SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
A história do método cientifico
Idade Moderna
Com as invasões bárbaras, a partir do séc. V, a maior parte da literatura filosófica e
científica grega na Europa perdeu-se. O pouco que havia sido traduzido para o latim
marcaria a Idade Média cristã até o séc. XII, quando novas traduções a partir das
fontes árabes transformariam a filosofia. Dentro das obras que foram importantes
para a filosofia da natureza da baixa Idade Média destacam-se o Timeu de Platão,
parte do qual Calcídio (c. 321)e as obras lógicas de Aristóteles. Foram feitas Traduções
para o latim de algumas obras médicas foram feitas de obras do Corpo Hipocrático e
de Galeno, na cidade de Ravena nos sécs. V a VII. No norte da Europa, o estudo grego
foi mantidoapenas na Irlanda, de onde surgiu João Escoto Erígena (c. 815-77), que
traduziu obras neoplatônicas. A difusão da cultura grega para o Oriente deu-se a partir
de Alexandre, mas a sobrevivência do conhecimento da língua e cultura grega deveu-
se principalmente à presença da igreja nestoriana (cristãos de língua siríaca), que no
séc. V fugiram da perseguição bizantina, e se instalaram em cidades da Pérsia (actual
Iraque), como Nisibis e Jundishapur. Após a morte de Maomé, em 632, o islamismo se
expandiu rapidamente, e o Califado Abássida (a partir de 749) estabeleceu contactos
amigáveis comcristãos e persas helenizado semseu território, especialmente após a
mudança da capital para Bagdá (em 762), perto deJundishapur. Médicos nestorianos
foram trazidos para a corte, e fundou-se a “Casa da Sabedoria” (c. 820) em torno de
uma grande biblioteca mantida principalmente por nestorianos, e que se encarregava
de traduzir do siríaco e do grego obras de interesse prático – sobre medicina,
astrologia, lógica e matemática – e, devido ao crescimento de interesses teológicos,
também as obras de Platão e Aristóteles. A manufactura de papel fora assimilada de
conquistas de territórios chineses, e chegou a Bagdá em 794, facilitando as traduções.
A matemática muçulmana incorporou os algarismos hindus (com nove signos
diferentes para os primeiro nove números) e aperfeiçoou a álgebra, com al-Khwarizmi
(c.780-850), e trabalhou com números negativos. A astronomia manteve o
paradigmaptolemaico e aperfeiçoou o cálculo de previsões e a construção de
calendários, com al-Battani(c. 853-929), al-Biruni (973-1048), Omar Khayyam (1048-
1131), entre outros. A óptica e a teoria da visão avançaram com os tratados de al-Kindi
(c. 801-73) e Alhazen (965-1040). Na medicina, destacaram-se al-Razi (865-925), que
escreveu sobre a varíola e o sarampo, eAvicena (c. 980-1037), que escreveu os
famosos Cânones da Medicina e utilizou a filosofiaaristotélica como pano de fundo
para sua visão de ciência. Na alquimia, destacou-se Geberc. 721-815), cuja filosofia da
natureza baseava-se no conceito de que o microscosmo reflecte omacrocosmo, com a
conexão de forças cósmicas e celestes.
Análise na Matemática
Nas demonstrações em matemática, utilizam-se dois procedimentos fundamentais
conhecidos como “análise” e “síntese”. Esta distinção era feita na época de Euclides,
foi sublinhada por Papus de Alexandria (c. 300-350 d.C.) Na análise, parte-se de um
resultado almejado (o resultado de um teorema) e fazem-se consequencias
mais elementares; a síntese é o processo inverso, a partir das teses simples obtidas na
análise, é deduzindo o resultado em questão. Ambos os procedimentos são dedutivos.
Por exemplo, ao considerar a tese de que a soma dos ângulos internos de qualquer
triângulo é 180°. Desenha-se um triângulo de vértices A, B e C. Talvez traçar uma recta
DE passando por A que seja paralela ao lado BC. Ora, sabemos que a recta passando
por A forma o ângulo raso de 180°. Talvez possa-se provar que a soma dos ângulos
internos seja igual ao ângulo raso.
Esta etapa é a síntese, e é aquela que aparece nos Elementos.
A História do método cientifico
Nos primórdios da civilização os gregos foram os primeiros a desenvolver um tipo de
conhecimento racional mais desligado do mito, porém, foi o pensamento laico, não
religioso, que logo se tornou rigoroso e conceitual fazendo nascer a filosofia no século
VI a.C.
Nas colonias gregas da Jônia e Magna Grécia, surgiu os primeiros filósofos, e sua
principal preocupação era a cosmologia, ou estudo da natureza. Buscavam o principio
explicativo de todas as coisas , cuja unidade resumiria a extrema multiplicidade da
natureza. As respostas eram as mais variadas, mas a teoria que permaneceu por mais
tempo foi a de Empédocles, para quem o mundo físico é constituído de quatro
elementos: terra, água, ar e fogo.
Muitos desses filósofos, tais como Tales e Pitágoras no século VI a.C. e Euclides no
século III a.C. ocupavam-se com astronomia e geometria, mas, diferentemente dos
egípcios e babilônios, desligavam-se de preocupações religiosas e práticas, voltando-se
para questões mais teóricas.
Alguns princípios fundamentais da mecânica foram estabelecidos por Arquimedes no
século III a.C. visto por Galileu como único cientista grego no sentido moderno da
palavra devido à utilização de medidas e enunciação do resultado sob a forma de lei
geral. Dentre os filósofos antigos, Arquimedes constitui uma exceção, já que a ciência
grega era mais voltada para a especulação racional e desligada da técnica e das
preocupações práticas.
O auge do pensamento grego se deu nos séculos V e IV a.C. período em que viveram
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Platão opõe de maneira vigorosa os sentidos e a razão, e considera que os primeiros
levam a opinião (doxa), forma imprecisa, subjetiva e mutável de conhecer. Por isso é
preciso buscar a ciência (episteme), que consiste no conhecimento racional das
essências, das idéias imutáveis, objetivas e universais. As ciências como a matemática, a
geometria, a astronomia são passos necessários a serem percorridos pelo pensador, até
atingir as culminâncias da reflexão filosófica.
Aristóteles atenua o idealismo platônico, e seu olhar é sem duvida mais realista, não
desvalorizando tanto os sentidos. Filho de médico herdou o gosto pela observação e deu
grande contribuição a biologia, mas, como todo grego, Aristóteles também procura
apenas conhecer, estando suas reflexões desligadas da técnica e das preocupações
utilitárias. Além disso, persiste a concepção estática do mundo, pela quais os gregos
costumam associar a perfeição ao repouso, a ausência de movimento.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sentido da existência humana
Sentido da existência humanaSentido da existência humana
Sentido da existência humana
mluisavalente
 
