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PROJETOS INTEGRADORES
MANUAL DO PROFESSOR
GUSTAVO OLIVEIRA PUGLIESE
ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
VOLUME ÚNICO • ENSINO MÉDIO
GUSTAVO OLIVEIRA PUGLIESE
Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Licenciado em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Mestre em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Consultor e formador de professores nas áreas de STEAM e projetos educacionais
VOLUME ÚNICO • ENSINO MÉDIO
PROJETOS INTEGRADORES
ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
1ª edição, São Paulo, 2020
MANUAL DO PROFESSOR
Presidência: Paulo Serino
Direção editorial: Lauri Cericato
Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel e Mirian Senra
Gestão de área: Isabel Rebelo Roque
Coordenação de área: Fabíola Bovo Mendonça
Edição: Daniela Teves Nardi, Flávia Maria Mérida Ramoneda
e Lucas Augusto Jardim
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Rosângela Muricy (coord.),
Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist,
Diego Carbone, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan,
Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova,
Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca,
Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tieme Yamauchi (coord.),
Keila Grandis (edição de arte),Karen Fukunaga, Luiza Massucato,
Filipe Dias e Simone Aparecida Zupardo
Iconografia e tratamento de imagens: Sílvio Kligin (ger.),
Roberto Silva (coord.), Douglas Cometti (pesquisa iconográfica),
Cesar Wolf (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.),
Erika Ramires e Márcio Henrique(analistas adm.)
Cartografia: Alexandre Bueno e Mouses Sagiorato
Design: Gláucia Koller (ger.), Flávia Dutra e Luis Vassallo (proj. gráfico),
Flávia Dutra (capa)
Ilustração de capa: Samuel Casal
Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A.
Avenida Paulista, 901, 4o
andar
Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200
Tel.: 4003-3061
www.edocente.com.br
atendimento@aticascipione.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua - CRB-8/7057
2020
Código da obra CL 713722
CAE 722687 (AL) / 722688 (PR)
1a
edição
1a
impressão
De acordo com a BNCC.
Impressão e acabamento
Pugliese, Gustavo Oliveira
#Novo Ensino Médio : Projetos integradores : Ciências da natureza
e suas tecnologias, volume único / Gustavo Oliveira Pugliese,
[Diego Basei Garcia]. — 1. ed. — São Paulo : Scipione, 2020.
Suplementado pelo manual do professor
Bibliografia
ISBN: 978-85-474-0393-5 (aluno)
ISBN: 978-85-474-0394-2 (professor)
1. Ensino médio 2. Projetos 3. STEAM 4. Protagonismo 5. Cultura
juvenil 6. Midiaeducação 7. Mediação de conflitos
I. Título II. Garcia, Diego Basei
20-1298 CDD 373.02
Colaboração de Diogo Basei Garcia
Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo
(USP), com especialização em Ética, Valores e Cidadania
Licenciado em Pedagogia pela Faculdade de Conchas (Facon-SP)
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
2
2
APRESENTAÇÃO
ESTE LIVRO, PROVAVELMENTE, é um livro muito diferente dos que você
já usou na escola. Com ele você vai aprender de um jeito bem leve, divertido
e conectado com sua realidade. Quer saber por quê? Veja alguns spoilers:
Este livro foi feito para ser usado com o smartphone – sim, vai ter celu-
lar na sala de aula para ajudar você a construir novos conhecimentos!
Ele inclui o uso de redes sociais – sim, o uso está liberado para trabalhar
nos projetos.
Ele foi feito para fazer a diferença na sua vida e na da comunidade ao
seu redor – não, ele não foi feito só para ficar dentro da sala de aula.
O conteúdo é recheado de memes, humor e ironia – quem disse que
aprender precisa ser chato?
OKAY, MAS COMO ISSO “CABE” DENTRO DE UM LIVRO?
Ao todo, o livro é composto de seis projetos para serem trabalhados em gru-
pos durante o Ensino Médio. Cada projeto tem um tema diferente e interes-
sante, com questões e desafios para você resolver com os colegas.
Todos os projetos conversam com as mídias e culturas da sociedade con-
temporânea, com atenção especial, é claro, para as relacionadas à juven-
tude. Além disso, são fáceis de serem executados e não exigem muitos re-
cursos, mas não se engane: apesar de simples, causam grande impacto na
aprendizagem e na comunidade escolar.
Procuramos também sugerir atividades que promovam o desenvolvi-
mento pessoal e o coletivo, o senso crítico e o pensamento cien-
tífico. Tudo isso de uma forma divertida, agradável e leve!
Esperamos que você goste dos projetos e
aproveite muito o trabalho com eles!
APRESENTAÇÃO
Cienpies
Design/Shutterstock
3
3
CONHEÇA SEU LIVRO
Para entender o tema, nada melhor do que começar, literalmente, pondo a mão no problema. A seguir, você
vai encontrar uma atividade que será resolvida ao longo de várias semanas. Dividimos a atividade em três
etapas para que você se organize em cada momento.
Quantidade de lixo
Quando falamos em sustentabilidade e produção de lixo, uma das primeiras ações é identificar quanto e o
que é produzido de lixo. Por isso, para começar, vamos fazer alguns cálculos. Para isso, vamos partir de uma
questão: Qual é o volume de lixo que você e sua família produzem em uma semana? E qual é o volume de lixo
que seus colegas e familiares produzem em média?
A ideia é que você e cada colega consigam determinar esse valor e elaborem uma tabela, como a do modelo
a seguir.
DIA DA
SEMANA/
ESTUDANTE
SEG. TER. QUA. QUI. SEX. SÁB. DOM.
ACUMULADO
DA SEMANA
TIPO DE LIXO Org.* Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Z
ESTUDANTE A 2**
2 2 2 2 2 2 2 z
ESTUDANTE B 2 2 2 2 2 2 2 2 z
TOTAL X y x y x y x y z
* Org. = orgânico ** Valores dados em litros.
Dados fictícios.
Para isso, vamos estabelecer uma estratégia, pois nem todos podem ter uma balança em casa para medir a
massa do lixo.
Para começar, vamos pensar na forma e no tamanho do
lixo descartado. Todos os dias, antes de destinar o lixo
para o caminhão de recolhimento de resíduos ou para o
destinohabitual,anoteovolumeaproximadodedescar-
tes produzido. Como se trata de um experimento, evite
interferir nos hábitos das pessoas que moram com você.
Espera-se obter valores medidos em uma semana típica.
RELACIONE-SE COM O TEMA
Se o lixo orgânico do lugar em que você
mora não é separado do lixo seco, aproveite
a oportunidade e comece a separá-los! Não
é uma tarefa simples, mas essa prática é
muito importante para a reciclagem do lixo,
que será tratada adiante.
Não escreva
no livro
Meme
Reprodução/Arquivo
da
editora
118
CHEGUE MAIS!
Aqui você vai encontrar algumas
informações importantes que
vale a pena ler para começar os
projetos com o pé direito!
RELACIONE-SE COM
O TEMA
Neste item você terá
a oportunidade de
conhecer um pouco
mais o tema do projeto.
Afinal, como resolver
uma questão sem
conhecê-la a fundo?
ABERTURA DO
PROJETO
Todos os projetos
começam com uma
abertura que já fornece
pistas do que será
trabalhado.
Nesta obra, você será convidado a participar de vários projetos – cada um deles com características, desafios
e temas diferentes.
No entanto, para que você se organize e aproveite ao máximo o que esses projetos têm a oferecer, é importante
que siga alguns passos, ou seja, que estabeleça percursos, monte um cronograma e avalie o próprio desempenho.
CHEGUE MAIS!
Procure inserir em cada etapa os itens que julgar necessário desenvolver. À medida que o projeto for sendo
executado, retome o que registrou e faça os ajustes necessários.
Etapa 1
Entenda a questão
Nesta etapa, é essencial que você compreenda as questões e os problemas
que nortearão o projeto e se aproprie deles.
Etapa 2
Aprofunde-se na questão
Nesta etapa, serão apresentados textos que lhe darão subsídios ou caminhos para que seja
possível encontrar a solução das questões e dos problemas apresentados na etapa 1.
Etapa 3
Mãos à obra
Nesta etapa, você vai solucionar as questões e os problemas do projeto,
bem como verificar se a solução apresentada foi satisfatória ou insatisfatória.
Etapa 4
Espalhe por aí
Nesta etapa, serão apresentados e divulgados para a comunidade
os resultados obtidos ao longo do projeto.
PERCURSOS
Os projetos podem ser desenvolvidos de diversas maneiras e por meio de múltiplos percursos. Assim, é impor-
tante que você e seu grupo se organizem para definir o caminho que pretendem seguir na execução de cada
um deles.
Os projetos são divididos em quatro etapas. Abaixo, apresentamos uma síntese dos objetivos de cada etapa,
seguindo a lógica de resolução de problemas e da Aprendizagem Baseada em Projetos. Por isso, sugerimos
que você procure entender bem cada uma delas e já pense nos percursos que vai utilizar para cumpri-las.
10
10
Elaborar um cronograma é muito importante, pois, ao controlarmos o tempo para a realização de cada tarefa,
garantimos que o produto final seja entregue no prazo combinado. Sem esse controle, podemos demorar mais
tempo em determinadas etapas e, com isso, comprometer a qualidade e o prazo de finalização do projeto.
É importante que seja definido um prazo viável para a realização de cada etapa. Para isso, converse com os co-
legas e o professor, para que, juntos, cheguem a um cronograma viável. Procurem estar sempre atentos aos pra-
zos estabelecidos no cronograma. E lembrem-se de manter o cronograma em dia ou fazer ajustes, se necessário.
Ao elaborar um cronograma, conseguimos
gerenciar o tempo disponível e, assim, evitar
possíveis atrasos.
CRONOGRAMA
AUTOAVALIAÇÃO
Talvez você já tenha tido a oportunidade de fazer uma autoavaliação em outros projetos ou em outros mo-
mentos de sua vida escolar. Ela é uma reflexão importante e pode ser feita em diversos campos de atuação,
não apenas no ambiente escolar. Se feita de maneira consciente, ajudará no seu desenvolvimento, já que
indica seus pontos fortes e aqueles que ainda precisam ser fortalecidos.
Para cada projeto, haverá uma tabela de autoavaliação, apresentada logo no início do projeto para que você
conheça as expectativas em relação à sua atuação. Em uma analogia, é algo semelhante a “o que vai cair na
prova”, embora não se trate de uma prova. Assim, você terá a oportunidade de elaborar e pôr em prática es-
tratégias que o ajudem a superar suas dificuldades. Além disso, com as regras do jogo estabelecidas desde o
início, você não terá surpresas no final e poderá se ajustar continuamente, sempre que necessário.
Na tabela de autoavaliação são apresentados alguns itens importantes para o seu desenvolvimento e para
sua atuação no projeto. Esses itens não se relacionam apenas às questões práticas e teóricas envolvidas no
projeto, mas também às questões atitudinais; afinal, avaliar-se também é uma forma de se conhecer melhor.
Além dos critérios presentes na tabela, você pode inserir itens que julgue importantes para o seu desenvolvi-
mento, não só como estudante, mas também como cidadão. Estes podem ser elementos relacionados a seu
relacionamento e comunicação com os colegas, a seu engajamento em ações sociais, etc.
Seguindo os mesmos critérios que você, o professor também fará uma avaliação do seu desempenho; assim,
vocês terão a oportunidade de verificar, no final de cada projeto, em que pontos a avaliação de ambos coinci-
diu e em quais houve divergência.
Caso tenha dúvidas ao realizar a autoavaliação ou ao traçar estratégias para superar suas dificuldades, con-
verse com o professor responsável pelo projeto.
ItVector/Shutterstock
11
11
Tema integrador.
Nome do projeto.
Pergunta norteadora que deverá ser
respondida ao longo do projeto.
Texto de introdução.
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS:
UMA POSTURA DA ESCOLA
PARA A VIDA
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Segundo estudos internacionais conduzidos pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil apresenta as
escolas com os índices mais altos de violência escolar, bullying e intimidação,
quando comparado com dezenas de outros países. Outra pesquisa, feita em
2015, revelou que 70% dos 6709 estudantes de escolas públicas brasileiras
entrevistados confirmaram a ocorrência de algum tipo de violência na escola.
4
Estranhar
Peleja
Imbróglio
Bate-boca
Arranca-
-rabo
Soltar os
cachorros
80
80
Como cada um de nós pode
ajudar a diminuir ou resolver
conflitos na escola e em casa,
transformando-os em uma
oportunidade de desenvolvimento
pessoal e coletivo?
Você acha que a escola pode ser um ambiente de conflitos? Como instituição social, a escola reproduz
aspectos da convivência em sociedade, incluindo conflitos. Embora não queiramos participar de con-
flitos nem presenciá-los, muitas vezes não temos como fugir deles. Mas e se os conflitos pudessem ser
usados como uma oportunidade para desenvolvimento pessoal e coletivo em vez de gerar violência? Em
outras palavras, como cada um de nós pode ajudar a diminuir ou resolver conflitos na escola e em casa,
transformando-os em uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e coletivo?
Para tentar responder a essa questão, vamos trabalhar, neste projeto, com o reconhecimento de um
conflito, as emoções nele envolvidas e os possíveis caminhos para superá-lo.
Perder a
linha
Treta
Bafafá
Conflito Rixa
Briga
Confusão
Pega
Pendenga
berkut/Shutterstock;
Kapitosh/Shutterstock
OBJETIVOS
Desenvolver a escuta ativa,
a empatia, a comunicação
não violenta, o respeito ao
outro e o autocontrole.
JUSTIFICATIVA
O exercício da mediação
de conflitos capacita os
estudantes a lidar com
os conflitos inerentes à
vida escolar, tornando a
escola um local propício à
educação.
81
81
4
4
A seguir sugerimos alguns filmes que
têm como tema a juventude. Nessa
lista, há filmes sobre o relacionamento
entre as pessoas nas escolas, a
diversidade de identidades em cada
escola do Brasil e sobre como os jovens
têm interagido diante das dificuldades
e questões típicas do seu tempo. É uma
oportunidade para você e os colegas se
reconhecerem no outro.
SE LIGA NO FILME!
Reprodução/Arquivo
da
editora
Nik
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k
Meme
Quando sinto que já sei
Quando sinto que já sei mostra escolas que se abriram para as comunidades e mexeram com a organização indus-
trial que domina o ensino brasileiro: o professor lê, o aluno copia, vem a prova e… pronto. Depoimentos marcantes
aparecem a todo momento, como o do educador e antropólogo Tião Rocha, do Centro Popular de Cultura e Desen-
volvimento, em Curvelo, Minas Gerais, que compara o modelo tradicional a um “serviço militar obrigatório” a partir
dos seis anos de idade: “A criança não precisa sofrer para aprender”, diz.
Nunca me sonharam
Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, o documentário retrata a realidade do Ensino Médio nas
escolas públicas do Brasil. [...] dirigido por Cacau Rhoden, o filme apresenta os desafios e expectativas dos jovens
para a educação a partir dos próprios depoimentos.
Nunca me sonharam fala de jovens que estão em uma fase da vida que adultos entendem como rito de passagem
e que querem ter voz enquanto batem de frente com um modelo de ensino defasado, que pouco responde às
suas necessidades e em nada ilumina o que esperam para o futuro. O depoimento que mais bem expressa essa
ideia – e que dá nome ao filme – vem do estudante Felipe Lima, de Nova Olinda (CE), que teme repetir a história
de seus pais: “Eles nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me
sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô apren-
dendo a sonhar sozinho”. Nos relatos colhidos em mais de dez estados brasileiros, no entanto, uma diversidade
de sotaques e olhares indica o caminho para a mudança.
Últimas conversas
Quais são as aflições e desejos dos jovens? Na obra póstuma do cineasta Eduardo Coutinho, estudantes da rede
pública do Rio de Janeiro contam sobre suas vidas e o que almejam para o futuro. Durante as entrevistas, o do-
cumentário entra em assuntos como racismo, religião, bullying e problemas familiares.
Pro dia nascer feliz
Adolescentes de três estados brasileiros, de diferentes classes sociais, contam sobre sua vida na escola e suas in-
quietações. O documentário, dirigido por João Jardim, tenta evidenciar o quadro de desigualdades e de violência
no país a partir da realidade escolar.
9 DOCUMENTÁRIOS mostram como os jovens querem (e vão) transformar a educação. Porvir, 14 jun. 2017. Disponível em: https://porvir.
org/9-documentarios-mostram-como-os-jovens-querem-e-vao-transformar-educacao/. Acesso em: 16 dez. 2019.
DOCUMENTÁRIOS MOSTRAM COMO OS JOVENS
QUEREM (E VÃO) TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO
46
46
Este será seu roteiro de avaliação. Estamos apresentando-o no começo do projeto para que você já fique
sabendo quais critérios serão usados na avaliação e o que é esperado em relação a sua atuação no projeto.
Seja responsável ao realizar a própria avaliação. Você utilizará esta tabela para compreender as expectativas
de aprendizagem em um projeto de Mediação de conflitos e para poder ir se ajustando continuamente.
Quanto antes começar, mais ajustes poderá fazer e, assim, ter um desempenho melhor. Ao final, compare sua
autoavaliação com a avaliação que o professor fez. Dialoguem e tentem chegar a um acordo nos pontos em
que houver alguma divergência.
COMPETÊNCIA/
CRITÉRIOS
NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3
Aprendizagem e
conhecimento/
Conceitos da
mediação de
conflitos
Nãocompreendios
significadoseaimportância
damediaçãodeconflitosem
minhaescola.Acreditoqueos
estudantesnãodevemassumir
umaposturamediadora,pois
nãosãocapazesderesolver
seusprópriosconflitos.
Compreendo a natureza dos
conflitos e das emoções.
Mas acredito que preciso
desenvolver melhor o
autoconhecimento e aprender
a assumir uma postura
mediadora diante dos conflitos.
Compreendo bem a
natureza dos conflitos e
das emoções. Desenvolvi
o autoconhecimento
necessário para saber como
me relaciono com as pessoas
diante de conflitos e como
lido com minhas emoções.
Colaboração e
diálogo/Empatia e
comunicação
Não houve trabalho em equipe
ou a equipe não se mostrou
preocupada em envolver
todos os participantes. Houve
muitos conflitos, e alguns
deles não foram saudáveis
para o desenvolvimento do
projeto e do relacionamento
entre as pessoas.
A equipe se mostrou
preocupada em envolver todos
os participantes, mas não
conseguiu trabalhar de modo
colaborativo. Alguns conflitos
não foram resolvidos de forma
democrática e respeitosa.
A equipe se mostrou
preocupada em envolver
todos os participantes
e trabalhou de forma
harmônica e respeitosa. Os
diálogos foram estabelecidos
de modo saudável, e houve
excelente entrosamento
entre os participantes.
Comunicação e
apresentação/Ciclo
de oficinas
Meu grupo não realizou as
oficinas de mediação de
conflitos com a comunidade
escolar, ou elas não foram
projetadas para promover
a cultura de paz na
comunidade escolar.
Meu grupo conseguiu realizar
as oficinas de mediação de
conflitos com a comunidade
escolar, mas não levou em
conta o conhecimento
desenvolvido ao longo do
projeto sobre a mediação de
conflitos. As oficinas foram
realizadas com base no senso
comum e sem embasamento.
Meu grupo conseguiu
realizar as oficinas de
mediação de conflitos com
a comunidade escolar,
levando em conta o
conhecimento desenvolvido
ao longo do projeto sobre a
mediação de conflitos.
Cidadania e cultura
de paz/Atitudes
responsáveis e
impacto na escola
Não me sinto preparado
para lidar com uma postura
mediadora diante dos
conflitos existentes em
minha comunidade escolar,
ou não acredito que eu seja
responsável por promover
a cultura de paz em minha
escola.
Embora tenha ainda certa
dificuldade, sou capaz
de assumir uma postura
mediadora para promover a
cultura de paz na minha escola.
Ainda preciso melhorar minhas
ações e a forma com a qual me
posiciono diante dos conflitos
com os quais me envolvo.
Sou capaz de assumir uma
postura mediadora para
promover a cultura de
paz na minha escola e na
comunidade. Além disso,
minhas ações e a forma
com a qual me posiciono
diante dos conflitos que me
envolvem são baseadas no
diálogo e no respeito.
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!
85
85
3MÃOS À OBRA
Nesta etapa, você e os colegas vão organizar os preparativos para o produto final do projeto. O objetivo é
reunir todas as informações e os produtos das atividades já feitas, de forma organizada, para possibilitar que
a live seja realizada de forma satisfatória.
Competências gerais
Competência específica
7
4
3
EM13CNT302
Agora que você e seu grupo têm em mãos todo o material elaborado até aqui, utilizem-no como base teórica
para a composição da live que será apresentada ao final do projeto. É importante que o material produzido
tenha um conteúdo propositivo, ou seja, que não aborde somente os problemas, mas que também destaque
as estratégias identificadas pelo grupo para evitar o compartilhamento de fake news, o uso compulsivo das
TDIC, o FoMO e outros riscos.
Além disso, é necessário que vocês organizem os resultados e selecionem as informações que julgarem mais
relevantes, procurando expressar a importância do autocuidado e do autoconhecimento em uma linguagem
acessível e atual, a fim de contribuir para sua comunidade.
É necessário que vocês tenham estudado e se aprofundado nos conteúdos a serem apresentados e definido
o tempo que ficarão on-line. Tudo isso deve fazer parte de um planejamento. Caso contrário, podem ocorrer
diversos problemas enquanto vocês estiverem apresentando a live.
Por exemplo, imaginem se os apresentadores
de uma live em um canal importante ficassem,
de repente, sem assunto diante da câmera. Ou
então se começassem a acrescentar temas que
não haviam sido planejados e que não foram
pesquisados devidamente. É claro que isso não
costuma acontecer, porque mesmo que a trans-
missão seja ao vivo, há um preparo anterior, que
deve ser feito com cuidado.
Mas calma! Antes de começar o estudo e o pla-
nejamento, vocês devem escolher um dos três
temas trabalhados neste projeto e retomar sua
questão norteadora: Como lidar com os desa-
fios contemporâneos da comunicação e das
tecnologias digitais?
O objetivo da live é debater as questões centrais
trabalhadas ao longo deste projeto.
COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES
Reprodução/Arquivo
da
editora
Meme
159
159
VAMOS FALAR DE
AVALIAÇÃO!
RETOME A AVALIAÇÃO
Ao longo do projeto,
você terá oportunidade
de fazer avaliações que
podem contribuir para
seu desenvolvimento.
SE LIGA NO FILME!
E que tal assistir a um vídeo
para ampliar os horizontes?
Agora é o momento de compreender como a mediação de conflitos funciona
na prática e quais técnicas ela envolve para que você possa pensar em soluções
concretas para serem aplicadas na escola.
2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO
CONFLITOS NA ESCOLA
Você e seus colegas costumam entrar muito em conflito? Faça um levantamento dos conflitos que vocês reco-
nhecem dentro da escola ou da sala de aula. Listem na lousa os principais conflitos que tiveram nos últimos
meses, enquanto turma.
Neste primeiro momento é apenas uma lista mesmo. Não entrem em conflito por causa de pendências mal
resolvidas! Procurem fazer uma lista sem julgamento de quem está certo ou errado, OK?
Reprodução/Arquivo
da
editora
Nem sempre é fácil determinar quem está certo ou errado em uma situação de conflito.
Ouvimos muito sobre
como falar bem em
público, mas muito pouco
sobre como aprender
a arte igualmente
importante de ouvir
adequadamente os
outros. Assista ao vídeo a
seguir para pensar sobre
como se tornar um bom
ouvinte. O vídeo está em
inglês, mas basta ativar a
legenda em português.
Escuta ativa: você sabe
o que é? – Disponível
em: https://www.
youtube.com/watch?v=-
BdbiZcNBXg. Acesso em:
2 jan. 2020.
