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V- Modo de Produção Biológico de
Produtos Agrícolas de Origem
Vegetal
Conteúdos
1. Culturas: Aromáticas, arvenses, citrinos, hortícolas, olival, pequenos
frutos, pomoídeas, prunoídeas, vinha e outras
1.1. Preparação e manutenção do solo
1.2. Fertilização
1.3. As principais pragas: ciclos, inimigos naturais, estratégias e meios de proteção
1.4. As principais doenças: biologia, métodos de previsão, estratégias e meios de
proteção
1.5. Gestão das adventícias (infestantes)
1.6. Outros aspetos
2. Exercício de identificação das pragas e doenças mais frequentes
Preparação e manutenção do solo
Preparação do solo segundo os
princípios do MPB
Incorporação de matéria
orgânica (M.O.)
• Favorecimento da porosidade;
• Melhoria da estrutura e textura
do solo;
• Aumento da biodiversidade no
solo.
Boas práticas agrícolas de
trabalho do solo
• Alfaias adequadas;
• Incorporação de matéria
vegetal superficial;
• Mobilização adequada do
solo.
Boa drenagem do
terreno
• Construção de camalhões;
• Abertura de sulcos/canais.
Formas e métodos de drenagem e de
conservação do solo
Drenagem
• Estudo do solo → estudo do perfil.
• Estudar as linhas de água → desenhar um canal principal e canais
secundários (se necessário) que convirjam para o principal.
• Quanto mais argiloso for o solo → maior a proximidade dos drenos /
canais.
Formas e métodos de drenagem
e de conservação do solo
Tipos de drenos
• Canais abertos
Tipos de drenos
Tubulares plásticos perfurados
• Vida útil longa;
• Custos elevados;
• Instalação rápida;
• Necessitam de ficar envolvidos em
material granuloso (ex. gravilha).
Manilha cerâmica
• Custos elevados de
instalação;
• Necessitam de estar
envoltos em material
granuloso (ex. gravilha).
Drenagem de superfície
Rede de canais
• Paralelas;
• Espinha;
• Dupla principal;
• Localizada.
Compostagem
COMPOSTO - DEFINIÇÃO
Material estável, (semelhante a terriço
de floresta), rico em húmus e
nutrientes minerais formado a
partir da decomposição de
matérias orgânicas por organismos
heterotróficos aeróbios.
12
Compostagem
Condições essenciais
1) MO INICIAL
2) HUMIDADE
3) AREJAMENTO (O2)
condicionam
4) TEMPERATURA
condicionam
5) Duração do processo
1) MO INICIAL
a) Razão C/N
b) Esmiuçamento
14
15
1. MO INICIAL
a) Razão C/N adequada para os microrganismos fabricarem as suas
próprias proteínas: 25 - 40
C/N muito elevada (acima de 45), o nível de azoto é insuficiente →
decomposição lenta e pouco calor.
C/N baixa (inferior a 30), a atividade microbiana é muito intensa →
decomposição rápida e grande libertação de calor, por vezes excessiva.
16
RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO
RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO
17
RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO
18
RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO
19
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
1. MO INICIAL
a) Razão C/N adequada para os microrganismos fabricarem as suas
próprias proteínas: 25- 40
Compensações da razão C/N
C/N Alta → juntar farinha de sangue, guano, urtigas,...
Corretivos minerais → cinza, litotame, fosfatos, gesso ou carbonatos,
( 1-2 % do peso da pilha). Argilas ou o pó de rocha podem-se juntar
em maior quantidade.
20
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
1) MO INICIAL
a) Razão C/N
b) Esmiuçamento
21
b) Esmiuçamento dos materiais
A estrutura da pilha deve permitir um bom arejamento, mas
não em demasia.
Pedaços demasiado grandes não permitem suficiente
contacto e retardam a decomposição.
Antes de juntar os materiais numa pilha, há que os destroçar.
Exemplo: varas de videira reduzidas a pedaços de 2-5 cm e
só depois juntar a outro material
22
b) Esmiuçamento dos materiais
Existem Materiais com estrutura tão favorável que se
designam por M.O. estruturante.