Aula 2 teoria do conhecimento
Aula 2 teoria do conhecimentoAula 2 teoria do conhecimento
Aula 2 teoria do conhecimento
Anna Luiza Coli
 
Teoria do conhecimento
Teoria do conhecimentoTeoria do conhecimento
Teoria do conhecimento
Isabella Silva
 

Mais procurados (20)

George berkeley
George berkeleyGeorge berkeley
George berkeley
 
Aula 3 Filosofia grega e o mundo ocidental - 1º Filosofia - Prof. Noe Assunção
Aula 3  Filosofia grega e o mundo ocidental - 1º Filosofia - Prof. Noe AssunçãoAula 3  Filosofia grega e o mundo ocidental - 1º Filosofia - Prof. Noe Assunção
Aula 3 Filosofia grega e o mundo ocidental - 1º Filosofia - Prof. Noe Assunção
 
Conhecimento científico evolução metodologia ciência
Conhecimento científico evolução metodologia ciênciaConhecimento científico evolução metodologia ciência
Conhecimento científico evolução metodologia ciência
 
Investigação da Filosofia Antiga
Investigação da Filosofia AntigaInvestigação da Filosofia Antiga
Investigação da Filosofia Antiga
 
Ceticismo slidees
Ceticismo slideesCeticismo slidees
Ceticismo slidees
 
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. DescartesTeoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
 
Sentido da existência humana
Sentido da existência humanaSentido da existência humana
Sentido da existência humana
 
Método científico
Método científicoMétodo científico
Método científico
 
Aula 2 teoria do conhecimento
Aula 2 teoria do conhecimentoAula 2 teoria do conhecimento
Aula 2 teoria do conhecimento
 
Cap.02 A dúvida aula de filosofia 1º ano ensino medio
Cap.02 A dúvida aula de filosofia 1º ano ensino medioCap.02 A dúvida aula de filosofia 1º ano ensino medio
Cap.02 A dúvida aula de filosofia 1º ano ensino medio
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a Espinosa
 
História da ciência
História da ciênciaHistória da ciência
História da ciência
 
A verdade
A verdadeA verdade
A verdade
 
O que é conhecimento - filosofia
O que é conhecimento - filosofiaO que é conhecimento - filosofia
O que é conhecimento - filosofia
 
Judaísmo
JudaísmoJudaísmo
Judaísmo
 
O conhecimento slides
O conhecimento   slidesO conhecimento   slides
O conhecimento slides
 
Introdução à Filosofia - Patrística e Escolástica, Eacionalismo e Empirismo
Introdução à Filosofia - Patrística e Escolástica, Eacionalismo e EmpirismoIntrodução à Filosofia - Patrística e Escolástica, Eacionalismo e Empirismo
Introdução à Filosofia - Patrística e Escolástica, Eacionalismo e Empirismo
 