SE LIGA NO LINK
Meme
Quino/Fotoarena
QUINO. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fontes, 2009.
Competências gerais
Competências específicas
10
7 9
2 3
EM13CNT305
EM13CNT207
8
93
93
ETAPA
Todos os projetos são divididos
em quatro etapas, com estrutura
e objetivos específicos.
Nesta etapa, você e os colegas vão organizar os preparativos para o produto final do projeto. O objetivo é
reunir todas as informações e os produtos das atividades já feitas, de forma organizada, para possibilitar que
Agora que você e seu grupo têm em mãos todo o material elaborado até aqui, utilizem-no como base teórica
que será apresentada ao final do projeto. É importante que o material produzido
tenha um conteúdo propositivo, ou seja, que não aborde somente os problemas, mas que também destaque
, o uso compulsivo das
Além disso, é necessário que vocês organizem os resultados e selecionem as informações que julgarem mais
relevantes, procurando expressar a importância do autocuidado e do autoconhecimento em uma linguagem
É necessário que vocês tenham estudado e se aprofundado nos conteúdos a serem apresentados e definido
. Tudo isso deve fazer parte de um planejamento. Caso contrário, podem ocorrer
Reprodução/Arquivo
da
editora
escola do Brasil e sobre como os jovens
têm interagido diante das dificuldades
e questões típicas do seu tempo. É uma
Reprodução/Arquivo
da
editora
COMPETÊNCIAS E
HABILIDADES
Esses códigos indicam as
competências e habilidades
desenvolvidas no tópico. A
descrição de cada código está
apresentada no final do livro.
Cienpies
Design/Shutterstock
ESTA É PARA
ENCERRAR
O projeto já acabou ,
mas o que ficou?
4ESPALHE POR AÍ
Agoraquevocêeseugrupojáelaboraramoartigodedivulga-
çãocientífica,chegouahoradedivulgá-lo,paraquequalquer
pessoa possa acessá-lo. Como você leu na página anterior,
paradivulgarosartigos,vocêesuaturmapodemcriarumapá-
ginaemumaredesocialouumsite.Épossíveltambémcriarou
editar verbetes em enciclopédias colaborativas on-line. Tudo
vaidependerdaplataformaescolhidaporvocês.
Outro aspecto que vocês devem considerar é que esse ar-
tigo de divulgação científica é importante para combater
a desinformação e disseminar informações científicas res-
ponsáveis com consciência e cidadania. Por esse motivo,
nãobastapublicá-lonainternet:tambéménecessáriodivul-
gá-lo para outras pessoas da escola e de sua comunidade.
Então, quando os artigos estiverem publicados, ou quando
já houver um site criado, coloquem em prática a estratégia
de divulgação que vocês estabeleceram.
Para isso, vocês podem fornecer os links de acesso por meio de aplicativos de
mensagens de celular ou por meio de redes sociais. Caso prefiram, também é pos-
sível fazer divulgações analógicas colando pequenos cartazes com o endereço
eletrônico em diversos ambientes da escola.
Outraformadedivulgaçãopossíveléacriaçãodeumeventoquecontecomapre-
sença da comunidade escolar. Nesse dia, além de divulgar o link de acesso, vocês
poderão falar um pouco sobre o processo de elaboração dos artigos e orientar as
pessoas sobre como analisar, interpretar e reconhecer artigos científicos confiá-
veis usando os diferentes recursos que aprenderam ao longo do desenvolvimen-
to do projeto. É muito importante que todos tenham acesso à midiaeducação!
Meme
Sim, ela chegou! A prova! Mas calma, não é bem uma prova – e você já sabia disso. Volte ao roteiro da autoa-
valiação e identifique os níveis e descritores que melhor representam sua participação ao longo do projeto.
Além disso, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professor fez de sua participação, para que
possam dialogar identificando os pontos em comum e as diferenças, quando houver.
ESTA É PARA ENCERRAR
RETOME A AVALIAÇÃO
É chegada a hora de finalizar! Esperamos que você se sinta preparado para lidar com as informações científicas
e com o conhecimento que circula na internet e em outros meios. E certamente o seu esforço e o dos colegas
em produzir informação de qualidade vão ter impacto positivo na vida de cada um de seus leitores. Parabéns!
Reprodução/Arquivo
da
editora
Competência geral
Competência específica
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3
EM13CNT302
EM13CNT301
EM13CNT303
79
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Depois de compreender um pouco mais os conflitos, as emoções envolvidas e a mediação de conflitos, você
pode imaginar como a escola e o ambiente a seu redor poderiam se beneficiar com uma atitude mediadora.
Relembrando o que vimos até o momento, a cultura da paz na escola e em casa não depende somente dos
adultos, mas também de você.
RECONHEÇA O DESAFIO
Meme
Portanto, pensando no que você e os colegas debateram sobre conflitos, violências, emoções e sobre como
cada um de vocês poderia ajudar a diminuir e resolver os conflitos na escola, propomos o seguinte desafio:
Promover um ciclo de oficinas sobre mediação de conflitos para a
comunidade escolar.
As oficinas que você e os colegas realizarem vão funcionar como
um programa de prevenção de conflitos e promoção da cultura de
paz. Você vai estudar mais sobre mediação de conflitos,
comunicação não violenta e práticas restaurati-
vas. A ideia é que você e eles se tornem refe-
rência na escola para promover um ambiente
saudável para todos.
A organização de uma oficina é
uma oportunidade de vocês e seus
colegas desenvolverem diversas
habilidades e competências .
Reprodução/Arquivo
da
editora
iluistrator/Shutterstock
92
92
RECONHEÇA O DESAFIO
Que tal agitar um pouco mais
o projeto? Saiba aqui qual o
desafio que preparamos para
você e os colegas.
5
5
NOTA
Aqui você vai
encontrar
dicas, recados
importantes
ou alguma
observação sobre
o que está sendo
trabalhado no
projeto.
INFOGRÁFICOS
Fica muito mais fácil entender um assunto
quando ele aparece esquematizado em um
infográfico, não é mesmo?
MEME
A diversão não pode
ficar de fora! Teremos,
sim, muito humor, ironia
e memes! No contexto
da internet, essa é uma
maneira bastante comum
de disseminar imagens,
vídeos e outros objetos
relacionados ao humor.
Este recurso, de leitura por inferência,
vai ajudar você a desenvolver um
olhar crítico para os textos, ampliando
sua capacidade de interpretação.
SE LIGA NO LINK
Aqui você vai encontrar
indicações de sites
bacanas que vão ajudar
você a avançar no projeto.
Agora é o momento de compreender como a mediação de conflitos funciona
na prática e quais técnicas ela envolve para que você possa pensar em soluções
concretas para serem aplicadas na escola.
2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO
CONFLITOS NA ESCOLA
Você e seus colegas costumam entrar muito em conflito? Faça um levantamento dos conflitos que vocês reco-
nhecem dentro da escola ou da sala de aula. Listem na lousa os principais conflitos que tiveram nos últimos
meses, enquanto turma.
Neste primeiro momento é apenas uma lista mesmo. Não entrem em conflito por causa de pendências mal
resolvidas! Procurem fazer uma lista sem julgamento de quem está certo ou errado, OK?
Reprodução/Arquivo
da
editora
Nem sempre é fácil determinar quem está certo ou errado em uma situação de conflito.
Ouvimos muito sobre
como falar bem em
público, mas muito pouco
sobre como aprender
a arte igualmente
importante de ouvir
adequadamente os
outros. Assista ao vídeo a
seguir para pensar sobre
como se tornar um bom
ouvinte. O vídeo está em
inglês, mas basta ativar a
legenda em português.
Escuta ativa: você sabe
o que é? – Disponível
em: https://www.
youtube.com/watch?v=-
BdbiZcNBXg. Acesso em:
2 jan. 2020.
SE LIGA NO LINK
Meme
Quino/Fotoarena
QUINO. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fontes, 2009.
Competências gerais
Competências específicas
10
7 9
2 3
EM13CNT305
EM13CNT207
8
93
93
O protagonismo deve ser construído em conjunto,
nunca individualmente. É sempre democrático,
uma vez que parte do princípio de que existem
várias ideias, vários olhares e de que essa
pluralidade deve ser respeitada.
1. O protagonismo é coletivo.
O jovem protagonista não está acima do outro, mas
com o outro. Os outros não são bases, nem massas, nem
opositores. São atores em diversos papéis.
2. Ser protagonista não é liderar,
mas ser solidário.
É preciso ter consciência global, conseguir perceber os
problemas em toda sua complexidade. Além disso, ter
consciência de si como agente, mediador e beneficiário
de suas ações.
3. É uma questão de consciência.
Conseguir resolver além de apontar problemas. Para isso,
devem ser apresentadas soluções integradas, completas e
que compreendam múltiplas dimensões do conhecimento
e da cultura.
4. É ser propositivo.
O protagonista trabalha as potencialidades, as capacidades
das pessoas e não apenas os problemas. Ele os transforma em
objeto de investigação, análise e ação.
5. Ser protagonista é acreditar
nos outros.
Anatoly
Maslennikov/Shutterstock
Elaborado com base em: LOVATO, A.; YIRULA, C.; FRANZIN, R. Protagonismo: a potência de ação da comunidade escolar. São Paulo: Ashoka: Alana, 2017
.
Disponível em: https://alana.org.br/protagonismo-potencia-de-acao-da-comunidade-escolar/. Acesso em: 5 dez. 2019.
AS BASES DO PROTAGONISMO
Jane0606/Shutterstock
6kor3dos/Shutterstock
Anatoly
Maslennikov/Shutterstock
Maxx-Studio/Shutterstock
39
39
Antes de você e seu grupo iniciarem a produção dos seus próprios artigos de divulgação científica, leiam al-
guns já publicados, identificando a estrutura e o conteúdo desses artigos.
É importante perceber que os artigos têm características e estruturas próprias, constituindo um gênero textual.
Apresentar fontes confiáveis,
como renomadas instituições de
pesquisa, é um recurso importante
e pode dar credibilidade à
informação.
O uso da terceira pessoa é muito
comum em artigos de divulgação
científica. Essa estratégia é
utilizada para aparentar maior
impessoalidade, ou para expressar
um distanciamento que denota
imparcialidade.
Mencionar o tipo de estudo realizado
é uma forma de mostrar que a
informação foi obtida segundo um
método científico, ou seja, segue
princípios validados pela ciência.
Apresentar a amostragem do
estudo, além de revelar a validade
estatística, indica que o estudo
pode ser generalizado e aplicado
em outros contextos.
Artigos de divulgação geralmente
fazem projeções e cálculos para o
leitor, em vez de apenas fornecer
dados para que o leitor calcule,
como é o caso de artigos científicos
acadêmicos.
Uma minibiografia do autor do artigo
também colabora para dar credibilidade
ao texto, especialmente neste caso,
em que o autor é um médico bastante
conhecido no Brasil. Avalie: você confia
mais em um artigo cujo autor tem
essa biografia ou em um artigo que
apresenta apenas o nome do autor?
Artigo 1 – Narguilé
Narguilé pode ser pior que cigarro, já que a quantidade de
nicotina fumada em uma hora é equivalente à de dois cigarros por
dia durante quatro dias.
[...] A American Heart Association (AHA) aca-
ba de publicar um boletim no qual reconhe-
ce que o narguilé é usado por milhões de
pessoas no mundo. Considera que a adição
de sabores de balas e frutas ao tabaco e o
ambiente das redes sociais criaram um cená-
rio favorável à disseminação entre os adoles-
centes e ao conceito falso de que o compar-
timento com água, pelo qual circula a fumaça
aspirada, retém o material particulado asso-
ciado aos principais malefícios do cigarro.
Outro pensamento mágico é o de que o
narguilé não causaria dependência química,
como se a fumaça inalada não contivesse ni-
cotina, a mais aditiva das drogas conhecidas.
Segundo a AHA: “Acumulam-se evidências de que o narguilé altera, no curto
prazo, a frequência cardíaca, o controle da pressão arterial, a oxigenação dos
tecidos e a função vascular. O uso prolongado aumenta o risco de doença co-
ronariana. Diversas substâncias nocivas (ou potencialmente nocivas) encontra-
das na fumaça do cigarro também estão presentes no narguilé, frequentemente
em níveis até mais altos”.
Uma metanálise conduzida em quatro países mostrou que o fumante que usa
o narguilé uma vez por dia tem níveis urinários médios de cotinina (um me-
tabólito da nicotina) de 0,783 mg/mL, os mesmos liberados por dez cigarros.
A sessão típica de narguilé dura uma hora, na qual o fumante dá cem tragadas,
em média. A quantidade de nicotina fumada é equivalente à de dois cigarros
por dia, durante quatro dias. O fumante fica exposto a concentrações de mo-
nóxido de carbono 35 vezes mais altas do que as de um cigarro. É liberada,
no ambiente, a quantidade de monóxido correspondente à de dez pessoas
fumando cigarro, ao mesmo tempo.
Dráuzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no
tratamento da aids no Brasil. Entre seus livros de maior sucesso estão Estação
Carandiru, Por um Fio e O Médico Doente.
VARELLA, Drauzio. Narguilé. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/narguile-
artigo/. Acesso em: 15 jan. 2020.
ANÁLISE DE TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Narguilé.
Kichigin/Shutterstock
71
71
Se utilizar apenas um smartphone não resolve o problema de resolução da imagem, o que é preciso fazer para
que ele se transforme em um microscópio de baixo custo para ser utilizado na escola? Quais são os outros
materiais necessários?
Para isso, você precisará conhecer um pouco sobre as partes de um microscópio e sobre as propriedades
das lentes.
As lentes do microscópio óptico
A fotografia ao lado mostra um microscópio óptico convencional, capaz de ampliar a imagem com maior ca-
pacidade de resolução.
De modo bem resumido, ele possui duas partes essenciais:
um conjunto de lentes que fica próximo aos nossos olhos
(lente ocular) e um outro conjunto de lentes que fica posi-
cionado próximo ao objeto que se quer analisar (objetiva).
Essas lentes são convergentes, ou seja, ao se colocar um
objeto sobre a base, a luz refletida por ele atravessa a lente
objetiva e é formada uma imagem real, com maior amplia-
ção e resolução. Essa imagem, então, é observada através
da ocular, que forma uma imagem virtual e ainda mais am-
pliada do objeto. Ou seja, uma lente amplia a imagem for-
mada pela outra.
A maioria dos microscópios possui também uma fonte de luz e todos possuem um regulador de foco. A fonte de luz
iluminaereveladetalhesqueeventualmenteficariamescuros.Oreguladordefocofazvariaradistânciaentreoob-
jetoealenteobjetiva,encontrandoofoco,ouseja,aposiçãoidealparaobterumaimagemcomamelhordefinição. 
Agora, veja um esquema simplificado do que é preciso para um microscópio exercer sua principal função:
fornecer imagens ampliadas e com boa resolução.
2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO
objetiva
ocular
olho
F2
i1
Ο2
Ο1
ο
i2
F'
1
F1
F'
2
Oculares
Objetivas
Mesa
Condensador
Fonte de luz
Regulador
de foco
Braço
Mas o que realmente é essencial
para um microscópio são as lentes
convergentes. Sem elas, não há
microscópio.
UM POUCO DE FÍSICA
Andrey Svytsky/Shutterstock
Competências gerais
Competência específica
2
1
3
EM13CNT308
EM13CNT307
Banco
de
imagens/Arquivo
da
editora
Esquema de funcionamento de um microscópio
óptico, sendo: F1
e F’1
os focos da lente objetiva;
O1
o centro de curvatura da lente objetiva; I1
a
imagem formada pela lente objetiva; F2
e F’2
os
focos da lente ocular; O2
o centro de curvatura
da lente ocular; I2
a imagem formada pela lente
ocular que é percebida pelo observador (olho).
23
23
4ESPALHE POR AÍ
Agoraquevocêeseugrupofinalizaramagravaçãoeaediçãodosvídeos,elesjápodemserpostadosnainternet!
Mas calma aí, antes de publicá-los nas plataformas de vídeo, é importante fazer uma checagem do conteúdo.
Para isso, a próxima etapa será uma avaliação pelos pares. Cada grupo deverá apresentar seu vídeo para o
restante da turma de modo que todos possam analisar:
o potencial do vídeo de contribuir para que o espectador possa tomar alguma decisão;
a adequação científica das informações e se elas estão corretas;
a clareza das informações e da linguagem utilizada no vídeo;
a qualidade técnica do vídeo, observando se o áudio e a imagem são satisfatórios;
a criatividade, verificando se há marcas de culturas juvenis, uma identidade ou algo que destaque o conteú-
do e desperte o interesse do espectador.
É fundamental que os vídeos que vocês produziram apresentem informações
confiáveis com base em dados científicos, pontos de vista que respeitem e
promovam os direitos humanos, além de um posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Meme
Competência geral
Competência específica
5
3
EM13CNT302
Reprodução/Arquivo
da
editora
Meme
Reprodução/Arquivo
da
editora
55
55
CONHEÇA SEU LIVRO
6
6
SUMÁRIO
CHEGUE MAIS!.................................................................... 10
PERCURSOS........................................................................... 10
CRONOGRAMA.................................................................... 11
AUTOAVALIAÇÃO............................................................... 11
PROJETO 1 - STEAM
As fotos que você nunca
tirou com um smartphone................................................ 12
ETAPA 1 | Entenda a questão.......................................... 14
STEAM: Aprender com uma abordagem
integrada...................................................................................... 14
O que é esse tal de STEAM?............................................... 15
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!.......................... 16
Relacione-se com o tema................................................... 17
Reconheça o desafio............................................................ 22
ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 23
Um pouco de Física .............................................................. 23
ETAPA 3 | Mãos à obra........................................................ 25
Arte e Ciência............................................................................ 32
ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................... 34
Retome a avaliação.............................................................. 35
Esta é para encerrar............................................................. 35
PROJETO 2 - PROTAGONISMO JUVENIL
O protagonismo e a internet.......................................... 36
ETAPA 1 | Entenda a questão......................................... 38
As bases do protagonismo............................................... 39
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!......................... 40
Relacione-se com o tema................................................... 41
Potencialidades das mídias digitais ......................... 44
Reconheça o desafio.......................................................... 45
ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 47
A alfabetização científica ................................................ 47
Espiral da cultura científica ........................................... 48
Influenciadores digitais nas Ciências
da Natureza .............................................................................. 49
ETAPA 3 | Mãos à obra........................................................ 50
Pensando na comunidade................................................ 50
Mapa de necessidades ........................................................ 51
Plano de estudos.................................................................... 52
Um celular na mão e uma ideia na cabeça............ 53
ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................... 55
Partiu publicar!........................................................................ 56
Retome a avaliação.............................................................. 57
Esta é para encerrar............................................................. 57
PROJETO 3 - MIDIAEDUCAÇÃO
Quem escreveu tudo o que está na internet?..... 58
ETAPA 1 | Entenda a questão......................................... 60
Educação midiática............................................................... 61
7
7
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!......................... 62
Relacione-se com o tema.................................................. 63
Reconheça o desafio............................................................ 68
ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 69
O que é divulgação científica......................................... 69
Análise de textos de divulgação científica............. 71
ETAPA 3 | Mãos à obra........................................................ 77
ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................... 79
Retome a avaliação.............................................................. 79
Esta é para encerrar............................................................. 79
PROJETO 4 - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Mediação de conflitos:
uma postura da escola para a vida............................. 80
ETAPA 1 | Entenda a questão......................................... 82
Um conflito para mim, um conflito para você..... 82
Mas o que é mediação de conflitos?.......................... 83
A mediação de conflitos na escola ............................. 84
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!......................... 85
Relacione-se com o tema.................................................. 86
Emoções em conflito........................................................... 90
Reconheça o desafio............................................................ 92
ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 93
Conflitos na escola................................................................ 93
Efeito espectador.................................................................. 95
Novos tempos, novas formas de bullying.............. 98
Reconhecer os domínios de um conflito............. 100
Estratégias de resolução de conflitos.................... 102
ETAPA 3 | Mãos à obra...................................................... 107
ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................. 110
Realizando a oficina............................................................ 111
Retome a avaliação............................................................. 111
Esta é para encerrar............................................................ 111
PROJETO 5 - STEAM
Sustentabilidade e meio ambiente........................... 112
ETAPA 1 | Entenda a questão........................................ 114
Lixo, sustentabilidade e riqueza................................. 114
As bases do pensameto sustentável....................... 116
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!........................ 117
Relacione-se com o tema................................................ 118
SUMÁRIO
8
8
ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão........................ 122
A ciência do lixo.................................................................... 122
Reconheça o desafio.......................................................... 127
ETAPA 3 | Mãos à obra...................................................... 128
E o lixo na escola?................................................................ 128
ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................. 133
Campanha de intervenção............................................. 133
Do plano para a execução.............................................. 135
Retome a avaliação............................................................ 135
Esta é para encerrar........................................................... 135
PROJETO 6 - MIDIAEDUCAÇÃO
A tecnologia e seus desafios......................................... 136
ETAPA 1 | Entenda a questão....................................... 138
E você, está tranquilo nas tecnologias?................ 142
Midiaeducação e tecnologia........................................ 143
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!....................... 144
ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão........................ 145
Duvido que você duvida.................................................. 147
Verificando o que já foi comprovado..................... 150
Relacione-se com o tema............................................... 150
Reconheça o desafio......................................................... 155
A vida superconectada.................................................... 156
Cuide da mente ao navegar!......................................... 157
ETAPA 3 | Mãos à obra..................................................... 159
Coletânea de informações............................................ 159
ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................. 162
Chegou o momento!........................................................... 163
Retome a avaliação............................................................ 163
Esta é para encerrar........................................................... 163
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMENTADAS.... 164
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC............... 166
Competências gerais........................................................ 166
Competências específicas.............................................. 167
Habilidades.............................................................................. 168
Cienpies
Design/Shutterstock
9
9
Nesta obra, você será convidado a participar de vários projetos – cada um deles com características, desafios
e temas diferentes.
No entanto, para que você se organize e aproveite ao máximo o que esses projetos têm a oferecer, é importante
que siga alguns passos, ou seja, que estabeleça percursos, monte um cronograma e avalie o próprio desempenho.
CHEGUE MAIS!
Procure inserir em cada etapa os itens que julgar necessário desenvolver. À medida que o projeto for sendo
executado, retome o que registrou e faça os ajustes necessários.
Etapa 1
Entenda a questão
Nesta etapa, é essencial que você compreenda as questões e os problemas
que nortearão o projeto e se aproprie deles.
Etapa 2
Aprofunde-se na questão
Nesta etapa, serão apresentados textos que lhe darão subsídios ou caminhos para que seja
possível encontrar a solução das questões e dos problemas apresentados na etapa 1.
Etapa 3
Mãos à obra
Nesta etapa, você vai solucionar as questões e os problemas do projeto,
bem como verificar se a solução apresentada foi satisfatória ou insatisfatória.
Etapa 4
Espalhe por aí
Nesta etapa, serão apresentados e divulgados para a comunidade
os resultados obtidos ao longo do projeto.
PERCURSOS
Os projetos podem ser desenvolvidos de diversas maneiras e por meio de múltiplos percursos. Assim, é impor-
tante que você e seu grupo se organizem para definir o caminho que pretendem seguir na execução de cada
um deles.
Os projetos são divididos em quatro etapas. Abaixo, apresentamos uma síntese dos objetivos de cada etapa,
seguindo a lógica de resolução de problemas e da Aprendizagem Baseada em Projetos. Por isso, sugerimos
que você procure entender bem cada uma delas e já pense nos percursos que vai utilizar para cumpri-las.
10
10
Elaborar um cronograma é muito importante, pois, ao controlarmos o tempo para a realização de cada tarefa,
garantimos que o produto final seja entregue no prazo combinado. Sem esse controle, podemos demorar mais
tempo em determinadas etapas e, com isso, comprometer a qualidade e o prazo de finalização do projeto.
