SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
ISSN 1517-211X




                             Graviola:
                             Nutrição, calagem e adubação


   36                        Apresentação

                             A gravioleira (Annona muricata L) apresenta-se como uma das
                             espécies de grande importância econômica para a fruticultura
                             regional. A demanda pelos frutos cada vez mais crescente é
                             atribuída às suas qualidades organolépticas, que possibilitam a
                             sua utilização tanto para consumo “in natura” quanto para
                             aproveitamento pela agroindústria. A gravioleira também possui
                             propriedades utilizadas na medicina homeopática e na culinária
                             caseira, sendo aproveitada sob as mais diversas formas. Nesse
                             contexto, a produção de fruteiras na Amazônia, por ser
                             oriunda, na sua maioria, do extrativismo ou do semi-
                             estrativismo, ainda reflete o pouco conhecimento dos
                             diferentes componentes que constituem o sistema de produção
                             das culturas, sobretudo no que concerne a estudos sobre a
           Belém, PA         nutrição mineral de plantas.
      Dezembro, 2004

                             A diagnose visual fundamenta-se no fato de que as plantas com
                             carência ou excesso de determinado nutriente, normalmente
              Autores
                             apresentam características distintas. E para que essa diagnose
  Ismael de Jesus Matos
                   Viégas    torne-se mais eficiente, é indispensável que se descrevam os
Eng. Agrôn., Pesquisador     sintomas visuais de deficiência de cada nutriente para a cultura
   da Embrapa Amazônia
    Oriental, Caixa Postal   específica.
          48, Belém, PA,
        CEP 66.095-100
                             A análise química foliar de nutrientes em plantas cultivadas em
Dílson Augusto Capucho
                  Frazão     condições de campo nem sempre é possível de ser realizada em
Eng. Agrôn., Pesquisador
   da Embrapa Amazônia
                             tempo hábil, e dessa forma, o conhecimento dos sintomas visuais
                 Oriental    de deficiências manifestados pelas culturas pode fornecer subsídos
                             importantes para avaliação do estado nutricional e, com isso, corrigir
                             a limitação do(s) nutriente(s).



                             Objetivo

                             Caracterizar os sintomas visuais de deficiência de
                             macronutrientes e indicar os teores sem deficiência e com
                             deficiência, assim como recomendar a calagem e adubação para
                             plantas de gravioleira.
2                                  Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação




    Caracterização dos Sintomas Visuais de Deficiências de Macronutrientes em
    Graviola
    Ismael de Jesus Matos Viégas




    Nitrogênio – À esquerda, plantas de gravioleira sem deficiência (C) e com deficiência de ni-
    trogênio (-N). Com deficiência de nitrogênio, altura reduzida e menor número de folhas. À
    direita, folha de gravioleira sem deficiência (C) e folhas amareladas com deficiência de ni-
    trogênio (-N).




    Fósforo – Planta de
    gravioleira sem deficiência
    de fósforo (C) e à direita
    com deficiência (-P), mos-
    trando altura reduzida. Os
                                                                            Ismael de Jesus Matos Viégas




    sintomas de deficiência de
    fósforo foram inicialmente
    observados nas folhas su-
    periores, que se apresen-
    tam mais estreitas, tama-
    nho reduzido e bordos cur-
    vados. As folhas inferiores
    apresentaram-se pendentes
    ao caule e com coloração
    verde-clara.
Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação   3
Ismael de Jesus Matos Viégas




Potássio – À esquerda, plantas de gravioleira sem deficiência de potássio (C) e com defici-
ência (-K), mostrando redução drástica do crescimento. À direita, folha sem deficiência (C)
e com deficiência de potássio (-K). As plantas de gravioleira com deficiência de potássio
mostram nas folhas mais velhas, a partir do ápice, clorose marginal avançando em direção
à parte central por entre as nervuras, inicialmente de coloração verde-amarela, para posteri-
ormente marrom, como conseqüência da necrose.
Ismael de Jesus Matos Viégas




Cálcio – À esquerda, plantas de gravioleira sem deficiência de cálcio (C) e com deficiência
de cálcio (-Ca), apresentando altura reduzida. À direita, folhas de gravioleira sem deficiência
de cálcio (C) e com deficiência de cálcio (-Ca). Os sintomas de deficiência aparecem inicial-
mente nas folhas mais novas, com necrose ao longo da margem superior do ápice da folha
e entre as nervuras. O restante das folhas apresenta coloração verde normal. A necrose na
folha se apresenta de coloração pardo-escura e enrolada sobre si mesma, com bordos
recurvados para cima.
4                                  Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação
    Ismael de Jesus Matos Viégas




