No século XIII, Portugal vivia um período de paz após conflitos. O território português era semelhante ao atual e os rios eram importantes para comunicação, transporte e atividades econômicas como agricultura, pecuária, pesca e comércio. A sociedade era dividida em clero, nobreza e povo, cada um com funções distintas, e o Rei D. Dinis promoveu o desenvolvimento cultural e econômico do Reino.
3. O TERRITÓRIO DE PORTUGAL
Portugal em finais do século XIII
No século XIII, o
território português
era muito semelhante
ao que é hoje.
4. OS RIOS
No século XIII, os rios eram um dos principais
meios de comunicação e transporte de pessoas e
mercadorias.
Abasteciam de água a população e os campos.
Eram uma fonte de energia e de recurso
alimentar.
5. Os Recursos Naturais
Para aproveitar os recursos naturais, o Homem
teve de desenvolver diferentes actividades
económicas.
7. AS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
A principal actividade da
população portuguesa no século
XIII era a agricultura.
Mas, também se dedicavam a
outras actividades:
8.
9.
10. A – EXPLORAÇÃO FLORESTAL
No século XIII, Portugal tinha muitas áreas de
florestas e matagais:
os terrenos bravios ou baldios
Serviam para a criação de gado e pastorícia .
11. EXPLORAÇÃO FLORESTAL
A exploração destes terrenos
baldios ainda permitia obter:
madeira, lenha, cortiça, mel, cera, caça
12. PASTORÍCIA E CRIAÇÃO DE GADO
PASTORÍCIA CRIAÇÃO DE GADO
ovelhas, cabras, vacas bois, porcos, cavalos
16. PESCA
Portugal tinha (e tem) uma
extensa linha de costa, o que fez
desenvolver esta actividade e
fazer crescer povoações
costeiras.
A pesca era feita no mar e nos
rios – peixe, mariscos e moluscos.
18. ACTIVIDADE ARTESANAL
• Os camponeses, os pastores e os pescadores
eram também artesãos, na medida em que
fabricavam os objectos, o calçado e o
vestuário que necessitavam no seu
quotidiano.
• O trabalho era manual, utilizando-se
ferramentas muito simples.
20. O COMÉRCIO
Trocas comerciais entre zonas rurais,
entre o campo e a cidade, entre o
litoral e o interior do país.
21. COMÉRCIO INTERNO
Trocas comerciais dentro do país.
Os reis, com o objectivo de desenvolver o
comércio interno, criaram feiras e mercados.
22. FEIRAS FRANCAS
Os reis, para desenvolverem o comércio
interno, criaram as feiras francas.
Os vendedores e compradores não pagavam
impostos sobre os produtos que vendiam.
25. OS ALMOCREVES
Estes homens transportavam, compravam e
vendiam mercadorias;
Percorriam o país, levando também as
encomendas, as cartas e as notícias.
26. COMÉRCIO EXTERNO
Trocas comerciais realizadas com outros países.
Os reis também tiveram a preocupação de
desenvolver o comércio externo.
- fazia-se, principalmente, por mar -
28. COMÉRCIO EXTERNO
EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES
produtos vendidos produtos comprados
ao estrangeiro
vinho cereais
sal armas
azeite tecidos
frutos secos metais
cortiça açúcar
mel especiarias
peles tintas
29. A SOCIEDADE PORTUGUESA NO SÉCULO XIII
No século XIII, a sociedade portuguesa era
constituída por três grupos sociais:
CLERO NOBREZA POVO
Cada um dos grupos sociais tinha uma
importância social diferente e exercia
funções diferentes.
30. A SOCIEDADE PORTUGUESA NO SÉCULO XIII
A nobreza e o clero eram grupos sociais
privilegiados.
O povo era um grupo não privilegiado.
Todos os grupos deviam obediência ao rei.
31. TODOS OS GRUPOS SOCIAIS
PRIVILEGIADOS
GRUPOS
PRIVILEGIADOS
GRUPOS NÃO
33. FUNÇÕES DOS GRUPOS SOCIAIS
CLERO
Grupo social constituído por homens
e mulheres da Igreja que se
dedicavam aos serviços religiosos.