Exemplo:
Estrume de bovino com ≥7 Kg de palha/animal/dia (C/N > 20) →
boa estrutura, sem percolação, com pouco N gasoso perdido
23
FORMAÇÃO DA PILHA
Esmiuçamento
24
FORMAÇÃO DA PILHA
25
Esmiuçamento
FORMAÇÃO DA PILHA
26
Esmiuçamento
27
Esmiuçamento
Esmiuçamento
28
Compostagem
Condições essenciais
1) MO INICIAL
2) HUMIDADE
3) AREJAMENTO (O2)
condicionam
4) TEMPERATURA
condicionam
5) Duração do processo
2. HUMIDADE
Os microrganismos precisam de água para a sua atividade
→ A pilha deve estar sempre húmida, com a MO bem
impregnada. Mas o excesso de água impede a circulação do
ar.
Massa de água = ± 50 – 60 % do peso da pilha
Para verificar a quantidade de água: apertar na mão um
punhado da pilha e devem escorrer entre os dedos 2 ou 3
gotas (como uma esponja húmida)
30
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
31
Humedecer a pilha desde o
princípio (p/ bem impregnar)
32
Humedecer a pilha desde o princípio (p/
bem impregnar)
Compostagem
Condições essenciais
1) MO INICIAL
2) HUMIDADE
3) AREJAMENTO (O2)
condicionam
4) TEMPERATURA
condicionam
5) Duração do processo
3. AREJAMENTO (O2)
 Necessidade de oxigénio
Os microrganismos precisam de oxigénio (O2) para
poderem decompor a MO (fermentação aeróbia).
Na falta de O2 haverá uma fermentação anaeróbia,
com desprendimento de mau cheiro (por vezes o
Amoníaco e Metano), dando origem a um produto que
não terá as mesmas propriedades de um composto.
34
3. AREJAMENTO (O2)
— Necessidade de oxigénio
— Porosidade na pilha 35% (vol.)
 Os pedaços das MO devem ter dimensões que assegurem uma boa
circulação do ar.
Demasiado grandes, não permitem o suficiente
contacto entre si.
Muito pequenos não permitem a circulação de ar.
 Uma maneira de controlar melhor a suficiência de oxigénio, será, ter
à partida, uma pilha constituída por MO estruturante.
35
3. AREJAMENTO (O2)
— Necessidade de oxigénio
— Porosidade na pilha 35% (vol.)
— Dimensões da pilha
Uma dimensão muito grande, dificulta não só o
manuseamento da pilha mas também o arejamento do seu
interior.
Dimensões normais:
 perfil próximo do trapézio,
 1,5 a 2 metros de base
 1,5 metros de altura
36
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
37
Arejamento, remistura
38
39
40
41
Arejamento, remistura
42
Arejamento
Compostagem
Condições essenciais
1) MO INICIAL
2) HUMIDADE
3) AREJAMENTO (O2)
condicionam
4) TEMPERATURA
condicionam
5) Duração do processo
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
4. TEMPERATURA
Não deve exceder os 65-70º C
As reações oxidativas provocadas pelos microrganismos libertam calor.
Acima dos 65-70ºC, o composto resultante terá uma qualidade
deficiente.
Um calor moderado, 65-70ºC, tem ação esterilizante
Reduz ou elimina o poder germinativo de muitas sementes de
infestantes
Elimina microrganismos patogénios, (não aguentam T ≥65-70º C)
44
4. TEMPERATURA
Não deve exceder os 65-70º C
Deve ser controlada
Para medir a temperatura usam-se termómetros
apropriados.
Introduzir uma barra de ferro até ao coração da pilha quando
for difícil aguentar a mão ao agarrar a sua extremidade,
então o calor é excessivo.
45
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
46
Termómetro
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
47
4. TEMPERATURA
Não deve exceder os 65-70º C
Deve ser controlada
Para baixar a temperatura:
Regar,
Introduzir na pilha MO com uma relação C/N mais alta.
48
4. TEMPERATURA
Não deve exceder os 65-70º C
Deve ser controlada
Para elevar a temperatura:
Revolver
Introduzir na pilha M.O. com uma relação
C/N mais baixa. 49
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
LOCAL DA COMPOSTAGEM
50
LOCAL DA COMPOSTAGEM
Fácil acesso
Área suficiente
Local abrigado dos ventos e do Sol (no inverno
pode ser conveniente para o arranque da
atividade microbiana)
Base anti-percolação (base em cimento ou outro
material impermeável, de preferência com
inclinação e com regadeiras de recolha).
51
• Cobertura da pilha para evitar a penetração da
chuva e a dissipação de calor.
Os materiais para cobertura mais utilizados são a
terra, as palhas, plástico perfurado e outros
materiais porosos.
