SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 43
Baixar para ler offline
Mecânica Clássica X Mecânica Quântica
                                      Maria Teresa Thomaz (IF/UFF)
                                      mariateresa.thomaz@gmail.com




         Apresentação

1. Mecânica Clássica X Mecânica Quântica
2. Dinâmicas: clássica X quântica
3. Equação de Schrödinger e suas consequências
   3.1. Autoestados de energia
   3.2. Tunelamento

                                                                     1

         Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
1. Mecânica Clássica X Mecânica Clássica
  . Mecânica Clássica
O que significa na Mecânica Clássica descrever o estado de
um objeto?




Dada a posição inicial : r(0) e a velocidade inicial: v(0),
somos capazes de saber qual é a posição do objeto em
qualquer outro instante t : r(t).

              O que significa velocidade?                         2

          Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Relembrando o significado geométrico: limite e derivada.

   . Limite :
O limite de uma função f(x) é o valor para o qual ela se
aproxima à medida que a variável x se aproxima de um valor
estipulado, sem jamais ser igual a ele .

                                                           {

 Ex. 1. f(x) = 2x2




                           lim
                            x   2
                                      f (x )  8
                                                                        3

                Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Ex. 2. g(x) =   {   2x 2 , x  2
                    10, x  2




                      lim
                       x  2
                                 g (x )  8
                                                                   4

           Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Relembrando algumas relações do triângulo
    retângulo :
C
                a                             catetos: b, c
c                                              hipotenusa : a
                      θ
                                                         a   2
                                                                 b   2
                                                                          c   2
                                    A
    B       b
                  b                             sen ( ) 
                                                              c
        cos( ) 
                  a                                           a

                  sen ( )                                        c
        tg ( )                                   tg ( ) 
                   cos( )                                        b
                                                                                   5

         Instituto de Física, UFF       Mec. Cláss X Mec. Quânt...
. Derivada :
   Consideramos um exemplo particular para entender o
   significado geométrico da derivada de uma função f(x)
   em relação a ponto pré-definido x.

        Continuamos com : f(x) = 2x2 . A derivada de f(x) no
        ponto x=2 é definida como:
  df (x )                       f (x )  f (2 )
          | x  2  lim
   dx                x 2           x 2
                                                                                            f (3)  f (2 )
                                                                               tg (1 ) 
                                                                                                32
                            f (x )  f (2 )
    x           f(x)            x 2

    3            18           10
                                  10
                               1

   2,1          8.82           0.82
                                     8.2
                                0.1

2.000001 8.000008           0.000008
                                      8.000002
                            0.00001


Coeficiente angular da reta                                f (x )  f (2 ) df (x )
                                              tg ( )                            |                  6
tangente a curva f(x) em x=2 :                      x 2       x 2         dx         x 2



                  Instituto de Física, UFF        Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Outra maneira de escrever a derivada de uma função f(x)
no ponto x=2:
 df (x )                 f (x )  f (2 )                 f (2  x )  f (2 )
  dx
         | x  2  lim
                             x 2
                                             x lim
                                         x 2                   x
                                                                              .
                    x 2                          x  0



 Para f(x) = 2x2 :

  df (x )                2  (2  x )2  2  2 2 2  [ 4  4x  ( x )2 ]  2  4
          |                                     
   dx       x  2 x  0           x                           x
                 8  x   2  ( x )2                                             df (x )
                                             8  2  x                 8            | x 2
          x  0   x        x             x  0                 x  0
                                                                                   dx

                                           A derivada de uma função
                                   g(x) calculada num ponto x:
                                   dg (x )          g(x  x )  g(x )
                                            lim                            .
                                    dx       x  0           x
                                            tg () , coeficiente angular da                 7
                                                           reta tangente .
                Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Algumas propriedades das derivadas:
           d (a )
     1.            0,
            dx

          d (a  f (x ))      df (x )
    2.                   a          ,
              dx               dx
          d ( f (x )  g(x ))   df (x ) dg (x )
   3.                                         ,
                  dx             dx      dx

sendo que a é qualquer valor constante e f(x) e g(x) são
quaisquer funções .


Exercício: utilize a definição de derivada de uma função
g(x) para mostrar as propriedades acima.

                                                                   8
           Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Para simplificar a apresentação, vamos discutir o
 movimento em 1 dimensão, por ex. ao longo da direção
 x.

 A relação entre o momento linear p(t) de uma
 partícula de massa m e a sua velocidade v(t) é:
                       p(t) = m . v(t) .

A velocidade v(t) é uma medida de quanto a posição do
objeto durante um intervalo muito curto de tempo ∆t.

Para um intervalo de tempo ∆t → 0,
                   p (t )        x ( t  t )  x ( t )
        v (t )                                        .
                    m     t  0          t

Veja como é importante o conceito de limite no estudo do
movimento.
                                                                    9

            Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Em resumo:
O movimento de qualquer objeto está completamente
determinado se damos sua trajetória : r(t) e v(t) em
cada instante t. Note que r(t) e v(t) são funções do
tempo t .

 . Cinemática da Mecânica Clássica :
            r(t) e v(t)                        trajetória




                                                                    10

            Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
. Mecânica Quântica
Vamos tratar sistemas quânticos em 1-dimensão, por exemplo
ao longo da direção x .

 Princípio da Incerteza de Heisenberg :
                               
               x .p 
                               2

 ∆ x : incerteza na posição da partícula

 ∆ p : incerteza no momento linear da partícula


                                                  OBS:
 h : constante de Planck, mas
                                                  energia: [mv2] → J
          h
            1, 05 x 10 34 J .s                momento: [mvr] → J. s
          2                                      angular                 11


          Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Consequência do Princípio da Incerteza de Heisenberg:

  para ∆t → 0 temos
             p (t )    x (t  t )  x (t )
                                           .
              m t  0         t

    e pelo princípio da incerteza de Heisenberg,

                                           x ( t  t )  x ( t )
p                                    p ~                        .
     2.x        ∆x→0
                                                     t
                ħ = 1,05 x 10-34 Js


 Conclusão: não podemos conhecer simultaneamente a
 posição x(t) e o momento linear p(t) de qualquer objeto
 quântico         objetos quânticos não seguem trajetórias.