      Magnésio – À esquerda, plantas de graviola sem deficiência (C), e à direita, com deficiên-
      cia de magnésio (-Mg), apresentando altura reduzida. À direita, folha sem deficiência de
      magnésio (C) e folhas com deficiência de magnésio (-Mg). Observa-se clorose ao longo da
      nervura principal, sendo que a margem das folhas permanece verde. Porém, com a inten-
      sidade da deficiência de magnésio, as folhas ficam totalmente amareladas, ocasionando a
      queda precoce das mesmas.
    Ismael de Jesus Matos Viégas




      Enxofre – À esquerda, gravioleira sem deficiência de enxofre (C) e com deficiência (-S),
      mostrando altura reduzida da planta. À direita, folha sem deficiência de enxofre (C), e com
      deficiência (-S), apresentando coloração verde amarelada nas folhas mais novas e com
      nervuras mais claras em relação ao limbo.
Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação   5



Faixas de Teores Foliares sem Deficiência e com Deficiência de
Macronutrientes em Gravioleira




Calagem
                                                              BR 13, e a dose de fósforo da Tabela 1,
Realizar a calagem pelo menos dois meses
                                                              conforme resultados da análise do solo. Na
antes do plantio. Aplicar o calcário
                                                              fase de crescimento e produção, aplicar as
utilizando-se o critério de saturação por                     quantidades de N, P e K indicadas na Tabela
bases e as quantidades calculadas para                        1, de acordo com os resultados de análise do
elevar o valor da saturação inicial até                       solo. As fontes mais recomendadas são uréia,
atingir 50%. Para o cálculo da necessidade                    superfosfato triplo ou fosfato natural e cloreto
de calcário (NC), utilizar a fórmula:                         de potássio. A partir do 2o ano, aplicar o
                                                              sulfato de magnésio, sendo a quantidade de
               T (V2 – V1)                                    MgO, correspondente a 1/3 de K2O.
N.C. (t/ ha) = ———————— onde:
                  PRNT                                        A época mais propícia para aplicação dos
                                                              fertilizantes é no início das chuvas ou no final da
N.C = Necessidade de calcário em t por hectare                estação chuvosa, quando a precipitação
T = capacidade de troca de cátions; T= S + (H + Al +3);
                                                              pluviométrica começa a diminuir de intensidade.
S = Ca +2 + Mg +2 + Na +
                                                              Na fase de crescimento e produção, o fertilizante
V1 = valor da saturação por bases do solo antes da correção
V2 = valor da saturação por bases desejada a 50%              fosfatado deve ser aplicado de uma só vez, no
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário      início do período chuvoso. Parcelar os
                                                              fertilizantes contendo nitrogênio, potássio e
Adubação                                                      magnésio em duas aplicações. Os fertilizantes
                                                              devem ser distribuídos e incorporados a 1/3 para
Por ocasião do plantio, incorporar na cova                    dentro e para fora do raio da projeção da copa
com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, 10 litros                   da gravioleira.
de esterco de curral curtido, ou 3 litros de
esterco de galinha e 10 g por planta de FTE
6         Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação




    Tabela 1. Recomendação de adubação para gravioleira em função da análise do solo.




            Circular             Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:       Comitê de    Presidente: Joaquim Ivanir Gomes
         Técnica, 36             Embrapa Amazônia Oriental                             publicações   Membros: Gladys Ferreira de Sousa, João Tomé de
                                 Endereço: Trav. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48                 Farias Neto, José Lourenço Brito Júnior, Kelly de Oliveira
                                 CEP 66 065-100, Belém, PA.                                          Cohen, Moacyr Bernardino Dias Filho.
    MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
                                 Fone: (91) 3299-4500
    PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
                                 Fax: (91) 276-9845                                                  Supervisor editorial: Guilherme Leopoldo da Costa Fernandes
                                 E-mail: sac@cpatu.embrapa.br                          Expediente    Revisão de texto: Marlúcia Oliveira da Cruz
                                 1a edição                                                           Editoração eletrônica: Euclides Pereira dos Santos Filho
                                 1a impressão (2004): Tiragem: 300




                                                                                                                                                   CGPE 4837

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-Cézar Guerra
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Rural Pecuária
 
Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...
Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...
Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...Revista Cafeicultura
 