52
FORMAÇÃO DA PILHA
53
Base para recolha de líquidos de percolação
FORMAÇÃO DA PILHA
54
Cobertura de pilha de folhas com turfa
FORMAÇÃO DA PILHA
55
Cobertura da pilha
FORMAÇÃO DA PILHA
56
Cobertura da pilha rede de ensombramento
FORMAÇÃO DA PILHA
57
SILOS DE COMPOSTAGEM
58
SILOS DE COMPOSTAGEM
59
SILOS DE COMPOSTAGEM
60
SILOS DE COMPOSTAGEM
61
SILOS DE COMPOSTAGEM
62
SILOS DE COMPOSTAGEM
63
SILOS DE COMPOSTAGEM
64
SILOS DE COMPOSTAGEM
65
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
SINAIS NEGATIVOS FREQUENTES
66
SINAIS NEGATIVOS FREQUENTES
• Falta de O2
mau odor, aspeto de manteiga preta.
• Falta de H2O
massas esbranquiçadas constituídas por
estruturas de resistência de fungos e
actinomicetes.
67
MEDIDAS DE CONTROLO
68
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
Regar a pilha
Normalmente é juntar água até a pilha
absorver pouco mais do seu peso em água
(molha bem a mão, com o escorrimento de 2 ou
3 gotas)
69
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
Impregnação do material antes de juntar na pilha
Quando os materiais (madeira, mato pouco
triturado, etc.) não absorvem a água facilmente, é
preciso regar e calcar bem durante 2-3 semanas, para se
impregnaremantes de os juntar na pilha.
70
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
Manutenção da humidade
Em princípio, será preciso proceder a
várias regas durante a compostagem. A cobertura da
pilha ajuda a manter a humidade.
71
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
AREJAMENTO
Reviramento da pilha
Em caso falta de arejamento no
interior da pilha, uma das estratégias é o reviramento
(introduz ar e torna a pilha mais porosa)
72
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
AREJAMENTO
Reviramento da pilha
Introdução de palhas
As palhas são MO estruturante, e como tal, introduzidas
pelo interior da pilha, aumentam a porosidade.
73
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
AREJAMENTO
TEMPERATURA
Baixar as Temperaturas excessivas
Rega,
Introdução de palha ou outra MO com alta razão
C/N.
74
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
AREJAMENTO
TEMPERATURA
Para Aumentar Temperatura
Adicionar material azotado (cortes de relva,
ervas, adubos orgânicos azotados,...).
Arejar.
Proteger de frio com uma cobertura.
75
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
MEDIDAS DE CONTROLO
Controlo da HUMIDADE
AREJAMENTO
TEMPERATURA
Para Aumentar Temperatura
Reativar com a adição de um fermento.
Fabrico de um fermento:
10 litros de água morna + 400 g de açúcar + fermento de pão.
76
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
COMPOSTAGEM “TERMINADA”
(COMPOSTO MADURO) adquire
coloração negra
consistência finamente grumelosa
odor a terriço (húmus)
77
CONDIÇÕES ESSENCIAIS
VANTAGENS DA COMPOSTAGEM
78
VANTAGENS DO COMPOSTO
Redução das perdas de nutrientes;
diminuição da volatilização e da desnitrificação (azoto)
diminuição da percolação (N, P, K,...)
Desodorização de matérias orgânicas
quando se utilizam como MO inicial resíduos de cozinha,
efluentes de gado,...
Destruição de certos patogénios e sementes de
Infestantes.
79
VANTAGENS DO COMPOSTO
 Diminuição do volume de MO a armazenar
O material ao compostar perde muito C e diminui de
volume.
 Facilmente aplicável em Horticultura intensiva sem
pausas do solo para decompor MO frescas.
 Sobre o prado não diminui apetência para a erva
Não deixa mau cheiro na erva para o gado pastar.
80
COMPOSTAGEM
81
Aspetos
particulares da
Rega em AB
82
ÁGUA
Importância do uso racional da água
A água doce própria para consumo humano e produção de
alimentos é <1% do total de água líquida do globo
terrestre.
(97% - água salgada; 2% - gelo)
Atualmente a produção agrícola utiliza mais de 70% da
água doce consumida no mundo.
83
Rega
A rega visa atender as necessidades hídricas das culturas no
momento adequado.
A sua gestão adequada tem por objectivo maximizar a produção
agrícola, racionalizando o uso de mão-de-obra, energia e água.
84
Métodos de Rega
 Rega de superfície ou por gravidade;
 Rega por aspersão;
 Rega localizada ou microrrega;
 Rega subterrânea;
Não existe um método melhor que o outro e sim o que
mais se adapta a cada situação particular.
