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deEça deQueiroz
OSMAIAS deEça deQueiroz
As Corridas de
Cavalos
As Corridas de
Cavalos
- A ligação entre a intriga principal e a crónica de costumes ;
- Objetivos deste episódio ;
- Espaço físico e sociocultural ;
-A visão caricatural da sociedade feminina ;
- O fracasso das corridas ;
- Contradição flagrante entre o ser e o parecer ;
- Forte crítica ao provincianismo snoob .
As Corridas de
Cavalos
A intrigaprincipal Pressupõe um desfecho. Os acontecimentos
sucedem-se por uma relação de causalidade. Ação
fechada porque no final há a destruição da família.
Construção de ambientes e atuação de personagens-
-tipo. Ação aberta .
A crónica de costumes
As Corridas de
Cavalos
A ligaçãoentre a intriga principal e a crónica de costumes
- A partir da ação fulcral – amores de Carlos e Maria Eduarda – Eça de
Queirós pretendeu, em Os Maias, retratar a sociedade portuguesa dos
fins do século XIX.
- De facto, a ação central e a crónica de costumes entrelaçam-se e
complementam-se artisticamente de forma a dar à obra uma unidade
incontestável:
- As corridas – Carlos procura um encontro com Maria Eduarda - “No Domingo,
pois, daí a cinco dias, eram as corridas…E “ela” estaria lá, ele ia conhecê-la, enfim!”
As Corridas de
Cavalos
Os objetivos deste episódio
- O contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o rei;
- Uma visão panorâmica desta sociedade sobre o olhar crítico de Carlos;
- A tentativa frustrada de igualar Lisboa às demais capitais europeias;
- Denunciar o cosmopolitismo postiço da sociedade.
As Corridas de
Cavalos
Espaçofísicoe sociocultural
- Desinteresse generalizado – incapacidade de apreciar as corridas;
- Ninguém comprava o programa das corridas- “Um garoto ia apregoando desconsola-
damente programas das corridas que ninguém comprava”.
- Domingo muito quente, monótono, lento – “de um vivo e monótono implacável,
que na lentidão das horas de Verão cansa a alma, e vagamente entristece.” .
As Corridas de
Cavalos
Espaçofísicoe sociocultural
- Atributos que presidiam o cenário: mau gosto, improvisação, provincianismo e
pobreza que se traduzem na desadequação do espaço ao evento.
- O espaço é inadequado:
-a entrada – “À entrada do hipódromo, abertura escalavrada num muro de quintarola (…)” ;
-as tribunas – “Erguiam-se as tribunas públicas, com o feitio de traves mal pregadas, como
palanques
-de arraial. A da esquerda, vazia, por pintar, mostrava á luz as fendas do tabuado .” .
- falta um balcão de apostas ;
-o bufete - “dois criados, estonteados e sujos, achatavam à pressa as fatias de sanduíches com
as mãos húmidas da espuma da cerveja”.
As Corridas de
Cavalos
A visão caricaturalda sociedade feminina
- É de denotar o comportamento da assistência feminina, “que nada fazia de útil” .
- A conformidade do vestuário à ocasião parece não ser a melhor e acaba por traduzir
não só a falta de gosto mas, sobretudo, o ridículo de uma situação que se pretende
requintada sem o ser – “Seguiam devagar ao comprido da tribuna. Debruçadas no rebordo, numa
fila muda, olhando vagamente, como de uma janela em dia de procissão. Estavam ali todas as senhoras
que vêm ni High Life dos jornais (…) ”, “A maior parte tinha vestidos sérios de missa” e “É um canteirinh
de camélias meladas” – esta última remete transcrição para para o desajuste das mulheres que vão ve
as corridas pela primeira vez.
As Corridas de
Cavalos
Público / Concorrentes
- Alta sociedade (tribunas públicas); Rei D. Luís (Tribuna real).
- O público pertence à alta sociedade lisboeta mas revela comportamentos
desajustados: Vestuário, Carência de motivação, Desinteresse pelo
fenómeno desportivo.
- É de denotar também o comportamento desadequado dos concorrentes: “De
repente, fora, houve um rebuliço (…) era uma desordem! (…)” – discórdia no resultado
perto da tribuna Real, o que remete para a falta de respeito e de civismo.
As Corridas de
Cavalos
Público / Concorrentes
- Para além do comportamento do público feminino é de denotar também o
comportamento dos homens e o papel que desempenham neste ambiente, onde nada
parece motiva-los : “numa pasmaceira tristonha”
As Corridas de
Cavalos
Público / Concorrentes
- A desordem, originada pelo jóquei que montava o cavalo “Júpiter” e que insultava
Mendonça, o juiz das corridas, pois considerava ter perdido injustamente em
detrimento do Pinheiro, que montara o Escocês e que obtivera a vitória por ser íntimo
de Mendonça. Tomava-se partido, havia insultos, até que Vargas resolveu com um
encontrão para os lados desafiar o jóquei – foi, então, que se ouviu uma série de
Expressões como “Morra”; e “Ordem”, se viram chapéus pelo ar, se ouviam baques
surdos de murros.