34. CLERO
GRUPO SOCIAL PRIVILEGIADO
Rezavam
Ensinavam
Copiavam e ilustravam livros antigos
(os monges copistas)
Prestavam auxílio aos pobres e peregrinos
Tratavam dos doentes
Faziam remédios
Trabalhavam nos campos dos mosteiros
36. MONGES COPISTAS
Os livros eram escritos à mão – manuscritos -.
Os monges copiavam os livros antigos, na
biblioteca do mosteiro.
Era um trabalho muito demorado.
Também decoravam os livros com desenhos:
ILUMINURAS
38. AS DEPENDÊNCIAS DOS
MOSTEIROS
A Igreja era a parte
principal do mosteiro.
Na albergaria dormiam os Na enfermaria tratavam-se Aqui copiavam
peregrinos em viagem. os doentes. livros antigos e
faziam iluminuras.
39. NOBREZA
GRUPO SOCIAL PRIVILEGIADO
Eram donos das terras.
Recebiam impostos do povo.
Não pagavam impostos ao rei.
Defendiam e administravam o reino.
Aplicavam a justiça às populações nas
suas terras.
40. SENHORIOS
SENHORIOS
Os reis deram grandes porções de terra aos cavaleiros nobres, como
recompensa pela ajuda nas lutas contra os Muçulmanos.
Senhorios ou terras senhoriais eram as propriedades dos senhores da nobreza.
41. CONSTITUIÇÃO DE UM SENHORIO
Casa do senhor
nobre
Onde se
cozia o pão
Onde se moíam
os cereais
Os camponeses
cultivavam as
terras do senhor
nobre
Casas dos
camponeses
43. Era no castelo ou
casa senhorial
que viviam os
nobres e a sua
corte.
Em tempo de guerra, o
senhor nobre combatia.
Defendia o território.
44. A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
Um senhorio: Em tempo de paz
propriedade dos faziam justas e
senhores da torneios.
nobreza. Em tempo de paz,
também
administravam o
senhorio e se
preparavam para a
guerra com os
torneios.
45. A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
A caça fazia-se nos
campos e florestas
do senhor nobre:
caçavam veados,
javalis, ursos, lobos
e raposas.
Também se
dedicavam à
falcoaria, uma
actividade favorita
do senhor; dada a
ordem, o falcão
atacava a caça.
46. A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
O senhor nobre podia aplicar justiça nas suas terras, sempre que necessário.
47. A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
Nos seus
senhorios, o
senhor nobre tinha
o direito de mandar
cobrar impostos ao
povo.
Um cobrador de impostos.
48. A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
Nos salões dos
castelos eram
organizados
grandes
banquetes,
acompanhados
por bobos,
trovadores e
jograis que
tocavam,
cantavam e
entretinham os
convidados.
49. A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
Bobos, trovadores e jograis a animar o senhor nobre.
50. A VIDA QUOTIDIANA DOS
CAMPONESES
As casas dos camponeses só tinham uma divisão, chão em terra batida,
tecto de colmo. Partilhavam-na com os animais, com quem dormiam, por
vezes, para se protegerem do frio.
51. A VIDA QUOTIDIANA DOS
CAMPONESES
Trabalhavam de sol a sol, não tinham dias de descanso.
As distracções eram as missas, as romarias e as procissões.
Também iam às feiras, faziam bailes e festas relacionadas com as
colheitas e as matanças de porco.
52. A VIDA QUOTIDIANA DOS
CAMPONESES
Trabalhavam
desde o
nascer do sol
ao anoitecer.
Tinham uma
vida dura e
difícil.
Trabalhavam
como servos
nas terras da
nobreza e do
clero.