          Precisamos de uma nova cinemática para
                            os sistemas quânticos.                       12

            Instituto de Física, UFF    Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Relembrando o valor da cte de Planck: ħ = 1,05 x 10-34 Js
  O valor de ħ nos informa quando a natureza quântica
  é importante.
Ex. : chute em uma bola de futebol
(momento angular de um sistema macroscópico (dia-a-dia))
                         O momento angular da bola em
                         relação ao ponto O (o pé do goleiro):
                                                                 
                                  L  r  p  r m v
                                       
                       os vetores r e p formam um ângulo de 90º,
                                            L  r .mv
           m = 0,5kg, v = 20 m/s (~80km/h) e r = 2m
 L  0.5  20  2 Js  1.09  10 33  ! ! ! dia-a-dia: L >>> ħ.
Qdo olhamos a areia da praia ela parece contínua, mas
quando cai um grãozinho no olho da gente ... Onde está o
grãozinho do mundo quântico?                                             13

             Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
O princípio da Incerteza de Heisenberg tem alguma influência
 no movimento de um lápis apoiado sobre a sua ponta fina ?
                                                
                              x .p 
                                                2
              O princípio da incerteza de Heisenberg aplicado
              ao centro de massa (CM) do lápis:
                            m    lápis   = 5g       ∆xCM = 0,1mm
                                                                   
               Para simplificar as contas:                   p ~
                                                                  x
              O lápis roda em torno da sua ponta qdo a linha
              vertical que passa pelo CM não passa por nenhuma
              parte deste ponto de apoio :
                
          p ~    ~ mv                             ∆v ~2 x 10-26 cm/s = vCM
               x
                                                  x
Distância percorrida pelo CM antes de tombar: x ~     v CM t CM
                                                   2
     tCM ~10+25s ; tUniver ~1.5x 10+17s                      tCM ~108x tUniv !!   14

              Instituto de Física, UFF    Mec. Cláss X Mec. Quânt...
2. Dinâmicas: clássica X quântica
O que a Física deseja em cada fenômeno ?
Conhecido o estado inicial do objeto sob estudo, ser
capaz de determinar o seu estado após ter decorrido um
intervalo de tempo qualquer t.

 Vamos estudar a evolução no tempo (dinâmica) de
 sistemas conservativos (a energia total se conserva). Em
 sistemas conservativos não temos forças tipo força de atrito
 em que temos perda de energia do sistema. Sobre esses
 sistemas estudados agem apenas as forças conservativas.

 Exemplo de forças conservativas :




        força da gravidade                 força elástica/mola         15

               Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
. Dinâmica Clássica

i) condições iniciais : x(0) e v(0)

ii) 2ª lei de Newton : m
                         d 2x
                         dt 2
                               F (t )  ma (t )                         }   }
                                                                                 x(t), v(t)




  Ex. 1. Força de Hooke (força elástica da mola)

                                                F (x) = - kx


                                            x (t) = A sen (ωt + φ0) ,
                                        onde

                                   x(0) = A sen (φ0) , v(0) = ωA cos(φ0)

                                        e                  k
                                                   
                                                           m                            16

             Instituto de Física, UFF       Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Ex. 2. Força da gravidade
          
         F  mgz
                ˆ
 sendo g a aceleração da gravidade .

 A 2ª lei de Newton, para a força da gravi-
 dade, nos dá para qualquer instante
 posterior t :
                   1
      z (t )       gt   2
                               v 0t  z ( 0 )
                   2
onde v0 é a velocidade com que o objeto passa na posição z(0).


Resumo : conhecida a força F(t) que age sobre o objeto e
a sua posição inicial x(0) e a sua velocidade inicial v(0),
a 2ª lei de Newton nos determina exatamente a sua
posição e velocidade em qualquer outro instante t
       a dinâmica clássica é determinista.                            17

              Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
. Dinâmica Quântica
 i) x(t) e p(t) não são as quantidades para descrever um
 sistema quântico : princípio da incerteza de Heisenberg.

 ii) a lei de conservação de energia continua válida no
 mundo quântico.
 A lei de conservação da energia total para uma
 partícula de massa m que possui momento linear p
 sob a ação de uma força conservativa é:
                     p2
                 E       V (x ),
                     2m
lembrando que p2/2m é a energia cinética (movimento) e
V(x) é a energia potencial (que pode se transformar em
movimento). Qual a relação entre força conservativa e V(x)?
                    [ V (x  x )  V (x )]     dV (x )
       F (x )                                       .
           x  0             x                 dx
                                                                  18

          Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Exemplos de forças conservativas/energias potenciais :


 Ex. 1. Força de gravidade:
                                         dV (z )
                            F (z )  
                                          dz

                               F(z) = -mg




  Ex. 2. Força da mola/elástica
                                    1
                           V (x )    kx 2
                                    2
                                    dV (x )
                         F (x )  
                                      dx

                       F(x) = - kx.                                   19

              Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Cinemática da Mecânica Quântica:
Postulamos que as grandezas cinemáticas posição, momento
e energia deixam de ser funções para serem operadores :
                                                                   
         = x ,           =- i               e          = i
                                 x                                t

 A lei de conservação de energia clássica,
                     p2
                 E      V (x ),
                     2m
 passa a ser no nível quântico escrita em termos dos
 operadores anteriores:

     2  2 (x , t )                          (x , t )
                      V (x ) (x , t )  i
   2m       x 2
                                                  t
                           Equação de Schrödinger
                                                                        20
          Instituto de Física, UFF    Mec. Cláss X Mec. Quânt...
A equação de Schrödinger:
      2  2  (x , t )                          (x , t )
                        V (x ) (x , t )  i
    2m       x  2
                                                    t
é uma equação de ondas .

Ψ(x,t) : função de onda. Toda a informação que podemos ter
sobre a partícula.
 As funções de onda não são quantidades que podemos
 medir experimentalmente. Em geral são funções complexas.

  Como relacionar o que calculamos na Mecânica Quântica,
  ψ(x,t), e o que medimos nos laboratórios?

  A Mecânica Quântica descreve um sistema probabilístico:
  |ψ(x,t)|2 : probabilidade da partícula ser encontrada na
  posição x no instante t.

                                                                      21
              Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
O que é uma probabilidade ?
       Da Estatística temos:
Suponhamos que fazemos uma medida de uma certa quan -
tidade cujo o resultado nem sempre é o mesmo .

 Para fixarmos um exemplo podemos pensar num dado que
 jogamos sobre uma mesa. O lado do dado que fica para
 cima pode ser: {1,2,...,6} . Temos 6 saídas possíveis em cada
 jogada .

