAÇÃO DE FERIDAS
Nascimento AR, Namba M. Aspecto da ferida: avaliação de enfermagem. Rev Enferm UNISA. 2009
23. Técnica utilizada para favorecer a cicatrização,
promovendo um meio terapêutico ideal para cada
tipo e fase , eliminando os fatores que possam retardar
sua cura
CURATIVO
Auxiliar o organismo a promover a
cicatrização
Promove conforto e elimina os
fatores desfavoráveis que retardam a
cicatrização
Diminuir infecções cruzadas, através
de técnicas e procedimentos adequados
Nascimento AR, Namba M. Aspecto da ferida: avaliação de enfermagem. Rev Enferm UNISA. 2009
24. GAZE:
• Absorve o fluído;
• Ferida exsudativa: barreira
inadequada à contaminação;
• Pode liberar fragmentos que agirá
como corpo estranho retardando
a cicatrização;
CURATIVOS CONVENCIONAIS
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
25. CURATIVOS CONVENCIONAIS
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS – AGE
Composição: óleo vegetal composto por
ácido linoleico, ácido caprílico, vitamina
A, E e lecitina de soja;
Aplicado no leito da ferida ou em gazes;
Troca no máximo a cada 24 horas.
Ferreira AM, de Souza BM, Rigotti MA, Loureiro MR. Utilização dos ácidos graxos no tratamento de feridas: uma revisão integrativa da literatura nacional.
Rev Esc Enferm USP. 2012; 46(3):752-60
Não há ensaios clínicos que comprovem sua ação
26. CURATIVOS OCLUSIVOS
Colagenase - Kollagenase Ulcerase
• Composta por enzimas proteolíticas;
• Age seletivamente degradando o colágeno nativo da ferida,
promovendo o desbridamento de forma suave sob os tecidos
desvitalizados;
• Não aderente (requer curativo secundário);
• Troca: diária.
Indicações: feridas com tecidos desvitalizados
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
27. Espuma de poliuretano externa, gel hidrocolóide,
fina camada adesiva;
Fácil aplicação, prova d’água, não requer curativo
secundário;
Absorve exsudado e forma um gel viscoso que
permite aderência do curativo na base da ferida e
mantém o meio úmido;
Troca: 3 a 7 dias (quantidade de exsudado).
CURATIVOS OCLUSIVOS
Hidrocoloides - Nuderm Duoderm Comfeel Tegasorb
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
28. Indicações: feridas com pouco ou médio exsudato
CURATIVOS OCLUSIVOS
Hidrocoloides - Nuderm Duoderm Comfeel Tegasorb
Desvantagens:
- Maceração da pele adjacente
- Trocas frequentes em feridas com grande exsudação
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
30. CURATIVOS OCLUSIVOS
Hidrogéis - Saf-gel/Debrigel / Vigilon / Nu-gel / Duoderm gel
• Rede de polímeros hidrofílicos (géis ou placas);
• Amolece e remove tecidos desvitalizados através do
desbridamento autolítico;
• Não aderente (requer curativo secundário);
• Troca: 2 dias.
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
31. Indicações: feridas secas ou com pouco exsudato, com
necrose, remoção de crostas e tecidos desvitalizados
CURATIVOS OCLUSIVOS
Hidrogéis - Saf-gel/Debrigel / Vigilon / Nu-gel / Duoderm gel
Desvantagens:
- Trocas frequentes
32. Complexo de enzimas proteolíticas retiradas do latex
do mamão papaia (Carica papaia);
Indicação: feridas com tecido necrótico e desvitalizado
Desbridamento químico, bactericida e bacteriostático;
- 2% - feridas com tecido de granulação;
- 4% a 6% - necrose úmida;
- 8% a 10% - necrose de coagulação
Troca: 12 a 24 horas
CURATIVOS OCLUSIVOS
Papaína
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
34. CURATIVOS OCLUSIVOS
Alginato de cálcio - Kaltostat, Sorbsan
• Polissacárides preparado dos sais de alginato de
cálcio (derivado de algas marinhas marrons);
• O sódio do exsudado e o cálcio das fibras fazem
uma troca formando o gel solúvel.
• Alta capacidade de absorção, induz à hemostasia;
• Indicações: feridas infectadas ou não,
exsudativas e sangrantes.
• Troca: 24 a 72 horas. Não aderente (curativo secundário)
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
36. Absorve o exsudato e filtra o odor;
A prata exerce ação bacterisostática;
Troca: até 7 dias (de acordo com a
saturação);
Alguns curativos não podem ser cortado para
não haver liberação do carvão ou da prata na
lesão
CURATIVOS OCLUSIVOS
Carvão ativado - Actisorb plus (com prata)/ Carboflex (com alginato)
Indicações: Úlcera com mau odor, colonizadas e exsudativas
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
38. CURATIVOS OCLUSIVOS
Hidrofibra- Aquacel
Indicações: Ferida colonizada e exsudativa
Composta por fibras de carboxometilcelulose sódica, formando
um gel que interage com o exsudato da ferida, mantendo o meio
úmido;
Troca: 3 a 5 dias.
Santos, JB et al. Avaliação e tratamento de feridas: orientações aos profissionais da saúde. HC Porto Alegre – RS
40. Grau de exsudato da ferida
Presença de infecção
e colonização
• Hidrogéis
• Colagenase
• Hidrocoloide
Moderado
• Hidrogéis
• Alginato de
cálcio
• Hidrocoloide
• Alginato de
cálcio
• Hidrofibra
• Carvão ativado
Sim
• Carvão ativado
• Hidrofibra
Leve
ESCOLHA DO CURATIVO OCLUSIVOS
Intenso Não
41. Maia LCM, Monteiro MLG. Prevenção e tratamento de úlceras de pressão. In: Silva RCL, Figueiredo NMA, Meireles IB. Feridas fundamentos e atualizações em
enfermagem. 1ª ed. São Caetano do Sul SP: Yendis; 2007. p.365-79.
ENFERMEIRO
Estar em constante processo de atualização, apropriar-se
de conhecimentos relacionados à assistência;
Motivar na busca da melhoria da qualidade;
Limpeza, desbridamento e curativos são importantes
para preparo do leito da ferida;
A escolha do curativo depende de vários fatores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS