O documento discute como as emoções podem influenciar a percepção de escopo, requisitos e funcionalidades em projetos. Ele usa um exemplo da infância do autor, quando evitava passar por trás de cavalos por medo, mesmo que a distância recomendada fosse curta, para ilustrar como as emoções podem ser irracionais. Ele também argumenta que esses elementos de projeto devem ser flexíveis para se adaptarem aos contextos, ao invés de rígidos.

1. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.

2. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.
Quando criança eu escutei a seguinte recomendação e meu tio:
Não passe por trás de um cavalo, pois seu coice pode atingir até 1 metro!
Eu devia ter pouco mais de 8 anos, mas nunca esqueci daquela
recomendação.
Na minha mente ficou a imagem de um cavalo atingindo com as patas
traseiras pessoas que estavam passando por trás dele e decidi que jamais
seria uma delas.
Por várias vezes mudei meu itinerário para evitar passar por trás daquele
animal, por vezes cheguei a andar mais de uma quadra para não correr o risco
de levar o tal coice.

3. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.
Eu sabia o que era um cavalo, o que significava
um coice e o que era 1 metro. Então o que fazia
com que eu chegasse a desviar meu caminho
em até 100 metros para não ser atingido pelo
animal?
O meu enfoque emocional!

4. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.
O conselho de meu tio deixou em mim uma reação emotiva – medo – que
suplantou qualquer elucubração racional.
Passados muitos anos, eu já adulto, fui repassar o conselho de meu tio a um
de meus filhos quando de repente percebi que alguma coisa estava errada,
não no conselho, mas na forma como eu encarara-o por todos aqueles anos.
Pela primeira vez analisei racionalmente o conselho.
1 metro? Essa não era uma distância assim tão longa, na realidade era até
mesmo uma curta distância .
Percebi o quão irracional eu havia sido em desviar meu caminho em dezenas,
as vezes uma centena, de metros, quando 2 ou 3 metros teriam sido
suficientes.

5. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.
Bom, mas o que esta minha estupidez tem ha ver com escopo, requisitos e
funcionalidades?
O fato de que raramente conseguimos agir de forma racional com estes três
elementos.
Não temos dificuldades em saber o que é escopo, requisitos e muito menos
funcionalidades, porém na hora de lidarmos com eles nosso padrão
emocional, trata-os muitas vezes como se fossem a mesma coisa, o que
realmente não são.
Nosso padrão mental nos indica que quanto menos flexível for um escopo,
menos alterações ele sofrerá e mais próximo do sucesso um projeto estará.
Quando na realidade, a definição de projeto nos leva a necessidade de
escopo flexível para que o mesmo venha ser eficiente e eficaz.

6. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.
Com os requisitos, assim como com as restrições, ocorre o mesmo,
estes itens devem ser encarados como contextuais, por tanto sempre
sujeitos a alterações, pois ao contrário dos processos operacionais,
aqueles onde ha o controle do contexto, com projetos o contexto não
pode ser preestabelecido e muito menos controlado.
Isto ocorre pela simples inexperiência intrínseca a qualquer projeto –
pois visa um resultado específico, com início e fim claramente
identificados, ou seja, os contextos do projeto se apresentam, em sua
maioria, no decorrer de seu desenvolvimento.
Já as funcionalidades sim precisam ser preservadas ao máximo.

7. Escopo, Requisitos e Funcionalidades.
Se houver interesse, poderemos discutir este assunto sob o enfoque das
metodologias ágeis, já disseminadas na área de TI, mas que tenho aplicado
com sucesso em projetos de capital dentre eles o de construções.
Gostaria de receber comentários, críticas, opiniões e experiência de todos
sobre metodologia ágil aplicado a esses projetos.