SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Baixar para ler offline
Aula Aberta – ESE de Setúbal – 26 de março
"Todo o tempo do Mundo... ...ou talvez não!" (O tempo da(s) infância(s) e o tempo do
Educador)
Henrique Santos
Educador de Infância
Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena - Malveira
Na Educação em geral, e na educação de infância em particular, temos sentido, ao
longo dos últimos anos, um fenómeno que parece indicar que a quantidade de tempo é
um indicador de valor para a avaliação e a autoavaliação da eficácia do trabalho
desenvolvido. Esta cada vez maior exigência social de produzirmos algo que seja útil
com o nosso tempo retira-nos a possibilidade de o ocuparmos com coisas inúteis mas
importantes, se não mesmo fundamentais.
Essa pressa de “fazer coisas” promove um estado de ansiedade e de quase demência e
estamos a deixar de saber estar presentes.
Como consequência, estamos a deixar de saber contemplar e de saber elaborar sobre o
que contemplamos.
Refletir, analisar, partilhar, co-construir são ações que necessitam de tempo.
De tempo útil. De tempo de pausa. Conseguiremos parar? Esta é a proposta…
Tempo para aprender…
A aprendizagem é um processo complexo que implica um processo neuronal de compreensão
e entendimento: inicialmente, a nossa “memória de trabalho” - que é utilizada todos os dias
para integrarmos os novos conhecimentos que adquirimos - promove ligações com os
conceitos e conhecimentos que já possuímos.
Assim, a base fundamental da aprendizagem está correlacionada com as ligações que fazemos
entre a “nova informação” e a informação já “registada”, que é facilitada por um conjunto de
dinâmicas que vão desde a motivação para a aprendizagem até aos processos de “significação”
da informação recolhida.
Não nos interessará, aqui, um aprofundamento dos processos neuronais de aprendizagem,
mas, enquanto profissionais de educação, é-nos fundamental perceber um conjunto de
processos que ocorrem diariamente e que, direta ou indiretamente, são basilares na
construção de estratégias e ações pedagógicas de que necessitaremos para, no fundo,
“exercer” a nossa função como educadores.
De uma forma geral, os processos de aprendizagem ocorrem quando a informação
disponibilizada é relevante para construir novas ligações neuronais e, sobretudo, quando
permitem “reforçar” os “pré-conceitos” existentes. Também é fundamental que exista
disponibilidade (motivação) para a recolha da informação.
Assim, façamos um pequeno exercício:
De que país é esta bandeira?
De certeza que muito poucos de nós alguma vez viram esta
bandeira e, se o fizemos, não conseguimos correlacionar a
informação momentânea com outra informação antes
recolhida.
Também não será menos verdade que, anteriormente, mesmo
que nos pudéssemos ter “cruzado” com esta imagem, nada
em nós tornou significativa a sua “gravação” na nossa memória de trabalho e, assim, não
construímos ligações neuronais a outros conceitos. Contudo, ao trazer-vos aqui esta bandeira,
iniciei um processo de “significação”.
Se, por um lado, a “inadequação” desta informação no contexto que nos junta promove,
automaticamente um processo interno de procura por significação, por outro, desperta
alguma motivação para a aprendizagem. Para o “saber porquê?”
Posso então que, de alguma forma, vos “motivei” a querer saber mais sobre esta bandeira.
Se agora vos disser que esta é a bandeira do Quirguistão, um país da Ásia Central, ex-
integrante da antiga União Soviética, que tem fronteira com o Cazaquistão, com o Uzbequistão
e com a China, que a sua capital é Bisqueque, e que a sua moeda é o Som, provavelmente, em
vós, e de forma automática, se iniciarão um conjunto de processos de significação (ligações
neuronais) que vos permitirão “construir conhecimento”.
Mais ainda se eu vos referir que o código internacional do país é o “.kg”, pois, nesta
informação, não só a expressão tem um significado presente no nosso contexto social e
cultural, como ao “ligar” internet e medida de peso, acabo por vos dar um “bónus” em termos
de significação e correlação cognitiva.
Ora, então, neste pequeno “exercício” de motivação para a aprendizagem usei alguns dos
“truques” que, para qualquer profissional serão “óbvios” mas, algumas vezes, são esquecidos
ou ignorados nos processos de construção e escolha de estratégias de aprendizagem
significativa.
Mas não ficarei apenas por aqui…
Neste mesmo contexto, o das “aprendizagens significativas, “motivação” e “circunstância”, o
que vos diz o número 170?
E o número 850?
E, já agora, 51000?
Por último, o que vos significa 3060000?
Sem uma “pista” (que na realidade será uma ligação relacional), será difícil descobrir o que são
estes números, mas se vos disser que 170 é o número de dias de atividade letiva média em
educação de infância no calendário escolar nacional, talvez consigam, rapidamente,
descortinar que 850 são as horas letivas, 51000 são os minutos e 3060000 são os segundos
que os docentes de educação pré-escolar, em média, dedicam aos seus grupos de alunos em
atividade presencial e letiva.
E, sequencialmente, se todos percebermos que, em pouco mais de três minutos aprendemos
tantas coisas sobre o Quirguistão, sobre a sua capital as suas fronteiras e localização
geográficas e até sobre o seu código de internet, apenas porque usámos um conjunto de
