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MODELO
Compreender a
importância da
justificação
pela fé
Entrar no Reino
de Deus é ter a
vida eterna
I – OS BENS DA RIQUEZA
• 1 – Paz com Deus
• 2 – Acesso e firmeza na graça
• 3 – Esperança da glória de Deus
• 4 – experimentar aflições
• 5 – Posse do amor
• 6 - Salvação da ira vindoura
• 7 - Reconciliação com Deus
II – A FONTE DA RIQUEZA
• 1 – O contraste entre a transgressão de Adão
E o dom gratuito de Cristo
• 2 – O contraste entre as consequências do pecado de adão
e as consequências da obediência de Cristo
• 3 – O contraste entre o reino da morte e o reino da vida
• 4 – O contraste entre o pecado único de Adão
E o ato único de justiça de Cristo
• 5 – O contraste entre a Lei e a Graça
DIVISÃO DA LIÇÃO
Segunda-Feira:.......................................................................Isaías 55
Terça-Feira:............................................................2 Coríntios 5:11-21
Quarta-Feira............................................................Hebreus 10:19-39
Quinta-Feira.....................................................................Tiago 1:1-18
Sexta-Feira:..........................................................Colossenses 1:12-23
Sábado:................................................................1 Coríntios 15:21-58
Domingo:.....................................................................Hebreus 2:1-18
TEXTO BÁSICO
Romanos – Capítulo 5
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por
meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela
fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na
esperança da glória de Deus.
3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias
tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;
4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.
• 5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é
derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi
outorgado.
• 6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a
seu tempo pelos ímpios.
• 7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá
ser que pelo bom alguém se anime a morrer.
• 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato
de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
• 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu
sangue, seremos por ele salvos da ira.
• 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com
Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida;
• 11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus
por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem
recebemos, agora, a reconciliação.
• 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado
no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram.
• 13 Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas
o pecado não é levado em conta quando não há lei.
• 14 Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés,
mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia
de vir.
• 15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa;
porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito
mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem,
Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
• 16 O dom, entretanto, não é como no caso em que somente
um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa,
para a condenação; mas a graça transcorre de muitas
ofensas, para a justificação.
• 17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a
morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e
o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a
saber, Jesus Cristo.
• 18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre
todos os homens para condenação, assim também, por um
só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a
justificação que dá vida.
• 19 Porque, como, pela desobediência de um só homem,
muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da
obediência de um só, muitos se tornarão justos.
• 20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde
abundou o pecado, superabundou a graça,
• 21 a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim
também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna,
mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.
INTRODUÇÃO
• John Macarthur afirma que não há doutrina mais
importante para a teologia cristã do que a doutrina da
justificação pela fé somente - o princípio sola fide da
Reforma.
• Lutero disse que a doutrina da justificação pela fé é o
artigo pelo qual a igreja permanece ou cai. Calvino
salienta que a doutrina da justificação é o eixo ao redor
do qual a igreja gira. Antony Hoekema enfatiza que se a
igreja estiver errada nessa doutrina, estará igualmente
errada nas demais.
I – OS BENS DA RIQUEZA
1 – Paz com Deus
2 – Acesso e firmeza na graça
3 – Esperança da glória de Deus
4 – experimentar aflições
5 – Posse do amor
6 - Salvação da ira vindoura
7 - Reconciliação com Deus
• Paz com Deus! – D. M. Lloyd-
Jones
• Há no homem um fator
chamado consciência. Ah,
quantos não há que gostariam
que não houvesse consciência!
Contudo eles a têm, e ela vai
lhes falando e os vai segurando;
é uma influência em sua vida.
Que é ela?
1 – Paz com Deus
• Que é ela?
• É a lembrança, a reminiscência da sua retidão original. No
fundo do coração o homem sabe que foi feito para algo
melhor.
• Ele tem senso de justiça, do certo e do errado, do bem e do
mal…., a natureza humana decaída, a cobiça, a paixão, o
desejo, o ciúme, a inveja, todas estas coisas feias e horríveis.
• O apóstolo fala disso uma vez por todas no capítulo sete de
Romanos: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer
na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que
batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende
debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
• ” As duas são antagônicas, e o resultado é que o homem fica
inquieto e como as ondas do mar, do mar inquieto, que não
tem descanso.
• E então, ocasionalmente, vem os temporais.
• Refiro-me a alguma furiosa investida do diabo!
• Há sempre um ligeiro movimento no ar, todavia nem sempre
dizemos que é uma ventania.
• Quando o movimento aumenta, torna-se ventania, vendaval.
• O diabo e as suas forças parecem incontroláveis, e as nossas
vidas ficam tão turbulentas e agitadas como o mar na mais
violenta tempestade não é só isso – as circunstâncias
também! Vem as guerras, vem a enfermidade, um ente
querido cai doente, algo vai mal, e toda a nossa vida se
transtorna.
• Não sabemos onde estamos; abalam-se as nossas bases,
como dizemos.
• Tudo vai rolando para lá e para cá, como o mar.
• Vocês veem como a descrição é perfeita.
• Esse homem que não tem relação com Deus, o homem
resultante da queda.
• Não tem paz, vive inquieto.
• O mundo está emocionalmente agitado, e está procurando
agitar-se mais ainda.
• Tem que receber estímulo na forma de bebidas ou de
diversão.
• Tem que ter algo que mantenha a coisa andando.
• É tudo expressão dessa inquietude fundamental, desse
desassossego, dessa falta de paz, dessa falta de tranquilidade
mental.
• O homem em pecado não conhece a paz mental, não conhece
a paz de coração.
• É instável, diz Tiago, como as ondas do mar.
• Tem mentalidade dupla…, sua vida e seus caminhos são de
fato como as inquietas ondas do mar.
• Sem nada que o satisfaça.
• Cristo, e somente Cristo oferece e é capaz de dar esta paz a
todos os que veem a necessidade dela.
• Paulo nos instrui a “vestirmos toda a armadura de Deus”, de
forma que devemos tomar cada peça da armadura que Deus
nos deu, e não negligenciar nenhuma.
• Tendo feito isto, devemos estar preparados para “ficarmos
firmes contra as ciladas do diabo”.
• Então, o verso 12 diz, “a nossa luta não é contra carne e
sangue”, mas “ contra as forças espirituais do mal”.
• Devemos reconhecer a realidade dos poderes demoníacos,
que os espíritos do mal são reais.
2 – Acesso e firmeza na graça
• Debaixo da vontade soberana de Deus, estes seres exercem
poderes enganadores para cegar as pessoas da verdade da
palavra de Deus.
• É através da graça soberana de Deus que somos iluminados
com respeito à verdade e capacitados a assentir a ela.
• Paulo explica, “Ninguém pode dizer: 'Jesus é Senhor', a não
ser pelo Espírito Santo” (1 Corinthians 12:3).
• Deus remove nossa cegueira espiritual e transmite suas
verdades às nossas mentes através da Escritura.
• Jesus ora, “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”
(João 17:17).
• Não somente nossa iluminação inicial com respeito às coisas
de Deus vem da Escritura, mas todo o nosso crescimento
espiritual subsequente vem também através da Escritura, e
esta é a base de nossa santificação progressiva.
• Em conexão com isto, Paulo escreve, “transformem-se pela
renovação da sua mente” (Romanos 12:2).
• Nós somos “renovados em conhecimento” (Colossenses 3:10)
–– não por experiências místicas, nem mesmo
primordialmente pela oração.
• Paulo continua no verso 13, “Portanto, vistam toda a
armadura de Deus, para que possam resistir quando o dia do
mau chegar e permanecer firmes, depois de terem feito
tudo”.
• Não somente a armadura de Deus nos protege das “ciladas do
diabo”, mas também nos capacita a ficarmos firmes “quando
o dia do mau chegar”.
• Isto é, quando cada peça da armadura que Deus nos
providenciou está intacta, então podemos enfrentar o inimigo
no combate corpo-a-corpo com confiança.
• A Bíblia diz que alguns “foram cortados devido à
incredulidade”, mas nós “permanecemos pela fé” (Romanos
11:20).
• É “pela fé” que somos capazes de “permanecermos firmes” (2
Coríntios 1:24).
• O caminho do cristão, desde o início, é um caminho de fé.
• Nós somos “justificados pela fé”, e, portanto, “temos paz com
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem
obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos
firmes” (Romanos 5:1-2).
• Nós fomos justificados por Deus pela fé.
• Mas nossa fé não termina aqui, e Paulo diz que seríamos tolos
em pensar de outra maneira: “Será que vocês são tão
insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora
se aperfeiçoar pelo esforço próprio?...Aquele que lhes dá o
seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza essas coisas
pela prática da Lei ou pela fé com a qual receberam a
palavra?” (Gálatas 3:3,5).
• Não somente fomos justificados pela fé, mas através da fé ––
uma fé que Deus soberanamente nos deu – o poder de Deus
continua a operar em nossas vidas.
• Proclamação de Calvino da Glória de Deus
3 – Esperança da glória de Deus
• Em paralelo com a glória
prazo, Calvino usa termos
como esplendor, brilho,
fama, prazer, exaltação,
paz, felicidade e beleza.
• Segundo a Calvin glória de
Deus tem três dimensões.
1. "A glória celestial de Deus"
• Calvin (Institutos IV.5.17) escreve que a morada de Deus no
"céu" deve ser entendida como "que ele não se limita a
nenhuma região, mas difundida sobre todo o espaço. Mas,
como nossas mentes brutas são incapazes de conceber a sua
glória inefável, que é designada para nós pelo céu “
(III.20.40).
• Esta glória é parte da própria essência de Deus: Deus é
glorioso.
• A presença do céu depende da presença do nosso Deus
glorioso.
• Na sua ausência, o "céu é remota".
• Quando a sua glória brilha, tudo é celestial.
• Deus em sua glória não deve ser colocado em um outro
mundo além do que é visível.
• Pelo contrário, estamos constantemente rodeados por uma
riqueza de ponteiros visíveis para a glória de Deus.
• "Onde quer que você gira seus olhos, não há nenhuma parte
do mundo, como nunca minutos, que não apresentam pelo
menos algumas centelhas de beleza" (I.5.1).
• Deus o criador procura mostrar a sua glória ", como em um
espelho", traduzido, nomeadamente, Seres humanos criados
à imagem de Deus (II.12.6).
• Mas mesmo que a glória de Deus brilha através de sinais
externos para trás, ele ainda deve ser compreendido
espiritualmente (I.51.3).
• Para o momento, podemos perceber a glória de Deus Pai,
apenas indiretamente.
• Para ser mais preciso, poderíamos fazê-lo, mas na verdade
não como o resultado do pecado humano.
• "Eve-rything (tudo) que é glorioso, devem ser submetidos ao
Senhor" (IV.5.17).
• Mas se pararmos no esplendor das coisas terrenas, então "o
mundo, que foi criado como o espelho de Deus, deve ser o
seu próprio criador".
• Isto significa então que "a natureza é Deus" (I.5.5) e que
"enquanto os olhos do mundo parece grande para os nossos
olhos, que cega nossos olhos para que a glória de Deus é
fechado como em trevas" (em Tito 2,13 ; CO 52,424).
• 2. A glória do mediador
• O mediador entre Deus e os seres humanos é o nosso "Deus
da glória inefável" (Institutas), e não Deus, o Pai, mas um seu
Filho.
• Sua divindade é caracterizada por sua glória.
• Nele, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a glória de Deus
é tornar-se visível para os seres humanos que estão cegos por
seus pecados.
• "Se você ouvir que o Filho de Deus é o esplendor da glória de
seu Pai, lembre-se que a glória do Pai é invisível para você un-
til it brilha em Cristo ... Pois, embora Deus é a única luz que
deve iluminar todos nós, só neste esplendor ele pode chegar
até nós "(em Heb.1.3; CO.55.12).
• Nós vamos encontrar a glória de Deus revelado um ser
profundamente alarmante ", até que Cristo interpõe, e
converte um trono de glória terrível em um trono de graça"
(Institutas III.20.17).
• A graça de Deus e da glória de Deus são entrelaçadas. "A
glória prazo ... denota que brilha na bondade de Deus.
• Pois nada é mais essencial para ele em seu testamento para
glorificar a si mesmo do que a sua bondade "(em Ef. 1,11; CO
51,152).
• Ele mostra seu poder na sua mais gloriosa quando ele vem
para nos ajudar na nossa fraqueza "(em Col.1.11; CO 52,82).
• Mas nós realmente ver a glória de Deus, uma vez que se
tornou visível desta forma?
• Calvino responde que os seres humanos "pode perceber em
Cristo a glória que ... era a certeza de testemunho de sua
divindade".
• Mas "apesar da glória de Cristo poderia ter se tornado visível
a todos, permaneceu desconhecido para a maioria por causa
de sua cegueira. Somente os poucos cujos olhos foram
abertos pelo Espírito Santo que contemplamos a
manifestação da sua glória “ (Jo 1,14; CO 47, 15).
• A revelação de Deus em Cristo não se torne uma revelação de
que qualquer um pode compartilhar polegadas É só no
Espírito Santo que estamos abertos para a glória de Deus em
Jesus Cristo, mas de tal maneira que nós percebemos isso na
promessa revelação de seu futuro.
• E assim: "Onde quer que esta fé viva existir, ele deve ter a
esperança da vida eterna como seu companheiro inseparável"
(Institutas III.2.42).
• Mais uma vez, a esperança não pode ser separada da fé. Para
"Cristo [é] a esperança da glória" (no Col.1.27; CO 52,97). "O
esplendor da glória futura que Deus quer para nós chega até
nós através do evangelho" (Rom. 5,2; CO 49.89f.).
Isso significa que:
• (1) o evangelho de Jesus Cristo nos dá esperança de glória
futura;
• (2) a glória já começa a aparecer para nós no evangelho, e que
• (3) a glória que nos traz alegria, porque revela a graça de Deus
lhe concedeu em Cristo.
• 3. A glória dos filhos de Deus
• Na esperada revelação da glória de Deus, ele vai "brilhar para
todos os lados, de modo que ele vai permitir que todos os
seus eleitos a participar dele" (Tt 2,13; CO 52,424).
• Este é, então, concedida a nós somente pela graça (Institutas
III.21.7).
• "É um ato maravilhoso de Deus que habita a esperança da
glória celeste em vasos de barro e frágil" (em Col.1.27; CO
52,97).
• "Embora nossa salvação tem sido envolta em esperança com
respeito a nós mesmos, nós já de posses abençoado
imortalidade e glória em Cristo" (em Ef. 2,6; CO 49.89f.)
• E "apesar de estarmos ... disse que o reino de Deus será cheio
de glória ..., mas as coisas que queria dizer com estas palavras
permanecem ... como ele estava envolvido em enigma, até
que chega o dia em que ele irá manifestar a sua glória para
nós face a face "(Institutos III.25.10).
• Abordaremos nesse dia "anseio pela glória de Deus" (sobre
Matt. 6,13; CO 45,203).
• Até então, nós continuamos a viver em aflição.
• Só então "o Senhor vai trazer o seu próprio ... de ignomínia
para a glória" (Institutas III 8,4).
• Entretanto, não devemos nos deixar ser enganados, mas para
colocar eve-rything (tudo) para trás para seguir a Deus e só a
sua vontade.
• E depois? "Em sua aparição de Cristo será afastar o fumo do
mundo, para que ele não obscurece o esplendor da sua
glória" (em Tito 2,13; CO 52,141).
• Então, o nosso louvor a Deus ressoam, o elogio "de sua
gloriosa graça" (em Ef. 1,5; CO 51,149). "Vamos receber a
glória de Deus no seu mais elevado quando não estamos mais
qualquer coisa que não sejam os vasos de sua misericórdia"
(em Ef. 1,11; CO 51,152).
• Uma vez lá, Deus vai estar no centro das coisas, mas não
sozinho, sem as suas criaturas. Ele vai recebê-los e atraí-los
para onde eles vão se alcançar a paz e tranquilidade.
• "As almas dos justos, depois da sua guerra está terminada,
obtenha abençoado descanso na alegria, onde eles esperam
para a fruição da glória prometida" (Institutas III 25,6).
• Joel Beeke
• "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito". (Romanos 8:28)
• Em Romanos 8:28 Paulo expõe uma profunda e consoladora
verdade para o crente genuíno, "Sabemos que todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados segundo o seu propósito".
4 – experimentar aflições
• A vida do cristão assemelha-se ao mecanismo de um relógio.
O que você vê ao abrir um relógio?
• Vê que certas engrenagens que giram em sentido anti-horário
estão atreladas a outras que trabalham no sentido horário.
• A sua primeira impressão pode ser de que o mestre relojoeiro
está louco ou confuso.
• Pelo contrário, ele arrumou de tal forma o mecanismo desse
relógio e colocou uma mola mestra para controlar todas as
suas engrenagens, que quando recebe corda, embora uma
engrenagem gire no sentido horário e outra no sentido anti-
horário, todas trabalham juntas para mover os ponteiros em
torno do mostrador precisamente na velocidade certa.
• Paulo não faz qualquer exceção a essa promessa. Ele diz
"todas as coisas isso inclui todas as coisas boas e todas as
coisas ruins cooperam para o bem".
• As melhores coisas incluindo os atributos e as obras de Deus,
as promessas e providências do Pai, a obra e a pessoa do
Filho, a graça e a obra do Espírito, o eterno pacto da graça
com todos os benefícios da salvação que o acompanham, e as
divinas ordenanças, como a Palavra, os sacramentos, a oração
e a comunhão dos santos todas cooperam para o seu bem
verdadeiro se você é um daqueles que verdadeiramente
amam ao Deus das Escrituras.
• Até mesmo as piores coisas incluindo o afastamento de
Deus, o pecado, satanás, enfermidades, tentações, aflições,
perseguições, cooperam para o seu bem e para a glória de
Deus. (É DIFÍCIL ENTENDER ISSO?)
• Sem dúvida alguns de nós
dirão, "é fácil compreender
que as coisas boas cooperam
para o bem, e eu sei que as
coisa ruins devem cooperar
para o bem estar espiritual
do povo de Deus, mas como
a aflição, o afastamento de
Deus, e até mesmo o pecado
podem cooperar para o meu
bem, isso eu não consigo
compreender!
• Ninguém naturalmente gosta da aflição.
• Aflições podem ser muito pesadas e difíceis de suportar.
• "Se o pecado é a cabeça da serpente," escreveu Ralph
Erskine, "a aflição é a sua cauda".
• E mais, caro irmão, não é certo que a aflição também serve
como um remédio para você nas mãos do seu grande Médico,
Jesus Cristo?
• Vejamos resumidamente nove maneiras diferentes as quais
nas mãos d’Ele as suas aflições cooperam para o seu bem
estar espiritual e eterna saúde.
Primeiro:
• O Senhor, através da aflição, não o humilha profundamente,
mostrando quem você é e o que existe dentro de você nada
além de pecado e corrupção, a parte da graça divina?
• Não lhe ensina o Senhor através da aflição a mesma verdade
que Ele ensinou a Israel em Deuteronômio 8:
• "que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de
serpentes abrasadoras, de escorpiões, e de secura, em que
não havia água... que no deserto te sustentou com maná...,
para te humilhar, e para te provar, e afinal te fazer bem" (Dt
8:15,16)?
• A aflição não só faz o verdadeiro crente se humilhar diante de
Deus, mas o conserva humilde.
• A aflição faz secar o reservatório do combustível que alimenta
o seu orgulho.
• Um crente aflito é semelhante uma árvore carregada de
frutos; a árvore que mais se dobra ao chão é frequentemente
a que está mais cheia de frutos.
• Se Deus utilizar a aflição para humilhá-lo perante Ele, não
estará a sua aflição cooperando para o bem?
Segundo:
• Através da aflição o povo de Deus aprende o que é o pecado
na sua desonrosa, corrompida e maldita natureza. Através da
aflição eles aprendem que, como foi apropriadamente dito, "o
pecado tem o diabo por pai, a vergonha por companheira, e a
morte por seu salário". Eles aprendem pela aflição que o
pecado na verdade é um ataque ao coração, ao ser, e aos
atributos de Deus.
• Como escreveu John Bunnyan, "o pecado é uma afronta a
justiça de Deus, uma violência contra a sua misericórdia, é
escarnecer da Sua paciência, é menosprezar o Seu poder, e
desrespeitar o Seu amor". Eles aprendem através da aflição
que o pecado é tanto a força da sua morte, como a morte da
sua força.
Terceiro
• O Espírito Santo usa a aflição como um remédio para acabar
com a enfermidade mortal do pecado nos filhos de Deus,
fazendo-os produzir frutos saudáveis e piedosos.
• Quando o pecado faz o crente se desviar do seu Salvador, o
Senhor Jesus, como um Bom Pastor, usa a vara da aflição para
aprumá-lo novamente.
• A aflição é o cão do Pastor, enviado não para devorar as
ovelhas, mas para trazê-la de volta ao aprisco.
