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Redação: Gêneros Textuais – parte I
Título da aula: Resposta Argumentativa
Professor: José Carlos
1. Resposta argumentativa: o que é?
É um gênero argumentativo, como o próprio nome sugere, com a finalidade de
testar a capacidade do candidato de responder objetivamente a uma pergunta,
fundamentando-a com argumentos claros, lógicos e que acrescentem ideias àquilo que já
estava presente na coletânea que serviu como base para a discussão.
Nesse gênero, teremos comandos claros, com perguntas direcionadas a um
recorte do tema debatido pela prova, e espera-se que o aluno se mantenha estritamente
na discussão proposta, sem fazer desvios argumentativos, já que a maior parte dos
vestibulares que cobram esse gênero costumam solicitar uma produção entre 8 e 15
linhas no máximo. Muitas universidades importantes cobram esse tipo de resposta,
como UFPR, UEM, UEL e Unicamp.
2. Estrutura da resposta
Ainda que não haja uma estrutura fixa, única, o recomendável é que se comece por
uma sentença que responda diretamente à pergunta feita, marcando-se a posição do
candidato já na introdução. Feito isso, deve-se buscar argumentos sólidos, palpáveis (como
se faria em uma dissertação no Enem ou em um artigo de opinião) para comprovar o
raciocínio desenvolvido. É preciso que haja uma conclusão, ainda que ela se resuma à última
frase do texto, retomando e confirmando a ideia defendida no início da resposta.
O uso da primeira ou terceira pessoa está relacionado estritamente ao comando que
aparecer na prova. Os que exigem resposta em primeira pessoa virão com perguntas
direcionadas, tais como “Você concorda com a implantação da Lei Seca?”, “Você é a favor
da Lei da Palmada?”. Já os comandos que demandarem ou possibilitarem respostas em
terceira pessoa terão perguntas impessoais, tais como “A lei seca melhorou o trânsito no
Brasil?” ou “A Lei da Palmada evitará a violência contra crianças?”. Portanto, observe
atentamente o comando da redação para decidir qual é a pessoa correta a se utilizar na
estrutura do texto.
3. Exemplos de respostas argumentativas
3.1 UFPR (2006)
Leia abaixo um trecho da entrevista de Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, à revista ISTOÉ.
ISTOÉ – O sr. é a favor do fim do voto obrigatório?
Marco Aurélio – Sim. Sou favorável ao voto facultativo. Deixar o voto apenas como um
direito, e não como um dever. Não cabe persistir com o voto obrigatório de pessoas que
comparecem sem ter a mínima noção do que farão no dia da eleição e que número digitarão na
urna eletrônica.
ISTOÉ – Isso não multiplicaria a alienação da população do processo político?
Marco Aurélio – Nós teríamos, de fato, a ausência de muitos eleitores. Mas teríamos a
participação, com uma concretude maior, dos eleitores conscientizados. Agora, você veja o
paradoxo: obriga-se o voto e dá-se ao eleitor o direito de anulá-lo. Será que o objetivo é esse?
ISTOÉ – Mas o voto nulo não é um direito, um posicionamento político?
Marco Aurélio – A omissão é uma fuga à responsabilidade quanto ao futuro do
Brasil. É não perceber que a eleição repercute nos anos seguintes. Essa história de só
olhar para o umbigo, para as questões individuais, está no campo da miopia absoluta.
ISTOÉ, 30 ago. 2006.
Fim do voto obrigatório: você é a favor ou contra?
Em um texto de 6 a 8 linhas, apresente seu ponto de vista sobre essa questão, sustentando-
o com argumentos.
Possibilidade de resposta
Creio que o fim do voto obrigatório, mais do que uma possibilidade, é uma
necessidade. Qual é o sentido de um país que se intitula democrático obrigar seus
cidadãos a votarem? O exercício do voto, se realmente compreendido como um direito
– e não como um dever disfarçado – deve ser facultativo. Além disso, há de se
considerar que, com o fim da obrigatoriedade, possivelmente os candidatos procurariam
montar plataformas de governo mais plausíveis e tentariam cumprir suas promessas de
campanha, visto que o eleitor, tendo a possibilidade do não comparecimento à urna, só
o faria se acreditasse realmente que seu voto seria bem aproveitado.
GÊNERO TEXTUAL – RESPOSTA ARGUMENTATIVA
Após a leitura do texto Um copo de Coca, uma dose de culpa, elabore
uma RESPOSTA ARGUMENTATIVA, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas,
respondendo à seguinte questão: O CONSUMO DE REFRIGERANTES DEVE SER
REGULAMENTADO POR LEI?
EXEMPLO DE RESPOSTA ARGUMENTATIVA:
O consumo de refrigerantes precisa ser regulamentado por lei. Inicialmente, representam
males à saúde. A comunidade científica tem alertado populações e governos sobre a gravidade do
problema. Só para começar a citar: Rodrigo Bueno de Moraes, consultor científico da Associação
Brasileira de Odontologia, o conhecido Dr. Dráuzio Varella e Claudia Cozer, doutora em
Endocrinologia pela USP, são alguns dos profissionais (texto “Um copo de Coca, uma dose de
culpa”, Carta Capital. 12 de junho de 2013) preocupados com o consumo excessivo dessas bebidas
aparentemente inofensivas.
Por favorecerem a obesidade e o diabetes (doença silenciosa, mas perigosa) já deveriam
sofrer algum tipo de restrição legal. Outro fato é que seu consumo exagerado onera ainda mais o
já falido Sistema Único de Saúde (SUS) com tratamentos que poderiam ser evitados. Além disso, o
Estado deveria zelar pelo bem comum e os refrigerantes têm demonstrado serem nocivos à
população, principalmente às crianças, com mais tendência a buscar prazer no açúcar, substância
abundante nessas bebidas. Fomentar pesquisas buscando formas alternativas de produção dos
refrigerantes e controlar essa produção, exigir embalagens pequenas na venda em restaurantes e
lanchonetes, campanhas de conscientização e rótulos informando os malefícios à saúde seriam
algumas formas de os governos regulamentarem o consumo de refrigerantes.
3.2 UEM (inverno 2009)
A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas, aborda a
temática do vício na internet. Tendo-a como apoio, redija o gênero textual solicitado.
Quando se fala em vício, logo pensamos em drogas, cigarro, álcool, jogatina,
entre outros. Porém, o vício está ligado a uma questão mais ampla, ou seja, não se
restringe a um ou dois aspectos, mas sim a diversos. Há o vício em internet,
diagnosticado quando as pessoas têm sua vida pessoal, profissional e sentimental
afetada pela permanência exagerada na rede.
Disponível em: <www.brasilescola.com/informatica/ciberviciado.htm> (adaptado).
Vício em internet é doença, defende psiquiatra
Em editorial no American Journal of Psychiatry, Jerald Block, da Universidade
de Saúde e Ciência de Oregon, alega que o vício hoje é tão comum que deveria entrar
na lista contida no Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios Mentais – o
principal livro de referência da Associação Americana de Psiquiatria para categorizar e
diagnosticar doenças mentais.
Segundo o especialista, o vício em internet tem quatro comportamentos
principais: uso excessivo, frequentemente associado à perda da noção do tempo ou
negligência de impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão caso o
computador esteja inacessível; necessidade de computadores melhores, mais software
ou mais horas de uso; e reações negativas como brigas, isolamento social e fadiga
ligadas ao uso do computador.
Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2704377-EI4802,00.html>.
Brasil está entre países que tratam viciados em internet
Tem gente que senta diante do computador para trabalhar ou fazer o dever de
casa, dá uma passadinha no MSN para ver quem está online, e entra no Orkut para saber
se há novos posts e, de repente, se dá conta de que se passaram 10, 12 horas de conexão
à internet. Nem todo o mundo sabe, mas existe uma linha tênue entre a mania de estar
conectado e o vício em internet.
Agnes DantasDisponível em: <http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2006/10/31/286471817.asp>.
A doença da conexão
Ninguém se surpreende ao ver a executiva Andiara Petterle entrar e sair de seu
escritório com o laptop em mãos. Como tantos profissionais, é pela internet que ela dá
respostas rápidas a seus clientes mais exigentes. Uma rotina normal, se não fosse tão
difícil para essa gaúcha de 28 anos se desconectar. O problema veio à tona há quatro
anos, quando uma viagem com o marido se tornou um tormento diante da
impossibilidade de se conectar à internet no local.
(...)
A compulsão por e-mails é uma extensão da dependência da internet, problema
que se manifesta também com jogos e compras on-line, salas de bate-papo e sites
eróticos.
Veja, n. 2.001. Acesso em: 28 mar. 2007.
Internet cria novo tipo de viciado: como as drogas e o álcool, o computador pode causar
dependência, principalmente quando preenche carências e ansiedades
“Ninguém se torna dependente de uma coisa que não traz prazer. A internet é, sem
dúvida, prazerosa e se torna uma dependência quando passa a preencher uma carência, diminuir
a ansiedade, aliviar uma angústia”, diz o psiquiatra André Malbergier, coordenador do Grupo
Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo (USP).
(...)
O tratamento também é semelhante ao que se submete um dependente de droga. Inclui
psicoterapia para tentar descobrir que conflitos pessoais levaram à dependência – parte dos
viciados em internet, dizem os especialistas, tem extrema dificuldade de relacionamento social.
Em muitos casos, é preciso tomar remédios que diminuam o impulso pelo computador.
(...) “Não podemos transformar a internet no vilão, porque o problema é o uso que nós
fazemos dela”, diz Maluh Duprat, da PUC-SP. “A internet é um instrumento fundamental.”
O Estado de S. Paulo, 29 maio 2005 (adaptado).
Redija, em até 15 linhas, uma resposta argumentativa à pergunta “A internet é nociva?”. Sua
resposta pode apoiar-se na coletânea de textos, mas não deve apresentar cópias da mesma.
Possibilidade de resposta
A internet por si só não é nociva, é apenas uma ferramenta criada com o intuito de
facilitar o acesso à comunicação: nocivos ou não são os fins a que seu uso se destina. Afinal, não
se pode culpar uma ferramenta tecnológica pela utilização indevida que alguns indivíduos
despreparados e/ou dados a vícios fazem dela.
Entretanto, pode-se criar discussões em todos os âmbitos a respeito de como os recursos
internéticos utilizados de maneira errônea podem ser prejudiciais à saúde do indivíduo e à
sociedade em geral, sobretudo quando configuram vício.
Além disso, seria importante tratar aqueles que dela são dependentes, efetivamente, como
doentes, assim como são tratados os adictos a álcool e drogas, entre outros, o que certamente
minimizaria a nocividade dos efeitos sociais e pessoais dessa ferramenta, quando esse for o caso.
Redação: Gêneros Textuais – parte II
Título da aula: Comentário Interpretativo-
crítico
Professor: José Carlos
1. Comentário interpretativo-crítico: o que é?
De acordo com Carlos Ceia, um comentário crítico é “um conjunto de
observações subjetivas e objetivas que se faz sobre um texto, de forma a revelar o seu
sistema de ideias, a identificar a sua organização interna e a questionar a rede de
intenções comunicadas (a intenção do autor desse texto, a intenção do leitor desse texto e
a própria intenção textual comunicada). O que é que o texto diz? Como diz? O que me
diz? Essas são as principais perguntas a serem respondidas quando pretendemos fazer um
comentário de texto”.
Esse gênero está presente em provas como as do PAS-UEM, da UFPR e da
Unioeste, a qual requer que o aluno, além de atender às características anteriormente
citadas, se posicione no sentido de elogiar ou depreciar o texto interpretado e criticado.
2. Estrutura do comentário
Há mais de um modo possível de estruturar esse tipo de gênero, devendo-se também
levar em conta a extensão do texto a ser construído. Na UFPR, qualquer texto tem a extensão
máxima de 15 linhas; já na Unioeste, o comentário deverá ter entre 20 e 30 linhas, o que exige
que o corpo do texto, em que se faz a crítica, seja mais aprofundado. De qualquer modo, os
passos básicos a serem seguidos são os seguintes:
I. Ler atentamente o texto a ser comentado e levantar os elementos que ofereçam
dificuldade de compreensão;
II. resolver as dificuldades encontradas por meio de pesquisa, quando possível;
III. identificar o gênero a que pertence o texto e as suas marcações típicas;
IV. quando possível, relacionar o texto analisado com a obra geral do autor;
V. identificar o tema e suas relações com o contexto;
VI. determinar e analisar as estruturas do texto (linguagem, forma, estilo);
VII. elaborar uma conclusão captando o essencial do texto.
No momento de produzir efetivamente o texto, uma vez feitos os levantamentos
indicados anteriormente, o estudante pode optar por dois caminhos mais comuns: iniciar
o texto pela interpretação e depois apresentar as críticas; ou conciliar ambas, procurando
comentar as ideias do texto ao mesmo tempo que as interpreta. Esse modelo é mais
complexo e interessante do que o primeiro, embora ambos sejam corretos. Outro ponto
a ser reiterado é que, na Unioeste, o comentário deve conter título.
3. UFPR (2009)
Escreva um comentário sobre o uso da expressão “reequilíbrio de forças”, que dá título ao
infográfico que ilustra a distribuição da riqueza no mundo de hoje. Seu texto deverá atender aos
seguintes requisitos:
• ter, no mínimo, 8 e, no máximo, 10 linhas;
• mencionar o tipo e a fonte do texto de referência;
• explicitar as inferências possíveis a partir do cruzamento dos dados;
• explicitar o sentido da expressão “reequilíbrio de forças”, que dá título ao gráfico.
Redija um COMENTÁRIO INTERPRETATIVO CRÍTICO, para ser publicado
no Blog Investigação Filosófica, sobre a tirinha a seguir. Lembre-se de que
você deverá apresentá-la e interpretá-la criticamente.
Unioeste 2018 2345876
Redação: Gêneros Textuais – parte III
Título da aula: Relato e Texto Instrucional
Professor: José Carlos
1. Relato: o que é?
É um gênero textual em que são apresentadas, de maneira descritiva, as
informações básicas referentes a um acontecimento específico. Seu principal objetivo
é informar – reconstruindo para o leitor – uma sequência de acontecimentos, que
podem ter sido vivenciados por pessoas (relatos de casos reais) ou personagens
(relatos ficcionais, comuns no universo literário) em determinado tempo e espaço.