85
Rega de superfície ou por gravidade
 A água é aplicada diretamente sobre a superfície do solo.
Modalidades:
 Sulcos (infiltração);
 Faixas (infiltração);
 Canteiros (alagamento);
 Regadeiras de nível (escorrimento);
 Espalhamento de água (escorrimento).
86
Sulcos
Consiste na condução da
água em pequenos
canais ou sulcos
situados paralelos às
fileiras das plantas,
durante o tempo
necessário para que a
água, infiltrada ao longo
do sulco, seja suficiente
para humedecer o solo
na zona radicular da
cultura.
87
Faixas
É aplicado em culturas
cultivadas com
pequeno espaçamento
entre plantas (cereais,
forragens e pastagens)
e em pomares.
88
Canteiros
• É aplicado em arrozais (alagamento permanente)
ou outras culturas (alagamento temporário).
89
Rega de superfície (por gravidade):
Vantagens:
– Baixo custo inicial;
– Fácil operação;
– Não é afetada pelo vento;
– Baixo consumo de energia.
90
Rega de superfície (por gravidade):
Desvantagens:
– Exige grande disponibilidade de água, terreno plano e
solos com baixa capacidade de infiltração;
– Baixa uniformidade.
91
Rega por aspersão
A água é aplicada ao
solo na forma de chuva
artificial, através do
fracionamento do
jato de água em gotas.
92
Rega por aspersão: vantagens
– Não exige sistematização do terreno;
– Fácil instalação em culturas já estabelecidas;
– Pode ser usada em diferentes tipos de solo;
– Permite regas noturnas, proteção contra geadas ou altas
Temperaturas;
– Eleva a humidade do ar;
– É eficiente, de rápida instalação e fácil operação e não
causa erosão (se a taxa de aplicação de água estiver de
acordo com a capacidade de infiltração do solo).
93
Rega por aspersão: desvantagens
Custo inicial relativamente elevado, comparado com a rega
por superfície;
– A distribuição da água é afetada pelo vento;
– Facilita a disseminação de doenças;
– Pode causar compactação do solo (dependendo do
tamanho da gota).
94
95
Rega localizada
A água é aplicada ao solo directamente
na região das raízes, molhando apenas
parte do volume do solo.
Permite alta frequência de rega,
mantendo o solo com humidade
elevada.
Modalidades:
– Gotejamento
– Microaspersão
– Tubos perfurados ou porosos
96
Rega localizada: vantagens
– Alta eficiência da aplicação;
– Redução das perdas por escoamento superficial e por
percolação profunda;
– Economia de água, energia e mão-de-obra;
– Permite a automatização.
97
Rega localizada: desvantagens
– Elevado custo de instalação;
– Sensibilidade ao entupimento;
– Não permite controlar o microclima;
– Pode condicionar limitações ao desenvolvimento do sistema
radicular;
– Se houver problemas de salinidade obriga à lavagem;
periódica do solo (acumulação gradual de sais na extremidade
do bolbo molhado).
98
99
100
Fertirrigação: o que é?
A fertirrigação é uma técnica de adubação que utiliza a
água de rega para levar nutrientes ao solo cultivado
!!! Não confundir fertirrigação com hidroponia (cultivo de
plantas sem solo, em que as raízes são alimentadas por
uma solução nutritiva). A hidroponia é proibida em MPB
– Art. 4º do Reg. 889/2008 da Comissão.
101
102
Fertirrigação: o seu uso em MPB
Em agricultura Biológica, a fertilidade e a atividade biológica dos solos
são mantidas e aumentadas pela rotação das culturas, incluindo
leguminosas e outras culturas para adubação verde, e pela
aplicação de estrume ou de matérias orgânicas, de
preferência compostados, provenientes da AB.
Os fertilizantes autorizados (Reg. 889/2008, anexo I) só podem ser
usados em complemento destas práticas de base e quando estas
não forem suficientes.
103
Fertirrigação: o seu uso em MPB
Assim, em MPB, a fertirrigação só pode ser
usada em complemento das práticas de
fertilização de base e quando se justifica a
sua necessidade.
104
Fertirrigação em MPB
Em Agricultura Biológica, a fertirrigação é utilizada para
suprir carências de nutrientes, e tem por base matérias
primas autorizadas no anexo 1 do Reg. 889/2008.
Para aplicação em rega por aspersão e, especialmente, em
rega localizada, os fertilizantes líquidos aplicados têm de
ser filtrados, de forma a evitar entupimentos no sistema
de rega.