 Seja um conjunto cujos resultados tem várias saídas
 possíveis: { A, B, C,...} .
  P(A) : probabilidade de sair o resultado A dentre
  todas as saídas possíveis.
  Para um número MUITO GRANDE de tentativas :
                n º com resultado A
        P( A) 
                 n º total tentativas
                                                                   22
           Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
O que caracteriza uma equação de onda ?
    O princípio da superposição . O que é esse princípio?

 Suponhamos que ψ1(x,t) é solução da eq. de Schrödinger :
        2  1 (x , t )                          1 (x , t )
            2

                         V (x )1 (x , t )  i
      2m      x 2                                    t
  e ψ2(x,t) também é solução desta equação :

        2   2 (x , t )                            2 (x , t )
            2

                          V (x ) 2 (x , t )  i
      2m      x 2                                       t

          ψ(x,t) = a1 ψ1(x,t) + a2 ψ2(x,t)

  também é solução da equação de Schrödinger.

Em que tipo de fenômeno temos o princípio de superposição?

                                                                         23
                 Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Qual a diferença entre Mecânica Clássica e Mecânica Quântica?

 Mecânica Clássica : jogamos pedras através de dois buracos.




                                                        P12  P1  P2




   P1: probabilidade da pedra passar pelo buraco 1 com o
   buraco 2 fechado.
   P2: probabilidade da pedra passar pelo buraco 2 com o
   buraco 1 fechado.
   P12: probabilidade da pedra passar pelo buraco 1 ou
   pelo buraco 2. Os 2 buracos estão abertos .                          24

               Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Mecânica Quântica: : um feixe de elétrons incidindo sobre
 uma parede com dois furos.




A função de onda para pontos após passar pelo anteparo é
a soma coerente de funções de onda que atravessam os furos
1 e 2:
                 (x , t )  a 11 (x , t )  a 22 (x , t )
   A probabilidade de encontrar um elétron na posição x
   e no instante t é:
 |  (x , t ) |2 | a 1 |2 | 1 (x , t ) |2  | a 2 |2 | 2 (x , t ) |2
             2 Re[a 1 a 21 (x , t ) 2 (x , t )]
                     *     *
                                                                      termo de        25
                                                                      interferência
              Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Temos algum efeito análogo a este na Física ?
     Eletromagnetismo : interferência de feixes de luz coerente. .

                                                                                    
                                                 E P (x , t )  E 1 (x , t )  E 2 (x , t )
                                                  
                                           E 1 (x , t ) : campo elétrico em P
                                                             devido ao furo 1.
                                                   
                                           E 2 (x , t ) : campo elétrico em P
                                                             devido ao furo 2.

    O que medimos ? A intensidade da luz em cada ponto P:
                                                    
      IP (x , t ) ~| E P (x , t ) | | E 1 (x , t )  E 2 (x , t ) |2
                                   2


                                          
        IP (x , t ) ~| E 1 (x , t ) |  | E 2 (x , t ) |2
                                     2

                                           
                     2 | E 1 (x , t ) || E 2 (x , t ) | cos( )
                                                                                             26
                                                                                 termo de
P               Instituto de Física, UFF        Mec. Cláss X Mec. Quânt...
                                                                                 interferência
Qual a consequência do termo de interferência na intensidade
da luz que vemos sobre uma superfície?




Relembrando:
                                            
 IP (x , t ) ~| E 1 (x , t ) |2  | E 2 (x , t ) |2
                                       
              2 | E 1 (x , t ) || E 2 (x , t ) | cos( )                  termo de
                                                                           interferência   27

                     Instituto de Física, UFF       Mec. Cláss X Mec. Quânt...
3. Equação de Schrödinger e suas consequências
 Relembrando a eq. de Schrödinger :
             2  2 (x , t )                          (x , t )
                              V (x ) (x , t )  i
           2m       x 2
                                                          t
         Como tiramos informações desta equação ?

 3.1. Autoestados de energia
 Funções de onda com energia total definida :
                          iEt                 
   (x , t )   (x ) e                    i     (x , t )  E  (x , t )
                                              t
                            




  A eq. de Schrödinger para estados com energia definida :

         2  2 (x , t )
                          V (x ) (x , t )  E  (x , t ) .
       2m       x 2                                                         28

              Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
A eq. de Schrödinger para estados com energia definida :

       2  2 (x , t )
                        V (x ) (x , t )  E  (x , t )
     2m       x 2


Para cada sistema quântico calculamos os valores possíveis
da energia E . Para estados ligados do sistema os valores
possíveis de energia E são discretos : 1ª Quantização .


 Vejamos alguns sistemas quânticos simples (mola,
 átomo de hidrogênio) e seus respectivos espectros de
 energia.




                                                                    29

            Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Exemplos de sistemas quânticos com estados ligados :
    1. Oscilador harmônico (mola/elástico)

           Clássico                                          Quântico




                                                                1
                                               E n  (n          )  , n= 0, 1, 2, ...
                                                                2
        p2   1                                                                      k
    E        kx       2
                                                                              
        2m   2
                                                                                    m
     p   2m (E  V (x ))                      Energia de ponto zero:
                                                                   principio da
x< -A e x>A : região clássica                     E0 
              proibida                                     2         incerteza de       30
                                                                     Heisenberg
             Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Temos regiões proibidas em sistemas quânticos ?




                                                                         x 2
                                                                    (     )
Na região classicamente proibida :                (x ) ~ ...  e        a     31

          Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
2. Átomo de hidrogênio


               Energia potencial sentida
               pelo elétron pela presença
               do próton.:            2
                                          e
                           V (r )  
                                           r
 |e| : módulo da carga elétrica do elétron.
  r : distância do elétron ao próton

 . Átomo de hidrogênio clássico
Suponha que o elétron possua momento angular l, ele vai
sentir a energia potencial efetiva :
                      e2    l2
         Vef (r )      
                      r    2mr 2
                                      Estado ligado: rm  r  rM
           E m  E  0 , a energia varia continuamente .
                                                                       32

               Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
. Átomo de hidrogênio quântico
                                                  e2
                                       V (r )      .
                                                  r
                                 Para estados ligados, E<0, os níveis
                                 de energia permitidos :
                                                     13.6eV
                                           En                   , n  1, 2, 3, ...
                                                        n   2




                               Estado fundamental : E0 = -13.6 eV
                                                 (1eV = 1.6 x 10-19 J)
A comparação das escalas da energia atômica e das energias
envolvidas no que ocorre no nosso dia-a-dia :
 m = 1g, v= 2m/s             1
                       E c  mv 2  2  10 7 J
                            2
  Logo :
      | E0 |     1.6x 10  19 J                                          Ec
                               ~ 10  12             | E 0 |~                         .   33
       Ec         2x 10 J
                        7                                       1.000.000.000.000
                Instituto de Física, UFF    Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Os orbitais do átomo de
                                            hidrogênio nos dão a
                                            densidade de probabilidade
                                            de localizar o elétron dentro do
                                            átomo de hidrogênio :
                                                   | nlm (r , ,  ) |2 .




