O documento discute a governação digital na administração pública. Aponta que a administração pública é um pilar crucial na organização do país e na gestão dos seus recursos de informação. Destaca que os sistemas administrativos historicamente foram construídos de forma isolada, criando silos de informação, e que é necessário um abordagem pensada para lidar com estes problemas. Além disso, a gestão da informação e dos ativos disponíveis assume maior importância no contexto atual, onde é necessário assegurar o maior aproveitamento possível dos recursos limit
Local e-government: a governação digital na autarquia
1. LOCAL E-GOVERNMENT
A Governação Digital na Autarquia
Luis Borges Gouveia
@lbgouveia | lmbg@ufp.edu.pt
Sistemas de Informação na Administração Pública
Mestrado em Gestão, do ramo de Administração Pública,
Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico da Guarda
Guarda, 25 de Junho de 2010
2. sumário
• Nota prévia
• O mundo em que vivemos
• Dados, informação e conhecimento
• Desafios e oportunidades
• Uma reflexão sobre Governação
• As questões
LOCAL E-GOVERNMENT: A Governação Digital na Autarquia
A Administração Pública é sem dúvida um dos pilares da organização do País e um actor
crucial para a organização dos seus recursos de informação. O seu bom funcionamento
contamina de forma positiva a actividade económica e dissemina boas práticas.
É também no seu cerne um dos pilares da soberania nacional e uma forma de regulação,
proximidade e equilíbrio da nossa sociedade – governação precisa-se!
3. sinopse
LOCAL E-GOVERNMENT: A Governação Digital na Autarquia
A Administração Pública é sem dúvida um dos pilares da organização do País e um
actor crucial para a organização dos seus recursos de informação. Em consequência,
o rigor e a competência na sua gestão reflecte a forma como quer a AP responde às
solicitações que lhe exigidas, quer ao impacte económico que a sua actividade
produz. Neste contexto, a actividade do Estado desenvolve-se cada vez mais em
função dos seus recursos informacionais que são também vitais não só ao próprio
funcionamento mas também confiança, transparência e capacidade das suas
instituições e, mesmo, ao quotidiano dos cidadãos e agentes económicos.
Historicamente os sistemas administrativos foram sendo construídos de forma
isolada, promovendo silos e ilhas de informação. Atacar estes problemas exige uma
abordagem pensada, tanto mais que qualquer intervenção adiciona um lastro de
propagação futura e representa custos escondidos. As preocupações com a gestão
da informação e a forma como são geridos os activos disponíveis assume redobrada
importância, tanto mais que no contexto actual é necessário assegurar o maior
aproveitamento possível, com os recursos disponíveis: fazer mais com menos.
4. O mundo em que vivemos
Queda do
muro de Berlin
Ataque às
Torres Gémeas
Crise
financeira
Crise económica
e social
fronteiras
físicas
segurança
e defesa
economia
qualidade
de vida
Nov, 1989 Set, 2001 Set, 2008 (?)Set, 2009/11
?
5. • O mundo está mudado
– Mais digital
– Mais competitivo
mas também:
– Menos previsível
– Com mais gente que conta
– Com mais necessidade de errar e menos tempo para o
fazer
12. Sociedade da Informação
Uma sociedade que
predominantemente utiliza o
recurso às tecnologias da
informação e comunicação
para a troca de informação
em formato digital e que
suporta a interacção entre
indivíduos com recurso a
práticas e métodos em
construção permanente
(Gouveia e Gaio, 2004)
13. Sociedade da Informação
Uso intensivo de tecnologias de
informação e comunicação
Uso crescente do digital
Organização em rede
14. Sociedade da Informação
Uso intensivo de tecnologias de
informação e comunicação
Uso crescente do digital
Organização em rede
infra-estruturas
& acesso
processos
& formação
de
comando & controlo
para
partilha & regulação
15. Do analógico para o digital
• aprender...
– no analógico, memorizar para aprender
– no digital, esquecer para aprender
• trabalhar...
