2. C.N., 32 anos, compareceu a um serviço especializado
em doenças dermatológicas apresentando 4 lesões em
placa bem delimitadas, com o centro plano de aspecto
normal, com diminuição da sensibilidade e pele
bastante ressecada. No consultório de enfermagem, o
enfermeiro realizou uma prevenção de incapacidades,
observando alteração de sensibilidade nos olhos e
nariz e membros inferiores (MMII) sem alterações.
2
4. Qual a classificação operacional? Qual a possível forma
clínica?
Qual exame poderia ajudar a definir a forma clínica?
Quais drogas o paciente deve tomar na dose
supervisionada? E na dose diária auto-administrada?
4
5. CARACTERÍSTICA DO BACILO DE
HANSEN
MICRÓBIO VISÍVEL APENAS AO MICROSCÓPIO.
TEM PREFERÊNCIA POR ÁREAS DO CORPO MAIS
FRIAS COMO A PELE E OS NERVOS.
5
7. DEFINIÇÃO DE CASO DE
HANSENÍASE
(OMS)
Apresentar uma ou mais das seguintes
características:
Lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração
de sensibilidade;
Acometimento de nervo(s) periférico(s) com
espessamento associado a alterações
sensitivas e/ou motoras;
Baciloscopia positiva de esfregaço dérmico. 7
9. CLASSIFICAÇÃO
OPERACIONAL (OMS)
Lesões na pele com alteração da sensibilidade
Até 5 lesões = defesa eficaz = Paucibacilar (PB)
Mais que 5 lesões = defesa ineficaz = Multibacilar
(MB)
Baciloscopia positiva = MB, independente do número
de lesões.
10. HANSENÍASE - FORMA CLÍNICA
INDETERMINADA
HANSENÍASE PAUCIBACILAR
INDETERMINADA (HI)
Forma inicial da doença;
Áreas de hipo ou anestesia;
Manchas hipocromicas e/ou
eritemato-hipocrômicas;
Pode apresentar diminuição de
sudorese;
11. HANSENÍASE - FORMA CLÍNICA
INDETERMINADA
HANSENÍASE PAUCIBACILAR
INDETERMINADA (HI)
Não há comprometimento de nervos
e, por isso, não ocorrem alterações
motoras ou sensitivas que possam
causar incapacidades.
Baciloscopia de raspado intradérmico
é sempre negativa;
Curam facilmente com o tratamento e, se não tratadas,
podem regredir espontaneamente ou evoluir para a forma
tuberculóide.
12. HANSENÍASE - FORMA CLÍNICA
TUBERCULÓIDE
HANSENÍASE PAUCIBACILAR
TUBERCULOIDE (HT)
Áreas de hipo ou anestesia;
O centro da lesão tem aspecto
de pele normal ou hipocrômico;
Placas eritematosas e/ou
eritemato-hipocrômicas;
Placas bem definidas;
Comprometimento de nervo;
Baciloscopia de raspado
intradérmico negativa.
13. HANSENÍASE - FORMA CLÍNICA DIMORFA
HANSENÍASE MULTIBACILAR
DIMORFA (HD)
Lesões eritematosas, planas com o centro
claro);
Lesões de tonalidade ferruginosa ou
pardacenta);
Alteração de sensibilidade;
Comprometimento de nervos e episódios
reacionais frequentes, podendo desenvolver
incapacidades e deformidades físicas.
Baciloscopia: positiva (vários bacilos ou
raros bacilos) ou negativa.
14. HANSENÍASE - FORMA CLÍNICA
VIRCHOWIANA
HANSENÍASE MULTIBACILAR
• VIRCHOWIANA (HV)
É a forma clínica mais frequente
no Brasil;
Eritema e infiltração difusas
Placas eritematosas, infiltradas e
de bordas mal definidas
Tubérculos e nódulos
Madarose
15. QUADRO 1 – SINOPSE PARA CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS
CLÍNICAS DA HANSENÍASE
Características
Clínicas Baciloscópicas Classificação
Operacional
(OMS-1982)
Áreas de hipo ou anestesias, parestesias,
manchas hipocrômicas e/ou eritemato
hipocrômicas, com ou sem diminuição da
sudorese.
Negativa
Paucibacilar (PB)
Placas eritematosas, eritemato-hipocrômicas,
bem delimitadas, hipo ou anestésicas, com
comprometimento de tronco nervoso.
Negativa
Lesões eritematosas planas com o centro claro.
Lesões eritematopigmentares de tonalidade
ferruginosa ou pardacenta, alteração de
sensibilidade.
