3. I – O SEGREDO DA JUSTIFICAÇÃO.
• 1 - Ela é a manifestação da justiça de Deus.
• 2 – Ela é gratuita por sua graça.
• 3 – Ela é pela fé.
• 4 – Ela se baseia em Jesus Cristo.
II - AS TESTEMUNHAS DA JUSTIFICAÇÃO.
• 1 – Abraão foi justificado pela fé.
• 2 – Davi foi justificado pela fé.
• 3 – Nós somos justificados pela fé.
DIVISÃO DA LIÇÃO
5. TEXTO BÁSICO
Romanos 3:21
• “...Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus
testemunhada pela lei e pelos profetas;...”
Romanos 4:25
• “...o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e
ressuscitou por causa da nossa justificação...”
6. INTRODUÇÃO
• A justificação é um tema muito abordado em sermões e
estudos, mas nem todos os crentes têm uma ideia muito clara
de o que ela realmente é.
• Podemos definir a justificação como um ato judicial de Deus,
no qual ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que
todas as reivindicações da lei são satisfeitas com vistas ao
pecador.
• A justificação envolve o perdão de pecados e a restauração do
pecador ao favor divino.
• O pecador justificado recebe o perdão de pecados e tem paz
com Deus (Rm 5.1), segurança da salvação (Rm 5.1-10) e
herança com os que são santificados (At 26.18).
7. • A justificação está claramente associada à expiação. Talvez a
demonstração mais clara da conexão entre expiação e
justificação seja aquela feita por Paulo em Romanos 4.25.
Cristo “…foi entregue por causa das nossas transgressões e
ressuscitou por causa da nossa justificação”.
• Aqui, como sempre, a morte e ressurreição de Cristo são
vistas por Paulo em uma unidade ininterrupta. Por esta razão,
a morte expiatória de Cristo assegura uma parte de nossa
justificação, ou seja, aquela que diz respeito ao perdão,
enquanto sua ressurreição obtém para nós o outro elemento,
o da justiça.
• Como morte e ressurreição permanecem juntas como
aspectos gêmeos da realização central de Cristo, o mesmo
acontece com a expiação e a justificação.
8. I – O SEGREDO DA JUSTIFICAÇÃO.
• 1 - Ela é a manifestação da justiça de Deus.
• 2 – Ela é gratuita por sua graça.
• 3 – Ela é pela fé.
• 4 – Ela se baseia em Jesus Cristo.
9. • Com base no texto lido esperamos poder apresentaralgumas
razões pelas quais afirmamos que a justificação é a
manifestação da justiça graciosa de Deus:
• primeiramente veremos que a fonte da qual a nossa
justificação procede é a graça de Deus. (21-24a);
• depois mostraremos que o fundamento da justificação é a
obra de Cristo (24-26);
• e finalmente, provaremos que o único meio de recebe-la é a
fé (22,26,28)
1- A manifestação da justiça graciosa de Deus.
10. • Mas antes de falar da fonte, do fundamento e do meio da
justificação, precisamos aprender um pouco sobre o contexto
do nosso texto e compilar uma definição de justificação.
• E para falarmos de justificação pela fé somente, nada melhor
do que começarmos contando um pouco da história de
Martinho Lutero:
• Lutero era um monge angustiado, pois tendo consciência do
seu pecado buscava satisfazer a Justiça de Deus por todos os
modos: Jejuns, penitências, celibato, auto-flagelação, orações
e boas obras; mas nada disto trazia paz ao seu coração; ele se
confessava várias vezes na semana, mas não encontrava a paz
e a certeza de que estava livre da justiça de Deus.
11. • Enquanto cria que Deus só o declararia justo, quando ele de
fato se tornasse justo, trevas pairavam em sua alma, pois ele
sentia que de si mesmo, não poderia ser justo o suficiente aos
olhos de Deus.
• A expressão justiça de Deus, provocava ódio e medo em
Lutero, pois ele a entendia como sendo a justiça punitiva de
Deus, segundo a qual Ele pune o homem por seus pecados; e
por isto ele a temia.
12. • Quando Lutero encontrou um exemplar das Escrituras perdido
em uma biblioteca e começou a ler a Epístola de Paulo aos
Romanos, ele se defrontou com a expressão que tanto o
assustava: justiça de Deus.