As Corridas de
Cavalos
Público / Concorrentes
- A carácter antagónico entre o que as pessoas são e o que querem parecer encontra-
presente em passagens como a seguinte: “Por entre o alarido vibravam, furiosamente,
os apitos da polícia; senhoras, com saias apanhadas, fugiam através da pista, procurando
espavoridamente as carruagens – e um sopro grosseiro de desordem reles passava so-
bre o hipódromo, desmanchando a linha postiça de civilização e a atitude forçada de
decoro …” .
As Corridas de
Cavalos
Público / Concorrentes
- Diferença entre o que as pessoas são (provincianas) e o que elas querem transparece
(civilizadas)
“Aquela corrida insípida, sem cavalos, sem jóqueis, com meia dúzia
de pessoas a bocejar em roda...”
“... tudo aquilo era uma intrujice...”
-porque era “... um divertimento que não estava nos hábitos do país.”
As Corridas de
Cavalos
- Este episodio é uma verdadeira sátira ao desejo de imitar o que se faz no estrangeiro
(imitação reprovada por Afonso da Maia), por um esforço de cosmopolitismo, e ao
provincianismo do acontecimento. As corridas no hipódromo permitem, igualmente,
apreciar de forma irónica e caricatural uma sociedade burguesa que vive de aparência
- O desejo de imitar o que se faz no estrangeiro com improvisações; o provincianismo
do acontecimento e a mentalidade ridícula de políticos como Gouvarinho, que via
“brilhar civilização ” nos chapéus que se agitavam numa corrida de cavalos.
-No meio desta mediocridade, destacam-se Carlos e Craft pelo seu à-vontade e pela
sua familiaridade com este tipo de acontecimentos sociais. Dâmaso, o novo-rico
endinheirado, ávido de copiar Carlos, destaca-se pela negativa, pelo seu“podre de
chique”.
Conclusão
As Corridas de
Cavalos
Conclusão
- Esta imitação desadequada de modas estrangeiras dão ao evento um ar de
provincianismo snoob. É o retrato da sociedade lisboeta que Ega pretende retratar com
a sua comédia com o significativo título “O Lodaçal” .
-As corridas servem, para Eça, criticar , através de recursos expressivos como as
metáforas, a ironia e até mesmo o sarcasmo, a mentalidade e o comportamento da alta
burguesia: o aborrecimento, motivado pelo facto das pessoas não revelarem qualquer
interesse pelo evento.
As Corridas de
Cavalos
-http://purl.pt/93/1/iconografia/imagens/a7620/a7620.html
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  • 4. As Corridas de Cavalos - A ligação entre a intriga principal e a crónica de costumes ; - Objetivos deste episódio ; - Espaço físico e sociocultural ; -A visão caricatural da sociedade feminina ; - O fracasso das corridas ; - Contradição flagrante entre o ser e o parecer ; - Forte crítica ao provincianismo snoob .
  • 5. As Corridas de Cavalos A intrigaprincipal Pressupõe um desfecho. Os acontecimentos sucedem-se por uma relação de causalidade. Ação fechada porque no final há a destruição da família. Construção de ambientes e atuação de personagens- -tipo. Ação aberta . A crónica de costumes
  • 6. As Corridas de Cavalos A ligaçãoentre a intriga principal e a crónica de costumes - A partir da ação fulcral – amores de Carlos e Maria Eduarda – Eça de Queirós pretendeu, em Os Maias, retratar a sociedade portuguesa dos fins do século XIX. - De facto, a ação central e a crónica de costumes entrelaçam-se e complementam-se artisticamente de forma a dar à obra uma unidade incontestável: - As corridas – Carlos procura um encontro com Maria Eduarda - “No Domingo, pois, daí a cinco dias, eram as corridas…E “ela” estaria lá, ele ia conhecê-la, enfim!”
  • 7. As Corridas de Cavalos Os objetivos deste episódio - O contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o rei; - Uma visão panorâmica desta sociedade sobre o olhar crítico de Carlos; - A tentativa frustrada de igualar Lisboa às demais capitais europeias; - Denunciar o cosmopolitismo postiço da sociedade.
  • 8. As Corridas de Cavalos Espaçofísicoe sociocultural - Desinteresse generalizado – incapacidade de apreciar as corridas; - Ninguém comprava o programa das corridas- “Um garoto ia apregoando desconsola- damente programas das corridas que ninguém comprava”. - Domingo muito quente, monótono, lento – “de um vivo e monótono implacável, que na lentidão das horas de Verão cansa a alma, e vagamente entristece.” .
