2. Epidemiologia
Dados mundiais:
130-175 milhões de infecções do trato urinário (ITU)/ano
Custo de 1.6 bilhões de dólares
Rara em homens
EUA: 7 a 11 milhões (mulheres 01 episódio ITU/ano)
3,6 milhões de consultas/ano nos EUA entre mulheres de 18 a 75 anos
Moura et al. J Applied Microb 2009, 106, 1779-91
Fihn S, NEJM, Jul 2003, 259-66
3. Epidemiologia
RN até 1 ano:
. Meninos: Anormalidades urológicas
Crianças >1 ano:
. Meninas/ fase pré-escolar 20 x +
. Meninos não postectomizados
Mulheres jovens
Idosos
Moura et al. J Applied Microb 2009, 106, 1779-91
4.
5. Patogênese - ITU
Via ascendente
Mais comum;
Cistite mais comum que pielonefrite (5%)
Via hematogênica
Moura et al. J Applied Microb 2009, 106, 1779-91
11. DEFINIÇÕES
• Presença de bactéria na cultura
quantitativa ou microscopia.
Bacteriúria
• ≥ 104 leucócitos no sedimento urinário;
• Na ausência bacteriúria → corpo estranho,
cálculo, neoplasia, infecções genitais, TB
Piúria
• Presença de bactéria por cultura
quantitativa ou microscopia em paciente
sem sinais e sintomas de ITU
Bacteriúria
assintomática
22. Fatores de risco
Obstruções:
Litíase urinária; Tumores do trato urinário; Hiperplasia prostática benigna; Estenose de ureter
ou uretra; Obstrução de junção uretero-piélica ou uretero-vesical; Anomalia congênita;
Divertículo vesical; Cisto renal.
Corpo estranho:
Cateteres e sondas no trato urinário.
Metabólica ou outras doenças:
Diabetes; Insuficiência renal; Rim transplantado; Rim espongiomedular; Síndrome de
imunodeficiência adquirida.
Instrumentações ou cirurgias urológicas:
Condutos e derivações urinárias.
23. Solicitar avaliação urológica se...
ITU em homem sadio
ITU refratária ao tratamento
Bacteremia ou Sepse
Injúria Renal
24. Tratamento
Variedade maior de microorganismos, incluindo fungos e pseudomonas
aeruginosa.
Duração de antibioticoterapia varia de 7 a 21 dias;
Pacientes com sonda vesical de demora:
Trocar sonda vesical de demora após inicio de antibioticoterapia
ITU por fungo: apenas trocar SVD.
25. Tempo de uso de sonda urinária está
associado ao risco de ITU
Wald - Arch Surg. 2008;143(6):551-557
27. Bacteriúria assintomática
• Microbiota normal
• Comum em algumas populações como idosos,
portadores SVD, institucionalizados, diabéticos
Bacteriúria
assintomática não é
doença
• ITU → sinais e sintomas
• Bacteriúria e leucocitúria são informações adicionais
Bacteriúria ou piúria não
estabelecem diagnóstico ITU
• Gestantes
• Procedimentos urológicos
• Transplantados renais
Situações de risco
• Não diminui a frequência de episódios sintomáticos
e nem melhora outros resultados
• Rastreio e tratamentos → não recomendados
Tratamento
28. Bacteriúria assintomática – diagnóstico
Mulheres assintomáticas com duas uroculturas positivas
com o mesmo agente com mais de 105 UFC
Homens assintomáticos com uma urocultura com mais
de 105 UFC
Homens ou mulheres assintomáticos com urocultura
coletada por meio de sonda de alívio com mais de 102
UFC
Nicole LE et al. Guideline for Assyntomatic Bacteriuria. Clin Infect Dis 2005,40:643-54
29. Tratamento da bacteriúria assintomática
Estudos clínicos: erradicação nem sempre satisfatória;
Aumento de custos e eventos adversos;
Não coletar urocultura de rotina;
Não tratar culturas positivas na ausência de sintomas
30. Bacteriúria assintomática
Tratamento antes de procedimentos urológicos
1) Se previsto o sangramento de mucosa
2) Antes de ressecção transuretral de próstata
Gestantes:
1) Realizar triagem no início da gestação
2) Tratar por 3 a 7 dias
3) Realizar triagem para bacteriúria recorrente
PO Tx Renal: controverso.
Nicole LE et al. Guideline for Assyntomatic Bacteriuria. Clin Infect Dis 2005,40:643-54
31. Bacteriúria assintomática
Não tratar:
- Piúria acompanhada de bacteriúria assintomática
Não realizar screening nem tratamento nos seguintes grupos:
- Mulheres pré menopausa, não grávidas
- Mulheres diabéticas
- Idosos que vivem em comunidade
- Idosos institucionalizados
- Pessoas com lesão medular
- Pacientes com SVD que permanecem com a sonda
Nicole LE et al. Guideline for Assyntomatic Bacteriuria. Clin Infect Dis 2005,40:643-54
33. ITU de repetição
Definição:
Mais de três episódios ITUs/ano ou 2 episódios em 6 meses
Em crianças: PN de repetição causam cicatrizes renais e perda progressiva de
parênquima, levando a DRC e HAS.