– no analógico, tomar tempo para trabalhar
– no digital, trabalhar sem tomar o tempo
16. • A informação já não é o que era…
(e nem toda é igual)
estrutura
& contexto
abstracção &
complexidade
dados
informação
conhecimento
sabedoria
simplificação
do real
suporte à
decisão
suporte à
acção
estratégia e
previsão
17. No digital
• Crescente mediação de computadores e redes no
relacionamento humano
• Desmaterialização de actividades e processos
associados
• Transformação da actividade humana
– O tempo com diferentes ciclos
– Virtualização e transformação do conceito de tempo e
espaço (exemplo: o sítio na Web…)
– (implica) espaço (físico) com diferentes significados
18. • Aprendemos todos os dias, de todas as formas
– Sempre mais para fazer, do que o que se pode
– Mais solicitações do que tempo disponível
– Maior carga cognitiva do que a nossa resistência
permite
19. A rede (I)
• Promessas da sociedade da informação
– Partilha de informação (e do conhecimento)
– Novas relações tempo-espaço
concorrentes num mesmo local
– Móvel, imediato, ubiquo,
universal
• A relação e o relacionamento são
elementos essenciais, realizados
com recurso a computadores e
redes (de telecomunicações)
– Apesar de tudo, um fenómeno social:
Barry Wellman, Manuel Castells, …
20. A rede (II)
• Fenómenos de transferência
– Altera as relações de poder
– Redistribui e redefine custos de
deslocação entre nós da rede
• Fomenta uma evolução contínua, mantendo a
mudança como constante
– Diversidade
– Mudança permanente
– Acolhe inovação e criatividade
21. A rede (III)
• Efeito de propagação
– Altera a proximidade/distância e influência mútua
– Atracção e reconfiguração de espaços e fronteiras
– Esferas de influência mais dinâmicas,
com modelos mais complexos
• Favorece sistemas abertos e
autónomos
– Sistema distribuído, com
capacidade de auto-regulação
– Escala resultado da interacção;
quanto mais interacção,
maior densidade
25. • Excesso de informação
– Sobrecarga cognitiva
– Refrear a curiosidade
natural
– Conter a dispersão
– Lidar com a nossa
criatividade
– Agir, inovar,
experimentar, difundir,
agir…
26. • O que há de novo?
– Gerir as tarefas
– Gerir o tempo
– Criatividade
27. • Da competência
clássica ao novo
– Do racional aos
afectos e à
emoção
(retorno?)
– Da preocupação
com a literacia
básica,
funcional,
informacional,
comunicacional
e tecnológica a…
28. Governo e governação
• Governação (conceito descritivo – 1995) e posteriormente
teórico…
• A direcção do governo já não é suficiente
– Necessário um outro modo de governar
• Processo de direcção estruturado
(institucional/técnico) orientado à acção colectiva por
via da cooperação
– Produto da participação, da sociedade e governo (que é
dinâmico e negociado entre os seus actores)
– Na governação já não existe um actor central (processo de
direcção da sociedade em que interdependência,
integração, co produção e co-responsabilidade são
aspectos constantes na acção)
29.