105
Exemplos de matérias usadas em
fertirrigação em MPB:
– Algas marinhas;
– Vinhaça de beterraba (K, N);
– Húmus / matérias orgânicas;
– Oligoelementos;
– Sais e extratos minerais de origem natural, não
sujeitos a processos de extração química;
– Extratos de plantas (chorumes);
- …..
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  • 1. V- Modo de Produção Biológico de Produtos Agrícolas de Origem Vegetal
  • 2. Conteúdos 1. Culturas: Aromáticas, arvenses, citrinos, hortícolas, olival, pequenos frutos, pomoídeas, prunoídeas, vinha e outras 1.1. Preparação e manutenção do solo 1.2. Fertilização 1.3. As principais pragas: ciclos, inimigos naturais, estratégias e meios de proteção 1.4. As principais doenças: biologia, métodos de previsão, estratégias e meios de proteção 1.5. Gestão das adventícias (infestantes) 1.6. Outros aspetos 2. Exercício de identificação das pragas e doenças mais frequentes
  • 4. Preparação do solo segundo os princípios do MPB Incorporação de matéria orgânica (M.O.) • Favorecimento da porosidade; • Melhoria da estrutura e textura do solo; • Aumento da biodiversidade no solo.
  • 5. Boas práticas agrícolas de trabalho do solo • Alfaias adequadas; • Incorporação de matéria vegetal superficial; • Mobilização adequada do solo.
  • 6. Boa drenagem do terreno • Construção de camalhões; • Abertura de sulcos/canais.
  • 7. Formas e métodos de drenagem e de conservação do solo Drenagem • Estudo do solo → estudo do perfil. • Estudar as linhas de água → desenhar um canal principal e canais secundários (se necessário) que convirjam para o principal. • Quanto mais argiloso for o solo → maior a proximidade dos drenos / canais.
  • 8. Formas e métodos de drenagem e de conservação do solo Tipos de drenos • Canais abertos
  • 9. Tipos de drenos Tubulares plásticos perfurados • Vida útil longa; • Custos elevados; • Instalação rápida; • Necessitam de ficar envolvidos em material granuloso (ex. gravilha).
  • 10. Manilha cerâmica • Custos elevados de instalação; • Necessitam de estar envoltos em material granuloso (ex. gravilha).
  • 11. Drenagem de superfície Rede de canais • Paralelas; • Espinha; • Dupla principal; • Localizada.
  • 12. Compostagem COMPOSTO - DEFINIÇÃO Material estável, (semelhante a terriço de floresta), rico em húmus e nutrientes minerais formado a partir da decomposição de matérias orgânicas por organismos heterotróficos aeróbios. 12
  • 13. Compostagem Condições essenciais 1) MO INICIAL 2) HUMIDADE 3) AREJAMENTO (O2) condicionam 4) TEMPERATURA condicionam 5) Duração do processo
  • 14. 1) MO INICIAL a) Razão C/N b) Esmiuçamento 14
  • 15. 15 1. MO INICIAL a) Razão C/N adequada para os microrganismos fabricarem as suas próprias proteínas: 25 - 40 C/N muito elevada (acima de 45), o nível de azoto é insuficiente → decomposição lenta e pouco calor. C/N baixa (inferior a 30), a atividade microbiana é muito intensa → decomposição rápida e grande libertação de calor, por vezes excessiva.