É importante que seja definido um prazo viável para a realização de cada etapa. Para isso, converse com os co-
legas e o professor, para que, juntos, cheguem a um cronograma viável. Procurem estar sempre atentos aos pra-
zos estabelecidos no cronograma. E lembrem-se de manter o cronograma em dia ou fazer ajustes, se necessário.
Ao elaborar um cronograma, conseguimos
gerenciar o tempo disponível e, assim, evitar
possíveis atrasos.
CRONOGRAMA
AUTOAVALIAÇÃO
Talvez você já tenha tido a oportunidade de fazer uma autoavaliação em outros projetos ou em outros mo-
mentos de sua vida escolar. Ela é uma reflexão importante e pode ser feita em diversos campos de atuação,
não apenas no ambiente escolar. Se feita de maneira consciente, ajudará no seu desenvolvimento, já que
indica seus pontos fortes e aqueles que ainda precisam ser fortalecidos.
Para cada projeto, haverá uma tabela de autoavaliação, apresentada logo no início do projeto para que você
conheça as expectativas em relação à sua atuação. Em uma analogia, é algo semelhante a “o que vai cair na
prova”, embora não se trate de uma prova. Assim, você terá a oportunidade de elaborar e pôr em prática es-
tratégias que o ajudem a superar suas dificuldades. Além disso, com as regras do jogo estabelecidas desde o
início, você não terá surpresas no final e poderá se ajustar continuamente, sempre que necessário.
Na tabela de autoavaliação são apresentados alguns itens importantes para o seu desenvolvimento e para
sua atuação no projeto. Esses itens não se relacionam apenas às questões práticas e teóricas envolvidas no
projeto, mas também às questões atitudinais; afinal, avaliar-se também é uma forma de se conhecer melhor.
Além dos critérios presentes na tabela, você pode inserir itens que julgue importantes para o seu desenvolvi-
mento, não só como estudante, mas também como cidadão. Estes podem ser elementos relacionados a seu
relacionamento e comunicação com os colegas, a seu engajamento em ações sociais, etc.
Seguindo os mesmos critérios que você, o professor também fará uma avaliação do seu desempenho; assim,
vocês terão a oportunidade de verificar, no final de cada projeto, em que pontos a avaliação de ambos coinci-
diu e em quais houve divergência.
Caso tenha dúvidas ao realizar a autoavaliação ou ao traçar estratégias para superar suas dificuldades, con-
verse com o professor responsável pelo projeto.
ItVector/Shutterstock
11
11
AS FOTOS QUE VOCÊ
NUNCA TIROU COM UM
SMARTPHONE
Fotografia de detalhe de frutos de dente-de-leão (Taraxacum
officinale), que medem 3 mm de comprimento. Utilizar um
microscópio amplia sua percepção sobre o mundo natural e dá
liberdade para você explorar o mundo invisível aos seus olhos.
1
STEAM
12
12
OBJETIVOS
Construir um instrumento da
ciência – o microscópio – para
contribuir com a aprendizagem
dos estudantes e com a
alfabetização científica
da comunidade.
JUSTIFICATIVA
A construção de um
microscópio de baixo custo
pode contribuir com o ensino
de Ciências, propiciando
aos estudantes a chance de
trabalhar em prol da educação.
Como um microscópio caseiro
pode ampliar as possibilidades
de aprendizagem na escola e
na comunidade?
Microscópios são equipamentos dotados de pequenas lentes capazes de ampliar imagens e permitir a
visualização daquilo que não poderíamos ver a olho nu, como as células de uma cebola, os protozoários
que vivem na água ou o pólen de uma flor. Por isso, esse equipamento foi essencial no desenvolvimento
da ciência e atualmente é muito importante no ensino.
Neste projeto, você vai construir um microscópio de baixo custo para explorar o mundo à sua volta e,
além de tudo, poderá contribuir com a alfabetização científica da sua comunidade.
GERD
GUENTHER/SPL/Fotoarena
13
13
Uma das competências mais demandadas atual-
mente na sociedade é a criatividade para pensar
em soluções eficientes e acessíveis. Para ser cria-
tivo, é preciso saber utilizar os conhecimentos de
uma forma integrada, buscando ideias de vários
campos do conhecimento e aplicando-as em solu-
ções autênticas. Uma forma de desenvolver isso é
por meio de projetos STEAM, como este.
Mas por que unir todos esses componentes curricu-
lares em um bloco só? Porque no mundo complexo
em que vivemos não basta ter apenas um ponto de
vista sobre os assuntos que nos cercam, uma só for-
ma de resolver os problemas, nem mesmo conheci-
mentos que sirvam apenas em uma única situação.
É preciso muita flexibilidade e criatividade para in-
tegrar esses conhecimentos.
Além disso, STEAM apresenta dois novos campos
para sua formação, além dos componentes cur-
riculares: engenharia e tecnologia. A engenharia
tem um modo de pensar próprio e está muito li-
gada à produção de soluções para a sociedade,
ou seja, a botar a mão na massa e produzir soluções para os problemas das mais variadas naturezas – isso
por meio de projetos e procedimentos. A tecnologia, por sua vez, tem revolucionado todas as áreas. Pen-
se no caso da tecnologia digital: é difícil (quase impossível) imaginarmos nossa vida hoje sem tecnologia
digital. Por isso, a escola precisa dialogar com esses novos conhecimentos e oferecer uma variedade de
possibilidades para o futuro profissional dos jovens.
Com um projeto STEAM, você vai se aproximar da mentalidade criativa e engajada com a criação de soluções
para o seu dia a dia e o da sua comunidade.
Convidamos você a explorar novas formas de aprender e novas formas de levar adiante o que você apren-
deu. Antes de partirmos para as atividades do primeiro projeto, observe a seguir o significado da mentali-
dade STEAM.
Para realizar este projeto, você e seus colegas vão trabalhar com uma concepção chamada STEAM, do inglês
Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics. Em português significa o trabalho integrado entre
Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Vamos compreender um pouco melhor essa ideia e
como utilizá-la para a realização do projeto apresentado a seguir.
Amandita/Arquivo
da
editora
1 ENTENDA A QUESTÃO
Competência geral
Competências específicas
1
3
2
EM13CNT301
EM13CNT205
STEAM pressupõe que o conhecimento é integrado e que a
aprendizagem é ativa.
STEAM: APRENDER COM UMA ABORDAGEM INTEGRADA
14
14
O QUE É ESSE TAL DE STEAM?
SCIENCE, TECHNOLOGY, ENGINEERING, ARTS AND MATHEMATICS
Veja cinco elementos essenciais em um projeto STEAM.
1. Boas perguntas, bons problemas
STEAM parte de desafios e problemas. Quer começar? Faça boas perguntas
e terá bons projetos.
2. Mão na massa
Seja proativo e produza! Nada de ficar esperando alguém dar a resposta pronta.
Planeje, prototipe, teste, recicle e comece de novo! Com STEAM, você aprende
estudando e construindo.
3. Conexão
STEAM parte do princípio de que os conteúdos e conhecimentos estão conectados
entre si. Por isso, pensar em Biologia é também pensar em tecnologia. Pensar em Arte
é também pensar em Matemática. Quem tem a mentalidade STEAM é flexível, trabalha
em equipe e está pronto para lidar com qualquer situação.
4. Aplicabilidade
Melhor do que criar um produto, objeto ou projeto é fazer isso ser útil para as
pessoas. Levantar e resolver problemas reais da comunidade faz parte do STEAM –
entender de onde vêm esses problemas, também!
5. Ciência, tecnologia e sociedade
O que tudo isso tem em comum? Problematizar, analisar e contestar são essenciais no
STEAM. É assim que se desenvolve o pensamento crítico e a preparação para lidar com
os problemas globais. O profissional STEAM tem atitude responsável em relação aos
problemas globais e tem uma visão crítica de sustentabilidade.
STEAM ajuda a desenvolver...
... as competências e habilidades que a sociedade e o mercado de trabalho mais demandam atualmente. STEAM é uma
forma de pensar o conhecimento, de atuar na sociedade e de aprender.
Anatolir/Shutterstock
linear_design/
Shutterstock
johavel/Shutterstock
Crazy
nook/
Shutterstock
Leone_V/
Shutterstock
Lorelyn
Medina/
Shutterstock
Anatolir/Shutterstock
sumberarto/
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Rashad
Ashur/
Shutterstock
Lorelyn
Medina/Shutterstock
15
15
Este será seu roteiro de avaliação. Estamos apresentando-o no começo do projeto para que você já fique sa-
bendo quais critérios serão usados na avaliação e o que é esperado em relação a sua atuação neste projeto.
Seja responsável ao realizar a própria avaliação. Você utilizará esta tabela para compreender as expectativas
de aprendizagem em um projeto STEAM e ir se ajustando continuamente.
Quanto antes começar, mais ajustes poderá fazer e, assim, ter um desempenho melhor. Ao final, compare sua
autoavaliação com a avaliação que o professor fez. Dialoguem e tentem chegar a um acordo nos pontos em
que houver alguma divergência.
COMPETÊNCIA/
CRITÉRIOS
NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3
Flexibilidade
e resolução de
problemas /
Construção do
microscópio
Meu grupo encontrou
muitas dificuldades para
construir o microscópio,
pois não conseguiu pensar
em alternativas e resolver
problemas encontrados na
prototipação. O microscópio
é reutilizável, mas não é de
fácil manuseio. O aparelho
não consegue obter um bom
foco de imagem.
Meu grupo encontrou soluções
práticas para construir um
microscópio reutilizável.
Entretanto, o aparelho não
consegue obter um bom
foco da imagem. Os desafios
encontrados não serviram
de estímulo ao pensamento
criativo, mas, sim, de barreiras
que desestimularam o grupo
a continuar.
Meu grupo encontrou uma
solução eficiente e de baixo
custo para a construção do
microscópio. O aparelho é
estável e fácil de ser operado,
bem como pode ser utilizado
várias vezes por outros
estudantes. Os desafios
encontrados na prototipação
serviram de estímulo para a
criatividade do grupo.
Aprendizagem e
conhecimento /
Conceitos e suas
inter-relações
Não compreendi os
princípios de funcionamento
do aparelho, apenas
consegui construí-lo ou não
compreendi as aplicações
práticas do microscópio. Não
consegui ter ideia alguma
sobre o que estava sendo
observado no microscópio.
Sei dizer como um microscópio
funciona, mas ainda não sei
bem como ele pode ser útil
para a minha aprendizagem.
Sei dizer como um microscópio
funciona e entendi muito
bem quais são as possíveis
aplicações do instrumento.
Além disso, sei o que é preciso
para obter um aparelho
ainda melhor. Consigo obter
boas amostras para serem
observadas e consigo elaborar
boas hipóteses sobre as
amostras observadas.
Pensamento
crítico e
científico /
Desdobramento da
problematização
Vejo certa conexão entre
a Biologia e a Física, mas
preciso ainda entender como
elaborar uma investigação
científica utilizando um
microscópio. Todavia, sei dar
algum exemplo de aplicação
do microscópio na Ciência
ou no ensino.
Consegui estabelecer boas
relações entre o que eu
aprendi e o que eu já sabia.
Percebo que uma investigação
científica envolve várias áreas
do conhecimento e saberia
explicar para alguém como um
microscópio pode ser usado
na investigação, embora não
consiga elaborar uma pesquisa
utilizando-o.
Está claro para mim como
Física, Química e Biologia
se relacionam em uma
investigação que utilize o
microscópio. Saberia dar
muitos exemplos e sinto-
-me capaz de realizar uma
investigação e de elaborar
boas perguntas para essa
investigação.
VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!
16
16
COMPETÊNCIA/
CRITÉRIOS
NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3
Colaboração e
proatividade /
Engajamento da
equipe
Não houve trabalho em
equipe ou a equipe não
se mostrou preocupada
em envolver todos os
participantes. Houve muitos
conflitos e alguns deles
não foram saudáveis para o
desenvolvimento do projeto
e do relacionamento entre as
pessoas.
A equipe se mostrou
preocupada em envolver todos
os participantes, mas não
conseguiu trabalhar de modo
colaborativo. Alguns conflitos
não foram resolvidos de forma
democrática e respeitosa.
A equipe se mostrou
preocupada em envolver
todos os participantes, bem
como trabalhou de forma
harmônica e respeitosa. Os
diálogos foram estabelecidos
de modo saudável e houve
excelente entrosamento entre
os participantes.
Comunicação e
argumentação /
Produto – pôsteres
e mostra de arte
O grupo não produziu
pôsteres digitais ou
infográficos e imagens para
a Mostra de Ciência & Arte
ou o grupo apresentou as
imagens e pôsteres de modo
descontextualizado para o
espectador.
A apresentação dos pôsteres
digitais ou infográficos na
Mostra de Ciência & Arte foi
realizada, mas o grupo teve
dificuldade em comunicar
ao público as informações
sobre ciência com linguagem
acessível e atrativa.
Aapresentaçãodospôsteres
digitaisouinfográficosna
MostradeCiência&Arte
foirealizadacommuita
propriedade.Ogrupoapresentou
comclarezaasinformações
científicasnospôsteresese
preocupouembuscartemasde
interessedacomunidade,além
detrazerumolharaomesmo
tempocientíficoeartísticopara
asimagensapresentadas.
Você já se perguntou qual o menor objeto que
o olho humano é capaz de observar? Um bom
teste é tentar olhar, por exemplo, para dois
fios de cabelo bem próximos um ao outro. Por
mais perto que você aproxime seu olho dos
dois fios, eles parecerão um fio só. A mesma
coisa ocorre ao observar duas folhas de papel
colocadas uma sobre a outra. Tente olhar a
borda delas e ver se é fácil distinguir quantas
folhas há.
Isso porque estamos falando de resolução:
seu olho literalmente não consegue resolver
a diferença entre dois objetos tão pequenos e
tão próximos entre si, não consegue separar
os detalhes e o cérebro processa a imagem
como sendo uma coisa só.
RELACIONE-SE COM O TEMA
Pixabay/pixabay.com
Meme
17
17
Depositphotos/Fotoarena
Fio de cabelo.
As imagens desta página
não estão representadas
em proporção.
Em geral, o olho humano não consegue, por exemplo, enxergar algo menor do que 0,01 cm (espessura aproxi-
mada de um fio de cabelo ou o diâmetro aproximado de um grão de areia), nem distinguir uma distância me-
nor do que 0,2 mm. O contraste de cores e a boa definição de cada objeto são essen-
ciais para nosso cérebro processar a imagem de maneira satisfatória.
Quantos fios de cabelo um ser humano possui em média?
Essa pergunta é difícil de ser respondida, pois o que enxerga-
mos é uma massa que dá forma aos cabelos. O ser humano
possui em média 100 mil fios de cabelo na cabeça. É impossível
olharparaoscabelosdealguémedistinguirquantosfiosessapessoa
tem, pois é muita informação para nossos olhos captarem e
para o nosso cérebro distinguir.
O que conseguimos fotografar com a câmera de um celular?
E se você fotografar com um smartphone dois fios de cabelo e der um zoom na foto? O que é possível obser-
var? Provavelmente um borrão, certo? Embora seja possível aproximar a imagem pelo zoom do aparelho, é
preciso mais do que isso: é necessário boa capacidade de ampliação, não só de aproximação.
Paracompreenderisso,vamosrealizarumteste.Emgrupos,comumsmartphone,fotografemosseguintesitens:
escamas de um fio de cabelo;
poros da pele;
ponta de uma caneta esferográfica;
tricomas (pequenos pelos) de uma folha de grama.
Agora, compare as fotografias capturadas pelo grupo com essas mesmas estruturas vistas em diferentes
tipos de microscópios a seguir.
iStockphoto/Getty
Images
DR
JEREMY
BURGESS/SPL/Fotoarena
Palma da mão observada em
microscópio eletrônico de
varredura com aumento de 49
vezes. Colorido artificialmente.
Fio de cabelo observado
em microscópio óptico com
aumento de 400 vezes.
iStockphoto/Getty
Images
Fio de cabelo observado
em microscópio óptico com
aumento de 400 vezes.
Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento
de 253 vezes.
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18
Ponta de uma caneta esferográfica observada em microscópio eletrônico de varredura,
com aumento de 16,2 vezes. Colorido artificialmente.
Tricomas de uma folha de urtiga (Urtica
dioica) em microscópio óptico, com
aumento de 53 vezes.
Como você e seu grupo se saíram? Conseguiram obter algum detalhe com o
smartphone? Perceba que, mesmo dando um zoom na imagem ou aproximan-
do a lente do celular do objeto, provavelmente não foi possível chegar ao nível
de detalhe das imagens obtidas por microscópios. Isso porque temos aqui, no-
vamente, um problema de resolução.
E com o microscópio?
Atualmente, é possível observar coisas
muito pequenas, impossíveis de ver a olho
nu, como um grão de pólen, uma célula e
até um vírus. Além disso, com microscópios
eletrônicos complexos é possível chegar
até bem próximo de se observar átomos
individualmente, embora não seja possível
distinguir o núcleo ou os elétrons.
Basicamente, o microscópio inaugurou
uma nova forma de observar fenômenos
que antes eram invisíveis aos cientistas. O
microscópio não apenas esclareceu ques-
tões, como também criou uma série de no-
vas perguntas.
Steve
Gschmeissner/SPL/Fotoarena
Marek
Mis/SPL/Fotoarena
Reprodução/Arquivo
da
editora
Meme
As imagens desta página
não estão representadas
em proporção.
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19
Por meio de microscópios, pesquisadores podem realizar diagnósticos de doenças, identificar problemas
e realizar experimentos importantes na área da saúde. Além da importância na Medicina, os microscópios
permitem aos pesquisadores compreender melhor o mundo por meio de importantes investigações para o
desenvolvimento da ciência e de práticas de pesquisa.
E qual é a importância de um microscópio na sua escola? Se você já teve a experiência de observar um objeto
no microscópio, sabe como é descobrir um novo mundo, inimaginável a olho nu.
Observe as imagens a seguir.
As fotografias apresentadas são dos mesmos elementos que você acabou de fotografar. A diferença é que
aqui elas foram capturadas com um smartphone adaptado na forma de um microscópio. O melhor de tudo
isso: ele é feito de maneira simples e com materiais acessíveis!
Ponta de um fio de cabelo danificada que desfiou e se dividiu em
três. Note que ao fundo há uma raiz de cabelo que foi arrancada com
parte do folículo capilar. O folículo é uma estrutura que literalmente
fabrica o cabelo a partir da queratina. Um fio de cabelo humano tem
aproximadamente 60 a 120 micrômetros de diâmetro.
Ponta de caneta esferográfica. É possível
ver a esfera bem na ponta, que vai rolando e
pintando o papel à medida que você escreve.
Ampliada cerca de 25 vezes.
Tricomas da folha da grama. Os tricomas são estruturas bem finas que exercem
diversas funções, entre elas reter a umidade e proteger a folha de alguns
predadores. Parecem-se com pequenos pelos e são a principal causa de sentirmos
coceira quando nos deitamos na grama. Ampliada cerca de 30 vezes.
Fotografia de uma folha de Clerodendrum thomsoniae. O
comprimento dessa folha pode variar de 5 a 20 cm. Note que
é possível observar as ramificações das nervuras foliares.
Reprodução/Arquivo
do
autor
Reprodução/Arquivo
do
autor
Reprodução/Arquivo
do
autor
Reprodução/Arquivo
do
autor
As imagens desta página
não estão representadas
em proporção.
20
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Você já viu as unidades de medida µm e nm?
• O micrômetro (µm) é a unidade de medida que equivale à milésima parte do milímetro ou a
1 milionésimo de metro (1 · 10−6
m).
• O nanômetro (nm) é a unidade de medida que equivale a 1 milionésimo de milímetro ou a
1 bilionésimo de metro (1 · 10−9
m)
Os microscópios são aparelhos que permitem visualizar estruturas que não conseguiríamos ver a olho nu;
em outras palavras, eles aumentam o tamanho das imagens dos objetos. Outra grande vantagem dos micros-
cópios é aumentar a capacidade de vermos detalhes do objeto.
Essa vantagem se deve ao Limite de Resolução (LR), que é a distância mínima entre dois pontos em que
podemos observá-los como pontos individualizados, ou seja, os microscópios permitem vermos detalhes de
células eucarióticas, tecidos e microrganismos que a olho nu não veríamos.
A ordem de grandeza do LR a olho nu é de 0,2 mm, ou seja, dois pontos que estão a uma distância inferior
a 0,2 mm são vistos apenas como um ponto; já para o Microscópio Óptico (MO) o LR é de 0,2 µm e para o
Microscópio Eletrônico (ME) o LR é de 0,2 nm.
Resumindo, com os microscópios, conseguimos ver muito mais detalhes de um objeto do que quando visto
a olho nu. Como exemplo, apenas um ponto observado ao olho nu, quando é visto ao microscópio óptico,
percebemos que ele é formado por mil pontos menores e, se fosse visto ao ME, poderíamos enxergar um
milhão de pontos no lugar daquele ponto visto a olho nu.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Qual a diferença entre Microscópio Ótico e Eletrônico? Disponível em: http://www.meib.uff.
br/?q=content/qual-diferen%C3%A7a-entre-microsc%C3%B3pio-%C3%B3tico-e-eletr%C3%B4nico. Acesso em: 23 dez. 2019.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE MICROSCÓPIO ÓPTICO
E ELETRÔNICO?
A utilização do
microscópio para
observar seres pode
desvendar um novo
mundo fantástico.
Brevity,
Guy
Endore-Kaiser
and
Rodd
Perry
©
2011
Guy
&
Rodd/Dist.
by
Andrews
McMeel
Syndication
21
21
Antes de conhecer o desafio do projeto, vamos retomar nossa questão norteadora: Como um microscópio
caseiro pode ampliar as possibilidades de aprendizagem na escola e na comunidade?
Estamos falando essencialmente da capacidade transformadora com que o microscópio, assim como ou-
tros instrumentos da ciência, pode potencializar a aprendizagem por apresentar novas formas de obser-
vação e de coleta de dados e novas perspectivas em relação ao mundo empírico, que nem sempre são
acessíveis a olho nu.
Atualmente, nem todas as escolas possuem um laboratório de Ciências ou microscópios disponíveis para o
uso dos estudantes. De acordo com o Censo Escolar de 2018, apenas 44% das escolas de Ensino Médio brasi-
leiras possuíam laboratório de Ciências. Por isso é tão importante democratizar o acesso a instrumentos de
investigação científica, como é o caso de um microscópio de baixo custo.
Não somente em sala de aula ou no laboratório de Ciências, o microscópio caseiro e portátil, como o que você
vai construir, pode contribuir com a alfabetização científica da comunidade em que você se insere.
Por isso, ao trabalhar neste projeto, seu desafio será desenvolvido em dois momentos.
O primeiro momento é construir o microscópio com um smartphone e ver as possibilidades que esse dis-
positivo pode oferecer. O segundo é produzir conteúdo científico para a população e ajudar as pessoas a
compreender fenômenos e encontrar novas perspectivas para a realidade que as cerca. Ou seja, despertar a
curiosidade pela ciência das pessoas ao seu redor.
Uma população alfabetizada cientificamente é capaz de se interessar por temas de ciência, ler conteúdos de
ciência e praticar a curiosidade científica no dia a dia. A curiosidade é a chave para despertar o pensamento
científico, bem como valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital.
Como você vai fazer isso? Apresentaremos algumas sugestões, mas, como já foi dito, você é protagonista des-
te projeto e deve definir o melhor percurso.
Pensamento
científico
Investigar a
realidade
Compreender
a realidade
Compreender
fenômenos
Alfabetização
científica
Curiosidade
Pesquisa
Interesse
RECONHEÇA O DESAFIO
22
22
Se utilizar apenas um smartphone não resolve o problema de resolução da imagem, o que é preciso fazer para
que ele se transforme em um microscópio de baixo custo para ser utilizado na escola? Quais são os outros
materiais necessários?