1.1 Marcações do gênero relato
O objetivo principal de um relato é fazer com que o interlocutor compreenda claramente
a sequência dos fatos relatados, a fim de que possa, a partir dela, compreender a lógica e a
importância dos acontecimentos. Desse modo, uma primeira característica fundamental do
gênero é a cronologia temporal, que permite ao interlocutor compreender plenamente a
organização temporal dos fatos. Outras marcas importantes são estas:
• Conter todas as informações necessárias para a compreensão dos fatos, haja vista que a
ausência de alguns detalhes pode tornar o relato confuso ou de pouca utilidade. É o caso, por
exemplo, de alguém que vai a uma delegacia denunciar um crime, faz um boletim de
ocorrência, mas não consegue precisar o modo como o delito se deu, a característica dos
criminosos, enfim, não é capaz de dar detalhes que realmente possam auxiliar a polícia no
trabalho dela.
• Não possuir clímax, visto que aqui não se pretende envolver o leitor em uma trama,
mas sim que lhe seja demonstrada a sequência lógica dos fatos.
• Ser redigido em primeira pessoa (relato pessoal) ou em terceira pessoa (relato
noticioso).
• Conter uma introdução que o articule claramente com a proposta do vestibular.
• Só nominar as pessoas envolvidas no fato relatado se isso for expressamente
requerido pela proposta, caso contrário, pode levar a uma nota zero.
Narração não ficcional escrita ou oral sobre um acontecimento ou fato acontecido, feita
geralmente usando-se o pretérito; marcações sequenciais cronológicas (começo, meio e fim de uma
ação passada) .
Para se fazer um bom relato você deve seguir os seguintes passos:
• título simples;
• narração de acontecimentos em sequência lógica e cronológica (não faça idas e vindas no texto;
estabeleça um ponto de partida e um ponto de chegada);
• identifique as informações do texto de apoio que podem ser úteis na construção do texto e não as
modifique;
• a estas informações, acrescente outras, que você deve inventar a partir de seu conhecimento de
mundo, mas sempre com verossimilhança;
• uso coerente de paragrafação;
• o comando estabelecerá se o relato deve ser pessoal ( acontecimentos vivenciados – uso de 1ª pessoa)
ou noticioso ( acontecimentos presenciados – uso de 3ª pessoa).
1.2 Relato pessoal
Como o próprio nome sugere, trata-se de um relato em que o próprio indivíduo
relacionado ao fato o narra. Nesse caso, o texto é escrito em primeira pessoa do singular
e possui uma maior subjetividade. É bom lembrar que, nos vestibulares, o que vai
determinar o tipo do relato é o comando da redação, por isso ele deve ser lido de
maneira muito atenta.
1.2.1 Exemplo de relato pessoal
Observe-se a proposta a seguir, do vestibular seriado da UEM, em 2014:
Além de se dedicar aos estudos, você contribui com as tarefas domésticas, o que
obviamente toma parte do seu tempo. Seus colegas querem saber como você administra
essa situação para não ter prejuízo nas notas e ainda se divertir e descansar. Redija um
relato, em até 15 linhas, mostrando como faz para administrar estudos e serviços
domésticos, qual o tempo dedicado para cada um deles, que tipo de atividade doméstica
costuma realizar com frequência e os pontos positivos e/ou negativos disso.
Ex.: Desde os 12 anos auxilio minha mãe nas tarefas domésticas, para que ela
também tenha mais tempo para cuidar dos seus outros afazeres. Arrumar a minha cama é
uma de minhas incumbências, o que já faço assim que levanto; por isso, sempre
programo o despertador para tocar cinco minutos mais cedo que o comum. Além disso,
auxilio na lavagem da louça e, para ficar com o resto da tarde livre, já cumpro essa
tarefa logo após o almoço. O tempo que gasto em cada uma dessas atividades não é
muito, varia entre 20 e 25 minutos ou até menos. Feito isso, executo as atividades
escolares, para as quais separo, no mínimo, duas horas por dia. Desse modo, por volta
das 16h já terminei minhas obrigações. No tempo restante, vou para a academia, assisto
a um episódio de série ou até tiro um cochilo.
Creio que fazer isso tem pontos positivos, afinal meu tempo fica organizado para
as minhas obrigações domésticas e escolares, e ainda me sobra tempo para atividades de
lazer, sem contar que me prepara para ser mais independente e responsável em minha
vida adulta.
1.3 Relato noticioso
Esse tipo de relato recebe esse nome porque, em vez de a própria pessoa relatar
o que lhe ocorreu, isso será feito por uma terceira pessoa, que testemunhou o fato ou
para quem o indivíduo envolvido na situação contou a história.
É muito comum que esse tipo de relato faça parte de reportagens, pois o
jornalista faz entrevistas e depois relata, em terceira pessoa, aquilo que os entrevistados
lhe disseram. Também é o que ocorre todas as vezes que um indivíduo conta a seus
amigos situações que aconteceram com outras pessoas.
2. Texto instrucional: o que é?
É um gênero textual caracterizado por uma série de procedimentos a serem seguidos
em determinada circunstância. O que se pretende com esse tipo de texto é explicar às pessoas o
método para se fazer algo. Esse gênero está presente em receitas culinárias, manuais de
usuários dos mais variados produtos, regras de jogos, bulas de remédio, entre outros.
Sua marca característica é o uso dos verbos no imperativo, dado que esse modo verbal
já possui a função instrutiva. Alternativamente, pode-se usar verbos no infinitivo, mas isso é
menos usual nos textos reais.
Nos manuais, receitas e bulas lidas usualmente, é comum que as instruções venham em
forma de tópicos, porém, nos vestibulares, esse formato deve ser evitado, preferindo-se a
estrutura de parágrafos.
Outro ponto importante é que o texto instrucional tenha uma introdução que situe o
leitor em relação às ideias sobre as quais ele será instruído na sequência.
2.1 Exemplo de texto instrucional
Observe-se a proposta a seguir, do vestibular de verão da UEM, em 2012:
Tendo como apoio os textos I e II, redija um texto instrucional aos leitores da
revista Pais & Adolescentes, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, no qual sejam
apresentadas instruções aos pais sobre como proceder com seus filhos no momento da
escolha profissional deles. Você pode optar por dar ou não um título ao seu texto.
Ex.:
O momento da escolha profissional dos filhos pode se tornar um verdadeiro
tormento para toda a família, já que essa é uma decisão impactante no futuro. Por isso
mesmo, a participação dos pais é de suma importância. Para ajudá-los a como proceder,
a Pais & Adolescentes preparou algumas instruções:
Primeiramente, procurem observar as aptidões de seus filhos, para que os
conselhos e direcionamentos dados sejam adequados a suas reais habilidades. Em
segundo lugar, evitem fazer projeções: a adolescência já uma fase difícil, cheia de
incertezas, e a tentativa dos pais de fazer com que os filhos realizem sonhos que eles
próprios não conseguiram alcançar pode gerar frustrações. Por fim, levem os
adolescentes a feiras de profissões ou para visitar profissionais que atuem na área de
interesse deles: essa é uma ótima forma de os jovens perceberem na prática se a
profissão desejada realmente corresponde a suas expectativas. Desse modo, a família
se tornará atuante e auxiliará a escolha dos filhos sem, contudo, induzi-los.
PROPOSTA – UEM - REDAÇÃO
Os textos A e B desta prova de Redação abordam o tema morar em república. Tendo-os como
apoio, redija os gêneros textuais solicitados.
TEXTO A - Morar em república pede divisão de tarefas
da Folha de São Paulo
Conciliar festas e estudos e uma boa dose de liberdade com responsabilidade. Esses talvez
sejam os maiores dilemas para quem mora em uma república.
“A maior dificuldade de estudar em Ouro Preto é aguentar a quantidade de festas”, afirma
Enauê Paiva, 22, que cursa o sétimo período de Nutrição na Universidade Federal de Ouro
Preto. Enauê divide o aluguel de R$ 1.300 da república particular Snoopy, onde mora, com
mais 13 mulheres, todas estudantes.
E como será conviver com um grupo de 13, 20 moradores sob o mesmo teto? Para Enauê, “é
preciso respeitar o outro". "Morar com 13 pessoas não é fácil, mais sendo mulheres, mas vale a
pena. A gente se sente como irmãs.” Ouro Preto (MG) pode ser considerada a capital brasileira
das repúblicas estudantis. A cidade, que tem cerca de 65 mil habitantes, possui 72 repúblicas
públicas e mais de 200 particulares.
Otávio Luiz Machado, 27, também mora em Ouro Preto, mas em uma república
masculina e pública, com outros 24 moradores. Para ele, não há muitos problemas em
morar com tantas pessoas, desde que as tarefas sejam divididas e cumpridas de forma
justa. “Temos reuniões a cada 15 dias. Em cada mês, uma dupla fica responsável pelas
questões administrativas da casa. Quanto à limpeza, além da diarista, cada um tem de
zelar pelo seu espaço.” Se você não encontrar vaga em uma república, outra opção é morar
em uma pensão, onde geralmente os custos também são baixos, mas com menor
liberdade.
Ou você mesmo pode fundar uma república. Foi o que fez Domingos Fortunato
Netto, 22, estudante de Direito da Universidade Mackenzie de SP. Em 1997, ele alugou um
apartamento na região central da capital paulista e começou a dividi-lo com outros
estudantes. Hoje, ele mora com três alunos universitários. “É bom porque economizamos
bastante dividindo as despesas. Mas o melhor é que aprendi muito, a cuidar de uma casa e
a tolerar os outros”, diz.
(Alessandro Tarso)
(www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u2641.shtml. Acesso em 9 de agosto de 2011)
TEXTO B - Morar em república
Entre as maiores mudanças que entrar na faculdade pode proporcionar para alguns calouros está
a mudança de cidade. Em busca de melhores oportunidades de formação e profissionais, eles
deixam o município em que vivem e encaram uma nova realidade que quase sempre inclui morar
em uma república.(...). “Os alunos saem de cidades bem pequenas para uma cidade relativamente
grande, em comparação com a de origem deles”, afirma Sabrina Novãs, assessora para assuntos
comunitários e culturais da Universidade de Franca (Unifran). Ela estima que cerca de 45% dos
alunos da instituição venham de outras localidades. Acostumar-se ao cotidiano de uma cidade
grande é, na opinião de Sabrina, a primeira dificuldade com que os estudantes se deparam.
Para a psicóloga Ana Maria Franco, essencial mesmo é definir bem as regras da república logo no
início. “Decidam quem vai pagar as contas, quem vai tirar o lixo, como será feita a limpeza, se vão
cozinhar juntos ou cada um vai fazer sua alimentação separado, se namorados e amigos podem
frequentar a casa e em que horários. Quanto mais detalhada e conversada for essa divisão, menor a
chance de aborrecimentos depois”, afirma.
Apesar das dificuldades, morar fora é sempre uma experiência enriquecedora e até recomendável,
dizem as especialistas. “O estudante aprende a respeitar o espaço dos outros”, diz Sabrina. “Os
jovens ganham maturidade e desenvolvem a responsabilidade. É uma grande oportunidade de
crescimento pessoal e por isso deve ser aproveitada ao máximo”, afirma Ana Maria.
(http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/0322/moraremrepublica.html. Acesso em 9 de agosto de 2011)
GÊNERO TEXTUAL – TEXTO INSTRUCIONAL
Redija um texto instrucional, em até 15 linhas, aos leitores da Folhateen,
caderno do jornal Folha de S.Paulo, que contém matérias dirigidas, geralmente, ao
público jovem. Você assumirá a posição de um(a) estudante morador(a) de uma
república, que dará instruções de sobrevivência para quem deseja morar em uma
república para estudar, levando em consideração as informações dos textos A e B,
mas também ampliando-as.
EX.: Como sobreviver numa república
Há três anos faço faculdade e tenho morado em república. Para alunos que vão enfrentar,
fora de casa e por economia, a mesma situação, escrevo três dicas valiosas. Primeiramente,
enfrente este desafio: concilie lazer e estudo, porque longe da cobrança dos pais, a
responsabilidade será toda sua. Por isso ache o seu equilíbrio entre as “festas”, para combater o
estresse, e os estudos, a fim de chegar aos resultados pretendidos por você.
Em segundo lugar, aprenda a respeitar os colegas com quem estiver dividindo o mesmo
espaço. Para isso, tenha cuidado com a maneira de solicitar algo deles, pense antes de falar e
procure sempre cumprir o que vocês tenham combinado sobre a rotina da casa. Agindo com essa
postura, haverá um respeito mútuo e isso facilitará a convivência.
Por fim, divida as tarefas domésticas e os gastos com seus colegas de maneira coerente,
através do diálogo; porque, se houver um consenso sobre essa divisão e ninguém se sentir
lesado, pode existir mais comprometimento de todos com tarefas e gastos. Dessa forma, colega
estudante, aprenda a sobreviver em república e faça dessa experiência algo mais instrutivo do
que desgastante.
Redação: Gêneros Textuais – parte IV
Título da aula: Artigo de opinião
Professor: José Carlos
1. Considerações iniciais
O artigo de opinião é um gênero discursivo de teor argumentativo, que tem por
objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre questões relevantes (sociais,
culturais, políticas).
É possível perceber que, ao escrever um artigo de opinião, o autor não pretende
demonstrar a verdade dos fatos, mas sim fazer uma análise crítica de fatos atuais e relevantes,
à luz de seus próprios conhecimentos, com a finalidade não de fechar a questão, mas de abrir o
debate.
No caso concreto de um articulista que escreve para um jornal ou revista, ele costuma
partir de algum fato que teve relevância social ou política naquela semana para fazer, em seu
artigo, uma análise desse fato, a fim de auxiliar os leitores a formar um juízo sobre a questão
polêmica. Já no vestibular, o aluno vai partir de um tema escolhido pela banca, o qual nem
sempre traz uma polêmica implícita, mas que precisará ser analisada pelo candidato com olhos
atentos, para que a opinião exposta possa ser de interesse do leitor.
2. As marcações do gênero artigo de opinião
Em sua estrutura básica, um artigo se parece muito com o texto dissertativo-
argumentativo, que foi estudado nas aulas anteriores, por isso muito do que foi
aprendido também será realizado agora para a produção do artigo.