“interruptores” que procederam a diversas ligações neuronais, facilmente compreendemos
que em tantos minutos e em tantos segundos, na educação de infância há todo um “mundo”
de coisas para aprender.
Com a “agravante” de que, nas idades de educação de infância, os aprendentes são,
essencialmente, indivíduos a criarem conceitos de raiz…
O tempo da aprendizagem e o tempo da “ensinagem”…
Na Educação em geral, e na educação de infância em particular, temos sentido um fenómeno
que parece indicar que a quantidade de tempo é um indicador de valor.
A minha proposta é fazer um paralelo entre "o tempo que precisamos para aprender algo"
(crianças) e o "tempo que dedicamos a preparar a "aprendizagem" (adultos) e, a partir daí,
refletir sobre a forma como nos tornamos "escravos" de um tempo que não é o nosso nem o
da(s) infância(s).
Antes de mais, será importante refletirmos nesta cada vez maior exigência social de
produzirmos “algo” que seja útil. E esta utilidade das coisas (normalmente “coisas” físicas, mas
que eu entenderia como “produtos” palpáveis) não apenas nos retira a possibilidade de
usarmos o tempo para o dedicarmos ao processo, ao espaço de construção e reflexão da
aprendizagem. Ou seja, ao focarmos o processo de aprendizagem das crianças no “resultado”
acabamos por saltar etapas fundamentais, que se encontram nas diversas fases do processo
de progressão.
Este “foco” no resultado” (tão evidente, na educação de infância nos “miminhos”- entenda-se
manualidades - a que, muitas vezes se reduz a evidência do trabalho desenvolvido neste nível
escolar), ou na “comprovação” do conhecimento adquirido (i.e. fichas, manuais, processos de
“avaliação” quantitativa, etc.) acaba por funcionar como uma espiral sistémica que acaba por
revalorizar outros paradigmas educativos e funcionais e de deslocar a escola do espaço da
aprendizagem dos alunos para o da “ensinagem” dos docentes.
E também como consequência desta deslocalização da pertinência da escola, estamos a deixar
de saber contemplar e de saber elaborar sobre o que contemplamos e, sobretudo, estamos a
perder tempo de reflexão e partilha entre pares.
Se refletir, analisar, partilhar, co-construir são ações que necessitam de tempo, de tempo útil,
de tempo de pausa e sobretudo, de diálogo educativo, estaremos nós, enquanto docentes e
técnicos, preparados para despender de tempo nestas atividades? E, sobretudo, estremos
conscientes da necessidade de usarmos este tempo? Conseguiremos parar, depois destes
últimos anos em que nos temos tornado reféns de uma ideia que nos tem vindo a ser,
discretamente induzida, de que a escola deve produzir “seres produtivos” (mas pouco
conscientes, diria eu)?
Que jardim-de-infância tem e que jardim-de-infância quer?
...o adulto terá que facilitar a concretização daquilo que a criança estiver pronta a
encontrar, procurando acompanhar a omnipotência mágica da experiência dela
Winnicot
Na Antiguidade Grega, escola queria dizer loisir, tempo suficiente para se fazer o que é
agradável e a palavra “professor” estava associada a “mestre de jogo”.
A Escola, tal como a conhecemos atualmente, foi-se readequando, alterando e reconstruindo
tendo por base as diversas alterações e circunstâncias culturais e sociais das diversas
sociedades que, de alguma forma, servia e por elas era servida.
Não podemos ignorar que os processos evolutivos sociais não são simples nem lineares e, a
escola (ou antes, os sistemas formais de ensino), é apenas uma instituição concebida para
responder às necessidades dessas mesmas sociedades que lhes dão razão.
Não obstante, temos reparado, de há alguns anos para cá, que começa a coexistir, com a
“escola” que temos, um discurso de mudança, um discurso de apelo à mudança.
Lentamente vamos percebendo uma nova narrativa educativa e pedagógica que pressupõe a
recolocação da criança (aprendente) no centro da escola.
As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (“renovadas” em 2026) vieram, de
alguma forma, consubstanciar esta “ideia” de mudança, nomeadamente ao recolocar no
centro da reflexão (e produção) pedagógica o “Brincar”, a “Agência da Criança” e o “Direito à
Equidade” como vetores de construção curricular e educativa.
Esta “nova” narrativa, que mais não é do que o acordar de um conjunto de indicadores e de
linhas de investigação e orientação educativa e que têm por base estudos com cerca de dois
séculos, começa a ganhar alguma importância nas dinâmicas e estratégias da educação de
infância.
Estas novas formas de “ler” a escola e as crianças decorrem também de novos (ou renovados)
olhares sobre as capacidades e competências das crianças e, paralelamente, de um “novo”
espaço social de abertura à diferença e à experimentação educativa e pedagógica.
Ao longo dos últimos anos, e especialmente nos mais recentes, foram introduzidos conceitos
educativos e pedagógicos que apelam, também, à alteração de Princípios e Valores mercê de
novos fundamentos e dinâmicas sociais.
As “novas” famílias, as “novas” profissões”, os debates, cada vez mais “fraturantes” sobre
ambiente, ecologia ou sociedade, as novas organizações sociais do trabalho, a preponderância
da economia na gestão social e política das comunidades ou mesmo a dependência
tecnológica que as sociedades foram assumindo obrigaram, de alguma forma, a que a Escola
iniciasse o processo de reflexão interna qua nos vai trazendo, pontualmente, a necessidade de
