O poema descreve olhos verdes que causaram grande paixão no poeta. Os olhos são comparados a esmeraldas e ao mar, transmitindo emoções como fogo e luz. O poeta ficou profundamente marcado após ver esses olhos e vive apenas de sua lembrança, tendo se deixado morrer de amor.
3. Eles verdes são:
E têm por usança
Na côr esperança,
E nas obras não.
CAMÕES, Rimas
4. São uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos de verde-mar,
Quando o tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri;
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
5. Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma – vida, outra – morte;
Uma – loucura, outra – amor.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
6. São verdes da cor do prado,
Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz no coração;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
7. São uns olhos verdes, verdes,
Que podem também brilhar;
Não são de um verde embaçado,
Mas verdes da cor do prado,
Mas verdes da cor do mar.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
8. Como se lê num espelho,
Pude ler nos olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
9. Dizei vós, ó meus amigos,
Se vos perguntam por mi,
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos cor de esperança,
De uns olhos verdes que vi!
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
10. Dizei vós: “Triste do bardo!
Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos da cor do mar:
Eram verdes sem esp’rança,
Davam amor sem amar!”
11. Dizei-o vós, meus amigos,
Que ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!
XXX
12. É famoso por ter escrito o poema
"Canção do Exílio,” é um poema épico I-
Juca-Pirama e de muitos outros poemas
nacionalistas e patriótics que viria a dar-
lhe o título de poeta nacional do Brasil.
Foi um ávido pesquisador das línguas
indígenas brasileirase do folclore.
SOBRE O AUTOR
13. Seu grande amor Ana Amélia, amor
impossível.
A família da linda Don'Ana
como lhe chamavam,tinha o poeta em
grande estima e admiração.
Mais forte, porém, do que tudo, era
naquele tempo no Maranhão o preconceito
de raça e casta.
E foi em nome desse preconceito que a
família recusou o seu consentimento.
14. Foi aí, em Lisboa, num jardim público, que
certa vez se defrontaram o poeta e a sua
amada, ambos abatidos pela dor e pela
desilusão de suas vidas, ele cruelmente
arrependido de não ter ousado tudo, de ter
renunciado àquela que com uma só palavra
sua se lhe entregaria para sempre.
15. Desvairado pelo encontro, que lhe
reabrira as feridas e agora de modo
irreparável, compôs de um jato as
estrofes de 'Ainda uma vez — adeus!',
as quais, uma vez conhecidas da sua
inspiradora, foram por esta copiadas
com o seu próprio sangue.
17. FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE
EMAIL: luziagabriele@hotmail.com
FONTE: WIKIPÉDIA
POETA: GONÇALVES-DIAS OLHOS VERDES
COLABORAÇÃO: ZÉLIA BAUER
COLABORAÇÃO: GILENO BEZERRA
FOTOS: INTERNET
MÚSICA: CARAVELLI - LLE AU SOLEIL
DATA : 03 DE DEZEMBRO DE 2015