Isso porque, como esse gênero também pertence à tipologia argumentativa, sua
estrutura básica também se divide em: introdução, que deve conter uma tese;
desenvolvimento, com argumentos que sustentem a tese e uma conclusão.
Onde estão, pois, as principais diferenças entre um gênero e outro?
Primeiramente, é preciso frisar que há muitos modos diferentes de se construir artigos
de opinião, basta observar os articulistas que publicam nos jornais e revistas em geral.
Ainda assim, há alguns traços comuns, que podem ser levados em consideração, quais
sejam:
ESTRUTURA DE UM ARTIGO DE OPINIÃO
• Contextualização e/ou apresentação da questão em discussão;
• Explicitação da posição assumida;
• Utilização de argumentos que sustentam a posição assumida;
• Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis argumentos contrários à
posição assumida;
• Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.
• Retomada da posição assumida e/ou retomada do argumento mais enfático;
• Proposta ou possibilidade de negociação;
• Conclusão (que pode ser a retomada da tese ou posição defendida).
2.1 A introdução do artigo
Assemelha-se muito à do texto dissertativo, já que deve apresentar a tese do articulista. Sua
principal particularidade consiste no fato de que muitos costumam iniciar seus textos pelo relato do
fato que deu origem à discussão, contextualizando o leitor sobre a questão a ser analisada. Isso porque,
se o leitor não tiver ouvido falar ainda sobre o fato, ele pode, mesmo assim, ter noção sobre as causas
das opiniões expressas. Pode-se observar a introdução seguinte, do artigo “A imagem do Brasil”, de
Demétrio Magnoli, publicado na Folha de São Paulo, em 31 / 05 / 2014:
“Fernando Haddad proferira a palavra ‘guerrilha’, referindo-se à greve dos motoristas de
ônibus. Na terça, Dilma Rousseff pronunciou a palavra ‘baderna’, referindo-se às manifestações de
rua. Minutos depois, liderados por um movimento de sem-teto e por índios armados com arcos e
flechas, 2.500 pessoas interromperam o trânsito em Brasília. ‘É a imagem do Brasil que estará em
jogo’, explicou a presidente, avisando que ‘vai chamar o exército, imediatamente’, para reprimir a
‘baderna’ durante a Copa do Mundo.
A ‘imagem’ toca num nervo sensível do governo. Em nome dela, por um mês e às custas
da ordem democrática, Dilma promete assegurar o direito de ir e vir das pessoas comuns.”
Importante notar que ele começa justamente relatando um fato para situar o leitor e, após, expõe a tese
a ser defendida (em negrito no parágrafo anterior).
2.2 O desenvolvimento do artigo
Neste momento, o articulista expõe argumentos para sustentar o ponto de vista
que ele defende. A grande diferença aqui é que, ao contrário da dissertação, procura
trabalhar com argumentos concretos. O artigo também inclui reflexões do autor sobre
o assunto, ou seja, inferências que ele faz a partir de sua particular visão dos fatos.
Outra estratégia comum no desenvolvimento é incluir opiniões de adversários
para contestá-las com seus argumentos, ou desacreditá-las pelas fragilidades deles. É
preciso, contudo, tomar muito cuidado para que não seja feita uma depreciação
preconceituosa. Note-se como Magnoli continua o texto, cuja introdução foi
apresentada anteriormente:
“A ‘baderna’ é, há tempo, ‘a imagem do Brasil’ – com a diferença, apenas, de que
o mundo não estava vendo. Sob o influxo do PT, movimentos minoritários aprenderam que,
reunindo algumas centenas de manifestantes, têm a prerrogativa de parar cidades inteiras. A
tática, esporádica durante anos, tornou-se rotineira depois das multitudinárias ‘jornadas de
junho’. Nas metrópoles, os cidadãos converteram-se em reféns de militantes iracundos, que não
buscam persuadir maiorias, mas unicamente provocar o colapso da vida urbana. O problema
de Dilma é que chegou a hora da Copa: agora, a ‘baderna’ ameaça a sacrossanta ‘imagem
do Brasil’, não os desprezíveis direitos das pessoas.
O conflito entre direitos é um traço marcante das democracias. A liberdade de
expressão é regulada por leis que protegem a privacidade e a imagem dos indivíduos. O direito
de greve é regulado por disposições que asseguram o funcionamento de serviços essenciais. O
direito de manifestação pública é limitado por regras que impedem a anulação do direito de
circulação das pessoas. No Brasil do lulopetismo, contudo, aboliu-se tacitamente o direito
de ir e vir. Acuadas pelo PT, as autoridades renunciaram ao dever de garanti-lo,
curvando-se à vontade soberana de dirigentes sindicais e lideranças de movimentos
sociais.
Nas democracias, o equilíbrio entre os direitos de manifestação e de circulação no espaço
público deriva de uma série de regras. Manifestações são autorizadas mediante aviso prévio às
autoridades e acertos sobre lugares de concentração e trajetos de passeatas. No Brasil, nada disso
existe, pois não interessa ao partido: a vigência de regras gerais, de aplicação indistinta,
restringiria as oportunidades de orquestração de ações de ‘baderna’ moduladas em cenários de
disputa eleitoral. O problema de Dilma é que, na hora da Copa, emergiram movimentos que nem
sempre se subordinam às conveniências do partido. A presidente resolveu, então, militarizar
provisoriamente o país. No poder, o lulopetismo oscila entre a política da ‘baderna’ e o recurso ao
autoritarismo.
‘Não vai acontecer na Copa do Mundo o que aconteceu na Copa das Confederações’, garantiu
Dilma a uma plateia de aflitos empresários. Não mesmo. Os protestos multitudinários provavelmente
não se repetirão porque os ‘black blocs’ cumpriram a missão de afastar das ruas as pessoas comuns. Os
envelopes urbanos das ‘arenas da Fifa’, perímetros consagrados aos negócios, serão circundados por
cordões policiais de magnitude inédita. Já a ‘baderna’ arquitetada para provocar colapsos de circulação
em dias de jogos terá que desafiar a hipótese de resposta militar. Na Copa, excepcionalmente, o direito
de ir e vir estará assegurado.”
2.3 A conclusão do artigo
A fundamental diferença entre a conclusão do artigo e da dissertação é que,
enquanto nesta a ideia é retomar a tese confirmando-a e, no máximo, apresentar
propostas de solução para o problema, naquele a conclusão explicita a tese apresentada
na introdução, mas alarga a análise proposta no texto, normalmente, por meio de uma
última reflexão do autor. É necessário observar como Magnoli conclui o artigo em
questão:
“Dilma promete ‘chamar o Exército’. A força militar aparece, hoje, como a
única mola capaz de conciliar o ‘padrão Fifa’ com o ‘padrão Brasil’ de ordem
pública. Um estado de sítio não declarado instaurará um efêmero parêntesis no
tormento cristalizado pela política da ‘baderna’ nas principais cidades do país. Nos 30
dias da competição, a ‘imagem do Brasil’ brilhará sobre um pano de fundo verde-
oliva. Depois, tudo volta ao ‘normal’.”
2.4 As marcas linguísticas do artigo de opinião
Embora boa parte dos articulistas prefira escrever em primeira pessoa do
singular, visto que tal fato marca ainda a pessoalização, é possível também redigi-lo em
terceira pessoa. Isso é precisamente o que fez Demétrio Magnoli no texto que foi
apresentado. Ele escolheu outras estratégias para marcar a opinião. De qualquer modo,
para o estudante que tem dificuldade em marcar claramente a diferenciação entre artigo
e dissertação, o uso da primeira pessoa é sempre um bom caminho.
Outra marca linguística do artigo é a modalização. Em seu dicionário de
linguística, Dubois apresenta a modalização como a marca dada pelo sujeito a seu
enunciado. Assim, modalizadores são elementos linguísticos que funcionam como
indicadores das intenções, dos sentimentos e das atitudes do produtor textual no
que diz respeito a seu discurso. Desse modo, vários são os elementos linguísticos que
desempenham esse papel. Alguns deles são:
a. Os adjetivos: ao qualificar termos em seu texto, Magnoli marca posições
pessoais, como se vê em: “movimentos minoritários”; “militantes iracundos”;
“sacrossanta ‘imagem do Brasil’”, “desprezíveis direitos das pessoas”, dentre outros.
b. Os advérbios: ao atribuir circunstâncias a verbos, adjetivos, outros advérbios e
até a toda a oração, também há modalização. Convém notar exemplos do texto analisado:
“aboliu-se tacitamente o direito de ir e vir.”; “No Brasil, nada disso existe, pois não
interessa ao partido”; “A presidente resolveu, então, militarizar provisoriamente o país ”.
c. As orações subordinadas substantivas subjetivas: são aquelas em que a
segunda oração faz função de sujeito da primeira, principalmente quando a oração principal
aparece nas formas: “É fundamental que”, “É necessário que”, “É notório que”. Com
sua construção, as orações principais marcam visões pessoais. Importante comparar os
enunciados: “A educação pública brasileira precisa de investimentos” e “É
imprescindível que se invista na educação pública brasileira”. Observa-se como o
segundo enunciado, porque está modalizado, marca muito mais claramente a opinião.
Redação: Gêneros Textuais – parte V
Título da aula: Carta Argumentativa
Professor: José Carlos
1. Considerações iniciais: a linguagem da carta
A carta tem uma linguagem com marcação muito pessoalizada, visto que há um
remetente muito definido que escreve para um destinatário também muito definido. Por isso,
a primeira marca importante desse gênero é o uso da primeira pessoa do singular.
Em segundo lugar, é necessário marcar a interlocução, já que uma carta nada mais é
do que uma conversa escrita em que um remetente fala para um destinatário que participa
apenas como ouvinte-leitor. As marcas de interlocução são feitas por meio do uso de
vocativos: Caro(a) Senhor(a), Prezado(a) Senhor(a), Sr(a). Editor(a). Os pronomes pessoais,
possessivos e demonstrativos também cumprem esse papel: sua empresa, desta revista, etc.
Não é necessário que as marcas apareçam em todos os parágrafos, mas é importante que não
se perca de vista que há um dialogismo em processo.
Observa-se a interlocução e o uso da primeira pessoa, marcados em destaque, no
exemplo a seguir, produzido a partir da proposta do Vestibular de Verão 2009 da Universidade
Estadual de Maringá:
Maringá, 11 de dezembro de 2009.
Prezado Sr. Silva,
Sou assinante dessa revista há mais de seis anos e, nesse tempo, ela me tem sido muito útil no
ensinamento de cuidados básicos para me manter mais saudável. Entretanto, noto que, apesar de a revista já
ter se ocupado várias vezes de fazer matérias sobre os males causados pela ingestão excessiva de sal, faltam
reportagens que tragam receitas, ensinamentos práticos.
Entendo, Sr. Silva, que a preocupação primeira da revista seja alertar os leitores sobre as doenças e
problemas advindos do consumo desmedido do sal. Porém, creio que posso me utilizar como exemplo
quando digo que a informação, sem uma aplicação prática, é inócua.
É por isso que peço que a revista Saúde se empenhe em entrevistar nutricionistas e chefs de
cozinha que possam esclarecer aos leitores, como eu, o que fazer na substituição do sal. Afinal, para quem
foi acostumado com esse sendo o principal sabor a se ressaltar na alimentação, não é fácil fazer mudanças,
sobretudo sem uma orientação adequada.
Dessa forma, caro Sr. Silva, espero ansiosamente ver nas próximas edições receitas saborosas, com
temperos saudáveis, que agucem o paladar e, assim, me estimulem, definitivamente, a aprimorar minha
forma de cozinhar.
Atenciosamente,
Leitora.
2. As marcações de gênero
Uma carta tem elementos muitos específicos que a identificam como gênero, a
saber:
Cabeçalho
Traz a cidade onde a carta está sendo escrita e a data. Pode ser colocada à
direita ou à esquerda da folha, já que não tem posição fixa – sem recuo de parágrafo
(existem vários modelos de formatação de cartas, o importante é seguir um padrão ao
longo de todo o texto).
Ex.:
São Paulo, 13 de junho de 2016.
Cascavel, 15 de agosto de 2016.
Vocativo
É parte em que consta o endereçamento da carta, ou seja, para quem ela é
dirigida. O vocativo a ser utilizado vai depender totalmente da proposta de redação,
mas, normalmente, ele traz um pronome de tratamento – prezado, caro, senhor,
Excelentíssimo –, o qual vai variar de acordo com o destinatário definido, seguido
pelo nome do destinatário ou o cargo que ocupa.
O vocativo deve vir à esquerda com recuo de parágrafo e é marcado por
vírgula.
Ex.:
Prezado Editor da revista Época,
Excelentíssimo ministro das Relações Exteriores,
Caro Sr. Silva,
Despedida
Vem ao final do corpo da carta, pode ser alinhada à esquerda ou à direita e é
finalizada com vírgula (uma sugestão é alinhá-la com o cabeçalho e a assinatura).
Deve ser algo breve, respeitoso e, normalmente, formal. Despedidas afetuosas só são
usadas no caso da proposta ser de carta pessoal, o que é pouco comum em vestibulares.
As despedidas mais usuais costumam ser:
Atenciosamente,
Cordialmente,
Respeitosamente,
Havendo possibilidades de ajuste de acordo com a proposta.
Assinatura
Como o próprio nome diz, traz a identificação do remetente da carta. É
importante dar atenção, pois cada vestibular trará no comando da redação de que modo
a carta deve ser assinada.
3. A estrutura do corpo da carta
As cartas, em geral, pertencem à tipologia argumentativa, desse modo são estruturadas
como os textos que pertencem a essa categoria, isto é, possuem introdução, desenvolvimento e
conclusão.
3.1 Introdução
Deve-se situar o destinatário quanto ao assunto da carta, deixando clara a posição geral a
ser defendida.
3.2 Desenvolvimento
Apresentam-se os argumentos que justificam a posição defendida.
3.3 Conclusão
Ajusta-se ao propósito da carta, ou seja, pode fazer um pedido – na carta de solicitação;
confirmar uma reclamação – na carta de reclamação; apresentar uma sugestão ou apenas o último
argumento – em cartas do leitor, por exemplo.