Teoria do conhecimento
Teoria do conhecimentoTeoria do conhecimento
Teoria do conhecimento
 
Escolástica e Patrística xx.pptx
Escolástica e Patrística  xx.pptxEscolástica e Patrística  xx.pptx
Escolástica e Patrística xx.pptx
 
Introducao à filosofia (aula 1)
Introducao à filosofia (aula 1)Introducao à filosofia (aula 1)
Introducao à filosofia (aula 1)
 

Semelhante a A história do método cientifico na idade média

Módulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência MedievalMódulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência Medieval
Bernardo Motta
 
Apresentação de Filosofia
Apresentação de FilosofiaApresentação de Filosofia
Apresentação de Filosofia
Leandro Amorim
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometria
Luci Bragagnolo
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometria
Luci Bragagnolo
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
LucasGilCosta
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
LucasGilCosta
 
Pitagoras
PitagorasPitagoras
Pitagoras
Emanoel
 
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhccFilosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
NayanaEscossio
 
O Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De MundoO Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De Mundo
Gui Cadorim
 

Semelhante a A história do método cientifico na idade média (20)

Trabalho trigonometria
Trabalho trigonometriaTrabalho trigonometria
Trabalho trigonometria
 
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA   A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
 
Módulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência MedievalMódulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência Medieval
 
Ciência antiga e medieval
Ciência antiga e medievalCiência antiga e medieval
Ciência antiga e medieval
 
Apresentação de Filosofia
Apresentação de FilosofiaApresentação de Filosofia
Apresentação de Filosofia
 
Geometria espacial1
Geometria espacial1Geometria espacial1
Geometria espacial1
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometria
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometria
 
Cap 3 - a ciência grega
Cap 3 -  a ciência gregaCap 3 -  a ciência grega
Cap 3 - a ciência grega
 
7a série história da ciência
7a série   história da ciência7a série   história da ciência
7a série história da ciência
 
Fundamentos e prática da matemática I
Fundamentos e prática da matemática IFundamentos e prática da matemática I
Fundamentos e prática da matemática I
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
 
A história e biografia de euclides
A história e biografia de euclidesA história e biografia de euclides
A história e biografia de euclides
 
Slides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
Slides Simpósio 'Astrologia e TransdisciplinaridadeSlides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
Slides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
 
Pitagoras
PitagorasPitagoras
Pitagoras
 
A teologia de Aristóteles
A teologia de AristótelesA teologia de Aristóteles
A teologia de Aristóteles
 
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhccFilosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
 
O Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De MundoO Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De Mundo
 
rogério
rogériorogério
rogério
 

Mais de joao115

A história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade médiaA história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade média
joao115
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
joao115
 
Cidadania participada
Cidadania participadaCidadania participada
Cidadania participada
joao115
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
joao115
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
joao115
 
Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania
joao115
 

Mais de joao115 (6)

A história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade médiaA história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade média
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
Cidadania participada
Cidadania participadaCidadania participada
Cidadania participada
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania
 

Último

8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 

Último (20)

Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 

A história do método cientifico na idade média

  • 1. A história do método cientifico Idade Moderna Com as invasões bárbaras, a partir do séc. V, a maior parte da literatura filosófica e científica grega na Europa perdeu-se. O pouco que havia sido traduzido para o latim marcaria a Idade Média cristã até o séc. XII, quando novas traduções a partir das fontes árabes transformariam a filosofia. Dentro das obras que foram importantes para a filosofia da natureza da baixa Idade Média destacam-se o Timeu de Platão, parte do qual Calcídio (c. 321)e as obras lógicas de Aristóteles. Foram feitas Traduções para o latim de algumas obras médicas foram feitas de obras do Corpo Hipocrático e de Galeno, na cidade de Ravena nos sécs. V a VII. No norte da Europa, o estudo grego foi mantidoapenas na Irlanda, de onde surgiu João Escoto Erígena (c. 815-77), que traduziu obras neoplatônicas. A difusão da cultura grega para o Oriente deu-se a partir de Alexandre, mas a sobrevivência do conhecimento da língua e cultura grega deveu- se principalmente à presença da igreja nestoriana (cristãos de língua siríaca), que no séc. V fugiram da perseguição bizantina, e se instalaram em cidades da Pérsia (actual Iraque), como Nisibis e Jundishapur. Após a morte de Maomé, em 632, o islamismo se expandiu rapidamente, e o Califado Abássida (a partir de 749) estabeleceu contactos amigáveis comcristãos e persas helenizado semseu território, especialmente após a mudança da capital para Bagdá (em 762), perto deJundishapur. Médicos nestorianos foram trazidos para a corte, e fundou-se a “Casa da Sabedoria” (c. 820) em torno de uma grande biblioteca mantida principalmente por nestorianos, e que se encarregava de traduzir do siríaco e do grego obras de interesse prático – sobre medicina, astrologia, lógica e matemática – e, devido ao crescimento de interesses teológicos, também as obras de Platão e Aristóteles. A manufactura de papel fora assimilada de conquistas de territórios chineses, e chegou a Bagdá em 794, facilitando as traduções. A matemática muçulmana incorporou os algarismos hindus (com nove signos diferentes para os primeiro nove números) e aperfeiçoou a álgebra, com al-Khwarizmi (c.780-850), e trabalhou com números negativos. A astronomia manteve o
  • 2. paradigmaptolemaico e aperfeiçoou o cálculo de previsões e a construção de calendários, com al-Battani(c. 853-929), al-Biruni (973-1048), Omar Khayyam (1048- 1131), entre outros. A óptica e a teoria da visão avançaram com os tratados de al-Kindi (c. 801-73) e Alhazen (965-1040). Na medicina, destacaram-se al-Razi (865-925), que escreveu sobre a varíola e o sarampo, eAvicena (c. 980-1037), que escreveu os famosos Cânones da Medicina e utilizou a filosofiaaristotélica como pano de fundo para sua visão de ciência. Na alquimia, destacou-se Geberc. 721-815), cuja filosofia da natureza baseava-se no conceito de que o microscosmo reflecte omacrocosmo, com a conexão de forças cósmicas e celestes. Análise na Matemática Nas demonstrações em matemática, utilizam-se dois procedimentos fundamentais conhecidos como “análise” e “síntese”. Esta distinção era feita na época de Euclides, foi sublinhada por Papus de Alexandria (c. 300-350 d.C.) Na análise, parte-se de um resultado almejado (o resultado de um teorema) e fazem-se consequencias mais elementares; a síntese é o processo inverso, a partir das teses simples obtidas na análise, é deduzindo o resultado em questão. Ambos os procedimentos são dedutivos. Por exemplo, ao considerar a tese de que a soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é 180°. Desenha-se um triângulo de vértices A, B e C. Talvez traçar uma recta DE passando por A que seja paralela ao lado BC. Ora, sabemos que a recta passando por A forma o ângulo raso de 180°. Talvez possa-se provar que a soma dos ângulos internos seja igual ao ângulo raso. Esta etapa é a síntese, e é aquela que aparece nos Elementos.
  • 3. A História do método cientifico Nos primórdios da civilização os gregos foram os primeiros a desenvolver um tipo de conhecimento racional mais desligado do mito, porém, foi o pensamento laico, não religioso, que logo se tornou rigoroso e conceitual fazendo nascer a filosofia no século VI a.C. Nas colonias gregas da Jônia e Magna Grécia, surgiu os primeiros filósofos, e sua principal preocupação era a cosmologia, ou estudo da natureza. Buscavam o principio explicativo de todas as coisas , cuja unidade resumiria a extrema multiplicidade da natureza. As respostas eram as mais variadas, mas a teoria que permaneceu por mais tempo foi a de Empédocles, para quem o mundo físico é constituído de quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Muitos desses filósofos, tais como Tales e Pitágoras no século VI a.C. e Euclides no século III a.C. ocupavam-se com astronomia e geometria, mas, diferentemente dos egípcios e babilônios, desligavam-se de preocupações religiosas e práticas, voltando-se para questões mais teóricas. Alguns princípios fundamentais da mecânica foram estabelecidos por Arquimedes no século III a.C. visto por Galileu como único cientista grego no sentido moderno da palavra devido à utilização de medidas e enunciação do resultado sob a forma de lei geral. Dentre os filósofos antigos, Arquimedes constitui uma exceção, já que a ciência grega era mais voltada para a especulação racional e desligada da técnica e das preocupações práticas. O auge do pensamento grego se deu nos séculos V e IV a.C. período em que viveram Sócrates, Platão e Aristóteles. Platão opõe de maneira vigorosa os sentidos e a razão, e considera que os primeiros levam a opinião (doxa), forma imprecisa, subjetiva e mutável de conhecer. Por isso é preciso buscar a ciência (episteme), que consiste no conhecimento racional das
  • 4. essências, das idéias imutáveis, objetivas e universais. As ciências como a matemática, a geometria, a astronomia são passos necessários a serem percorridos pelo pensador, até atingir as culminâncias da reflexão filosófica. Aristóteles atenua o idealismo platônico, e seu olhar é sem duvida mais realista, não desvalorizando tanto os sentidos. Filho de médico herdou o gosto pela observação e deu grande contribuição a biologia, mas, como todo grego, Aristóteles também procura apenas conhecer, estando suas reflexões desligadas da técnica e das preocupações utilitárias. Além disso, persiste a concepção estática do mundo, pela quais os gregos costumam associar a perfeição ao repouso, a ausência de movimento.