  • 16. 16 RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO
  • 17. RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO 17
  • 18. RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO 18
  • 19. RAZÃO C/N DE DIFERENTES MO 19
  • 20. CONDIÇÕES ESSENCIAIS 1. MO INICIAL a) Razão C/N adequada para os microrganismos fabricarem as suas próprias proteínas: 25- 40 Compensações da razão C/N C/N Alta → juntar farinha de sangue, guano, urtigas,... Corretivos minerais → cinza, litotame, fosfatos, gesso ou carbonatos, ( 1-2 % do peso da pilha). Argilas ou o pó de rocha podem-se juntar em maior quantidade. 20
  • 21. CONDIÇÕES ESSENCIAIS 1) MO INICIAL a) Razão C/N b) Esmiuçamento 21
  • 22. b) Esmiuçamento dos materiais A estrutura da pilha deve permitir um bom arejamento, mas não em demasia. Pedaços demasiado grandes não permitem suficiente contacto e retardam a decomposição. Antes de juntar os materiais numa pilha, há que os destroçar. Exemplo: varas de videira reduzidas a pedaços de 2-5 cm e só depois juntar a outro material 22
  • 23. b) Esmiuçamento dos materiais Existem Materiais com estrutura tão favorável que se designam por M.O. estruturante. Exemplo: Estrume de bovino com ≥7 Kg de palha/animal/dia (C/N > 20) → boa estrutura, sem percolação, com pouco N gasoso perdido 23
  • 29. Compostagem Condições essenciais 1) MO INICIAL 2) HUMIDADE 3) AREJAMENTO (O2) condicionam 4) TEMPERATURA condicionam 5) Duração do processo
  • 30. 2. HUMIDADE Os microrganismos precisam de água para a sua atividade → A pilha deve estar sempre húmida, com a MO bem impregnada. Mas o excesso de água impede a circulação do ar. Massa de água = ± 50 – 60 % do peso da pilha Para verificar a quantidade de água: apertar na mão um punhado da pilha e devem escorrer entre os dedos 2 ou 3 gotas (como uma esponja húmida) 30
  • 31. CONDIÇÕES ESSENCIAIS 31 Humedecer a pilha desde o princípio (p/ bem impregnar)
  • 32. 32 Humedecer a pilha desde o princípio (p/ bem impregnar)
  • 33. Compostagem Condições essenciais 1) MO INICIAL 2) HUMIDADE 3) AREJAMENTO (O2) condicionam 4) TEMPERATURA condicionam 5) Duração do processo
  • 34. 3. AREJAMENTO (O2)  Necessidade de oxigénio Os microrganismos precisam de oxigénio (O2) para poderem decompor a MO (fermentação aeróbia). Na falta de O2 haverá uma fermentação anaeróbia, com desprendimento de mau cheiro (por vezes o Amoníaco e Metano), dando origem a um produto que não terá as mesmas propriedades de um composto. 34
  • 35. 3. AREJAMENTO (O2) — Necessidade de oxigénio — Porosidade na pilha 35% (vol.)  Os pedaços das MO devem ter dimensões que assegurem uma boa circulação do ar. Demasiado grandes, não permitem o suficiente contacto entre si. Muito pequenos não permitem a circulação de ar.  Uma maneira de controlar melhor a suficiência de oxigénio, será, ter à partida, uma pilha constituída por MO estruturante. 35
  • 36. 3. AREJAMENTO (O2) — Necessidade de oxigénio — Porosidade na pilha 35% (vol.) — Dimensões da pilha Uma dimensão muito grande, dificulta não só o manuseamento da pilha mas também o arejamento do seu interior. Dimensões normais:  perfil próximo do trapézio,  1,5 a 2 metros de base  1,5 metros de altura 36
  • 38. 38
  • 39. 39
  • 40. 40
  • 43. Compostagem Condições essenciais 1) MO INICIAL 2) HUMIDADE 3) AREJAMENTO (O2) condicionam 4) TEMPERATURA condicionam 5) Duração do processo
  • 44. CONDIÇÕES ESSENCIAIS 4. TEMPERATURA Não deve exceder os 65-70º C As reações oxidativas provocadas pelos microrganismos libertam calor. Acima dos 65-70ºC, o composto resultante terá uma qualidade deficiente. Um calor moderado, 65-70ºC, tem ação esterilizante Reduz ou elimina o poder germinativo de muitas sementes de infestantes Elimina microrganismos patogénios, (não aguentam T ≥65-70º C) 44
  • 45. 4. TEMPERATURA Não deve exceder os 65-70º C Deve ser controlada Para medir a temperatura usam-se termómetros apropriados. Introduzir uma barra de ferro até ao coração da pilha quando for difícil aguentar a mão ao agarrar a sua extremidade, então o calor é excessivo. 45
  • 48. 4. TEMPERATURA Não deve exceder os 65-70º C Deve ser controlada Para baixar a temperatura: Regar, Introduzir na pilha MO com uma relação C/N mais alta. 48
  • 49. 4. TEMPERATURA Não deve exceder os 65-70º C Deve ser controlada Para elevar a temperatura: Revolver Introduzir na pilha M.O. com uma relação C/N mais baixa. 49