4. Carta do leitor
Esse é um dos gêneros mais comuns nos vestibulares. Como o próprio nome
sugere, é o tipo de carta em que um leitor escreve para uma publicação (jornal, revista,
portal de internet) para expressar sua opinião após ter lido uma matéria. Via de regra, o
leitor pode escrever para concordar com o tema tratado no texto lido ou para discordar
dele. É preciso, contudo, atentar para o que dizem os comandos de cada prova.
Vejamos alguns exemplos de propostas de vestibulares variados:
(UNIOESTE-2014)
Escreva uma carta do leitor para ser publicada na seção “Painel do Leitor” do
jornal Folha de São Paulo, manifestando sua opinião sobre:
Protestos urbanos ocorridos no Brasil em 2013: que interesses revelam?
Dois acadêmicos estrangeiros, de posições contrapostas, chegam a conclusões
igualmente contrapostas – mas, curiosamente, ambas verossímeis – a propósito dos
protestos no Brasil.
O filósofo esloveno Slavoj Zizek afirma que os protestos são anticapitalistas: “A
tendência geral do capitalismo global de hoje é no sentido de uma expansão ainda maior do
império do mercado, combinada com o progressivo fechamento do espaço público. A redução
dos serviços (saúde, educação, cultura) e uma gestão sempre mais autoritária do poder político”.
Não é difícil interpretar os protestos no Brasil com essa lente. Pediram melhores serviços
públicos, entre eles os de saúde e educação, e uma reforma política. Para Zizek, as manifestações
são uma “tomada de consciência de que a forma atual da democracia representativa não é
suficiente para combater os excessos do capitalismo e, portanto, a democracia deve ser
reinventada”.
O cientista político Francis Fukuyama, famoso por ter decretado “o fim da história” com
o triunfo definitivo do capitalismo e da democracia liberal, não vê revolução nos protestos, mas
os vê como resultantes da ascensão de uma nova classe média que tem provocado “fermentos
políticos”. Para Fukuyama, não se trata de anticapitalismo, pois “estudos demonstram que
pessoas com nível de instrução mais alto atribuem maior valor à democracia, à liberdade
individual e à tolerância com estilos de vida diferentes”. Ou, posto de outra forma, os
manifestantes seriam “burgueses que reclamam não só por segurança para a própria família, mas
também liberdade de escolha e mais oportunidade”.
Clóvis Rossi. Disponível em: <www.observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 13 out. 2013 (adaptado).
Lembre-se:
– Sua carta deve ter, no mínimo, 20 linhas escritas.
– Assine como João ou Maria.
Comentário:
Observa-se que, nessa proposta, cabia ao aluno ler as diferentes opiniões expostas e decidir
qual caminho tomar: era possível escrever para o jornal para concordar com qualquer dos dois autores
ou para discordar deles. Veja também que a UNIOESTE nunca sinaliza quem deve ser o interlocutor da
carta, nesse caso, usa-se como destinatário sempre o editor do jornal ou da revista, referindo-se a ele
como Caro ou Prezado editor da revista X (de acordo com o que estiver na proposta).
Os ingressos seriam mais baratos se não houvesse meia-entrada?
Quando a UNE conquistou para os estudantes o direito de pagar metade do preço nos
eventos culturais, ainda na década de 1940, foi uma vitória. Mas o benefício acabou se
tornando um fardo para quem paga inteira.
A conta é simples: o produtor sabe quanto quer ganhar e estima que 80% vão entrar
pagando meia: cabe aos outros 20% cobrir o prejuízo. "Como a maioria paga metade, o preço
tem que subir para a conta fechar", diz Adhemar Oliveira, responsável pelos cinemas
Unibanco Arteplex. No teatro não é diferente. "Sempre calculamos antes quantos vão entrar
pagando meia para depois definir o preço da inteira", conta o diretor da Associação dos
Produtores de Espetáculos Teatrais de São Paulo (Apetesp), Paulo Pélico.
As projeções abaixo mostram que, se a meia-entrada não existisse, o preço do
ingresso inteiro cairia para quase metade. Com a diferença de que valeria oficialmente para
todo mundo.
COMO É HOJE COM DESCONTO DE 30% SEM DESCONTO
80 x R$ 10
Em uma sala de 100 pessoas, 80
pagam meia
80 x R$ 11
Nessa hipótese os estudantes
têm 30% de desconto
100 x R$ 12
Todos pagam o mesmo preço
20 x R$ 20
Os outros 20 são de entradas
inteiras
20 x R$ 16
A entrada inteira seria 20%
mais barata
Como fica a divisão do ingresso
R$ 800 + R$ 400
Como fica a divisão do
ingresso
R$ 800 + R$ 320
= R$ 1.200 = R$ 1.200 = R$ 1.200
Barato que sai caro: entenda como a meia-entrada torna os ingressos mais
caros.
DESCONTO PARA
ESTUDANTES PELO MUNDO
BRASIL - 50%
REINO UNIDO - 30%
CHILE - 30%
EUA - 30%
(só para crianças e idosos)
Escreva uma carta dirigida à seção “Cartas”, da revista Superinteressante, manifestando
sua opinião sobre a existência da meia-entrada. O seu texto deve, necessariamente:
a. manifestar um ponto de vista em relação à questão tratada;
b. retomar argumentos do infográfico para dar sustentação a sua opinião (você poderá
reafirmar esses argumentos ou contrapor-se a eles);
c. ter de 12 a 15 linhas.
Obs.: A sua carta não deverá ser assinada. Qualquer sinal de identificação invalida sua prova.
Comentário:
Veja-se que essa proposta também permite a concordância ou discordância por parte do
candidato. Repara-se também que, ao contrário dos demais vestibulares, na UFPR a carta não deve ser
assinada. Outra particularidade dessa prova é que não se faz cabeçalho e o vocativo já vem impresso na
prova, ou seja, na UFPR o candidato faz apenas o corpo da carta e a despedida
4.1 Estrutura da carta do leitor
Segue a estrutura geral das cartas, observando-se as seguintes particularidades:
a. No vocativo, caso não venha expresso no comando a quem você deve
escrever, dirija-se sempre ao editor da publicação para a qual está escrevendo.
b. procure dialogar com os textos-base, afinal, você só está escrevendo a carta
porque leu algo que foi a motivação. É importante, então, fazer referência a isso;
c. a conclusão pode ser feita com base em um último argumento ou pode
também ser uma sugestão em relação ao tema tratado;
d. na despedida, procure ser educado, sem exageros formais.
5. Proposta de produção textual
Gênero textual – Carta do leitor
Considere a seguinte situação fictícia: você é morador da cidade Atlântida, a
qual, em decorrência de um grande período de estiagem, tem sofrido com o
racionamento de água. Ao deparar-se com os textos “Rios voadores da Amazônia” e
“O Brasil descobre a água”, você resolve escrever ao site “Amazônia e o mundo”,
também fictício, onde esses textos foram veiculados, para retratar o que ocorre em sua
cidade, que se encontra em condição semelhante à da cidade de São Paulo. Redija uma
carta do leitor, com o mínimo de 10 e o máximo de 15 linhas, endereçada ao editor do
site, dando testemunho da situação da sua cidade e alertando sobre o problema da
diminuição dos rios voadores, como consequência do desmatamento da Floresta
Amazônica. Assine sua carta apenas como Leitor ou Leitora.
Redação: Gêneros Textuais – parte VI
Título da aula: Carta de Reclamação,
Solicitação e Aberta
Professor: José Carlos
1. Cartas de reclamação e solicitação
São utilizadas quando o remetente descreve um problema ocorrido a um
destinatário que pode resolvê-lo. Quanto à estrutura, seguem a mesma regra estudada na
unidade anterior. A especificidade dessas cartas está em detalhes a serem trabalhados na
introdução e conclusão delas.
Outro fator primordial é que elas são consideradas textos persuasivos, pois o
interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a encontrar uma solução para o
problema apontado na carta. Desse modo, a argumentação precisa ser construída com
todo cuidado, a fim de que se consiga atingir o objetivo principal das cartas.
1.1 Introdução
Nessa parte, ambas as cartas devem situar o leitor em relação ao problema-
alvo da reclamação ou solicitação. Normalmente, isso é feito por meio do relato do
problema que se quer resolver.
1.2 Desenvolvimento
Deve justificar as razões da solicitação / reclamação com argumentos que
procurem mover o destinatário a tomar providências. É importante ser persuasivo
sem, contudo, aparentar agressividade ou arrogância.
1.3 Conclusão
Na carta de solicitação, a conclusão reforça o pedido, como um meio de
tornar a carta ainda mais persuasiva. Na reclamação, a conclusão pode sugerir
caminhos para a resolução do problema apresentado
Redija uma CARTA DE SOLICITAÇÃO, em até 15 linhas, ao vereador de
sua cidade, Sr. Eugênio da Câmara, solicitando a proposição de um projeto de
lei que crie programas de descarte e de reciclagem de lixo eletrônico. Você
deverá assinar sua carta usando apenas (sem mais complemento) o nome
Cidadão ou Cidadã.
Exemplo de carta de reclamação
Maringá, 24 de maio de 2015.
Senhor Ulisses Silva,
Essa semana minha filha chegou da escola e logo me informou que obrigatoriamente
teria que participar da comemoração do dia das mães, caso contrário, perderia nota. Diante
disso, senhor diretor, como pai, venho reclamar dessa atitude errônea por parte da escola, visto
que nem todas as crianças possuem mãe presente, como é o caso da minha filha.
Além disso, senhor Silva, essa decisão não deveria ser tomada sem a devida autorização
dos pais / responsáveis, ainda mais por envolver questões de nota, podendo prejudicar outros
alunos. Como psicólogo, afirmo que obrigar as crianças a participarem de apresentações como
essa, sem saber sua estrutura familiar, pode gerar danos psicológicos e, por isso, peço que essa
situação seja resolvida e que minha filha possa fazer algum trabalho ou outra atividade para que
não seja prejudicada.
Obrigado pela atenção,
Pai.
2. Carta aberta
Essa carta, cobrada atualmente em alguns vestibulares, como é o caso da UEM
e UFSM, tem algumas particularidades em relações às demais cartas.
A primeira delas é que a carta aberta é o único tipo de carta que possui título, o
qual identifica o remetente ou o assunto da carta.
Na introdução, apresenta-se a motivação pela qual a carta foi escrita. Outra
questão que diferencia essa carta das demais é o fato de que ela, em vez de ser escrita
em primeira pessoa do singular, costuma assumir a primeira do plural em muitos
casos, já que normalmente expõe o problema de um grupo, e não de um indivíduo
apenas.
A conclusão deve fazer reivindicações de acordo com a temática tratada. Nessa
carta, a despedida é opcional, mas é sempre de bom tom utilizá-la. Já a assinatura deve
sempre seguir os padrões estabelecidos pela proposta do vestibular.
Estrutura: Como fazer uma Carta Aberta?
Para produzir uma carta aberta, devemos estar atentos a seguinte estrutura:
Local e data
Título: geralmente é acrescentado um título que indica a quem será destinada a carta
(comunidade, associação, instituição, organização, entidade, autoridade municipais,
estaduais e nacionais, etc.)
Introdução: tal qual um texto dissertativo, ela apresenta introdução, desenvolvimento e
conclusão. Na introdução, as principais ideias são abordadas pelos destinatários.
Desenvolvimento: segundo a proposta da carta, nesse momento serão apontados os
principais argumentos e pontos de vista referentes ao assunto abordado.
Conclusão: momento de arrematar a ideia e sugerir alguma ação dos interlocutores ou
possível resolução do problema posto em causa. Na conclusão, ocorre o fechamento da ideia e
busca de soluções.
Despedida: com saudações cordiais e assinatura dos remetentes, a despedida finaliza a carta
aberta.
Exemplo de carta aberta
Carta aberta ao reitor do Centro de Ensino
Belo Horizonte, 10 de janeiro de 2017.Magnífico reitor do Centro de Ensino,
(Vocativo)
Após muitos dias de estudos, análises e a observação presencial das unidades que
compõem a instituição, nós, membros do Conselho Estudantil, viemos, de maneira respeitosa e
dispostos ao diálogo, expressar nosso sentimento de descontentamento com os rumos que nossa
instituição de ensino vai, inevitavelmente, acabar tomando.
De acordo com o levantamento feito, são um total de 19 salas de aulas sem luz, o que
resulta em suspensão das aulas por falta de espaço para que ocorram. Assim, professores e
alunos são prejudicados em seus cronogramas por conta da falta de estrutura básica para
promover o aprendizado. Além disso, as salas administrativas, por conta de infiltrações e
goteiras, não estão sendo utilizadas e, consequentemente, diversos serviços estão paralisados,
como a emissão de declarações de matrícula e outros documentos importantes para alunos e
professores.
Além disso, a falta de iluminação no entorno da instituição tem causado graves
problemas. O levantamento feito pelo Conselho Estudantil comprovou que o maior número de
alunos é oriundo dos cursos oferecidos no turno da noite. Nesse sentido, a atual falta de
iluminação corrobora com o aumento do índice de violência, o que tem sido motivo para que
o número de faltas venha crescendo consideravelmente. Diversos professores e funcionários
também já foram vítimas de atos de violência nas redondezas do campus, o que tem tornado o
Centro de Ensino um local hostil aos estudantes, aos professores e aos funcionários, o que,
certamente, prejudica o desenvolvimento de diversas outras atividades promovidas pela
instituição.
Entendemos que o atual contexto do país e da sociedade em nada colabora para a
implementação de melhorias e o aumento de gastos, mas é preciso investir em medidas que
possam amenizar a grave situação em que nos encontramos. Acreditamos na força do Centro
de Ensino e lutamos por seu pleno desenvolvimento, pensando sempre no sucesso e na
integridade da instituição a longo prazo. No entanto, é preciso mais do que apenas sonhos e
palavras, é preciso agir para que, de fato, a realidade vigente seja modificada em breve.
Por isso, pedimos a incorporação de nossas reivindicações em prol da
melhoria da instituição ao Plano de Desenvolvimento da Educação e Tecnologia
(PDET) a ser elaborado pela Reitoria para o ano vindouro. Fazemos isso por entender
a necessidade de se promover um ambiente de qualidade para a promoção da
aprendizagem para os cursos disponibilizados em nosso campus e os vários
estudantes que por aqui passam todos os dias. É de fundamental importância criar um
ambiente confortável e minimamente organizado e estruturado para que o
aprendizado seja, de fato, eficaz, perpetuando a força e a importância de nossa
instituição para a sociedade.