• Mas, à medida que lia, ele pode observar que Paulo dava
ênfase não à justiça punitiva de Deus, mas a uma justiça
graciosa, segundo a qual Ele declara o pecador justo aos seus
olhos por meio da obra de Cristo na cruz; quando Lutero se
deparou com o dito de Paulo que essa justiça se revela na fé,
pois o justo viverá pela fé; Lutero entendeu que não seria por
obras, nem pela sua própria obediência, mas, pela fé na
obediência de Cristo, na justiça dele que Deus imputa sobre
aquele que crê.
13. • Neste momento sinos soaram na alma de Lutero, e como ele
próprio disse: “as portas do paraíso se abriram para mim e eu
entrei”; nascia assim a reforma protestante do século . XVI.
• Foi a leitura de Romanos que mudou a vida de Lutero;
foi a compreensão da justificação pela fé somente que gerou
o nascimento da Reforma.
• E de fato, quando lemos esta Epístola vemos que o
assunto justificação recebe nela muita atenção:
• Mas o que é justificação?
• Justificação é um ato forense, ou seja, jurídico, legal, no
qual o juiz declara que o acusado é inocente. É uma
declaração de justiça. (este era o uso mais comum da palavra
nos dias do NT).
14. • Hoekema diz: justificação é “o ato gracioso e judicial de Deus
pelo qual ele declara justos os pecadores crentes, na base da
justiça de Cristo que lhes é creditada, perdoando seus
pecados, adotando-os como filhos e dando-lhes a vida
eterna.”
• Wayne Grudem diz: “Justificação é um ato instantâneo
e legal da parte de Deus pelo qual ele:
• (1) considera os nossos pecados perdoados e;
• (2) declara-nos justos à vista dele”.
• Os judeus buscavam ser declarados justos obedecendo
à Lei de Moisés; acreditavam portanto na justificação pelas
obras; ou seja, Deus justifica o justo e condena o ímpio, o
pecador.
15. • Paulo, já nos primeiros capítulos desta carta, combate este
ensino afirmando que:
• 1 - não há distinção entre judeu e gentio; ambos são
pecadores e estão debaixo da maldição.
• 2 - O gentio não pode se justificar pela falta de conhecimento
da Lei, pois a natureza revela a Deus de tal forma que ele fica
indesculpável.
• 3 - O judeu não pode ser justificado pelas obras da Lei, pois é
ao homem impossível guardar toda a Lei.
• 4 - Ninguém pode esperar ser declarado justo por Deus, com
base em qualquer obra ou mérito seu.
• O que Paulo diz é o seguinte: “Não há nem um justo sequer”
16. • Surge então a pergunta antiga, que o próprio Jó já havia
pronunciado: “Como pode o homem ser justificado para com
Deus?” (Jó 9.2)
• Uma vez que a auto-justificação é impossível; a justiça
de Deus se torna algo a ser temida; pois que sentença Deus
pode dar ao homem ímpio senão a condenação ao inferno?
• Justiça de Deus; essa mesma expressão que por anos
aterrorizou a Lutero e despertou seu ódio para com Deus;
ganha na Epístola aos Romanos um grande espaço; pois
ocorre 5 vezes em toda a carta.
• Mas em Paulo ela ganha um significado diferente daquele que
os judeus e Lutero haviam formado.
• Em 4 das vezes em que ocorre na carta ela significa não a
justiça de Deus em condenar o pecador, mas, sim, o ato de
Deus declarar o pecador inocente e isento de culpa; mais do
que isto, declara-lo justo aos olhos de Deus.
17. • Quando Paulo fala do pecador que crê em Deus como
“aquele que justifica o ímpio”, ele descreve uma situação de
tribunal em que o juiz declara justo o culpado, mas não é
injusto em agir assim; pelo contrário age de conformidade
com a justiça. Isso é justificação. É isso que Paulo está
afirmando claramente no texto que lemos.
• Chegamos então ao entendimento da justificação
apresentada por Paulo no texto que lemos, entendimento
esse que nos dá o tema de Paulo nesta passagem:
• Justificação: a manifestação da justiça graciosa de Deus.
• Ela é um ato gracioso do Deus justo, pelo qual ele nos declara
justos quando na verdade somos ainda pecadores. Esta
verdade mudou a vida de Lutero e a minha; e tem mudado a
vida de homens, mulheres e crianças em todas as gerações.
18. • « Fé e justiça. “...Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça
de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;...” (Rm
3:21). “Sua justiça” »
• Graça e justificação. “...sendo justificados gratuitamente, por
sua graça,...” (Rm 3:24).
• “...sendo justificados gratuitamente, por sua graça,
mediante a redenção que há em Cristo Jesus,...” (Rm 3:24).