partilharmos novas ideias e novas formas de fazer.
Paralelamente, tona-se também fundamental promover a síntese das (re)conceptualizações do
processo educativo da infância adequando-os a novas exigências de “novos” tempos.
Assim, e promovendo um exercício simples de análise e reflexão, identificarei um
conjunto de frases que têm estado, cada vez mais, nos discursos e narrativas dos
profissionais de educação de infância, mas sobre as quais é fundamental uma reflexão
e debate mais profundo, de forma a tornar significativas as aprendizagens que possam
daí ocorrer:
“todos fazemos melhor”
É um facto que o trabalho conjunto e colaborativo é uma forma eficaz de atingir
resultados, sobretudo se os processos e as dinâmicas foram devidamente clarificadas e
comunicadas. Nesse sentido, torna-se imperioso que os profissionais de educação
tenham a capacidade de se desligar o seu papel de centralidade pedagógica e que
compreendam que são “apenas mais um” num grupo de aprendizagem ativa;
“aprendemos a(o) fazer”
A experiência e o conhecimento advêm da prática estruturada e continuada. E isso
implica o “fazer” em detrimento do “ouvir” e do “aceitar”. O papel da experiência
ativa, da experimentação, das “mãos na massa” na(s) infância(s) torna central os
espaços práticos em detrimento da ação (e análise) teórica do processo;
“aprendemos a(o) viver!”
E aprendemos quando nos é significativo e motivador. O brincar, na infância, é o
“viver”;
“aprendermos a(o) respeitar e a(o) SER”
Durante as idades pré-escolares dão-se as principais construções cognitivas sobre a
“pertença social” e a corresponsabilização. Saber isto é, para os profissionais de
educação, o primeiro passo para estruturar toda a planificação académica e curricular
em função das descobertas do “meu” espaço e do espaço do “outro”;
“aprendemos a(o) respeitar o nosso ritmo”
Apreender o corpo, os ritmos, as especificidades do contexto, a informação ambiental
é uma particularidade que a educação de infância, em oposição a quase todos os
outros ciclos e níveis educativos, têm preservado na sua estrutura curricular. O sono, a
alimentação, a necessidade de segurança e afeto são, nestes níveis iniciais, não apenas
fundamentais como obrigam a uma preparação (sobretudo por parte das famílias e
profissionais) que permita tornar centrais, na vida e no desenvolvimentos e
aprendizagem das crianças, os momentos significativos e motivadores
“nós somos o "outro"
Sejam as crianças, sejam os adultos, é cada vez mais evidente e central que as
comunidades se constroem com base no reconhecimento do “outro” como pilar
central da minha própria existência. Saibamos (e sejamos capazes de) preservar o
espaço de socialização como meio primordial de aprendizagem.
E, sobretudo, tentemos negar a frase do professor Carlos Neto quando ele afirma que “a partir
do momento em que vão para a escola, as crianças perdem o tempo que tinham para brincar”.
Alguma bibliografia:
Bruer, J. T. (1997). Education and the brain: A bridge too far. Educational Researcher, 26(8), 4-
16. [Ligação]
Bunge, M. (2004). Emergencia y convergencia: Novedad cualitativa y unidad del conocimiento.
Barcelona: Gedisa.
Castro-Caldas, A. (1998). The illiterate brain. Learning to read and write during childhood
influences the functional organization of the brain. Brain, 121, 1053-1063. [Link]
Conselho Nacional de Educação (CNE) (2008). Relatório do estudo "A educação das crianças
dos 0 aos 12 anos". Lisboa: Conselho Nacional de Educação.
Crespo, A. (2002). Cognición humana. Mente, ordenadores y neuronas. Madrid: Ediciones
Centro de Estudios Ramón Areces. [Ligação]
Cruz, V., & Fonseca, V. (2002). Educação cognitiva e aprendizagem. Porto: Porto Editora.
Damásio, A. (2001). O sentimento de si: O corpo, a emoção e a neurobiologia da consciência.
Mem Martins: Publicações Europa-América.
Gonçalves, T. (2008). Educação e cognição. Um modelo de análise de programas de
desenvolvimento cognitivo. Tese de doutoramento apresentada à Universidade de
Sevilha (documento fotocopiado)
Gonçalves T. (2012) Ciências da Educação e Ciências Cognitivas. Contributos para uma
abordagem transdisciplinar. Rev. Port. de Educação vol.25 no.1. Braga
Morin, E. (1992). From the concept of system to the paradigm of complexity. Journal of Social
and Evolutionary Systems, 14(4), 371-385. [Ligação]
Sarmento, Teresa (2016).Infâncias e crianças em narrativas de educadoras de infância. in
Pesquisa (auto)biográfica, infâncias, escola e diálogos intergeracionais, Passeggi,
Furnaletto e Palma (Org.), pp.77-94. Curitiba: Editora CRV
Silva, I. L., Marques, L., Mata, L., & Rosa, M. (2016). Orientações Curriculares para a Educação
Pré-Escolar. Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE).
Roldão, M. C. (2005). Saber educativo e culturas profissionais: Contributos para uma
construção-desconstrução epistemológica. In Actas do VIII Congresso da SPCE, "Cenários
de educação/formação: Novos espaços, culturas e saberes". CD- ROM.
Roldão, M. C. (2007). Função docente: Natureza e construção do conhecimento
profissional. Revista Brasileira de Educação, 34, 94-103. [Ligação]
Winnicott D. W. (1975) O Brincar e a Realidade, Editora Imago. S. Paulo.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Curriculo infantil
Curriculo infantilCurriculo infantil
Curriculo infantilLais Penha
 