• A aflição trata do pecado.
• "Antes de ser afligido andava errado"; confessa Davi, "mas
agora guardo a tua palavra" (Sl 119:67).
• À medida que lê um trecho de O Trato do Pai, do puritano
John Flavel, Paul Washer nos leva a contemplar as maravilhas
do amor de Cristo por Suas ovelhas: este soberano amor que
O levou a oferecer a Si mesmo por todos os nossos pecados,
de modo que nós não tenhamos mais que lidar com eles
diante do trono de Deus.
5 – Posse do amor
Romanos 5: 3 – 5
• Uma vez que a questão do pecado já está resolvida, conforme
as exigências da justiça divina, o santo amor de Deus está livre
para se manifestar na benção aos Seus escolhidos.
• Assim, tendo reconhecido a Deus como o Deus de todo o
poder e estando agora certos também de Seu amor,
caminhamos no mundo como conhecidos e amados de Deus.
• O gozo do Seu amor transforma para nós o caráter de tudo, de
maneira que, se Ele nos deixar passar por tribulações, não
iremos desesperar, porque, ainda que a Sua mão nos pareça
pesada, conhecemos o amor que move essa mão.
• Desse modo, confiados nesse amor, nos gloriamos nas
tribulações e por meio delas alcançamos a paciência.
Romanos 5: 5 – 9
• Nesses versículos, vemos claramente que nada de bom havia
em nós para que Deus nos amasse, porém Deus é amor e, em
Sua infinita sabedoria, por meio da morte nos recomendou
esse amor, sendo nós ainda “fracos” e “ímpios”(v.6),
“pecadores”(v.8) e “inimigos”(v.10).
• Na morte de Cristo, vemos plenamente satisfeita as exigências
do trono de Deus e ao mesmo tempo manifestada toda a
grandeza do amor do coração de Deus.
• Agora que somos amados por Deus e que O amamos, temos
um Salvador vivo, Jesus Cristo, o Filho de Deus, para nos
conduzir e guiar até ao momento de entrarmos na glória que
com tanto prazer esperamos.
• E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por
nosso Senhor Jesus Cristo.
• Feliz o coração que se gloria em Deus, gloriando se não nas
bênçãos, por mais ricas que sejam, e sim Abençoador, em
Deus manifestado em Cristo, manifestado em sabedoria,
justiça, poder e amor.
• A alma do crente espera tudo de Deus e tudo acha em Deus.
Deus é tudo para ela.
• "Você está salvo?"
• "Salvo do quê?“
• questão sobre estar salvo é a suprema questão da Bíblia.
• O tema principal das Sagradas Escrituras é a salvação.
• Jesus, quando foi concebido no ventre de Maria, foi
anunciado como o Salvador.
• Salvador e salvação caminham junto.
• O papel do Salvador é salvar.
6 - Salvação da ira vindoura
• Salvar de quê?
• O significado bíblico de salvação é amplo e variado.
• Em sua forma mais simples, o verbo salvar significa "ser
resgatado de uma situação perigosa ou ameaçadora".
• Quando Israel escapava das derrotas nas mãos de seus
inimigos em batalhas, dizia-se que fora salvo.
• Quando as pessoas se recuperam de uma enfermidade grave,
experimentam salvação.
• Quando a colheita é poupada das pragas e das secas, o
resultados se chama salvação.
• Usamos a palavra salvação de maneira semelhante. Dizendo
que um boxeador foi "salvo pelo gongo" se o assalto termina
antes que o juiz possa fazer a contagem que determina o
nocaute.
• Salvação significa ser resgatado de alguma calamidade.
• Entretanto, a Bíblia também usa o termo salvação num
sentido específico para referir-se à nossa redenção suprema
do pecado e à nossa reconciliação com Deus.
• Neste sentido, somos salvos da pior de todas as calamidades -
o juízo de Deus.
• A salvação suprema é concretizada por Cristo, o qual "nos
livra da ira vindoura" (1 Ts 1.10).
• A Bíblia anuncia claramente que haverá um dia de julgamento
quando todos os seres humanos prestarão contas diante do
tribunal de Deus.
• Para muitos, este "dia do Senhor" será um dia de trevas, sem
luz alguma.
• Será o dia quando Deus derramará sua irá sobre o ímpio e
impenitente.
• Será o holocausto supremo, a hora mais triste, a pior
calamidade da história da humanidade.
• Salvação suprema significa ser poupado da ira divina que
certamente virá sobre o mundo.
• Esta é a operação que Cristo realiza por seu povo como seu
Salvador.
• A Bíblia usa o termo salvação não só em muitos sentidos, mas
também em muitos tempos verbais.
• O verbo salvar aparece em praticamente todos os tempos
verbais possíveis da língua grega.
• Existe um sentido no qual nós fomos salvos (desde a fundação
do mundo); estávamos sendo salvo (pela obra de Deus na
História); somos salvos (por estarmos num estado justificado);
estamos sendo salvos (sendo santificados ou sendo feitos
santos); e seremos salvos (experiência da consumação da
nossa redenção no céu).
• A Bíblia fala da salvação em termos de passado, presente e
futuro.
• Às vezes relacionamos a salvação presente em termos de
justificação, a qual é presente.
• Outras vezes vemos a justificação como um passo específico
na ordem total ou plano da salvação.
• Finalmente, é importante notar outro aspecto central no
conceito bíblico de salvação.
• A salvação procede do Senhor. Salvação não é um
empreendimento humano.
• Os seres humanos não podem salvar a si próprios.
• A salvação é uma obra divina; é concretizada e aplicada por
Deus.
• A salvação pertence ao Senhor e provém do Senhor.
• É o Senhor quem nos salva da ira do Senhor.
• A doutrina da Reconciliação
é, certamente, uma das
mais doces nas Escrituras.
• Nela encontramos a
manifestação do amor de
Deus em Cristo Jesus,
fazendo a paz e removendo
a inimizade que causava
separação entre Ele e o
pecador.
7 - Reconciliação com Deus
• Crer na doutrina da reconciliação é descansar na maneira
graciosa como Deus trata aqueles que foram comprados na
cruz do calvário.
1 - O USO DO TERMO NO NOVO TESTAMENTO
• Nas ocorrências do termo katallasso no NT encontramos
o registro, nos textos pertinentes, das seguintes
variações – katallaghn, katallagh e katallaghv.
• Segundo Berkhof os principais termos para reconciliação
no Novo Testamento são “katalasso e katalage significam
‘reconciliar’ e ‘reconciliação’.
• (…) O ofensor reconcilia, não a si próprio, mas a pessoa
ofendida.”
• (katallaghn, cf. ocorrência em Rm. 5.11).
• O termo, no seu uso mais comum, discute a reconciliação
no âmbito dos relacionamentos conjugais.
• E, conforme as anotações do Theological Dictionary of the
New Testament a idéia no texto de 1ª Co. 7.11 não é de que
necessariamente a esposa que busca a reconciliação tenha
alguma culpa, mas está ativamente interessada em buscá-
la.
• Já nas ocorrências mais específicas que norteiam a relação
Deus-Homem, apenas o apóstolo Paulo faz uso do termo
com as variações supracitadas.
• Mas a idéia não é a de que Deus é reconciliado ou
reconcilia a si mesmo, mas a de que Ele próprio
proporciona a reconciliação do homem consigo mesmo,
bem como do mundo.
• Para corroborar com este pensamento devemos lembrar o
caráter imutável de Deus.
2 - A IDÉIA DA RECONCILIÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
• A estrutura do culto do Antigo Testamento já trazia consigo o
conceito de reconciliação.
• Ao falar sobre o tema Calvino diz:
• Ora, visto que o uso da lei foi múltiplo, como se verá melhor
no devido lugar, na verdade foi especialmente outorgada a
Moisés e a todos os profetas a incumbência de ensinar o
modo de reconciliação entre Deus e os homens, donde
também Paulo chama Cristo o fim da lei (Rm 10.4).[4]
• Todos os elementos apontavam para Cristo e para a sua obra.
Mais especificamente no propiciatório já encontramos
referências à idéia da doutrina bíblica da reconciliação.
• Na estrutura religiosa do AT encontramos o Tabernáculo como
uma espécie de morada provisória do Senhor no meio de
Israel.
• Lá, além do lugar santo encontrávamos também o Santo dos
Santos, onde o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para
fazer a expiação do pecado do povo.
• Ali estava a Arca da aliança e sobre ela uma “tampa” chamada
de “Propiciatório”; Ao borrifar o sangue sobre o propiciatório
a ira de Deus era aplacada e o resultado era o perdão do
pecado e a restauração da comunhão do pecador à comunhão
com Deus.
• Devemos lembrar que objetivamente isto acontece na cruz,
quando o Cordeiro de Deus é imolado para que fossemos
reconciliados com ele. Uma obra especial e cara, como
declara Baillie, que diz: “Nossa reconciliação é infinitamente
cara a Ele, não no sentido de que foi difícil para ele nos
perdoar, (…) É sua natureza amar e perdoar.”.
• Todo esse rito cerimonial do culto veterotestamentário
apontava para a reconciliação que encontramos em Cristo
Jesus. Quando o Messias veio ele se tornou a nossa
propiciação, como se observa na declaração de Paulo:
“Romanos 3:25 – “...a quem Deus propôs, no seu sangue,
como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua
justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os
pecados anteriormente cometidos;...”
3 - A NATUREZA DA RECONCILIAÇÃO
• Stott diz que reconciliação tem a ver com a nossa inimizade
contra Deus e a nossa alienação dele. Assim, a reconciliação,
propriamente dita, é a remoção desta alienação
proporcionando uma relação harmoniosa e pacífica com
Deus.
• Esta idéia fica mais clara quando percebemos, por exemplo, a
argumentação de John Murray, que expande a idéia. Ao
comentar o texto de Romanos 5.11, uma das referências
bíblicas centrais acerca da doutrina da reconciliação, ele
afirma que na reconciliação o que se destaca não é a remoção
da nossa inimizade contra Deus, pelo contrário, o verso
supracitado salienta o fato de que Deus removeu de nós a
alienação que havia da parte dEle para conosco.
• Sttot também observa que esta reconciliação, ou a remoção
da base da alienação, tem a ver com a não imputação das
nossas transgressões.
• Ele diz “De modo que em sua misericórdia Deus recusou-se a
levar em conta contra nós os nossos pecados ou exigir que
sofrêssemos a penalidade deles...”.
• Contudo, vale ressaltar que esses pecados foram imputados à
Cristo.
• Portanto, cremos que somos plenamente reconciliados com
Deus e aceitos por ele, porque nossos pecados foram
imputados a Cristo e Sua justiça nos foi imputada.
3.1 - A RECONCILIAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA
• Tal qual na doutrina da justificação, também podemos pensar
em termos de reconciliação objetiva e reconciliação subjetiva.
RECONCILIAÇÃO OBJETIVA
• Ao falar sobre a expiação objetiva, Berkhof diz:
• Que dizer que a expiação influi primordialmente na pessoa
por quem é feita.
• Se um homem age mal e presta satisfação do mal que
praticou, esta satisfação visa a influir na pessoa que praticou o
mal, e não na parte ofendida.
• No caso em foco, significa que a expiação foi destinada a
propiciar a Deus e reconciliá-lo com o pecador.
• Certamente, quando falamos em termos de uma reconciliação
objetiva devemos lembrar das palavras do apóstolo Paulo em
2ª Coríntios que diz que Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo.
• Assim, na reconciliação objetiva devemos considerar dois
fatores: Primeiramente, Deus, na qualidade de ofendido é o
agente que remove a base da alienação tornando-se, em
Cristo, favorável ao homem.
• E em segundo lugar, ele faz isto na cruz, como uma obra
terminada, portanto, realizada de uma vez por todas.
• Esta reconciliação objetiva é a base da reconciliação subjetiva
RECONCILIAÇÃO SUBJETIVA
• Já no seu aspecto subjetivo a reconciliação se relaciona com a
posse e o gozo desta condição de reconciliação. Esta condição
está intimamente relacionada ao ministério da reconciliação
que foi confiado à Igreja.
• Quando anunciamos o evangelho proclamamos a mensagem
da reconciliação convidando o pecador para este
relacionamento com o Senhor. Stott ainda vê outros aspectos
envolvidos nesta reconciliação subjetiva que ele chama de
plano horizontal da reconciliação.
• Neste plano horizontal vemos a reconciliação como um
aspecto motivador da nova relação na comunidade cristã,
formada por judeus e gentios, senhores e escravos e etc.
• Há outros estudiosos que trabalham esse conceito de
revelação objetiva e subjetiva em termos de ação e
resultados.
• Ivan Ross diz: “A reconciliação como ação seria a
remoção da base da alienação de Deus e a reconciliação
como resultado seria a relação harmoniosa e pacífica
estabelecida em virtude da base da alienação de Deus
para conosco ter sido removida.”
• Uma forma diferente de trabalhar os conceitos de
objetiva e subjetiva.
II – A FONTE DA RIQUEZA
• 1 – O contraste entre a transgressão de Adão
e o dom gratuito de Cristo
• 2 – O contraste entre as consequências do pecado
de adão
e as consequências da obediência de Cristo
• 3 – O contraste entre o reino da morte e o reino da
vida
• 4 – O contraste entre o pecado único de Adão
e o ato único de justiça de Cristo
• 5 – O contraste entre a Lei e a Graça
William Hendriksen
• Romanos 5:15-17 “...Mas o dom gratuito não é como a
transgressão. Pois se, em virtude da transgressão de um só,
muitos morreram, muito mais a graça de Deus, e o dom que veio
pela graça deste único homem, Jesus Cristo, transbordou para
muitos! Além disso, o dom [de Deus] não é como [o resultado] do
pecado de um só homem. Pois o juízo procedeu de um só pecado e
trouxe condenação, mas o dom gratuito procedeu de muitas
transgressões e trouxe justificação. Pois se pela transgressão de
um só, reinou a morte através dele, muito mais aqueles que
receberem a transbordante plenitude da graça e o dom da justiça
reinam em vida através de um só, Jesus Cristo...”
1 – O contraste entre a transgressão de Adão
e o dom gratuito de Cristo
• Nestes versículos Paulo mostra que o paralelo Adão-Cristo é
principalmente o de contraste, no sentido em que a influência
de Cristo para o bem excede muito à eficiência de Adão para o
mal: o dom gratuito é “não como a transgressão”, ou seja, é
muito mais eficaz do que a transgressão.
a. O apóstolo usa a palavra muitos num duplo sentido.
• Em seu primeiro uso (“muitos morreram”), indica todos os
descendentes físicos de Adão.
• No final do mesmo versículo (“transbordou para muitos”),
indica todos aqueles que pertencem a Cristo. Isso nos lembra
Isaías 53.11, 12; Mateus 20.28; Marcos 10.45.
b. O versículo 12 já mostrou que Adão foi responsável por
introduzir dois males no mundo: pecado e morte.
• O apóstolo trata de ambos sucessivamente: do pecado ou
transgressão de Adão (vv. 15, 16), da morte (v. 17).
• Ele os concebe como sendo intimamente relacionados, e por
isso às vezes menciona ambos de um só fôlego.
• É compreensível que Paulo possa dizer que, em virtude da
transgressão de Adão, muitos morreram.
• Esses muitos são os designados em 5.12 como “toda a
humanidade” (literalmente, todos os seres humanos, todo
mundo). Cf. 1 Coríntios 15.22.
• Mas, em conexão com a obra de Deus em Cristo, para os filhos
de Deus este mal foi mais que cancelado.
• Além disso, no caso de Adão, um único pecado foi envolvido,
pecado esse que resultou em condenação.
• Cristo, porém, por sua obra de redenção, fez provisão para o
perdão não só daquele único pecado, mas também de todos
aqueles que procederam dele.
• Seu sacrifício foi suficiente para todos eles, e de fato foi
eficaz para todos os pecados cometidos por aqueles que,
pela graça soberana, depositaram nele sua confiança.
• Para eles, a condenação foi substituída pela justificação.
Veja sobre em Romanos 1.17; 3.24; 5.1.
• Paulo agora se volve mais especialmente para o tema da
morte. Desta vez, depois de reiterar que a morte resultou da
transgressão de um só, Adão, ele menciona o reinado da
morte, a poderosa e destrutiva influência que ela exerce
sobre as atividades dos seres humanos.
• Ao avaliar o apóstolo as dificuldades que tinham de ser
esclarecidas antes que pudesse completar o pensamento
começado no versículo 12, ele então, fazendo uso de uma
fraseologia um tanto variada, no versículo 18a apresenta a
lista do primeiro versículo – de modo que, essencialmente, o
versículo 18a equivale ao versículo 12, e então, no versículo
12b ele leva este pensamento a uma conclusão.
• Num vocabulário um pouco diferente, o pensamento inteiro é
reiterado no versículo 19.
• 18, 19. Consequentemente, como uma só transgressão
resultou em condenação para todos os homens, assim
também um só ato de justiça resultou, para todos os homens,
em justificação que traz vida.
• Pois assim como através da desobediência de um só muitos se
tornaram pecadores, assim também através da obediência de
um só muitos se tornarão justos.
• Como o termo “Consequentemente” indica, Paulo não só está
voltando ao pensamento expresso no versículo 12; ele está
sumariando o argumento do parágrafo inteiro (vv. 12-17).
• Podemos entender que uma transgressão resultou em
condenação para todos os homens, mas o que o apóstolo tem
em mente quando declara que também, para todos os
homens, um só ato de justiça resultou em justificação que
comunica vida?
• Se no primeiro caso “todos os homens” significa
absolutamente todo mundo, a lógica não demanda que no
segundo caso de seu uso a expressão tenha o mesmo
significado?
Eis a resposta:
• a. O apóstolo já esclareceu bem em passagens anteriores que
a salvação é para os crentes, tão-somente para eles (1.16, 17;
3.21-25 etc.).
• b. Ele já enfatizou isso também neste mesmo texto: somente
aqueles que “recebem a transbordante plenitude da graça e
do dom da justiça” reinarão em vida (v. 17).
• c. Numa passagem que é similar a 5.18, e que já se fez
referência anteriormente, o próprio apóstolo explica o que ele
tem mente por “todos” ou “todos os homens” que deverão
ser salvos e participarão da gloriosa salvação.
Essa passagem é:
• “Pois como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos
serão vivificados. Mas cada um em seu próprio turno: Cristo,
as primícias; depois aqueles que são de Cristo, em sua vinda”
(1Co 15.22, 23).
• Mas ainda que esta resposta prove que quando Paulo aqui
usa a expressão “todos” ou “todos os homens”, em conexão
com aqueles que são ou serão salvos, este “todos” ou “todos
os homens” não deve ser interpretado no sentido absoluto ou
ilimitado, isso ainda deixa outra pergunta sem resposta, a
saber: “Por que Paulo usa esta forte expressão?” Para
responder a esta pergunta, é preciso que alguém leia
cuidadosamente toda a epístola.
• Então se fará claro que, entre outras coisas, Paulo está
combatendo a tendência sempre presente dos judeus em se
considerarem como sendo melhores que os gentios. Em
oposição a essa atitude errônea e pecaminosa, ele enfatiza
que, no que diz respeito à salvação, não há diferença entre
judeu e gentio.
• Mas ainda que esta resposta prove que quando Paulo aqui
usa a expressão “todos” ou “todos os homens”, em conexão
com aqueles que são ou serão salvos, este “todos” ou “todos
os homens” não deve ser interpretado no sentido absoluto ou
ilimitado, isso ainda deixa outra pergunta sem resposta, a
saber: “Por que Paulo usa esta forte expressão?” Para
responder a esta pergunta, é preciso que alguém leia
cuidadosamente toda a epístola.
• Então se fará claro que, entre outras coisas, Paulo está
combatendo a tendência sempre presente dos judeus em se
considerarem como sendo melhores que os gentios. Em
oposição a essa atitude errônea e pecaminosa, ele enfatiza
que, no que diz respeito à salvação, não há diferença entre
judeu e gentio.
• O leitor deve estudar cuidadosamente as seguintes passagens
a fim de verificar isso por si mesmo: 1.16, 17; 2.7-11; 3.21-24,
28-30; 4.3-16; 9.8, 22-33; 10.11-13; 11.32; 15.7-12; 16.25-27.
No que concerne à salvação, diz Paulo: “Não há distinção.
Deus não mostra parcialidade.” Todos os homens são
pecadores diante de Deus. Todos são carentes da salvação.
Pois todo o caminho de salvação é o mesmo.
• No dia e época em que, mesmo em certos círculos
evangélicos, a distinção anti-bíblica entre judeu e gentio
estiver ainda sendo mantida, e até mesmo enfatizada, é
preciso que, o que a Palavra de Deus diz sobre esse assunto,
particularmente também nas epístolas de Paulo aos Romanos,
seja realçado.