Para isso, você precisará conhecer um pouco sobre as partes de um microscópio e sobre as propriedades
das lentes.
As lentes do microscópio óptico
A fotografia ao lado mostra um microscópio óptico convencional, capaz de ampliar a imagem com maior ca-
pacidade de resolução.
De modo bem resumido, ele possui duas partes essenciais:
um conjunto de lentes que fica próximo aos nossos olhos
(lente ocular) e um outro conjunto de lentes que fica posi-
cionado próximo ao objeto que se quer analisar (objetiva).
Essas lentes são convergentes, ou seja, ao se colocar um
objeto sobre a base, a luz refletida por ele atravessa a lente
objetiva e é formada uma imagem real, com maior amplia-
ção e resolução. Essa imagem, então, é observada através
da ocular, que forma uma imagem virtual e ainda mais am-
pliada do objeto. Ou seja, uma lente amplia a imagem for-
mada pela outra.
A maioria dos microscópios possui também uma fonte de luz e todos possuem um regulador de foco. A fonte de luz
iluminaereveladetalhesqueeventualmenteficariamescuros.Oreguladordefocofazvariaradistânciaentreoob-
jetoealenteobjetiva,encontrandoofoco,ouseja,aposiçãoidealparaobterumaimagemcomamelhordefinição. 
Agora, veja um esquema simplificado do que é preciso para um microscópio exercer sua principal função:
fornecer imagens ampliadas e com boa resolução.
2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO
objetiva
ocular
olho
F2
i1
Ο2
Ο1
ο
i2
F'
1
F1
F'
2
Oculares
Objetivas
Mesa
Condensador
Fonte de luz
Regulador
de foco
Braço
Mas o que realmente é essencial
para um microscópio são as lentes
convergentes. Sem elas, não há
microscópio.
UM POUCO DE FÍSICA
Andrey Svytsky/Shutterstock
Competências gerais
Competência específica
2
1
3
EM13CNT308
EM13CNT307
Banco
de
imagens/Arquivo
da
editora
Esquema de funcionamento de um microscópio
óptico, sendo: F1
e F’1
os focos da lente objetiva;
O1
o centro de curvatura da lente objetiva; I1
a
imagem formada pela lente objetiva; F2
e F’2
os
focos da lente ocular; O2
o centro de curvatura
da lente ocular; I2
a imagem formada pela lente
ocular que é percebida pelo observador (olho).
23
23
Assista ao vídeo a seguir para
compreender como funciona uma
lente de aumento.
Entenda como funciona uma lente
de aumento. Disponível em: https://
youtu.be/nmC8E30wViw. Acesso em:
6 jan. 2020.
SE LIGA NO LINK
Note que, no esquema anterior, a imagem final observada (i2
) por esse conjunto de lentes é invertida, virtual
e maior que o objeto. Além disso, estamos falando essencialmente de duas lentes convergentes que, devido
às distâncias em que são posicionadas do objeto, possibilitam observar uma imagem ampliada. Uma vez que
conseguimos essas lentes, os demais componentes do microscópio são totalmente adaptáveis.
À procura das lentes
Após termos compreendido um pouco mais sobre microscopia, imagens e lentes, para você transformar um
smartphone em um microscópio a pergunta agora é: Como conseguir duas lentes convergentes? Uma delas
você já tem: a lente que compõe a câmera do smartphone. Falta a outra.
Mas é simples consegui-la: vamos pensar na função de uma lente convergente, então saberemos onde pro-
curar uma!
Uma lente convergente, basicamente, faz com que os raios de luz que se propagam paralelamente entre si, ao
atravessá-la, mudem sua direção de propagação e se cruzem em um mesmo ponto. Ou seja, eles literalmente
convergem em um ponto, daí o nome da lente convergente.
Reprodução/Jarmil
Store
Lentes de
caneta laser.
Esse tipo de lente tem uma aplicação muito importante em situações que envolvam leitores ópticos, como o
leitor de mídias com CDs, DVDs e Blu-rays. Principalmente com a invenção do pendrive e do armazenamento
em nuvem, os leitores de CDs tornaram-se obsoletos e são tratados como lixo eletrônico, sendo considerados
sucatas em algumas lojas de informática.
Outra aplicação da lente convergente está nas canetas laser (laser pointers), utilizadas em aulas e palestras.
Por serem populares, pode ser uma opção acessível para você obter sua lente.
imagem objeto
Ο
F1
F2
B' B
A
A'
Ilustração esquemática
da trajetória dos feixes
de luz em uma lente
convergente, sendo F1
e
F2
os focos e O o centro
de curvatura da lente.
Banco
de
imagens/Arquivo
da
editora
24
24
O primeiro passo é ir em busca da lente convergente! Com a ajuda do professor, forme um grupo com cinco ou
seis colegas. Os integrantes do grupo vão trabalhar juntos até o final deste projeto. Planejem com o professor
como obter essa lente. Será necessário apenas uma lente por grupo.
Lembre-se de que a mentalidade STEAM envolve colocar a mão na massa e, ao mesmo tempo, prototipar,
assim como realizar testes e melhorias do produto. Traremos duas possibilidades de montagem de microscó-
pios de baixo custo para você se inspirar e poder improvisar com o que estiver ao seu alcance. Lembre-se de
que o projeto é seu, então capriche nas soluções que vai apresentar!
Se você pesquisar na internet, encontrará ainda outras sugestões de como construir um microscópio caseiro.
Fique atento ao material utilizado e aos processos de montagem para que, ao final, você e seu grupo construam
o próprio microscópio.
Veja, a seguir, alguns exemplos de microscópios ópticos industrializados.
3MÃOS À OBRA
Modelos de microscópios ópticos.
Modelos de microscópios ópticos.
MICROSCÓPIOS
MICROSCÓPIOS
Competências gerais
Competências específicas
7
4
3
EM13CNT301
EM13CNT207
2
1
2
EM13CNT307
EM13CNT302
trekandshoot/Shutterstock
zaemiel/Shutterstock
Lenush/Shutterstock
Radu
Razvan/Shutterstock
25
25
Modelo de smart-microsc—pio 1
Para acompanhar
a montagem do
microscópio em um
tutorial, veja o vídeo
indicado a seguir.
Faça um microscópio
caseiro com celular
(experiência de física).
Disponível em:
https://www.
youtube.com/
watch?v=HwHJhti5fLs.
Acesso em: 31 dez. 2019.
SE LIGA NO LINK
Você vai precisar de
1 smartphone com câmera (lente ocular)
1 pedaço de espuma vinílica acetinada (EVA) de 3 cm × 3 cm e, no máximo,
1 mm de espessura
1 capa transparente de CD/DVD (mesa)
1 lente de caneta laser (laser pointer) ou lente para leitor de CD/DVD (lente
objetiva)
1 baralho (regulador de foco)
2 livros (para usar de apoio)
Lanterna (fonte de luz)
Fita adesiva
Tesoura
Como montar
Com ajuda da tesoura, faça com cuidado um furo no EVA com o mesmo
diâmetro da lente do laser e encaixe-a no furo.
Com a fita adesiva, cole a peça de EVA à lente do smartphone; preste atenção
para que a lente fique perfeitamente alinhada com a câmera traseira.
Coloque os dois livros em uma mesa, com um vão de 10 cm entre eles.
Apoie a capa de CD/DVD aberta entre um livro e outro.
Empilhe algumas cartas de baralho e, sobre elas, apoie o celular, com a lente
virada para baixo.
Para observar algum objeto, coloque-o entre a capa de CD/DVD e a lente.
Para obter foco na imagem, aumente ou retire algumas cartas da pilha.
Se necessário, ilumine a amostra com a lanterna.
Dotta2/Arquivo
da
editora
Modelo de
smart-microscópio.
Faça os experimentos sempre
com a supervisão de um adulto.
AUTOCUIDADO
26
26
Passo a passo
Etapa 1 – Furar o EVA e encaixar a lente do laser
Etapa 2 – Colar a peça do EVA à lente do smartphone
Etapa 3 – Montar a estrutura do smart-microscópio
Etapa 4 – Seleção da amostra
Etapa 5 – Observando a amostra
DICAS:
Não manipule animais, nem mesmo um inseto! Pode ser perigoso e pesquisa com animais precisa
ser aprovada por um comitê de ética.
Antes de coletar qualquer espécime vegetal, consulte o professor: a coleta não é permitida em todos
os lugares e nem todos os espécimes podem ser coletados. Caso não consiga um local permitido
para coleta, ou não encontre a planta que gostaria de observar, é possível adquiri-la em uma feira
livre ou floricultura. E o mais importante: não desperdice material vegetal; seja responsável e colete
somente o necessário.
Sobre preparo e observação das amostras:
Quanto mais plana e fina estiver a sua amostra, melhor será a visualização. Para obter uma amostra
plana, peça ajuda ao professor para que ele faça cortes paralelos e finos em sua amostra.
Centralize a amostra sobre a mesa antes de procurar o foco.
Fotografi
as:
Dotta2/Arquivo
da
editora
Fotografi
as:
Dotta2/Arquivo
da
editora
1
2 3
4 5
27
27
Modelo de smart-microsc—pio 2
Você vai precisar de
1 smartphone com câmera (lente ocular)
3 parafusos de, no mínimo, 8 cm de com-
primento
9 porcas que sirvam nos parafusos
2 porcas do tipo borboleta que sirvam
nos parafusos
1 plataforma de madeira ou papelão
firme para a base (sugerimos que te-
nha, aproximadamente, 2 cm × 18 cm ×
× 18 cm).
1 plataforma de acrílico ou plástico para
o celular de 0,3 cm × 18 cm × 18 cm (pode
ser a capa de um CD/DVD).
1 plataforma de acrílico ou plástico para os objetos de 0,3 cm × 7,6 cm × 18 cm.
Pode ser a capa de um CD/DVD (mesa)
1 lente de caneta laser ou de leitor de CD/DVD (lente objetiva)
Lanterna (fonte de luz)
Régua
Tesoura
Furadeira
Como montar
Faça três furos na base de madeira formando um triângulo.
Coloque um parafuso em cada um dos três furos feitos na base de madeira e
prenda-os cada um deles com uma porca.
Desmonte a capa de CD/DVD ou peça de acrílico e faça dois furos em uma
das partes, de modo que ela possa ser encaixada em dois dos três parafusos
fixados na base de madeira.
Parafuse uma porca do tipo borboleta e, em seguida, uma arruela em cada um
dos dois parafusos. Encaixe umas das partes da capa de CD/DVD ou peça de
acrílico cortada e furada.
Na outra parte da capa de CD/DVD ou peça de acrílico, faça três furos que
coincidam com a distância entre os parafusos. Faça também um quarto furo
do diâmetro exato da lente para encaixá-la.
Encaixe a lente da caneta laser (laser pointer) ou do leitor de CD/DVD no furo
designado a ela. Dica: a lente precisa entrar bem justa, caso contrário ela cairá.
O vídeo a seguir é um
tutorial da montagem
do microscópio. O vídeo
está em inglês, mas
é possível acionar a
legenda automática em
português. Transforme
seu smartphone em
um microsc—pio digital.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=KpMTkr_aiYU.
Acesso em: 6 jan. 2020.
SE LIGA NO LINK
Faça os experimentos sempre
com a supervisão de um adulto.
AUTOCUIDADO
Modelo de smart-microscópio.
Dotta2/Arquivo
da
editora
28
28
Encaixe uma porca no topo de cada parafuso fixado na base e, em seguida, apoie a segunda parte da capa
de CD/DVD ou peça de acrílico com a lente.
Apoie o celular com a câmera voltada para baixo e muito bem centralizada com a lente da caneta laser
(laser pointer) ou do leitor de CD/DVD na peça de acrílico de cima.
Apoie a amostra na base intermediária, logo abaixo da lente.
Para regular o foco, basta girar as duas porcas do tipo borboleta.
Se preciso, ilumine a amostra com a lanterna.
Passo a passo
Etapa 1 – Furar a base de madeira e prender os parafusos
Etapa 2 – Colocar a porca borboleta invertida e a arruela
Etapa 3 – Encaixar a capa de CD/DVD ou peça de acrílico cortada e furada
Etapa 4 – Furar outra placa de capa de CD/DVD ou acrílico
Etapa 5 – Encaixar a lente da caneta laser no furo da placa
Etapa 6 – Encaixar as placas de CD ou acrílico
Fotografi
as:
Dotta2/Arquivo
da
editora
2 3
6
1
4 5
29
29
Etapa 7 – Observar a amostra
Etapa 8 – Observando a amostra
1, 2, 3, testando...
Com um microscópio em mãos, você já pode partir para a segunda parte do desafio: produzir conteúdo científico
para a população com o objetivo de ajudar as pessoas a compreender fenômenos e encontrar novas perspecti-
vas para a realidade que as cerca. Ou seja, despertar a curiosidade científica das pessoas ao seu redor.
Assim como trouxemos duas dentre as várias opções existentes para você cumprir a primeira parte do
desafio, que era montar seu próprio microscópio, teremos algumas opções para você decidir o melhor ca-
minho para cumprir a segunda parte.
Levantando temas de investigação
Reúna-se com os colegas do seu grupo para planejar como vão produzir conteúdo científico que desperte a
curiosidade das pessoas em relação ao microscópio.
Primeiro, iniciem levantando os possíveis temas de interesse da sua comunidade. Lembre-se de que a men-
talidade STEAM parte de questões locais que causem impacto na vida das pessoas. Para isso, a melhor
forma é fazer uma boa leitura de questões que seriam pertinentes para as pessoas e que poderiam ser
exploradas com o smart-microscópio.
As etapas a seguir vão ajudá-los a estruturar a produção dos conteúdos.
A seguir, trazemos exemplos de dois pôsteres que podem ser apresentados como uma postagem em uma rede
social. São apenas exemplos; portanto, pesquise outros temas para apresentar à comunidade!
1. Pensem em informações científicas que poderiam de alguma maneira beneficiar as pessoas ao seu
redor em relação aos cuidados com saúde, alimentação, segurança no trabalho, saneamento ou ou-
tra questão relevante específica do local em que você vive.
2. Façam outro levantamento: De que maneiras vocês conseguiriam explorar esse tema com o smart-mi-
croscópio? Vocês conseguem coletar amostras e registrar fotografias que despertem um novo olhar
das pessoas para esses temas?
3. Investiguem as amostras e busquem explicá-las em linguagem acessível e com informações rele-
vantes. Façam um estudo sobre os mecanismos de funcionamento e sobre a estrutura daquilo que
vocês estão observando.
4. Busquem curiosidades e fatos que vão despertar o interesse das pessoas sobre a imagem que
vocês registraram.
5. Elaborem uma forma de apresentar as informações e as imagens para a sua comunidade.
7 8
Fotografi
as:
Dotta2/Arquivo
da
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Cada grupo deve produzir uma série de pôsteres ou infográficos e, depois, a turma deve reunir o material em
uma pasta para que toda a coleção seja apresentada à comunidade ao final do projeto.
Duas técnicas de preparo de amostras de microscopia
celular muito utilizadas são a imunofluorescência e
a GFPs (Proteína Verde Fluorescente, do inglês Green
Fluorescent Protein). Em ambas as técnicas, as amos-
tras a serem observadas recebem um tratamento que
faz com que componentes celulares específicos, prin-
cipalmente proteínas, emitam fluorescência.
Essas técnicas de preparo são fundamentais porque
permitem evidenciar estruturas específicas nas célu-
las, ou mesmo marcar células inteiras de uma amostra,
como algumas células cancerígenas, por exemplo. Na
microscopia são utilizadas inúmeras outras técnicas
de coloração de amostras utilizando reagentes que se
aderem a lipídeos da membrana celular, a proteínas
intracelulares e ao núcleo das células, por exemplo.
Por isso, compreender a química celular é fundamen-
tal no preparo de amostras de microscopia óptica. Não
basta saber apenas sobre biologia celular.
A QUÍMICA “DA COISA”
Fotomicrografia de célula nervosa em microscópio óptico, corada
com proteína verde fluorescente e com aumento de 800 vezes.
THOMAS
DEERINCK,
NCMIR/SPL/Fotoarena
Razvan
Cornel
Constantin/Alamy/Fotoarena
iStockphoto/Getty
Images;
Daniel
Han/Macro
Cosmos
Microscopy
Razvan
Cornel
Constantin/Alamy/Fotoarena
iStockphoto/Getty
Images;
Daniel
Han/Macro
Cosmos
Microscopy
iStockphoto/Getty
Images;
Daniel
Han/Macro
Cosmos
Microscopy
iStockphoto/Getty
Images;
Daniel
Han/Macro
Cosmos
Microscopy
Exemplo de pôster sobre o açúcar cristalizado. Exemplo de pôster sobre o arroz integral e o branco.
AÇÚCARCRISTALIZADO
Éassimquevemososgrãosdeaçúcarquandoampliadosemum
microscópio.Sabeporqueoucomosaemesses
cristaizinhosdagarapa?
Amoléculadesacarose,queconstituioaçúcar,ébastantesolú-
velemágua.Nacana-de-açúcarounagarapa,essasmoléculas
encontram-sedissolvidas,ligadasàsmoléculasdeágua.Se
diminuirmosaquantidadedeáguadisponívelnagarapa,como
queasmoléculasdesacarosevãoseligar?
Consigomesmas!Porissoéque,aoferveragarapa,oproduto
éummontedemoléculasdesacarosequeseunemformando
estruturascristalinas,comovocêobservanafoto.
ARROZINTEGRALOUBRANCO?
Oarrozbrancopassaporumprocedimentoqueretiraacascado
grãoeofarelo;porissoeleémaisclaroeduramaistempono
estoque.Acamadadefarelocontémfibras,mineraiseproteínas
importantes.Asfibrassãonecessáriasàdigestão,poisfazem
comqueaabsorçãodosnutrientessejamaislenta,evitando
picosdeglicosenosangue.Porissoéqueoarrozouafarinha
integralsãomaisindicadosparapessoascomdiabetes.
Semacamadadefarelo,oarrozbrancotemquase90%deamido
emsuacomposição,umcarboidratodefácildigestãoquevai
tododeumavezparaacorrentesanguínea.
As imagens desta página
não estão representadas
em proporção.
Ampliação de cerca de 10 vezes.
Ampliação de cerca de 1,5 vezes.
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Que o microscópio contribui para a aprendizagem em Ciências já está mais que claro até este ponto, mas e em
relação à Arte? Lembra que falamos que STEAM é uma mentalidade que pressupõe o conhecimento integrado,
inclusive de Arte?
Aproveitemos para pensar nos processos de aprendizagem que o projeto STEAM proporciona. Para resolver
um problema, é preciso primeiro ter um. E o problema é levantado a partir da leitura de mundo, da leitura do
ambiente e de suas necessidades e oportunidades de desenvolvimento.
Para obter soluções inteligentes e inovadoras, como é o caso do smart-microscópio, e para construir materiais
eficientes de divulgação científica, é preciso unir muita criatividade e conhecimentos de design e arte ao co-
nhecimento da ciência no entorno do microscópio – estamos falando de Biologia, Física, Matemática, Química e
Engenharia. Estamos lidando, portanto, com diversas perspectivas para uma mesma questão-problema.
Vamos trazer agora, com mais ênfase, uma perspectiva que vai expandir ainda mais a percepção de como o
microscópio pode ampliar as possibilidades de aprendizagem em uma comunidade. Observe as imagens a
seguir e veja como elas exploram outros sentidos para o mundo microscópico.
As imagens apresentadas reúnem fotografias artísticas obtidas por pesquisadores que unem Arte e Ciência.
Algumas das imagens passaram por tratamento de cores ou mesmo as amostras receberam tratamento quí-
mico para evidenciar determinadas estruturas celulares. Parte delas foi obtida com o microscópio confocal,
um tipo de microscópio óptico que tem a vantagem de conseguir bom foco em mais de um plano de imagem.
As imagens desta página
não estão representadas
em proporção.
Acesse a página da mostra Art Bio para observar mais imagens de microscopia.
Disponível em: https://www.artbiobrasil.org/mac3.Acesso em: 6 jan. 2020.
SE LIGA NO LINK
ARTE E CIÊNCIA
Dra.
Márcia
Sirlene
Zardin
Graeff/Acervo
da
artista
William
Lopes/Marilene
Vainstein/PPGBCM-UFRGS
(Programa
de
Pós-Graduação
em
Biologia
Celular
e
Molecular
da
UFRGS)
Bianca
Rangel/Acervo
da
artista
Na imagem A, detalhe de uma corbícula de abelha, estrutura onde é armazenado o pólen, que mede aproximadamente 1 mm. Na
imagem B, células do fungo Cryptococcus gatti observado em um microscópio eletrônico com uma ampliação de aproximadamente
1000 vezes. Na imagem C, papilas gustativas e dentículos de um tubarão, observados em um microscópio eletrônico, com ampliação de
aproximadamente 60 vezes.
A B C
32
32
Uma mostra de Ciência & Arte
É pela mentalidade artística-criativa
que a interação com o mundo ganha
ressignificações e novos olhares. A
arte é uma forma de estar presente no
mundo, de se expressar, de interagir,
de criar e de preservar culturas. A ideia
neste momento é que seu grupo seja
capaz de descobrir novos horizontes e
olhares para o universo microscópico,
que é invisível a muitas pessoas.
Para isso, o desafio é o seguinte: ela-
bore uma Mostra de Ciência & Arte
com toda a turma. A mostra será exi-
bida juntamente com os pôsteres de
ciências que você e seu grupo cons-
truíram. Vamos dividir essa produção
em duas partes.
Novos olhares
Em seu grupo, ande pela escola e procu-
re elementos que você vê todos os dias.
Busque observá-los sob novas perspec-
tivas. Procure também imagens que são incomuns nos objetos que fazem parte de sua rotina, isto é, imagens
que sempre estiveram ali, mas nunca foram notadas por você.
Para isso, coloque seu corpo em posições que também estão fora de sua rotina: sente-se no chão, fique na
ponta dos pés, etc. Evite observar tudo do mesmo ponto de vista. Observe objetos por outros ângulos e perce-
ba pequenos detalhes. Você já tinha reparado nesses objetos por esse ponto de vista?
Com seu grupo, utilize um smartphone para fotografar alguns desses objetos que vocês observaram. Antes de
produzirem as fotos, planejem como será a iluminação, o enquadramento e a composição da imagem.
Usando o smart-microscópio
Agora, posicione o smart-microscópio de uma maneira que seja possível visualizar fragmentos dos mes-
mos objetos que você fotografou. Repare como enxergá-lo microscopicamente é também uma nova ma-
neira de enxergá-lo.
Movimente o microscópio e procure imagens interessantes do ponto de vista artístico. Verifique a ilumina-
ção, a composição e o enquadramento que você exercitou quando fotografou os objetos buscando novos
pontos de vista. Fotografe essas imagens com o próprio smart-microscópio.
Depois, escolha as de que mais gostou e, se achar necessário, você pode editar essas imagens, modificando
cores e contrastes, aplicando filtros ou fazendo desenhos em aplicativos de edição de fotografias do pró-
prio smartphone. Outra possibilidade é criar fotomontagens, colagens, memes e até mesmo gifs.
Ao final, reúna seu grupo para selecionarem as melhores imagens que serão
apresentadas ao público. Dê um título e legenda às suas produções e guarde-
-as para utilizá-las na Mostra de Ciência & Arte.
As imagens desta página
não estão representadas
em proporção.
Gif: é um formato de
imagem que compacta
diversas cenas com o intuito
de exibir movimentos.
Amandita_colagem/Arquivo
da
editora
Colagem com fotografias relacionadas com ciência.
33
33
4ESPALHE POR AÍ
Chegamos à fase final do projeto. Este é o momento de finalização, no qual você vai apresentar os resul-
tados do projeto, publicar os pôsteres ou infográficos, além de participar da Mostra de Ciência & Arte.
Para isso, reúna todo o material produzido até o momento.