"O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",...
"O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",..."O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",...
"O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",...Desafios da Educação
 
Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?
Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?
Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?ProjectoFenix
 
Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...
Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...
Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...Carina
 
Desafio de aprender diferente
Desafio de aprender diferenteDesafio de aprender diferente
Desafio de aprender diferenteslucarz
 
Desafio de aprender diferente completo
Desafio de aprender diferente completoDesafio de aprender diferente completo
Desafio de aprender diferente completoslucarz
 
Homem pensamento e cultura
Homem pensamento e culturaHomem pensamento e cultura
Homem pensamento e culturaalifer
 
Proinfo: Curso Redes de Aprendizagem
Proinfo: Curso Redes de AprendizagemProinfo: Curso Redes de Aprendizagem
Proinfo: Curso Redes de AprendizagemReinaldo Paes
 
Educação a distância mitos e verdades
Educação a distância mitos e verdadesEducação a distância mitos e verdades
Educação a distância mitos e verdadesLuciana Salviano
 
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_Teresa Gonçalves
 
Ii mudanças na sociedade mudanças na educação
Ii mudanças na sociedade mudanças na educaçãoIi mudanças na sociedade mudanças na educação
Ii mudanças na sociedade mudanças na educaçãojhecioosaki
 
Ensinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem
Ensinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino AprendizagemEnsinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem
Ensinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino AprendizagemFabio Batalha M Barros
 
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência ContextoProjeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência Contextoasustecnologia
 
Das salas de aulas aos ambientes virtuais
Das salas de aulas aos ambientes virtuaisDas salas de aulas aos ambientes virtuais
Das salas de aulas aos ambientes virtuaisRejane Santos Lopes
 
Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01
Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01
Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01Geija Fortunato
 

Mais procurados (19)

Curriculo infantil
Curriculo infantilCurriculo infantil
Curriculo infantil
 
"O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",...
"O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",..."O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",...
"O desafio da personalização do ensino em massa e o movimento Re-generation",...
 
Relatório de alisângela considerações finais
Relatório de alisângela considerações finaisRelatório de alisângela considerações finais
Relatório de alisângela considerações finais
 
Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?
Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?
Porquê blogar - Um Blogue no 1º ciclo, porquê e para quê?
 
O theka final
O theka finalO theka final
O theka final
 
Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...
Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...
Projeto Formação no ambiente escolar - uma busca pela integração prática e te...
 
Desafio de aprender diferente
Desafio de aprender diferenteDesafio de aprender diferente
Desafio de aprender diferente
 
Desafio de aprender diferente completo
Desafio de aprender diferente completoDesafio de aprender diferente completo
Desafio de aprender diferente completo
 
Homem pensamento e cultura
Homem pensamento e culturaHomem pensamento e cultura
Homem pensamento e cultura
 
Proinfo: Curso Redes de Aprendizagem
Proinfo: Curso Redes de AprendizagemProinfo: Curso Redes de Aprendizagem
Proinfo: Curso Redes de Aprendizagem
 
Educação a distância mitos e verdades
Educação a distância mitos e verdadesEducação a distância mitos e verdades
Educação a distância mitos e verdades
 
Profa Caderno 2
Profa Caderno 2Profa Caderno 2
Profa Caderno 2
 
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
 
Ii mudanças na sociedade mudanças na educação
Ii mudanças na sociedade mudanças na educaçãoIi mudanças na sociedade mudanças na educação
Ii mudanças na sociedade mudanças na educação
 
Ensinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem
Ensinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino AprendizagemEnsinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem
Ensinar e aprender com sentido - Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem
 
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência ContextoProjeto Escola Viva Deficiência Contexto
Projeto Escola Viva Deficiência Contexto
 
delivery
deliverydelivery
delivery
 
Das salas de aulas aos ambientes virtuais
Das salas de aulas aos ambientes virtuaisDas salas de aulas aos ambientes virtuais
Das salas de aulas aos ambientes virtuais
 
Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01
Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01
Apresentaogeralplanejarleiva 110224062602-phpapp01
 

Semelhante a O tempo da aprendizagem na educação de infância

Entrevista PANGEIA junho2020
Entrevista PANGEIA junho2020Entrevista PANGEIA junho2020
Entrevista PANGEIA junho2020Henrique Santos
 
Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)
Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)
Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)Adail Sobral
 
A construção de conceitos de números naturais utilizando o ábaco
A construção de conceitos de números naturais utilizando o ábacoA construção de conceitos de números naturais utilizando o ábaco
A construção de conceitos de números naturais utilizando o ábacoEveraldo Gomes
 
Por que as plataformas de aprendizagem não são boas
Por que as plataformas de aprendizagem não são boasPor que as plataformas de aprendizagem não são boas
Por que as plataformas de aprendizagem não são boasaugustodefranco .
 
O Educador como Modelo Pedagógico
O Educador como Modelo PedagógicoO Educador como Modelo Pedagógico
O Educador como Modelo PedagógicoHenrique Santos
 
Apresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptx
Apresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptxApresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptx
Apresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptxArticuladorPedaggico3
 
Vf ebook geral_escolas que aprendem_
Vf ebook geral_escolas que aprendem_Vf ebook geral_escolas que aprendem_
Vf ebook geral_escolas que aprendem_João Paulo Silva
 
Por uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreira
Por uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreiraPor uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreira
Por uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreiraTaís Ferreira
 
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_gigilu
 
Módulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoMódulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoJoão Alves Dos Reis
 
O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas EscolaresO que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas EscolaresGraça Rosa
 

Semelhante a O tempo da aprendizagem na educação de infância (20)

Entrevista PANGEIA junho2020
Entrevista PANGEIA junho2020Entrevista PANGEIA junho2020
Entrevista PANGEIA junho2020
 
Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)
Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)
Ti cs e novo papel professor versao 19 06 (03)
 
Pnaic caderno 10
Pnaic caderno 10Pnaic caderno 10
Pnaic caderno 10
 
A construção de conceitos de números naturais utilizando o ábaco
A construção de conceitos de números naturais utilizando o ábacoA construção de conceitos de números naturais utilizando o ábaco
A construção de conceitos de números naturais utilizando o ábaco
 
Por que as plataformas de aprendizagem não são boas
Por que as plataformas de aprendizagem não são boasPor que as plataformas de aprendizagem não são boas
Por que as plataformas de aprendizagem não são boas
 
Reflexões sobre a escola da ponte
Reflexões sobre a escola da ponteReflexões sobre a escola da ponte
Reflexões sobre a escola da ponte
 
O Educador como Modelo Pedagógico
O Educador como Modelo PedagógicoO Educador como Modelo Pedagógico
O Educador como Modelo Pedagógico
 
Projetocenet
ProjetocenetProjetocenet
Projetocenet
 
Apresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptx
Apresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptxApresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptx
Apresentação Encontro Presencial_Oficinas Pedagógicas (6) (2).pptx
 
Antonio novoa
Antonio novoaAntonio novoa
Antonio novoa
 
Ce cad2
Ce cad2Ce cad2
Ce cad2
 
Imagens que contam
Imagens que contamImagens que contam
Imagens que contam
 
Vf ebook geral_escolas que aprendem_
Vf ebook geral_escolas que aprendem_Vf ebook geral_escolas que aprendem_
Vf ebook geral_escolas que aprendem_
 
Por uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreira
Por uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreiraPor uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreira
Por uma (des)necessária pedagogia do espectador taís ferreira
 
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
Transicoes para futuros_desejaveis_das_be_1_
 
Módulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informaçãoMódulo02 litearcia da informação
Módulo02 litearcia da informação
 
Revista Refletir EdInf nº00
Revista Refletir EdInf nº00Revista Refletir EdInf nº00
Revista Refletir EdInf nº00
 
Revista Refletir EdInf nº00
Revista Refletir EdInf nº00Revista Refletir EdInf nº00
Revista Refletir EdInf nº00
 
O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas EscolaresO que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
O que queremos para o futuro das Bibliotecas Escolares
 
0000012768
00000127680000012768
0000012768
 

Último

Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.MrPitobaldo
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 

Último (20)

Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
1.ª Fase do Modernismo Brasileira - Contexto histórico, autores e obras.
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 