• Em Adão e em Cristo (Rm 5:12-21)
• Depois de falar da extensão do pecado, da profundidade da
depravação humana e da culpa de todo ser humano, depois
de apresentar a graça justificadora de Deus por meio de Cristo
(não por obras ou pela obediência à Lei, mas pela fé), o
apóstolo Paulo salienta as consequências da sublimidade
desta misericórdia divina: paz com Deus, acesso e
permanência na graça, alegria na esperança.
2 – O contraste entre as consequências do pecado de
Adão
e as consequências da obediência de Cristo
• O contexto de Rm 5:12-21
• “...Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado
no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram..." (v. 12,
RA)
• A palavra "portanto" no verso 12 indica que este trecho
corresponde à conclusão da tese de Paulo.
• O contexto ainda é o dos 11 primeiros versículos do capítulo:
"as consequências da justificação" ou, simplesmente,
"justificação na prática".
• A indagação que nos vem ao espírito ao lermos a passagem é:
Como o ato de uma única pessoa pode ter consequências tão
grandes? Adão e Cristo são representantes de duas
humanidades: a velha e a nova.
A sequência é forma de três parágrafos curtos:
• Adão e Cristo são apresentados (12-14): Adão, ao mesmo
tempo, como responsável pelo pecado e "tipo" d'Aquele que
viria;
• Adão e Cristo são contrastados (15-17): obra de Cristo,
superior à de Adão (pelo emprego das expressões "não como"
ou "muito mais");
• Adão e Cristo são comparados (18-21): a expressão "assim
como" para expressar que por causa de um, muitos sofrem
consequências.
Adão e Cristo são apresentados
A lógica é a seguinte:
• (1) o pecado entre no mundo por um homem;
• (2) a morte entra no mundo pelo pecado; e
• (3) a morte vem sobre todos porque todos pecaram. Em
outras palavras, um homem → o pecado → a morte → todos.
• Na Bíblia, o pecado e a morte estão sempre ligados ("o salário
do pecado é a morte").
• Pecar é um tipo de suicídio, é brincar com a própria morte.
• "... todos pecaram..."
• O versículo 12b diz: "... a morte passou a todos os homens,
porque todos pecaram".
• Esta afirmação não está livre de dificuldades.
• Em que sentido "todos pecaram"? Existem duas alternativas:
• todos "copiaram pecado de Adão", por imitação – i.e.,
pecaram como Adão;
• todos "pecaram quando Adão pecou", por participação – i.e.,
pecaram com Adão.
• Embora a opção:
• (1) seja a mais "popular", a mais provável é a
• (2)! Por que podemos afirmar que "pecamos quando Adão
pecou"?
• Não parece injusto que um pecado alheio me seja imputado?
• Cada um não é responsável por seus próprios atos e opções
diante de Deus?
• Existem bons argumentos, no entanto, que dão suporte a esta
visão...
Argumento 1
• O primeiro argumento é que, mesmo aqueles que não
desobedeceram um mandamento explícito de Deus (antes da
Lei de Moisés) morreram.
• Ou seja, a morte física é a penalidade pelo pecado.
• Mas por que foram punidos com morte se não pecaram como
Adão, comendo do fruto proibido?
• É porque todos pecaram em e através de Adão.
• Adão é o representante legal de toda a raça humana.
Argumento 2
• O segundo argumento tem a ver com o contexto mais amplo,
dos versos 15-19.
• A desobediência de um homem trouxe a morte, condenação e
juízo a todos.
• Ou seja, a morte universal é consequência de um único
pecado.
• Assim, é como se todos tivessem pecado.
Argumento 3
• O terceiro argumento vem da analogia entre Adão e Cristo.
• Se a morte veio porque somos pecadores COMO Adão,
seríamos obrigados a dizer também que a vida veio porque
somos justos COMO Cristo (o que não é, obviamente, o caso)!
• O correto é afirmar: "Assim como fomos condenados pelo que
Adão fez, assim também somos justificados pelo que Cristo
fez."
Conforme expresso pelo Rev. Lloyd-Jones:
• "Deus sempre lidou com a humanidade através de um
representante.
• Toda a história humana pode ser resumida em termos do
que aconteceu por causa de Adão e o que aconteceu por
causa de Cristo."
A Dificuldade
• Estes argumentos não eliminam, no entanto, as dificuldades
da ideia. Como posso ser culpado pelo pecado de outra
pessoa (i.e., de Adão)?
• Inicialmente, o tema da "solidariedade humana" é bíblico.
Aliás, este vocabulário "comunitário" não é apenas "bíblico".
Nós o utilizamos com frequência. Ao dizer frases como "o
Brasil perdeu o jogo para a Alemanha" (desculpem a
referência infeliz...), nos sentimos pessoalmente envolvidos (e
envergonhados), quando na realidade, quem perdeu, não foi
o "Brasil", mas sim o time que nos representava! Há vários
outros exemplos na Bíblia desta solidariedade humana, a
saber:
Aprofundamento
• O teólogo francês H. Blocher aprofunda ainda mais a
discussão sobre a questão. Embora defensor da tese
reformada federalista, Blocher admite a dificuldade da
imputação de uma transgressão alheia, especialmente porque
há textos bíblicos que vão no sentido contrário (e.g., 2 Sm
24:17 e Ez 18).
• Assim, há alguns pontos a considerar.
Primeiro
• Seria a intenção de Paulo em Rm 5 realmente de mostrar o
modus operandi da justificação? Como vimos, no capítulo 5,
Paulo trata não mais da justificação em si, mas as suas
consequências: a libertação concreta do pecado.
• Tendo isto em mente, Paulo faz comparação: da mesma forma
que o ato de Adão iniciou o reino da morte para a multidão
daqueles que dependem dele, assim também o ato de Cristo
gera o reino da graça para todos os que dele dependem.
• Assim, o ponto de comparação não é a imputação de um ato,
mas sim os efeitos do ato (morte ou vida) executado pelo
chefe de aliança (Adão ou Cristo) sobre os que dele
dependem.
Em segundo lugar:
• Será que existem realmente apenas duas alternativas? Somos
punidos por causa do pecado de Adão ou somos punidos
pelos nossos próprios pecados? Na realidade, existe uma
outra possibilidade, a saber: é por causa de Adão que somos
punidos pelos nossos próprios pecados.
• Nesta visão, o papel de Adão foi fornecer um instrumento
jurídico ao julgamento divino. Sem a lei (i.e., antes de
Moisés), como Deus pode punir o pecador? Nesta situação, o
pecador pode ser reconhecido, mas não condenado.
• Com a lei, no entanto, (i.e., depois de Moisés), a questão não
mais se apresenta, uma vez posta a lei de Deus. E os pecados
cometidos entre Adão e Moisés? Foram eles punidos? Sim,
pois a morte (física) reinou também neste período como
sanção pelo pecado.
• Mas, por que? Porque os pecados são considerados extensões
do pecado de Adão, e assim, Gn 2:16-17 prevalece. O pecado
de Adão foi crucial, mas não nos foi "imputado", antes, foi por
causa de Adão o pecado de todos os torna condenáveis, e a
prova de que foram condenados é a morte que lhes alcançou.
Adão e Cristo são contrastados
• Eis a similaridade entre Adão e Cristo: são homens cuja obra
afetou um número enorme de pessoas. Nada mais! O
contraste entre ambos é marcante.
• Paulo enfatiza que o dom de Cristo não é como a transgressão
de Adão (vs. 15-16). Ele é muito mais efetivo (v. 17).
• Os próprios termos usados por Paulo ("transgressão" e
"dom") são diferentes.
• Eles correspondem a duas ações de natureza diferente com
dois resultados imediatos (v. 16) – condenação e justificação –
e dois efeitos últimos (v. 17) – "morte" e "vida".
Adão e Cristo são comparados
• Na sequência (vs. 18-21), Paulo desenvolve ainda mais a
comparação. As expressões "não é como" ou "muito mais"
são substituídas por: "assim como... assim também". A ênfase
do apóstolo agora é (sem perder de vista os contrastes) o
único ato de um único homem determinou o destino de
muitos (v. 18)
• "Olhe para você mesmo em Adão; embora não tenha feito
nada, você foi declarado pecador. Olhe para você mesmo em
Cristo; veja que, embora você não tenha feito nada, você foi
declarado justo. Este é o paralelo." (Lloyd-Jones)
O Reino da Graça
• O versículo 20 afirma que a lei expõe o pecado.
• O versículo 21 define a bênção de estar em Cristo por meio da
expressão "o reino da graça".
• Esta graça perdoa pecados pela cruz (nos trazendo justiça e
vida eterna), esta graça satisfaz a sede da alma, esta graça
santifica pecadores (fazendo com que sejamos transformados
"à imagem de Cristo"), esta graça persevera para completar o
que começou e esta graça um dia destruirá a morte e
consumará o Reino.
Questões
• A questão do universalismo
• A comparação entre Adão e Cristo = universalismo? v. 18 -
"Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos
os homens para condenação, assim também, por um só ato
de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a
justificação que dá vida."
• "todos os homens" — não pode referir-se literalmente a todos
os homens: as 2 comunidades não estão relacionadas a Adão
e a Cristo da mesma forma: em Adão, pelo nascimento em
Cristo, pelo novo nascimento e fé "todos" os que estão em
Cristo = "todos que pertencem a ele" (cf. 1 Co 15:22)
• "todos os homens" — não pode referir-se literalmente a todos
os homens: 5:17 — aqueles que "reinarão em vida" não são
todos, mas aqueles que receberam "abundância da graça";
• Paulo enfatiza em Romanos: a justificação é pela fé (1:16;
3:21; 4:1) portanto, nem todos são justificados tendo ou não
fé
• "todos os homens" — não pode referir-se literalmente a todos
os homens:
• Romanos: muitas advertências solenes — o juízo e a ria de
Deus (2:5,8)
• Não é possível dizer que Paulo afirma o universalismo!
A questão da historicidade de Adão
• Moda atual: ver a história de Adão e Eva como um "mito"
verdade teológica, mas não histórica... Depois da teoria da
evolução: "Gênesis não tem ‘base histórica’..." É mesmo?
• Gênesis 1 a 3: arte literária vs. relato científico a serpente e
árvore da vida em Apocalipse: simbólicos (Ap 12:9; 22:2ss)
provavelmente também em Gênesis... Mas com Adão e Eva é
diferente...
• "As escrituras têm claramente nos induzem a aceitar a
historicidade do primeiro casal." — Stott genealogias: até
Adão (Gn 5:3ss; 1 Cr 1:1ss; Lc 3:38) Jesus: "o Criador os criou
homem e mulher" instituição do casamento Paulo (em
Atenas): Deus fez cada nação de 1 homem (At 17:26).
A questão da morte
• Morte: processo natural nos reinos animal e vegetal (fósseis
com presas no estômago) Mas... e para seres humanos?
Paulo: "a morte entrou no mundo pelo pecado" (12) Se Adão
não tivesse pecado, não morreria?
• Porque não somos meros "animais", as escrituras veem a
morte humana como não natural: uma intrusa uma
penalidade pelo pecado não era a intenção original de Deus
para o ser humano
• Morte do homem: "espiritual" apenas? Não — também a
física: "Tu és pó e ao pó voltarás" (Gn 3:19) Adão tornou-se
mortal quando pecou.
• Por isso autores bíblicos lamentam a morte ficam indignados
contra ela.
• Ec 3:19 — "Porque o que sucede aos filhos dos homens
sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um,
assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e
nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque
tudo é vaidade."
• Sendo criados à imagem e semelhança de Deus: Deus tinha
originalmente algo melhor do que a morte Não somos como
os outros animais
Aplicação
• Confiamos na graça de Deus? Quem reina hoje? Quem está
no trono? Antes de Cristo: pecado e morte (14, 17) Depois de
Cristo: graça e aqueles que receberam graça (17, 21): reino
caracterizado pela vida
• É esta a nossa visão? Quem para nós está ocupando o trono
hoje? Ainda vivemos no A.T. com a cena dominada por Adão?
Ou somos cristão do N.T. com a visão de Cristo crucificado,
ressurrecto e reinando? Culpa e morte ou graça e vida?
• O pecado e a morte podem parecer reinar uma vez que
muitos se curvam a eles. Mas o reino deles é uma ilusão, um
blefe.
A VIDA PSÍQUICA APÓS A MORTE FÍSICA
• O aspecto central no ensino neotestamentário acerca do
futuro do homem é a volta de Cristo e os eventos que
acompanharão essa volta: a ressurreição, o juízo final e a
criação da nova Terra.
• Mas antes de avançarmos para considerar esse assuntos,
temos de dar alguma atenção ao que normalmente é
denominado de "o estado intermediário" - isto é, o estado do
morto entre a morte e a ressurreição.
3 – O contraste entre o reino da morte
e o reino da vida
• Desde o tempo de Agostinho, os teólogos cristão pensavam
que, entre a morte e a ressurreição, as almas dos homens
desfrutavam do descanso ou sofriam enquanto esperavam ou
pela complementação de sua salvação, ou pela consumação
de sua condenação.
• Na Idade Média, esta posição continuou a ser ensinada, e foi
desenvolvida a doutrina do Purgatório.
• Os Reformadores rejeitaram a doutrina do Purgatório, mas
continuaram a defender um estado intermediário, embora
Calvino, mais do que Lutero, tendia mais a considerar esse
estado como de uma existência consciente.
• Em sua obra Psychopannychia, uma resposta aos Anabatistas
de seu tempo, que ensinavam que as almas simplesmente
dormiam entre a morte e a ressurreição, Calvino ensinou que,
para os crentes, o estado intermediário é tanto de benção
como de expectação - por causa disso a benção é provisória e
incompleta.
• Desde aquele tempo, a doutrina do estado intermediário tem
sido ensinada pelos teólogos da Reforma, e se reflete nas
Confissões da Reforma.
• Entretanto, a doutrina do estado intermediário tem sido
recentemente sujeita a uma crítica severa. G.C.Berkouwer
retrata o ponto de vista de alguns destes críticos em seu
recente livro sobre escatologia. G.Van Der Leeuw (1890-1950),
por exemplo, sustenta que após a morte somente existe uma
perspectiva escatológica para os crentes: a ressurreição do
corpo.
• Ele rejeita a idéia de que exista "algo" do homem que
continue após a morte e sobre o que Deus construiria uma
nova criatura. De acordo com as Escrituras, assim insiste ele,
o homem morre totalmente, com corpo e alma; quando o
homem, mesmo assim, recebe uma nova vida na
ressurreição, isto é um feito maravilhoso de Deus, e não algo
que jorre naturalmente da existência atual do homem.
• Em resposta a estas objeções, deve ser admitido que a Bíblia
fala muito pouco acerca do estado intermediário e que aquilo
que ela diz acerca dele é contingente à sua mensagem
escatológica principal sobre o futuro do homem, que diz
respeito à ressurreição do corpo.
• Temos de concordar com Berkouwer que aquilo que o Novo
Testamento nos fala acerca do estado intermediário não
passa de um sussurro. Temos também de concordar que em
lugar nenhum o Novo Testamento nos fornece uma descrição
antropológica ou exposição teórica do estado intermediário.
• Entretanto, permanece o fato de que há evidência suficiente
para nos capacitar a afirmar que, na morte, o homem não é
aniquilado e o crente não é separado de Cristo. Veremos
mais adiante qual é esta evidência.
• Nesse ponto, devemos fazer uma observação sobre a
terminologia.
• Geralmente, é dito por cristão que a "Alma" do homem
continua a existir após o corpo ter morrido.
• Este tipo de linguagem frequentemente criticado como
revelando um modo grego ou platônico de pensar.
• Será que isso é necessariamente assim?
• Mas, o fato de que os gregos usaram o termo alma de modo
não bíblico não implica, necessariamente, que todo uso da
palavra alma, para indicar a existência continuada do homem
após a morte, seja errado.
• O próprio Novo Testamento utiliza ocasionalmente deste
modo a palavra grega para a alma, psyche.
• Existem, pelo menos, três exemplos claros do Novo
Testamento onde a palavra psyche é usada para designar
aquele aspecto do homem que continua a existir após a
morte.
• O primeiro deles encontra-se em Mt.10:28: "Não temais os
que matam o corpo e não podem matar a alma (psyche);
temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a
alma como o corpo".
• O que Jesus diz é o seguinte: Existe algo seu que aqueles que
o matam não podem tocar.
• Este algo tem de ser um aspecto do homem que continua a
existir após a morte do corpo.
• Dois exemplos mais deste uso da palavra são encontrados no
livro do Apocalipse: "Quando ele abriu o quinto sele, vi
debaixo do altar as almas (psychas) daqueles que tinham
sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do
testemunho que sustentavam" (6:9): "Vi ainda as almas
(psychas) dos decapitados por causa do testemunho de
Jesus, bem como por causa da palavra de Deus" (20:4).
• Em nenhuma destas duas passagens a palavra almas pode se
referir a pessoas que ainda estejam vivendo na terra.
• A referência é claramente a mártires assassinados: a palavra
almas é usada para descrever aquele aspecto desses mártires
que ainda existe após seus corpos terem sido cruelmente
abatidos.
A DOUTRINA DO SONO DA ALMA
• Esta é uma das formas em que a existência consciente da
alma depois da morte é negada.
• Ela afirma que depois da morte, a alma continua a existir
como um ser espiritual individual, mas num estado de
repouso inconsciente.
• Eusébio faz menção de uma pequena seita da Arábia que
tinha esse conceito.
• Durante a idade Média havia bem poucos dos chamados
psicopaniquianos, e na época da Reforma esse erro era
defendido por alguns dos anabatistas.
• Calvino chegou a escrever um tratado contra eles intitulado
Psychopannychia.
• No século dezenove esta doutrina era propugnada por alguns
dos irvingitas da Inglaterra, e nos nossos dias é uma das
doutrinas favoritas dos russelitas ou dos sectários da aurora
do milênio nos Estados Unidos.
• Segundo estes últimos, o corpo e a alma descem à sepultura,
a alma num estado de sono que de fato equivale a um estado
de não existência.
• O que é chamado ressurreição, na realidade é uma nova
criação.
• Durante o milênio os ímpio terão uma segunda oportunidade,
mas , se eles não mostrarem um assinalado melhoramento
durante os cem primeiros anos, serão aniquilados.
• Se nesse período evidenciarem alguma correção de vida,
continuarão em prova, mas somente para acabar na
aniquilação se permanecerem impenitentes.
• Não existe inferno, não existe nenhum lugar de tormento
eterno.
• A doutrina do sono da alma exerce peculiar fascínio sobre os
que acham difícil acreditar na continuidade da vida consciente
fora do corpo.
ESTADO DOS JUSTOS ENTRE A MORTE E A RESSURREIÇÃO
• A posição das igrejas reformadas é de que as almas dos
crentes, imediatamente após a morte, ingressam nas glórias
dos céus. Este conceito encontra ampla justificação nas
escrituras, e é bom tomar nota disto, visto que durante o
último século alguns teólogos reformados calvinistas
assumiram a posição de que os crentes, ao morrerem, entram
num lugar intermediário e ali permanecem até o dia da
ressurreição.
• Todavia, a Bíblia ensina que a alma do crente, quando
separada do corpo, entra na presença de Cristo. Diz Paulo :
"estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e
habitar com o Senhor", II Cor.5:8.
A CONDIÇÃO DO ÍMPIO APÓS A MORTE
• As passagens que falam da condição do injusto de pios da
morte não são tão numerosas quanto as que encontramos a
respeito da condição do justo. Porém as que temos são
suficientemente claras para que não nos reste dúvida alguma
sobre o assunto.
• No Evangelho de Lucas lemos: "E aconteceu que o mendigo
morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e
morreu também o rico, e foi sepultado. E no verso 26 desse
mesmo capítulo: "E, além disso, está posto um grande abismo
entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui
para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para
cá".
DOUTRINA CATÓLICA ROMANA
O PURGATÓRIO
• De acordo com a igreja de Roma, as almas dos que são
perfeitamente puros por ocasião da morte são imediatamente
admitidos no céu ou na visão beatífica de Deus; mas os que
não se acham perfeitamente purificados, que ainda levam
sobre si a culpa de pecados veniais e não sofreram o castigo
temporal devido aos seus pecados - e esta é a condição da
maioria dos fiéis quando morrem - têm que se submeter a um
processo de purificação, antes de poderem entrar nas
supremas alegrias e bem-aventuranças do céu.
• Em vez de entrarem imediatamente no céu, entram no
purgatório.
• O purgatório não seria um lugar de prova, mas de purificação
e de preparação para as almas dos crentes que têm a
segurança de uma entrada final no céu, mas ainda não estão
prontas para apossar-se da felicidade da visão beatífica.
• Durante a estada dessas almas no purgatório, elas sofrem a
dor da perda, isto é, a angústia resultante do fato de que
estão excluídas da bendita visão de Deus, e também padecem
"castigo dos sentidos", isto é, sofrem dores que afligem a
alma.