Em uma roda de conversa com toda a turma, escolham a estratégia a ser utilizada para apresentar a
mostra.
Publicação dos resultados
Finalizada a Mostra de Ciência & Arte, estamos caminhando para o fim deste projeto. Para isso, é impor-
tante que a turma crie um site ou um perfil em alguma rede social para publicar todos os resultados: a
construção do smart-microscópio, as fotografias capturadas com esse dispositivo e as produções reali-
zadas para a Mostra de Ciência & Arte.
Para construir o site, há muitas plataformas gratuitas e simples de serem utilizadas na internet. Para o
perfil em rede social, debatam qual rede vão utilizar, a periodicidade com que farão as postagens e as
maneiras de conquistar mais visibilidade.
Não se esqueçam de criar uma seção para explicar o que é o projeto de construção de um microscópio
com smartphone, como ele foi idealizado, como foi construído e como ele pode ser replicável em ou-
tras escolas.
Pode ser interessante criar uma proposta para um público que tenha um perfil parecido com o de vocês
nas redes sociais ou no site, para que ele também faça o exercício de olhar para seu entorno com “outros
olhos”, buscando novos detalhes e pontos de vista.
Definam qual será a estratégia de divulgação na rede social escolhida. Neste momento, não se esqueçam
de que este projeto visa impactar positivamente a vida das pessoas ao seu redor.
O microscópio estimula a busca por novos olhares.
Competências gerais
Competência específica
7
3
EM13CNT302
5
4
2
1
©
André
Dahmer/Acervo
do
cartunista
Acervo André Dahmer.
34
34
ESTA É PARA ENCERRAR
Hora de divulgar!
Definidos os caminhos e as mídias para divulgação, é hora de publicar os links e as postagens em redes so-
ciais, em grupos de mensagens e para a comunidade escolar.
Reprodução/Arquivo
da
editora
Sim, ela chegou! A prova! Mas, calma, não é bem uma prova – e
você já sabia disso. Volte ao roteiro da autoavaliação e identifi-
que os níveis e os descritores que melhor representam sua partici-
pação ao longo do projeto.
Além disso, compare sua autoavaliação com a avaliação que o profes-
sor fez de sua participação para que possam dialogar e identificar os
pontos em comum e as diferenças, quando houver.
RETOME A AVALIAÇÃO
Esperamos que, mesmo após o projeto, você e sua turma con-
sigam utilizar o microscópio por muitos anos. Da mesma for-
ma, esperamos ter despertado um pouquinho da mentalidade
STEAM: colocar a mão na massa para aprender e relacionar os
conhecimentos de diversas áreas.
Meme
Shutterstock/Arquivo da editora
35
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Guia para projetos integradores em Ciências da Natureza
Guia para projetos integradores em Ciências da Natureza
Guia para projetos integradores em Ciências da Natureza
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  • 1. PROJETOS INTEGRADORES MANUAL DO PROFESSOR GUSTAVO OLIVEIRA PUGLIESE ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS VOLUME ÚNICO • ENSINO MÉDIO
  • 2. GUSTAVO OLIVEIRA PUGLIESE Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Licenciado em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Mestre em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Consultor e formador de professores nas áreas de STEAM e projetos educacionais VOLUME ÚNICO • ENSINO MÉDIO PROJETOS INTEGRADORES ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 1ª edição, São Paulo, 2020 MANUAL DO PROFESSOR
  • 3. Presidência: Paulo Serino Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel e Mirian Senra Gestão de área: Isabel Rebelo Roque Coordenação de área: Fabíola Bovo Mendonça Edição: Daniela Teves Nardi, Flávia Maria Mérida Ramoneda e Lucas Augusto Jardim Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist, Diego Carbone, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tieme Yamauchi (coord.), Keila Grandis (edição de arte),Karen Fukunaga, Luiza Massucato, Filipe Dias e Simone Aparecida Zupardo Iconografia e tratamento de imagens: Sílvio Kligin (ger.), Roberto Silva (coord.), Douglas Cometti (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique(analistas adm.) Cartografia: Alexandre Bueno e Mouses Sagiorato Design: Gláucia Koller (ger.), Flávia Dutra e Luis Vassallo (proj. gráfico), Flávia Dutra (capa) Ilustração de capa: Samuel Casal Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2020 Código da obra CL 713722 CAE 722687 (AL) / 722688 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Impressão e acabamento Pugliese, Gustavo Oliveira #Novo Ensino Médio : Projetos integradores : Ciências da natureza e suas tecnologias, volume único / Gustavo Oliveira Pugliese, [Diego Basei Garcia]. — 1. ed. — São Paulo : Scipione, 2020. Suplementado pelo manual do professor Bibliografia ISBN: 978-85-474-0393-5 (aluno) ISBN: 978-85-474-0394-2 (professor) 1. Ensino médio 2. Projetos 3. STEAM 4. Protagonismo 5. Cultura juvenil 6. Midiaeducação 7. Mediação de conflitos I. Título II. Garcia, Diego Basei 20-1298 CDD 373.02 Colaboração de Diogo Basei Garcia Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Ética, Valores e Cidadania Licenciado em Pedagogia pela Faculdade de Conchas (Facon-SP) Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) 2 2
  • 4. APRESENTAÇÃO ESTE LIVRO, PROVAVELMENTE, é um livro muito diferente dos que você já usou na escola. Com ele você vai aprender de um jeito bem leve, divertido e conectado com sua realidade. Quer saber por quê? Veja alguns spoilers: Este livro foi feito para ser usado com o smartphone – sim, vai ter celu- lar na sala de aula para ajudar você a construir novos conhecimentos! Ele inclui o uso de redes sociais – sim, o uso está liberado para trabalhar nos projetos. Ele foi feito para fazer a diferença na sua vida e na da comunidade ao seu redor – não, ele não foi feito só para ficar dentro da sala de aula. O conteúdo é recheado de memes, humor e ironia – quem disse que aprender precisa ser chato? OKAY, MAS COMO ISSO “CABE” DENTRO DE UM LIVRO? Ao todo, o livro é composto de seis projetos para serem trabalhados em gru- pos durante o Ensino Médio. Cada projeto tem um tema diferente e interes- sante, com questões e desafios para você resolver com os colegas. Todos os projetos conversam com as mídias e culturas da sociedade con- temporânea, com atenção especial, é claro, para as relacionadas à juven- tude. Além disso, são fáceis de serem executados e não exigem muitos re- cursos, mas não se engane: apesar de simples, causam grande impacto na aprendizagem e na comunidade escolar. Procuramos também sugerir atividades que promovam o desenvolvi- mento pessoal e o coletivo, o senso crítico e o pensamento cien- tífico. Tudo isso de uma forma divertida, agradável e leve! Esperamos que você goste dos projetos e aproveite muito o trabalho com eles! APRESENTAÇÃO Cienpies Design/Shutterstock 3 3
  • 5. CONHEÇA SEU LIVRO Para entender o tema, nada melhor do que começar, literalmente, pondo a mão no problema. A seguir, você vai encontrar uma atividade que será resolvida ao longo de várias semanas. Dividimos a atividade em três etapas para que você se organize em cada momento. Quantidade de lixo Quando falamos em sustentabilidade e produção de lixo, uma das primeiras ações é identificar quanto e o que é produzido de lixo. Por isso, para começar, vamos fazer alguns cálculos. Para isso, vamos partir de uma questão: Qual é o volume de lixo que você e sua família produzem em uma semana? E qual é o volume de lixo que seus colegas e familiares produzem em média? A ideia é que você e cada colega consigam determinar esse valor e elaborem uma tabela, como a do modelo a seguir. DIA DA SEMANA/ ESTUDANTE SEG. TER. QUA. QUI. SEX. SÁB. DOM. ACUMULADO DA SEMANA TIPO DE LIXO Org.* Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Z ESTUDANTE A 2** 2 2 2 2 2 2 2 z ESTUDANTE B 2 2 2 2 2 2 2 2 z TOTAL X y x y x y x y z * Org. = orgânico ** Valores dados em litros. Dados fictícios. Para isso, vamos estabelecer uma estratégia, pois nem todos podem ter uma balança em casa para medir a massa do lixo. Para começar, vamos pensar na forma e no tamanho do lixo descartado. Todos os dias, antes de destinar o lixo para o caminhão de recolhimento de resíduos ou para o destinohabitual,anoteovolumeaproximadodedescar- tes produzido. Como se trata de um experimento, evite interferir nos hábitos das pessoas que moram com você. Espera-se obter valores medidos em uma semana típica. RELACIONE-SE COM O TEMA Se o lixo orgânico do lugar em que você mora não é separado do lixo seco, aproveite a oportunidade e comece a separá-los! Não é uma tarefa simples, mas essa prática é muito importante para a reciclagem do lixo, que será tratada adiante. Não escreva no livro Meme Reprodução/Arquivo da editora 118 CHEGUE MAIS! Aqui você vai encontrar algumas informações importantes que vale a pena ler para começar os projetos com o pé direito! RELACIONE-SE COM O TEMA Neste item você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais o tema do projeto. Afinal, como resolver uma questão sem conhecê-la a fundo? ABERTURA DO PROJETO Todos os projetos começam com uma abertura que já fornece pistas do que será trabalhado. Nesta obra, você será convidado a participar de vários projetos – cada um deles com características, desafios e temas diferentes. No entanto, para que você se organize e aproveite ao máximo o que esses projetos têm a oferecer, é importante que siga alguns passos, ou seja, que estabeleça percursos, monte um cronograma e avalie o próprio desempenho. CHEGUE MAIS! Procure inserir em cada etapa os itens que julgar necessário desenvolver. À medida que o projeto for sendo executado, retome o que registrou e faça os ajustes necessários. Etapa 1 Entenda a questão Nesta etapa, é essencial que você compreenda as questões e os problemas que nortearão o projeto e se aproprie deles. Etapa 2 Aprofunde-se na questão Nesta etapa, serão apresentados textos que lhe darão subsídios ou caminhos para que seja possível encontrar a solução das questões e dos problemas apresentados na etapa 1. Etapa 3 Mãos à obra Nesta etapa, você vai solucionar as questões e os problemas do projeto, bem como verificar se a solução apresentada foi satisfatória ou insatisfatória. Etapa 4 Espalhe por aí Nesta etapa, serão apresentados e divulgados para a comunidade os resultados obtidos ao longo do projeto. PERCURSOS Os projetos podem ser desenvolvidos de diversas maneiras e por meio de múltiplos percursos. Assim, é impor- tante que você e seu grupo se organizem para definir o caminho que pretendem seguir na execução de cada um deles. Os projetos são divididos em quatro etapas. Abaixo, apresentamos uma síntese dos objetivos de cada etapa, seguindo a lógica de resolução de problemas e da Aprendizagem Baseada em Projetos. Por isso, sugerimos que você procure entender bem cada uma delas e já pense nos percursos que vai utilizar para cumpri-las. 10 10 Elaborar um cronograma é muito importante, pois, ao controlarmos o tempo para a realização de cada tarefa, garantimos que o produto final seja entregue no prazo combinado. Sem esse controle, podemos demorar mais tempo em determinadas etapas e, com isso, comprometer a qualidade e o prazo de finalização do projeto. É importante que seja definido um prazo viável para a realização de cada etapa. Para isso, converse com os co- legas e o professor, para que, juntos, cheguem a um cronograma viável. Procurem estar sempre atentos aos pra- zos estabelecidos no cronograma. E lembrem-se de manter o cronograma em dia ou fazer ajustes, se necessário. Ao elaborar um cronograma, conseguimos gerenciar o tempo disponível e, assim, evitar possíveis atrasos. CRONOGRAMA AUTOAVALIAÇÃO Talvez você já tenha tido a oportunidade de fazer uma autoavaliação em outros projetos ou em outros mo- mentos de sua vida escolar. Ela é uma reflexão importante e pode ser feita em diversos campos de atuação, não apenas no ambiente escolar. Se feita de maneira consciente, ajudará no seu desenvolvimento, já que indica seus pontos fortes e aqueles que ainda precisam ser fortalecidos. Para cada projeto, haverá uma tabela de autoavaliação, apresentada logo no início do projeto para que você conheça as expectativas em relação à sua atuação. Em uma analogia, é algo semelhante a “o que vai cair na prova”, embora não se trate de uma prova. Assim, você terá a oportunidade de elaborar e pôr em prática es- tratégias que o ajudem a superar suas dificuldades. Além disso, com as regras do jogo estabelecidas desde o início, você não terá surpresas no final e poderá se ajustar continuamente, sempre que necessário. Na tabela de autoavaliação são apresentados alguns itens importantes para o seu desenvolvimento e para sua atuação no projeto. Esses itens não se relacionam apenas às questões práticas e teóricas envolvidas no projeto, mas também às questões atitudinais; afinal, avaliar-se também é uma forma de se conhecer melhor. Além dos critérios presentes na tabela, você pode inserir itens que julgue importantes para o seu desenvolvi- mento, não só como estudante, mas também como cidadão. Estes podem ser elementos relacionados a seu relacionamento e comunicação com os colegas, a seu engajamento em ações sociais, etc. Seguindo os mesmos critérios que você, o professor também fará uma avaliação do seu desempenho; assim, vocês terão a oportunidade de verificar, no final de cada projeto, em que pontos a avaliação de ambos coinci- diu e em quais houve divergência. Caso tenha dúvidas ao realizar a autoavaliação ou ao traçar estratégias para superar suas dificuldades, con- verse com o professor responsável pelo projeto. ItVector/Shutterstock 11 11 Tema integrador. Nome do projeto. Pergunta norteadora que deverá ser respondida ao longo do projeto. Texto de introdução. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: UMA POSTURA DA ESCOLA PARA A VIDA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Segundo estudos internacionais conduzidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil apresenta as escolas com os índices mais altos de violência escolar, bullying e intimidação, quando comparado com dezenas de outros países. Outra pesquisa, feita em 2015, revelou que 70% dos 6709 estudantes de escolas públicas brasileiras entrevistados confirmaram a ocorrência de algum tipo de violência na escola. 4 Estranhar Peleja Imbróglio Bate-boca Arranca- -rabo Soltar os cachorros 80 80 Como cada um de nós pode ajudar a diminuir ou resolver conflitos na escola e em casa, transformando-os em uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e coletivo? Você acha que a escola pode ser um ambiente de conflitos? Como instituição social, a escola reproduz aspectos da convivência em sociedade, incluindo conflitos. Embora não queiramos participar de con- flitos nem presenciá-los, muitas vezes não temos como fugir deles. Mas e se os conflitos pudessem ser usados como uma oportunidade para desenvolvimento pessoal e coletivo em vez de gerar violência? Em outras palavras, como cada um de nós pode ajudar a diminuir ou resolver conflitos na escola e em casa, transformando-os em uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e coletivo? Para tentar responder a essa questão, vamos trabalhar, neste projeto, com o reconhecimento de um conflito, as emoções nele envolvidas e os possíveis caminhos para superá-lo. Perder a linha Treta Bafafá Conflito Rixa Briga Confusão Pega Pendenga berkut/Shutterstock; Kapitosh/Shutterstock OBJETIVOS Desenvolver a escuta ativa, a empatia, a comunicação não violenta, o respeito ao outro e o autocontrole. JUSTIFICATIVA O exercício da mediação de conflitos capacita os estudantes a lidar com os conflitos inerentes à vida escolar, tornando a escola um local propício à educação. 81 81 4 4
  • 6. A seguir sugerimos alguns filmes que têm como tema a juventude. Nessa lista, há filmes sobre o relacionamento entre as pessoas nas escolas, a diversidade de identidades em cada escola do Brasil e sobre como os jovens têm interagido diante das dificuldades e questões típicas do seu tempo. É uma oportunidade para você e os colegas se reconhecerem no outro. SE LIGA NO FILME! Reprodução/Arquivo da editora Nik ola eva /Sh utt ers toc k Meme Quando sinto que já sei Quando sinto que já sei mostra escolas que se abriram para as comunidades e mexeram com a organização indus- trial que domina o ensino brasileiro: o professor lê, o aluno copia, vem a prova e… pronto. Depoimentos marcantes aparecem a todo momento, como o do educador e antropólogo Tião Rocha, do Centro Popular de Cultura e Desen- volvimento, em Curvelo, Minas Gerais, que compara o modelo tradicional a um “serviço militar obrigatório” a partir dos seis anos de idade: “A criança não precisa sofrer para aprender”, diz. Nunca me sonharam Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, o documentário retrata a realidade do Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil. [...] dirigido por Cacau Rhoden, o filme apresenta os desafios e expectativas dos jovens para a educação a partir dos próprios depoimentos. Nunca me sonharam fala de jovens que estão em uma fase da vida que adultos entendem como rito de passagem e que querem ter voz enquanto batem de frente com um modelo de ensino defasado, que pouco responde às suas necessidades e em nada ilumina o que esperam para o futuro. O depoimento que mais bem expressa essa ideia – e que dá nome ao filme – vem do estudante Felipe Lima, de Nova Olinda (CE), que teme repetir a história de seus pais: “Eles nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô apren- dendo a sonhar sozinho”. Nos relatos colhidos em mais de dez estados brasileiros, no entanto, uma diversidade de sotaques e olhares indica o caminho para a mudança. Últimas conversas Quais são as aflições e desejos dos jovens? Na obra póstuma do cineasta Eduardo Coutinho, estudantes da rede pública do Rio de Janeiro contam sobre suas vidas e o que almejam para o futuro. Durante as entrevistas, o do- cumentário entra em assuntos como racismo, religião, bullying e problemas familiares. Pro dia nascer feliz Adolescentes de três estados brasileiros, de diferentes classes sociais, contam sobre sua vida na escola e suas in- quietações. O documentário, dirigido por João Jardim, tenta evidenciar o quadro de desigualdades e de violência no país a partir da realidade escolar. 9 DOCUMENTÁRIOS mostram como os jovens querem (e vão) transformar a educação. Porvir, 14 jun. 2017. Disponível em: https://porvir. org/9-documentarios-mostram-como-os-jovens-querem-e-vao-transformar-educacao/. Acesso em: 16 dez. 2019. DOCUMENTÁRIOS MOSTRAM COMO OS JOVENS QUEREM (E VÃO) TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO 46 46 Este será seu roteiro de avaliação. Estamos apresentando-o no começo do projeto para que você já fique sabendo quais critérios serão usados na avaliação e o que é esperado em relação a sua atuação no projeto. Seja responsável ao realizar a própria avaliação. Você utilizará esta tabela para compreender as expectativas de aprendizagem em um projeto de Mediação de conflitos e para poder ir se ajustando continuamente. Quanto antes começar, mais ajustes poderá fazer e, assim, ter um desempenho melhor. Ao final, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professor fez. Dialoguem e tentem chegar a um acordo nos pontos em que houver alguma divergência. COMPETÊNCIA/ CRITÉRIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 Aprendizagem e conhecimento/ Conceitos da mediação de conflitos Nãocompreendios significadoseaimportância damediaçãodeconflitosem minhaescola.Acreditoqueos estudantesnãodevemassumir umaposturamediadora,pois nãosãocapazesderesolver seusprópriosconflitos. Compreendo a natureza dos conflitos e das emoções. Mas acredito que preciso desenvolver melhor o autoconhecimento e aprender a assumir uma postura mediadora diante dos conflitos. Compreendo bem a natureza dos conflitos e das emoções. Desenvolvi o autoconhecimento necessário para saber como me relaciono com as pessoas diante de conflitos e como lido com minhas emoções. Colaboração e diálogo/Empatia e comunicação Não houve trabalho em equipe ou a equipe não se mostrou preocupada em envolver todos os participantes. Houve muitos conflitos, e alguns deles não foram saudáveis para o desenvolvimento do projeto e do relacionamento entre as pessoas. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes, mas não conseguiu trabalhar de modo colaborativo. Alguns conflitos não foram resolvidos de forma democrática e respeitosa. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes e trabalhou de forma harmônica e respeitosa. Os diálogos foram estabelecidos de modo saudável, e houve excelente entrosamento entre os participantes. Comunicação e apresentação/Ciclo de oficinas Meu grupo não realizou as oficinas de mediação de conflitos com a comunidade escolar, ou elas não foram projetadas para promover a cultura de paz na comunidade escolar. Meu grupo conseguiu realizar as oficinas de mediação de conflitos com a comunidade escolar, mas não levou em conta o conhecimento desenvolvido ao longo do projeto sobre a mediação de conflitos. As oficinas foram realizadas com base no senso comum e sem embasamento. Meu grupo conseguiu realizar as oficinas de mediação de conflitos com a comunidade escolar, levando em conta o conhecimento desenvolvido ao longo do projeto sobre a mediação de conflitos. Cidadania e cultura de paz/Atitudes responsáveis e impacto na escola Não me sinto preparado para lidar com uma postura mediadora diante dos conflitos existentes em minha comunidade escolar, ou não acredito que eu seja responsável por promover a cultura de paz em minha escola. Embora tenha ainda certa dificuldade, sou capaz de assumir uma postura mediadora para promover a cultura de paz na minha escola. Ainda preciso melhorar minhas ações e a forma com a qual me posiciono diante dos conflitos com os quais me envolvo. Sou capaz de assumir uma postura mediadora para promover a cultura de paz na minha escola e na comunidade. Além disso, minhas ações e a forma com a qual me posiciono diante dos conflitos que me envolvem são baseadas no diálogo e no respeito. VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! 85 85 3MÃOS À OBRA Nesta etapa, você e os colegas vão organizar os preparativos para o produto final do projeto. O objetivo é reunir todas as informações e os produtos das atividades já feitas, de forma organizada, para possibilitar que a live seja realizada de forma satisfatória. Competências gerais Competência específica 7 4 3 EM13CNT302 Agora que você e seu grupo têm em mãos todo o material elaborado até aqui, utilizem-no como base teórica para a composição da live que será apresentada ao final do projeto. É importante que o material produzido tenha um conteúdo propositivo, ou seja, que não aborde somente os problemas, mas que também destaque as estratégias identificadas pelo grupo para evitar o compartilhamento de fake news, o uso compulsivo das TDIC, o FoMO e outros riscos. Além disso, é necessário que vocês organizem os resultados e selecionem as informações que julgarem mais relevantes, procurando expressar a importância do autocuidado e do autoconhecimento em uma linguagem acessível e atual, a fim de contribuir para sua comunidade. É necessário que vocês tenham estudado e se aprofundado nos conteúdos a serem apresentados e definido o tempo que ficarão on-line. Tudo isso deve fazer parte de um planejamento. Caso contrário, podem ocorrer diversos problemas enquanto vocês estiverem apresentando a live. Por exemplo, imaginem se os apresentadores de uma live em um canal importante ficassem, de repente, sem assunto diante da câmera. Ou então se começassem a acrescentar temas que não haviam sido planejados e que não foram pesquisados devidamente. É claro que isso não costuma acontecer, porque mesmo que a trans- missão seja ao vivo, há um preparo anterior, que deve ser feito com cuidado. Mas calma! Antes de começar o estudo e o pla- nejamento, vocês devem escolher um dos três temas trabalhados neste projeto e retomar sua questão norteadora: Como lidar com os desa- fios contemporâneos da comunicação e das tecnologias digitais? O objetivo da live é debater as questões centrais trabalhadas ao longo deste projeto. COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES Reprodução/Arquivo da editora Meme 159 159 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! RETOME A AVALIAÇÃO Ao longo do projeto, você terá oportunidade de fazer avaliações que podem contribuir para seu desenvolvimento. SE LIGA NO FILME! E que tal assistir a um vídeo para ampliar os horizontes? Agora é o momento de compreender como a mediação de conflitos funciona na prática e quais técnicas ela envolve para que você possa pensar em soluções concretas para serem aplicadas na escola. 