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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
Departamento de Ciências Humanas e Letras – DCHL
Literatura Brasileira II – 2015.1
Análise do poema simbolista Lubricidade de João da Cruz e Sousa
Jequié-BA
2015
Análise do poema simbolista Lubricidade de João da Cruz e Sousa
Lubricidade
Quizéra ser a sérpe venenosa
Que dá-te medo e dá-te pezadellos,
Para envolver-me, ó Flor maravilhosa,
Nos flavos turbilhões dos teus cabellos.
Quizéra ser a sérpe velludosa
Para, enroscada em multiplos novellos,
Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
E babujal-os e depois mordê-los...
Talvez que o sangue impuro e flammejante
Do teu languido corpo de bacchante,
Da langue ondulação de aguas do Rheno
Estranhamente se purificasse...
Pois que um veneno de áspide vorace
Deve ser morto com igual veneno...
(SOUZA, 1923, p. 74)
Poema em forma de soneto, do escritor João Cruz e Sousa precursor do simbolismo no Brasil, o qual é
também considerado um dos maiores autores simbolistas. Semelhantemente a outros autores como
Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry, ele retoma a subjetividade da arte romântica com outro
sentido, pois os românticos desvendavam apenas a primeira camada da vida interior, onde se
localizam as vivências quase sempre de ordem sentimental, já os simbolistas foram mais longe, até os
limites do subconsciente e mesmo do inconsciente. Este fato explica o caráter ilógico ou o clima de
delírio de grande parte de seus poemas.
O poema Lubricidade revela que o sujeito almeja relacionar-se eroticamente com uma mulher. E os
tempos verbais empregados indicam que o resultado dessa relação é fantasioso. Percebe-se esses
traços na 1ª estrofe:
“Quisera ser a serpe venenosa
Que dá-te medo e dá-te pesadelos
Para envolverem, ó Flor maravilhosa,
Nos flavos turbilhões dos teus cabelos”
O erotismo é algo densamente carnal e de natureza física, com isso, as imagens de sensualidade
perdem algumas vezes o caráter vago da poesia simbolista. As cenas descritas parece fugirem do
mundo da imaginação e passar a ser algo concreto. Nota-se isso na 2ª estrofe, dos versos 7 e 8:
“Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
E babujá-los e depois mordê-los...”
Nenhuma palavra aparece em vão, tudo pulsa para um momento de intensa entrega erótica. O nome
do poema (lubricidade- propensão para luxúria; sensualidade exagerada e etc.) conjuntamente com o
verso 10, (“Do teu lânguido corpo de bacante”) vem reforçar ainda mais o erotismo sensual do poema
simbolista.
A musicalidade também é presente nesse poema e para conseguir a aproximação da poesia com a
música, os simbolistas usaram alguns recursos como, por exemplo, a aliteração e a assonância. A 4ª
estrofe deixa essa característica em evidência, quando repete frequêntemente a letra “s” ou o som
reproduzido na repetição da mesma.
“Estranhamente se purificasse...
Pois que um veneno de áspide vorace
Deve ser morto com igual veneno”
Os simbolistas procuravam sugerir através das palavras, elementos da realidade sem nomeá-los
objetivamente. O uso da sinestesia, que é a sensação produzida pela interpretação de órgãos
sensoriais, é presente no poema Lubricidade. O verso 7 se encaixa nesse critério:
“Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa”
Nas duas últimas estrofes o eu – lírico parece chegar à conclusão de que o desejo almejado não se
realizaria e que esse amor absolutamente carnal apenas poderia realizar-se quando se tornasse mútuo.
“Pois que um veneno de áspide vorace
Deve ser morto com igual veneno...”
Por fim, a partir desta análise é possível notar que o simbolismo não se sobrepôs ao
parnasianismo e ao romantismo desconsiderando as suas principais características, mas
se aprofundou, foi além do que essas correntes apresentaram.
Referências:
www.pt.wikipedia.org/wiki/simbolismo Acessado em 22/08/2015 ás 19h25min.