• “Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos
por meio de Cristo Jesus, que os salva.” Rm 3:24 Nova
tradução na linguagem de hoje)
2- Ela é gratuita por sua graça.
19. • “A palavra grega dikaioo, traduzida como justificar, pode
significar fazer justo,declarar justo ou considerar justo.
• A palavra vem da mesma raiz de dikaiosune, justiça, e a
palavra dikaioma, requisito justo.
• Somos justificados quando somos ‘declarados justos’ por
Deus.”
• “Antes dessa justificação, a pessoa é injusta e, deste modo,
inaceitável a Deus; depois da justificação, ela é considerada
justa e, portanto, aceitável a Ele.
• E isso só acontece por meio da graça de Deus. Graça significa
favor. Quando um pecador se volta para Deus em busca de
salvação, é um ato de graça considerar ou declarar que essa
pessoa é justa.
20. • É favor não merecido, e o que busca a Deus é justificado sem
nenhum mérito de sua parte, sem nenhuma alegação para
apresentar a Deus em seu favor a não ser seu absoluto
desamparo.
• A pessoa é justificada pela redenção que há em Cristo Jesus, a
redenção que Jesus oferece como substituta e segurança do
pecador.”
• “Tudo devemos à graça, à soberana graça. A graça determinou
nossa redenção, nossa regeneração e nossa adoção como co-
herdeiros com Jesus Cristo. Que esta graça seja revelada a
outros.”
21. • Justificação pela fé, ato exclusivo de Deus
a) A justificação pela fé foi um dos pilares da Reforma do século
dezesseis.
• O conceito de que a salvação é uma somatória do esforço
humano e da disposição divina, uma parceria entre a fé e as
obras está em total desacordo com o ensino das Escrituras.
• A salvação é pela graça mediante a fé e não o resultado das
obras nem mesmo da adição de fé mais obras.
• A salvação não é uma conquista do homem, é um presente de
Deus.
• Não é uma medalha de honra ao mérito, mas uma
manifestação do favor imerecido de Deus.
3 - Ela é pela fé
22. b) O sinergismo, a ideia de que a salvação é uma conjugação de
fé mais obras, não tem amparo nas Escrituras.
• A verdade meridianamente clara é que a salvação é recebida
mediante a fé independentemente das obras.
• As obras não são a causa da salvação, mas seu resultado.
• Não somos salvos pelas obras, mas para as obras.
• A fé é a raiz, as obras são os frutos.
• A fé produz obras; as obras revelam a fé.
• Não estamos com isso desprezando as obras nem diminuindo
seu valor.
• As obras são absolutamente importantes.
• Elas são a evidência da salvação. Não praticamos boas obras
para sermos salvos, mas porque fomos salvos pela fé.
23. c) A fé, porém, não é a causa meritória da justificação.
• Não somos justificados com base naquilo que fazemos para
Deus, mas no que Deus fez por nós.
• Não há mérito na fé. A fé é dom de Deus.
• Não fomos escolhidos por Deus porque cremos; cremos
porque fomos escolhidos por Deus.
• A fé é resultado da escolha divina e não sua causa.
• Se a fé fosse a causa da escolha divina, ela seria meritória.
• Então, a causa da eleição para a salvação estaria em nós e não
em Deus.
24. • A verdade inconteste, entretanto, é que Deus nos escolheu
para a salvação em Cristo não por causa de qualquer mérito
em nós, mas apesar dos nossos deméritos.
• A causa do amor de Deus por nós não está em nós, mas no
próprio Deus.
• Ele nos amou quando éramos ímpios, fracos, pecadores e
inimigos.
25. d) A justificação é um ato legal, forense e judicial de Deus.
• É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração. Realiza-se
fora de nós e não em nós, no céu e não na terra. Por causa da
morte substitutiva de Cristo, somos declarados inculpáveis
diante de Deus.
• Estamos quites com sua santa lei. Todas as demandas da
justiça divina foram satisfeitas mediante o sacrifício
substitutivo de Cristo.
• Deus, assim, justifica não o justo, mas o injusto, que crê
naquele que é Justo.
• Consequentemente, nossa justificação não está
fundamentada em nossa justiça pessoal, mas na justiça de
Cristo imputada a nós. Cristo morreu como nosso
representante e fiador.
26. e) Concluímos, enfatizando que, quando afirmamos que somos
justificados pela fé, não estamos dizendo que a fé é a base da
justificação.
• A fé é apenas a causa instrumental.