2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO CONFLITOS NA ESCOLA Você e seus colegas costumam entrar muito em conflito? Faça um levantamento dos conflitos que vocês reco- nhecem dentro da escola ou da sala de aula. Listem na lousa os principais conflitos que tiveram nos últimos meses, enquanto turma. Neste primeiro momento é apenas uma lista mesmo. Não entrem em conflito por causa de pendências mal resolvidas! Procurem fazer uma lista sem julgamento de quem está certo ou errado, OK? Reprodução/Arquivo da editora Nem sempre é fácil determinar quem está certo ou errado em uma situação de conflito. Ouvimos muito sobre como falar bem em público, mas muito pouco sobre como aprender a arte igualmente importante de ouvir adequadamente os outros. Assista ao vídeo a seguir para pensar sobre como se tornar um bom ouvinte. O vídeo está em inglês, mas basta ativar a legenda em português. Escuta ativa: você sabe o que é? – Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=- BdbiZcNBXg. Acesso em: 2 jan. 2020. SE LIGA NO LINK Meme Quino/Fotoarena QUINO. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fontes, 2009. Competências gerais Competências específicas 10 7 9 2 3 EM13CNT305 EM13CNT207 8 93 93 ETAPA Todos os projetos são divididos em quatro etapas, com estrutura e objetivos específicos. Nesta etapa, você e os colegas vão organizar os preparativos para o produto final do projeto. O objetivo é reunir todas as informações e os produtos das atividades já feitas, de forma organizada, para possibilitar que Agora que você e seu grupo têm em mãos todo o material elaborado até aqui, utilizem-no como base teórica que será apresentada ao final do projeto. É importante que o material produzido tenha um conteúdo propositivo, ou seja, que não aborde somente os problemas, mas que também destaque , o uso compulsivo das Além disso, é necessário que vocês organizem os resultados e selecionem as informações que julgarem mais relevantes, procurando expressar a importância do autocuidado e do autoconhecimento em uma linguagem É necessário que vocês tenham estudado e se aprofundado nos conteúdos a serem apresentados e definido . Tudo isso deve fazer parte de um planejamento. Caso contrário, podem ocorrer Reprodução/Arquivo da editora escola do Brasil e sobre como os jovens têm interagido diante das dificuldades e questões típicas do seu tempo. É uma Reprodução/Arquivo da editora COMPETÊNCIAS E HABILIDADES Esses códigos indicam as competências e habilidades desenvolvidas no tópico. A descrição de cada código está apresentada no final do livro. Cienpies Design/Shutterstock ESTA É PARA ENCERRAR O projeto já acabou , mas o que ficou? 4ESPALHE POR AÍ Agoraquevocêeseugrupojáelaboraramoartigodedivulga- çãocientífica,chegouahoradedivulgá-lo,paraquequalquer pessoa possa acessá-lo. Como você leu na página anterior, paradivulgarosartigos,vocêesuaturmapodemcriarumapá- ginaemumaredesocialouumsite.Épossíveltambémcriarou editar verbetes em enciclopédias colaborativas on-line. Tudo vaidependerdaplataformaescolhidaporvocês. Outro aspecto que vocês devem considerar é que esse ar- tigo de divulgação científica é importante para combater a desinformação e disseminar informações científicas res- ponsáveis com consciência e cidadania. Por esse motivo, nãobastapublicá-lonainternet:tambéménecessáriodivul- gá-lo para outras pessoas da escola e de sua comunidade. Então, quando os artigos estiverem publicados, ou quando já houver um site criado, coloquem em prática a estratégia de divulgação que vocês estabeleceram. Para isso, vocês podem fornecer os links de acesso por meio de aplicativos de mensagens de celular ou por meio de redes sociais. Caso prefiram, também é pos- sível fazer divulgações analógicas colando pequenos cartazes com o endereço eletrônico em diversos ambientes da escola. Outraformadedivulgaçãopossíveléacriaçãodeumeventoquecontecomapre- sença da comunidade escolar. Nesse dia, além de divulgar o link de acesso, vocês poderão falar um pouco sobre o processo de elaboração dos artigos e orientar as pessoas sobre como analisar, interpretar e reconhecer artigos científicos confiá- veis usando os diferentes recursos que aprenderam ao longo do desenvolvimen- to do projeto. É muito importante que todos tenham acesso à midiaeducação! Meme Sim, ela chegou! A prova! Mas calma, não é bem uma prova – e você já sabia disso. Volte ao roteiro da autoa- valiação e identifique os níveis e descritores que melhor representam sua participação ao longo do projeto. Além disso, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professor fez de sua participação, para que possam dialogar identificando os pontos em comum e as diferenças, quando houver. ESTA É PARA ENCERRAR RETOME A AVALIAÇÃO É chegada a hora de finalizar! Esperamos que você se sinta preparado para lidar com as informações científicas e com o conhecimento que circula na internet e em outros meios. E certamente o seu esforço e o dos colegas em produzir informação de qualidade vão ter impacto positivo na vida de cada um de seus leitores. Parabéns! Reprodução/Arquivo da editora Competência geral Competência específica 7 3 EM13CNT302 EM13CNT301 EM13CNT303 79 79 Depois de compreender um pouco mais os conflitos, as emoções envolvidas e a mediação de conflitos, você pode imaginar como a escola e o ambiente a seu redor poderiam se beneficiar com uma atitude mediadora. Relembrando o que vimos até o momento, a cultura da paz na escola e em casa não depende somente dos adultos, mas também de você. RECONHEÇA O DESAFIO Meme Portanto, pensando no que você e os colegas debateram sobre conflitos, violências, emoções e sobre como cada um de vocês poderia ajudar a diminuir e resolver os conflitos na escola, propomos o seguinte desafio: Promover um ciclo de oficinas sobre mediação de conflitos para a comunidade escolar. As oficinas que você e os colegas realizarem vão funcionar como um programa de prevenção de conflitos e promoção da cultura de paz. Você vai estudar mais sobre mediação de conflitos, comunicação não violenta e práticas restaurati- vas. A ideia é que você e eles se tornem refe- rência na escola para promover um ambiente saudável para todos. A organização de uma oficina é uma oportunidade de vocês e seus colegas desenvolverem diversas habilidades e competências . Reprodução/Arquivo da editora iluistrator/Shutterstock 92 92 RECONHEÇA O DESAFIO Que tal agitar um pouco mais o projeto? Saiba aqui qual o desafio que preparamos para você e os colegas. 5 5
  • 7. NOTA Aqui você vai encontrar dicas, recados importantes ou alguma observação sobre o que está sendo trabalhado no projeto. INFOGRÁFICOS Fica muito mais fácil entender um assunto quando ele aparece esquematizado em um infográfico, não é mesmo? MEME A diversão não pode ficar de fora! Teremos, sim, muito humor, ironia e memes! No contexto da internet, essa é uma maneira bastante comum de disseminar imagens, vídeos e outros objetos relacionados ao humor. Este recurso, de leitura por inferência, vai ajudar você a desenvolver um olhar crítico para os textos, ampliando sua capacidade de interpretação. SE LIGA NO LINK Aqui você vai encontrar indicações de sites bacanas que vão ajudar você a avançar no projeto. Agora é o momento de compreender como a mediação de conflitos funciona na prática e quais técnicas ela envolve para que você possa pensar em soluções concretas para serem aplicadas na escola. 2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO CONFLITOS NA ESCOLA Você e seus colegas costumam entrar muito em conflito? Faça um levantamento dos conflitos que vocês reco- nhecem dentro da escola ou da sala de aula. Listem na lousa os principais conflitos que tiveram nos últimos meses, enquanto turma. Neste primeiro momento é apenas uma lista mesmo. Não entrem em conflito por causa de pendências mal resolvidas! Procurem fazer uma lista sem julgamento de quem está certo ou errado, OK? Reprodução/Arquivo da editora Nem sempre é fácil determinar quem está certo ou errado em uma situação de conflito. Ouvimos muito sobre como falar bem em público, mas muito pouco sobre como aprender a arte igualmente importante de ouvir adequadamente os outros. Assista ao vídeo a seguir para pensar sobre como se tornar um bom ouvinte. O vídeo está em inglês, mas basta ativar a legenda em português. Escuta ativa: você sabe o que é? – Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=- BdbiZcNBXg. Acesso em: 2 jan. 2020. SE LIGA NO LINK Meme Quino/Fotoarena QUINO. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fontes, 2009. Competências gerais Competências específicas 10 7 9 2 3 EM13CNT305 EM13CNT207 8 93 93 O protagonismo deve ser construído em conjunto, nunca individualmente. É sempre democrático, uma vez que parte do princípio de que existem várias ideias, vários olhares e de que essa pluralidade deve ser respeitada. 1. O protagonismo é coletivo. O jovem protagonista não está acima do outro, mas com o outro. Os outros não são bases, nem massas, nem opositores. São atores em diversos papéis. 2. Ser protagonista não é liderar, mas ser solidário. É preciso ter consciência global, conseguir perceber os problemas em toda sua complexidade. Além disso, ter consciência de si como agente, mediador e beneficiário de suas ações. 3. É uma questão de consciência. Conseguir resolver além de apontar problemas. Para isso, devem ser apresentadas soluções integradas, completas e que compreendam múltiplas dimensões do conhecimento e da cultura. 4. É ser propositivo. O protagonista trabalha as potencialidades, as capacidades das pessoas e não apenas os problemas. Ele os transforma em objeto de investigação, análise e ação. 5. Ser protagonista é acreditar nos outros. Anatoly Maslennikov/Shutterstock Elaborado com base em: LOVATO, A.; YIRULA, C.; FRANZIN, R. Protagonismo: a potência de ação da comunidade escolar. São Paulo: Ashoka: Alana, 2017 . Disponível em: https://alana.org.br/protagonismo-potencia-de-acao-da-comunidade-escolar/. Acesso em: 5 dez. 2019. AS BASES DO PROTAGONISMO Jane0606/Shutterstock 6kor3dos/Shutterstock Anatoly Maslennikov/Shutterstock Maxx-Studio/Shutterstock 39 39 Antes de você e seu grupo iniciarem a produção dos seus próprios artigos de divulgação científica, leiam al- guns já publicados, identificando a estrutura e o conteúdo desses artigos. É importante perceber que os artigos têm características e estruturas próprias, constituindo um gênero textual. Apresentar fontes confiáveis, como renomadas instituições de pesquisa, é um recurso importante e pode dar credibilidade à informação. O uso da terceira pessoa é muito comum em artigos de divulgação científica. Essa estratégia é utilizada para aparentar maior impessoalidade, ou para expressar um distanciamento que denota imparcialidade. Mencionar o tipo de estudo realizado é uma forma de mostrar que a informação foi obtida segundo um método científico, ou seja, segue princípios validados pela ciência. Apresentar a amostragem do estudo, além de revelar a validade estatística, indica que o estudo pode ser generalizado e aplicado em outros contextos. Artigos de divulgação geralmente fazem projeções e cálculos para o leitor, em vez de apenas fornecer dados para que o leitor calcule, como é o caso de artigos científicos acadêmicos. Uma minibiografia do autor do artigo também colabora para dar credibilidade ao texto, especialmente neste caso, em que o autor é um médico bastante conhecido no Brasil. Avalie: você confia mais em um artigo cujo autor tem essa biografia ou em um artigo que apresenta apenas o nome do autor? Artigo 1 – Narguilé Narguilé pode ser pior que cigarro, já que a quantidade de nicotina fumada em uma hora é equivalente à de dois cigarros por dia durante quatro dias. [...] A American Heart Association (AHA) aca- ba de publicar um boletim no qual reconhe- ce que o narguilé é usado por milhões de pessoas no mundo. Considera que a adição de sabores de balas e frutas ao tabaco e o ambiente das redes sociais criaram um cená- rio favorável à disseminação entre os adoles- centes e ao conceito falso de que o compar- timento com água, pelo qual circula a fumaça aspirada, retém o material particulado asso- ciado aos principais malefícios do cigarro. Outro pensamento mágico é o de que o narguilé não causaria dependência química, como se a fumaça inalada não contivesse ni- cotina, a mais aditiva das drogas conhecidas. Segundo a AHA: “Acumulam-se evidências de que o narguilé altera, no curto prazo, a frequência cardíaca, o controle da pressão arterial, a oxigenação dos tecidos e a função vascular. O uso prolongado aumenta o risco de doença co- ronariana. Diversas substâncias nocivas (ou potencialmente nocivas) encontra- das na fumaça do cigarro também estão presentes no narguilé, frequentemente em níveis até mais altos”. Uma metanálise conduzida em quatro países mostrou que o fumante que usa o narguilé uma vez por dia tem níveis urinários médios de cotinina (um me- tabólito da nicotina) de 0,783 mg/mL, os mesmos liberados por dez cigarros. A sessão típica de narguilé dura uma hora, na qual o fumante dá cem tragadas, em média. A quantidade de nicotina fumada é equivalente à de dois cigarros por dia, durante quatro dias. O fumante fica exposto a concentrações de mo- nóxido de carbono 35 vezes mais altas do que as de um cigarro. É liberada, no ambiente, a quantidade de monóxido correspondente à de dez pessoas fumando cigarro, ao mesmo tempo. Dráuzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Entre seus livros de maior sucesso estão Estação Carandiru, Por um Fio e O Médico Doente. VARELLA, Drauzio. Narguilé. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/narguile- artigo/. Acesso em: 15 jan. 2020. ANÁLISE DE TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Narguilé. Kichigin/Shutterstock 71 71 Se utilizar apenas um smartphone não resolve o problema de resolução da imagem, o que é preciso fazer para que ele se transforme em um microscópio de baixo custo para ser utilizado na escola? Quais são os outros materiais necessários? Para isso, você precisará conhecer um pouco sobre as partes de um microscópio e sobre as propriedades das lentes. As lentes do microscópio óptico A fotografia ao lado mostra um microscópio óptico convencional, capaz de ampliar a imagem com maior ca- pacidade de resolução. De modo bem resumido, ele possui duas partes essenciais: um conjunto de lentes que fica próximo aos nossos olhos (lente ocular) e um outro conjunto de lentes que fica posi- cionado próximo ao objeto que se quer analisar (objetiva). Essas lentes são convergentes, ou seja, ao se colocar um objeto sobre a base, a luz refletida por ele atravessa a lente objetiva e é formada uma imagem real, com maior amplia- ção e resolução. Essa imagem, então, é observada através da ocular, que forma uma imagem virtual e ainda mais am- pliada do objeto. Ou seja, uma lente amplia a imagem for- mada pela outra. A maioria dos microscópios possui também uma fonte de luz e todos possuem um regulador de foco. A fonte de luz iluminaereveladetalhesqueeventualmenteficariamescuros.Oreguladordefocofazvariaradistânciaentreoob- jetoealenteobjetiva,encontrandoofoco,ouseja,aposiçãoidealparaobterumaimagemcomamelhordefinição.  Agora, veja um esquema simplificado do que é preciso para um microscópio exercer sua principal função: fornecer imagens ampliadas e com boa resolução. 2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO objetiva ocular olho F2 i1 Ο2 Ο1 ο i2 F' 1 F1 F' 2 Oculares Objetivas Mesa Condensador Fonte de luz Regulador de foco Braço Mas o que realmente é essencial para um microscópio são as lentes convergentes. Sem elas, não há microscópio. UM POUCO DE FÍSICA Andrey Svytsky/Shutterstock Competências gerais Competência específica 2 1 3 EM13CNT308 EM13CNT307 Banco de imagens/Arquivo da editora Esquema de funcionamento de um microscópio óptico, sendo: F1 e F’1 os focos da lente objetiva; O1 o centro de curvatura da lente objetiva; I1 a imagem formada pela lente objetiva; F2 e F’2 os focos da lente ocular; O2 o centro de curvatura da lente ocular; I2 a imagem formada pela lente ocular que é percebida pelo observador (olho). 23 23 4ESPALHE POR AÍ Agoraquevocêeseugrupofinalizaramagravaçãoeaediçãodosvídeos,elesjápodemserpostadosnainternet! Mas calma aí, antes de publicá-los nas plataformas de vídeo, é importante fazer uma checagem do conteúdo. Para isso, a próxima etapa será uma avaliação pelos pares. Cada grupo deverá apresentar seu vídeo para o restante da turma de modo que todos possam analisar: o potencial do vídeo de contribuir para que o espectador possa tomar alguma decisão; a adequação científica das informações e se elas estão corretas; a clareza das informações e da linguagem utilizada no vídeo; a qualidade técnica do vídeo, observando se o áudio e a imagem são satisfatórios; a criatividade, verificando se há marcas de culturas juvenis, uma identidade ou algo que destaque o conteú- do e desperte o interesse do espectador. É fundamental que os vídeos que vocês produziram apresentem informações confiáveis com base em dados científicos, pontos de vista que respeitem e promovam os direitos humanos, além de um posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. Meme Competência geral Competência específica 5 3 EM13CNT302 Reprodução/Arquivo da editora Meme Reprodução/Arquivo da editora 55 55 CONHEÇA SEU LIVRO 6 6
  • 8. SUMÁRIO CHEGUE MAIS!.................................................................... 10 PERCURSOS........................................................................... 10 CRONOGRAMA.................................................................... 11 AUTOAVALIAÇÃO............................................................... 11 PROJETO 1 - STEAM As fotos que você nunca tirou com um smartphone................................................ 12 ETAPA 1 | Entenda a questão.......................................... 14 STEAM: Aprender com uma abordagem integrada...................................................................................... 14 O que é esse tal de STEAM?............................................... 15 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!.......................... 16 Relacione-se com o tema................................................... 17 Reconheça o desafio............................................................ 22 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 23 Um pouco de Física .............................................................. 23 ETAPA 3 | Mãos à obra........................................................ 25 Arte e Ciência............................................................................ 32 ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................... 34 Retome a avaliação.............................................................. 35 Esta é para encerrar............................................................. 35 PROJETO 2 - PROTAGONISMO JUVENIL O protagonismo e a internet.......................................... 36 ETAPA 1 | Entenda a questão......................................... 38 As bases do protagonismo............................................... 39 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!......................... 40 Relacione-se com o tema................................................... 41 Potencialidades das mídias digitais ......................... 44 Reconheça o desafio.......................................................... 45 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 47 A alfabetização científica ................................................ 47 Espiral da cultura científica ........................................... 48 Influenciadores digitais nas Ciências da Natureza .............................................................................. 49 ETAPA 3 | Mãos à obra........................................................ 50 Pensando na comunidade................................................ 50 Mapa de necessidades ........................................................ 51 Plano de estudos.................................................................... 52 Um celular na mão e uma ideia na cabeça............ 53 ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................... 55 Partiu publicar!........................................................................ 56 Retome a avaliação.............................................................. 57 Esta é para encerrar............................................................. 57 PROJETO 3 - MIDIAEDUCAÇÃO Quem escreveu tudo o que está na internet?..... 58 ETAPA 1 | Entenda a questão......................................... 60 Educação midiática............................................................... 61 7 7
  • 9. VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!......................... 62 Relacione-se com o tema.................................................. 63 Reconheça o desafio............................................................ 68 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 69 O que é divulgação científica......................................... 69 Análise de textos de divulgação científica............. 71 ETAPA 3 | Mãos à obra........................................................ 77 ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................... 79 Retome a avaliação.............................................................. 79 Esta é para encerrar............................................................. 79 PROJETO 4 - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Mediação de conflitos: uma postura da escola para a vida............................. 80 ETAPA 1 | Entenda a questão......................................... 82 Um conflito para mim, um conflito para você..... 82 Mas o que é mediação de conflitos?.......................... 83 A mediação de conflitos na escola ............................. 84 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!......................... 85 Relacione-se com o tema.................................................. 86 Emoções em conflito........................................................... 90 Reconheça o desafio............................................................ 92 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 93 Conflitos na escola................................................................ 93 Efeito espectador.................................................................. 95 Novos tempos, novas formas de bullying.............. 98 Reconhecer os domínios de um conflito............. 100 Estratégias de resolução de conflitos.................... 102 ETAPA 3 | Mãos à obra...................................................... 107 ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................. 110 Realizando a oficina............................................................ 111 Retome a avaliação............................................................. 111 Esta é para encerrar............................................................ 111 PROJETO 5 - STEAM Sustentabilidade e meio ambiente........................... 112 ETAPA 1 | Entenda a questão........................................ 114 Lixo, sustentabilidade e riqueza................................. 114 As bases do pensameto sustentável....................... 116 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!........................ 117 Relacione-se com o tema................................................ 118 SUMÁRIO 8 8
  • 10. ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão........................ 122 A ciência do lixo.................................................................... 122 Reconheça o desafio.......................................................... 127 ETAPA 3 | Mãos à obra...................................................... 128 E o lixo na escola?................................................................ 128 ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................. 133 Campanha de intervenção............................................. 133 Do plano para a execução.............................................. 135 Retome a avaliação............................................................ 135 Esta é para encerrar........................................................... 135 PROJETO 6 - MIDIAEDUCAÇÃO A tecnologia e seus desafios......................................... 136 ETAPA 1 | Entenda a questão....................................... 138 E você, está tranquilo nas tecnologias?................ 142 Midiaeducação e tecnologia........................................ 143 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO!....................... 144 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão........................ 145 Duvido que você duvida.................................................. 147 Verificando o que já foi comprovado..................... 150 Relacione-se com o tema............................................... 150 Reconheça o desafio......................................................... 155 A vida superconectada.................................................... 156 Cuide da mente ao navegar!......................................... 157 ETAPA 3 | Mãos à obra..................................................... 159 Coletânea de informações............................................ 159 ETAPA 4 | Espalhe por aí................................................. 162 Chegou o momento!........................................................... 163 Retome a avaliação............................................................ 163 Esta é para encerrar........................................................... 163 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMENTADAS.... 164 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC............... 166 Competências gerais........................................................ 166 Competências específicas.............................................. 167 Habilidades.............................................................................. 168 Cienpies Design/Shutterstock 9 9