  • 51. LOCAL DA COMPOSTAGEM Fácil acesso Área suficiente Local abrigado dos ventos e do Sol (no inverno pode ser conveniente para o arranque da atividade microbiana) Base anti-percolação (base em cimento ou outro material impermeável, de preferência com inclinação e com regadeiras de recolha). 51
  • 52. • Cobertura da pilha para evitar a penetração da chuva e a dissipação de calor. Os materiais para cobertura mais utilizados são a terra, as palhas, plástico perfurado e outros materiais porosos. 52
  • 53. FORMAÇÃO DA PILHA 53 Base para recolha de líquidos de percolação
  • 54. FORMAÇÃO DA PILHA 54 Cobertura de pilha de folhas com turfa
  • 56. FORMAÇÃO DA PILHA 56 Cobertura da pilha rede de ensombramento
  • 67. SINAIS NEGATIVOS FREQUENTES • Falta de O2 mau odor, aspeto de manteiga preta. • Falta de H2O massas esbranquiçadas constituídas por estruturas de resistência de fungos e actinomicetes. 67
  • 69. MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE Regar a pilha Normalmente é juntar água até a pilha absorver pouco mais do seu peso em água (molha bem a mão, com o escorrimento de 2 ou 3 gotas) 69
  • 70. MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE Impregnação do material antes de juntar na pilha Quando os materiais (madeira, mato pouco triturado, etc.) não absorvem a água facilmente, é preciso regar e calcar bem durante 2-3 semanas, para se impregnaremantes de os juntar na pilha. 70
  • 71. CONDIÇÕES ESSENCIAIS MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE Manutenção da humidade Em princípio, será preciso proceder a várias regas durante a compostagem. A cobertura da pilha ajuda a manter a humidade. 71
  • 72. CONDIÇÕES ESSENCIAIS MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE AREJAMENTO Reviramento da pilha Em caso falta de arejamento no interior da pilha, uma das estratégias é o reviramento (introduz ar e torna a pilha mais porosa) 72
  • 73. CONDIÇÕES ESSENCIAIS MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE AREJAMENTO Reviramento da pilha Introdução de palhas As palhas são MO estruturante, e como tal, introduzidas pelo interior da pilha, aumentam a porosidade. 73
  • 74. CONDIÇÕES ESSENCIAIS MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE AREJAMENTO TEMPERATURA Baixar as Temperaturas excessivas Rega, Introdução de palha ou outra MO com alta razão C/N. 74
  • 75. CONDIÇÕES ESSENCIAIS MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE AREJAMENTO TEMPERATURA Para Aumentar Temperatura Adicionar material azotado (cortes de relva, ervas, adubos orgânicos azotados,...). Arejar. Proteger de frio com uma cobertura. 75
  • 76. CONDIÇÕES ESSENCIAIS MEDIDAS DE CONTROLO Controlo da HUMIDADE AREJAMENTO TEMPERATURA Para Aumentar Temperatura Reativar com a adição de um fermento. Fabrico de um fermento: 10 litros de água morna + 400 g de açúcar + fermento de pão. 76
  • 77. CONDIÇÕES ESSENCIAIS COMPOSTAGEM “TERMINADA” (COMPOSTO MADURO) adquire coloração negra consistência finamente grumelosa odor a terriço (húmus) 77
  • 79. VANTAGENS DO COMPOSTO Redução das perdas de nutrientes; diminuição da volatilização e da desnitrificação (azoto) diminuição da percolação (N, P, K,...) Desodorização de matérias orgânicas quando se utilizam como MO inicial resíduos de cozinha, efluentes de gado,... Destruição de certos patogénios e sementes de Infestantes. 79
  • 80. VANTAGENS DO COMPOSTO  Diminuição do volume de MO a armazenar O material ao compostar perde muito C e diminui de volume.  Facilmente aplicável em Horticultura intensiva sem pausas do solo para decompor MO frescas.  Sobre o prado não diminui apetência para a erva Não deixa mau cheiro na erva para o gado pastar. 80
  • 83. ÁGUA Importância do uso racional da água A água doce própria para consumo humano e produção de alimentos é <1% do total de água líquida do globo terrestre. (97% - água salgada; 2% - gelo) Atualmente a produção agrícola utiliza mais de 70% da água doce consumida no mundo. 83
  • 84. Rega A rega visa atender as necessidades hídricas das culturas no momento adequado. A sua gestão adequada tem por objectivo maximizar a produção agrícola, racionalizando o uso de mão-de-obra, energia e água. 84
  • 85. Métodos de Rega  Rega de superfície ou por gravidade;  Rega por aspersão;  Rega localizada ou microrrega;  Rega subterrânea; Não existe um método melhor que o outro e sim o que mais se adapta a cada situação particular. 85