O LIMBRUS PATRUM
• A palavra latina limbus (orla, borda) era empregada na Idade
Média para denotar dois lugares na orla ou na borda do
inferno, a saber, o limbus patrum (dos pais) e o limbus
infantum (das crianças).
• Supõe-se que, após sua morte na cruz, Cristo desceu ao lugar
de habitação dos pais para livrá-los do seu confinamento
temporário e levá-los em triunfo para o céu.
• Esta é a interpretação católica romana da descida de Cristo ao
Hades.
• O Hades é considerado como o lugar de habitação dos
espíritos dos mortos, tendo duas divisões, uma para os justos
e a outra para os ímpios.
O LIMBUS INFANTUM
• Este seria o lugar de habitação das almas de todas as crianças
não batizadas, independentemente de sua descendência de
pais pagãos, quer de cristãos. De acordo com a igreja Católica
Romana, as crianças não batizadas não podem ser admitidas
no céu, não podem entrar no Reino de Deus, Jo.3:5. Sempre
houve natural repugnância, porém, pela idéia de que essas
crianças devem ser torturadas no inferno, e os teólogos
católicos romanos procuraram um meio de escapar da
dificuldade.
• Mas a opinião predominante é que, embora excluídas do céu,
é-lhes destinado um lugar situado nas bordas do inferno,
aonde não chegam as chamas terríveis.
REFORMADOS
• Entendemos pelas escrituras que a alma permanece viva e
consciente após a morte do corpo.
• Nesse estado, a alma do justo já se encontra na presença do
Senhor, em um lugar que normalmente denomina-se
"paraíso".
• O ímpio, por sua vez, já se encontra em tormentos no inferno.
• Tais lugares são de permanência temporária, até que venha o
Juízo Final.
• Após o juízo, os justos serão introduzidos no céu e os ímpios
serão lançados no lago de fogo.
Mortos em Adão, Vivos em Cristo–(Rm 5.12-21)
• A Confissão de Fé de 1689 em seu sétimo capítulo – que fala
da aliança de Deus com o seu povo, diz o seguinte: “A
distância entre Deus e a criatura é tão grande que, embora
as criaturas racionais lhe devam obediência como seu
Criador, nunca poderia fruir nada dele, bem-aventurança ou
recompensa, senão por alguma voluntária condescendência
da parte de Deus, a qual agradou-lhe expressar por meio de
um pacto”.
4 - O contraste entre o pecado único de Adão
e o ato único de justiça de Cristo
• O primeiro pacto que Deus fez com o homem foi o chamado
“Pacto de Obras”.
• Nesta aliança a vida foi prometida a Adão e à sua posteridade
sob a condição de perfeita obediência.
• A promessa era de que se obedecessem a Deus, eles
receberiam a vida; se desobedecessem, morreriam: “O dia em
que dela comerdes, certamente morrerás” (Gn 3.3)
• Este é o motivo pelo qual este pacto é chamado de Pacto de
Obras, porque as consequências das ações dos nossos
primeiros pais seriam determinadas por suas obras: Bênção e
vida se obedecessem, morte e maldição se desobedecessem.
• Depois da queda de Adão, Deus lançou maldições (Juízos).
• Uma maldição sobre Adão e sobre o seu trabalho, outra
maldição sobre a terra, sobre Eva e sobre a serpente.
• Na maldição sobre a serpente ouvimos os elementos
rudimentares do pacto da graça.
• Deus prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça
da serpente.
• Este é o primeiro anúncio do Evangelho nas Escrituras.
• Deus estava dizendo o seguinte: “Vocês não conseguiram
cumprir o pacto de obras, mas vou fazer outro pacto com
vocês.
• Esse novo pacto é baseado na promessa de que “um homem
esmagará a cabeça da serpente”.
• Muitos têm procurado compreender por meio da filosofia, da
psicologia, da antropologia, e por outros ramos de
conhecimento, a origem do sentimento de culpa e do pecado.
• A Palavra de Deus nos mostra a origem do pecado. O pecado
não teve origem em Deus, pois Deus é santo (I Pe 1:16); é luz
(I Jo 1:5; Tg 1:17; Jo 8:12) e não pode ser tentado, nem tão
pouco tenta quem quer que seja (Tg 1:13). O pecado não teve
origem no homem (Gn 1:27,31; Ec 7:29). O pecado já existia
quando o homem foi criado. O pecado teve a origem em
Satanás (Jo 8:44; I Jo 3:8; Is 14:13-14).
• O homem, portanto, se tornou pecador porque o pecado veio
à humanidade por meio de um homem e, deste modo, a
morte passou a todos os homens (Rm 3:23, 5:12; Gn 3:6-7,
5:3; Jó 25:4; Sl 51:5; Ec 7:20).
• O pecado fez o homem ficar debaixo da ira de Deus (Jo 3:36;
Ef 5:6; Cl 3:6; Rm 2:5; Is 13:11; Am 3:2), sujeitando-o à morte
espiritual (Rm 6:23; Lc 15:24,32; Ef 2:1-2; Mt 8:22) e à morte
física (Gn 3:19; Tg 2:26).
• Deus, em Sua infinita graça, resolveu enviar, na plenitude dos
tempos, Seu Filho Jesus Cristo, para, por meio d’Ele reconciliar
consigo o homem, perdoando os seus pecados (Gl 4:4). Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (II Co 5:19;
Rm 5:10-18; Lc 19:10; Cl 1:20; Ef 2:16). Jesus morreu por
todos (II Co 5:14-15; Rm 5:8, 8:34, 14:9); desta forma, todos
foram perdoados, toda a humanidade indistintamente foi
perdoada. A salvação, no entanto, somente é concedida
mediante a fé em Jesus Cristo e em Sua graça (Ef 2:8-9; II Tm
1:9; Tt 2:11; Mc 16:16; At 16:31; I Pe 1:5).
• A queda do homem foi ocasionada pela busca de
conhecimento. É por isso que Deus usa a loucura da cruz para
destruir a sabedoria dos sábios.
• O intelecto foi a causa principal da queda; por isso, para
alguém ser salvo, é preciso que creia na loucura da palavra da
cruz, em vez de depender de sua inteligência. A árvore do
conhecimento provoca a queda do homem, por isso, Deus
emprega a árvore da loucura para salvar almas (I Pe 2:24).
• O apóstolo Paulo nos diz que Adão não foi enganado,
indicando que a mente dele não foi confundida no dia da
queda.
• Quem tinha a mente fraca era Eva (I Tm 2:14). Segundo o
registro de Gênesis, está escrito que a mulher disse: “a
serpente me enganou e eu comi”.
• Adão evidentemente não foi enganado, sua mente estava
clara e ele sabia que o fruto era da árvore proibida.
• Pelas palavras de Paulo vemos que Adão pecou
deliberadamente.
• Ele amava mais a Eva do que a si mesmo.
• Ele fez dela seu ídolo e por amor a ela estava disposto a
rebelar-se contra Deus.
• Vemos que Eva pecou por causa da mente, mas Adão por
causa da emoção, ambos pecaram por seguirem o curso da
alma.
• Devemos entender que morte não significa aniquilamento. O
espírito do homem não deixou de existir, mas simplesmente
perdeu o contato com Deus.
• Quando alguém morre não deixa de existir, mas nós
perdemos o contato com ele. A morte do espírito significa que
ele perdeu o contato com Deus.
• Na alma do homem, o resultado foi que ela se tornou
corrompida e contaminada com os pensamentos da serpente.
O homem tornou-se essencialmente um ser da alma,
puramente natural e indiferente às coisas do espírito.
• A alma tornou-se muito desenvolvida e veio a ser o centro do
homem.
• O homem então se tornou egoísta, totalmente voltado para o
seu próprio Ego.
• Estas foram as conseqüências do pecado com relação às três
partes do homem; mas podemos ver, também, as
conseqüências do pecado em relação a três pessoas:
• com relação a Deus, a nós mesmos e ao diabo.
• Com relação a Deus, o homem está separado de Sua
comunhão, está debaixo da condenação e deve ser punido
com a morte.
• Com relação a si mesmo, o pecado gerou a culpa e a angústia.
Com relação a Satanás, o pecado nos traz acusação e
escravidão.
• Com a queda, nós nos tornamos essencialmente pecadores.
• O pecado entrou para dentro da constituição humana.
• Tornou-se algo como que hereditário, que transmitimos aos
nossos filhos.
• Nós cometemos pecados porque somos pecadores; temos
uma natureza pecaminosa.
• O pecado é o veneno da serpente que foi injetado dentro do
homem.
A PROMESSA DA REDENÇÃO
• Em Gênesis 3:15 vemos a promessa maravilhosa que Deus fez
ao homem depois da queda: “porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este
te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”.
• Esta promessa, certamente são boas novas.
• O descendente da mulher é o Senhor Jesus.
• Veja que o texto diz a descendência da serpente e o
descendente da mulher. O artigo definido nos mostra um
descendente específico da mulher. Foi Jesus que feriu a
cabeça da serpente.
• Foi Ele que nasceu somente da mulher, a Virgem Maria (Is
7:14; Mt 1:23; Gl 4:4).
• Em Hebreus 2:14 e I João 3:8 vemos que, de fato, Jesus feriu a
cabeça da serpente.
• O Senhor Jesus destruiu aquele que tem o poder da morte, a
saber, Satanás.
• Enquanto o Senhor Jesus destruiu a serpente na cruz, esta
feriria o seu calcanhar. Isto significa o Senhor Jesus sofrendo
Sua morte, cravado na cruz.
LEI E GRAÇA: UMA VISÃO REFORMADA
• É quase um paradigma para os cristãos modernos associar o
Antigo Testamento à Lei e o Novo Testamento à Graça.
• Em várias oportunidades propus a estudantes de seminário e
na escola dominical estabelecer o relacionamento entre os
termos e, invariavelmente, a resposta tem sido a seguinte
relação:
5 - O contraste entre a Lei e a Graça
I. ESTAMOS SOB A LEI OU SOB A GRAÇA?
• Esse questionamento reflete um entendimento confuso do
ensino bíblico acerca da lei e da graça de Deus. Muitos
associam a lei como um elemento pertencente
exclusivamente ao período do Antigo Testamento e a graça
como um elemento neotestamentário....sabendo, contudo,
que o homem não é justificado por obras da lei, e sim
mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo
Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não
por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será
justificado (Gálatas 2.16).
• Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais
debaixo da lei, e sim da graça (Romanos 6.14).
• As implicações da forma como entendemos a relação entre lei
e graça vão muito além do aspecto puramente intelectual.
• Esse entendimento vai, na verdade, determinar toda a forma
como alguém enxerga a vida cristã e que tipo de ética esse
cristão irá assumir em sua caminhada.
• John Hesselink, um estudioso sobre a relação entre lei e
graça, exemplifica que, na década de 1960, os cristãos
proponentes da ética situacionista se levantaram contra leis,
regras e princípios gerais, propondo uma nova moralidade.
• Esse movimento propõe que a ética das Escrituras não é
absoluta, mas depende do contexto.
• Nem mesmo a lei moral de Deus é absoluta; ela depende da
situação.
• Essa proposta surgiu e se desenvolveu dentro do cristianismo
tradicional, alcançando seguidores de todas as bandeiras
denominacionais, praticamente sem restrições.
• A lei não tem mais qualquer papel determinante na ética
cristã; o que determina a ética cristã é o “princípio do amor,”
conclui o movimento.
• A conseqüência dessa conclusão é que a graça suplanta a lei.
• As decisões éticas devem ser tomadas levando em
consideração o princípio do amor.
II. O USO DA LEI
• Para entendermos bem o uso da lei precisamos entender o
que são o pacto das obras e o pacto da graça.
• Assim, é prudente começarmos por esclarecer o que são
esses pactos e qual o conceito de lei que está envolvido na
questão.
• Pacto das Obras e Pacto da Graça é a terminologia usada pela
Confissão de Fé de Westminster para explicar a forma de
relacionamento adotada por Deus para com as suas criaturas,
os seres humanos.
• Mais do que isso, essa terminologia reflete o sistema
teológico adotado pelos reformados, conhecido como
teologia federal.
• De forma bem resumida, podemos dizer que o pacto das
obras é o pacto operante antes da queda e do pecado.
• A lei não deve ser reduzida a um aspecto somente.
• Existem outras leis, implícitas e explícitas, no texto bíblico.
• Por exemplo, a descrição das bênçãos em Gênesis 1.28
aparece nos imperativos sede fecundos, multiplicai-vos,
enchei a terra e dominai.
• Esses imperativos foram ordens claras do Criador a Adão e sua
esposa e, por conseguinte, eram leis.
• O relacionamento de Adão com o Criador estava vinculado à
obediência, a qual ele era capaz de exercer e assim cumprir o
papel para o qual fora criado.
• No entanto, o relacionamento de Adão com Deus não se
limitava à obediência.
• A obediência estava associada à manutenção da bênção
pactual.
• A não obediência estava associada à retirada da bênção e à
aplicação da maldição.
• A lei, portanto, tinha uma função orientadora. O ser humano,
desde o princípio, conheceu os propósitos de Deus através da
lei.
• Tendo quebrado a lei, ele tornou-se réu da mesma e recebeu
a clara condenação proclamada pelo Criador: a morte.
• O que acontece com essa lei depois da queda e da
desobediência? Ela tem o mesmo papel? Ela possui diferentes
categorias? Por que Deus continuou a revelar a sua lei ao ser
humano caído?
III. DE QUE LEI ESTAMOS FALANDO?
• A revelação da lei de Deus, como expressão objetiva da sua
vontade, encontra-se registrada nas Escrituras.
• Esse registro, que começou nos tempos de Moisés, fala-nos
da lei que Deus deu a Adão e também aos seus descendentes.
• Essa lei foi revelada ao longo do tempo.
• Dependendo das circunstâncias e da ocasião em que foi dada,
possui diferentes aspectos, qualidades ou áreas sobre as quais
legisla.
• Assim, é importante observar o contexto em que cada lei é
dada, a quem é dada e qual o seu objetivo manifesto.
• Só assim poderemos saber a que estamos nos referindo
quando falamos de Lei.
• A Confissão de Fé, no capítulo 18, divide esses aspectos em lei
moral, civil e cerimonial. Cada uma tem um papel e um tempo
para sua aplicação:
• (a) Lei Civil ou Judicial – representa a legislação dada à
sociedade israelita ou à nação de Israel; por exemplo, define
os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições.
• (b) Lei Religiosa ou Cerimonial – representa a legislação
levítica do Velho Testamento; por exemplo, prescreve os
sacrifícios e todo o simbolismo cerimonial.
• (c) Lei Moral – representa a vontade de Deus para o ser
humano, no que diz respeito ao seu comportamento e aos
seus principais deveres.
IV. OS TRÊS USOS DA LE
Para esclarecer a função da lei de Deus dada por intermédio de
Moisés nas diferentes épocas da revelação, Calvino usou a
seguinte terminologia:
A. O Primeiro Uso da Lei: Usus Theologicus
• É a função da lei que revela e torna ainda maior o pecado
humano.
• Segue o ensino de Paulo em Romanos 3.20 e 5.20: ...visto que
ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em
razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
• Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde
abundou o pecado, superabundou a graça.
• Calvino aponta para esse papel da lei diante da realidade do
homem caído. Sendo o pecado abundante, vivemos no tempo
em que a lei exerce o “ministério da morte” (2 Co 3.7) e, por
conseguinte, “opera a ira” (Rm 4.15).
• Cabe aqui uma nota sobre a terminologia dos reformadores
(especialmente Calvino) a respeito da lei.
• Em alguns casos o termo lei é usado como um sinônimo de
Antigo Testamento, da mesma forma como Evangelho é usado
como um sinônimo de Novo Testamento.
• Em outros contextos o termo lei é usado como uma categoria
especial referente ao seu uso como categoria de comando,
um mandamento direto expressando a vontade absoluta de
Deus sobre alguma coisa, sem promessa.
B. O Segundo Uso da Lei: Usus Civilis
• É a função da lei que restringe o pecado humano, ameaçando
com punição as faltas contra ela mesma.
• É certo que essa função da lei não opera nenhuma mudança
interior no coração humano, fazendo-o justo ou reto ao
obedecê-la.
• A lei opera assim como um freio, refreando “as mãos de uma
ação extrema.
• ”Portanto, pela lei somente o homem não se torna submisso,
mas é coagido pela força da lei que se faz presente na
sociedade comum.
• É exatamente isto que permite aos seres humanos uma
convivência social.
• Assim, a lei exerce o papel de coerção para esses
transgressores e evita que esse tipo de mal se alastre ainda
mais amplamente no seio da sociedade humana.
• Essa ação inibidora da lei cumpre ainda um outro papel
importante no caso dos eleitos não regenerados.
• Ela serve como um aio, um condutor a Cristo, como diz Paulo
em Gálatas 3.24: “...de maneira que a lei nos serviu de aio
para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados
por fé.”
• Dessa forma ela serviu à sociedade judia e serve à sociedade
humana como um todo.
C. O Terceiro Uso da Lei
• Esse uso da lei só é válido para os cristãos — ensina-os, a cada
dia, qual a vontade de Porque esta é a aliança que firmarei
com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na
mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração
lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
• Se a lei de Deus está impressa na mente e escrita no coração
dos crentes, qual a função da lei escrita por Moisés? Ela é
realmente necessária? Não basta um coração convertido,
amoroso e cheio de compaixão para conhecer a vontade de
Deus? A “lei do amor” e a consciência do cristão orientado
pelo Espírito Santo não bastam? Não seria suficiente apenas
termos a paz de Cristo como árbitro de nossos corações? (Cl
3.15).
V. CRISTO E A LEI
• Precisamos entender que Cristo satisfez e cumpriu a lei de
forma plena e completa.
• Ele não veio revogar a lei.
• Façamos uma breve análise de Mateus 5.17-19:
• “...Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim
para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos
digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til
jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois,
que violar um destes mandamentos, posto que dos menores,
e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no
reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar,
esse será considerado grande no reino dos céus...”
Alguns pontos interessantes são demonstrados por Jesus nessa
passagem:
• (a) Ele veio cumprir a lei e não revogá-la.
• (b) A lei seria cumprida totalmente, em todas as suas
exigências e em todas as suas modalidades (moral, cerimonial
e civil) enquanto houvesse sentido em fazê-lo.
• (c) Aquele que viola a lei pode chegar ao Reino dos Céus!
(“aquele que violar...será considerado mínimo no reino dos
céus.”). O sermão do monte é um sermão para crentes e o
texto pode ser entendido dessa forma.
• (d) Aquele que cumpre a lei será considerado grande no Reino
dos Céus.
Como entender essas conclusões de Jesus com respeito a si
mesmo e à Lei?
• (a) Ele veio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas
dimensões: cerimonial, civil e moral. Não houve qualquer
aspecto da lei para o qual Cristo não pudesse atentar e
cumprir. Cristo cumpriu a lei de forma perfeita, sendo
obediente até a própria morte. Ele tomou sobre si a maldição
da lei. Ele se torna o fundamento da justificação para o eleito.
• (b) Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também
interpretou a lei de forma perfeita, permitindo aos que
comprou na cruz, entendê-la de forma mais completa, mais
abrangente.
• (c) Os que nele crêem agora também podem cumprir os
aspectos necessários da lei para uma vida santa.
• No entanto, esses que por ele são salvos não são mais
dependentes da lei para a sua salvação.
• Por isso há uma diferença clara entre os que chegam ao
Reino dos Céus: alguns serão considerados maiores do que
outros.
• (d) Cristo, ao cumprir a lei, ab-roga a maldição da lei, mas não
a sua magisterialidade. A lei continua com o seu papel de
ensinar ao ser humano a vontade de Deus.
• A ab-rogação da maldição da lei é aquilo a que Paulo se refere
em textos como Rm 6.14 e Gl 2.16 — estamos debaixo da
graça! A lei continua no seu papel de nos ensinar, pela obra
do Espírito Santo.
• Não somos mais condenados pela lei nem servos da mesma.
A lei, por expressar a vontade de Deus, se nos torna um
prazer.
• Johnson resume o material sobre Cristo e a lei no pensamento
de Calvino da seguinte forma:
• O ponto principal, claro, é que Cristo cumpriu a lei em todos
os aspectos, seja no vivê-la, no submeter-se à maldição da lei
para satisfazer a sua exigência de punição dos transgressores,
ou restabelecendo sobre outras bases a possibilidade de
cumprir aquilo que a lei requer. Cristo, em outras palavras,
satisfez tudo o que a lei exigiu ou pode vir a exigir da
humanidade. A justificação que estava associada à lei agora
pertence completamente a Cristo.
• Portanto, nossa obediência à lei não acontece e não pode
acontecer sem Cristo. Tentar viver debaixo da lei, sem Cristo, é
submeter-se à escravidão. Porém, obedecer à lei com Cristo é
prazer e vida. Também, nesse sentido, Cristo é o fim da lei!