                                                                             34

Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Mostramos que as energias atômicas são da ordem de um
 trilhonésimo das energias do nosso dia-a-dia.

Será que temos como verificar experimentalmente se a Mecânica
Quântica descreve o mundo dentro do átomo? A Mecânica
Clássica ou a Mecânica Quântica descreve corretamente o átomo
de hidrogênio ?

Espectros do átomo de hidrogênio obtidos experimentalmente:

                                                    As frequências emitidas e
                                                    absorvidas pelo hidrogênio




Pela Física Clássica a frequência de emissão
/radiação do átomo de hidrogênio deveria
variar continuamente : ERRADA !!!
                                                                             35

             Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Como calcular a partir da Mecânica Quântica a frequência
da luz absorvida/emitida por átomos de hidrogênio ?

                                         Energia do fóton/luz :                E   ,
                                           2 . f , f é a frequência da luz.
                                          Conservação da energia do sistema
                                          “átomo + fóton” :

                                                                 E iel  E f  E 
                                                                           el




níveis eletrônicos do hidrogênio
                                                      13 .6 eV           13 .6 eV
                                                                                  
                                                        n   i
                                                             2
                                                                           n   2
                                                                               f
       Finalmente :                      13 .6 eV           1    1
                                                    (        2) .
                                                          n f2 n i
  O espectro de emissão/absorção de cada elemento é a sua
  “impressão digital”.                                                                     36

              Instituto de Física, UFF    Mec. Cláss X Mec. Quânt...
3.2. Tunelamento


                                       barreira de potencial :
                                                E>0 .


i) partícula clássica :
                                       p2
    Conservação de energia total : E      V (x )
                                       2m
            p 2
                 E  V (x )  0
            2m
                        Movimento clássico


                                      OU
       x  a                                                x a   37

           Instituto de Física, UFF    Mec. Cláss X Mec. Quânt...
ii) partícula quântica :
 Conservação de energia do sistema quântico:
         2  2 (x , t )
                          V (x ) (x , t )  E  (x , t )
       2m       x 2




O movimento de uma partícula quântica sob a ação de uma
energia potencial tipo barreira :




                                                 efeito de tunelamento
                                                                         38
          Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
É possível medir experimentalmente o “efeito de
tunelamento” ?

Emissão de partícula α (núcleo do átomo de Hélio 4H2)
por núcleos atômicos:




                                                                39
        Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Temos em alguma outra área da Física um fenômeno
    análogo ao tunelamento na Mecânica Quântica?

   No Eletromagnetismo: ondas evanescentes .

  Temos reflexão total quando
           ninc > nrefr
para ângulos de incidência θ
maiores que o ângulo crítico θcr ,
                                 n refr
 θ> θcr , sendo sen (cr )                .
                                  n inc



                                   ondas evanescente : aparecem
                                   quando tratamos a luz como
                                   uma onda eletromagnética .          40

            Instituto de Física, UFF      Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Agradecimento




Prof. Dr. Paulo Acioly M. dos Santos


                                                        41
Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
Obrigada pela
  sua atenção !!!

Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...
                                                        42
As transparências deste seminário estão no blog:

http://mttdivulgacao.blogspot.com
na secção

“Atividades já realizadas junto a professores”

                                                                43
        Instituto de Física, UFF   Mec. Cláss X Mec. Quânt...

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 16: Exercícios
Aula 16: ExercíciosAula 16: Exercícios
Aula 16: ExercíciosAdriano Silva
 
Corrente elétrica Fisica
Corrente elétrica FisicaCorrente elétrica Fisica
Corrente elétrica FisicaLucas Pinheiro
 
Apresentação Equação de Schrodinger
Apresentação  Equação de SchrodingerApresentação  Equação de Schrodinger
Apresentação Equação de SchrodingerRayane Sodré
 
Fisica 001 m.r.u e m.r.u.v
Fisica   001 m.r.u e m.r.u.vFisica   001 m.r.u e m.r.u.v
Fisica 001 m.r.u e m.r.u.vcon_seguir
 
Aula 5: Operador momento e energia e o princípio da incerteza
Aula 5: Operador momento e energia e o princípio da incertezaAula 5: Operador momento e energia e o princípio da incerteza
Aula 5: Operador momento e energia e o princípio da incertezaAdriano Silva
 
Efeito Fotoelétrico
Efeito FotoelétricoEfeito Fotoelétrico
Efeito FotoelétricoPibid Física
 
Aula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênioAula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênioAdriano Silva
 
Equilibrio oxidação e redução
Equilibrio oxidação e  reduçãoEquilibrio oxidação e  redução
Equilibrio oxidação e reduçãoAdrianne Mendonça
 
Condutores em equilíbrio eletrostático(1).
Condutores em equilíbrio eletrostático(1).Condutores em equilíbrio eletrostático(1).
Condutores em equilíbrio eletrostático(1).Ajudar Pessoas
 
Gelombang elektromagnetik
Gelombang elektromagnetikGelombang elektromagnetik
Gelombang elektromagnetikKira R. Yamato
 
Solucionario química a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...
Solucionario química   a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...Solucionario química   a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...
Solucionario química a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...Adriana Barbosa
 
ConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia MecanicaConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia Mecanicaori junior
 

Mais procurados (20)

Aula 16: Exercícios
Aula 16: ExercíciosAula 16: Exercícios
Aula 16: Exercícios
 
Prop gerais
Prop geraisProp gerais
Prop gerais
 
Corrente elétrica Fisica
Corrente elétrica FisicaCorrente elétrica Fisica
Corrente elétrica Fisica
 
Apresentação Equação de Schrodinger
Apresentação  Equação de SchrodingerApresentação  Equação de Schrodinger
Apresentação Equação de Schrodinger
 
Fisica 001 m.r.u e m.r.u.v
Fisica   001 m.r.u e m.r.u.vFisica   001 m.r.u e m.r.u.v
Fisica 001 m.r.u e m.r.u.v
 