Respeitosamente, (despedida opcional)
Conselho Estudantil do Centro de Ensino (assinatura conforme designar a
prova).
Motivação
(problema)
Conclusão
(reivindicação)
Carta aberta

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Gêneros Textuais - Resposta Argumentativa

  • 1. Redação: Gêneros Textuais – parte I Título da aula: Resposta Argumentativa Professor: José Carlos
  • 2. 1. Resposta argumentativa: o que é? É um gênero argumentativo, como o próprio nome sugere, com a finalidade de testar a capacidade do candidato de responder objetivamente a uma pergunta, fundamentando-a com argumentos claros, lógicos e que acrescentem ideias àquilo que já estava presente na coletânea que serviu como base para a discussão. Nesse gênero, teremos comandos claros, com perguntas direcionadas a um recorte do tema debatido pela prova, e espera-se que o aluno se mantenha estritamente na discussão proposta, sem fazer desvios argumentativos, já que a maior parte dos vestibulares que cobram esse gênero costumam solicitar uma produção entre 8 e 15 linhas no máximo. Muitas universidades importantes cobram esse tipo de resposta, como UFPR, UEM, UEL e Unicamp.
  • 3. 2. Estrutura da resposta Ainda que não haja uma estrutura fixa, única, o recomendável é que se comece por uma sentença que responda diretamente à pergunta feita, marcando-se a posição do candidato já na introdução. Feito isso, deve-se buscar argumentos sólidos, palpáveis (como se faria em uma dissertação no Enem ou em um artigo de opinião) para comprovar o raciocínio desenvolvido. É preciso que haja uma conclusão, ainda que ela se resuma à última frase do texto, retomando e confirmando a ideia defendida no início da resposta. O uso da primeira ou terceira pessoa está relacionado estritamente ao comando que aparecer na prova. Os que exigem resposta em primeira pessoa virão com perguntas direcionadas, tais como “Você concorda com a implantação da Lei Seca?”, “Você é a favor da Lei da Palmada?”. Já os comandos que demandarem ou possibilitarem respostas em terceira pessoa terão perguntas impessoais, tais como “A lei seca melhorou o trânsito no Brasil?” ou “A Lei da Palmada evitará a violência contra crianças?”. Portanto, observe atentamente o comando da redação para decidir qual é a pessoa correta a se utilizar na estrutura do texto.
  • 4. 3. Exemplos de respostas argumentativas 3.1 UFPR (2006) Leia abaixo um trecho da entrevista de Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, à revista ISTOÉ. ISTOÉ – O sr. é a favor do fim do voto obrigatório? Marco Aurélio – Sim. Sou favorável ao voto facultativo. Deixar o voto apenas como um direito, e não como um dever. Não cabe persistir com o voto obrigatório de pessoas que comparecem sem ter a mínima noção do que farão no dia da eleição e que número digitarão na urna eletrônica. ISTOÉ – Isso não multiplicaria a alienação da população do processo político? Marco Aurélio – Nós teríamos, de fato, a ausência de muitos eleitores. Mas teríamos a participação, com uma concretude maior, dos eleitores conscientizados. Agora, você veja o paradoxo: obriga-se o voto e dá-se ao eleitor o direito de anulá-lo. Será que o objetivo é esse?
  • 5. ISTOÉ – Mas o voto nulo não é um direito, um posicionamento político? Marco Aurélio – A omissão é uma fuga à responsabilidade quanto ao futuro do Brasil. É não perceber que a eleição repercute nos anos seguintes. Essa história de só olhar para o umbigo, para as questões individuais, está no campo da miopia absoluta. ISTOÉ, 30 ago. 2006. Fim do voto obrigatório: você é a favor ou contra? Em um texto de 6 a 8 linhas, apresente seu ponto de vista sobre essa questão, sustentando- o com argumentos.
  • 6. Possibilidade de resposta Creio que o fim do voto obrigatório, mais do que uma possibilidade, é uma necessidade. Qual é o sentido de um país que se intitula democrático obrigar seus cidadãos a votarem? O exercício do voto, se realmente compreendido como um direito – e não como um dever disfarçado – deve ser facultativo. Além disso, há de se considerar que, com o fim da obrigatoriedade, possivelmente os candidatos procurariam montar plataformas de governo mais plausíveis e tentariam cumprir suas promessas de campanha, visto que o eleitor, tendo a possibilidade do não comparecimento à urna, só o faria se acreditasse realmente que seu voto seria bem aproveitado.
  • 7. GÊNERO TEXTUAL – RESPOSTA ARGUMENTATIVA Após a leitura do texto Um copo de Coca, uma dose de culpa, elabore uma RESPOSTA ARGUMENTATIVA, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, respondendo à seguinte questão: O CONSUMO DE REFRIGERANTES DEVE SER REGULAMENTADO POR LEI?
  • 8. EXEMPLO DE RESPOSTA ARGUMENTATIVA: O consumo de refrigerantes precisa ser regulamentado por lei. Inicialmente, representam males à saúde. A comunidade científica tem alertado populações e governos sobre a gravidade do problema. Só para começar a citar: Rodrigo Bueno de Moraes, consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia, o conhecido Dr. Dráuzio Varella e Claudia Cozer, doutora em Endocrinologia pela USP, são alguns dos profissionais (texto “Um copo de Coca, uma dose de culpa”, Carta Capital. 12 de junho de 2013) preocupados com o consumo excessivo dessas bebidas aparentemente inofensivas. Por favorecerem a obesidade e o diabetes (doença silenciosa, mas perigosa) já deveriam sofrer algum tipo de restrição legal. Outro fato é que seu consumo exagerado onera ainda mais o já falido Sistema Único de Saúde (SUS) com tratamentos que poderiam ser evitados. Além disso, o Estado deveria zelar pelo bem comum e os refrigerantes têm demonstrado serem nocivos à população, principalmente às crianças, com mais tendência a buscar prazer no açúcar, substância abundante nessas bebidas. Fomentar pesquisas buscando formas alternativas de produção dos refrigerantes e controlar essa produção, exigir embalagens pequenas na venda em restaurantes e lanchonetes, campanhas de conscientização e rótulos informando os malefícios à saúde seriam algumas formas de os governos regulamentarem o consumo de refrigerantes.
  • 9. 3.2 UEM (inverno 2009) A coletânea de recortes de textos abaixo, retirados de fontes variadas, aborda a temática do vício na internet. Tendo-a como apoio, redija o gênero textual solicitado. Quando se fala em vício, logo pensamos em drogas, cigarro, álcool, jogatina, entre outros. Porém, o vício está ligado a uma questão mais ampla, ou seja, não se restringe a um ou dois aspectos, mas sim a diversos. Há o vício em internet, diagnosticado quando as pessoas têm sua vida pessoal, profissional e sentimental afetada pela permanência exagerada na rede. Disponível em: <www.brasilescola.com/informatica/ciberviciado.htm> (adaptado).
  • 10. Vício em internet é doença, defende psiquiatra Em editorial no American Journal of Psychiatry, Jerald Block, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, alega que o vício hoje é tão comum que deveria entrar na lista contida no Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios Mentais – o principal livro de referência da Associação Americana de Psiquiatria para categorizar e diagnosticar doenças mentais. Segundo o especialista, o vício em internet tem quatro comportamentos principais: uso excessivo, frequentemente associado à perda da noção do tempo ou negligência de impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão caso o computador esteja inacessível; necessidade de computadores melhores, mais software ou mais horas de uso; e reações negativas como brigas, isolamento social e fadiga ligadas ao uso do computador. Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2704377-EI4802,00.html>.
  • 11. Brasil está entre países que tratam viciados em internet Tem gente que senta diante do computador para trabalhar ou fazer o dever de casa, dá uma passadinha no MSN para ver quem está online, e entra no Orkut para saber se há novos posts e, de repente, se dá conta de que se passaram 10, 12 horas de conexão à internet. Nem todo o mundo sabe, mas existe uma linha tênue entre a mania de estar conectado e o vício em internet. Agnes DantasDisponível em: <http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2006/10/31/286471817.asp>.
  • 12. A doença da conexão Ninguém se surpreende ao ver a executiva Andiara Petterle entrar e sair de seu escritório com o laptop em mãos. Como tantos profissionais, é pela internet que ela dá respostas rápidas a seus clientes mais exigentes. Uma rotina normal, se não fosse tão difícil para essa gaúcha de 28 anos se desconectar. O problema veio à tona há quatro anos, quando uma viagem com o marido se tornou um tormento diante da impossibilidade de se conectar à internet no local. (...) A compulsão por e-mails é uma extensão da dependência da internet, problema que se manifesta também com jogos e compras on-line, salas de bate-papo e sites eróticos. Veja, n. 2.001. Acesso em: 28 mar. 2007.
  • 13. Internet cria novo tipo de viciado: como as drogas e o álcool, o computador pode causar dependência, principalmente quando preenche carências e ansiedades “Ninguém se torna dependente de uma coisa que não traz prazer. A internet é, sem dúvida, prazerosa e se torna uma dependência quando passa a preencher uma carência, diminuir a ansiedade, aliviar uma angústia”, diz o psiquiatra André Malbergier, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). (...) O tratamento também é semelhante ao que se submete um dependente de droga. Inclui psicoterapia para tentar descobrir que conflitos pessoais levaram à dependência – parte dos viciados em internet, dizem os especialistas, tem extrema dificuldade de relacionamento social. Em muitos casos, é preciso tomar remédios que diminuam o impulso pelo computador. (...) “Não podemos transformar a internet no vilão, porque o problema é o uso que nós fazemos dela”, diz Maluh Duprat, da PUC-SP. “A internet é um instrumento fundamental.” O Estado de S. Paulo, 29 maio 2005 (adaptado).
  • 14. Redija, em até 15 linhas, uma resposta argumentativa à pergunta “A internet é nociva?”. Sua resposta pode apoiar-se na coletânea de textos, mas não deve apresentar cópias da mesma. Possibilidade de resposta A internet por si só não é nociva, é apenas uma ferramenta criada com o intuito de facilitar o acesso à comunicação: nocivos ou não são os fins a que seu uso se destina. Afinal, não se pode culpar uma ferramenta tecnológica pela utilização indevida que alguns indivíduos despreparados e/ou dados a vícios fazem dela. Entretanto, pode-se criar discussões em todos os âmbitos a respeito de como os recursos internéticos utilizados de maneira errônea podem ser prejudiciais à saúde do indivíduo e à sociedade em geral, sobretudo quando configuram vício. Além disso, seria importante tratar aqueles que dela são dependentes, efetivamente, como doentes, assim como são tratados os adictos a álcool e drogas, entre outros, o que certamente minimizaria a nocividade dos efeitos sociais e pessoais dessa ferramenta, quando esse for o caso.
  • 15. Redação: Gêneros Textuais – parte II Título da aula: Comentário Interpretativo- crítico Professor: José Carlos
  • 16. 1. Comentário interpretativo-crítico: o que é? De acordo com Carlos Ceia, um comentário crítico é “um conjunto de observações subjetivas e objetivas que se faz sobre um texto, de forma a revelar o seu sistema de ideias, a identificar a sua organização interna e a questionar a rede de intenções comunicadas (a intenção do autor desse texto, a intenção do leitor desse texto e a própria intenção textual comunicada). O que é que o texto diz? Como diz? O que me diz? Essas são as principais perguntas a serem respondidas quando pretendemos fazer um comentário de texto”. Esse gênero está presente em provas como as do PAS-UEM, da UFPR e da Unioeste, a qual requer que o aluno, além de atender às características anteriormente citadas, se posicione no sentido de elogiar ou depreciar o texto interpretado e criticado.
  • 17. 2. Estrutura do comentário Há mais de um modo possível de estruturar esse tipo de gênero, devendo-se também levar em conta a extensão do texto a ser construído. Na UFPR, qualquer texto tem a extensão máxima de 15 linhas; já na Unioeste, o comentário deverá ter entre 20 e 30 linhas, o que exige que o corpo do texto, em que se faz a crítica, seja mais aprofundado. De qualquer modo, os passos básicos a serem seguidos são os seguintes: I. Ler atentamente o texto a ser comentado e levantar os elementos que ofereçam dificuldade de compreensão; II. resolver as dificuldades encontradas por meio de pesquisa, quando possível; III. identificar o gênero a que pertence o texto e as suas marcações típicas; IV. quando possível, relacionar o texto analisado com a obra geral do autor; V. identificar o tema e suas relações com o contexto; VI. determinar e analisar as estruturas do texto (linguagem, forma, estilo); VII. elaborar uma conclusão captando o essencial do texto.
  • 18. No momento de produzir efetivamente o texto, uma vez feitos os levantamentos indicados anteriormente, o estudante pode optar por dois caminhos mais comuns: iniciar o texto pela interpretação e depois apresentar as críticas; ou conciliar ambas, procurando comentar as ideias do texto ao mesmo tempo que as interpreta. Esse modelo é mais complexo e interessante do que o primeiro, embora ambos sejam corretos. Outro ponto a ser reiterado é que, na Unioeste, o comentário deve conter título.
  • 19. 3. UFPR (2009) Escreva um comentário sobre o uso da expressão “reequilíbrio de forças”, que dá título ao infográfico que ilustra a distribuição da riqueza no mundo de hoje. Seu texto deverá atender aos seguintes requisitos: • ter, no mínimo, 8 e, no máximo, 10 linhas; • mencionar o tipo e a fonte do texto de referência; • explicitar as inferências possíveis a partir do cruzamento dos dados; • explicitar o sentido da expressão “reequilíbrio de forças”, que dá título ao gráfico.
  • 20. Redija um COMENTÁRIO INTERPRETATIVO CRÍTICO, para ser publicado no Blog Investigação Filosófica, sobre a tirinha a seguir. Lembre-se de que você deverá apresentá-la e interpretá-la criticamente. Unioeste 2018 2345876
  • 21.