30. Alternativas de conceptualização
Finger e Pécoud (2003)
e-governação como satisfação do cliente processos e
interacções
ferramentas
Níveis de políticas Nacional e por vezes
local
Nacional e local Nacional e por vezes
local
Actores Consumidores,
administração
Público e privado Estado
Funções de políticas Operações, prestação
de serviços
Operações e produção
de políticas
Em geral, prestação
de serviços
Uso de TICs Substituição e
comunicação
Interacção Baseado na tecnologia
31. Nova Administração Pública
Navarra e Cornford (2004)
DESCENTRALIZAÇÃO
Passagem de responsabilidade para
autoridades locais
Proximidade
Devolução
COMUNICAÇÃO
Marketing e boas práticas
Monitorização de contratos
Partilha de riscos
Dimensão partilhada
E-GOVERNO
Medir o desempenho
Gestão por objectivos
Reinventar o governo
Orientação ao cliente e
participação
EFICIÊNCIA
Práticas de gestão
Gestão de processos de negócio
TRANSPARÊNCIA
Gestão de desempenho
Orçamentação programada
Foco no cidadão
32. Gestão
managerial
Consultivo
consultive
Participado
participatory
Disciplinar
disciplinary
Actores e
interesses
Governo, clientes,
negócios, media
Governo, clientes,
negócio, grupos de
interesse
Associações voluntárias,
grupos de interesses,
grupos autónomos
Governo, negócio, NGOs
Foco nas políticas Marketing, eficiência,
accountability
Descentralização,
transparência, teste
de politicas e
inovação
Legitimidade do Estado,
democracia,
participação,
envolvimento do
cidadão nas politicas
e na definição de
prioridades
Bem público, vigilância,
accountability,
cumprimento da lei
Foco nos serviços Impostos em linha,
solicitação de
benefícios, balcão
único, pesquisa de
dados de marketing,
informação do
governo ao público
e-votação, recolha de
opiniões instantânea,
petições, reuniões
virtuais locais,
recolha de opinião e
sugestões de
eleitores e grupos de
interesse
Mecanismos autónomos
na fronteira dos
Estados, listas de
discussão,
tecnologias ponto a
ponto, e-
participação
representação,
adesão do cidadão e
reactividade a
políticas
Infra-estruturas de
informação
aplicáveis a serviços
específicos
(aplicações
verticais)
33. Modelo de e-governação
Finger e Pécoud (2003)
Política
R
egulaçãoO
perações
e-governação
Global
Nacional
Local
Sector privado
Governo
Terceiro sector
Exploração contínua das TICs
35. Regulação versus humanização
Ridderstrale e Nordstrom (2006)
ALÍVIO PELA FÉ PRESENTE
ESTRANGULAÇÃO
PELA REGULAÇÃO
HUMANIZAÇÃO
PELA PARTICIPAÇÃO
EFICÁCIA
EMPATIA
alta
altabaixa
baixa
36. Compilação dos recursos enunciados no decurso da apresentação e
disponibilizados para uso livre:
Artigo sobre os Media Sociais, Luis BG, 2009 – UFP
Enquadra a sociedade da informação e discute o potencial de rede e o seu
impacte para as relações entre indivíduos
Conclusões Fórum da Arrábida 2009 – APDSI
Propõe uma reflexão de quais os elementos a considerar para computadores e
redes auxiliarem na superação da crise
Estudo sobre Governação, Abril de 2009 – APDSI
Conjunto de textos sobre o tema, que incluem uma introdução estruturada dos
conceitos e um conjunto de reflexões temáticas sobre o conceito da governação e
da sua aplicação
Disponibilização integral do texto de três livros editados sobre temas conexos com
a apresentação
E-book sobre Negócio Electrónico, 2006 – SPI
E-book sobre e-local government, 2004 – SPI
E-book sobre Sistemas de Informação, 2004 – SPI
37. Nota Biográfica
Luis Borges Gouveia
homepage: http://homepage.ufp.pt/~lmbg
blogue: http://lmbg.blogspot.com
email: lmbg@ufp.edu.pt
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facebook: http://www.facebook.com/lbgouveia
slideshare: http://www.slideshare.net/lmbg
Professor Associado na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade
Fernando Pessoa e um dos responsáveis pelo projecto de Universidade Virtual
da UFP. É Doutorado em Ciências da Computação pela Lancaster University
(UK – 2002) e possui Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de
Computadores pela FEUP, 1995. É docente desde 1988 e autor de 10 livros e
cerca de 3 centenas de publicações de natureza científica em conferências,
nas suas áreas de especialidade: o e-learning e o e-government. Os seus
interesses de I&D incluem as relações entre o espaço físico e o digital e a
aplicação de TICs no processo de ensino e aprendizagem.