3º Ano Eletrostática
3º Ano Eletrostática3º Ano Eletrostática
3º Ano Eletrostática
 
Aula 5: Operador momento e energia e o princípio da incerteza
Aula 5: Operador momento e energia e o princípio da incertezaAula 5: Operador momento e energia e o princípio da incerteza
Aula 5: Operador momento e energia e o princípio da incerteza
 
Efeito Fotoelétrico
Efeito FotoelétricoEfeito Fotoelétrico
Efeito Fotoelétrico
 
Aula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênioAula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênio
 
Efeito fotoeletrico
Efeito fotoeletricoEfeito fotoeletrico
Efeito fotoeletrico
 
Eletrostatica resumo
Eletrostatica   resumoEletrostatica   resumo
Eletrostatica resumo
 
Equilibrio oxidação e redução
Equilibrio oxidação e  reduçãoEquilibrio oxidação e  redução
Equilibrio oxidação e redução
 
Condutores em equilíbrio eletrostático(1).
Condutores em equilíbrio eletrostático(1).Condutores em equilíbrio eletrostático(1).
Condutores em equilíbrio eletrostático(1).
 
Eletrostática fundamentos
Eletrostática   fundamentosEletrostática   fundamentos
Eletrostática fundamentos
 
Energia Potencial e Potencial Elétrico.pdf
Energia Potencial e Potencial Elétrico.pdfEnergia Potencial e Potencial Elétrico.pdf
Energia Potencial e Potencial Elétrico.pdf
 
Gelombang elektromagnetik
Gelombang elektromagnetikGelombang elektromagnetik
Gelombang elektromagnetik
 
Solucionario química a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...
Solucionario química   a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...Solucionario química   a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...
Solucionario química a ciência central - brown 9ª ed - blog - aquelaquestao...
 
Eletromagnetismo
EletromagnetismoEletromagnetismo
Eletromagnetismo
 
Bab5 multivibrator
Bab5 multivibratorBab5 multivibrator
Bab5 multivibrator
 
ConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia MecanicaConservaçãO Da Energia Mecanica
ConservaçãO Da Energia Mecanica
 

Destaque

Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)
Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)
Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)Maria Teresa Thomaz
 
Seminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica QuânticaSeminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica QuânticaMaria Teresa Thomaz
 
Forças que unem e força que separa
Forças que unem e força que separaForças que unem e força que separa
Forças que unem e força que separaMaria Teresa Thomaz
 
Mecânica Clássica X Mecânica Quântica
Mecânica Clássica X  Mecânica QuânticaMecânica Clássica X  Mecânica Quântica
Mecânica Clássica X Mecânica QuânticaMaria Teresa Thomaz
 
Física Quântica: o que é isso?
Física Quântica: o que é isso?Física Quântica: o que é isso?
Física Quântica: o que é isso?Maria Teresa Thomaz
 

Destaque (6)

Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)
Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)
Seminário: Partículas Elementares (Ensino Superior)
 
Seminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica QuânticaSeminário: Nascimento da Mecânica Quântica
Seminário: Nascimento da Mecânica Quântica
 
Forças que unem e força que separa
Forças que unem e força que separaForças que unem e força que separa
Forças que unem e força que separa
 
Mecânica Clássica X Mecânica Quântica
Mecânica Clássica X  Mecânica QuânticaMecânica Clássica X  Mecânica Quântica
Mecânica Clássica X Mecânica Quântica
 
Obrigada Sr. Maxwell
Obrigada Sr. MaxwellObrigada Sr. Maxwell
Obrigada Sr. Maxwell
 
Física Quântica: o que é isso?
Física Quântica: o que é isso?Física Quântica: o que é isso?
Física Quântica: o que é isso?
 

Semelhante a Mecânica Clássica X Mecânica Quântica

Semelhante a Mecânica Clássica X Mecânica Quântica (20)

Apostila integrais
Apostila integraisApostila integrais
Apostila integrais
 
Unidade7
Unidade7Unidade7
Unidade7
 
Volumes de sólidos integral
Volumes de sólidos integralVolumes de sólidos integral
Volumes de sólidos integral
 
Apostila 2 calculo i derivadas
Apostila 2 calculo i derivadasApostila 2 calculo i derivadas
Apostila 2 calculo i derivadas
 
Aula 8 variáveis aleatória contínua - parte 1
Aula 8   variáveis aleatória contínua - parte 1Aula 8   variáveis aleatória contínua - parte 1
Aula 8 variáveis aleatória contínua - parte 1
 
P3 calculo i_ (3)
P3 calculo i_ (3)P3 calculo i_ (3)
P3 calculo i_ (3)
 
Exercicios resolv3 mat
Exercicios resolv3 matExercicios resolv3 mat
Exercicios resolv3 mat
 
Trabalho 1
Trabalho 1Trabalho 1
Trabalho 1
 
Matematica2 16
Matematica2 16Matematica2 16
Matematica2 16
 
Lista 1 - Cálculo 4 - SOCIESC
Lista 1 - Cálculo 4 - SOCIESCLista 1 - Cálculo 4 - SOCIESC
Lista 1 - Cálculo 4 - SOCIESC
 
Matematica2 14
Matematica2 14Matematica2 14
Matematica2 14
 
Ex algebra (6)
Ex algebra  (6)Ex algebra  (6)
Ex algebra (6)
 
Tarea 1 wilmer segovia
Tarea 1 wilmer segoviaTarea 1 wilmer segovia
Tarea 1 wilmer segovia
 
Matematica 1 exercicios gabarito 07
Matematica 1 exercicios gabarito 07Matematica 1 exercicios gabarito 07
Matematica 1 exercicios gabarito 07
 
Formulário de Análise Matemática
Formulário de Análise MatemáticaFormulário de Análise Matemática
Formulário de Análise Matemática
 
Exercícios de trigonometria
Exercícios de trigonometriaExercícios de trigonometria
Exercícios de trigonometria
 
Exercícios de trigonometria
Exercícios de trigonometriaExercícios de trigonometria
Exercícios de trigonometria
 
Função 2o grau
Função 2o grauFunção 2o grau
Função 2o grau
 
Ft 8 FunçõEs Racionais
Ft 8 FunçõEs RacionaisFt 8 FunçõEs Racionais
Ft 8 FunçõEs Racionais
 