  • 22. Redação: Gêneros Textuais – parte III Título da aula: Relato e Texto Instrucional Professor: José Carlos
  • 23. 1. Relato: o que é? É um gênero textual em que são apresentadas, de maneira descritiva, as informações básicas referentes a um acontecimento específico. Seu principal objetivo é informar – reconstruindo para o leitor – uma sequência de acontecimentos, que podem ter sido vivenciados por pessoas (relatos de casos reais) ou personagens (relatos ficcionais, comuns no universo literário) em determinado tempo e espaço.
  • 24. 1.1 Marcações do gênero relato O objetivo principal de um relato é fazer com que o interlocutor compreenda claramente a sequência dos fatos relatados, a fim de que possa, a partir dela, compreender a lógica e a importância dos acontecimentos. Desse modo, uma primeira característica fundamental do gênero é a cronologia temporal, que permite ao interlocutor compreender plenamente a organização temporal dos fatos. Outras marcas importantes são estas: • Conter todas as informações necessárias para a compreensão dos fatos, haja vista que a ausência de alguns detalhes pode tornar o relato confuso ou de pouca utilidade. É o caso, por exemplo, de alguém que vai a uma delegacia denunciar um crime, faz um boletim de ocorrência, mas não consegue precisar o modo como o delito se deu, a característica dos criminosos, enfim, não é capaz de dar detalhes que realmente possam auxiliar a polícia no trabalho dela.
  • 25. • Não possuir clímax, visto que aqui não se pretende envolver o leitor em uma trama, mas sim que lhe seja demonstrada a sequência lógica dos fatos. • Ser redigido em primeira pessoa (relato pessoal) ou em terceira pessoa (relato noticioso). • Conter uma introdução que o articule claramente com a proposta do vestibular. • Só nominar as pessoas envolvidas no fato relatado se isso for expressamente requerido pela proposta, caso contrário, pode levar a uma nota zero.
  • 26. Narração não ficcional escrita ou oral sobre um acontecimento ou fato acontecido, feita geralmente usando-se o pretérito; marcações sequenciais cronológicas (começo, meio e fim de uma ação passada) . Para se fazer um bom relato você deve seguir os seguintes passos: • título simples; • narração de acontecimentos em sequência lógica e cronológica (não faça idas e vindas no texto; estabeleça um ponto de partida e um ponto de chegada); • identifique as informações do texto de apoio que podem ser úteis na construção do texto e não as modifique; • a estas informações, acrescente outras, que você deve inventar a partir de seu conhecimento de mundo, mas sempre com verossimilhança; • uso coerente de paragrafação; • o comando estabelecerá se o relato deve ser pessoal ( acontecimentos vivenciados – uso de 1ª pessoa) ou noticioso ( acontecimentos presenciados – uso de 3ª pessoa).
  • 27. 1.2 Relato pessoal Como o próprio nome sugere, trata-se de um relato em que o próprio indivíduo relacionado ao fato o narra. Nesse caso, o texto é escrito em primeira pessoa do singular e possui uma maior subjetividade. É bom lembrar que, nos vestibulares, o que vai determinar o tipo do relato é o comando da redação, por isso ele deve ser lido de maneira muito atenta.
  • 28. 1.2.1 Exemplo de relato pessoal Observe-se a proposta a seguir, do vestibular seriado da UEM, em 2014: Além de se dedicar aos estudos, você contribui com as tarefas domésticas, o que obviamente toma parte do seu tempo. Seus colegas querem saber como você administra essa situação para não ter prejuízo nas notas e ainda se divertir e descansar. Redija um relato, em até 15 linhas, mostrando como faz para administrar estudos e serviços domésticos, qual o tempo dedicado para cada um deles, que tipo de atividade doméstica costuma realizar com frequência e os pontos positivos e/ou negativos disso.
  • 29. Ex.: Desde os 12 anos auxilio minha mãe nas tarefas domésticas, para que ela também tenha mais tempo para cuidar dos seus outros afazeres. Arrumar a minha cama é uma de minhas incumbências, o que já faço assim que levanto; por isso, sempre programo o despertador para tocar cinco minutos mais cedo que o comum. Além disso, auxilio na lavagem da louça e, para ficar com o resto da tarde livre, já cumpro essa tarefa logo após o almoço. O tempo que gasto em cada uma dessas atividades não é muito, varia entre 20 e 25 minutos ou até menos. Feito isso, executo as atividades escolares, para as quais separo, no mínimo, duas horas por dia. Desse modo, por volta das 16h já terminei minhas obrigações. No tempo restante, vou para a academia, assisto a um episódio de série ou até tiro um cochilo. Creio que fazer isso tem pontos positivos, afinal meu tempo fica organizado para as minhas obrigações domésticas e escolares, e ainda me sobra tempo para atividades de lazer, sem contar que me prepara para ser mais independente e responsável em minha vida adulta.
  • 30. 1.3 Relato noticioso Esse tipo de relato recebe esse nome porque, em vez de a própria pessoa relatar o que lhe ocorreu, isso será feito por uma terceira pessoa, que testemunhou o fato ou para quem o indivíduo envolvido na situação contou a história. É muito comum que esse tipo de relato faça parte de reportagens, pois o jornalista faz entrevistas e depois relata, em terceira pessoa, aquilo que os entrevistados lhe disseram. Também é o que ocorre todas as vezes que um indivíduo conta a seus amigos situações que aconteceram com outras pessoas.
  • 31. 2. Texto instrucional: o que é? É um gênero textual caracterizado por uma série de procedimentos a serem seguidos em determinada circunstância. O que se pretende com esse tipo de texto é explicar às pessoas o método para se fazer algo. Esse gênero está presente em receitas culinárias, manuais de usuários dos mais variados produtos, regras de jogos, bulas de remédio, entre outros. Sua marca característica é o uso dos verbos no imperativo, dado que esse modo verbal já possui a função instrutiva. Alternativamente, pode-se usar verbos no infinitivo, mas isso é menos usual nos textos reais. Nos manuais, receitas e bulas lidas usualmente, é comum que as instruções venham em forma de tópicos, porém, nos vestibulares, esse formato deve ser evitado, preferindo-se a estrutura de parágrafos. Outro ponto importante é que o texto instrucional tenha uma introdução que situe o leitor em relação às ideias sobre as quais ele será instruído na sequência.
  • 32. 2.1 Exemplo de texto instrucional Observe-se a proposta a seguir, do vestibular de verão da UEM, em 2012: Tendo como apoio os textos I e II, redija um texto instrucional aos leitores da revista Pais & Adolescentes, com no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, no qual sejam apresentadas instruções aos pais sobre como proceder com seus filhos no momento da escolha profissional deles. Você pode optar por dar ou não um título ao seu texto.
  • 33. Ex.: O momento da escolha profissional dos filhos pode se tornar um verdadeiro tormento para toda a família, já que essa é uma decisão impactante no futuro. Por isso mesmo, a participação dos pais é de suma importância. Para ajudá-los a como proceder, a Pais & Adolescentes preparou algumas instruções: Primeiramente, procurem observar as aptidões de seus filhos, para que os conselhos e direcionamentos dados sejam adequados a suas reais habilidades. Em segundo lugar, evitem fazer projeções: a adolescência já uma fase difícil, cheia de incertezas, e a tentativa dos pais de fazer com que os filhos realizem sonhos que eles próprios não conseguiram alcançar pode gerar frustrações. Por fim, levem os adolescentes a feiras de profissões ou para visitar profissionais que atuem na área de interesse deles: essa é uma ótima forma de os jovens perceberem na prática se a profissão desejada realmente corresponde a suas expectativas. Desse modo, a família se tornará atuante e auxiliará a escolha dos filhos sem, contudo, induzi-los.
  • 34. PROPOSTA – UEM - REDAÇÃO Os textos A e B desta prova de Redação abordam o tema morar em república. Tendo-os como apoio, redija os gêneros textuais solicitados. TEXTO A - Morar em república pede divisão de tarefas da Folha de São Paulo Conciliar festas e estudos e uma boa dose de liberdade com responsabilidade. Esses talvez sejam os maiores dilemas para quem mora em uma república. “A maior dificuldade de estudar em Ouro Preto é aguentar a quantidade de festas”, afirma Enauê Paiva, 22, que cursa o sétimo período de Nutrição na Universidade Federal de Ouro Preto. Enauê divide o aluguel de R$ 1.300 da república particular Snoopy, onde mora, com mais 13 mulheres, todas estudantes. E como será conviver com um grupo de 13, 20 moradores sob o mesmo teto? Para Enauê, “é preciso respeitar o outro". "Morar com 13 pessoas não é fácil, mais sendo mulheres, mas vale a pena. A gente se sente como irmãs.” Ouro Preto (MG) pode ser considerada a capital brasileira das repúblicas estudantis. A cidade, que tem cerca de 65 mil habitantes, possui 72 repúblicas públicas e mais de 200 particulares.
  • 35. Otávio Luiz Machado, 27, também mora em Ouro Preto, mas em uma república masculina e pública, com outros 24 moradores. Para ele, não há muitos problemas em morar com tantas pessoas, desde que as tarefas sejam divididas e cumpridas de forma justa. “Temos reuniões a cada 15 dias. Em cada mês, uma dupla fica responsável pelas questões administrativas da casa. Quanto à limpeza, além da diarista, cada um tem de zelar pelo seu espaço.” Se você não encontrar vaga em uma república, outra opção é morar em uma pensão, onde geralmente os custos também são baixos, mas com menor liberdade. Ou você mesmo pode fundar uma república. Foi o que fez Domingos Fortunato Netto, 22, estudante de Direito da Universidade Mackenzie de SP. Em 1997, ele alugou um apartamento na região central da capital paulista e começou a dividi-lo com outros estudantes. Hoje, ele mora com três alunos universitários. “É bom porque economizamos bastante dividindo as despesas. Mas o melhor é que aprendi muito, a cuidar de uma casa e a tolerar os outros”, diz. (Alessandro Tarso) (www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u2641.shtml. Acesso em 9 de agosto de 2011)
  • 36. TEXTO B - Morar em república Entre as maiores mudanças que entrar na faculdade pode proporcionar para alguns calouros está a mudança de cidade. Em busca de melhores oportunidades de formação e profissionais, eles deixam o município em que vivem e encaram uma nova realidade que quase sempre inclui morar em uma república.(...). “Os alunos saem de cidades bem pequenas para uma cidade relativamente grande, em comparação com a de origem deles”, afirma Sabrina Novãs, assessora para assuntos comunitários e culturais da Universidade de Franca (Unifran). Ela estima que cerca de 45% dos alunos da instituição venham de outras localidades. Acostumar-se ao cotidiano de uma cidade grande é, na opinião de Sabrina, a primeira dificuldade com que os estudantes se deparam. Para a psicóloga Ana Maria Franco, essencial mesmo é definir bem as regras da república logo no início. “Decidam quem vai pagar as contas, quem vai tirar o lixo, como será feita a limpeza, se vão cozinhar juntos ou cada um vai fazer sua alimentação separado, se namorados e amigos podem frequentar a casa e em que horários. Quanto mais detalhada e conversada for essa divisão, menor a chance de aborrecimentos depois”, afirma. Apesar das dificuldades, morar fora é sempre uma experiência enriquecedora e até recomendável, dizem as especialistas. “O estudante aprende a respeitar o espaço dos outros”, diz Sabrina. “Os jovens ganham maturidade e desenvolvem a responsabilidade. É uma grande oportunidade de crescimento pessoal e por isso deve ser aproveitada ao máximo”, afirma Ana Maria. (http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/0322/moraremrepublica.html. Acesso em 9 de agosto de 2011)
  • 37. GÊNERO TEXTUAL – TEXTO INSTRUCIONAL Redija um texto instrucional, em até 15 linhas, aos leitores da Folhateen, caderno do jornal Folha de S.Paulo, que contém matérias dirigidas, geralmente, ao público jovem. Você assumirá a posição de um(a) estudante morador(a) de uma república, que dará instruções de sobrevivência para quem deseja morar em uma república para estudar, levando em consideração as informações dos textos A e B, mas também ampliando-as.
  • 38. EX.: Como sobreviver numa república Há três anos faço faculdade e tenho morado em república. Para alunos que vão enfrentar, fora de casa e por economia, a mesma situação, escrevo três dicas valiosas. Primeiramente, enfrente este desafio: concilie lazer e estudo, porque longe da cobrança dos pais, a responsabilidade será toda sua. Por isso ache o seu equilíbrio entre as “festas”, para combater o estresse, e os estudos, a fim de chegar aos resultados pretendidos por você. Em segundo lugar, aprenda a respeitar os colegas com quem estiver dividindo o mesmo espaço. Para isso, tenha cuidado com a maneira de solicitar algo deles, pense antes de falar e procure sempre cumprir o que vocês tenham combinado sobre a rotina da casa. Agindo com essa postura, haverá um respeito mútuo e isso facilitará a convivência. Por fim, divida as tarefas domésticas e os gastos com seus colegas de maneira coerente, através do diálogo; porque, se houver um consenso sobre essa divisão e ninguém se sentir lesado, pode existir mais comprometimento de todos com tarefas e gastos. Dessa forma, colega estudante, aprenda a sobreviver em república e faça dessa experiência algo mais instrutivo do que desgastante.
  • 39.
  • 40. Redação: Gêneros Textuais – parte IV Título da aula: Artigo de opinião Professor: José Carlos
  • 41. 1. Considerações iniciais O artigo de opinião é um gênero discursivo de teor argumentativo, que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre questões relevantes (sociais, culturais, políticas). É possível perceber que, ao escrever um artigo de opinião, o autor não pretende demonstrar a verdade dos fatos, mas sim fazer uma análise crítica de fatos atuais e relevantes, à luz de seus próprios conhecimentos, com a finalidade não de fechar a questão, mas de abrir o debate. No caso concreto de um articulista que escreve para um jornal ou revista, ele costuma partir de algum fato que teve relevância social ou política naquela semana para fazer, em seu artigo, uma análise desse fato, a fim de auxiliar os leitores a formar um juízo sobre a questão polêmica. Já no vestibular, o aluno vai partir de um tema escolhido pela banca, o qual nem sempre traz uma polêmica implícita, mas que precisará ser analisada pelo candidato com olhos atentos, para que a opinião exposta possa ser de interesse do leitor.
