O documento descreve os tipos de coleta de sangue, incluindo venosa, arterial e capilar. Detalha as etapas da coleta venosa, como preparo do paciente e material, identificação da veia, punção e preenchimento dos tubos. Também discute os diferentes anticoagulantes usados nos tubos e boas práticas para evitar a hemólise da amostra.
5. Punção capilar
Utilizado na hematologia, em pesquisa de hemoparasitos, na coleta de amostras para execução de
microtécnicas e em provas de coagulação.
É uma mistura de sangue venoso e arterial, mas o sangramento é principalmente arterial.
Punção da pele:
Superfície póstero-lateral do calcanhar, em crianças até 1 ano de idade.
Na polpa do 3º ou 4º dedo da mão.
Lóbulo da orelha.
6. Punção arterial
Sangue arterial é o sangue oxigenado pelos pulmões e bombeado do coração para todos os tecidos
Usado no estudo da gasometria sanguínea.
São utilizadas a artéria femoral, a artéria radial ou a artéria braquial.
Atenção: punções arteriais não devem ser consideradas como uma
alternativa à venopunção pela dificuldade de coleta
7. Punção venosa
Sangue venoso que circula da periferia para o centro do sistema circulatório
Locais:
Fossa cubital
Dorso da mão
Veia jugular externa
Veia femoral
Cordão Umbilical
8. O local de preferência para as venopunções é a fossa antecubital,
onde está localizado um grande número de veias, relativamente
próximas à superfície da pele. As veias cubital mediana e cefálica
são as mais frequentemente utilizadas. Dentre elas, a veia cefálica é
a mais propensa à formação de hematomas.
Quando as veias desta região são inacessíveis, a veias do dorso da
mão também podem ser utilizadas para a venopunção. Veias na
parte inferior do punho não devem ser utilizadas porque, assim
como elas, os nervos e tendões estão próximos à superfície da pele
nessa área.
9. Áreas a serem evitadas para a venopunção
• Áreas onde estiverem instaladas terapias intravenosas.
• Evitar locais que contenham extensas áreas cicatriciais de queimadura.
• Um médico deve ser consultado antes da coleta de sangue ao lado da região onde
ocorreu a mastectomia, em função das potenciais complicações decorrentes da
linfostase (cessação completa da circulação da linfa, ou seja, a linfa deixa de
desempenhar as suas funções e a drenagem constante dos tecidos do corpo)
• Áreas com hematomas podem gerar resultados errados de exames, qualquer que seja
o tamanho do hematoma. Se outra veia, em outro local, não estiver disponível, a
amostra deve ser colhida distalmente ao hematoma.
• Evite puncionar veias trombosadas. Essas veias são pouco elásticas, assemelham-se a
um cordão e têm paredes endurecidas.
10. Etapas
1. Preparo do profissional
2. Preparo do material a ser usado
3. Preparo do paciente
4. Identificação do material
5. Coleta
6. Orientações ao paciente
7. Descarte do material usado
Coleta de sangue
11. Preparo do profissional e do material
Devem possuir treinamento e deve utilizar os equipamentos de proteção individual.
Verificar os exames que serão realizados;
Identificar o tipo de coleta a ser realizada (venosa, capilar, arterial);
Selecionar todo o material a ser utilizado.
12. Punção venosa ou arterial
Utilizando seringa
Seringa de 03 mL, 05 mL , 10 mL, 20 mL
Agulhas de diferentes calibres 30x8, 30X7, 25X8, 25x7.
Escalpe ou Butterfly para coleta 21G, 23G, 25G, 27G.
Tubos com e/ou sem anticoagulante para coleta com seringa
13. Punção venosa
Utilizando sistema para coleta a vácuo
Canhão/Adaptador
agulhas
tubos à vácuo com e/ou sem anticoagulante
14. Materiais gerais para coleta
Chumaços de algodão
Papel toalha
Álcool 70%
Gaze seca
Galerias para tubos de ensaio
Garrotes de borracha (50cm)
Pinça metálica ou descartador de agulhas
Caixa de descarte para material perfuro-cortante
15. Preparo do paciente
Chamar o paciente pelo nome completo caso esteja lúcido ou então confirmar no prontuário,
identificação do leito e confirmar com a enfermeira;
Colocar o paciente confortável;
Mostrar o material devidamente identificado ao paciente.
16. Identificar o paciente e pedido médico
Acomodar o paciente
Preparar o material a ser utilizado no paciente
Informar o procedimento ao paciente
Coleta de sangue venoso
17. Higienizar as mãos
Calçar as luvas
Garrotear o braço do paciente e localizar a veia
Tempo de garroteamento: 1 minuto
Coleta de sangue venoso
18. Técnicas para evidenciação da veia
• Movimentação: pedir para o paciente abaixar o
braço e fazer movimentos de abrir e fechar a mão
• Massagens: massagear suavemente o braço do
punho para o cotovelo.
• Palpação: realizada com o dedo indicador, não
utilizar o dedo polegar devido à baixa sensibilidade
da percepção da pulsação. Esse procedimento
auxilia na distinção entre veias e artérias pela
presença de pulsação, devido à maior elasticidade
e à maior espessura das paredes dos vasos arteriais.