Mat logaritmos 005 exercicios
Mat logaritmos  005 exerciciosMat logaritmos  005 exercicios
Mat logaritmos 005 exercicios
 

Último

Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPaulaYaraDaasPedro
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfHELENO FAVACHO
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffNarlaAquino
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfamarianegodoi
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxandrenespoli3
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptPedro Luis Moraes
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 

Último (20)

Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 

Mecânica Clássica X Mecânica Quântica

  • 1. Mecânica Clássica X Mecânica Quântica Maria Teresa Thomaz (IF/UFF) mariateresa.thomaz@gmail.com Apresentação 1. Mecânica Clássica X Mecânica Quântica 2. Dinâmicas: clássica X quântica 3. Equação de Schrödinger e suas consequências 3.1. Autoestados de energia 3.2. Tunelamento 1 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 2. 1. Mecânica Clássica X Mecânica Clássica . Mecânica Clássica O que significa na Mecânica Clássica descrever o estado de um objeto? Dada a posição inicial : r(0) e a velocidade inicial: v(0), somos capazes de saber qual é a posição do objeto em qualquer outro instante t : r(t). O que significa velocidade? 2 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 3. Relembrando o significado geométrico: limite e derivada. . Limite : O limite de uma função f(x) é o valor para o qual ela se aproxima à medida que a variável x se aproxima de um valor estipulado, sem jamais ser igual a ele . { Ex. 1. f(x) = 2x2 lim x 2 f (x )  8 3 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 4. Ex. 2. g(x) = { 2x 2 , x  2 10, x  2 lim x 2 g (x )  8 4 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 5. Relembrando algumas relações do triângulo retângulo : C a catetos: b, c c hipotenusa : a θ a 2 b 2 c 2 A B b b sen ( )  c cos( )  a a sen ( ) c tg ( )  tg ( )  cos( ) b 5 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 6. . Derivada : Consideramos um exemplo particular para entender o significado geométrico da derivada de uma função f(x) em relação a ponto pré-definido x. Continuamos com : f(x) = 2x2 . A derivada de f(x) no ponto x=2 é definida como: df (x ) f (x )  f (2 ) | x  2  lim dx x 2 x 2 f (3)  f (2 ) tg (1 )  32 f (x )  f (2 ) x f(x) x 2 3 18 10  10 1 2,1 8.82 0.82  8.2 0.1 2.000001 8.000008 0.000008  8.000002 0.00001 Coeficiente angular da reta f (x )  f (2 ) df (x ) tg ( )   | 6 tangente a curva f(x) em x=2 : x 2 x 2 dx x 2 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 7. Outra maneira de escrever a derivada de uma função f(x) no ponto x=2: df (x ) f (x )  f (2 ) f (2  x )  f (2 ) dx | x  2  lim x 2  x lim x 2 x . x 2 x  0 Para f(x) = 2x2 : df (x ) 2  (2  x )2  2  2 2 2  [ 4  4x  ( x )2 ]  2  4 |   dx x  2 x  0 x x 8  x 2  ( x )2 df (x )    8  2  x  8  | x 2 x  0 x x x  0 x  0 dx A derivada de uma função g(x) calculada num ponto x: dg (x ) g(x  x )  g(x )  lim . dx x  0 x  tg () , coeficiente angular da 7 reta tangente . Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 8. Algumas propriedades das derivadas: d (a ) 1.  0, dx d (a  f (x )) df (x ) 2. a  , dx dx d ( f (x )  g(x )) df (x ) dg (x ) 3.   , dx dx dx sendo que a é qualquer valor constante e f(x) e g(x) são quaisquer funções . Exercício: utilize a definição de derivada de uma função g(x) para mostrar as propriedades acima. 8 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 9. Para simplificar a apresentação, vamos discutir o movimento em 1 dimensão, por ex. ao longo da direção x. A relação entre o momento linear p(t) de uma partícula de massa m e a sua velocidade v(t) é: p(t) = m . v(t) . A velocidade v(t) é uma medida de quanto a posição do objeto durante um intervalo muito curto de tempo ∆t. Para um intervalo de tempo ∆t → 0, p (t ) x ( t  t )  x ( t ) v (t )   . m t  0 t Veja como é importante o conceito de limite no estudo do movimento. 9 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 10. Em resumo: O movimento de qualquer objeto está completamente determinado se damos sua trajetória : r(t) e v(t) em cada instante t. Note que r(t) e v(t) são funções do tempo t . . Cinemática da Mecânica Clássica : r(t) e v(t) trajetória 10 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 11. . Mecânica Quântica Vamos tratar sistemas quânticos em 1-dimensão, por exemplo ao longo da direção x . Princípio da Incerteza de Heisenberg :  x .p  2 ∆ x : incerteza na posição da partícula ∆ p : incerteza no momento linear da partícula OBS: h : constante de Planck, mas energia: [mv2] → J h   1, 05 x 10 34 J .s momento: [mvr] → J. s 2 angular 11 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 12. Consequência do Princípio da Incerteza de Heisenberg: para ∆t → 0 temos p (t ) x (t  t )  x (t )  . m t  0 t e pelo princípio da incerteza de Heisenberg,  x ( t  t )  x ( t ) p  p ~ . 2.x ∆x→0 t ħ = 1,05 x 10-34 Js Conclusão: não podemos conhecer simultaneamente a posição x(t) e o momento linear p(t) de qualquer objeto quântico objetos quânticos não seguem trajetórias. Precisamos de uma nova cinemática para os sistemas quânticos. 12 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 13. Relembrando o valor da cte de Planck: ħ = 1,05 x 10-34 Js O valor de ħ nos informa quando a natureza quântica é importante. Ex. : chute em uma bola de futebol (momento angular de um sistema macroscópico (dia-a-dia)) O momento angular da bola em relação ao ponto O (o pé do goleiro):      L  r  p  r m v  os vetores r e p formam um ângulo de 90º, L  r .mv m = 0,5kg, v = 20 m/s (~80km/h) e r = 2m L  0.5  20  2 Js  1.09  10 33  ! ! ! dia-a-dia: L >>> ħ. Qdo olhamos a areia da praia ela parece contínua, mas quando cai um grãozinho no olho da gente ... Onde está o grãozinho do mundo quântico? 13 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 14. O princípio da Incerteza de Heisenberg tem alguma influência no movimento de um lápis apoiado sobre a sua ponta fina ?  