  • 42. 2. As marcações do gênero artigo de opinião Em sua estrutura básica, um artigo se parece muito com o texto dissertativo- argumentativo, que foi estudado nas aulas anteriores, por isso muito do que foi aprendido também será realizado agora para a produção do artigo. Isso porque, como esse gênero também pertence à tipologia argumentativa, sua estrutura básica também se divide em: introdução, que deve conter uma tese; desenvolvimento, com argumentos que sustentem a tese e uma conclusão. Onde estão, pois, as principais diferenças entre um gênero e outro? Primeiramente, é preciso frisar que há muitos modos diferentes de se construir artigos de opinião, basta observar os articulistas que publicam nos jornais e revistas em geral. Ainda assim, há alguns traços comuns, que podem ser levados em consideração, quais sejam:
  • 43. ESTRUTURA DE UM ARTIGO DE OPINIÃO • Contextualização e/ou apresentação da questão em discussão; • Explicitação da posição assumida; • Utilização de argumentos que sustentam a posição assumida; • Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis argumentos contrários à posição assumida; • Utilização de argumentos que refutam a posição contrária. • Retomada da posição assumida e/ou retomada do argumento mais enfático; • Proposta ou possibilidade de negociação; • Conclusão (que pode ser a retomada da tese ou posição defendida).
  • 44. 2.1 A introdução do artigo Assemelha-se muito à do texto dissertativo, já que deve apresentar a tese do articulista. Sua principal particularidade consiste no fato de que muitos costumam iniciar seus textos pelo relato do fato que deu origem à discussão, contextualizando o leitor sobre a questão a ser analisada. Isso porque, se o leitor não tiver ouvido falar ainda sobre o fato, ele pode, mesmo assim, ter noção sobre as causas das opiniões expressas. Pode-se observar a introdução seguinte, do artigo “A imagem do Brasil”, de Demétrio Magnoli, publicado na Folha de São Paulo, em 31 / 05 / 2014: “Fernando Haddad proferira a palavra ‘guerrilha’, referindo-se à greve dos motoristas de ônibus. Na terça, Dilma Rousseff pronunciou a palavra ‘baderna’, referindo-se às manifestações de rua. Minutos depois, liderados por um movimento de sem-teto e por índios armados com arcos e flechas, 2.500 pessoas interromperam o trânsito em Brasília. ‘É a imagem do Brasil que estará em jogo’, explicou a presidente, avisando que ‘vai chamar o exército, imediatamente’, para reprimir a ‘baderna’ durante a Copa do Mundo. A ‘imagem’ toca num nervo sensível do governo. Em nome dela, por um mês e às custas da ordem democrática, Dilma promete assegurar o direito de ir e vir das pessoas comuns.” Importante notar que ele começa justamente relatando um fato para situar o leitor e, após, expõe a tese a ser defendida (em negrito no parágrafo anterior).
  • 45. 2.2 O desenvolvimento do artigo Neste momento, o articulista expõe argumentos para sustentar o ponto de vista que ele defende. A grande diferença aqui é que, ao contrário da dissertação, procura trabalhar com argumentos concretos. O artigo também inclui reflexões do autor sobre o assunto, ou seja, inferências que ele faz a partir de sua particular visão dos fatos. Outra estratégia comum no desenvolvimento é incluir opiniões de adversários para contestá-las com seus argumentos, ou desacreditá-las pelas fragilidades deles. É preciso, contudo, tomar muito cuidado para que não seja feita uma depreciação preconceituosa. Note-se como Magnoli continua o texto, cuja introdução foi apresentada anteriormente:
  • 46. “A ‘baderna’ é, há tempo, ‘a imagem do Brasil’ – com a diferença, apenas, de que o mundo não estava vendo. Sob o influxo do PT, movimentos minoritários aprenderam que, reunindo algumas centenas de manifestantes, têm a prerrogativa de parar cidades inteiras. A tática, esporádica durante anos, tornou-se rotineira depois das multitudinárias ‘jornadas de junho’. Nas metrópoles, os cidadãos converteram-se em reféns de militantes iracundos, que não buscam persuadir maiorias, mas unicamente provocar o colapso da vida urbana. O problema de Dilma é que chegou a hora da Copa: agora, a ‘baderna’ ameaça a sacrossanta ‘imagem do Brasil’, não os desprezíveis direitos das pessoas. O conflito entre direitos é um traço marcante das democracias. A liberdade de expressão é regulada por leis que protegem a privacidade e a imagem dos indivíduos. O direito de greve é regulado por disposições que asseguram o funcionamento de serviços essenciais. O direito de manifestação pública é limitado por regras que impedem a anulação do direito de circulação das pessoas. No Brasil do lulopetismo, contudo, aboliu-se tacitamente o direito de ir e vir. Acuadas pelo PT, as autoridades renunciaram ao dever de garanti-lo, curvando-se à vontade soberana de dirigentes sindicais e lideranças de movimentos sociais.
  • 47. Nas democracias, o equilíbrio entre os direitos de manifestação e de circulação no espaço público deriva de uma série de regras. Manifestações são autorizadas mediante aviso prévio às autoridades e acertos sobre lugares de concentração e trajetos de passeatas. No Brasil, nada disso existe, pois não interessa ao partido: a vigência de regras gerais, de aplicação indistinta, restringiria as oportunidades de orquestração de ações de ‘baderna’ moduladas em cenários de disputa eleitoral. O problema de Dilma é que, na hora da Copa, emergiram movimentos que nem sempre se subordinam às conveniências do partido. A presidente resolveu, então, militarizar provisoriamente o país. No poder, o lulopetismo oscila entre a política da ‘baderna’ e o recurso ao autoritarismo. ‘Não vai acontecer na Copa do Mundo o que aconteceu na Copa das Confederações’, garantiu Dilma a uma plateia de aflitos empresários. Não mesmo. Os protestos multitudinários provavelmente não se repetirão porque os ‘black blocs’ cumpriram a missão de afastar das ruas as pessoas comuns. Os envelopes urbanos das ‘arenas da Fifa’, perímetros consagrados aos negócios, serão circundados por cordões policiais de magnitude inédita. Já a ‘baderna’ arquitetada para provocar colapsos de circulação em dias de jogos terá que desafiar a hipótese de resposta militar. Na Copa, excepcionalmente, o direito de ir e vir estará assegurado.”
  • 48. 2.3 A conclusão do artigo A fundamental diferença entre a conclusão do artigo e da dissertação é que, enquanto nesta a ideia é retomar a tese confirmando-a e, no máximo, apresentar propostas de solução para o problema, naquele a conclusão explicita a tese apresentada na introdução, mas alarga a análise proposta no texto, normalmente, por meio de uma última reflexão do autor. É necessário observar como Magnoli conclui o artigo em questão: “Dilma promete ‘chamar o Exército’. A força militar aparece, hoje, como a única mola capaz de conciliar o ‘padrão Fifa’ com o ‘padrão Brasil’ de ordem pública. Um estado de sítio não declarado instaurará um efêmero parêntesis no tormento cristalizado pela política da ‘baderna’ nas principais cidades do país. Nos 30 dias da competição, a ‘imagem do Brasil’ brilhará sobre um pano de fundo verde- oliva. Depois, tudo volta ao ‘normal’.”
  • 49. 2.4 As marcas linguísticas do artigo de opinião Embora boa parte dos articulistas prefira escrever em primeira pessoa do singular, visto que tal fato marca ainda a pessoalização, é possível também redigi-lo em terceira pessoa. Isso é precisamente o que fez Demétrio Magnoli no texto que foi apresentado. Ele escolheu outras estratégias para marcar a opinião. De qualquer modo, para o estudante que tem dificuldade em marcar claramente a diferenciação entre artigo e dissertação, o uso da primeira pessoa é sempre um bom caminho. Outra marca linguística do artigo é a modalização. Em seu dicionário de linguística, Dubois apresenta a modalização como a marca dada pelo sujeito a seu enunciado. Assim, modalizadores são elementos linguísticos que funcionam como indicadores das intenções, dos sentimentos e das atitudes do produtor textual no que diz respeito a seu discurso. Desse modo, vários são os elementos linguísticos que desempenham esse papel. Alguns deles são:
  • 50. a. Os adjetivos: ao qualificar termos em seu texto, Magnoli marca posições pessoais, como se vê em: “movimentos minoritários”; “militantes iracundos”; “sacrossanta ‘imagem do Brasil’”, “desprezíveis direitos das pessoas”, dentre outros. b. Os advérbios: ao atribuir circunstâncias a verbos, adjetivos, outros advérbios e até a toda a oração, também há modalização. Convém notar exemplos do texto analisado: “aboliu-se tacitamente o direito de ir e vir.”; “No Brasil, nada disso existe, pois não interessa ao partido”; “A presidente resolveu, então, militarizar provisoriamente o país ”. c. As orações subordinadas substantivas subjetivas: são aquelas em que a segunda oração faz função de sujeito da primeira, principalmente quando a oração principal aparece nas formas: “É fundamental que”, “É necessário que”, “É notório que”. Com sua construção, as orações principais marcam visões pessoais. Importante comparar os enunciados: “A educação pública brasileira precisa de investimentos” e “É imprescindível que se invista na educação pública brasileira”. Observa-se como o segundo enunciado, porque está modalizado, marca muito mais claramente a opinião.
  • 51.
  • 52. Redação: Gêneros Textuais – parte V Título da aula: Carta Argumentativa Professor: José Carlos
  • 53. 1. Considerações iniciais: a linguagem da carta A carta tem uma linguagem com marcação muito pessoalizada, visto que há um remetente muito definido que escreve para um destinatário também muito definido. Por isso, a primeira marca importante desse gênero é o uso da primeira pessoa do singular. Em segundo lugar, é necessário marcar a interlocução, já que uma carta nada mais é do que uma conversa escrita em que um remetente fala para um destinatário que participa apenas como ouvinte-leitor. As marcas de interlocução são feitas por meio do uso de vocativos: Caro(a) Senhor(a), Prezado(a) Senhor(a), Sr(a). Editor(a). Os pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos também cumprem esse papel: sua empresa, desta revista, etc. Não é necessário que as marcas apareçam em todos os parágrafos, mas é importante que não se perca de vista que há um dialogismo em processo. Observa-se a interlocução e o uso da primeira pessoa, marcados em destaque, no exemplo a seguir, produzido a partir da proposta do Vestibular de Verão 2009 da Universidade Estadual de Maringá:
  • 54. Maringá, 11 de dezembro de 2009. Prezado Sr. Silva, Sou assinante dessa revista há mais de seis anos e, nesse tempo, ela me tem sido muito útil no ensinamento de cuidados básicos para me manter mais saudável. Entretanto, noto que, apesar de a revista já ter se ocupado várias vezes de fazer matérias sobre os males causados pela ingestão excessiva de sal, faltam reportagens que tragam receitas, ensinamentos práticos. Entendo, Sr. Silva, que a preocupação primeira da revista seja alertar os leitores sobre as doenças e problemas advindos do consumo desmedido do sal. Porém, creio que posso me utilizar como exemplo quando digo que a informação, sem uma aplicação prática, é inócua. É por isso que peço que a revista Saúde se empenhe em entrevistar nutricionistas e chefs de cozinha que possam esclarecer aos leitores, como eu, o que fazer na substituição do sal. Afinal, para quem foi acostumado com esse sendo o principal sabor a se ressaltar na alimentação, não é fácil fazer mudanças, sobretudo sem uma orientação adequada. Dessa forma, caro Sr. Silva, espero ansiosamente ver nas próximas edições receitas saborosas, com temperos saudáveis, que agucem o paladar e, assim, me estimulem, definitivamente, a aprimorar minha forma de cozinhar. Atenciosamente, Leitora.
  • 55. 2. As marcações de gênero Uma carta tem elementos muitos específicos que a identificam como gênero, a saber: Cabeçalho Traz a cidade onde a carta está sendo escrita e a data. Pode ser colocada à direita ou à esquerda da folha, já que não tem posição fixa – sem recuo de parágrafo (existem vários modelos de formatação de cartas, o importante é seguir um padrão ao longo de todo o texto). Ex.: São Paulo, 13 de junho de 2016. Cascavel, 15 de agosto de 2016.
  • 56. Vocativo É parte em que consta o endereçamento da carta, ou seja, para quem ela é dirigida. O vocativo a ser utilizado vai depender totalmente da proposta de redação, mas, normalmente, ele traz um pronome de tratamento – prezado, caro, senhor, Excelentíssimo –, o qual vai variar de acordo com o destinatário definido, seguido pelo nome do destinatário ou o cargo que ocupa. O vocativo deve vir à esquerda com recuo de parágrafo e é marcado por vírgula. Ex.: Prezado Editor da revista Época, Excelentíssimo ministro das Relações Exteriores, Caro Sr. Silva,
  • 57. Despedida Vem ao final do corpo da carta, pode ser alinhada à esquerda ou à direita e é finalizada com vírgula (uma sugestão é alinhá-la com o cabeçalho e a assinatura). Deve ser algo breve, respeitoso e, normalmente, formal. Despedidas afetuosas só são usadas no caso da proposta ser de carta pessoal, o que é pouco comum em vestibulares. As despedidas mais usuais costumam ser: Atenciosamente, Cordialmente, Respeitosamente, Havendo possibilidades de ajuste de acordo com a proposta.
  • 58. Assinatura Como o próprio nome diz, traz a identificação do remetente da carta. É importante dar atenção, pois cada vestibular trará no comando da redação de que modo a carta deve ser assinada.
  • 59. 3. A estrutura do corpo da carta As cartas, em geral, pertencem à tipologia argumentativa, desse modo são estruturadas como os textos que pertencem a essa categoria, isto é, possuem introdução, desenvolvimento e conclusão. 3.1 Introdução Deve-se situar o destinatário quanto ao assunto da carta, deixando clara a posição geral a ser defendida. 3.2 Desenvolvimento Apresentam-se os argumentos que justificam a posição defendida. 3.3 Conclusão Ajusta-se ao propósito da carta, ou seja, pode fazer um pedido – na carta de solicitação; confirmar uma reclamação – na carta de reclamação; apresentar uma sugestão ou apenas o último argumento – em cartas do leitor, por exemplo.