• A causa meritória é o sacrifício de Cristo na cruz.
• Tomamos posse dos benefícios da morte de Cristo pela fé.
• A fé não é a causa, é o meio.
• A fé é a mão estendida de um mendigo que recebe o presente
de um rei.
• Essa fé salvadora não é meritória nem mesmo procede do
homem.
27. • O mesmo Deus que dá o fim, a salvação, também dá o meio, a
fé salvadora.
• De tal forma que, a salvação é obra exclusiva de Deus de
ponta a ponta, sem qualquer mérito do homem.
• Na verdade, tudo provém de Deus, tudo é feito por Deus e
tudo é consumado por Deus para que ele mesmo receba
toda a glória, agora e eternamente!
28. John Stott
Comentário Sobre Romanos 3:21-26
• Todos os seres humanos, de todas as raças e classes sociais,
de todos os credos e culturas, tanto judeus como gentios,
imorais e moralistas, religiosos e ateus - todos, sem exceção,
são pecadores, culpados, indesculpáveis e sem defesa diante
de Deus!
• Eis o quadro terrível e desolador com que Paulo descreve a
situação da raça humana em Romanos 1.18 - 3.20.
• “...Sem um raiozinho de luz, nenhuma fagulha de esperança,
sem a mínima perspectiva de socorro...”
4 - A Justificação se baseia em Jesus Cristo
29. • "Mas agora" - Paulo interrompe de súbito - o próprio Deus
interveio.
• "Agora" parece ser uma referência marcada por três
dimensões: uma lógica (a elaboração do argumento), uma
cronológica (o momento presente) e outra escatológica
(chegou um novo tempo).
• [1] Depois da longa e escura noite, raiou o sol, amanhece um
novo dia e o mundo é inundado de luz. "Mas agora se
manifestou uma justiça que provém de Deus, independente
da lei..." (21a).
• É uma revelação totalmente nova, centralizada em Cristo e
Sua cruz, se bem que dela "testemunham a Lei e os Profetas"
(21b) em previsões e prefigurações parciais.
30. • E assim Paulo contrasta a injustiça de uns e a auto-justificação
de outros com a justiça de Deus.
• Em contraposição à ira de Deus sobre quem pratica o mal
(1.18; 2.5; 3.5) ele anuncia a graça de Deus, que envolve os
pecadores que crêem.
• Diante do julgamento, apresenta-nos a justificação.
• Paulo começa retratando a revelação da justiça de Deus na
cruz de Cristo e lançando os alicerces para o evangelho da
justificação (3.21-26).
• Em seguida defende o seu evangelho contra as críticas dos
judeus (3.27-31). E finalmente, ilustra-o através da vida de
Abraão, que foi, ele mesmo, justificado pela fé, tornando-se
assim o pai espiritual de todos os que crêem (4.1-25).
31. II – AS TESTEMUNHAS DA
JUSTIFICAÇÃO
1 – Abraão foi justificado pela fé.
2 – Davi foi justificado pela fé.
3 – Nós somos justificados pela fé.
32. a) Abraão justificado pela fé
A Justificação de Abraão (Romanos 4:1-25)
• Paulo encerrou o capítulo 3 com a afirmação que a fé
confirma e não anula a lei.
• Ele continua o seu argumento, citando o exemplo do pai do
povo da aliança, Abraão.
• Todos os judeus respeitavam profundamente o pai de sua
nação.
• Mostrando que Abraão foi justificado por fé, e não por obras
de lei, Paulo reforça a sua defesa do evangelho entre os
judeus.
1 – Abraão foi justificado pela fé.
33. Abraão justificado por fé (1-8)
• Abraão foi justificado por obras de mérito, recebendo o
salário justo por suas obras? Não! Deus aceitou a fé dele no
lugar de perfeita justiça. Assim Abraão recebeu o favor (graça)
de Deus, e não recebeu um salário devido por serviço
prestado ao Senhor (1-4).
• Quando a pessoa confia em Deus, crendo que ele justifica o
ímpio, Deus aceita a fé no lugar da justiça (5).
• Davi, outro homem muito respeitado entre os judeus,
entendeu que um homem abençoado é aquele que recebe o
benefício da graça de Deus, o perdão dos seus pecados (6-8).
• Lembramos que Paulo citou vários salmos para mostrar a
culpa do homem (3:10-18); agora cita o salmista para mostrar
a dependência de todos na graça de Deus.
34. Gentios salvos pela fé (9-15)
• O pai dos judeus foi justificado pela fé.