CONCLUSÃO
• Como fica o aparente paradoxo inicial entre a Lei e Graça?
• Como corrigir essa visão distorcida?
• Mais uma vez creio que a visão correta da Confissão de Fé
pode nos ajudar a entendê-lo:
• Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas
Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte
de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que
lhe pertence, legada neste pacto.
• Este pacto no tempo da lei não foi administrado como no
tempo do Evangelho.
• Sob a lei foi administrado por promessas, profecias,
sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros
tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo,
Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela
operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para
instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por
quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna:
essa dispensação chama-se o Velho Testamento.
• Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância,
as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a
pregação da palavra e a administração dos sacramentos do
batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que
poucas em número e administradas com maior simplicidade e
menor glória externa, o pacto é manifestado com maior
plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações,
aos judeus bem como aos gentios.
• É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de
graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias
dispensações.
• Primeiramente, encontramos tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento, a graça de Deus.
• Ele não reserva a sua graça somente para o período do Novo
Testamento como muitos pensam.
• Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento podemos ver
Deus agindo graciosamente, salvando aqueles que crêem na
promessa do Redentor. Assim Abel, Enoque, Noé, Abraão e
todos os santos do Antigo Testamento foram remidos.
• Nenhum deles foi salvo por obediência à Lei, ainda que o
Senhor requeresse deles, assim como requer de nós, que
sejamos obedientes.
• Em segundo lugar, a lei opera para vida ou morte no pacto das
obras e somente para a morte no pacto da graça.
• No pacto das obras, por mérito, o homem poderia continuar
vivo e merecer a “árvore da vida.”
• Portanto, pela obediência o homem viveria.
• No pacto da graça a lei opera para condenação do homem
caído.
• Porque o homem já está condenado, ele não pode mais
cumprir a lei e ela lhe serve para a morte.
• Por último, o crente se beneficia da lei estando debaixo da
obra redentora de Cristo.
• O mérito de Cristo, sendo obediente à lei até as últimas
conseqüências, compra-nos o benefício da salvação e a graça
de conhecermos a vontade de Deus pela sua lei.
• O único modo de o ser humano ser salvo é submeter-se
totalmente àquele que, por mérito, compra-lhe a salvação.
Ainda aqui o homem é beneficiado pela Lei.
• Cristo a cumpre e declara justificado aquele por quem ele
morre.

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Justificação pela Fé

  • 2. Compreender a importância da justificação pela fé Entrar no Reino de Deus é ter a vida eterna
  • 3. I – OS BENS DA RIQUEZA • 1 – Paz com Deus • 2 – Acesso e firmeza na graça • 3 – Esperança da glória de Deus • 4 – experimentar aflições • 5 – Posse do amor • 6 - Salvação da ira vindoura • 7 - Reconciliação com Deus II – A FONTE DA RIQUEZA • 1 – O contraste entre a transgressão de Adão E o dom gratuito de Cristo • 2 – O contraste entre as consequências do pecado de adão e as consequências da obediência de Cristo • 3 – O contraste entre o reino da morte e o reino da vida • 4 – O contraste entre o pecado único de Adão E o ato único de justiça de Cristo • 5 – O contraste entre a Lei e a Graça DIVISÃO DA LIÇÃO
  • 4. Segunda-Feira:.......................................................................Isaías 55 Terça-Feira:............................................................2 Coríntios 5:11-21 Quarta-Feira............................................................Hebreus 10:19-39 Quinta-Feira.....................................................................Tiago 1:1-18 Sexta-Feira:..........................................................Colossenses 1:12-23 Sábado:................................................................1 Coríntios 15:21-58 Domingo:.....................................................................Hebreus 2:1-18
  • 5. TEXTO BÁSICO Romanos – Capítulo 5 1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; 4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.
  • 6. • 5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. • 6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. • 7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. • 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. • 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
  • 7. • 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; • 11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação. • 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. • 13 Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.
  • 8. • 14 Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. • 15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. • 16 O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação.
  • 9. • 17 Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. • 18 Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. • 19 Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.
  • 10. • 20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, • 21 a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.
  • 11. INTRODUÇÃO • John Macarthur afirma que não há doutrina mais importante para a teologia cristã do que a doutrina da justificação pela fé somente - o princípio sola fide da Reforma. • Lutero disse que a doutrina da justificação pela fé é o artigo pelo qual a igreja permanece ou cai. Calvino salienta que a doutrina da justificação é o eixo ao redor do qual a igreja gira. Antony Hoekema enfatiza que se a igreja estiver errada nessa doutrina, estará igualmente errada nas demais.
  • 12. I – OS BENS DA RIQUEZA 1 – Paz com Deus 2 – Acesso e firmeza na graça 3 – Esperança da glória de Deus 4 – experimentar aflições 5 – Posse do amor 6 - Salvação da ira vindoura 7 - Reconciliação com Deus
  • 13. • Paz com Deus! – D. M. Lloyd- Jones • Há no homem um fator chamado consciência. Ah, quantos não há que gostariam que não houvesse consciência! Contudo eles a têm, e ela vai lhes falando e os vai segurando; é uma influência em sua vida. Que é ela? 1 – Paz com Deus
  • 14. • Que é ela? • É a lembrança, a reminiscência da sua retidão original. No fundo do coração o homem sabe que foi feito para algo melhor. • Ele tem senso de justiça, do certo e do errado, do bem e do mal…., a natureza humana decaída, a cobiça, a paixão, o desejo, o ciúme, a inveja, todas estas coisas feias e horríveis. • O apóstolo fala disso uma vez por todas no capítulo sete de Romanos: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
  • 15. • ” As duas são antagônicas, e o resultado é que o homem fica inquieto e como as ondas do mar, do mar inquieto, que não tem descanso. • E então, ocasionalmente, vem os temporais. • Refiro-me a alguma furiosa investida do diabo! • Há sempre um ligeiro movimento no ar, todavia nem sempre dizemos que é uma ventania. • Quando o movimento aumenta, torna-se ventania, vendaval.
  • 16. • O diabo e as suas forças parecem incontroláveis, e as nossas vidas ficam tão turbulentas e agitadas como o mar na mais violenta tempestade não é só isso – as circunstâncias também! Vem as guerras, vem a enfermidade, um ente querido cai doente, algo vai mal, e toda a nossa vida se transtorna. • Não sabemos onde estamos; abalam-se as nossas bases, como dizemos. • Tudo vai rolando para lá e para cá, como o mar. • Vocês veem como a descrição é perfeita. • Esse homem que não tem relação com Deus, o homem resultante da queda. • Não tem paz, vive inquieto.
  • 17. • O mundo está emocionalmente agitado, e está procurando agitar-se mais ainda. • Tem que receber estímulo na forma de bebidas ou de diversão. • Tem que ter algo que mantenha a coisa andando. • É tudo expressão dessa inquietude fundamental, desse desassossego, dessa falta de paz, dessa falta de tranquilidade mental. • O homem em pecado não conhece a paz mental, não conhece a paz de coração.
  • 18. • É instável, diz Tiago, como as ondas do mar. • Tem mentalidade dupla…, sua vida e seus caminhos são de fato como as inquietas ondas do mar. • Sem nada que o satisfaça. • Cristo, e somente Cristo oferece e é capaz de dar esta paz a todos os que veem a necessidade dela.
  • 19. • Paulo nos instrui a “vestirmos toda a armadura de Deus”, de forma que devemos tomar cada peça da armadura que Deus nos deu, e não negligenciar nenhuma. • Tendo feito isto, devemos estar preparados para “ficarmos firmes contra as ciladas do diabo”. • Então, o verso 12 diz, “a nossa luta não é contra carne e sangue”, mas “ contra as forças espirituais do mal”. • Devemos reconhecer a realidade dos poderes demoníacos, que os espíritos do mal são reais. 2 – Acesso e firmeza na graça
  • 20. • Debaixo da vontade soberana de Deus, estes seres exercem poderes enganadores para cegar as pessoas da verdade da palavra de Deus. • É através da graça soberana de Deus que somos iluminados com respeito à verdade e capacitados a assentir a ela. • Paulo explica, “Ninguém pode dizer: 'Jesus é Senhor', a não ser pelo Espírito Santo” (1 Corinthians 12:3). • Deus remove nossa cegueira espiritual e transmite suas verdades às nossas mentes através da Escritura.
  • 21. • Jesus ora, “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17). • Não somente nossa iluminação inicial com respeito às coisas de Deus vem da Escritura, mas todo o nosso crescimento espiritual subsequente vem também através da Escritura, e esta é a base de nossa santificação progressiva. • Em conexão com isto, Paulo escreve, “transformem-se pela renovação da sua mente” (Romanos 12:2). • Nós somos “renovados em conhecimento” (Colossenses 3:10) –– não por experiências místicas, nem mesmo primordialmente pela oração.
  • 22. • Paulo continua no verso 13, “Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir quando o dia do mau chegar e permanecer firmes, depois de terem feito tudo”. • Não somente a armadura de Deus nos protege das “ciladas do diabo”, mas também nos capacita a ficarmos firmes “quando o dia do mau chegar”. • Isto é, quando cada peça da armadura que Deus nos providenciou está intacta, então podemos enfrentar o inimigo no combate corpo-a-corpo com confiança.
  • 23. • A Bíblia diz que alguns “foram cortados devido à incredulidade”, mas nós “permanecemos pela fé” (Romanos 11:20). • É “pela fé” que somos capazes de “permanecermos firmes” (2 Coríntios 1:24). • O caminho do cristão, desde o início, é um caminho de fé. • Nós somos “justificados pela fé”, e, portanto, “temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes” (Romanos 5:1-2). • Nós fomos justificados por Deus pela fé.
  • 24. • Mas nossa fé não termina aqui, e Paulo diz que seríamos tolos em pensar de outra maneira: “Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?...Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza essas coisas pela prática da Lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?” (Gálatas 3:3,5). • Não somente fomos justificados pela fé, mas através da fé –– uma fé que Deus soberanamente nos deu – o poder de Deus continua a operar em nossas vidas.
  • 25. • Proclamação de Calvino da Glória de Deus 3 – Esperança da glória de Deus • Em paralelo com a glória prazo, Calvino usa termos como esplendor, brilho, fama, prazer, exaltação, paz, felicidade e beleza. • Segundo a Calvin glória de Deus tem três dimensões.
  • 26. 1. "A glória celestial de Deus" • Calvin (Institutos IV.5.17) escreve que a morada de Deus no "céu" deve ser entendida como "que ele não se limita a nenhuma região, mas difundida sobre todo o espaço. Mas, como nossas mentes brutas são incapazes de conceber a sua glória inefável, que é designada para nós pelo céu “ (III.20.40). • Esta glória é parte da própria essência de Deus: Deus é glorioso. • A presença do céu depende da presença do nosso Deus glorioso. • Na sua ausência, o "céu é remota". • Quando a sua glória brilha, tudo é celestial.
  • 27. • Deus em sua glória não deve ser colocado em um outro mundo além do que é visível. • Pelo contrário, estamos constantemente rodeados por uma riqueza de ponteiros visíveis para a glória de Deus. • "Onde quer que você gira seus olhos, não há nenhuma parte do mundo, como nunca minutos, que não apresentam pelo menos algumas centelhas de beleza" (I.5.1). • Deus o criador procura mostrar a sua glória ", como em um espelho", traduzido, nomeadamente, Seres humanos criados à imagem de Deus (II.12.6). • Mas mesmo que a glória de Deus brilha através de sinais externos para trás, ele ainda deve ser compreendido espiritualmente (I.51.3).
  • 28. • Para o momento, podemos perceber a glória de Deus Pai, apenas indiretamente. • Para ser mais preciso, poderíamos fazê-lo, mas na verdade não como o resultado do pecado humano. • "Eve-rything (tudo) que é glorioso, devem ser submetidos ao Senhor" (IV.5.17). • Mas se pararmos no esplendor das coisas terrenas, então "o mundo, que foi criado como o espelho de Deus, deve ser o seu próprio criador". • Isto significa então que "a natureza é Deus" (I.5.5) e que "enquanto os olhos do mundo parece grande para os nossos olhos, que cega nossos olhos para que a glória de Deus é fechado como em trevas" (em Tito 2,13 ; CO 52,424).
  • 29. • 2. A glória do mediador • O mediador entre Deus e os seres humanos é o nosso "Deus da glória inefável" (Institutas), e não Deus, o Pai, mas um seu Filho. • Sua divindade é caracterizada por sua glória. • Nele, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a glória de Deus é tornar-se visível para os seres humanos que estão cegos por seus pecados. • "Se você ouvir que o Filho de Deus é o esplendor da glória de seu Pai, lembre-se que a glória do Pai é invisível para você un- til it brilha em Cristo ... Pois, embora Deus é a única luz que deve iluminar todos nós, só neste esplendor ele pode chegar até nós "(em Heb.1.3; CO.55.12).
  • 30. • Nós vamos encontrar a glória de Deus revelado um ser profundamente alarmante ", até que Cristo interpõe, e converte um trono de glória terrível em um trono de graça" (Institutas III.20.17). • A graça de Deus e da glória de Deus são entrelaçadas. "A glória prazo ... denota que brilha na bondade de Deus. • Pois nada é mais essencial para ele em seu testamento para glorificar a si mesmo do que a sua bondade "(em Ef. 1,11; CO 51,152). • Ele mostra seu poder na sua mais gloriosa quando ele vem para nos ajudar na nossa fraqueza "(em Col.1.11; CO 52,82).
  • 31. • Mas nós realmente ver a glória de Deus, uma vez que se tornou visível desta forma? • Calvino responde que os seres humanos "pode perceber em Cristo a glória que ... era a certeza de testemunho de sua divindade". • Mas "apesar da glória de Cristo poderia ter se tornado visível a todos, permaneceu desconhecido para a maioria por causa de sua cegueira. Somente os poucos cujos olhos foram abertos pelo Espírito Santo que contemplamos a manifestação da sua glória “ (Jo 1,14; CO 47, 15). • A revelação de Deus em Cristo não se torne uma revelação de que qualquer um pode compartilhar polegadas É só no Espírito Santo que estamos abertos para a glória de Deus em Jesus Cristo, mas de tal maneira que nós percebemos isso na promessa revelação de seu futuro.
  • 32. • E assim: "Onde quer que esta fé viva existir, ele deve ter a esperança da vida eterna como seu companheiro inseparável" (Institutas III.2.42). • Mais uma vez, a esperança não pode ser separada da fé. Para "Cristo [é] a esperança da glória" (no Col.1.27; CO 52,97). "O esplendor da glória futura que Deus quer para nós chega até nós através do evangelho" (Rom. 5,2; CO 49.89f.). Isso significa que: • (1) o evangelho de Jesus Cristo nos dá esperança de glória futura; • (2) a glória já começa a aparecer para nós no evangelho, e que • (3) a glória que nos traz alegria, porque revela a graça de Deus lhe concedeu em Cristo.
  • 33. • 3. A glória dos filhos de Deus • Na esperada revelação da glória de Deus, ele vai "brilhar para todos os lados, de modo que ele vai permitir que todos os seus eleitos a participar dele" (Tt 2,13; CO 52,424). • Este é, então, concedida a nós somente pela graça (Institutas III.21.7). • "É um ato maravilhoso de Deus que habita a esperança da glória celeste em vasos de barro e frágil" (em Col.1.27; CO 52,97). • "Embora nossa salvação tem sido envolta em esperança com respeito a nós mesmos, nós já de posses abençoado imortalidade e glória em Cristo" (em Ef. 2,6; CO 49.89f.)
  • 34. • E "apesar de estarmos ... disse que o reino de Deus será cheio de glória ..., mas as coisas que queria dizer com estas palavras permanecem ... como ele estava envolvido em enigma, até que chega o dia em que ele irá manifestar a sua glória para nós face a face "(Institutos III.25.10). • Abordaremos nesse dia "anseio pela glória de Deus" (sobre Matt. 6,13; CO 45,203). • Até então, nós continuamos a viver em aflição. • Só então "o Senhor vai trazer o seu próprio ... de ignomínia para a glória" (Institutas III 8,4). • Entretanto, não devemos nos deixar ser enganados, mas para colocar eve-rything (tudo) para trás para seguir a Deus e só a sua vontade.
  • 35. • E depois? "Em sua aparição de Cristo será afastar o fumo do mundo, para que ele não obscurece o esplendor da sua glória" (em Tito 2,13; CO 52,141). • Então, o nosso louvor a Deus ressoam, o elogio "de sua gloriosa graça" (em Ef. 1,5; CO 51,149). "Vamos receber a glória de Deus no seu mais elevado quando não estamos mais qualquer coisa que não sejam os vasos de sua misericórdia" (em Ef. 1,11; CO 51,152). • Uma vez lá, Deus vai estar no centro das coisas, mas não sozinho, sem as suas criaturas. Ele vai recebê-los e atraí-los para onde eles vão se alcançar a paz e tranquilidade. • "As almas dos justos, depois da sua guerra está terminada, obtenha abençoado descanso na alegria, onde eles esperam para a fruição da glória prometida" (Institutas III 25,6).
  • 36. • Joel Beeke • "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". (Romanos 8:28) • Em Romanos 8:28 Paulo expõe uma profunda e consoladora verdade para o crente genuíno, "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". 4 – experimentar aflições
  • 37. • A vida do cristão assemelha-se ao mecanismo de um relógio. O que você vê ao abrir um relógio? • Vê que certas engrenagens que giram em sentido anti-horário estão atreladas a outras que trabalham no sentido horário. • A sua primeira impressão pode ser de que o mestre relojoeiro está louco ou confuso. • Pelo contrário, ele arrumou de tal forma o mecanismo desse relógio e colocou uma mola mestra para controlar todas as suas engrenagens, que quando recebe corda, embora uma engrenagem gire no sentido horário e outra no sentido anti- horário, todas trabalham juntas para mover os ponteiros em torno do mostrador precisamente na velocidade certa.
  • 38. • Paulo não faz qualquer exceção a essa promessa. Ele diz "todas as coisas isso inclui todas as coisas boas e todas as coisas ruins cooperam para o bem". • As melhores coisas incluindo os atributos e as obras de Deus, as promessas e providências do Pai, a obra e a pessoa do Filho, a graça e a obra do Espírito, o eterno pacto da graça com todos os benefícios da salvação que o acompanham, e as divinas ordenanças, como a Palavra, os sacramentos, a oração e a comunhão dos santos todas cooperam para o seu bem verdadeiro se você é um daqueles que verdadeiramente amam ao Deus das Escrituras. • Até mesmo as piores coisas incluindo o afastamento de Deus, o pecado, satanás, enfermidades, tentações, aflições, perseguições, cooperam para o seu bem e para a glória de Deus. (É DIFÍCIL ENTENDER ISSO?)
  • 39. • Sem dúvida alguns de nós dirão, "é fácil compreender que as coisas boas cooperam para o bem, e eu sei que as coisa ruins devem cooperar para o bem estar espiritual do povo de Deus, mas como a aflição, o afastamento de Deus, e até mesmo o pecado podem cooperar para o meu bem, isso eu não consigo compreender!
  • 40. • Ninguém naturalmente gosta da aflição. • Aflições podem ser muito pesadas e difíceis de suportar. • "Se o pecado é a cabeça da serpente," escreveu Ralph Erskine, "a aflição é a sua cauda". • E mais, caro irmão, não é certo que a aflição também serve como um remédio para você nas mãos do seu grande Médico, Jesus Cristo? • Vejamos resumidamente nove maneiras diferentes as quais nas mãos d’Ele as suas aflições cooperam para o seu bem estar espiritual e eterna saúde.
  • 41. Primeiro: • O Senhor, através da aflição, não o humilha profundamente, mostrando quem você é e o que existe dentro de você nada além de pecado e corrupção, a parte da graça divina? • Não lhe ensina o Senhor através da aflição a mesma verdade que Ele ensinou a Israel em Deuteronômio 8: • "que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões, e de secura, em que não havia água... que no deserto te sustentou com maná..., para te humilhar, e para te provar, e afinal te fazer bem" (Dt 8:15,16)?
  • 42. • A aflição não só faz o verdadeiro crente se humilhar diante de Deus, mas o conserva humilde. • A aflição faz secar o reservatório do combustível que alimenta o seu orgulho. • Um crente aflito é semelhante uma árvore carregada de frutos; a árvore que mais se dobra ao chão é frequentemente a que está mais cheia de frutos. • Se Deus utilizar a aflição para humilhá-lo perante Ele, não estará a sua aflição cooperando para o bem?