x .p  2 O princípio da incerteza de Heisenberg aplicado ao centro de massa (CM) do lápis: m lápis = 5g ∆xCM = 0,1mm  Para simplificar as contas: p ~ x O lápis roda em torno da sua ponta qdo a linha vertical que passa pelo CM não passa por nenhuma parte deste ponto de apoio :  p ~ ~ mv ∆v ~2 x 10-26 cm/s = vCM x x Distância percorrida pelo CM antes de tombar: x ~  v CM t CM 2 tCM ~10+25s ; tUniver ~1.5x 10+17s tCM ~108x tUniv !! 14 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 15. 2. Dinâmicas: clássica X quântica O que a Física deseja em cada fenômeno ? Conhecido o estado inicial do objeto sob estudo, ser capaz de determinar o seu estado após ter decorrido um intervalo de tempo qualquer t. Vamos estudar a evolução no tempo (dinâmica) de sistemas conservativos (a energia total se conserva). Em sistemas conservativos não temos forças tipo força de atrito em que temos perda de energia do sistema. Sobre esses sistemas estudados agem apenas as forças conservativas. Exemplo de forças conservativas : força da gravidade força elástica/mola 15 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 16. . Dinâmica Clássica i) condições iniciais : x(0) e v(0) ii) 2ª lei de Newton : m d 2x dt 2  F (t )  ma (t ) } } x(t), v(t) Ex. 1. Força de Hooke (força elástica da mola) F (x) = - kx x (t) = A sen (ωt + φ0) , onde x(0) = A sen (φ0) , v(0) = ωA cos(φ0) e k   m 16 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 17. Ex. 2. Força da gravidade  F  mgz ˆ sendo g a aceleração da gravidade . A 2ª lei de Newton, para a força da gravi- dade, nos dá para qualquer instante posterior t : 1 z (t )   gt 2  v 0t  z ( 0 ) 2 onde v0 é a velocidade com que o objeto passa na posição z(0). Resumo : conhecida a força F(t) que age sobre o objeto e a sua posição inicial x(0) e a sua velocidade inicial v(0), a 2ª lei de Newton nos determina exatamente a sua posição e velocidade em qualquer outro instante t a dinâmica clássica é determinista. 17 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 18. . Dinâmica Quântica i) x(t) e p(t) não são as quantidades para descrever um sistema quântico : princípio da incerteza de Heisenberg. ii) a lei de conservação de energia continua válida no mundo quântico. A lei de conservação da energia total para uma partícula de massa m que possui momento linear p sob a ação de uma força conservativa é: p2 E   V (x ), 2m lembrando que p2/2m é a energia cinética (movimento) e V(x) é a energia potencial (que pode se transformar em movimento). Qual a relação entre força conservativa e V(x)? [ V (x  x )  V (x )] dV (x ) F (x )     . x  0 x dx 18 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 19. Exemplos de forças conservativas/energias potenciais : Ex. 1. Força de gravidade: dV (z ) F (z )   dz F(z) = -mg Ex. 2. Força da mola/elástica 1 V (x )  kx 2 2 dV (x ) F (x )   dx F(x) = - kx. 19 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 20. Cinemática da Mecânica Quântica: Postulamos que as grandezas cinemáticas posição, momento e energia deixam de ser funções para serem operadores :   = x , =- i e = i x t A lei de conservação de energia clássica, p2 E   V (x ), 2m passa a ser no nível quântico escrita em termos dos operadores anteriores:  2  2 (x , t )  (x , t )   V (x ) (x , t )  i 2m x 2 t Equação de Schrödinger 20 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 21. A equação de Schrödinger:  2  2  (x , t )  (x , t )   V (x ) (x , t )  i 2m x 2 t é uma equação de ondas . Ψ(x,t) : função de onda. Toda a informação que podemos ter sobre a partícula. As funções de onda não são quantidades que podemos medir experimentalmente. Em geral são funções complexas. Como relacionar o que calculamos na Mecânica Quântica, ψ(x,t), e o que medimos nos laboratórios? A Mecânica Quântica descreve um sistema probabilístico: |ψ(x,t)|2 : probabilidade da partícula ser encontrada na posição x no instante t. 21 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 22. O que é uma probabilidade ? Da Estatística temos: Suponhamos que fazemos uma medida de uma certa quan - tidade cujo o resultado nem sempre é o mesmo . Para fixarmos um exemplo podemos pensar num dado que jogamos sobre uma mesa. O lado do dado que fica para cima pode ser: {1,2,...,6} . Temos 6 saídas possíveis em cada jogada . Seja um conjunto cujos resultados tem várias saídas possíveis: { A, B, C,...} . P(A) : probabilidade de sair o resultado A dentre todas as saídas possíveis. Para um número MUITO GRANDE de tentativas : n º com resultado A P( A)  n º total tentativas 22 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 23. O que caracteriza uma equação de onda ? O princípio da superposição . O que é esse princípio? Suponhamos que ψ1(x,t) é solução da eq. de Schrödinger :  2  1 (x , t ) 1 (x , t ) 2   V (x )1 (x , t )  i 2m x 2 t e ψ2(x,t) também é solução desta equação :  2   2 (x , t )  2 (x , t ) 2   V (x ) 2 (x , t )  i 2m x 2 t ψ(x,t) = a1 ψ1(x,t) + a2 ψ2(x,t) também é solução da equação de Schrödinger. Em que tipo de fenômeno temos o princípio de superposição? 23 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 24. Qual a diferença entre Mecânica Clássica e Mecânica Quântica? Mecânica Clássica : jogamos pedras através de dois buracos. P12  P1  P2 P1: probabilidade da pedra passar pelo buraco 1 com o buraco 2 fechado. P2: probabilidade da pedra passar pelo buraco 2 com o buraco 1 fechado. P12: probabilidade da pedra passar pelo buraco 1 ou pelo buraco 2. Os 2 buracos estão abertos . 24 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 25. Mecânica Quântica: : um feixe de elétrons incidindo sobre uma parede com dois furos. A função de onda para pontos após passar pelo anteparo é a soma coerente de funções de onda que atravessam os furos 1 e 2:  (x , t )  a 11 (x , t )  a 22 (x , t ) A probabilidade de encontrar um elétron na posição x e no instante t é: |  (x , t ) |2 | a 1 |2 | 1 (x , t ) |2  | a 2 |2 | 2 (x , t ) |2  2 Re[a 1 a 21 (x , t ) 2 (x , t )] * * termo de 25 interferência Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 26. Temos algum efeito análogo a este na Física ? Eletromagnetismo : interferência de feixes de luz coerente. .       E P (x , t )  E 1 (x , t )  E 2 (x , t )   E 1 (x , t ) : campo elétrico em P devido ao furo 1.   E 2 (x , t ) : campo elétrico em P devido ao furo 2. O que medimos ? A intensidade da luz em cada ponto P:        IP (x , t ) ~| E P (x , t ) | | E 1 (x , t )  E 2 (x , t ) |2 2      IP (x , t ) ~| E 1 (x , t ) |  | E 2 (x , t ) |2 2     2 | E 1 (x , t ) || E 2 (x , t ) | cos( ) 26 termo de P Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt... interferência