• Como, então, os gentios seriam justificados? Pela lei? Não!
• Eles também podem ser salvos pela fé.
• A circuncisão não salva (9-12).
• Abraão recebeu a graça de Deus pela fé antes de ser
circuncidado (veja Gênesis 12, onde recebeu as promessas, e
Gênesis 17, onde recebeu a ordenança da circuncisão 24 anos
depois).
• A circuncisão por si só não serve para nada diante de Deus.
• É necessária a obediência, andando “nas pisadas da fé que
teve Abraão...antes de ser circuncidado” (12).
35. • A lei não salva (13-15). Nem Abraão nem sua descendência
receberam o favor de Deus mediante a lei. Se a herança
pertencia exclusivamente aos da lei, a promessa e a fé seriam
anuladas (compare Gálatas 3:16-18). A lei suscita a ira (15),
trazendo conhecimento do pecado (3:20) e encerrando tudo
sob o pecado (Gálatas 3:22).
• Veremos mais sobre isso a partir de 5:13.
• Pai daqueles que crêem (16-25)
• Abraão é o pai de todos que são da fé, e não apenas daqueles
que receberam a lei (16-20). O mesmo Deus que levantou
uma nação a um homem “amortecido” (19; veja Hebreus
11:12) poderá levantar uma nação santa de povos já
considerados mortos pelos judeus. (O mesmo texto que traz a
ordem original da circuncisão, também inclui a promessa ao
velho Abraão que seria pai do filho da promessa, e que seria
pai de muitas nações – Gênesis 17).
36. • Abraão creu, mesmo nas promessas que pareciam
impossíveis, porque confiou em Deus Todo-Poderoso (20-21).
• Deus aceitou a fé de Abraão como justiça (22).
• O mesmo princípio aplica a todos que crêem nas promessas
“impossíveis” de Deus, especificamente na ressurreição de
Jesus Cristo (23-25). Ele foi: 1. Entregue por causa das nossas
transgressões. 2. Ressuscitado por causa de nossa justificação.
• As nossas transgressões causaram a morte de Jesus. Num
sentido, a nossa justificação, feita pelo sacrifício dele,
“causou” a sua ressurreição.
• Uma vez cumprida a sua missão, ele foi ressuscitado de entre
os mortos, mostrando para todos a base da esperança dos
crentes.
37. Como Davi utilizou a palavra 'justificação‘
• Através da citação do salmista Davi é possível dimensionar a
extensão das expressões ‘justificar’ e ‘justificação’, resta que
os cristãos deveriam considerar como sendo certa a morte
deles com Cristo ( Rm 6:2 -3 e 7 e 11), e que, da mesma
maneira é certa a justificação deles, visto que, aquele que
está morto também está justificado.
2. Davi justificado pela fé
38. • Aplicação prática da palavra 'Justificação'
• A palavra ‘justificado’ é empregada pelo salmista Davi para
dar a conhecer aos seus leitores que Deus é justo (justificado).
• Como o salmista sabe que Deus é justo, isto motiva o salmista
a admitir a sua condição.
• Desta forma, verifica-se que a palavra ‘justificado’ (declarar
justo) somente se aplica ao que é verdadeiro em essência.
• Parece ser redundante, porém não é: Davi declara que Deus é
justo porque Ele é verdadeiramente justo, e não por
simplesmente o salmista entender que é deste modo.
39. • O apóstolo Paulo ao declarar que 'Deus é verdadeiro' se
fundamenta na declaração do rei Davi, ou seja, ao
declararmos algo que diz respeito ao nosso Deus, temos plena
consciência de que é a verdade, pois é o que a Escritura nos
diz.
• "Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que
Deus é verdadeiro" ( Jo 3:33 )
40. • Chegamos a um ponto crucial: se o apóstolo Paulo utiliza a
palavra ‘justificado’ (declarar justo) para expressar algo a
respeito dos cristãos, tal declaração também tem que ser
verdadeira, ou seja, espelhar a realidade pertinente aos
cristãos.
• Não há como declarar que alguém está justificado sem que
esta pessoa não é efetivamente justa, ou seja, os cristãos
efetivamente morreram “Nós, que estamos mortos para o
pecado...”, e foram declarados justos “... porque aquele
queestá morto está justificado do pecado”.
• Quando o apóstolo Paulo escreve que os cristãos foram
declarados justos, ele não faz referência a uma anistia, ou a
uma absolvição, ou a uma concessão, ou a ter em conta ou a
um faz de conta.