• Fixação das veias com os dedos, nos casos de
flacidez.
• Transiluminação – Luz infravermelha
19. Fazer a antissepsia do centro para fora
Realizar a punção e inserir o primeiro tubo
Realizar a troca dos tubos de acordo com a sequência recomendada
Homogeneizar os tubos
Coleta de sangue venoso
20. Angulação da agulha
Bisel para cima
Coleta de sangue venoso
21. Soltar o garrote
Retirar a agulha
Realizar a compressão no local da punção com gaze ou algodão seco (1 a 2 minutos)
Não dobrar o braço
Coleta de sangue venoso
22. Descartar a agulha no local recomendado
Orientação quanto a compressão
Coleta de sangue venoso
23. Seringa - Mesmos passos da coleta a vácuo
Retirar a agulha
para colocar o
sangue no tubo
Coleta de sangue venoso
24. Ordem dos tubos de coleta
Tubos de coleta
Plasma Soro Plasma Plasma
Sangue
Total
25. EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético):
é o anticoagulante recomendado para
hematologia por preservar melhor a integridade
das células sanguíneas. Atua como agente
quelante do cálcio, impedindo que ocorra o
processo de coagulação
Citrato de sódio:
É o anticoagulante recomendado para testes de
coagulação. Pouco recomendado na hematologia, pois
causa a deformação morfológica das células sanguíneas
e interfere com vários testes bioquímicos. Atuam
quelando o cálcio, formando um complexo com o mesmo
(reversivel com a add de cálcio) e impedindo o processo
de coagulação.
26. Heparina (HEP)
É um anticoagulante natural, sendo o mais
recomendado para análises bioquímicas, pois não
interfere com os reagentes usados na maioria dos
testes. Atua interferindo na conversão de
protrombina em trombina. Pode ser usado para
contagem eritrocítica, mas não é recomendado
para análises leucocitárias, pois pode causar
agregação dos leucócitos, alterando a sua
morfologia e dificultando a contagem. Como
desvantagem possui custo mais elevado.
Fluoreto de sódio (NaF) +EDTA:
Utilizados na dosagem de glicose, lactato e hemoglobina
glicada no plasma. O Fluoreto de Sódio é utilizado como
inibidor glicolítico e o EDTA como anticoagulante,
preservando a morfologia celular. Sendo recomendado
especificamente para a dosagem de glicose, pois inibe o
processo de glicólise que ocorre nas hemácias, mantendo
os níveis in vitro deste metabólito por mais tempo.
27. Tubo com Ativador de Coágulo - Possui ativador de
coágulo (sílica) jateado na parede do tubo, fazendo com
que o processo de coagulação da amostra seja
acelerado. Utilizados para determinação em soro nas
áreas de Bioquímica e Sorologia. Podem ser utilizados
para tipagem ABO, RH, pesquisa de anticorpos,
fenotipagem eritrocitária e teste de antiglobulina direta.
Ativador de Coágulo + Gel - Contém ativador de coágulo jateado
na parede do tubo que faz com que o processo de coagulação
seja acelerado e gel separador, para obtenção de um soro com
melhor qualidade. Utilizados em rotinas de bioquímica, sorologia,
imunologia, marcadores cardíacos e tumorais.
29. Boas práticas de pré-coleta para
prevenção de hemólise
Evitar usar agulhas de menor calibre. Usar esse tipo de material somente quando a veia do
paciente for fina ou em casos especiais.
Tubos com volume de sangue insuficiente ou em excesso alteram a proporção correta de
sangue/aditivo, levando à hemólise e a resultados incorretos.
Não puxar o êmbolo da seringa com muita força.
Ainda em coletas com seringa, descartar a agulha e passar o sangue deslizando-o
cuidadosamente pela parede do tubo, cuidando para que não haja contaminação da
extremidade da seringa com o anticoagulante ou com o ativador de coágulo contido no tubo.
Não executar o procedimento de espetar a agulha na tampa de borracha do tubo para a
transferência do sangue da seringa para o tubo, pois poderá criar uma pressão positiva, o que
provoca, além da hemólise, o deslocamento da rolha do tubo, levando à quebra da probe de
equipamentos.
30.
31. Mal estar durante a coleta
Soltar imediatamente o torniquete, retirar a agulha;
Se necessário afrouxar um pouco as roupas do paciente e fazer ventilar o local de
coleta;
Orientar para que o paciente se deite, recoste ou abaixe a cabeça para a frente na
altura dos joelhos;
Tranquilizar o paciente;
Só liberar o paciente quando já se sinta melhor;
Não deixar o paciente levantar-se rapidamente após a coleta.
Convulsão
32. Erros na Coleta
Punção profunda: transfixa a veia;
Agulha localiza-se na parede da veia;
Colabamento da veia;
Agulha incompatível c/ a veia;
Estase venosa;
Posição do bisel;
Múltipla punção: tromboflebite;
Punção demorada: microcoágulos;