Investigar sempre com exame de imagem
Reinfecção: recorrência causada por diferente cepa da bacteria que causou a
infecção original. Na prática, quando a nova infecção acontece mais que 2
semanas e há documentação de urocultura N. entre os episódios.
Relapso: recorrência causada pela mesma cepa ou dentro de 2 semanas do
termino da infecção original.
Clin Infect Dis 1999;28:723-5
Guay R. Drugs 2008;9:1169-205
34. Cistite Recorrente
É comum, mesmo com trato urinário normal
Estudo europeu mostrou taxa de recorrência de 44%
Mais comum com E.coli que com outras bactérias
Não há evidência que cistite recorrente causem HAS ou DRC
35. Cistite Recorrente
Aumentada suscetibilidade a colonização vaginal bacteriana.
Mulheres “non-secretor” de antigenos do grupo ABO mostram aumentada aderência de
bacterias às cels. uroteliais
Baixa expressão do receptor da IL-8 (citocina inflamatoria que promove a migração de
neutrofilos ao uroepitelio infectado).
Fatores comportamentais: relação sexual, novo parceiro no último ano, uso de
espermicida, ITU antes dos 15 anos, História familiar(mãe) com ITU.
Anatomia pélvica: medida da distância uretra/anus. 4,8 x 5,0.
( estudo com 213 mulheres - 100 casos de UTI recorrente e 113 controle sem ITU) p= 0,03 UptoDate.
36. Cistite Recorrente
Estratégias de prevenção:
CONTRACEPÇÃO: orientação sobre troca de métodos.
INGESTA HÍDRICA E MICÇÃO PÓS-COITO: controverso.
SUCO DE CRANBERRY: inibe a aderência da bacteria.
PROFILAXIA C/ ANTIBIÓTICOS: contínua/ pós-coito/ automed.
ESTROGÊNIO TÓPICO: mulheres pós-menopausa.
37. Cistite Recorrente
PROFILAXIA ANTIMICROBIANA: indicada se > de 2 episódios em 6
meses ou 3 episódios em 1 ano.
Contínua: diminui a recorrência em 95%.
Tempo necessário?
Pós coito: mais aceitável.
Trial= SMT pós= 0,3 x 3,6 ep/ano.
Auto medicação: restrita às condições de aderência.
38. Cranberry → ampla variedade de formulações;
Sem evidência para uso no tratamento;
Prevenção → eficaz in vivo e in vitro em animais;
Ensaios clínicos limitados;
Não pode ser recomendado para profilaxia de infecções
recorrentes
CRANBERRY: interfere com a adesão da E.coli tipo P fimbriada ao
uroepitélio.
Trial placebo-controlado com mulheres idosas (media 78 anos)
mostrou que a bacteriuria foi 15 x 28% (consumo x não)
Trial com 150 mulheres jovens divididas em 3 grupos: cranberry x
lactobacillus x no intervention: Após 6 ms. a freqüencia de
recorrência foi 16 x 39 x 36%
Cranberry
Guay DR, Drugs, 2009
39. Cistite Recorrente – Guideline SOGC Nov,2010.
SU e URC devem ser coletados para o diagnostico de RUTI (III-L)
Hematuria persistente + outra bacteria não E.coli -> imagem + cistoscopia (III-L)
Mulheres sexualmente ativa com RUTI usando espermicida deveriam trocar método (II-2B)
Qmpr. da RUTI somente após cultura negativa (2 semanas pos erradicacao) (III-L)
Qmpr. continua diária com SMT, Nitro, cefalex ou quinol por 6 a 12 meses – 2/6ms/3/12ms (I-A)
Mulheres RUTI associado ao ato sexual -> qmpr. pos coito (I-A)
Auto tto é viável para mulheres aderentes e motivadas com RUTI bem documentada (I-B)
Estrógeno vaginal para mulheres na pós-menopausa com RUTI (I-A)
Informar ao paciente sobre a efetividade do suco de Cranberry (I-A)
Acupuntura pode ser considerada uma alternativa na prevencao (I-B)
Probioticos e vacinas não podem ser oferecidos como terapia para RUTI ( II-2C)
Gestante com risco deve ser dado qmpr. com Nitro ou Cefalex, exceto nos últimos 4 ms (II-1B)
41. PIELONEFRITE:
Refere-se a inflamação do trato urinario superior.
Sintomas variam de doença discreta a evolução p/sepsis.
Diag.clinico: disuria, febre,calafrios e dor lombar
Terapias de curto prazo são inadequadas – tratar por 10 a 14 dias.
Sempre solicitar urocultura e iniciar terapia de imediato.
ATB bactericida de amplo espectro e alta concentração renal.
ATB IV + internação hospitalar x ATB VO ???
42. PIELONEFRITE
Tratamento sempre orientado pela Urocultura.
Ciprofloxacino 250 ou 500 mg 12/12/hs 10 ou 14 dias
Sulfametoxazol/Trimetoprim F 12/12 hs 10ou 14 dias.
Gentamicina 3 a 5 mg/kg/dia.
Cefalotina 1 grama IV 6/6 hs
Ampicilina ou amoxacilina
Hidratação e analgesia.
Investigação por imagem ----------------------------------
SIM