Este documento descreve os métodos e resultados da análise de imagens SRTM para mapear padrões de drenagem, lineamentos e zonas morfoestruturais na folha topográfica SB-22-XA. A área foi dividida em 4 zonas com padrões de drenagem distintos. Foram mapeados 815 lineamentos de drenagem e 402 lineamentos de relevo, com direções preferenciais variando entre as zonas. Por fim, o mapa morfoestrutural compartimentou a área em 4 zonas com diferentes características de relevo
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
FACULDADE DE GEOLOGIA
CONFECÇÃO DE MAPAS A PARTIR DE IMAGEM SRTM NO
QUANTUM GIS: APLICAÇÃO NA FOLHA TOPOGRÁFICA SB-22-XA
Gabriela Angelim
Lourival Ferreira
Marcilio Rocha
Yego Leal
Marabá/PA
2013
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
FACULDADE DE GEOLOGIA
CONFECÇÃO DE MAPAS A PARTIR DE IMAGEM SRTM NO
QUANTUM GIS: APLICAÇÃO NA FOLHA TOPOGRÁFICA SB-22-XA
Trabalho acadêmico apresentado à
disciplina FOTOGEOLOGIA, do Curso de
Graduação em Geologia da Universidade
Federal do Pará, como avaliação parcial da
disciplina.
Orientador: Prof. Dr. Leonardo Felipe.
Marabá/PA
2013
3. 1. DESCRIÇÃO DOS MAPAS
1.1. MAPA DE ZONAS DE PADRÕES DE DRENAGEM
A drenagem da Folha Topográfica SB-22-X-A foi compartimentada em 4
(quatro) zonas homólogas, que, juntas, geraram o mapa de zonas de padrões de
drenagem (Figura 01), que foram descritas de acordo com as propriedades de
classificação de drenagem propostas por Soares & Fiori (1976), a saber:
Zona 01
A drenagem apresenta baixa densidade, sua sinuosidade pode ser
considerada como mista, com partes retilíneas e outras curvilíneas. A angularidade
entre os canais é média. Quanto à tropia, os canais são classificados como
bidirecionais e, em relação à assimetria, os canais podem ser considerados como
fortemente assimétricos. Classificou-se o padrão de drenagem desta zona como uma
mistura de paralelo e dendrítico.
Zona 02
A drenagem apresenta densidade média, sua sinuosidade pode ser
considerada como curva e a angularidade entre os canais é baixa. Quanto à tropia,
os canais são classificados como tridirecionais e, em relação à assimetria, os canais
podem ser considerados como fortemente assimétricos. Classificou-se o padrão de
drenagem desta zona como dendrítico.
Zona 03
A drenagem apresenta densidade média, sua sinuosidade pode ser
considerada como mista e a angularidade entre os canais é baixa. Quanto à tropia,
os canais são classificados como tridirecionais e, em relação à assimetria, os canais
podem ser considerados como fracamente assimétricos. Classificou-se o padrão de
drenagem desta zona como dendrítico.
Zona 04
A drenagem apresenta densidade baixa, sua sinuosidade pode ser
considerada como curva e a angularidade entre os canais é média. Quanto à tropia,
os canais são classificados como bidirecionais e, em relação à assimetria, os canais
podem ser considerados como moderadamente assimétricos. Classificou-se o padrão
de drenagem desta zona como uma mistura de paralelo e dendrítico.
4. Figura 01: Mapa de zonas de padrões de drenagem em escala de 1:250.000.
1.2. MAPA DE LINEAMENTOS E ZONAS DE DRENAGEM
Segundo O'Leary et al. (1976) "Lineamento é uma feição linear simples ou
composta da superfície, cujas partes são alinhadas de modo retilíneo ou levemente
curvilíneo e que difere distintamente dos padrões de feições adjacentes e
presumivelmente reflete um fenômeno subsuperficial”.
O mapa de lineamentos e zonas de drenagem (Figura 02) foi gerado a partir
da identificação e marcação de 815 feições retilíneas de drenagem, extraídas por
fotointerpretação. A análise do mapa de lineamentos de drenagem, juntamente com
os diagramas de roseta de frequência absoluta, gerados com intervalos de 20º, para
cada zona homóloga permitiu visualizar e descrever com precisão as direções
preferênciais dos lineamentos de drenagem.
Zona 01
Foram extraídas 210 feições retilíneas de drenagem nesta zona. A análise do
mapa de lineamentos de drenagem e do diagrama de roseta gerado para esta zona
(Figura 03-A) mostra que os lineamentos estão dispostos preferencialmente nas
direções N50-70W (39 lineamentos) e N10-30E (28 lineamentos).
