1. Prova de Literatura – dia 10/10
Realismo
Período: 2ª fase da Revolução Industrial
Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental
Corrente sociológica: Positivismo – rejeição de qualquer explicação
metafísica da realidade / pautava-se nos experimentos físicos
Descrição fiel dos fatos / da realidade
Características:
Objetivismo
Imparcialidade / Impessoalismo
Universalismo
Personagens esféricas – mais complexas e dinâmicas, pois evoluíam
psicologicamente ao longo do texto.
Contemporaneidade - O que interessa é o presente
Detalhismo
Linguagem culta, porém direta.
Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades.
Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais
Herói problemático, cheio de fraquezas e manias.
Narrativa lenta, exploração do tempo psicológico.
Denúncias em relação à sociedade francesa.
Temas – tratamento diferenciado
Narrador em 3ª pessoa - onisciente
Retratação das classes mais altas – análises psicológicas do
comportamento da sociedade
Naturalismo
Realismo científico
Realismo exagerado
Determinismo e cientificismo
Homem: meio, raça e momento.
Romance de tese – análise dos personagens – narrador em 3ª pessoa
(distanciamento)
Personagens animalizados
A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que
transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências.
Descrições minuciosas e linguagem simples
Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais,
taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de
analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a
reação do público.
Ao analisar os problemas sociais, o naturalista mostra uma vontade de
reformar a sociedade, ou seja, denunciar estes problemas era uma forma de
tentar reformar a sociedade.
Baseado nas correntes sociológicas materialista: positivismo, determinismo
e darwinismo.
Positivismo:
Foi uma corrente filosófica iniciada por Auguste Comte, onde as
ideias de percepção humanas são baseadas na observação, exatidão,
deixando de lado teorias e especulações da Teologia e Metafísica.
Determinismo:
Crença em que os acontecimentos ocorrem de uma maneira já fixada,
num plano sobrenatural ou pelas leis da Natureza. É o princípio em que
2. todos osfenómenos estão ligados uns aos outros, por meio de relações
ou leis necessárias. As ações do homem são determinadas pelo meio.
Darwinismo:
Seleção natural – busca por sobrevivência. Os indivíduos que
apresentassem características menos favoráveis encontrariam
dificuldade para competir, reproduzir e sobreviver. Dessa forma, através
da seleção natural, os indivíduos com características desfavoráveis
tenderiam a quase desaparecer com o passar dos tempos.
Realismo Naturalismo
Romance documental Romance experimental
Individualidade Coletividade
Análise exterior e interior Análise exterior
Ênfase psicológica Ênfase biológica – comprovar a tese científica
Classes sociais dominantes Classes sociais dominadas
Interpretação indireta Interpretação direta
Classes mais altas Classes mais baixas
Obras:
O Cortiço – Aluísio de Azevedo
Romance de tese
Personagens psicologicamente superficiais (tipos sociais)
João Romão – capitalista explorador
Bertoleza – trabalhador escravo
Miranda – Burguês
Jerônimo – Disciplina no trabalho
Piedade – Mulher europeia
Rita Baiana – mulher brasileira
Personagem principal: o cortiço (ganha vida tal qual um
personagem)
Narrador: 3ª pessoa – onisciente
Tempo: Linear / Brasil do séc. XIX.
Espaço: cortiço (pobres) + sobrado do Miranda (burguesia
ascendente)
Miscigenação / mistura das raças que de acordo com o
determinismo não será positiva.
Enredo
João Romão + Bertoleza
X
Miranda – briga por pedaço de terra/ Miranda recebe título de
Barão / ascensão financeira e social
Moradores do cortiço – sem nenhuma ambição – produto da
organização e do dinamismo do cortiço.
Rita Baiana – Piedade + Jerônimo (má influência do meio sobre o
homem)
Pontos importantes
Cortiço – organismo vivo (biológico)
Tese: mistura de raças – degradação humana
Crítica às diferenças sociais
Meio, raça e momento histórico determinam o comportamento
dos personagens.
3. Germinal –Émile Zola
Objetivo: reconstruir a sociedade francesa da segunda metade do
séc. XIX.