Matas de igapó e varzea
Matas de igapó e varzeaMatas de igapó e varzea
Matas de igapó e varzeaCamila Paese
 
TCC_Tais & Cibelle-2015........
TCC_Tais & Cibelle-2015........TCC_Tais & Cibelle-2015........
TCC_Tais & Cibelle-2015........FABEJA
 
Ipni + prod soja 16 143
Ipni + prod soja  16 143Ipni + prod soja  16 143
Ipni + prod soja 16 143Cézar Guerra
 
Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...
Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...
Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...Rural Pecuária
 
Metabolismo de carbono na agricultura tropical
Metabolismo de carbono na agricultura tropicalMetabolismo de carbono na agricultura tropical
Metabolismo de carbono na agricultura tropicaladrianaqalmeida
 
Adubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do AlgodeiroAdubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do AlgodeiroGeagra UFG
 
Adubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e FoliarAdubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e FoliarGeagra UFG
 
Nutricao e adubação do milho
Nutricao e adubação do milho Nutricao e adubação do milho
Nutricao e adubação do milho Alisson Fernandes
 
1 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_1369128264
1 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_13691282641 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_1369128264
1 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_1369128264Peças E Minas
 
Adubação racional econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procafé
Adubação racional  econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procaféAdubação racional  econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procafé
Adubação racional econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procaféManejo Da Lavoura Cafeeira
 
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Rural Pecuária
 
Enfermeiras da terra
Enfermeiras da terraEnfermeiras da terra
Enfermeiras da terramvezzone
 
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...Revista Cafeicultura
 
TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012 TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012 FABEJA
 

Mais procurados (20)

Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
Adubacao da-soja-em-areas-de-cerrado-micronutrientes-
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
 
Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...
Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...
Uso sustentável de fertilizantes na cafeicultura palestra valter casarin feni...
 
Cartilha
CartilhaCartilha
Cartilha
 
Matas de igapó e varzea
Matas de igapó e varzeaMatas de igapó e varzea
Matas de igapó e varzea
 
Resumo simpósio café esalq
Resumo simpósio café esalqResumo simpósio café esalq
Resumo simpósio café esalq
 
TCC_Tais & Cibelle-2015........
TCC_Tais & Cibelle-2015........TCC_Tais & Cibelle-2015........
TCC_Tais & Cibelle-2015........
 
Ipni + prod soja 16 143
Ipni + prod soja  16 143Ipni + prod soja  16 143
Ipni + prod soja 16 143
 
Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...
Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...
Cultivares de cafeeiros (coffea arabica L.) para a região centro oeste do est...
 
Metabolismo de carbono na agricultura tropical
Metabolismo de carbono na agricultura tropicalMetabolismo de carbono na agricultura tropical
Metabolismo de carbono na agricultura tropical
 
Inpdf viewer 97
Inpdf viewer 97Inpdf viewer 97
Inpdf viewer 97
 
Adubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do AlgodeiroAdubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do Algodeiro
 
Adubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e FoliarAdubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e Foliar
 
Nutricao e adubação do milho
Nutricao e adubação do milho Nutricao e adubação do milho
Nutricao e adubação do milho
 
1 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_1369128264
1 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_13691282641 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_1369128264
1 a planta_de_framboesa_morfologia_e_fisiologia_1369128264
 
Adubação racional econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procafé
Adubação racional  econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procaféAdubação racional  econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procafé
Adubação racional econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procafé
 
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
 
Enfermeiras da terra
Enfermeiras da terraEnfermeiras da terra
Enfermeiras da terra
 
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
 
TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012 TCC - Simone Maria da Silva -2012
TCC - Simone Maria da Silva -2012
 

Destaque (20)

Netbooks
NetbooksNetbooks
Netbooks
 
La dama de corinto
La dama de corintoLa dama de corinto
La dama de corinto
 
Lpors06
Lpors06Lpors06
Lpors06
 
Quran
QuranQuran
Quran
 
Maatschappelijke innovatie
Maatschappelijke innovatieMaatschappelijke innovatie
Maatschappelijke innovatie
 
Anboto 400
Anboto 400Anboto 400
Anboto 400
 
1101 26 valdres familieturer
1101 26 valdres familieturer1101 26 valdres familieturer
1101 26 valdres familieturer
 
Conheça nossos espaços!
Conheça nossos espaços!Conheça nossos espaços!
Conheça nossos espaços!
 