  • 9. As Corridas de Cavalos Espaçofísicoe sociocultural - Atributos que presidiam o cenário: mau gosto, improvisação, provincianismo e pobreza que se traduzem na desadequação do espaço ao evento. - O espaço é inadequado: -a entrada – “À entrada do hipódromo, abertura escalavrada num muro de quintarola (…)” ; -as tribunas – “Erguiam-se as tribunas públicas, com o feitio de traves mal pregadas, como palanques -de arraial. A da esquerda, vazia, por pintar, mostrava á luz as fendas do tabuado .” . - falta um balcão de apostas ; -o bufete - “dois criados, estonteados e sujos, achatavam à pressa as fatias de sanduíches com as mãos húmidas da espuma da cerveja”.
  • 10. As Corridas de Cavalos A visão caricaturalda sociedade feminina - É de denotar o comportamento da assistência feminina, “que nada fazia de útil” . - A conformidade do vestuário à ocasião parece não ser a melhor e acaba por traduzir não só a falta de gosto mas, sobretudo, o ridículo de uma situação que se pretende requintada sem o ser – “Seguiam devagar ao comprido da tribuna. Debruçadas no rebordo, numa fila muda, olhando vagamente, como de uma janela em dia de procissão. Estavam ali todas as senhoras que vêm ni High Life dos jornais (…) ”, “A maior parte tinha vestidos sérios de missa” e “É um canteirinh de camélias meladas” – esta última remete transcrição para para o desajuste das mulheres que vão ve as corridas pela primeira vez.
  • 11. As Corridas de Cavalos Público / Concorrentes - Alta sociedade (tribunas públicas); Rei D. Luís (Tribuna real). - O público pertence à alta sociedade lisboeta mas revela comportamentos desajustados: Vestuário, Carência de motivação, Desinteresse pelo fenómeno desportivo. - É de denotar também o comportamento desadequado dos concorrentes: “De repente, fora, houve um rebuliço (…) era uma desordem! (…)” – discórdia no resultado perto da tribuna Real, o que remete para a falta de respeito e de civismo.
  • 12. As Corridas de Cavalos Público / Concorrentes - Para além do comportamento do público feminino é de denotar também o comportamento dos homens e o papel que desempenham neste ambiente, onde nada parece motiva-los : “numa pasmaceira tristonha”
  • 13. As Corridas de Cavalos Público / Concorrentes - A desordem, originada pelo jóquei que montava o cavalo “Júpiter” e que insultava Mendonça, o juiz das corridas, pois considerava ter perdido injustamente em detrimento do Pinheiro, que montara o Escocês e que obtivera a vitória por ser íntimo de Mendonça. Tomava-se partido, havia insultos, até que Vargas resolveu com um encontrão para os lados desafiar o jóquei – foi, então, que se ouviu uma série de Expressões como “Morra”; e “Ordem”, se viram chapéus pelo ar, se ouviam baques surdos de murros.
  • 14. As Corridas de Cavalos Público / Concorrentes - A carácter antagónico entre o que as pessoas são e o que querem parecer encontra- presente em passagens como a seguinte: “Por entre o alarido vibravam, furiosamente, os apitos da polícia; senhoras, com saias apanhadas, fugiam através da pista, procurando espavoridamente as carruagens – e um sopro grosseiro de desordem reles passava so- bre o hipódromo, desmanchando a linha postiça de civilização e a atitude forçada de decoro …” .
  • 15. As Corridas de Cavalos Público / Concorrentes - Diferença entre o que as pessoas são (provincianas) e o que elas querem transparece (civilizadas) “Aquela corrida insípida, sem cavalos, sem jóqueis, com meia dúzia de pessoas a bocejar em roda...” “... tudo aquilo era uma intrujice...” -porque era “... um divertimento que não estava nos hábitos do país.”
  • 16. As Corridas de Cavalos - Este episodio é uma verdadeira sátira ao desejo de imitar o que se faz no estrangeiro (imitação reprovada por Afonso da Maia), por um esforço de cosmopolitismo, e ao provincianismo do acontecimento. As corridas no hipódromo permitem, igualmente, apreciar de forma irónica e caricatural uma sociedade burguesa que vive de aparência - O desejo de imitar o que se faz no estrangeiro com improvisações; o provincianismo do acontecimento e a mentalidade ridícula de políticos como Gouvarinho, que via “brilhar civilização ” nos chapéus que se agitavam numa corrida de cavalos. -No meio desta mediocridade, destacam-se Carlos e Craft pelo seu à-vontade e pela sua familiaridade com este tipo de acontecimentos sociais. Dâmaso, o novo-rico endinheirado, ávido de copiar Carlos, destaca-se pela negativa, pelo seu“podre de chique”. Conclusão
  • 17. As Corridas de Cavalos Conclusão - Esta imitação desadequada de modas estrangeiras dão ao evento um ar de provincianismo snoob. É o retrato da sociedade lisboeta que Ega pretende retratar com a sua comédia com o significativo título “O Lodaçal” . -As corridas servem, para Eça, criticar , através de recursos expressivos como as metáforas, a ironia e até mesmo o sarcasmo, a mentalidade e o comportamento da alta burguesia: o aborrecimento, motivado pelo facto das pessoas não revelarem qualquer interesse pelo evento.