53. A ALIMENTAÇÃO
DA NOBREZA DOS CAMPONESES
• Muita variedade de carne e • Pão escuro
peixe • Papas de aveia
• Caça (perdizes, coelhos, • Toucinho
javalis, veados…) • Couves
• Pão • Castanhas
• Vinho • Cebolas
• Queijos
• Frutas Ovos, carne ou queijo, só em
• Doces dias de festa
Não se usavam pratos nem garfos. Colocavam os alimentos por cima de
grossas fatias de pão. Usavam facas, que limpavam às toalhas.
55. OS CONCELHOS
No século XIII, não existiam
só senhorios.
Também havia concelhos,
criados pelos reis ou pelos
senhores nobres, devido à
necessidade de chamar as
populações para aquela terra
e aí se fixarem.
Através da Carta de Foral, foram
criados ao concelhos.
Na Carta de Foral estabeleciam-se os direitos e os deveres dos
seus moradores para com o rei ou senhor daquele concelho.
56. OS CONCELHOS
Os moradores dos concelhos chamam-se vizinhos,
tinham mais regalias e liberdade do que os de um
senhorio, já que eram donos de algumas terras.
Eram homens livres, não dependiam de um senhor
nobre e só pagavam o que estava definido na carta
de foral.
57. OS CONCELHOS
• Fazia-se a eleição de uma assembleia de
homens-bons:
• eram proprietários de terras e de negócios;
• criavam leis;
• podiam aplicar a justiça (juízes);
• recolhiam os impostos (mordomos).
O pelourinho era símbolo dos concelhos.
58. OS CONCELHOS
• Com o desenvolvimento do comércio,
estabeleceram-se contactos com outros
povos.
• Esses contactos levaram ao crescimento das
cidades, principalmente junto à costa.
• Com o crescer do comércio externo, surgiu
um novo grupo social:
59. A BURGUESIA
CONSTRUÇÃO E CRESCIMENTO DE CIDADES
Grupo social com origem no povo, tendo
enriquecido com o comércio, o que lhes
permitiu os estudos dos filhos, em Portugal
e no estrangeiro.
60. A VIDA NA CORTE
A VIDA NA CORTE
CORTE
Lugar onde o
rei ou o
senhor nobre
habitavam,
com o grupo
de pessoas Reunião das Cortes.
que residia
junto dele.
Só no reinado de Afonso III, os
representantes do povo puderam
participar nas Cortes : as Cortes de Leiria.
61. AS FUNÇÕES DO REI
O Rei era a autoridade máxima da nação. Só ele tinha
o poder de tomar decisões:
Declarar a guerra ou a paz
Fazer as leis
Aplicar a pena máxima da justiça – pena de morte
ou o corte de membros-
Dar títulos, terras e rendas
Mandar cunhar moedas
Comandar os exércitos
62. A CORTE DE D. DINIS
Ficou conhecido como “O Lavrador”, mas foi um rei poeta. Foi
um grande apreciador da cultura e desenvolveu muito o país.
Contribuição de D. Dinis para o
desenvolvimento cultural do reino
Criou a 1ª universidade portuguesa ( ou Estudos Gerais )
1279-1325 em Lisboa, em 1290;
O português passou a ser a língua oficial do Reino,
substituindo o latim;
Contribuição de D. Dinis para o
desenvolvimento económico do reino
Mandou plantar o pinhal de Leiria;
Desenvolveu a agricultura, a pesca e o comércio;
Criou muitos concelhos dando cartas de foral.
63. A CORTE DE D. DINIS
As noites eram passadas em grandes banquetes,
festas e saraus onde se cantava e dançava.
A vida na corte era muito animada por jograis,
trovadores, acrobatas e malabaristas.
64. D. Dinis – Poeta e trovador
Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi à jurado!
Ai Deus, e u é?
Vós me preguntades polo vosso amigo,
e eu ben vos digo que é sano e vivo:
Ai Deus, e u é
Vós me preguntades polo vosso amado,
e eu ben vos digo que é vivo e sano:
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é sano e vivo
e seerá vosco ante o prazo saido:
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é vivo e sano
e seerá vosco ante o prazo passado:
Ai Deus, e u é?
El-Rei D. Denis, Cancioneiro da Vaticana, 101 e Cancioneiro da Biblioteca Nacional, 568.