• Paulo faz referência a algo que é pleno de todo: aquele que
está morto está justificado.
41. • É possível que alguma pessoa que não esteja inclusa no
pronome da primeira pessoa do plural de Romanos seis, verso
dois ‘Nós...’ ( Rm 6:2 ), receba a declaração de que é justa?
• Não! Por quê? Porque esta pessoa não esta morta para o
pecado!
• Quem não está morto para o pecado não pode ser justificado
(declarado justo), pois tal afirmação não seria verdadeira.
• Não há como aplicar a palavra ‘justificado’ a quem não
morreu, visto que todo aquele que é nascido da carne, não é
verdadeiro “... e todo o homem mentiroso como está escrito”
( Rm 3:4 ).
42. Os cristãos são justos perante Deus pelos seguintes motivos:
• a) É Deus quem nos justifica “É Deus quem os justifica” ( Rm
8:32 );
• b) Temos paz com Deus, evidência real de que fomos
justificados pela fé “Tendo sido, pois, justificados pela fé,
temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1),
e;
• c) Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus, pois fomos plenamente justificados “Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...”
( Rm 8:1 ).
• Não está justificado aquele que pesa sobre ele condenação.
• Não está justificado aquele que ainda está em inimizade com
Deus.
• Não está justificado aquele que não confia em Deus, que
pode justificá-lo.
43. • Se uma pessoa não crê no que Deus já lhe providenciou
salvação gratuita, resta que esta pessoa não crê em Cristo
Jesus, pois todas estas bênçãos foram providenciadas na cruz.
• O apóstolo demonstra que só é justificado aquele que está
efetivamente morto para o pecado, e recomenda aos cristãos
que se conscientizassem de tal condição ( Rm 6:11 ).
• Só aqueles que foram crucificados com Cristo, plantados com
Ele, sepultados pelo batismo na morte e que ressurgiram com
Ele, é que são justificados.
44. • “...Mas agora se manifestou uma justiça que provém de
Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os
Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para
todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e
estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados
gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há
em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para
propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a
sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os
pecados anteriormente cometidos; mas, no presente,
demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador
daquele que tem fé em Jesus...” (Romanos 3:20-26)
3 - Nós somos justificados pela fé
45. • Esta é uma graça maravilhosa, porque no primeiro instante
que você acreditou, Deus completamente e totalmente te
perdoou todos os seus pecados.
• Ele não só destruiu o registro dos seus pecados, ele te
creditou a retidão de Seu Filho.
• Justificação significa ser declarado justo.
• É a nossa posição diante de Deus.
• A justificação é o que Cristo fez por nós. Ela se realiza
imediatamente, e é completa na conversão. Isso significa que
o crente que acabou de aceitar a Cristo ou o santo que já
conhece Jesus por muitos anos estão justificados da mesma
forma. Justificação significa ser totalmente justificado diante
de Deus.
46. • “...Portanto, ninguém será declarado justo diante dele
baseando-se na obediência à Lei...” – Romanos 3:20.
• Nenhum de nós pode ganhar a aprovação de Deus e Seu amor
por nossas boas obras.
• Nenhum de nós pode acrescentar ao trabalho concluído e
completo de Jesus na cruz.
• Ele pagou o preço pelos nossos pecados.
• Nossa participação no processo de santificação só vem depois
que fomos totalmente aceitados diante de Deus através da fé
em Jesus.
• Então, se nós o amamos, devemos trabalhar duro
obedecendo à palavra de Deus.
47. • Nós lemos a Bíblia, oramos e meditamos nas Escrituras.
• Nós memorizamos versículos bíblicos e compartimos o
evangelho.
• Precisamos lembrar que não é através de obras que estamos
justificados.
• Nosso trabalho é motivado pela graça que Deus derramou em
nossas vidas.
• Louvado seja Deus que podemos nos aproximar de seu trono,
com confiança, porque os crentes são revestidos da justiça de
Jesus Cristo.
48. CONCLUSÃO
• No século 16, o resgate da doutrina da justificação pela fé
trouxe nova vida para a igreja de Cristo.
• A redescoberta desta doutrina provocou a rejeição da
justificação pelas obras, o repúdio à venda de indulgências e
uma genuína comunhão do cristão com seu Senhor.
• Por isso, no Dia da Reforma, temos muito o que comemorar.
• A justificação pela fé continua trazendo novidade de vida
hoje.
• Sempre que um pecador descobre em Cristo o perdão para os
seus pecados, é adotado como filho de Deus e se torna
herdeiro do reino de Deus.