  • 11. Nesta obra, você será convidado a participar de vários projetos – cada um deles com características, desafios e temas diferentes. No entanto, para que você se organize e aproveite ao máximo o que esses projetos têm a oferecer, é importante que siga alguns passos, ou seja, que estabeleça percursos, monte um cronograma e avalie o próprio desempenho. CHEGUE MAIS! Procure inserir em cada etapa os itens que julgar necessário desenvolver. À medida que o projeto for sendo executado, retome o que registrou e faça os ajustes necessários. Etapa 1 Entenda a questão Nesta etapa, é essencial que você compreenda as questões e os problemas que nortearão o projeto e se aproprie deles. Etapa 2 Aprofunde-se na questão Nesta etapa, serão apresentados textos que lhe darão subsídios ou caminhos para que seja possível encontrar a solução das questões e dos problemas apresentados na etapa 1. Etapa 3 Mãos à obra Nesta etapa, você vai solucionar as questões e os problemas do projeto, bem como verificar se a solução apresentada foi satisfatória ou insatisfatória. Etapa 4 Espalhe por aí Nesta etapa, serão apresentados e divulgados para a comunidade os resultados obtidos ao longo do projeto. PERCURSOS Os projetos podem ser desenvolvidos de diversas maneiras e por meio de múltiplos percursos. Assim, é impor- tante que você e seu grupo se organizem para definir o caminho que pretendem seguir na execução de cada um deles. Os projetos são divididos em quatro etapas. Abaixo, apresentamos uma síntese dos objetivos de cada etapa, seguindo a lógica de resolução de problemas e da Aprendizagem Baseada em Projetos. Por isso, sugerimos que você procure entender bem cada uma delas e já pense nos percursos que vai utilizar para cumpri-las. 10 10
  • 12. Elaborar um cronograma é muito importante, pois, ao controlarmos o tempo para a realização de cada tarefa, garantimos que o produto final seja entregue no prazo combinado. Sem esse controle, podemos demorar mais tempo em determinadas etapas e, com isso, comprometer a qualidade e o prazo de finalização do projeto. É importante que seja definido um prazo viável para a realização de cada etapa. Para isso, converse com os co- legas e o professor, para que, juntos, cheguem a um cronograma viável. Procurem estar sempre atentos aos pra- zos estabelecidos no cronograma. E lembrem-se de manter o cronograma em dia ou fazer ajustes, se necessário. Ao elaborar um cronograma, conseguimos gerenciar o tempo disponível e, assim, evitar possíveis atrasos. CRONOGRAMA AUTOAVALIAÇÃO Talvez você já tenha tido a oportunidade de fazer uma autoavaliação em outros projetos ou em outros mo- mentos de sua vida escolar. Ela é uma reflexão importante e pode ser feita em diversos campos de atuação, não apenas no ambiente escolar. Se feita de maneira consciente, ajudará no seu desenvolvimento, já que indica seus pontos fortes e aqueles que ainda precisam ser fortalecidos. Para cada projeto, haverá uma tabela de autoavaliação, apresentada logo no início do projeto para que você conheça as expectativas em relação à sua atuação. Em uma analogia, é algo semelhante a “o que vai cair na prova”, embora não se trate de uma prova. Assim, você terá a oportunidade de elaborar e pôr em prática es- tratégias que o ajudem a superar suas dificuldades. Além disso, com as regras do jogo estabelecidas desde o início, você não terá surpresas no final e poderá se ajustar continuamente, sempre que necessário. Na tabela de autoavaliação são apresentados alguns itens importantes para o seu desenvolvimento e para sua atuação no projeto. Esses itens não se relacionam apenas às questões práticas e teóricas envolvidas no projeto, mas também às questões atitudinais; afinal, avaliar-se também é uma forma de se conhecer melhor. Além dos critérios presentes na tabela, você pode inserir itens que julgue importantes para o seu desenvolvi- mento, não só como estudante, mas também como cidadão. Estes podem ser elementos relacionados a seu relacionamento e comunicação com os colegas, a seu engajamento em ações sociais, etc. Seguindo os mesmos critérios que você, o professor também fará uma avaliação do seu desempenho; assim, vocês terão a oportunidade de verificar, no final de cada projeto, em que pontos a avaliação de ambos coinci- diu e em quais houve divergência. Caso tenha dúvidas ao realizar a autoavaliação ou ao traçar estratégias para superar suas dificuldades, con- verse com o professor responsável pelo projeto. ItVector/Shutterstock 11 11
  • 13. AS FOTOS QUE VOCÊ NUNCA TIROU COM UM SMARTPHONE Fotografia de detalhe de frutos de dente-de-leão (Taraxacum officinale), que medem 3 mm de comprimento. Utilizar um microscópio amplia sua percepção sobre o mundo natural e dá liberdade para você explorar o mundo invisível aos seus olhos. 1 STEAM 12 12
  • 14. OBJETIVOS Construir um instrumento da ciência – o microscópio – para contribuir com a aprendizagem dos estudantes e com a alfabetização científica da comunidade. JUSTIFICATIVA A construção de um microscópio de baixo custo pode contribuir com o ensino de Ciências, propiciando aos estudantes a chance de trabalhar em prol da educação. Como um microscópio caseiro pode ampliar as possibilidades de aprendizagem na escola e na comunidade? Microscópios são equipamentos dotados de pequenas lentes capazes de ampliar imagens e permitir a visualização daquilo que não poderíamos ver a olho nu, como as células de uma cebola, os protozoários que vivem na água ou o pólen de uma flor. Por isso, esse equipamento foi essencial no desenvolvimento da ciência e atualmente é muito importante no ensino. Neste projeto, você vai construir um microscópio de baixo custo para explorar o mundo à sua volta e, além de tudo, poderá contribuir com a alfabetização científica da sua comunidade. GERD GUENTHER/SPL/Fotoarena 13 13
  • 15. Uma das competências mais demandadas atual- mente na sociedade é a criatividade para pensar em soluções eficientes e acessíveis. Para ser cria- tivo, é preciso saber utilizar os conhecimentos de uma forma integrada, buscando ideias de vários campos do conhecimento e aplicando-as em solu- ções autênticas. Uma forma de desenvolver isso é por meio de projetos STEAM, como este. Mas por que unir todos esses componentes curricu- lares em um bloco só? Porque no mundo complexo em que vivemos não basta ter apenas um ponto de vista sobre os assuntos que nos cercam, uma só for- ma de resolver os problemas, nem mesmo conheci- mentos que sirvam apenas em uma única situação. É preciso muita flexibilidade e criatividade para in- tegrar esses conhecimentos. Além disso, STEAM apresenta dois novos campos para sua formação, além dos componentes cur- riculares: engenharia e tecnologia. A engenharia tem um modo de pensar próprio e está muito li- gada à produção de soluções para a sociedade, ou seja, a botar a mão na massa e produzir soluções para os problemas das mais variadas naturezas – isso por meio de projetos e procedimentos. A tecnologia, por sua vez, tem revolucionado todas as áreas. Pen- se no caso da tecnologia digital: é difícil (quase impossível) imaginarmos nossa vida hoje sem tecnologia digital. Por isso, a escola precisa dialogar com esses novos conhecimentos e oferecer uma variedade de possibilidades para o futuro profissional dos jovens. Com um projeto STEAM, você vai se aproximar da mentalidade criativa e engajada com a criação de soluções para o seu dia a dia e o da sua comunidade. Convidamos você a explorar novas formas de aprender e novas formas de levar adiante o que você apren- deu. Antes de partirmos para as atividades do primeiro projeto, observe a seguir o significado da mentali- dade STEAM. Para realizar este projeto, você e seus colegas vão trabalhar com uma concepção chamada STEAM, do inglês Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics. Em português significa o trabalho integrado entre Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Vamos compreender um pouco melhor essa ideia e como utilizá-la para a realização do projeto apresentado a seguir. Amandita/Arquivo da editora 1 ENTENDA A QUESTÃO Competência geral Competências específicas 1 3 2 EM13CNT301 EM13CNT205 STEAM pressupõe que o conhecimento é integrado e que a aprendizagem é ativa. STEAM: APRENDER COM UMA ABORDAGEM INTEGRADA 14 14
  • 16. O QUE É ESSE TAL DE STEAM? SCIENCE, TECHNOLOGY, ENGINEERING, ARTS AND MATHEMATICS Veja cinco elementos essenciais em um projeto STEAM. 1. Boas perguntas, bons problemas STEAM parte de desafios e problemas. Quer começar? Faça boas perguntas e terá bons projetos. 2. Mão na massa Seja proativo e produza! Nada de ficar esperando alguém dar a resposta pronta. Planeje, prototipe, teste, recicle e comece de novo! Com STEAM, você aprende estudando e construindo. 3. Conexão STEAM parte do princípio de que os conteúdos e conhecimentos estão conectados entre si. Por isso, pensar em Biologia é também pensar em tecnologia. Pensar em Arte é também pensar em Matemática. Quem tem a mentalidade STEAM é flexível, trabalha em equipe e está pronto para lidar com qualquer situação. 4. Aplicabilidade Melhor do que criar um produto, objeto ou projeto é fazer isso ser útil para as pessoas. Levantar e resolver problemas reais da comunidade faz parte do STEAM – entender de onde vêm esses problemas, também! 5. Ciência, tecnologia e sociedade O que tudo isso tem em comum? Problematizar, analisar e contestar são essenciais no STEAM. É assim que se desenvolve o pensamento crítico e a preparação para lidar com os problemas globais. O profissional STEAM tem atitude responsável em relação aos problemas globais e tem uma visão crítica de sustentabilidade. STEAM ajuda a desenvolver... ... as competências e habilidades que a sociedade e o mercado de trabalho mais demandam atualmente. STEAM é uma forma de pensar o conhecimento, de atuar na sociedade e de aprender. Anatolir/Shutterstock linear_design/ Shutterstock johavel/Shutterstock Crazy nook/ Shutterstock Leone_V/ Shutterstock Lorelyn Medina/ Shutterstock Anatolir/Shutterstock sumberarto/ Shutterstock Rashad Ashur/ Shutterstock Lorelyn Medina/Shutterstock 15 15
  • 17. Este será seu roteiro de avaliação. Estamos apresentando-o no começo do projeto para que você já fique sa- bendo quais critérios serão usados na avaliação e o que é esperado em relação a sua atuação neste projeto. Seja responsável ao realizar a própria avaliação. Você utilizará esta tabela para compreender as expectativas de aprendizagem em um projeto STEAM e ir se ajustando continuamente. Quanto antes começar, mais ajustes poderá fazer e, assim, ter um desempenho melhor. Ao final, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professor fez. Dialoguem e tentem chegar a um acordo nos pontos em que houver alguma divergência. COMPETÊNCIA/ CRITÉRIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 Flexibilidade e resolução de problemas / Construção do microscópio Meu grupo encontrou muitas dificuldades para construir o microscópio, pois não conseguiu pensar em alternativas e resolver problemas encontrados na prototipação. O microscópio é reutilizável, mas não é de fácil manuseio. O aparelho não consegue obter um bom foco de imagem. Meu grupo encontrou soluções práticas para construir um microscópio reutilizável. Entretanto, o aparelho não consegue obter um bom foco da imagem. Os desafios encontrados não serviram de estímulo ao pensamento criativo, mas, sim, de barreiras que desestimularam o grupo a continuar. Meu grupo encontrou uma solução eficiente e de baixo custo para a construção do microscópio. O aparelho é estável e fácil de ser operado, bem como pode ser utilizado várias vezes por outros estudantes. Os desafios encontrados na prototipação serviram de estímulo para a criatividade do grupo. Aprendizagem e conhecimento / Conceitos e suas inter-relações Não compreendi os princípios de funcionamento do aparelho, apenas consegui construí-lo ou não compreendi as aplicações práticas do microscópio. Não consegui ter ideia alguma sobre o que estava sendo observado no microscópio. Sei dizer como um microscópio funciona, mas ainda não sei bem como ele pode ser útil para a minha aprendizagem. Sei dizer como um microscópio funciona e entendi muito bem quais são as possíveis aplicações do instrumento. Além disso, sei o que é preciso para obter um aparelho ainda melhor. Consigo obter boas amostras para serem observadas e consigo elaborar boas hipóteses sobre as amostras observadas. Pensamento crítico e científico / Desdobramento da problematização Vejo certa conexão entre a Biologia e a Física, mas preciso ainda entender como elaborar uma investigação científica utilizando um microscópio. Todavia, sei dar algum exemplo de aplicação do microscópio na Ciência ou no ensino. Consegui estabelecer boas relações entre o que eu aprendi e o que eu já sabia. Percebo que uma investigação científica envolve várias áreas do conhecimento e saberia explicar para alguém como um microscópio pode ser usado na investigação, embora não consiga elaborar uma pesquisa utilizando-o. Está claro para mim como Física, Química e Biologia se relacionam em uma investigação que utilize o microscópio. Saberia dar muitos exemplos e sinto- -me capaz de realizar uma investigação e de elaborar boas perguntas para essa investigação. VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! 16 16
  • 18. COMPETÊNCIA/ CRITÉRIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 Colaboração e proatividade / Engajamento da equipe Não houve trabalho em equipe ou a equipe não se mostrou preocupada em envolver todos os participantes. Houve muitos conflitos e alguns deles não foram saudáveis para o desenvolvimento do projeto e do relacionamento entre as pessoas. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes, mas não conseguiu trabalhar de modo colaborativo. Alguns conflitos não foram resolvidos de forma democrática e respeitosa. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes, bem como trabalhou de forma harmônica e respeitosa. Os diálogos foram estabelecidos de modo saudável e houve excelente entrosamento entre os participantes. Comunicação e argumentação / Produto – pôsteres e mostra de arte O grupo não produziu pôsteres digitais ou infográficos e imagens para a Mostra de Ciência & Arte ou o grupo apresentou as imagens e pôsteres de modo descontextualizado para o espectador. A apresentação dos pôsteres digitais ou infográficos na Mostra de Ciência & Arte foi realizada, mas o grupo teve dificuldade em comunicar ao público as informações sobre ciência com linguagem acessível e atrativa. Aapresentaçãodospôsteres digitaisouinfográficosna MostradeCiência&Arte foirealizadacommuita propriedade.Ogrupoapresentou comclarezaasinformações científicasnospôsteresese preocupouembuscartemasde interessedacomunidade,além detrazerumolharaomesmo tempocientíficoeartísticopara asimagensapresentadas. Você já se perguntou qual o menor objeto que o olho humano é capaz de observar? Um bom teste é tentar olhar, por exemplo, para dois fios de cabelo bem próximos um ao outro. Por mais perto que você aproxime seu olho dos dois fios, eles parecerão um fio só. A mesma coisa ocorre ao observar duas folhas de papel colocadas uma sobre a outra. Tente olhar a borda delas e ver se é fácil distinguir quantas folhas há. Isso porque estamos falando de resolução: seu olho literalmente não consegue resolver a diferença entre dois objetos tão pequenos e tão próximos entre si, não consegue separar os detalhes e o cérebro processa a imagem como sendo uma coisa só. RELACIONE-SE COM O TEMA Pixabay/pixabay.com Meme 17 17
  • 19. Depositphotos/Fotoarena Fio de cabelo. As imagens desta página não estão representadas em proporção. Em geral, o olho humano não consegue, por exemplo, enxergar algo menor do que 0,01 cm (espessura aproxi- mada de um fio de cabelo ou o diâmetro aproximado de um grão de areia), nem distinguir uma distância me- nor do que 0,2 mm. O contraste de cores e a boa definição de cada objeto são essen- ciais para nosso cérebro processar a imagem de maneira satisfatória. Quantos fios de cabelo um ser humano possui em média? Essa pergunta é difícil de ser respondida, pois o que enxerga- mos é uma massa que dá forma aos cabelos. O ser humano possui em média 100 mil fios de cabelo na cabeça. É impossível olharparaoscabelosdealguémedistinguirquantosfiosessapessoa tem, pois é muita informação para nossos olhos captarem e para o nosso cérebro distinguir. O que conseguimos fotografar com a câmera de um celular? E se você fotografar com um smartphone dois fios de cabelo e der um zoom na foto? O que é possível obser- var? Provavelmente um borrão, certo? Embora seja possível aproximar a imagem pelo zoom do aparelho, é preciso mais do que isso: é necessário boa capacidade de ampliação, não só de aproximação. Paracompreenderisso,vamosrealizarumteste.Emgrupos,comumsmartphone,fotografemosseguintesitens: escamas de um fio de cabelo; poros da pele; ponta de uma caneta esferográfica; tricomas (pequenos pelos) de uma folha de grama. Agora, compare as fotografias capturadas pelo grupo com essas mesmas estruturas vistas em diferentes tipos de microscópios a seguir. iStockphoto/Getty Images DR JEREMY BURGESS/SPL/Fotoarena Palma da mão observada em microscópio eletrônico de varredura com aumento de 49 vezes. Colorido artificialmente. Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento de 400 vezes. iStockphoto/Getty Images Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento de 400 vezes. Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento de 253 vezes. 18 18
  • 20. Ponta de uma caneta esferográfica observada em microscópio eletrônico de varredura, com aumento de 16,2 vezes. Colorido artificialmente. Tricomas de uma folha de urtiga (Urtica dioica) em microscópio óptico, com aumento de 53 vezes. Como você e seu grupo se saíram? Conseguiram obter algum detalhe com o smartphone? Perceba que, mesmo dando um zoom na imagem ou aproximan- do a lente do celular do objeto, provavelmente não foi possível chegar ao nível de detalhe das imagens obtidas por microscópios. Isso porque temos aqui, no- vamente, um problema de resolução. E com o microscópio? Atualmente, é possível observar coisas muito pequenas, impossíveis de ver a olho nu, como um grão de pólen, uma célula e até um vírus. Além disso, com microscópios eletrônicos complexos é possível chegar até bem próximo de se observar átomos individualmente, embora não seja possível distinguir o núcleo ou os elétrons. Basicamente, o microscópio inaugurou uma nova forma de observar fenômenos que antes eram invisíveis aos cientistas. O microscópio não apenas esclareceu ques- tões, como também criou uma série de no- vas perguntas. Steve Gschmeissner/SPL/Fotoarena Marek Mis/SPL/Fotoarena Reprodução/Arquivo da editora Meme As imagens desta página não estão representadas em proporção. 19 19
  • 21. Por meio de microscópios, pesquisadores podem realizar diagnósticos de doenças, identificar problemas e realizar experimentos importantes na área da saúde. Além da importância na Medicina, os microscópios permitem aos pesquisadores compreender melhor o mundo por meio de importantes investigações para o desenvolvimento da ciência e de práticas de pesquisa. E qual é a importância de um microscópio na sua escola? Se você já teve a experiência de observar um objeto no microscópio, sabe como é descobrir um novo mundo, inimaginável a olho nu. Observe as imagens a seguir. As fotografias apresentadas são dos mesmos elementos que você acabou de fotografar. A diferença é que aqui elas foram capturadas com um smartphone adaptado na forma de um microscópio. O melhor de tudo isso: ele é feito de maneira simples e com materiais acessíveis! Ponta de um fio de cabelo danificada que desfiou e se dividiu em três. Note que ao fundo há uma raiz de cabelo que foi arrancada com parte do folículo capilar. O folículo é uma estrutura que literalmente fabrica o cabelo a partir da queratina. Um fio de cabelo humano tem aproximadamente 60 a 120 micrômetros de diâmetro. Ponta de caneta esferográfica. É possível ver a esfera bem na ponta, que vai rolando e pintando o papel à medida que você escreve. Ampliada cerca de 25 vezes. Tricomas da folha da grama. Os tricomas são estruturas bem finas que exercem diversas funções, entre elas reter a umidade e proteger a folha de alguns predadores. Parecem-se com pequenos pelos e são a principal causa de sentirmos coceira quando nos deitamos na grama. Ampliada cerca de 30 vezes. Fotografia de uma folha de Clerodendrum thomsoniae. O comprimento dessa folha pode variar de 5 a 20 cm. Note que é possível observar as ramificações das nervuras foliares. Reprodução/Arquivo do autor Reprodução/Arquivo do autor Reprodução/Arquivo do autor Reprodução/Arquivo do autor As imagens desta página não estão representadas em proporção. 20 20
  • 22. Você já viu as unidades de medida µm e nm? • O micrômetro (µm) é a unidade de medida que equivale à milésima parte do milímetro ou a 1 milionésimo de metro (1 · 10−6 m). • O nanômetro (nm) é a unidade de medida que equivale a 1 milionésimo de milímetro ou a 1 bilionésimo de metro (1 · 10−9 m) Os microscópios são aparelhos que permitem visualizar estruturas que não conseguiríamos ver a olho nu; em outras palavras, eles aumentam o tamanho das imagens dos objetos. Outra grande vantagem dos micros- cópios é aumentar a capacidade de vermos detalhes do objeto. Essa vantagem se deve ao Limite de Resolução (LR), que é a distância mínima entre dois pontos em que podemos observá-los como pontos individualizados, ou seja, os microscópios permitem vermos detalhes de células eucarióticas, tecidos e microrganismos que a olho nu não veríamos. A ordem de grandeza do LR a olho nu é de 0,2 mm, ou seja, dois pontos que estão a uma distância inferior a 0,2 mm são vistos apenas como um ponto; já para o Microscópio Óptico (MO) o LR é de 0,2 µm e para o Microscópio Eletrônico (ME) o LR é de 0,2 nm. Resumindo, com os microscópios, conseguimos ver muito mais detalhes de um objeto do que quando visto a olho nu. Como exemplo, apenas um ponto observado ao olho nu, quando é visto ao microscópio óptico, percebemos que ele é formado por mil pontos menores e, se fosse visto ao ME, poderíamos enxergar um milhão de pontos no lugar daquele ponto visto a olho nu. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Qual a diferença entre Microscópio Ótico e Eletrônico? Disponível em: http://www.meib.uff. br/?q=content/qual-diferen%C3%A7a-entre-microsc%C3%B3pio-%C3%B3tico-e-eletr%C3%B4nico. Acesso em: 23 dez. 2019. QUAL A DIFERENÇA ENTRE MICROSCÓPIO ÓPTICO E ELETRÔNICO? A utilização do microscópio para observar seres pode desvendar um novo mundo fantástico. Brevity, Guy Endore-Kaiser and Rodd Perry © 2011 Guy & Rodd/Dist. by Andrews McMeel Syndication 21 21
  • 23. Antes de conhecer o desafio do projeto, vamos retomar nossa questão norteadora: Como um microscópio caseiro pode ampliar as possibilidades de aprendizagem na escola e na comunidade? Estamos falando essencialmente da capacidade transformadora com que o microscópio, assim como ou- tros instrumentos da ciência, pode potencializar a aprendizagem por apresentar novas formas de obser- vação e de coleta de dados e novas perspectivas em relação ao mundo empírico, que nem sempre são acessíveis a olho nu. Atualmente, nem todas as escolas possuem um laboratório de Ciências ou microscópios disponíveis para o uso dos estudantes. De acordo com o Censo Escolar de 2018, apenas 44% das escolas de Ensino Médio brasi- leiras possuíam laboratório de Ciências. Por isso é tão importante democratizar o acesso a instrumentos de investigação científica, como é o caso de um microscópio de baixo custo. Não somente em sala de aula ou no laboratório de Ciências, o microscópio caseiro e portátil, como o que você vai construir, pode contribuir com a alfabetização científica da comunidade em que você se insere. Por isso, ao trabalhar neste projeto, seu desafio será desenvolvido em dois momentos. O primeiro momento é construir o microscópio com um smartphone e ver as possibilidades que esse dis- positivo pode oferecer. O segundo é produzir conteúdo científico para a população e ajudar as pessoas a compreender fenômenos e encontrar novas perspectivas para a realidade que as cerca. Ou seja, despertar a curiosidade pela ciência das pessoas ao seu redor. Uma população alfabetizada cientificamente é capaz de se interessar por temas de ciência, ler conteúdos de ciência e praticar a curiosidade científica no dia a dia. A curiosidade é a chave para despertar o pensamento científico, bem como valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. Como você vai fazer isso? Apresentaremos algumas sugestões, mas, como já foi dito, você é protagonista des- te projeto e deve definir o melhor percurso. Pensamento científico Investigar a realidade Compreender a realidade Compreender fenômenos Alfabetização científica Curiosidade Pesquisa Interesse RECONHEÇA O DESAFIO 22 22