Experiencias modelo pedagogico
Experiencias modelo pedagogicoExperiencias modelo pedagogico
Experiencias modelo pedagogico
 
Hki laaja top 130102011, anu kemppainen
Hki laaja top 130102011, anu kemppainenHki laaja top 130102011, anu kemppainen
Hki laaja top 130102011, anu kemppainen
 
Combild - управление ИТ-инфраструктурой
Combild - управление ИТ-инфраструктуройCombild - управление ИТ-инфраструктурой
Combild - управление ИТ-инфраструктурой
 
Eu dieu tra chong ban pha gia doi voi khan lanh trai giuong loai cotton
Eu dieu tra chong ban pha gia doi voi khan lanh trai giuong loai cottonEu dieu tra chong ban pha gia doi voi khan lanh trai giuong loai cotton
Eu dieu tra chong ban pha gia doi voi khan lanh trai giuong loai cotton
 
Canções
CançõesCanções
Canções
 
Autoestima pdf
Autoestima pdfAutoestima pdf
Autoestima pdf
 
Teoria i 02-retorica
Teoria i 02-retoricaTeoria i 02-retorica
Teoria i 02-retorica
 
TAM Air
TAM AirTAM Air
TAM Air
 
Tutorial azcamd s900
Tutorial azcamd s900Tutorial azcamd s900
Tutorial azcamd s900
 
Aula 1 9 a
Aula 1 9 aAula 1 9 a
Aula 1 9 a
 
Estudo dirigido aula 6
Estudo dirigido   aula 6Estudo dirigido   aula 6
Estudo dirigido aula 6
 
Top-13 фильмов, которые должен посмотреть каждый
Top-13 фильмов, которые должен посмотреть каждыйTop-13 фильмов, которые должен посмотреть каждый
Top-13 фильмов, которые должен посмотреть каждый
 

Semelhante a Circ.tec.36

Seja feijoeiro
Seja feijoeiroSeja feijoeiro
Seja feijoeironesga200
 
ADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptx
ADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptxADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptx
ADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptxLuiz Humberto
 
Adubação e nutrição de planta frutiferas.pdf
Adubação e nutrição de planta frutiferas.pdfAdubação e nutrição de planta frutiferas.pdf
Adubação e nutrição de planta frutiferas.pdfLeyserRodriguesOlive
 
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacaoPelo Siro
 
Boas Práticas Fertilização Batata-doce.pdf
Boas Práticas Fertilização Batata-doce.pdfBoas Práticas Fertilização Batata-doce.pdf
Boas Práticas Fertilização Batata-doce.pdfAnabelaVeloso7
 
Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas
Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas
Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas Leandro Araujo
 
Apresentaçã adubação do cultivo de banana
Apresentaçã adubação do cultivo de bananaApresentaçã adubação do cultivo de banana
Apresentaçã adubação do cultivo de bananaAnderson Santos
 
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...Rural Pecuária
 
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...Tiago Firmino Boaventura de Oliveira
 
SEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptx
SEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptxSEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptx
SEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptxJosFranciscoNogueira3
 
Nutrição e adubação do feijoeiro
Nutrição e adubação do feijoeiro Nutrição e adubação do feijoeiro
Nutrição e adubação do feijoeiro Geagra UFG
 
Adubação Potassica Soja
Adubação Potassica SojaAdubação Potassica Soja
Adubação Potassica SojaGustavo Avila
 

Semelhante a Circ.tec.36 (20)

Seja feijoeiro
Seja feijoeiroSeja feijoeiro
Seja feijoeiro
 
ADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptx
ADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptxADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptx
ADUBAÇAO E NUTRIÇÃO DA BANANEIRA 1.pptx
 
Adubação e nutrição de planta frutiferas.pdf
Adubação e nutrição de planta frutiferas.pdfAdubação e nutrição de planta frutiferas.pdf
Adubação e nutrição de planta frutiferas.pdf
 
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
 
Boas Práticas Fertilização Batata-doce.pdf
Boas Práticas Fertilização Batata-doce.pdfBoas Práticas Fertilização Batata-doce.pdf
Boas Práticas Fertilização Batata-doce.pdf
 
Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas
Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas
Avaliação da fertilidade do solo e estado nutricional das plantas
 
O Nabo
O NaboO Nabo
O Nabo
 
O arroz
O arrozO arroz
O arroz
 
Tripes em cebola: cuidados no manejo
Tripes em cebola: cuidados no manejoTripes em cebola: cuidados no manejo
Tripes em cebola: cuidados no manejo
 
Apresentaçã adubação do cultivo de banana
Apresentaçã adubação do cultivo de bananaApresentaçã adubação do cultivo de banana
Apresentaçã adubação do cultivo de banana
 
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
 
Adubacaoe nutricao
Adubacaoe nutricaoAdubacaoe nutricao
Adubacaoe nutricao
 
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...
 