A obra Germinal de Émile Zola, que inclusive consagrou um dos
maiores escritores de todos os tempos, nos apresenta a vida do
jovem Étienne Lantier que luta intensamente em busca de uma
transformação político e social da situação na qual vivia a França
especialmente a cidade de Montsou no séc. XIX.
O "Germinal", nos mostra a situação de miséria em que se
encontravam os mineiros franceses; as relações entre capitalistas
e operários; as greves e o sindicalismo; as necessidades humanas
em contraste com as necessidades materiais.
Critica a sociedade burguesa
Visão do homem como um animal, movido pela eterna satisfação
de suas necessidades biológicas e pela adaptação ao seu meio.
Repetidas vezes, Zola descreve as ações e o comportamento de
seus personagens humanos como próprias de animais, ou então
descreve animais como dotados de comportamento quase
humano.
A ação humana é muito influenciada por questões patológicas. O
desenvolvimento da vida de seus personagens depende muito das
doenças as quais os mesmos estão submetidos. Obviamente, isso
decorre da busca de fundamentação científica para descrever o
comportamento humano pelo autor. Assim, enquanto os
mineradores, por estarem em contato com mais doenças, já são
descritos fisicamente e psicologicamente como adultos logo na
puberdade, os jovens burgueses mesmo depois dos vinte anos
ainda são vistos como crianças.
O determinismo pelo meio. Sendo o homem um animal como
todos os outros, vive em busca de se adaptar ao seu meio.
Portanto, o meio é um fator determinante ao comportamento
humano; é mais forte do que qualquer ação individual.
O instinto. Apesar de viver em uma época em que as pessoas
intelectualizadas tinham plena fé no desenvolvimento científico e
na racionalidade humana, Zola põe na irracionalidade, isto é, nos
surtos emocionais de seus personagens, um fator de extrema
importância no enredo.
O niilismo. O sofrimento e a injustiça são elementos frequentes
no comportamento humano. Mas, para uma sociedade de animais
medíocres, irracionais e presos ao seu meio, por mais revoltante
que ele seja, como a sociedade humana, melhoras são
praticamente impossíveis.
O Primo Basílio –Eça de Queirós
Eça de Queiroz ataca uma das instituições mais sólidas: o
casamento. Com personagens despidos de virtude, situações
dramáticas geradas a partir de sentimentos fúteis e
mesquinharias, lances amorosos com motivações vulgares e
medíocres – apesar de tudo isso, ao mesmo tempo em que
ataca, desperta o interesse da sociedade lisboeta.
Embora o adultério fosse tema já trabalhado pelo Romantismo,
Eça de Queiroz explora o erotismo quando detalha a relação
entre os amantes. Inova também ao incluir diálogos sobre
homossexualismo. O autor, que já mostrara sua opção por uma
literatura ácida e nada sentimental em O Crime do Padre Amaro,
cria personagens fisicamente decadentes – cheios de doenças e
catarros – e de comportamento sexual promíscuo.
4. O Primo Basílio é uma obra naturalista e realista. A escola
realista propõe uma criação literária apoiada na análise objetiva
da realidade. O narrador aparece como um observador imparcial,
que vê os acontecimentos com neutralidade e que domina as
informações sobre o contexto no qual o enredo acontece. O
Naturalismo traz uma preocupação a mais: tenta introduzir o
método científico na obra literária e, com isso, intensifica e
amplia as tendências básicas do Realismo.
Personagens:
Os personagens que recheiam a obra de Eça de Queirós na sua
fase naturalista, como em O Primo Basílio, são planos, ou seja,
são o oposto dos personagens de grande intensidade interior e
psicológica – os personagens esféricos. Em O Primo Basílio, toda
a intensidade é reservada para a trama. Os personagens apenas
são por ela envolvidos e arrastados. Ou seja, a realidade objetiva
é que molda e define a vida dos homens.
Estilo e linguagem:
A obra de Eça adapta o texto literário ao ritmo e à modulação da
língua falada. Assim, rejuvenesce a linguagem literária,
mesclando-a com recursos de abordagem mais próximos do
jornalismo.
Detalhismo
Fotografia lírica dos ambientes
Visão crua dos personagens