O tempo da aprendizagem na educação de infância

  • 1. Aula Aberta – ESE de Setúbal – 26 de março "Todo o tempo do Mundo... ...ou talvez não!" (O tempo da(s) infância(s) e o tempo do Educador) Henrique Santos Educador de Infância Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena - Malveira Na Educação em geral, e na educação de infância em particular, temos sentido, ao longo dos últimos anos, um fenómeno que parece indicar que a quantidade de tempo é um indicador de valor para a avaliação e a autoavaliação da eficácia do trabalho desenvolvido. Esta cada vez maior exigência social de produzirmos algo que seja útil com o nosso tempo retira-nos a possibilidade de o ocuparmos com coisas inúteis mas importantes, se não mesmo fundamentais. Essa pressa de “fazer coisas” promove um estado de ansiedade e de quase demência e estamos a deixar de saber estar presentes. Como consequência, estamos a deixar de saber contemplar e de saber elaborar sobre o que contemplamos. Refletir, analisar, partilhar, co-construir são ações que necessitam de tempo. De tempo útil. De tempo de pausa. Conseguiremos parar? Esta é a proposta… Tempo para aprender… A aprendizagem é um processo complexo que implica um processo neuronal de compreensão e entendimento: inicialmente, a nossa “memória de trabalho” - que é utilizada todos os dias para integrarmos os novos conhecimentos que adquirimos - promove ligações com os conceitos e conhecimentos que já possuímos. Assim, a base fundamental da aprendizagem está correlacionada com as ligações que fazemos entre a “nova informação” e a informação já “registada”, que é facilitada por um conjunto de dinâmicas que vão desde a motivação para a aprendizagem até aos processos de “significação” da informação recolhida. Não nos interessará, aqui, um aprofundamento dos processos neuronais de aprendizagem, mas, enquanto profissionais de educação, é-nos fundamental perceber um conjunto de processos que ocorrem diariamente e que, direta ou indiretamente, são basilares na construção de estratégias e ações pedagógicas de que necessitaremos para, no fundo, “exercer” a nossa função como educadores. De uma forma geral, os processos de aprendizagem ocorrem quando a informação disponibilizada é relevante para construir novas ligações neuronais e, sobretudo, quando permitem “reforçar” os “pré-conceitos” existentes. Também é fundamental que exista disponibilidade (motivação) para a recolha da informação. Assim, façamos um pequeno exercício: De que país é esta bandeira? De certeza que muito poucos de nós alguma vez viram esta bandeira e, se o fizemos, não conseguimos correlacionar a informação momentânea com outra informação antes recolhida. Também não será menos verdade que, anteriormente, mesmo que nos pudéssemos ter “cruzado” com esta imagem, nada
  • 2. em nós tornou significativa a sua “gravação” na nossa memória de trabalho e, assim, não construímos ligações neuronais a outros conceitos. Contudo, ao trazer-vos aqui esta bandeira, iniciei um processo de “significação”. Se, por um lado, a “inadequação” desta informação no contexto que nos junta promove, automaticamente um processo interno de procura por significação, por outro, desperta alguma motivação para a aprendizagem. Para o “saber porquê?” Posso então que, de alguma forma, vos “motivei” a querer saber mais sobre esta bandeira. Se agora vos disser que esta é a bandeira do Quirguistão, um país da Ásia Central, ex- integrante da antiga União Soviética, que tem fronteira com o Cazaquistão, com o Uzbequistão e com a China, que a sua capital é Bisqueque, e que a sua moeda é o Som, provavelmente, em vós, e de forma automática, se iniciarão um conjunto de processos de significação (ligações neuronais) que vos permitirão “construir conhecimento”. Mais ainda se eu vos referir que o código internacional do país é o “.kg”, pois, nesta informação, não só a expressão tem um significado presente no nosso contexto social e cultural, como ao “ligar” internet e medida de peso, acabo por vos dar um “bónus” em termos de significação e correlação cognitiva. Ora, então, neste pequeno “exercício” de motivação para a aprendizagem usei alguns dos “truques” que, para qualquer profissional serão “óbvios” mas, algumas vezes, são esquecidos ou ignorados nos processos de construção e escolha de estratégias de aprendizagem significativa. Mas não ficarei apenas por aqui… Neste mesmo contexto, o das “aprendizagens significativas, “motivação” e “circunstância”, o que vos diz o número 170? E o número 850? E, já agora, 51000? Por último, o que vos significa 3060000? Sem uma “pista” (que na realidade será uma ligação relacional), será difícil descobrir o que são estes números, mas se vos disser que 170 é o número de dias de atividade letiva média em educação de infância no calendário escolar nacional, talvez consigam, rapidamente, descortinar que 850 são as horas letivas, 51000 são os minutos e 3060000 são os segundos que os docentes de educação pré-escolar, em média, dedicam aos seus grupos de alunos em atividade presencial e letiva. E, sequencialmente, se todos percebermos que, em pouco mais de três minutos aprendemos tantas coisas sobre o Quirguistão, sobre a sua capital as suas fronteiras e localização geográficas e até sobre o seu código de internet, apenas