  • 60. 4. Carta do leitor Esse é um dos gêneros mais comuns nos vestibulares. Como o próprio nome sugere, é o tipo de carta em que um leitor escreve para uma publicação (jornal, revista, portal de internet) para expressar sua opinião após ter lido uma matéria. Via de regra, o leitor pode escrever para concordar com o tema tratado no texto lido ou para discordar dele. É preciso, contudo, atentar para o que dizem os comandos de cada prova.
  • 61. Vejamos alguns exemplos de propostas de vestibulares variados: (UNIOESTE-2014) Escreva uma carta do leitor para ser publicada na seção “Painel do Leitor” do jornal Folha de São Paulo, manifestando sua opinião sobre: Protestos urbanos ocorridos no Brasil em 2013: que interesses revelam? Dois acadêmicos estrangeiros, de posições contrapostas, chegam a conclusões igualmente contrapostas – mas, curiosamente, ambas verossímeis – a propósito dos protestos no Brasil.
  • 62. O filósofo esloveno Slavoj Zizek afirma que os protestos são anticapitalistas: “A tendência geral do capitalismo global de hoje é no sentido de uma expansão ainda maior do império do mercado, combinada com o progressivo fechamento do espaço público. A redução dos serviços (saúde, educação, cultura) e uma gestão sempre mais autoritária do poder político”. Não é difícil interpretar os protestos no Brasil com essa lente. Pediram melhores serviços públicos, entre eles os de saúde e educação, e uma reforma política. Para Zizek, as manifestações são uma “tomada de consciência de que a forma atual da democracia representativa não é suficiente para combater os excessos do capitalismo e, portanto, a democracia deve ser reinventada”. O cientista político Francis Fukuyama, famoso por ter decretado “o fim da história” com o triunfo definitivo do capitalismo e da democracia liberal, não vê revolução nos protestos, mas os vê como resultantes da ascensão de uma nova classe média que tem provocado “fermentos políticos”. Para Fukuyama, não se trata de anticapitalismo, pois “estudos demonstram que pessoas com nível de instrução mais alto atribuem maior valor à democracia, à liberdade individual e à tolerância com estilos de vida diferentes”. Ou, posto de outra forma, os manifestantes seriam “burgueses que reclamam não só por segurança para a própria família, mas também liberdade de escolha e mais oportunidade”. Clóvis Rossi. Disponível em: <www.observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 13 out. 2013 (adaptado).
  • 63. Lembre-se: – Sua carta deve ter, no mínimo, 20 linhas escritas. – Assine como João ou Maria. Comentário: Observa-se que, nessa proposta, cabia ao aluno ler as diferentes opiniões expostas e decidir qual caminho tomar: era possível escrever para o jornal para concordar com qualquer dos dois autores ou para discordar deles. Veja também que a UNIOESTE nunca sinaliza quem deve ser o interlocutor da carta, nesse caso, usa-se como destinatário sempre o editor do jornal ou da revista, referindo-se a ele como Caro ou Prezado editor da revista X (de acordo com o que estiver na proposta).
  • 64. Os ingressos seriam mais baratos se não houvesse meia-entrada? Quando a UNE conquistou para os estudantes o direito de pagar metade do preço nos eventos culturais, ainda na década de 1940, foi uma vitória. Mas o benefício acabou se tornando um fardo para quem paga inteira. A conta é simples: o produtor sabe quanto quer ganhar e estima que 80% vão entrar pagando meia: cabe aos outros 20% cobrir o prejuízo. "Como a maioria paga metade, o preço tem que subir para a conta fechar", diz Adhemar Oliveira, responsável pelos cinemas Unibanco Arteplex. No teatro não é diferente. "Sempre calculamos antes quantos vão entrar pagando meia para depois definir o preço da inteira", conta o diretor da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais de São Paulo (Apetesp), Paulo Pélico. As projeções abaixo mostram que, se a meia-entrada não existisse, o preço do ingresso inteiro cairia para quase metade. Com a diferença de que valeria oficialmente para todo mundo.
  • 65. COMO É HOJE COM DESCONTO DE 30% SEM DESCONTO 80 x R$ 10 Em uma sala de 100 pessoas, 80 pagam meia 80 x R$ 11 Nessa hipótese os estudantes têm 30% de desconto 100 x R$ 12 Todos pagam o mesmo preço 20 x R$ 20 Os outros 20 são de entradas inteiras 20 x R$ 16 A entrada inteira seria 20% mais barata Como fica a divisão do ingresso R$ 800 + R$ 400 Como fica a divisão do ingresso R$ 800 + R$ 320 = R$ 1.200 = R$ 1.200 = R$ 1.200 Barato que sai caro: entenda como a meia-entrada torna os ingressos mais caros. DESCONTO PARA ESTUDANTES PELO MUNDO BRASIL - 50% REINO UNIDO - 30% CHILE - 30% EUA - 30% (só para crianças e idosos)
  • 66. Escreva uma carta dirigida à seção “Cartas”, da revista Superinteressante, manifestando sua opinião sobre a existência da meia-entrada. O seu texto deve, necessariamente: a. manifestar um ponto de vista em relação à questão tratada; b. retomar argumentos do infográfico para dar sustentação a sua opinião (você poderá reafirmar esses argumentos ou contrapor-se a eles); c. ter de 12 a 15 linhas. Obs.: A sua carta não deverá ser assinada. Qualquer sinal de identificação invalida sua prova. Comentário: Veja-se que essa proposta também permite a concordância ou discordância por parte do candidato. Repara-se também que, ao contrário dos demais vestibulares, na UFPR a carta não deve ser assinada. Outra particularidade dessa prova é que não se faz cabeçalho e o vocativo já vem impresso na prova, ou seja, na UFPR o candidato faz apenas o corpo da carta e a despedida
  • 67. 4.1 Estrutura da carta do leitor Segue a estrutura geral das cartas, observando-se as seguintes particularidades: a. No vocativo, caso não venha expresso no comando a quem você deve escrever, dirija-se sempre ao editor da publicação para a qual está escrevendo. b. procure dialogar com os textos-base, afinal, você só está escrevendo a carta porque leu algo que foi a motivação. É importante, então, fazer referência a isso; c. a conclusão pode ser feita com base em um último argumento ou pode também ser uma sugestão em relação ao tema tratado; d. na despedida, procure ser educado, sem exageros formais.
  • 68. 5. Proposta de produção textual Gênero textual – Carta do leitor Considere a seguinte situação fictícia: você é morador da cidade Atlântida, a qual, em decorrência de um grande período de estiagem, tem sofrido com o racionamento de água. Ao deparar-se com os textos “Rios voadores da Amazônia” e “O Brasil descobre a água”, você resolve escrever ao site “Amazônia e o mundo”, também fictício, onde esses textos foram veiculados, para retratar o que ocorre em sua cidade, que se encontra em condição semelhante à da cidade de São Paulo. Redija uma carta do leitor, com o mínimo de 10 e o máximo de 15 linhas, endereçada ao editor do site, dando testemunho da situação da sua cidade e alertando sobre o problema da diminuição dos rios voadores, como consequência do desmatamento da Floresta Amazônica. Assine sua carta apenas como Leitor ou Leitora.
  • 69. Redação: Gêneros Textuais – parte VI Título da aula: Carta de Reclamação, Solicitação e Aberta Professor: José Carlos
  • 70. 1. Cartas de reclamação e solicitação São utilizadas quando o remetente descreve um problema ocorrido a um destinatário que pode resolvê-lo. Quanto à estrutura, seguem a mesma regra estudada na unidade anterior. A especificidade dessas cartas está em detalhes a serem trabalhados na introdução e conclusão delas. Outro fator primordial é que elas são consideradas textos persuasivos, pois o interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a encontrar uma solução para o problema apontado na carta. Desse modo, a argumentação precisa ser construída com todo cuidado, a fim de que se consiga atingir o objetivo principal das cartas.
  • 71. 1.1 Introdução Nessa parte, ambas as cartas devem situar o leitor em relação ao problema- alvo da reclamação ou solicitação. Normalmente, isso é feito por meio do relato do problema que se quer resolver. 1.2 Desenvolvimento Deve justificar as razões da solicitação / reclamação com argumentos que procurem mover o destinatário a tomar providências. É importante ser persuasivo sem, contudo, aparentar agressividade ou arrogância. 1.3 Conclusão Na carta de solicitação, a conclusão reforça o pedido, como um meio de tornar a carta ainda mais persuasiva. Na reclamação, a conclusão pode sugerir caminhos para a resolução do problema apresentado
  • 72. Redija uma CARTA DE SOLICITAÇÃO, em até 15 linhas, ao vereador de sua cidade, Sr. Eugênio da Câmara, solicitando a proposição de um projeto de lei que crie programas de descarte e de reciclagem de lixo eletrônico. Você deverá assinar sua carta usando apenas (sem mais complemento) o nome Cidadão ou Cidadã.
  • 73.
  • 74. Exemplo de carta de reclamação Maringá, 24 de maio de 2015. Senhor Ulisses Silva, Essa semana minha filha chegou da escola e logo me informou que obrigatoriamente teria que participar da comemoração do dia das mães, caso contrário, perderia nota. Diante disso, senhor diretor, como pai, venho reclamar dessa atitude errônea por parte da escola, visto que nem todas as crianças possuem mãe presente, como é o caso da minha filha. Além disso, senhor Silva, essa decisão não deveria ser tomada sem a devida autorização dos pais / responsáveis, ainda mais por envolver questões de nota, podendo prejudicar outros alunos. Como psicólogo, afirmo que obrigar as crianças a participarem de apresentações como essa, sem saber sua estrutura familiar, pode gerar danos psicológicos e, por isso, peço que essa situação seja resolvida e que minha filha possa fazer algum trabalho ou outra atividade para que não seja prejudicada. Obrigado pela atenção, Pai.
  • 75. 2. Carta aberta Essa carta, cobrada atualmente em alguns vestibulares, como é o caso da UEM e UFSM, tem algumas particularidades em relações às demais cartas. A primeira delas é que a carta aberta é o único tipo de carta que possui título, o qual identifica o remetente ou o assunto da carta. Na introdução, apresenta-se a motivação pela qual a carta foi escrita. Outra questão que diferencia essa carta das demais é o fato de que ela, em vez de ser escrita em primeira pessoa do singular, costuma assumir a primeira do plural em muitos casos, já que normalmente expõe o problema de um grupo, e não de um indivíduo apenas. A conclusão deve fazer reivindicações de acordo com a temática tratada. Nessa carta, a despedida é opcional, mas é sempre de bom tom utilizá-la. Já a assinatura deve sempre seguir os padrões estabelecidos pela proposta do vestibular.
  • 76. Estrutura: Como fazer uma Carta Aberta? Para produzir uma carta aberta, devemos estar atentos a seguinte estrutura: Local e data Título: geralmente é acrescentado um título que indica a quem será destinada a carta (comunidade, associação, instituição, organização, entidade, autoridade municipais, estaduais e nacionais, etc.) Introdução: tal qual um texto dissertativo, ela apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, as principais ideias são abordadas pelos destinatários. Desenvolvimento: segundo a proposta da carta, nesse momento serão apontados os principais argumentos e pontos de vista referentes ao assunto abordado. Conclusão: momento de arrematar a ideia e sugerir alguma ação dos interlocutores ou possível resolução do problema posto em causa. Na conclusão, ocorre o fechamento da ideia e busca de soluções. Despedida: com saudações cordiais e assinatura dos remetentes, a despedida finaliza a carta aberta.
  • 77. Exemplo de carta aberta Carta aberta ao reitor do Centro de Ensino Belo Horizonte, 10 de janeiro de 2017.Magnífico reitor do Centro de Ensino, (Vocativo) Após muitos dias de estudos, análises e a observação presencial das unidades que compõem a instituição, nós, membros do Conselho Estudantil, viemos, de maneira respeitosa e dispostos ao diálogo, expressar nosso sentimento de descontentamento com os rumos que nossa instituição de ensino vai, inevitavelmente, acabar tomando. De acordo com o levantamento feito, são um total de 19 salas de aulas sem luz, o que resulta em suspensão das aulas por falta de espaço para que ocorram. Assim, professores e alunos são prejudicados em seus cronogramas por conta da falta de estrutura básica para promover o aprendizado. Além disso, as salas administrativas, por conta de infiltrações e goteiras, não estão sendo utilizadas e, consequentemente, diversos serviços estão paralisados, como a emissão de declarações de matrícula e outros documentos importantes para alunos e professores.
  • 78. Além disso, a falta de iluminação no entorno da instituição tem causado graves problemas. O levantamento feito pelo Conselho Estudantil comprovou que o maior número de alunos é oriundo dos cursos oferecidos no turno da noite. Nesse sentido, a atual falta de iluminação corrobora com o aumento do índice de violência, o que tem sido motivo para que o número de faltas venha crescendo consideravelmente. Diversos professores e funcionários também já foram vítimas de atos de violência nas redondezas do campus, o que tem tornado o Centro de Ensino um local hostil aos estudantes, aos professores e aos funcionários, o que, certamente, prejudica o desenvolvimento de diversas outras atividades promovidas pela instituição. Entendemos que o atual contexto do país e da sociedade em nada colabora para a implementação de melhorias e o aumento de gastos, mas é preciso investir em medidas que possam amenizar a grave situação em que nos encontramos. Acreditamos na força do Centro de Ensino e lutamos por seu pleno desenvolvimento, pensando sempre no sucesso e na integridade da instituição a longo prazo. No entanto, é preciso mais do que apenas sonhos e palavras, é preciso agir para que, de fato, a realidade vigente seja modificada em breve.
  • 79. Por isso, pedimos a incorporação de nossas reivindicações em prol da melhoria da instituição ao Plano de Desenvolvimento da Educação e Tecnologia (PDET) a ser elaborado pela Reitoria para o ano vindouro. Fazemos isso por entender a necessidade de se promover um ambiente de qualidade para a promoção da aprendizagem para os cursos disponibilizados em nosso campus e os vários estudantes que por aqui passam todos os dias. É de fundamental importância criar um ambiente confortável e minimamente organizado e estruturado para que o aprendizado seja, de fato, eficaz, perpetuando a força e a importância de nossa instituição para a sociedade. Respeitosamente, (despedida opcional) Conselho Estudantil do Centro de Ensino (assinatura conforme designar a prova).