Referências:
www.pt.wikipedia.org/wiki/simbolismo Acessado em 22/08/2015 ás 19h25min.

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Análise do poema Lubricidade de João da Cruz e Sousa

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB Departamento de Ciências Humanas e Letras – DCHL Literatura Brasileira II – 2015.1 Análise do poema simbolista Lubricidade de João da Cruz e Sousa Jequié-BA 2015
  • 2. Análise do poema simbolista Lubricidade de João da Cruz e Sousa Lubricidade Quizéra ser a sérpe venenosa Que dá-te medo e dá-te pezadellos, Para envolver-me, ó Flor maravilhosa, Nos flavos turbilhões dos teus cabellos. Quizéra ser a sérpe velludosa Para, enroscada em multiplos novellos, Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa E babujal-os e depois mordê-los... Talvez que o sangue impuro e flammejante Do teu languido corpo de bacchante, Da langue ondulação de aguas do Rheno Estranhamente se purificasse... Pois que um veneno de áspide vorace Deve ser morto com igual veneno... (SOUZA, 1923, p. 74)
  • 3. Poema em forma de soneto, do escritor João Cruz e Sousa precursor do simbolismo no Brasil, o qual é também considerado um dos maiores autores simbolistas. Semelhantemente a outros autores como Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry, ele retoma a subjetividade da arte romântica com outro sentido, pois os românticos desvendavam apenas a primeira camada da vida interior, onde se localizam as vivências quase sempre de ordem sentimental, já os simbolistas foram mais longe, até os limites do subconsciente e mesmo do inconsciente. Este fato explica o caráter ilógico ou o clima de delírio de grande parte de seus poemas. O poema Lubricidade revela que o sujeito almeja relacionar-se eroticamente com uma mulher. E os tempos verbais empregados indicam que o resultado dessa relação é fantasioso. Percebe-se esses traços na 1ª estrofe: “Quisera ser a serpe venenosa Que dá-te medo e dá-te pesadelos Para envolverem, ó Flor maravilhosa, Nos flavos turbilhões dos teus cabelos” O erotismo é algo densamente carnal e de natureza física, com isso, as imagens de sensualidade perdem algumas vezes o caráter vago da poesia simbolista. As cenas descritas parece fugirem do mundo da imaginação e passar a ser algo concreto. Nota-se isso na 2ª estrofe, dos versos 7 e 8: “Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa E babujá-los e depois mordê-los...” Nenhuma palavra aparece em vão, tudo pulsa para um momento de intensa entrega erótica. O nome do poema (lubricidade- propensão para luxúria; sensualidade exagerada e etc.) conjuntamente com o verso 10, (“Do teu lânguido corpo de bacante”) vem reforçar ainda mais o erotismo sensual do poema simbolista. A musicalidade também é presente nesse poema e para conseguir a aproximação da poesia com a música, os simbolistas usaram alguns recursos como, por exemplo, a aliteração e a assonância. A 4ª estrofe deixa essa característica em evidência, quando repete frequêntemente a letra “s” ou o som reproduzido na repetição da mesma. “Estranhamente se purificasse... Pois que um veneno de áspide vorace Deve ser morto com igual veneno” Os simbolistas procuravam sugerir através das palavras, elementos da realidade sem nomeá-los objetivamente. O uso da sinestesia, que é a sensação produzida pela interpretação de órgãos sensoriais, é presente no poema Lubricidade. O verso 7 se encaixa nesse critério: “Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa”
  • 4. Nas duas últimas estrofes o eu – lírico parece chegar à conclusão de que o desejo almejado não se realizaria e que esse amor absolutamente carnal apenas poderia realizar-se quando se tornasse mútuo. “Pois que um veneno de áspide vorace Deve ser morto com igual veneno...” Por fim, a partir desta análise é possível notar que o simbolismo não se sobrepôs ao parnasianismo e ao romantismo desconsiderando as suas principais características, mas se aprofundou, foi além do que essas correntes apresentaram.