  • 43. Segundo: • Através da aflição o povo de Deus aprende o que é o pecado na sua desonrosa, corrompida e maldita natureza. Através da aflição eles aprendem que, como foi apropriadamente dito, "o pecado tem o diabo por pai, a vergonha por companheira, e a morte por seu salário". Eles aprendem pela aflição que o pecado na verdade é um ataque ao coração, ao ser, e aos atributos de Deus. • Como escreveu John Bunnyan, "o pecado é uma afronta a justiça de Deus, uma violência contra a sua misericórdia, é escarnecer da Sua paciência, é menosprezar o Seu poder, e desrespeitar o Seu amor". Eles aprendem através da aflição que o pecado é tanto a força da sua morte, como a morte da sua força.
  • 44. Terceiro • O Espírito Santo usa a aflição como um remédio para acabar com a enfermidade mortal do pecado nos filhos de Deus, fazendo-os produzir frutos saudáveis e piedosos. • Quando o pecado faz o crente se desviar do seu Salvador, o Senhor Jesus, como um Bom Pastor, usa a vara da aflição para aprumá-lo novamente. • A aflição é o cão do Pastor, enviado não para devorar as ovelhas, mas para trazê-la de volta ao aprisco. • A aflição trata do pecado. • "Antes de ser afligido andava errado"; confessa Davi, "mas agora guardo a tua palavra" (Sl 119:67).
  • 45. • À medida que lê um trecho de O Trato do Pai, do puritano John Flavel, Paul Washer nos leva a contemplar as maravilhas do amor de Cristo por Suas ovelhas: este soberano amor que O levou a oferecer a Si mesmo por todos os nossos pecados, de modo que nós não tenhamos mais que lidar com eles diante do trono de Deus. 5 – Posse do amor
  • 46. Romanos 5: 3 – 5 • Uma vez que a questão do pecado já está resolvida, conforme as exigências da justiça divina, o santo amor de Deus está livre para se manifestar na benção aos Seus escolhidos. • Assim, tendo reconhecido a Deus como o Deus de todo o poder e estando agora certos também de Seu amor, caminhamos no mundo como conhecidos e amados de Deus. • O gozo do Seu amor transforma para nós o caráter de tudo, de maneira que, se Ele nos deixar passar por tribulações, não iremos desesperar, porque, ainda que a Sua mão nos pareça pesada, conhecemos o amor que move essa mão. • Desse modo, confiados nesse amor, nos gloriamos nas tribulações e por meio delas alcançamos a paciência.
  • 47. Romanos 5: 5 – 9 • Nesses versículos, vemos claramente que nada de bom havia em nós para que Deus nos amasse, porém Deus é amor e, em Sua infinita sabedoria, por meio da morte nos recomendou esse amor, sendo nós ainda “fracos” e “ímpios”(v.6), “pecadores”(v.8) e “inimigos”(v.10). • Na morte de Cristo, vemos plenamente satisfeita as exigências do trono de Deus e ao mesmo tempo manifestada toda a grandeza do amor do coração de Deus.
  • 48. • Agora que somos amados por Deus e que O amamos, temos um Salvador vivo, Jesus Cristo, o Filho de Deus, para nos conduzir e guiar até ao momento de entrarmos na glória que com tanto prazer esperamos. • E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. • Feliz o coração que se gloria em Deus, gloriando se não nas bênçãos, por mais ricas que sejam, e sim Abençoador, em Deus manifestado em Cristo, manifestado em sabedoria, justiça, poder e amor. • A alma do crente espera tudo de Deus e tudo acha em Deus. Deus é tudo para ela.
  • 49. • "Você está salvo?" • "Salvo do quê?“ • questão sobre estar salvo é a suprema questão da Bíblia. • O tema principal das Sagradas Escrituras é a salvação. • Jesus, quando foi concebido no ventre de Maria, foi anunciado como o Salvador. • Salvador e salvação caminham junto. • O papel do Salvador é salvar. 6 - Salvação da ira vindoura
  • 50. • Salvar de quê? • O significado bíblico de salvação é amplo e variado. • Em sua forma mais simples, o verbo salvar significa "ser resgatado de uma situação perigosa ou ameaçadora". • Quando Israel escapava das derrotas nas mãos de seus inimigos em batalhas, dizia-se que fora salvo. • Quando as pessoas se recuperam de uma enfermidade grave, experimentam salvação. • Quando a colheita é poupada das pragas e das secas, o resultados se chama salvação.
  • 51. • Usamos a palavra salvação de maneira semelhante. Dizendo que um boxeador foi "salvo pelo gongo" se o assalto termina antes que o juiz possa fazer a contagem que determina o nocaute. • Salvação significa ser resgatado de alguma calamidade. • Entretanto, a Bíblia também usa o termo salvação num sentido específico para referir-se à nossa redenção suprema do pecado e à nossa reconciliação com Deus. • Neste sentido, somos salvos da pior de todas as calamidades - o juízo de Deus. • A salvação suprema é concretizada por Cristo, o qual "nos livra da ira vindoura" (1 Ts 1.10).
  • 52. • A Bíblia anuncia claramente que haverá um dia de julgamento quando todos os seres humanos prestarão contas diante do tribunal de Deus. • Para muitos, este "dia do Senhor" será um dia de trevas, sem luz alguma. • Será o dia quando Deus derramará sua irá sobre o ímpio e impenitente. • Será o holocausto supremo, a hora mais triste, a pior calamidade da história da humanidade. • Salvação suprema significa ser poupado da ira divina que certamente virá sobre o mundo. • Esta é a operação que Cristo realiza por seu povo como seu Salvador.
  • 53. • A Bíblia usa o termo salvação não só em muitos sentidos, mas também em muitos tempos verbais. • O verbo salvar aparece em praticamente todos os tempos verbais possíveis da língua grega. • Existe um sentido no qual nós fomos salvos (desde a fundação do mundo); estávamos sendo salvo (pela obra de Deus na História); somos salvos (por estarmos num estado justificado); estamos sendo salvos (sendo santificados ou sendo feitos santos); e seremos salvos (experiência da consumação da nossa redenção no céu). • A Bíblia fala da salvação em termos de passado, presente e futuro.
  • 54. • Às vezes relacionamos a salvação presente em termos de justificação, a qual é presente. • Outras vezes vemos a justificação como um passo específico na ordem total ou plano da salvação. • Finalmente, é importante notar outro aspecto central no conceito bíblico de salvação. • A salvação procede do Senhor. Salvação não é um empreendimento humano. • Os seres humanos não podem salvar a si próprios. • A salvação é uma obra divina; é concretizada e aplicada por Deus. • A salvação pertence ao Senhor e provém do Senhor. • É o Senhor quem nos salva da ira do Senhor.
  • 55. • A doutrina da Reconciliação é, certamente, uma das mais doces nas Escrituras. • Nela encontramos a manifestação do amor de Deus em Cristo Jesus, fazendo a paz e removendo a inimizade que causava separação entre Ele e o pecador. 7 - Reconciliação com Deus
  • 56. • Crer na doutrina da reconciliação é descansar na maneira graciosa como Deus trata aqueles que foram comprados na cruz do calvário.
  • 57. 1 - O USO DO TERMO NO NOVO TESTAMENTO • Nas ocorrências do termo katallasso no NT encontramos o registro, nos textos pertinentes, das seguintes variações – katallaghn, katallagh e katallaghv. • Segundo Berkhof os principais termos para reconciliação no Novo Testamento são “katalasso e katalage significam ‘reconciliar’ e ‘reconciliação’. • (…) O ofensor reconcilia, não a si próprio, mas a pessoa ofendida.” • (katallaghn, cf. ocorrência em Rm. 5.11).
  • 58. • O termo, no seu uso mais comum, discute a reconciliação no âmbito dos relacionamentos conjugais. • E, conforme as anotações do Theological Dictionary of the New Testament a idéia no texto de 1ª Co. 7.11 não é de que necessariamente a esposa que busca a reconciliação tenha alguma culpa, mas está ativamente interessada em buscá- la. • Já nas ocorrências mais específicas que norteiam a relação Deus-Homem, apenas o apóstolo Paulo faz uso do termo com as variações supracitadas. • Mas a idéia não é a de que Deus é reconciliado ou reconcilia a si mesmo, mas a de que Ele próprio proporciona a reconciliação do homem consigo mesmo, bem como do mundo. • Para corroborar com este pensamento devemos lembrar o caráter imutável de Deus.
  • 59. 2 - A IDÉIA DA RECONCILIÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO • A estrutura do culto do Antigo Testamento já trazia consigo o conceito de reconciliação. • Ao falar sobre o tema Calvino diz: • Ora, visto que o uso da lei foi múltiplo, como se verá melhor no devido lugar, na verdade foi especialmente outorgada a Moisés e a todos os profetas a incumbência de ensinar o modo de reconciliação entre Deus e os homens, donde também Paulo chama Cristo o fim da lei (Rm 10.4).[4]
  • 60. • Todos os elementos apontavam para Cristo e para a sua obra. Mais especificamente no propiciatório já encontramos referências à idéia da doutrina bíblica da reconciliação. • Na estrutura religiosa do AT encontramos o Tabernáculo como uma espécie de morada provisória do Senhor no meio de Israel. • Lá, além do lugar santo encontrávamos também o Santo dos Santos, onde o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para fazer a expiação do pecado do povo. • Ali estava a Arca da aliança e sobre ela uma “tampa” chamada de “Propiciatório”; Ao borrifar o sangue sobre o propiciatório a ira de Deus era aplacada e o resultado era o perdão do pecado e a restauração da comunhão do pecador à comunhão com Deus.
  • 61. • Devemos lembrar que objetivamente isto acontece na cruz, quando o Cordeiro de Deus é imolado para que fossemos reconciliados com ele. Uma obra especial e cara, como declara Baillie, que diz: “Nossa reconciliação é infinitamente cara a Ele, não no sentido de que foi difícil para ele nos perdoar, (…) É sua natureza amar e perdoar.”. • Todo esse rito cerimonial do culto veterotestamentário apontava para a reconciliação que encontramos em Cristo Jesus. Quando o Messias veio ele se tornou a nossa propiciação, como se observa na declaração de Paulo: “Romanos 3:25 – “...a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;...”
  • 62. 3 - A NATUREZA DA RECONCILIAÇÃO • Stott diz que reconciliação tem a ver com a nossa inimizade contra Deus e a nossa alienação dele. Assim, a reconciliação, propriamente dita, é a remoção desta alienação proporcionando uma relação harmoniosa e pacífica com Deus. • Esta idéia fica mais clara quando percebemos, por exemplo, a argumentação de John Murray, que expande a idéia. Ao comentar o texto de Romanos 5.11, uma das referências bíblicas centrais acerca da doutrina da reconciliação, ele afirma que na reconciliação o que se destaca não é a remoção da nossa inimizade contra Deus, pelo contrário, o verso supracitado salienta o fato de que Deus removeu de nós a alienação que havia da parte dEle para conosco.
  • 63. • Sttot também observa que esta reconciliação, ou a remoção da base da alienação, tem a ver com a não imputação das nossas transgressões. • Ele diz “De modo que em sua misericórdia Deus recusou-se a levar em conta contra nós os nossos pecados ou exigir que sofrêssemos a penalidade deles...”. • Contudo, vale ressaltar que esses pecados foram imputados à Cristo. • Portanto, cremos que somos plenamente reconciliados com Deus e aceitos por ele, porque nossos pecados foram imputados a Cristo e Sua justiça nos foi imputada.
  • 64. 3.1 - A RECONCILIAÇÃO OBJETIVA E SUBJETIVA • Tal qual na doutrina da justificação, também podemos pensar em termos de reconciliação objetiva e reconciliação subjetiva. RECONCILIAÇÃO OBJETIVA • Ao falar sobre a expiação objetiva, Berkhof diz: • Que dizer que a expiação influi primordialmente na pessoa por quem é feita. • Se um homem age mal e presta satisfação do mal que praticou, esta satisfação visa a influir na pessoa que praticou o mal, e não na parte ofendida. • No caso em foco, significa que a expiação foi destinada a propiciar a Deus e reconciliá-lo com o pecador.
  • 65. • Certamente, quando falamos em termos de uma reconciliação objetiva devemos lembrar das palavras do apóstolo Paulo em 2ª Coríntios que diz que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. • Assim, na reconciliação objetiva devemos considerar dois fatores: Primeiramente, Deus, na qualidade de ofendido é o agente que remove a base da alienação tornando-se, em Cristo, favorável ao homem. • E em segundo lugar, ele faz isto na cruz, como uma obra terminada, portanto, realizada de uma vez por todas. • Esta reconciliação objetiva é a base da reconciliação subjetiva
  • 66. RECONCILIAÇÃO SUBJETIVA • Já no seu aspecto subjetivo a reconciliação se relaciona com a posse e o gozo desta condição de reconciliação. Esta condição está intimamente relacionada ao ministério da reconciliação que foi confiado à Igreja. • Quando anunciamos o evangelho proclamamos a mensagem da reconciliação convidando o pecador para este relacionamento com o Senhor. Stott ainda vê outros aspectos envolvidos nesta reconciliação subjetiva que ele chama de plano horizontal da reconciliação. • Neste plano horizontal vemos a reconciliação como um aspecto motivador da nova relação na comunidade cristã, formada por judeus e gentios, senhores e escravos e etc.
  • 67. • Há outros estudiosos que trabalham esse conceito de revelação objetiva e subjetiva em termos de ação e resultados. • Ivan Ross diz: “A reconciliação como ação seria a remoção da base da alienação de Deus e a reconciliação como resultado seria a relação harmoniosa e pacífica estabelecida em virtude da base da alienação de Deus para conosco ter sido removida.” • Uma forma diferente de trabalhar os conceitos de objetiva e subjetiva.
  • 68. II – A FONTE DA RIQUEZA • 1 – O contraste entre a transgressão de Adão e o dom gratuito de Cristo • 2 – O contraste entre as consequências do pecado de adão e as consequências da obediência de Cristo • 3 – O contraste entre o reino da morte e o reino da vida • 4 – O contraste entre o pecado único de Adão e o ato único de justiça de Cristo • 5 – O contraste entre a Lei e a Graça
  • 69. William Hendriksen • Romanos 5:15-17 “...Mas o dom gratuito não é como a transgressão. Pois se, em virtude da transgressão de um só, muitos morreram, muito mais a graça de Deus, e o dom que veio pela graça deste único homem, Jesus Cristo, transbordou para muitos! Além disso, o dom [de Deus] não é como [o resultado] do pecado de um só homem. Pois o juízo procedeu de um só pecado e trouxe condenação, mas o dom gratuito procedeu de muitas transgressões e trouxe justificação. Pois se pela transgressão de um só, reinou a morte através dele, muito mais aqueles que receberem a transbordante plenitude da graça e o dom da justiça reinam em vida através de um só, Jesus Cristo...” 1 – O contraste entre a transgressão de Adão e o dom gratuito de Cristo
  • 70. • Nestes versículos Paulo mostra que o paralelo Adão-Cristo é principalmente o de contraste, no sentido em que a influência de Cristo para o bem excede muito à eficiência de Adão para o mal: o dom gratuito é “não como a transgressão”, ou seja, é muito mais eficaz do que a transgressão. a. O apóstolo usa a palavra muitos num duplo sentido. • Em seu primeiro uso (“muitos morreram”), indica todos os descendentes físicos de Adão. • No final do mesmo versículo (“transbordou para muitos”), indica todos aqueles que pertencem a Cristo. Isso nos lembra Isaías 53.11, 12; Mateus 20.28; Marcos 10.45.
  • 71. b. O versículo 12 já mostrou que Adão foi responsável por introduzir dois males no mundo: pecado e morte. • O apóstolo trata de ambos sucessivamente: do pecado ou transgressão de Adão (vv. 15, 16), da morte (v. 17). • Ele os concebe como sendo intimamente relacionados, e por isso às vezes menciona ambos de um só fôlego. • É compreensível que Paulo possa dizer que, em virtude da transgressão de Adão, muitos morreram. • Esses muitos são os designados em 5.12 como “toda a humanidade” (literalmente, todos os seres humanos, todo mundo). Cf. 1 Coríntios 15.22. • Mas, em conexão com a obra de Deus em Cristo, para os filhos de Deus este mal foi mais que cancelado.
  • 72. • Além disso, no caso de Adão, um único pecado foi envolvido, pecado esse que resultou em condenação. • Cristo, porém, por sua obra de redenção, fez provisão para o perdão não só daquele único pecado, mas também de todos aqueles que procederam dele. • Seu sacrifício foi suficiente para todos eles, e de fato foi eficaz para todos os pecados cometidos por aqueles que, pela graça soberana, depositaram nele sua confiança. • Para eles, a condenação foi substituída pela justificação. Veja sobre em Romanos 1.17; 3.24; 5.1. • Paulo agora se volve mais especialmente para o tema da morte. Desta vez, depois de reiterar que a morte resultou da transgressão de um só, Adão, ele menciona o reinado da morte, a poderosa e destrutiva influência que ela exerce sobre as atividades dos seres humanos.
  • 73. • Ao avaliar o apóstolo as dificuldades que tinham de ser esclarecidas antes que pudesse completar o pensamento começado no versículo 12, ele então, fazendo uso de uma fraseologia um tanto variada, no versículo 18a apresenta a lista do primeiro versículo – de modo que, essencialmente, o versículo 18a equivale ao versículo 12, e então, no versículo 12b ele leva este pensamento a uma conclusão. • Num vocabulário um pouco diferente, o pensamento inteiro é reiterado no versículo 19.
  • 74. • 18, 19. Consequentemente, como uma só transgressão resultou em condenação para todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou, para todos os homens, em justificação que traz vida. • Pois assim como através da desobediência de um só muitos se tornaram pecadores, assim também através da obediência de um só muitos se tornarão justos. • Como o termo “Consequentemente” indica, Paulo não só está voltando ao pensamento expresso no versículo 12; ele está sumariando o argumento do parágrafo inteiro (vv. 12-17).
  • 75. • Podemos entender que uma transgressão resultou em condenação para todos os homens, mas o que o apóstolo tem em mente quando declara que também, para todos os homens, um só ato de justiça resultou em justificação que comunica vida? • Se no primeiro caso “todos os homens” significa absolutamente todo mundo, a lógica não demanda que no segundo caso de seu uso a expressão tenha o mesmo significado? Eis a resposta: • a. O apóstolo já esclareceu bem em passagens anteriores que a salvação é para os crentes, tão-somente para eles (1.16, 17; 3.21-25 etc.).
  • 76. • b. Ele já enfatizou isso também neste mesmo texto: somente aqueles que “recebem a transbordante plenitude da graça e do dom da justiça” reinarão em vida (v. 17). • c. Numa passagem que é similar a 5.18, e que já se fez referência anteriormente, o próprio apóstolo explica o que ele tem mente por “todos” ou “todos os homens” que deverão ser salvos e participarão da gloriosa salvação. Essa passagem é: • “Pois como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um em seu próprio turno: Cristo, as primícias; depois aqueles que são de Cristo, em sua vinda” (1Co 15.22, 23).
  • 77. • Mas ainda que esta resposta prove que quando Paulo aqui usa a expressão “todos” ou “todos os homens”, em conexão com aqueles que são ou serão salvos, este “todos” ou “todos os homens” não deve ser interpretado no sentido absoluto ou ilimitado, isso ainda deixa outra pergunta sem resposta, a saber: “Por que Paulo usa esta forte expressão?” Para responder a esta pergunta, é preciso que alguém leia cuidadosamente toda a epístola. • Então se fará claro que, entre outras coisas, Paulo está combatendo a tendência sempre presente dos judeus em se considerarem como sendo melhores que os gentios. Em oposição a essa atitude errônea e pecaminosa, ele enfatiza que, no que diz respeito à salvação, não há diferença entre judeu e gentio.
  • 78. • Mas ainda que esta resposta prove que quando Paulo aqui usa a expressão “todos” ou “todos os homens”, em conexão com aqueles que são ou serão salvos, este “todos” ou “todos os homens” não deve ser interpretado no sentido absoluto ou ilimitado, isso ainda deixa outra pergunta sem resposta, a saber: “Por que Paulo usa esta forte expressão?” Para responder a esta pergunta, é preciso que alguém leia cuidadosamente toda a epístola. • Então se fará claro que, entre outras coisas, Paulo está combatendo a tendência sempre presente dos judeus em se considerarem como sendo melhores que os gentios. Em oposição a essa atitude errônea e pecaminosa, ele enfatiza que, no que diz respeito à salvação, não há diferença entre judeu e gentio.
  • 79. • O leitor deve estudar cuidadosamente as seguintes passagens a fim de verificar isso por si mesmo: 1.16, 17; 2.7-11; 3.21-24, 28-30; 4.3-16; 9.8, 22-33; 10.11-13; 11.32; 15.7-12; 16.25-27. No que concerne à salvação, diz Paulo: “Não há distinção. Deus não mostra parcialidade.” Todos os homens são pecadores diante de Deus. Todos são carentes da salvação. Pois todo o caminho de salvação é o mesmo. • No dia e época em que, mesmo em certos círculos evangélicos, a distinção anti-bíblica entre judeu e gentio estiver ainda sendo mantida, e até mesmo enfatizada, é preciso que, o que a Palavra de Deus diz sobre esse assunto, particularmente também nas epístolas de Paulo aos Romanos, seja realçado.