01
0101
01
 
Relatório milho
Relatório milhoRelatório milho
Relatório milho
 
4646 16678-1-pb
4646 16678-1-pb4646 16678-1-pb
4646 16678-1-pb
 
SEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptx
SEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptxSEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptx
SEMINÁRIO Milho e Trigo – FAESB FINAL.pptx
 
Slides
SlidesSlides
Slides
 
Nutrição e adubação do feijoeiro
Nutrição e adubação do feijoeiro Nutrição e adubação do feijoeiro
Nutrição e adubação do feijoeiro
 
Adubação Potassica Soja
Adubação Potassica SojaAdubação Potassica Soja
Adubação Potassica Soja
 

Circ.tec.36

  • 1. ISSN 1517-211X Graviola: Nutrição, calagem e adubação 36 Apresentação A gravioleira (Annona muricata L) apresenta-se como uma das espécies de grande importância econômica para a fruticultura regional. A demanda pelos frutos cada vez mais crescente é atribuída às suas qualidades organolépticas, que possibilitam a sua utilização tanto para consumo “in natura” quanto para aproveitamento pela agroindústria. A gravioleira também possui propriedades utilizadas na medicina homeopática e na culinária caseira, sendo aproveitada sob as mais diversas formas. Nesse contexto, a produção de fruteiras na Amazônia, por ser oriunda, na sua maioria, do extrativismo ou do semi- estrativismo, ainda reflete o pouco conhecimento dos diferentes componentes que constituem o sistema de produção das culturas, sobretudo no que concerne a estudos sobre a Belém, PA nutrição mineral de plantas. Dezembro, 2004 A diagnose visual fundamenta-se no fato de que as plantas com carência ou excesso de determinado nutriente, normalmente Autores apresentam características distintas. E para que essa diagnose Ismael de Jesus Matos Viégas torne-se mais eficiente, é indispensável que se descrevam os Eng. Agrôn., Pesquisador sintomas visuais de deficiência de cada nutriente para a cultura da Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal específica. 48, Belém, PA, CEP 66.095-100 A análise química foliar de nutrientes em plantas cultivadas em Dílson Augusto Capucho Frazão condições de campo nem sempre é possível de ser realizada em Eng. Agrôn., Pesquisador da Embrapa Amazônia tempo hábil, e dessa forma, o conhecimento dos sintomas visuais Oriental de deficiências manifestados pelas culturas pode fornecer subsídos importantes para avaliação do estado nutricional e, com isso, corrigir a limitação do(s) nutriente(s). Objetivo Caracterizar os sintomas visuais de deficiência de macronutrientes e indicar os teores sem deficiência e com deficiência, assim como recomendar a calagem e adubação para plantas de gravioleira.
  • 2. 2 Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação Caracterização dos Sintomas Visuais de Deficiências de Macronutrientes em Graviola Ismael de Jesus Matos Viégas Nitrogênio – À esquerda, plantas de gravioleira sem deficiência (C) e com deficiência de ni- trogênio (-N). Com deficiência de nitrogênio, altura reduzida e menor número de folhas. À direita, folha de gravioleira sem deficiência (C) e folhas amareladas com deficiência de ni- trogênio (-N). Fósforo – Planta de gravioleira sem deficiência de fósforo (C) e à direita com deficiência (-P), mos- trando altura reduzida. Os Ismael de Jesus Matos Viégas sintomas de deficiência de fósforo foram inicialmente observados nas folhas su- periores, que se apresen- tam mais estreitas, tama- nho reduzido e bordos cur- vados. As folhas inferiores apresentaram-se pendentes ao caule e com coloração verde-clara.
  • 3. Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação 3 Ismael de Jesus Matos Viégas Potássio – À esquerda, plantas de gravioleira sem deficiência de potássio (C) e com defici- ência (-K), mostrando redução drástica do crescimento. À direita, folha sem deficiência (C) e com deficiência de potássio (-K). As plantas de gravioleira com deficiência de potássio mostram nas folhas mais velhas, a partir do ápice, clorose marginal avançando em direção à parte central por entre as nervuras, inicialmente de coloração verde-amarela, para posteri- ormente marrom, como conseqüência da necrose. Ismael de Jesus Matos Viégas Cálcio – À esquerda, plantas de gravioleira sem deficiência de cálcio (C) e com deficiência de cálcio (-Ca), apresentando altura reduzida. À direita, folhas de gravioleira sem deficiência de cálcio (C) e com deficiência de cálcio (-Ca). Os sintomas de deficiência aparecem inicial- mente nas folhas mais novas, com necrose ao longo da margem superior do ápice da folha e entre as nervuras. O restante das folhas apresenta coloração verde normal. A necrose na folha se apresenta de coloração pardo-escura e enrolada sobre si mesma, com bordos recurvados para cima.