porque usámos um conjunto de “interruptores” que procederam a diversas ligações neuronais, facilmente compreendemos que em tantos minutos e em tantos segundos, na educação de infância há todo um “mundo” de coisas para aprender. Com a “agravante” de que, nas idades de educação de infância, os aprendentes são, essencialmente, indivíduos a criarem conceitos de raiz… O tempo da aprendizagem e o tempo da “ensinagem”… Na Educação em geral, e na educação de infância em particular, temos sentido um fenómeno que parece indicar que a quantidade de tempo é um indicador de valor. A minha proposta é fazer um paralelo entre "o tempo que precisamos para aprender algo" (crianças) e o "tempo que dedicamos a preparar a "aprendizagem" (adultos) e, a partir daí, refletir sobre a forma como nos tornamos "escravos" de um tempo que não é o nosso nem o da(s) infância(s). Antes de mais, será importante refletirmos nesta cada vez maior exigência social de produzirmos “algo” que seja útil. E esta utilidade das coisas (normalmente “coisas” físicas, mas que eu entenderia como “produtos” palpáveis) não apenas nos retira a possibilidade de
  • 3. usarmos o tempo para o dedicarmos ao processo, ao espaço de construção e reflexão da aprendizagem. Ou seja, ao focarmos o processo de aprendizagem das crianças no “resultado” acabamos por saltar etapas fundamentais, que se encontram nas diversas fases do processo de progressão. Este “foco” no resultado” (tão evidente, na educação de infância nos “miminhos”- entenda-se manualidades - a que, muitas vezes se reduz a evidência do trabalho desenvolvido neste nível escolar), ou na “comprovação” do conhecimento adquirido (i.e. fichas, manuais, processos de “avaliação” quantitativa, etc.) acaba por funcionar como uma espiral sistémica que acaba por revalorizar outros paradigmas educativos e funcionais e de deslocar a escola do espaço da aprendizagem dos alunos para o da “ensinagem” dos docentes. E também como consequência desta deslocalização da pertinência da escola, estamos a deixar de saber contemplar e de saber elaborar sobre o que contemplamos e, sobretudo, estamos a perder tempo de reflexão e partilha entre pares. Se refletir, analisar, partilhar, co-construir são ações que necessitam de tempo, de tempo útil, de tempo de pausa e sobretudo, de diálogo educativo, estaremos nós, enquanto docentes e técnicos, preparados para despender de tempo nestas atividades? E, sobretudo, estremos conscientes da necessidade de usarmos este tempo? Conseguiremos parar, depois destes últimos anos em que nos temos tornado reféns de uma ideia que nos tem vindo a ser, discretamente induzida, de que a escola deve produzir “seres produtivos” (mas pouco conscientes, diria eu)? Que jardim-de-infância tem e que jardim-de-infância quer? ...o adulto terá que facilitar a concretização daquilo que a criança estiver pronta a encontrar, procurando acompanhar a omnipotência mágica da experiência dela Winnicot Na Antiguidade Grega, escola queria dizer loisir, tempo suficiente para se fazer o que é agradável e a palavra “professor” estava associada a “mestre de jogo”. A Escola, tal como a conhecemos atualmente, foi-se readequando, alterando e reconstruindo tendo por base as diversas alterações e circunstâncias culturais e sociais das diversas sociedades que, de alguma forma, servia e por elas era servida. Não podemos ignorar que os processos evolutivos sociais não são simples nem lineares e, a escola (ou antes, os sistemas formais de ensino), é apenas uma instituição concebida para responder às necessidades dessas mesmas sociedades que lhes dão razão. Não obstante, temos reparado, de há alguns anos para cá, que começa a coexistir, com a “escola” que temos, um discurso de mudança, um discurso de apelo à mudança. Lentamente vamos percebendo uma nova narrativa educativa e pedagógica que pressupõe a recolocação da criança (aprendente) no centro da escola. As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (“renovadas” em 2026) vieram, de alguma forma, consubstanciar esta “ideia” de mudança, nomeadamente ao recolocar no centro da reflexão (e produção) pedagógica o “Brincar”, a “Agência da Criança” e o “Direito à Equidade” como vetores de construção curricular e educativa. Esta “nova” narrativa, que mais não é do que o acordar de um conjunto de indicadores e de linhas de investigação e orientação educativa e que têm por base estudos com cerca de dois séculos, começa a ganhar alguma importância nas dinâmicas e estratégias da educação de infância. Estas novas formas de “ler” a escola e as crianças decorrem também de novos (ou renovados) olhares sobre as capacidades e competências das crianças e, paralelamente, de um “novo” espaço social de abertura à diferença e à experimentação educativa e pedagógica.