  • 27. Qual a consequência do termo de interferência na intensidade da luz que vemos sobre uma superfície? Relembrando:      IP (x , t ) ~| E 1 (x , t ) |2  | E 2 (x , t ) |2     2 | E 1 (x , t ) || E 2 (x , t ) | cos( ) termo de interferência 27 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 28. 3. Equação de Schrödinger e suas consequências Relembrando a eq. de Schrödinger :  2  2 (x , t )  (x , t )   V (x ) (x , t )  i 2m x 2 t Como tiramos informações desta equação ? 3.1. Autoestados de energia Funções de onda com energia total definida : iEt   (x , t )   (x ) e i  (x , t )  E  (x , t ) t  A eq. de Schrödinger para estados com energia definida :  2  2 (x , t )   V (x ) (x , t )  E  (x , t ) . 2m x 2 28 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 29. A eq. de Schrödinger para estados com energia definida :  2  2 (x , t )   V (x ) (x , t )  E  (x , t ) 2m x 2 Para cada sistema quântico calculamos os valores possíveis da energia E . Para estados ligados do sistema os valores possíveis de energia E são discretos : 1ª Quantização . Vejamos alguns sistemas quânticos simples (mola, átomo de hidrogênio) e seus respectivos espectros de energia. 29 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 30. Exemplos de sistemas quânticos com estados ligados : 1. Oscilador harmônico (mola/elástico) Clássico Quântico 1 E n  (n  )  , n= 0, 1, 2, ... 2 p2 1 k E   kx 2   2m 2 m p   2m (E  V (x )) Energia de ponto zero:  principio da x< -A e x>A : região clássica E0  proibida 2 incerteza de 30 Heisenberg Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 31. Temos regiões proibidas em sistemas quânticos ? x 2 ( ) Na região classicamente proibida :  (x ) ~ ...  e a 31 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 32. 2. Átomo de hidrogênio Energia potencial sentida pelo elétron pela presença do próton.: 2 e V (r )   r |e| : módulo da carga elétrica do elétron. r : distância do elétron ao próton . Átomo de hidrogênio clássico Suponha que o elétron possua momento angular l, ele vai sentir a energia potencial efetiva : e2 l2 Vef (r )    r 2mr 2 Estado ligado: rm  r  rM E m  E  0 , a energia varia continuamente . 32 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 33. . Átomo de hidrogênio quântico e2 V (r )   . r Para estados ligados, E<0, os níveis de energia permitidos : 13.6eV En   , n  1, 2, 3, ... n 2 Estado fundamental : E0 = -13.6 eV (1eV = 1.6 x 10-19 J) A comparação das escalas da energia atômica e das energias envolvidas no que ocorre no nosso dia-a-dia : m = 1g, v= 2m/s 1 E c  mv 2  2  10 7 J 2 Logo : | E0 | 1.6x 10  19 J Ec  ~ 10  12 | E 0 |~ . 33 Ec 2x 10 J 7 1.000.000.000.000 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 34. Os orbitais do átomo de hidrogênio nos dão a densidade de probabilidade de localizar o elétron dentro do átomo de hidrogênio : | nlm (r , ,  ) |2 . 34 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 35. Mostramos que as energias atômicas são da ordem de um trilhonésimo das energias do nosso dia-a-dia. Será que temos como verificar experimentalmente se a Mecânica Quântica descreve o mundo dentro do átomo? A Mecânica Clássica ou a Mecânica Quântica descreve corretamente o átomo de hidrogênio ? Espectros do átomo de hidrogênio obtidos experimentalmente: As frequências emitidas e absorvidas pelo hidrogênio Pela Física Clássica a frequência de emissão /radiação do átomo de hidrogênio deveria variar continuamente : ERRADA !!! 35 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 36. Como calcular a partir da Mecânica Quântica a frequência da luz absorvida/emitida por átomos de hidrogênio ? Energia do fóton/luz : E   ,   2 . f , f é a frequência da luz. Conservação da energia do sistema “átomo + fóton” : E iel  E f  E  el níveis eletrônicos do hidrogênio 13 .6 eV 13 .6 eV     n i 2 n 2 f Finalmente : 13 .6 eV 1 1  (  2) .  n f2 n i O espectro de emissão/absorção de cada elemento é a sua “impressão digital”. 36 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 37. 3.2. Tunelamento barreira de potencial : E>0 . i) partícula clássica : p2 Conservação de energia total : E   V (x ) 2m p 2  E  V (x )  0 2m Movimento clássico OU x  a x a 37 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 38. ii) partícula quântica : Conservação de energia do sistema quântico:  2  2 (x , t )   V (x ) (x , t )  E  (x , t ) 2m x 2 O movimento de uma partícula quântica sob a ação de uma energia potencial tipo barreira : efeito de tunelamento 38 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 39. É possível medir experimentalmente o “efeito de tunelamento” ? Emissão de partícula α (núcleo do átomo de Hélio 4H2) por núcleos atômicos: 39 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 40. Temos em alguma outra área da Física um fenômeno análogo ao tunelamento na Mecânica Quântica? No Eletromagnetismo: ondas evanescentes . Temos reflexão total quando ninc > nrefr para ângulos de incidência θ maiores que o ângulo crítico θcr , n refr θ> θcr , sendo sen (cr )  . n inc ondas evanescente : aparecem quando tratamos a luz como uma onda eletromagnética . 40 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 41. Agradecimento Prof. Dr. Paulo Acioly M. dos Santos 41 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...
  • 42. Obrigada pela sua atenção !!! Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt... 42
  • 43. As transparências deste seminário estão no blog: http://mttdivulgacao.blogspot.com na secção “Atividades já realizadas junto a professores” 43 Instituto de Física, UFF Mec. Cláss X Mec. Quânt...