  • 80. • Em Adão e em Cristo (Rm 5:12-21) • Depois de falar da extensão do pecado, da profundidade da depravação humana e da culpa de todo ser humano, depois de apresentar a graça justificadora de Deus por meio de Cristo (não por obras ou pela obediência à Lei, mas pela fé), o apóstolo Paulo salienta as consequências da sublimidade desta misericórdia divina: paz com Deus, acesso e permanência na graça, alegria na esperança. 2 – O contraste entre as consequências do pecado de Adão e as consequências da obediência de Cristo
  • 81. • O contexto de Rm 5:12-21 • “...Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram..." (v. 12, RA) • A palavra "portanto" no verso 12 indica que este trecho corresponde à conclusão da tese de Paulo. • O contexto ainda é o dos 11 primeiros versículos do capítulo: "as consequências da justificação" ou, simplesmente, "justificação na prática". • A indagação que nos vem ao espírito ao lermos a passagem é: Como o ato de uma única pessoa pode ter consequências tão grandes? Adão e Cristo são representantes de duas humanidades: a velha e a nova.
  • 82. A sequência é forma de três parágrafos curtos: • Adão e Cristo são apresentados (12-14): Adão, ao mesmo tempo, como responsável pelo pecado e "tipo" d'Aquele que viria; • Adão e Cristo são contrastados (15-17): obra de Cristo, superior à de Adão (pelo emprego das expressões "não como" ou "muito mais"); • Adão e Cristo são comparados (18-21): a expressão "assim como" para expressar que por causa de um, muitos sofrem consequências.
  • 83. Adão e Cristo são apresentados A lógica é a seguinte: • (1) o pecado entre no mundo por um homem; • (2) a morte entra no mundo pelo pecado; e • (3) a morte vem sobre todos porque todos pecaram. Em outras palavras, um homem → o pecado → a morte → todos. • Na Bíblia, o pecado e a morte estão sempre ligados ("o salário do pecado é a morte"). • Pecar é um tipo de suicídio, é brincar com a própria morte.
  • 84. • "... todos pecaram..." • O versículo 12b diz: "... a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram". • Esta afirmação não está livre de dificuldades. • Em que sentido "todos pecaram"? Existem duas alternativas: • todos "copiaram pecado de Adão", por imitação – i.e., pecaram como Adão; • todos "pecaram quando Adão pecou", por participação – i.e., pecaram com Adão.
  • 85. • Embora a opção: • (1) seja a mais "popular", a mais provável é a • (2)! Por que podemos afirmar que "pecamos quando Adão pecou"? • Não parece injusto que um pecado alheio me seja imputado? • Cada um não é responsável por seus próprios atos e opções diante de Deus? • Existem bons argumentos, no entanto, que dão suporte a esta visão...
  • 86. Argumento 1 • O primeiro argumento é que, mesmo aqueles que não desobedeceram um mandamento explícito de Deus (antes da Lei de Moisés) morreram. • Ou seja, a morte física é a penalidade pelo pecado. • Mas por que foram punidos com morte se não pecaram como Adão, comendo do fruto proibido? • É porque todos pecaram em e através de Adão. • Adão é o representante legal de toda a raça humana.
  • 87. Argumento 2 • O segundo argumento tem a ver com o contexto mais amplo, dos versos 15-19. • A desobediência de um homem trouxe a morte, condenação e juízo a todos. • Ou seja, a morte universal é consequência de um único pecado. • Assim, é como se todos tivessem pecado.
  • 88. Argumento 3 • O terceiro argumento vem da analogia entre Adão e Cristo. • Se a morte veio porque somos pecadores COMO Adão, seríamos obrigados a dizer também que a vida veio porque somos justos COMO Cristo (o que não é, obviamente, o caso)! • O correto é afirmar: "Assim como fomos condenados pelo que Adão fez, assim também somos justificados pelo que Cristo fez."
  • 89. Conforme expresso pelo Rev. Lloyd-Jones: • "Deus sempre lidou com a humanidade através de um representante. • Toda a história humana pode ser resumida em termos do que aconteceu por causa de Adão e o que aconteceu por causa de Cristo."
  • 90. A Dificuldade • Estes argumentos não eliminam, no entanto, as dificuldades da ideia. Como posso ser culpado pelo pecado de outra pessoa (i.e., de Adão)? • Inicialmente, o tema da "solidariedade humana" é bíblico. Aliás, este vocabulário "comunitário" não é apenas "bíblico". Nós o utilizamos com frequência. Ao dizer frases como "o Brasil perdeu o jogo para a Alemanha" (desculpem a referência infeliz...), nos sentimos pessoalmente envolvidos (e envergonhados), quando na realidade, quem perdeu, não foi o "Brasil", mas sim o time que nos representava! Há vários outros exemplos na Bíblia desta solidariedade humana, a saber:
  • 91. Aprofundamento • O teólogo francês H. Blocher aprofunda ainda mais a discussão sobre a questão. Embora defensor da tese reformada federalista, Blocher admite a dificuldade da imputação de uma transgressão alheia, especialmente porque há textos bíblicos que vão no sentido contrário (e.g., 2 Sm 24:17 e Ez 18). • Assim, há alguns pontos a considerar. Primeiro • Seria a intenção de Paulo em Rm 5 realmente de mostrar o modus operandi da justificação? Como vimos, no capítulo 5, Paulo trata não mais da justificação em si, mas as suas consequências: a libertação concreta do pecado.
  • 92. • Tendo isto em mente, Paulo faz comparação: da mesma forma que o ato de Adão iniciou o reino da morte para a multidão daqueles que dependem dele, assim também o ato de Cristo gera o reino da graça para todos os que dele dependem. • Assim, o ponto de comparação não é a imputação de um ato, mas sim os efeitos do ato (morte ou vida) executado pelo chefe de aliança (Adão ou Cristo) sobre os que dele dependem. Em segundo lugar: • Será que existem realmente apenas duas alternativas? Somos punidos por causa do pecado de Adão ou somos punidos pelos nossos próprios pecados? Na realidade, existe uma outra possibilidade, a saber: é por causa de Adão que somos punidos pelos nossos próprios pecados.
  • 93. • Nesta visão, o papel de Adão foi fornecer um instrumento jurídico ao julgamento divino. Sem a lei (i.e., antes de Moisés), como Deus pode punir o pecador? Nesta situação, o pecador pode ser reconhecido, mas não condenado. • Com a lei, no entanto, (i.e., depois de Moisés), a questão não mais se apresenta, uma vez posta a lei de Deus. E os pecados cometidos entre Adão e Moisés? Foram eles punidos? Sim, pois a morte (física) reinou também neste período como sanção pelo pecado. • Mas, por que? Porque os pecados são considerados extensões do pecado de Adão, e assim, Gn 2:16-17 prevalece. O pecado de Adão foi crucial, mas não nos foi "imputado", antes, foi por causa de Adão o pecado de todos os torna condenáveis, e a prova de que foram condenados é a morte que lhes alcançou.
  • 94. Adão e Cristo são contrastados • Eis a similaridade entre Adão e Cristo: são homens cuja obra afetou um número enorme de pessoas. Nada mais! O contraste entre ambos é marcante. • Paulo enfatiza que o dom de Cristo não é como a transgressão de Adão (vs. 15-16). Ele é muito mais efetivo (v. 17). • Os próprios termos usados por Paulo ("transgressão" e "dom") são diferentes. • Eles correspondem a duas ações de natureza diferente com dois resultados imediatos (v. 16) – condenação e justificação – e dois efeitos últimos (v. 17) – "morte" e "vida".
  • 95. Adão e Cristo são comparados • Na sequência (vs. 18-21), Paulo desenvolve ainda mais a comparação. As expressões "não é como" ou "muito mais" são substituídas por: "assim como... assim também". A ênfase do apóstolo agora é (sem perder de vista os contrastes) o único ato de um único homem determinou o destino de muitos (v. 18) • "Olhe para você mesmo em Adão; embora não tenha feito nada, você foi declarado pecador. Olhe para você mesmo em Cristo; veja que, embora você não tenha feito nada, você foi declarado justo. Este é o paralelo." (Lloyd-Jones)
  • 96. O Reino da Graça • O versículo 20 afirma que a lei expõe o pecado. • O versículo 21 define a bênção de estar em Cristo por meio da expressão "o reino da graça". • Esta graça perdoa pecados pela cruz (nos trazendo justiça e vida eterna), esta graça satisfaz a sede da alma, esta graça santifica pecadores (fazendo com que sejamos transformados "à imagem de Cristo"), esta graça persevera para completar o que começou e esta graça um dia destruirá a morte e consumará o Reino.
  • 97. Questões • A questão do universalismo • A comparação entre Adão e Cristo = universalismo? v. 18 - "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida." • "todos os homens" — não pode referir-se literalmente a todos os homens: as 2 comunidades não estão relacionadas a Adão e a Cristo da mesma forma: em Adão, pelo nascimento em Cristo, pelo novo nascimento e fé "todos" os que estão em Cristo = "todos que pertencem a ele" (cf. 1 Co 15:22)
  • 98. • "todos os homens" — não pode referir-se literalmente a todos os homens: 5:17 — aqueles que "reinarão em vida" não são todos, mas aqueles que receberam "abundância da graça"; • Paulo enfatiza em Romanos: a justificação é pela fé (1:16; 3:21; 4:1) portanto, nem todos são justificados tendo ou não fé • "todos os homens" — não pode referir-se literalmente a todos os homens: • Romanos: muitas advertências solenes — o juízo e a ria de Deus (2:5,8) • Não é possível dizer que Paulo afirma o universalismo!
  • 99. A questão da historicidade de Adão • Moda atual: ver a história de Adão e Eva como um "mito" verdade teológica, mas não histórica... Depois da teoria da evolução: "Gênesis não tem ‘base histórica’..." É mesmo? • Gênesis 1 a 3: arte literária vs. relato científico a serpente e árvore da vida em Apocalipse: simbólicos (Ap 12:9; 22:2ss) provavelmente também em Gênesis... Mas com Adão e Eva é diferente... • "As escrituras têm claramente nos induzem a aceitar a historicidade do primeiro casal." — Stott genealogias: até Adão (Gn 5:3ss; 1 Cr 1:1ss; Lc 3:38) Jesus: "o Criador os criou homem e mulher" instituição do casamento Paulo (em Atenas): Deus fez cada nação de 1 homem (At 17:26).
  • 100. A questão da morte • Morte: processo natural nos reinos animal e vegetal (fósseis com presas no estômago) Mas... e para seres humanos? Paulo: "a morte entrou no mundo pelo pecado" (12) Se Adão não tivesse pecado, não morreria? • Porque não somos meros "animais", as escrituras veem a morte humana como não natural: uma intrusa uma penalidade pelo pecado não era a intenção original de Deus para o ser humano • Morte do homem: "espiritual" apenas? Não — também a física: "Tu és pó e ao pó voltarás" (Gn 3:19) Adão tornou-se mortal quando pecou.
  • 101. • Por isso autores bíblicos lamentam a morte ficam indignados contra ela. • Ec 3:19 — "Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade." • Sendo criados à imagem e semelhança de Deus: Deus tinha originalmente algo melhor do que a morte Não somos como os outros animais
  • 102. Aplicação • Confiamos na graça de Deus? Quem reina hoje? Quem está no trono? Antes de Cristo: pecado e morte (14, 17) Depois de Cristo: graça e aqueles que receberam graça (17, 21): reino caracterizado pela vida • É esta a nossa visão? Quem para nós está ocupando o trono hoje? Ainda vivemos no A.T. com a cena dominada por Adão? Ou somos cristão do N.T. com a visão de Cristo crucificado, ressurrecto e reinando? Culpa e morte ou graça e vida? • O pecado e a morte podem parecer reinar uma vez que muitos se curvam a eles. Mas o reino deles é uma ilusão, um blefe.
  • 103. A VIDA PSÍQUICA APÓS A MORTE FÍSICA • O aspecto central no ensino neotestamentário acerca do futuro do homem é a volta de Cristo e os eventos que acompanharão essa volta: a ressurreição, o juízo final e a criação da nova Terra. • Mas antes de avançarmos para considerar esse assuntos, temos de dar alguma atenção ao que normalmente é denominado de "o estado intermediário" - isto é, o estado do morto entre a morte e a ressurreição. 3 – O contraste entre o reino da morte e o reino da vida
  • 104. • Desde o tempo de Agostinho, os teólogos cristão pensavam que, entre a morte e a ressurreição, as almas dos homens desfrutavam do descanso ou sofriam enquanto esperavam ou pela complementação de sua salvação, ou pela consumação de sua condenação. • Na Idade Média, esta posição continuou a ser ensinada, e foi desenvolvida a doutrina do Purgatório. • Os Reformadores rejeitaram a doutrina do Purgatório, mas continuaram a defender um estado intermediário, embora Calvino, mais do que Lutero, tendia mais a considerar esse estado como de uma existência consciente.
  • 105. • Em sua obra Psychopannychia, uma resposta aos Anabatistas de seu tempo, que ensinavam que as almas simplesmente dormiam entre a morte e a ressurreição, Calvino ensinou que, para os crentes, o estado intermediário é tanto de benção como de expectação - por causa disso a benção é provisória e incompleta. • Desde aquele tempo, a doutrina do estado intermediário tem sido ensinada pelos teólogos da Reforma, e se reflete nas Confissões da Reforma.
  • 106. • Entretanto, a doutrina do estado intermediário tem sido recentemente sujeita a uma crítica severa. G.C.Berkouwer retrata o ponto de vista de alguns destes críticos em seu recente livro sobre escatologia. G.Van Der Leeuw (1890-1950), por exemplo, sustenta que após a morte somente existe uma perspectiva escatológica para os crentes: a ressurreição do corpo. • Ele rejeita a idéia de que exista "algo" do homem que continue após a morte e sobre o que Deus construiria uma nova criatura. De acordo com as Escrituras, assim insiste ele, o homem morre totalmente, com corpo e alma; quando o homem, mesmo assim, recebe uma nova vida na ressurreição, isto é um feito maravilhoso de Deus, e não algo que jorre naturalmente da existência atual do homem.
  • 107. • Em resposta a estas objeções, deve ser admitido que a Bíblia fala muito pouco acerca do estado intermediário e que aquilo que ela diz acerca dele é contingente à sua mensagem escatológica principal sobre o futuro do homem, que diz respeito à ressurreição do corpo. • Temos de concordar com Berkouwer que aquilo que o Novo Testamento nos fala acerca do estado intermediário não passa de um sussurro. Temos também de concordar que em lugar nenhum o Novo Testamento nos fornece uma descrição antropológica ou exposição teórica do estado intermediário. • Entretanto, permanece o fato de que há evidência suficiente para nos capacitar a afirmar que, na morte, o homem não é aniquilado e o crente não é separado de Cristo. Veremos mais adiante qual é esta evidência.
  • 108. • Nesse ponto, devemos fazer uma observação sobre a terminologia. • Geralmente, é dito por cristão que a "Alma" do homem continua a existir após o corpo ter morrido. • Este tipo de linguagem frequentemente criticado como revelando um modo grego ou platônico de pensar. • Será que isso é necessariamente assim? • Mas, o fato de que os gregos usaram o termo alma de modo não bíblico não implica, necessariamente, que todo uso da palavra alma, para indicar a existência continuada do homem após a morte, seja errado. • O próprio Novo Testamento utiliza ocasionalmente deste modo a palavra grega para a alma, psyche.
  • 109. • Existem, pelo menos, três exemplos claros do Novo Testamento onde a palavra psyche é usada para designar aquele aspecto do homem que continua a existir após a morte. • O primeiro deles encontra-se em Mt.10:28: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma (psyche); temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo". • O que Jesus diz é o seguinte: Existe algo seu que aqueles que o matam não podem tocar. • Este algo tem de ser um aspecto do homem que continua a existir após a morte do corpo.
  • 110. • Dois exemplos mais deste uso da palavra são encontrados no livro do Apocalipse: "Quando ele abriu o quinto sele, vi debaixo do altar as almas (psychas) daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam" (6:9): "Vi ainda as almas (psychas) dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus" (20:4). • Em nenhuma destas duas passagens a palavra almas pode se referir a pessoas que ainda estejam vivendo na terra. • A referência é claramente a mártires assassinados: a palavra almas é usada para descrever aquele aspecto desses mártires que ainda existe após seus corpos terem sido cruelmente abatidos.
  • 111. A DOUTRINA DO SONO DA ALMA • Esta é uma das formas em que a existência consciente da alma depois da morte é negada. • Ela afirma que depois da morte, a alma continua a existir como um ser espiritual individual, mas num estado de repouso inconsciente. • Eusébio faz menção de uma pequena seita da Arábia que tinha esse conceito. • Durante a idade Média havia bem poucos dos chamados psicopaniquianos, e na época da Reforma esse erro era defendido por alguns dos anabatistas.
  • 112. • Calvino chegou a escrever um tratado contra eles intitulado Psychopannychia. • No século dezenove esta doutrina era propugnada por alguns dos irvingitas da Inglaterra, e nos nossos dias é uma das doutrinas favoritas dos russelitas ou dos sectários da aurora do milênio nos Estados Unidos. • Segundo estes últimos, o corpo e a alma descem à sepultura, a alma num estado de sono que de fato equivale a um estado de não existência. • O que é chamado ressurreição, na realidade é uma nova criação.
  • 113. • Durante o milênio os ímpio terão uma segunda oportunidade, mas , se eles não mostrarem um assinalado melhoramento durante os cem primeiros anos, serão aniquilados. • Se nesse período evidenciarem alguma correção de vida, continuarão em prova, mas somente para acabar na aniquilação se permanecerem impenitentes. • Não existe inferno, não existe nenhum lugar de tormento eterno. • A doutrina do sono da alma exerce peculiar fascínio sobre os que acham difícil acreditar na continuidade da vida consciente fora do corpo.
  • 114. ESTADO DOS JUSTOS ENTRE A MORTE E A RESSURREIÇÃO • A posição das igrejas reformadas é de que as almas dos crentes, imediatamente após a morte, ingressam nas glórias dos céus. Este conceito encontra ampla justificação nas escrituras, e é bom tomar nota disto, visto que durante o último século alguns teólogos reformados calvinistas assumiram a posição de que os crentes, ao morrerem, entram num lugar intermediário e ali permanecem até o dia da ressurreição. • Todavia, a Bíblia ensina que a alma do crente, quando separada do corpo, entra na presença de Cristo. Diz Paulo : "estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor", II Cor.5:8.
  • 115. A CONDIÇÃO DO ÍMPIO APÓS A MORTE • As passagens que falam da condição do injusto de pios da morte não são tão numerosas quanto as que encontramos a respeito da condição do justo. Porém as que temos são suficientemente claras para que não nos reste dúvida alguma sobre o assunto. • No Evangelho de Lucas lemos: "E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no verso 26 desse mesmo capítulo: "E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá".
  • 116. DOUTRINA CATÓLICA ROMANA O PURGATÓRIO • De acordo com a igreja de Roma, as almas dos que são perfeitamente puros por ocasião da morte são imediatamente admitidos no céu ou na visão beatífica de Deus; mas os que não se acham perfeitamente purificados, que ainda levam sobre si a culpa de pecados veniais e não sofreram o castigo temporal devido aos seus pecados - e esta é a condição da maioria dos fiéis quando morrem - têm que se submeter a um processo de purificação, antes de poderem entrar nas supremas alegrias e bem-aventuranças do céu. • Em vez de entrarem imediatamente no céu, entram no purgatório.
  • 117. • O purgatório não seria um lugar de prova, mas de purificação e de preparação para as almas dos crentes que têm a segurança de uma entrada final no céu, mas ainda não estão prontas para apossar-se da felicidade da visão beatífica. • Durante a estada dessas almas no purgatório, elas sofrem a dor da perda, isto é, a angústia resultante do fato de que estão excluídas da bendita visão de Deus, e também padecem "castigo dos sentidos", isto é, sofrem dores que afligem a alma.
  • 118. O LIMBRUS PATRUM • A palavra latina limbus (orla, borda) era empregada na Idade Média para denotar dois lugares na orla ou na borda do inferno, a saber, o limbus patrum (dos pais) e o limbus infantum (das crianças). • Supõe-se que, após sua morte na cruz, Cristo desceu ao lugar de habitação dos pais para livrá-los do seu confinamento temporário e levá-los em triunfo para o céu. • Esta é a interpretação católica romana da descida de Cristo ao Hades. • O Hades é considerado como o lugar de habitação dos espíritos dos mortos, tendo duas divisões, uma para os justos e a outra para os ímpios.