5. Zona 02
Foram extraídas 299 feições retilíneas de drenagem nesta zona. A análise do
mapa de lineamentos de drenagem e do diagrama de roseta gerado para esta zona
(Figura 03-B) mostra que os lineamentos estão dispostos preferencialmente nas
direções N30-50E (44 lineamentos) e N-S (43 lineamentos).
Zona 03
Foram extraídas 176 feições retilíneas de drenagem nesta zona. A análise do
mapa de lineamentos de drenagem e do diagrama de roseta gerado para esta zona
(Figura 03-C) mostra que os lineamentos estão dispostos preferencialmente nas
direções N10-50E (54 lineamentos) e N50-70W (43 lineamentos).
Zona 04
Foram extraídas 130 feições retilíneas de drenagem nesta zona. A análise do
mapa de lineamentos de drenagem e do diagrama de roseta gerado para esta zona
(Figura 03-D) mostra que os lineamentos estão dispostos preferencialmente nas
direções N70-90E (22 lineamentos) e N50-70W (20 lineamentos).
Figura 02: Mapa de lineamentos e zonas de drenagem em escala de 1:250.000.
6. Figura 03: Diagramas de roseta de frequência absoluta mostrando as direções dos
lineamentos de drenagem; (A) Zona 01; (B) Zona 02; (C) Zona 03; e (D) Zona 04.
1.3. MAPA DE LINEAMENTOS DE RELEVO
O mapa de lineamentos de relevo (Figura 04) foi gerado a partir da
identificação e marcação de 402 feições retilíneas de relevo, extraídas por
fotointerpretação. Não foram extraídos lineamentos de relevo nas zonas 03 e 04, pois
estas não possuem feições retilíneas expressivas. A análise do mapa de lineamentos
de relevo, juntamente com os diagramas de roseta de frequência absoluta, gerados
com intervalos de 20º, para cada zona homóloga permitiu visualizar e descrever com
precisão as direções preferênciais dos lineamentos de relevo.
7. Figura 04: Mapa de lineamentos de relevo em escala de 1:250.000.
Zona 01
Foram extraídas 308 feições retilíneas de relevo nesta zona. A análise do
mapa de lineamentos de relevo e do diagrama de roseta gerado para esta zona
(Figura 05-A) mostra que os lineamentos estão dispostos quase na sua totalidade à
NW-SE, mas, preferencialmente, no intervalo de direção N50-70W (104 lineamentos).
Zona 02
Foram extraídas 94 feições retilíneas de relevo nesta zona. A análise do mapa
de lineamentos de relevo e do diagrama de roseta gerado para esta zona
(Figura 05-B) mostra que os lineamentos estão dispostos preferencialmente na
direção N50-70W (24 lineamentos).
8. Figura 05: Diagramas de roseta de frequência absoluta mostrando as direções dos
lineamentos de relevo; (A) Zona 01; (B) Zona 02.
1.4. MAPA MORFOESTRUTURAL
O termo morfoestrutura é definido como uma “feição topográfica maior que
coincide com - ou é - uma expressão de estrutura geológica ou que é formada
diretamente por movimentos tectônicos. É produzida pela interação de forças
endógenas e exógenas, sendo predominante a forma” (Bates & Jackson, 1987).
Neste trabalho, a caracterização morfoestrutural da Folha Topográfica
SB-22-X-A foi possível a partir da análise, interpretação e diferenciação das
informações de relevo e drenagem, gerando o mapa morfoestrutural (Figura 06),
compartimentado em zonas anômalas. Neste mapa os lineamentos de relevo já
descritos anteriormente estão sobrepostos sobre estas zonas para facilitar a
visualização das informações estruturais.
Zona 01 - Perfaz uma parte significativa da área em estudo, com cotas de altitude
que variam entre 200 e 300 metros. Esta zona possui as maiores elevações e é a
mais fortemente estruturada;
Zona 02 - É a maior das compartimentações na área de estudo, possuindo cotas de
altitude que variam entre 140 e 200 metros. Esta zona possui as elevações
intermediárias altas.
Zona 03 - Também representa uma parte bastante representativa da área em estudo,
com cotas de altitude que variam entre 140 e 80 metros. Esta zona possui as
elevações intermediárias baixas.
Zona 04 - A zona 04 representa a menor das compartimentações da área em estudo.
Localizada na parte nordeste da área, ela possui altitudes inferiores a 80 metros. Esta
zona possui as menores elevações.
9. Figura 06: Mapa morfoestrutural da área em estudo em escala de 1:250.000.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mapeamento de Lineamentos do Centro Escudo Sul-Rio-Grandense. In: XII
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