  • 4. Ao longo dos últimos anos, e especialmente nos mais recentes, foram introduzidos conceitos educativos e pedagógicos que apelam, também, à alteração de Princípios e Valores mercê de novos fundamentos e dinâmicas sociais. As “novas” famílias, as “novas” profissões”, os debates, cada vez mais “fraturantes” sobre ambiente, ecologia ou sociedade, as novas organizações sociais do trabalho, a preponderância da economia na gestão social e política das comunidades ou mesmo a dependência tecnológica que as sociedades foram assumindo obrigaram, de alguma forma, a que a Escola iniciasse o processo de reflexão interna qua nos vai trazendo, pontualmente, a necessidade de partilharmos novas ideias e novas formas de fazer. Paralelamente, tona-se também fundamental promover a síntese das (re)conceptualizações do processo educativo da infância adequando-os a novas exigências de “novos” tempos. Assim, e promovendo um exercício simples de análise e reflexão, identificarei um conjunto de frases que têm estado, cada vez mais, nos discursos e narrativas dos profissionais de educação de infância, mas sobre as quais é fundamental uma reflexão e debate mais profundo, de forma a tornar significativas as aprendizagens que possam daí ocorrer: “todos fazemos melhor” É um facto que o trabalho conjunto e colaborativo é uma forma eficaz de atingir resultados, sobretudo se os processos e as dinâmicas foram devidamente clarificadas e comunicadas. Nesse sentido, torna-se imperioso que os profissionais de educação tenham a capacidade de se desligar o seu papel de centralidade pedagógica e que compreendam que são “apenas mais um” num grupo de aprendizagem ativa; “aprendemos a(o) fazer” A experiência e o conhecimento advêm da prática estruturada e continuada. E isso implica o “fazer” em detrimento do “ouvir” e do “aceitar”. O papel da experiência ativa, da experimentação, das “mãos na massa” na(s) infância(s) torna central os espaços práticos em detrimento da ação (e análise) teórica do processo; “aprendemos a(o) viver!” E aprendemos quando nos é significativo e motivador. O brincar, na infância, é o “viver”; “aprendermos a(o) respeitar e a(o) SER” Durante as idades pré-escolares dão-se as principais construções cognitivas sobre a “pertença social” e a corresponsabilização. Saber isto é, para os profissionais de educação, o primeiro passo para estruturar toda a planificação académica e curricular em função das descobertas do “meu” espaço e do espaço do “outro”; “aprendemos a(o) respeitar o nosso ritmo” Apreender o corpo, os ritmos, as especificidades do contexto, a informação ambiental é uma particularidade que a educação de infância, em oposição a quase todos os outros ciclos e níveis educativos, têm preservado na sua estrutura curricular. O sono, a alimentação, a necessidade de segurança e afeto são, nestes níveis iniciais, não apenas fundamentais como obrigam a uma preparação (sobretudo por parte das famílias e profissionais) que permita tornar centrais, na vida e no desenvolvimentos e aprendizagem das crianças, os momentos significativos e motivadores “nós somos o "outro" Sejam as crianças, sejam os adultos, é cada vez mais evidente e central que as comunidades se constroem com base no reconhecimento do “outro” como pilar
  • 5. central da minha própria existência. Saibamos (e sejamos capazes de) preservar o espaço de socialização como meio primordial de aprendizagem. E, sobretudo, tentemos negar a frase do professor Carlos Neto quando ele afirma que “a partir do momento em que vão para a escola, as crianças perdem o tempo que tinham para brincar”. Alguma bibliografia: Bruer, J. T. (1997). Education and the brain: A bridge too far. Educational Researcher, 26(8), 4- 16. [Ligação] Bunge, M. (2004). Emergencia y convergencia: Novedad cualitativa y unidad del conocimiento. Barcelona: Gedisa. Castro-Caldas, A. (1998). The illiterate brain. Learning to read and write during childhood influences the functional organization of the brain. Brain, 121, 1053-1063. [Link] Conselho Nacional de Educação (CNE) (2008). Relatório do estudo "A educação das crianças dos 0 aos 12 anos". Lisboa: Conselho Nacional de Educação. Crespo, A. (2002). Cognición humana. Mente, ordenadores y neuronas. Madrid: Ediciones Centro de Estudios Ramón Areces. [Ligação] Cruz, V., & Fonseca, V. (2002). Educação cognitiva e aprendizagem. Porto: Porto Editora. Damásio, A. (2001). O sentimento de si: O corpo, a emoção e a neurobiologia da consciência. Mem Martins: Publicações Europa-América. Gonçalves, T. (2008). Educação e cognição. Um modelo de análise de programas de desenvolvimento cognitivo. Tese de doutoramento apresentada à Universidade de Sevilha (documento fotocopiado) Gonçalves T. (2012) Ciências da Educação e Ciências Cognitivas. Contributos para uma abordagem transdisciplinar. Rev. Port. de Educação vol.25 no.1. Braga Morin, E. (1992). From the concept of system to the paradigm of complexity. Journal of Social and Evolutionary Systems, 14(4), 371-385. [Ligação] Sarmento, Teresa (2016).Infâncias e crianças em narrativas de educadoras de infância. in Pesquisa (auto)biográfica, infâncias, escola e diálogos intergeracionais, Passeggi, Furnaletto e Palma (Org.), pp.77-94. Curitiba: Editora CRV Silva, I. L., Marques, L., Mata, L., & Rosa, M. (2016). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE). Roldão, M. C. (2005). Saber educativo e culturas profissionais: Contributos para uma construção-desconstrução epistemológica. In Actas do VIII Congresso da SPCE, "Cenários de educação/formação: Novos espaços, culturas e saberes". CD- ROM. Roldão, M. C. (2007). Função docente: Natureza e construção do conhecimento profissional. Revista Brasileira de Educação, 34, 94-103. [Ligação] Winnicott D. W. (1975) O Brincar e a Realidade, Editora Imago. S. Paulo.