  • 119. O LIMBUS INFANTUM • Este seria o lugar de habitação das almas de todas as crianças não batizadas, independentemente de sua descendência de pais pagãos, quer de cristãos. De acordo com a igreja Católica Romana, as crianças não batizadas não podem ser admitidas no céu, não podem entrar no Reino de Deus, Jo.3:5. Sempre houve natural repugnância, porém, pela idéia de que essas crianças devem ser torturadas no inferno, e os teólogos católicos romanos procuraram um meio de escapar da dificuldade. • Mas a opinião predominante é que, embora excluídas do céu, é-lhes destinado um lugar situado nas bordas do inferno, aonde não chegam as chamas terríveis.
  • 120. REFORMADOS • Entendemos pelas escrituras que a alma permanece viva e consciente após a morte do corpo. • Nesse estado, a alma do justo já se encontra na presença do Senhor, em um lugar que normalmente denomina-se "paraíso". • O ímpio, por sua vez, já se encontra em tormentos no inferno. • Tais lugares são de permanência temporária, até que venha o Juízo Final. • Após o juízo, os justos serão introduzidos no céu e os ímpios serão lançados no lago de fogo.
  • 121. Mortos em Adão, Vivos em Cristo–(Rm 5.12-21) • A Confissão de Fé de 1689 em seu sétimo capítulo – que fala da aliança de Deus com o seu povo, diz o seguinte: “A distância entre Deus e a criatura é tão grande que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador, nunca poderia fruir nada dele, bem-aventurança ou recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual agradou-lhe expressar por meio de um pacto”. 4 - O contraste entre o pecado único de Adão e o ato único de justiça de Cristo
  • 122. • O primeiro pacto que Deus fez com o homem foi o chamado “Pacto de Obras”. • Nesta aliança a vida foi prometida a Adão e à sua posteridade sob a condição de perfeita obediência. • A promessa era de que se obedecessem a Deus, eles receberiam a vida; se desobedecessem, morreriam: “O dia em que dela comerdes, certamente morrerás” (Gn 3.3) • Este é o motivo pelo qual este pacto é chamado de Pacto de Obras, porque as consequências das ações dos nossos primeiros pais seriam determinadas por suas obras: Bênção e vida se obedecessem, morte e maldição se desobedecessem.
  • 123. • Depois da queda de Adão, Deus lançou maldições (Juízos). • Uma maldição sobre Adão e sobre o seu trabalho, outra maldição sobre a terra, sobre Eva e sobre a serpente. • Na maldição sobre a serpente ouvimos os elementos rudimentares do pacto da graça. • Deus prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. • Este é o primeiro anúncio do Evangelho nas Escrituras. • Deus estava dizendo o seguinte: “Vocês não conseguiram cumprir o pacto de obras, mas vou fazer outro pacto com vocês. • Esse novo pacto é baseado na promessa de que “um homem esmagará a cabeça da serpente”.
  • 124. • Muitos têm procurado compreender por meio da filosofia, da psicologia, da antropologia, e por outros ramos de conhecimento, a origem do sentimento de culpa e do pecado. • A Palavra de Deus nos mostra a origem do pecado. O pecado não teve origem em Deus, pois Deus é santo (I Pe 1:16); é luz (I Jo 1:5; Tg 1:17; Jo 8:12) e não pode ser tentado, nem tão pouco tenta quem quer que seja (Tg 1:13). O pecado não teve origem no homem (Gn 1:27,31; Ec 7:29). O pecado já existia quando o homem foi criado. O pecado teve a origem em Satanás (Jo 8:44; I Jo 3:8; Is 14:13-14). • O homem, portanto, se tornou pecador porque o pecado veio à humanidade por meio de um homem e, deste modo, a morte passou a todos os homens (Rm 3:23, 5:12; Gn 3:6-7, 5:3; Jó 25:4; Sl 51:5; Ec 7:20).
  • 125. • O pecado fez o homem ficar debaixo da ira de Deus (Jo 3:36; Ef 5:6; Cl 3:6; Rm 2:5; Is 13:11; Am 3:2), sujeitando-o à morte espiritual (Rm 6:23; Lc 15:24,32; Ef 2:1-2; Mt 8:22) e à morte física (Gn 3:19; Tg 2:26). • Deus, em Sua infinita graça, resolveu enviar, na plenitude dos tempos, Seu Filho Jesus Cristo, para, por meio d’Ele reconciliar consigo o homem, perdoando os seus pecados (Gl 4:4). Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (II Co 5:19; Rm 5:10-18; Lc 19:10; Cl 1:20; Ef 2:16). Jesus morreu por todos (II Co 5:14-15; Rm 5:8, 8:34, 14:9); desta forma, todos foram perdoados, toda a humanidade indistintamente foi perdoada. A salvação, no entanto, somente é concedida mediante a fé em Jesus Cristo e em Sua graça (Ef 2:8-9; II Tm 1:9; Tt 2:11; Mc 16:16; At 16:31; I Pe 1:5).
  • 126. • A queda do homem foi ocasionada pela busca de conhecimento. É por isso que Deus usa a loucura da cruz para destruir a sabedoria dos sábios. • O intelecto foi a causa principal da queda; por isso, para alguém ser salvo, é preciso que creia na loucura da palavra da cruz, em vez de depender de sua inteligência. A árvore do conhecimento provoca a queda do homem, por isso, Deus emprega a árvore da loucura para salvar almas (I Pe 2:24). • O apóstolo Paulo nos diz que Adão não foi enganado, indicando que a mente dele não foi confundida no dia da queda. • Quem tinha a mente fraca era Eva (I Tm 2:14). Segundo o registro de Gênesis, está escrito que a mulher disse: “a serpente me enganou e eu comi”.
  • 127. • Adão evidentemente não foi enganado, sua mente estava clara e ele sabia que o fruto era da árvore proibida. • Pelas palavras de Paulo vemos que Adão pecou deliberadamente. • Ele amava mais a Eva do que a si mesmo. • Ele fez dela seu ídolo e por amor a ela estava disposto a rebelar-se contra Deus. • Vemos que Eva pecou por causa da mente, mas Adão por causa da emoção, ambos pecaram por seguirem o curso da alma.
  • 128. • Devemos entender que morte não significa aniquilamento. O espírito do homem não deixou de existir, mas simplesmente perdeu o contato com Deus. • Quando alguém morre não deixa de existir, mas nós perdemos o contato com ele. A morte do espírito significa que ele perdeu o contato com Deus. • Na alma do homem, o resultado foi que ela se tornou corrompida e contaminada com os pensamentos da serpente. O homem tornou-se essencialmente um ser da alma, puramente natural e indiferente às coisas do espírito. • A alma tornou-se muito desenvolvida e veio a ser o centro do homem. • O homem então se tornou egoísta, totalmente voltado para o seu próprio Ego.
  • 129. • Estas foram as conseqüências do pecado com relação às três partes do homem; mas podemos ver, também, as conseqüências do pecado em relação a três pessoas: • com relação a Deus, a nós mesmos e ao diabo. • Com relação a Deus, o homem está separado de Sua comunhão, está debaixo da condenação e deve ser punido com a morte. • Com relação a si mesmo, o pecado gerou a culpa e a angústia. Com relação a Satanás, o pecado nos traz acusação e escravidão.
  • 130. • Com a queda, nós nos tornamos essencialmente pecadores. • O pecado entrou para dentro da constituição humana. • Tornou-se algo como que hereditário, que transmitimos aos nossos filhos. • Nós cometemos pecados porque somos pecadores; temos uma natureza pecaminosa. • O pecado é o veneno da serpente que foi injetado dentro do homem.
  • 131. A PROMESSA DA REDENÇÃO • Em Gênesis 3:15 vemos a promessa maravilhosa que Deus fez ao homem depois da queda: “porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. • Esta promessa, certamente são boas novas.
  • 132. • O descendente da mulher é o Senhor Jesus. • Veja que o texto diz a descendência da serpente e o descendente da mulher. O artigo definido nos mostra um descendente específico da mulher. Foi Jesus que feriu a cabeça da serpente. • Foi Ele que nasceu somente da mulher, a Virgem Maria (Is 7:14; Mt 1:23; Gl 4:4). • Em Hebreus 2:14 e I João 3:8 vemos que, de fato, Jesus feriu a cabeça da serpente. • O Senhor Jesus destruiu aquele que tem o poder da morte, a saber, Satanás. • Enquanto o Senhor Jesus destruiu a serpente na cruz, esta feriria o seu calcanhar. Isto significa o Senhor Jesus sofrendo Sua morte, cravado na cruz.
  • 133. LEI E GRAÇA: UMA VISÃO REFORMADA • É quase um paradigma para os cristãos modernos associar o Antigo Testamento à Lei e o Novo Testamento à Graça. • Em várias oportunidades propus a estudantes de seminário e na escola dominical estabelecer o relacionamento entre os termos e, invariavelmente, a resposta tem sido a seguinte relação: 5 - O contraste entre a Lei e a Graça
  • 134. I. ESTAMOS SOB A LEI OU SOB A GRAÇA? • Esse questionamento reflete um entendimento confuso do ensino bíblico acerca da lei e da graça de Deus. Muitos associam a lei como um elemento pertencente exclusivamente ao período do Antigo Testamento e a graça como um elemento neotestamentário....sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado (Gálatas 2.16). • Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça (Romanos 6.14).
  • 135. • As implicações da forma como entendemos a relação entre lei e graça vão muito além do aspecto puramente intelectual. • Esse entendimento vai, na verdade, determinar toda a forma como alguém enxerga a vida cristã e que tipo de ética esse cristão irá assumir em sua caminhada. • John Hesselink, um estudioso sobre a relação entre lei e graça, exemplifica que, na década de 1960, os cristãos proponentes da ética situacionista se levantaram contra leis, regras e princípios gerais, propondo uma nova moralidade. • Esse movimento propõe que a ética das Escrituras não é absoluta, mas depende do contexto.
  • 136. • Nem mesmo a lei moral de Deus é absoluta; ela depende da situação. • Essa proposta surgiu e se desenvolveu dentro do cristianismo tradicional, alcançando seguidores de todas as bandeiras denominacionais, praticamente sem restrições. • A lei não tem mais qualquer papel determinante na ética cristã; o que determina a ética cristã é o “princípio do amor,” conclui o movimento. • A conseqüência dessa conclusão é que a graça suplanta a lei. • As decisões éticas devem ser tomadas levando em consideração o princípio do amor.
  • 137. II. O USO DA LEI • Para entendermos bem o uso da lei precisamos entender o que são o pacto das obras e o pacto da graça. • Assim, é prudente começarmos por esclarecer o que são esses pactos e qual o conceito de lei que está envolvido na questão. • Pacto das Obras e Pacto da Graça é a terminologia usada pela Confissão de Fé de Westminster para explicar a forma de relacionamento adotada por Deus para com as suas criaturas, os seres humanos. • Mais do que isso, essa terminologia reflete o sistema teológico adotado pelos reformados, conhecido como teologia federal. • De forma bem resumida, podemos dizer que o pacto das obras é o pacto operante antes da queda e do pecado.
  • 138. • A lei não deve ser reduzida a um aspecto somente. • Existem outras leis, implícitas e explícitas, no texto bíblico. • Por exemplo, a descrição das bênçãos em Gênesis 1.28 aparece nos imperativos sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai. • Esses imperativos foram ordens claras do Criador a Adão e sua esposa e, por conseguinte, eram leis. • O relacionamento de Adão com o Criador estava vinculado à obediência, a qual ele era capaz de exercer e assim cumprir o papel para o qual fora criado. • No entanto, o relacionamento de Adão com Deus não se limitava à obediência.
  • 139. • A obediência estava associada à manutenção da bênção pactual. • A não obediência estava associada à retirada da bênção e à aplicação da maldição. • A lei, portanto, tinha uma função orientadora. O ser humano, desde o princípio, conheceu os propósitos de Deus através da lei. • Tendo quebrado a lei, ele tornou-se réu da mesma e recebeu a clara condenação proclamada pelo Criador: a morte. • O que acontece com essa lei depois da queda e da desobediência? Ela tem o mesmo papel? Ela possui diferentes categorias? Por que Deus continuou a revelar a sua lei ao ser humano caído?
  • 140. III. DE QUE LEI ESTAMOS FALANDO? • A revelação da lei de Deus, como expressão objetiva da sua vontade, encontra-se registrada nas Escrituras. • Esse registro, que começou nos tempos de Moisés, fala-nos da lei que Deus deu a Adão e também aos seus descendentes. • Essa lei foi revelada ao longo do tempo. • Dependendo das circunstâncias e da ocasião em que foi dada, possui diferentes aspectos, qualidades ou áreas sobre as quais legisla. • Assim, é importante observar o contexto em que cada lei é dada, a quem é dada e qual o seu objetivo manifesto.
  • 141. • Só assim poderemos saber a que estamos nos referindo quando falamos de Lei. • A Confissão de Fé, no capítulo 18, divide esses aspectos em lei moral, civil e cerimonial. Cada uma tem um papel e um tempo para sua aplicação: • (a) Lei Civil ou Judicial – representa a legislação dada à sociedade israelita ou à nação de Israel; por exemplo, define os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições. • (b) Lei Religiosa ou Cerimonial – representa a legislação levítica do Velho Testamento; por exemplo, prescreve os sacrifícios e todo o simbolismo cerimonial. • (c) Lei Moral – representa a vontade de Deus para o ser humano, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus principais deveres.
  • 142. IV. OS TRÊS USOS DA LE Para esclarecer a função da lei de Deus dada por intermédio de Moisés nas diferentes épocas da revelação, Calvino usou a seguinte terminologia: A. O Primeiro Uso da Lei: Usus Theologicus • É a função da lei que revela e torna ainda maior o pecado humano. • Segue o ensino de Paulo em Romanos 3.20 e 5.20: ...visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. • Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.
  • 143. • Calvino aponta para esse papel da lei diante da realidade do homem caído. Sendo o pecado abundante, vivemos no tempo em que a lei exerce o “ministério da morte” (2 Co 3.7) e, por conseguinte, “opera a ira” (Rm 4.15). • Cabe aqui uma nota sobre a terminologia dos reformadores (especialmente Calvino) a respeito da lei. • Em alguns casos o termo lei é usado como um sinônimo de Antigo Testamento, da mesma forma como Evangelho é usado como um sinônimo de Novo Testamento. • Em outros contextos o termo lei é usado como uma categoria especial referente ao seu uso como categoria de comando, um mandamento direto expressando a vontade absoluta de Deus sobre alguma coisa, sem promessa.
  • 144. B. O Segundo Uso da Lei: Usus Civilis • É a função da lei que restringe o pecado humano, ameaçando com punição as faltas contra ela mesma. • É certo que essa função da lei não opera nenhuma mudança interior no coração humano, fazendo-o justo ou reto ao obedecê-la. • A lei opera assim como um freio, refreando “as mãos de uma ação extrema. • ”Portanto, pela lei somente o homem não se torna submisso, mas é coagido pela força da lei que se faz presente na sociedade comum. • É exatamente isto que permite aos seres humanos uma convivência social.
  • 145. • Assim, a lei exerce o papel de coerção para esses transgressores e evita que esse tipo de mal se alastre ainda mais amplamente no seio da sociedade humana. • Essa ação inibidora da lei cumpre ainda um outro papel importante no caso dos eleitos não regenerados. • Ela serve como um aio, um condutor a Cristo, como diz Paulo em Gálatas 3.24: “...de maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.” • Dessa forma ela serviu à sociedade judia e serve à sociedade humana como um todo.
  • 146. C. O Terceiro Uso da Lei • Esse uso da lei só é válido para os cristãos — ensina-os, a cada dia, qual a vontade de Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. • Se a lei de Deus está impressa na mente e escrita no coração dos crentes, qual a função da lei escrita por Moisés? Ela é realmente necessária? Não basta um coração convertido, amoroso e cheio de compaixão para conhecer a vontade de Deus? A “lei do amor” e a consciência do cristão orientado pelo Espírito Santo não bastam? Não seria suficiente apenas termos a paz de Cristo como árbitro de nossos corações? (Cl 3.15).
  • 147. V. CRISTO E A LEI • Precisamos entender que Cristo satisfez e cumpriu a lei de forma plena e completa. • Ele não veio revogar a lei. • Façamos uma breve análise de Mateus 5.17-19: • “...Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus...”
  • 148. Alguns pontos interessantes são demonstrados por Jesus nessa passagem: • (a) Ele veio cumprir a lei e não revogá-la. • (b) A lei seria cumprida totalmente, em todas as suas exigências e em todas as suas modalidades (moral, cerimonial e civil) enquanto houvesse sentido em fazê-lo. • (c) Aquele que viola a lei pode chegar ao Reino dos Céus! (“aquele que violar...será considerado mínimo no reino dos céus.”). O sermão do monte é um sermão para crentes e o texto pode ser entendido dessa forma. • (d) Aquele que cumpre a lei será considerado grande no Reino dos Céus.
  • 149. Como entender essas conclusões de Jesus com respeito a si mesmo e à Lei? • (a) Ele veio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas dimensões: cerimonial, civil e moral. Não houve qualquer aspecto da lei para o qual Cristo não pudesse atentar e cumprir. Cristo cumpriu a lei de forma perfeita, sendo obediente até a própria morte. Ele tomou sobre si a maldição da lei. Ele se torna o fundamento da justificação para o eleito. • (b) Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também interpretou a lei de forma perfeita, permitindo aos que comprou na cruz, entendê-la de forma mais completa, mais abrangente. • (c) Os que nele crêem agora também podem cumprir os aspectos necessários da lei para uma vida santa.
  • 150. • No entanto, esses que por ele são salvos não são mais dependentes da lei para a sua salvação. • Por isso há uma diferença clara entre os que chegam ao Reino dos Céus: alguns serão considerados maiores do que outros. • (d) Cristo, ao cumprir a lei, ab-roga a maldição da lei, mas não a sua magisterialidade. A lei continua com o seu papel de ensinar ao ser humano a vontade de Deus. • A ab-rogação da maldição da lei é aquilo a que Paulo se refere em textos como Rm 6.14 e Gl 2.16 — estamos debaixo da graça! A lei continua no seu papel de nos ensinar, pela obra do Espírito Santo. • Não somos mais condenados pela lei nem servos da mesma. A lei, por expressar a vontade de Deus, se nos torna um prazer.
  • 151. • Johnson resume o material sobre Cristo e a lei no pensamento de Calvino da seguinte forma: • O ponto principal, claro, é que Cristo cumpriu a lei em todos os aspectos, seja no vivê-la, no submeter-se à maldição da lei para satisfazer a sua exigência de punição dos transgressores, ou restabelecendo sobre outras bases a possibilidade de cumprir aquilo que a lei requer. Cristo, em outras palavras, satisfez tudo o que a lei exigiu ou pode vir a exigir da humanidade. A justificação que estava associada à lei agora pertence completamente a Cristo. • Portanto, nossa obediência à lei não acontece e não pode acontecer sem Cristo. Tentar viver debaixo da lei, sem Cristo, é submeter-se à escravidão. Porém, obedecer à lei com Cristo é prazer e vida. Também, nesse sentido, Cristo é o fim da lei!
  • 152. CONCLUSÃO • Como fica o aparente paradoxo inicial entre a Lei e Graça? • Como corrigir essa visão distorcida? • Mais uma vez creio que a visão correta da Confissão de Fé pode nos ajudar a entendê-lo: • Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.
  • 153. • Este pacto no tempo da lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. • Sob a lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensação chama-se o Velho Testamento.
  • 154. • Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. • É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações.
  • 155. • Primeiramente, encontramos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a graça de Deus. • Ele não reserva a sua graça somente para o período do Novo Testamento como muitos pensam. • Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento podemos ver Deus agindo graciosamente, salvando aqueles que crêem na promessa do Redentor. Assim Abel, Enoque, Noé, Abraão e todos os santos do Antigo Testamento foram remidos. • Nenhum deles foi salvo por obediência à Lei, ainda que o Senhor requeresse deles, assim como requer de nós, que sejamos obedientes.
  • 156. • Em segundo lugar, a lei opera para vida ou morte no pacto das obras e somente para a morte no pacto da graça. • No pacto das obras, por mérito, o homem poderia continuar vivo e merecer a “árvore da vida.” • Portanto, pela obediência o homem viveria. • No pacto da graça a lei opera para condenação do homem caído. • Porque o homem já está condenado, ele não pode mais cumprir a lei e ela lhe serve para a morte.
  • 157. • Por último, o crente se beneficia da lei estando debaixo da obra redentora de Cristo. • O mérito de Cristo, sendo obediente à lei até as últimas conseqüências, compra-nos o benefício da salvação e a graça de conhecermos a vontade de Deus pela sua lei. • O único modo de o ser humano ser salvo é submeter-se totalmente àquele que, por mérito, compra-lhe a salvação. Ainda aqui o homem é beneficiado pela Lei. • Cristo a cumpre e declara justificado aquele por quem ele morre.