  • 24. Se utilizar apenas um smartphone não resolve o problema de resolução da imagem, o que é preciso fazer para que ele se transforme em um microscópio de baixo custo para ser utilizado na escola? Quais são os outros materiais necessários? Para isso, você precisará conhecer um pouco sobre as partes de um microscópio e sobre as propriedades das lentes. As lentes do microscópio óptico A fotografia ao lado mostra um microscópio óptico convencional, capaz de ampliar a imagem com maior ca- pacidade de resolução. De modo bem resumido, ele possui duas partes essenciais: um conjunto de lentes que fica próximo aos nossos olhos (lente ocular) e um outro conjunto de lentes que fica posi- cionado próximo ao objeto que se quer analisar (objetiva). Essas lentes são convergentes, ou seja, ao se colocar um objeto sobre a base, a luz refletida por ele atravessa a lente objetiva e é formada uma imagem real, com maior amplia- ção e resolução. Essa imagem, então, é observada através da ocular, que forma uma imagem virtual e ainda mais am- pliada do objeto. Ou seja, uma lente amplia a imagem for- mada pela outra. A maioria dos microscópios possui também uma fonte de luz e todos possuem um regulador de foco. A fonte de luz iluminaereveladetalhesqueeventualmenteficariamescuros.Oreguladordefocofazvariaradistânciaentreoob- jetoealenteobjetiva,encontrandoofoco,ouseja,aposiçãoidealparaobterumaimagemcomamelhordefinição.  Agora, veja um esquema simplificado do que é preciso para um microscópio exercer sua principal função: fornecer imagens ampliadas e com boa resolução. 2APROFUNDE-SE NA QUESTÃO objetiva ocular olho F2 i1 Ο2 Ο1 ο i2 F' 1 F1 F' 2 Oculares Objetivas Mesa Condensador Fonte de luz Regulador de foco Braço Mas o que realmente é essencial para um microscópio são as lentes convergentes. Sem elas, não há microscópio. UM POUCO DE FÍSICA Andrey Svytsky/Shutterstock Competências gerais Competência específica 2 1 3 EM13CNT308 EM13CNT307 Banco de imagens/Arquivo da editora Esquema de funcionamento de um microscópio óptico, sendo: F1 e F’1 os focos da lente objetiva; O1 o centro de curvatura da lente objetiva; I1 a imagem formada pela lente objetiva; F2 e F’2 os focos da lente ocular; O2 o centro de curvatura da lente ocular; I2 a imagem formada pela lente ocular que é percebida pelo observador (olho). 23 23
  • 25. Assista ao vídeo a seguir para compreender como funciona uma lente de aumento. Entenda como funciona uma lente de aumento. Disponível em: https:// youtu.be/nmC8E30wViw. Acesso em: 6 jan. 2020. SE LIGA NO LINK Note que, no esquema anterior, a imagem final observada (i2 ) por esse conjunto de lentes é invertida, virtual e maior que o objeto. Além disso, estamos falando essencialmente de duas lentes convergentes que, devido às distâncias em que são posicionadas do objeto, possibilitam observar uma imagem ampliada. Uma vez que conseguimos essas lentes, os demais componentes do microscópio são totalmente adaptáveis. À procura das lentes Após termos compreendido um pouco mais sobre microscopia, imagens e lentes, para você transformar um smartphone em um microscópio a pergunta agora é: Como conseguir duas lentes convergentes? Uma delas você já tem: a lente que compõe a câmera do smartphone. Falta a outra. Mas é simples consegui-la: vamos pensar na função de uma lente convergente, então saberemos onde pro- curar uma! Uma lente convergente, basicamente, faz com que os raios de luz que se propagam paralelamente entre si, ao atravessá-la, mudem sua direção de propagação e se cruzem em um mesmo ponto. Ou seja, eles literalmente convergem em um ponto, daí o nome da lente convergente. Reprodução/Jarmil Store Lentes de caneta laser. Esse tipo de lente tem uma aplicação muito importante em situações que envolvam leitores ópticos, como o leitor de mídias com CDs, DVDs e Blu-rays. Principalmente com a invenção do pendrive e do armazenamento em nuvem, os leitores de CDs tornaram-se obsoletos e são tratados como lixo eletrônico, sendo considerados sucatas em algumas lojas de informática. Outra aplicação da lente convergente está nas canetas laser (laser pointers), utilizadas em aulas e palestras. Por serem populares, pode ser uma opção acessível para você obter sua lente. imagem objeto Ο F1 F2 B' B A A' Ilustração esquemática da trajetória dos feixes de luz em uma lente convergente, sendo F1 e F2 os focos e O o centro de curvatura da lente. Banco de imagens/Arquivo da editora 24 24
  • 26. O primeiro passo é ir em busca da lente convergente! Com a ajuda do professor, forme um grupo com cinco ou seis colegas. Os integrantes do grupo vão trabalhar juntos até o final deste projeto. Planejem com o professor como obter essa lente. Será necessário apenas uma lente por grupo. Lembre-se de que a mentalidade STEAM envolve colocar a mão na massa e, ao mesmo tempo, prototipar, assim como realizar testes e melhorias do produto. Traremos duas possibilidades de montagem de microscó- pios de baixo custo para você se inspirar e poder improvisar com o que estiver ao seu alcance. Lembre-se de que o projeto é seu, então capriche nas soluções que vai apresentar! Se você pesquisar na internet, encontrará ainda outras sugestões de como construir um microscópio caseiro. Fique atento ao material utilizado e aos processos de montagem para que, ao final, você e seu grupo construam o próprio microscópio. Veja, a seguir, alguns exemplos de microscópios ópticos industrializados. 3MÃOS À OBRA Modelos de microscópios ópticos. Modelos de microscópios ópticos. MICROSCÓPIOS MICROSCÓPIOS Competências gerais Competências específicas 7 4 3 EM13CNT301 EM13CNT207 2 1 2 EM13CNT307 EM13CNT302 trekandshoot/Shutterstock zaemiel/Shutterstock Lenush/Shutterstock Radu Razvan/Shutterstock 25 25
  • 27. Modelo de smart-microsc—pio 1 Para acompanhar a montagem do microscópio em um tutorial, veja o vídeo indicado a seguir. Faça um microscópio caseiro com celular (experiência de física). Disponível em: https://www. youtube.com/ watch?v=HwHJhti5fLs. Acesso em: 31 dez. 2019. SE LIGA NO LINK Você vai precisar de 1 smartphone com câmera (lente ocular) 1 pedaço de espuma vinílica acetinada (EVA) de 3 cm × 3 cm e, no máximo, 1 mm de espessura 1 capa transparente de CD/DVD (mesa) 1 lente de caneta laser (laser pointer) ou lente para leitor de CD/DVD (lente objetiva) 1 baralho (regulador de foco) 2 livros (para usar de apoio) Lanterna (fonte de luz) Fita adesiva Tesoura Como montar Com ajuda da tesoura, faça com cuidado um furo no EVA com o mesmo diâmetro da lente do laser e encaixe-a no furo. Com a fita adesiva, cole a peça de EVA à lente do smartphone; preste atenção para que a lente fique perfeitamente alinhada com a câmera traseira. Coloque os dois livros em uma mesa, com um vão de 10 cm entre eles. Apoie a capa de CD/DVD aberta entre um livro e outro. Empilhe algumas cartas de baralho e, sobre elas, apoie o celular, com a lente virada para baixo. Para observar algum objeto, coloque-o entre a capa de CD/DVD e a lente. Para obter foco na imagem, aumente ou retire algumas cartas da pilha. Se necessário, ilumine a amostra com a lanterna. Dotta2/Arquivo da editora Modelo de smart-microscópio. Faça os experimentos sempre com a supervisão de um adulto. AUTOCUIDADO 26 26
  • 28. Passo a passo Etapa 1 – Furar o EVA e encaixar a lente do laser Etapa 2 – Colar a peça do EVA à lente do smartphone Etapa 3 – Montar a estrutura do smart-microscópio Etapa 4 – Seleção da amostra Etapa 5 – Observando a amostra DICAS: Não manipule animais, nem mesmo um inseto! Pode ser perigoso e pesquisa com animais precisa ser aprovada por um comitê de ética. Antes de coletar qualquer espécime vegetal, consulte o professor: a coleta não é permitida em todos os lugares e nem todos os espécimes podem ser coletados. Caso não consiga um local permitido para coleta, ou não encontre a planta que gostaria de observar, é possível adquiri-la em uma feira livre ou floricultura. E o mais importante: não desperdice material vegetal; seja responsável e colete somente o necessário. Sobre preparo e observação das amostras: Quanto mais plana e fina estiver a sua amostra, melhor será a visualização. Para obter uma amostra plana, peça ajuda ao professor para que ele faça cortes paralelos e finos em sua amostra. Centralize a amostra sobre a mesa antes de procurar o foco. Fotografi as: Dotta2/Arquivo da editora Fotografi as: Dotta2/Arquivo da editora 1 2 3 4 5 27 27
  • 29. Modelo de smart-microsc—pio 2 Você vai precisar de 1 smartphone com câmera (lente ocular) 3 parafusos de, no mínimo, 8 cm de com- primento 9 porcas que sirvam nos parafusos 2 porcas do tipo borboleta que sirvam nos parafusos 1 plataforma de madeira ou papelão firme para a base (sugerimos que te- nha, aproximadamente, 2 cm × 18 cm × × 18 cm). 1 plataforma de acrílico ou plástico para o celular de 0,3 cm × 18 cm × 18 cm (pode ser a capa de um CD/DVD). 1 plataforma de acrílico ou plástico para os objetos de 0,3 cm × 7,6 cm × 18 cm. Pode ser a capa de um CD/DVD (mesa) 1 lente de caneta laser ou de leitor de CD/DVD (lente objetiva) Lanterna (fonte de luz) Régua Tesoura Furadeira Como montar Faça três furos na base de madeira formando um triângulo. Coloque um parafuso em cada um dos três furos feitos na base de madeira e prenda-os cada um deles com uma porca. Desmonte a capa de CD/DVD ou peça de acrílico e faça dois furos em uma das partes, de modo que ela possa ser encaixada em dois dos três parafusos fixados na base de madeira. Parafuse uma porca do tipo borboleta e, em seguida, uma arruela em cada um dos dois parafusos. Encaixe umas das partes da capa de CD/DVD ou peça de acrílico cortada e furada. Na outra parte da capa de CD/DVD ou peça de acrílico, faça três furos que coincidam com a distância entre os parafusos. Faça também um quarto furo do diâmetro exato da lente para encaixá-la. Encaixe a lente da caneta laser (laser pointer) ou do leitor de CD/DVD no furo designado a ela. Dica: a lente precisa entrar bem justa, caso contrário ela cairá. O vídeo a seguir é um tutorial da montagem do microscópio. O vídeo está em inglês, mas é possível acionar a legenda automática em português. Transforme seu smartphone em um microsc—pio digital. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=KpMTkr_aiYU. Acesso em: 6 jan. 2020. SE LIGA NO LINK Faça os experimentos sempre com a supervisão de um adulto. AUTOCUIDADO Modelo de smart-microscópio. Dotta2/Arquivo da editora 28 28
  • 30. Encaixe uma porca no topo de cada parafuso fixado na base e, em seguida, apoie a segunda parte da capa de CD/DVD ou peça de acrílico com a lente. Apoie o celular com a câmera voltada para baixo e muito bem centralizada com a lente da caneta laser (laser pointer) ou do leitor de CD/DVD na peça de acrílico de cima. Apoie a amostra na base intermediária, logo abaixo da lente. Para regular o foco, basta girar as duas porcas do tipo borboleta. Se preciso, ilumine a amostra com a lanterna. Passo a passo Etapa 1 – Furar a base de madeira e prender os parafusos Etapa 2 – Colocar a porca borboleta invertida e a arruela Etapa 3 – Encaixar a capa de CD/DVD ou peça de acrílico cortada e furada Etapa 4 – Furar outra placa de capa de CD/DVD ou acrílico Etapa 5 – Encaixar a lente da caneta laser no furo da placa Etapa 6 – Encaixar as placas de CD ou acrílico Fotografi as: Dotta2/Arquivo da editora 2 3 6 1 4 5 29 29
  • 31. Etapa 7 – Observar a amostra Etapa 8 – Observando a amostra 1, 2, 3, testando... Com um microscópio em mãos, você já pode partir para a segunda parte do desafio: produzir conteúdo científico para a população com o objetivo de ajudar as pessoas a compreender fenômenos e encontrar novas perspecti- vas para a realidade que as cerca. Ou seja, despertar a curiosidade científica das pessoas ao seu redor. Assim como trouxemos duas dentre as várias opções existentes para você cumprir a primeira parte do desafio, que era montar seu próprio microscópio, teremos algumas opções para você decidir o melhor ca- minho para cumprir a segunda parte. Levantando temas de investigação Reúna-se com os colegas do seu grupo para planejar como vão produzir conteúdo científico que desperte a curiosidade das pessoas em relação ao microscópio. Primeiro, iniciem levantando os possíveis temas de interesse da sua comunidade. Lembre-se de que a men- talidade STEAM parte de questões locais que causem impacto na vida das pessoas. Para isso, a melhor forma é fazer uma boa leitura de questões que seriam pertinentes para as pessoas e que poderiam ser exploradas com o smart-microscópio. As etapas a seguir vão ajudá-los a estruturar a produção dos conteúdos. A seguir, trazemos exemplos de dois pôsteres que podem ser apresentados como uma postagem em uma rede social. São apenas exemplos; portanto, pesquise outros temas para apresentar à comunidade! 1. Pensem em informações científicas que poderiam de alguma maneira beneficiar as pessoas ao seu redor em relação aos cuidados com saúde, alimentação, segurança no trabalho, saneamento ou ou- tra questão relevante específica do local em que você vive. 2. Façam outro levantamento: De que maneiras vocês conseguiriam explorar esse tema com o smart-mi- croscópio? Vocês conseguem coletar amostras e registrar fotografias que despertem um novo olhar das pessoas para esses temas? 3. Investiguem as amostras e busquem explicá-las em linguagem acessível e com informações rele- vantes. Façam um estudo sobre os mecanismos de funcionamento e sobre a estrutura daquilo que vocês estão observando. 4. Busquem curiosidades e fatos que vão despertar o interesse das pessoas sobre a imagem que vocês registraram. 5. Elaborem uma forma de apresentar as informações e as imagens para a sua comunidade. 7 8 Fotografi as: Dotta2/Arquivo da editora 30 30
  • 32. Cada grupo deve produzir uma série de pôsteres ou infográficos e, depois, a turma deve reunir o material em uma pasta para que toda a coleção seja apresentada à comunidade ao final do projeto. Duas técnicas de preparo de amostras de microscopia celular muito utilizadas são a imunofluorescência e a GFPs (Proteína Verde Fluorescente, do inglês Green Fluorescent Protein). Em ambas as técnicas, as amos- tras a serem observadas recebem um tratamento que faz com que componentes celulares específicos, prin- cipalmente proteínas, emitam fluorescência. Essas técnicas de preparo são fundamentais porque permitem evidenciar estruturas específicas nas célu- las, ou mesmo marcar células inteiras de uma amostra, como algumas células cancerígenas, por exemplo. Na microscopia são utilizadas inúmeras outras técnicas de coloração de amostras utilizando reagentes que se aderem a lipídeos da membrana celular, a proteínas intracelulares e ao núcleo das células, por exemplo. Por isso, compreender a química celular é fundamen- tal no preparo de amostras de microscopia óptica. Não basta saber apenas sobre biologia celular. A QUÍMICA “DA COISA” Fotomicrografia de célula nervosa em microscópio óptico, corada com proteína verde fluorescente e com aumento de 800 vezes. THOMAS DEERINCK, NCMIR/SPL/Fotoarena Razvan Cornel Constantin/Alamy/Fotoarena iStockphoto/Getty Images; Daniel Han/Macro Cosmos Microscopy Razvan Cornel Constantin/Alamy/Fotoarena iStockphoto/Getty Images; Daniel Han/Macro Cosmos Microscopy iStockphoto/Getty Images; Daniel Han/Macro Cosmos Microscopy iStockphoto/Getty Images; Daniel Han/Macro Cosmos Microscopy Exemplo de pôster sobre o açúcar cristalizado. Exemplo de pôster sobre o arroz integral e o branco. AÇÚCARCRISTALIZADO Éassimquevemososgrãosdeaçúcarquandoampliadosemum microscópio.Sabeporqueoucomosaemesses cristaizinhosdagarapa? Amoléculadesacarose,queconstituioaçúcar,ébastantesolú- velemágua.Nacana-de-açúcarounagarapa,essasmoléculas encontram-sedissolvidas,ligadasàsmoléculasdeágua.Se diminuirmosaquantidadedeáguadisponívelnagarapa,como queasmoléculasdesacarosevãoseligar? Consigomesmas!Porissoéque,aoferveragarapa,oproduto éummontedemoléculasdesacarosequeseunemformando estruturascristalinas,comovocêobservanafoto. ARROZINTEGRALOUBRANCO? Oarrozbrancopassaporumprocedimentoqueretiraacascado grãoeofarelo;porissoeleémaisclaroeduramaistempono estoque.Acamadadefarelocontémfibras,mineraiseproteínas importantes.Asfibrassãonecessáriasàdigestão,poisfazem comqueaabsorçãodosnutrientessejamaislenta,evitando picosdeglicosenosangue.Porissoéqueoarrozouafarinha integralsãomaisindicadosparapessoascomdiabetes. Semacamadadefarelo,oarrozbrancotemquase90%deamido emsuacomposição,umcarboidratodefácildigestãoquevai tododeumavezparaacorrentesanguínea. As imagens desta página não estão representadas em proporção. Ampliação de cerca de 10 vezes. Ampliação de cerca de 1,5 vezes. 31 31
  • 33. Que o microscópio contribui para a aprendizagem em Ciências já está mais que claro até este ponto, mas e em relação à Arte? Lembra que falamos que STEAM é uma mentalidade que pressupõe o conhecimento integrado, inclusive de Arte? Aproveitemos para pensar nos processos de aprendizagem que o projeto STEAM proporciona. Para resolver um problema, é preciso primeiro ter um. E o problema é levantado a partir da leitura de mundo, da leitura do ambiente e de suas necessidades e oportunidades de desenvolvimento. Para obter soluções inteligentes e inovadoras, como é o caso do smart-microscópio, e para construir materiais eficientes de divulgação científica, é preciso unir muita criatividade e conhecimentos de design e arte ao co- nhecimento da ciência no entorno do microscópio – estamos falando de Biologia, Física, Matemática, Química e Engenharia. Estamos lidando, portanto, com diversas perspectivas para uma mesma questão-problema. Vamos trazer agora, com mais ênfase, uma perspectiva que vai expandir ainda mais a percepção de como o microscópio pode ampliar as possibilidades de aprendizagem em uma comunidade. Observe as imagens a seguir e veja como elas exploram outros sentidos para o mundo microscópico. As imagens apresentadas reúnem fotografias artísticas obtidas por pesquisadores que unem Arte e Ciência. Algumas das imagens passaram por tratamento de cores ou mesmo as amostras receberam tratamento quí- mico para evidenciar determinadas estruturas celulares. Parte delas foi obtida com o microscópio confocal, um tipo de microscópio óptico que tem a vantagem de conseguir bom foco em mais de um plano de imagem. As imagens desta página não estão representadas em proporção. Acesse a página da mostra Art Bio para observar mais imagens de microscopia. Disponível em: https://www.artbiobrasil.org/mac3.Acesso em: 6 jan. 2020. SE LIGA NO LINK ARTE E CIÊNCIA Dra. Márcia Sirlene Zardin Graeff/Acervo da artista William Lopes/Marilene Vainstein/PPGBCM-UFRGS (Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da UFRGS) Bianca Rangel/Acervo da artista Na imagem A, detalhe de uma corbícula de abelha, estrutura onde é armazenado o pólen, que mede aproximadamente 1 mm. Na imagem B, células do fungo Cryptococcus gatti observado em um microscópio eletrônico com uma ampliação de aproximadamente 1000 vezes. Na imagem C, papilas gustativas e dentículos de um tubarão, observados em um microscópio eletrônico, com ampliação de aproximadamente 60 vezes. A B C 32 32
  • 34. Uma mostra de Ciência & Arte É pela mentalidade artística-criativa que a interação com o mundo ganha ressignificações e novos olhares. A arte é uma forma de estar presente no mundo, de se expressar, de interagir, de criar e de preservar culturas. A ideia neste momento é que seu grupo seja capaz de descobrir novos horizontes e olhares para o universo microscópico, que é invisível a muitas pessoas. Para isso, o desafio é o seguinte: ela- bore uma Mostra de Ciência & Arte com toda a turma. A mostra será exi- bida juntamente com os pôsteres de ciências que você e seu grupo cons- truíram. Vamos dividir essa produção em duas partes. Novos olhares Em seu grupo, ande pela escola e procu- re elementos que você vê todos os dias. Busque observá-los sob novas perspec- tivas. Procure também imagens que são incomuns nos objetos que fazem parte de sua rotina, isto é, imagens que sempre estiveram ali, mas nunca foram notadas por você. Para isso, coloque seu corpo em posições que também estão fora de sua rotina: sente-se no chão, fique na ponta dos pés, etc. Evite observar tudo do mesmo ponto de vista. Observe objetos por outros ângulos e perce- ba pequenos detalhes. Você já tinha reparado nesses objetos por esse ponto de vista? Com seu grupo, utilize um smartphone para fotografar alguns desses objetos que vocês observaram. Antes de produzirem as fotos, planejem como será a iluminação, o enquadramento e a composição da imagem. Usando o smart-microscópio Agora, posicione o smart-microscópio de uma maneira que seja possível visualizar fragmentos dos mes- mos objetos que você fotografou. Repare como enxergá-lo microscopicamente é também uma nova ma- neira de enxergá-lo. Movimente o microscópio e procure imagens interessantes do ponto de vista artístico. Verifique a ilumina- ção, a composição e o enquadramento que você exercitou quando fotografou os objetos buscando novos pontos de vista. Fotografe essas imagens com o próprio smart-microscópio. Depois, escolha as de que mais gostou e, se achar necessário, você pode editar essas imagens, modificando cores e contrastes, aplicando filtros ou fazendo desenhos em aplicativos de edição de fotografias do pró- prio smartphone. Outra possibilidade é criar fotomontagens, colagens, memes e até mesmo gifs. Ao final, reúna seu grupo para selecionarem as melhores imagens que serão apresentadas ao público. Dê um título e legenda às suas produções e guarde- -as para utilizá-las na Mostra de Ciência & Arte. As imagens desta página não estão representadas em proporção. Gif: é um formato de imagem que compacta diversas cenas com o intuito de exibir movimentos. Amandita_colagem/Arquivo da editora Colagem com fotografias relacionadas com ciência. 33 33
  • 35. 4ESPALHE POR AÍ Chegamos à fase final do projeto. Este é o momento de finalização, no qual você vai apresentar os resul- tados do projeto, publicar os pôsteres ou infográficos, além de participar da Mostra de Ciência & Arte. Para isso, reúna todo o material produzido até o momento. Em uma roda de conversa com toda a turma, escolham a estratégia a ser utilizada para apresentar a mostra. Publicação dos resultados Finalizada a Mostra de Ciência & Arte, estamos caminhando para o fim deste projeto. Para isso, é impor- tante que a turma crie um site ou um perfil em alguma rede social para publicar todos os resultados: a construção do smart-microscópio, as fotografias capturadas com esse dispositivo e as produções reali- zadas para a Mostra de Ciência & Arte. Para construir o site, há muitas plataformas gratuitas e simples de serem utilizadas na internet. Para o perfil em rede social, debatam qual rede vão utilizar, a periodicidade com que farão as postagens e as maneiras de conquistar mais visibilidade. Não se esqueçam de criar uma seção para explicar o que é o projeto de construção de um microscópio com smartphone, como ele foi idealizado, como foi construído e como ele pode ser replicável em ou- tras escolas. Pode ser interessante criar uma proposta para um público que tenha um perfil parecido com o de vocês nas redes sociais ou no site, para que ele também faça o exercício de olhar para seu entorno com “outros olhos”, buscando novos detalhes e pontos de vista. Definam qual será a estratégia de divulgação na rede social escolhida. Neste momento, não se esqueçam de que este projeto visa impactar positivamente a vida das pessoas ao seu redor. O microscópio estimula a busca por novos olhares. Competências gerais Competência específica 7 3 EM13CNT302 5 4 2 1 © André Dahmer/Acervo do cartunista Acervo André Dahmer. 34 34
  • 36. ESTA É PARA ENCERRAR Hora de divulgar! Definidos os caminhos e as mídias para divulgação, é hora de publicar os links e as postagens em redes so- ciais, em grupos de mensagens e para a comunidade escolar. Reprodução/Arquivo da editora Sim, ela chegou! A prova! Mas, calma, não é bem uma prova – e você já sabia disso. Volte ao roteiro da autoavaliação e identifi- que os níveis e os descritores que melhor representam sua partici- pação ao longo do projeto. Além disso, compare sua autoavaliação com a avaliação que o profes- sor fez de sua participação para que possam dialogar e identificar os pontos em comum e as diferenças, quando houver. RETOME A AVALIAÇÃO Esperamos que, mesmo após o projeto, você e sua turma con- sigam utilizar o microscópio por muitos anos. Da mesma for- ma, esperamos ter despertado um pouquinho da mentalidade STEAM: colocar a mão na massa para aprender e relacionar os conhecimentos de diversas áreas. Meme Shutterstock/Arquivo da editora 35 35