  • 86. Rega de superfície ou por gravidade  A água é aplicada diretamente sobre a superfície do solo. Modalidades:  Sulcos (infiltração);  Faixas (infiltração);  Canteiros (alagamento);  Regadeiras de nível (escorrimento);  Espalhamento de água (escorrimento). 86
  • 87. Sulcos Consiste na condução da água em pequenos canais ou sulcos situados paralelos às fileiras das plantas, durante o tempo necessário para que a água, infiltrada ao longo do sulco, seja suficiente para humedecer o solo na zona radicular da cultura. 87
  • 88. Faixas É aplicado em culturas cultivadas com pequeno espaçamento entre plantas (cereais, forragens e pastagens) e em pomares. 88
  • 89. Canteiros • É aplicado em arrozais (alagamento permanente) ou outras culturas (alagamento temporário). 89
  • 90. Rega de superfície (por gravidade): Vantagens: – Baixo custo inicial; – Fácil operação; – Não é afetada pelo vento; – Baixo consumo de energia. 90
  • 91. Rega de superfície (por gravidade): Desvantagens: – Exige grande disponibilidade de água, terreno plano e solos com baixa capacidade de infiltração; – Baixa uniformidade. 91
  • 92. Rega por aspersão A água é aplicada ao solo na forma de chuva artificial, através do fracionamento do jato de água em gotas. 92
  • 93. Rega por aspersão: vantagens – Não exige sistematização do terreno; – Fácil instalação em culturas já estabelecidas; – Pode ser usada em diferentes tipos de solo; – Permite regas noturnas, proteção contra geadas ou altas Temperaturas; – Eleva a humidade do ar; – É eficiente, de rápida instalação e fácil operação e não causa erosão (se a taxa de aplicação de água estiver de acordo com a capacidade de infiltração do solo). 93
  • 94. Rega por aspersão: desvantagens Custo inicial relativamente elevado, comparado com a rega por superfície; – A distribuição da água é afetada pelo vento; – Facilita a disseminação de doenças; – Pode causar compactação do solo (dependendo do tamanho da gota). 94
  • 95. 95 Rega localizada A água é aplicada ao solo directamente na região das raízes, molhando apenas parte do volume do solo. Permite alta frequência de rega, mantendo o solo com humidade elevada. Modalidades: – Gotejamento – Microaspersão – Tubos perfurados ou porosos
  • 96. 96
  • 97. Rega localizada: vantagens – Alta eficiência da aplicação; – Redução das perdas por escoamento superficial e por percolação profunda; – Economia de água, energia e mão-de-obra; – Permite a automatização. 97
  • 98. Rega localizada: desvantagens – Elevado custo de instalação; – Sensibilidade ao entupimento; – Não permite controlar o microclima; – Pode condicionar limitações ao desenvolvimento do sistema radicular; – Se houver problemas de salinidade obriga à lavagem; periódica do solo (acumulação gradual de sais na extremidade do bolbo molhado). 98
  • 99. 99
  • 100. 100
  • 101. Fertirrigação: o que é? A fertirrigação é uma técnica de adubação que utiliza a água de rega para levar nutrientes ao solo cultivado !!! Não confundir fertirrigação com hidroponia (cultivo de plantas sem solo, em que as raízes são alimentadas por uma solução nutritiva). A hidroponia é proibida em MPB – Art. 4º do Reg. 889/2008 da Comissão. 101
  • 102. 102
  • 103. Fertirrigação: o seu uso em MPB Em agricultura Biológica, a fertilidade e a atividade biológica dos solos são mantidas e aumentadas pela rotação das culturas, incluindo leguminosas e outras culturas para adubação verde, e pela aplicação de estrume ou de matérias orgânicas, de preferência compostados, provenientes da AB. Os fertilizantes autorizados (Reg. 889/2008, anexo I) só podem ser usados em complemento destas práticas de base e quando estas não forem suficientes. 103
  • 104. Fertirrigação: o seu uso em MPB Assim, em MPB, a fertirrigação só pode ser usada em complemento das práticas de fertilização de base e quando se justifica a sua necessidade. 104
  • 105. Fertirrigação em MPB Em Agricultura Biológica, a fertirrigação é utilizada para suprir carências de nutrientes, e tem por base matérias primas autorizadas no anexo 1 do Reg. 889/2008. Para aplicação em rega por aspersão e, especialmente, em rega localizada, os fertilizantes líquidos aplicados têm de ser filtrados, de forma a evitar entupimentos no sistema de rega. 105
  • 106. Exemplos de matérias usadas em fertirrigação em MPB: – Algas marinhas; – Vinhaça de beterraba (K, N); – Húmus / matérias orgânicas; – Oligoelementos; – Sais e extratos minerais de origem natural, não sujeitos a processos de extração química; – Extratos de plantas (chorumes); - ….. 106