  • 4. 4 Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação Ismael de Jesus Matos Viégas Magnésio – À esquerda, plantas de graviola sem deficiência (C), e à direita, com deficiên- cia de magnésio (-Mg), apresentando altura reduzida. À direita, folha sem deficiência de magnésio (C) e folhas com deficiência de magnésio (-Mg). Observa-se clorose ao longo da nervura principal, sendo que a margem das folhas permanece verde. Porém, com a inten- sidade da deficiência de magnésio, as folhas ficam totalmente amareladas, ocasionando a queda precoce das mesmas. Ismael de Jesus Matos Viégas Enxofre – À esquerda, gravioleira sem deficiência de enxofre (C) e com deficiência (-S), mostrando altura reduzida da planta. À direita, folha sem deficiência de enxofre (C), e com deficiência (-S), apresentando coloração verde amarelada nas folhas mais novas e com nervuras mais claras em relação ao limbo.
  • 5. Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação 5 Faixas de Teores Foliares sem Deficiência e com Deficiência de Macronutrientes em Gravioleira Calagem BR 13, e a dose de fósforo da Tabela 1, Realizar a calagem pelo menos dois meses conforme resultados da análise do solo. Na antes do plantio. Aplicar o calcário fase de crescimento e produção, aplicar as utilizando-se o critério de saturação por quantidades de N, P e K indicadas na Tabela bases e as quantidades calculadas para 1, de acordo com os resultados de análise do elevar o valor da saturação inicial até solo. As fontes mais recomendadas são uréia, atingir 50%. Para o cálculo da necessidade superfosfato triplo ou fosfato natural e cloreto de calcário (NC), utilizar a fórmula: de potássio. A partir do 2o ano, aplicar o sulfato de magnésio, sendo a quantidade de T (V2 – V1) MgO, correspondente a 1/3 de K2O. N.C. (t/ ha) = ———————— onde: PRNT A época mais propícia para aplicação dos fertilizantes é no início das chuvas ou no final da N.C = Necessidade de calcário em t por hectare estação chuvosa, quando a precipitação T = capacidade de troca de cátions; T= S + (H + Al +3); pluviométrica começa a diminuir de intensidade. S = Ca +2 + Mg +2 + Na + Na fase de crescimento e produção, o fertilizante V1 = valor da saturação por bases do solo antes da correção V2 = valor da saturação por bases desejada a 50% fosfatado deve ser aplicado de uma só vez, no PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário início do período chuvoso. Parcelar os fertilizantes contendo nitrogênio, potássio e Adubação magnésio em duas aplicações. Os fertilizantes devem ser distribuídos e incorporados a 1/3 para Por ocasião do plantio, incorporar na cova dentro e para fora do raio da projeção da copa com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, 10 litros da gravioleira. de esterco de curral curtido, ou 3 litros de esterco de galinha e 10 g por planta de FTE
  • 6. 6 Graviola: Nutrição, Calagem e Adubação Tabela 1. Recomendação de adubação para gravioleira em função da análise do solo. Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Joaquim Ivanir Gomes Técnica, 36 Embrapa Amazônia Oriental publicações Membros: Gladys Ferreira de Sousa, João Tomé de Endereço: Trav. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48 Farias Neto, José Lourenço Brito Júnior, Kelly de Oliveira CEP 66 065-100, Belém, PA. Cohen, Moacyr Bernardino Dias Filho. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, Fone: (91) 3299-4500 PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Fax: (91) 276-9845 Supervisor editorial: Guilherme Leopoldo da Costa Fernandes E-mail: sac@cpatu.embrapa.br Expediente Revisão de texto: Marlúcia Oliveira da Cruz 1a edição Editoração eletrônica: Euclides Pereira dos Santos Filho 1a impressão (2004): Tiragem: 300 CGPE 4837