Positiva ou negativa
Multibacilar (MB)
Mais de cinco lesões de
pele
Eritema e infiltração difusos, placas
eritematosas infiltradas e de bordas mal
definidas, tubérculos e nódulos, lesões das
mucosas, alteração de sensibilidade
Positiva
16. DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Exame de toda a superfície
corporal
Teste de sensibilidade térmica
Teste de sensibilidade dolorosa
(alfinete)
Teste de sensibilidade tátil
(algodão, caneta, monofilamento)
Exame dos troncos nervosos
periféricos
17. EXAMES COMPLEMENTARES AO
DIAGNÓSTICO
17
BACILOSCOPIA Teste de Mitsuda
1. Reação Negativa: Ausência de
qualquer sinal no ponto de inoculação
ou presença de pápula ou nódulo
inferior a 5 mm de diâmetro.
2. Reação Positiva: Presença de pápula
ou nódulo, igual ou superior a 5 mm ou
presença de ulceração.
1. Paucibacilares: Nenhum bacilo é
encontrado. Corresponde às
formas indeterminada e tuberculóide.
2. Multibacilares: São encontrados um ou
mais bacilos. Às vezes se encontram,
globias, que são aglomerados
de bacilos; corresponde às formas
dimorfa e virchowiana.
19. CONTROLE HANSENÍASE
SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE - CEARÁ
Busca ativa;
Exame dos comunicantes;
Imunização dos comunicantes com a vacina BCG:
• avaliar presença de cicatriz vacinal anterior;
• contatos menores de 1 ano de idade já
vacinados: não vacinar
21. 21
-QUE A URINA PODE FICAR VERMELHA QUANDO TOMA A RIFAMPICINA
(COMPRIMIDO VERMELHO) NO DIA DA DOSE MENSAL SUPERVISIONADA NO
POSTO DE SAÚDE;
- QUE A COR DA PELE PODE FICAR MAIS ESCURA DEVIDO AO COMPRIMIDO
MARROM (CLOFAZIMINA) PRINCIPALMENTE SE A PELE FOR EXPOSTA AO SOL
(USAR CHAPÉU, FILTRO SOLAR OU OUTRA FORMA DE PROTEGER A PELE);
- APÓS O TÉRMINO DO TRATAMENTO A COR DA PELE VAI VOLTANDO AO NORMAL;
- O COMPRIMIDO VERMELHO (RIFAMPICINA), TOMADO UMA VEZ POR MÊS;
-PODE DIMINUIR A AÇÃO DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL. QUATRO DIAS ANTES
E QUATRO DIAS DEPOIS DA DOSE SUPERVISIONADA, CONTINUAR COM A PÍLULA
E USAR PRESERVATIVO SE QUISER EVITAR A GRAVIDEZ;
- PODE HAVER EFEITOS INDESEJÁVEIS (COLATERAIS).
22. PQT PAUCIBACILAR
Mensal supervisionado:
(1º. Dia)
Rifampicina 600mg
Dapsona 100 mg
Diário auto-administrado:
(2º. ao 28º. Dia)
Dapsona 100 mg
Critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses
23. PQT MULTIBACILAR
Mensal supervisionado:
(1º. Dia)
Rifampicina 600mg
Dapsona 100 mg
Clofazimina 300 mg
Diário auto-administrado:
(2º. ao 28º. Dia)
Dapsona 100 mg
Clofazimina 50 mg
Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses
24. REAÇÃO REVERSA (TIPO I)
Novas lesões dermatológicas
( manchas ou placas)
infiltração, alteração da cor e
edema nas lesões antigas
Dor nos nervos
TRATAMENTO: PREDNISONA
1 a 2 mg/Kg em dose única diária.
Manter dose inicial até regressão clínica
Reduzir a dose em intervalos fixos e quantidade
predeterminada.
25. ERITEMA NODOSO (TIPO II)
Quadro clínico manifestado principalmente por
eritema nodoso hansênico (ENH)
Nódulos vermelhos e dolorosos, febre, dores
articulares, dor no local
Mal-estar generalizado
TRATAMENTO:
TALIDOMIDA de 100 a 400 mg/dia
– observar portaria 344 – proibida para mulheres em idade fértil - Efeito
teratogênico.
PREDNISONA – mesma dosagem do tipo 1(Mulheres em idade fértil,
Associação com neurite ou comprometimento ocular. Mãos e pés
reacionais, eritema nodoso necrotizante,.
28. Legenda: N = no: Legenda: N = normal E = espessado D = dor
N = normal E = espessado D = dor
Legenda: F=Forte D=Diminuída P=Paralisado ou 5=Forte, 4=Resistência Parcial, 3=Movimento completo,
2=Movimento Parcial,
1=Contração, 0=Paralisado