1. http://www.estudosgospel.com.br/estudos/diversos/confrontando-os-inimigos-da-cruz-
de-cristo.html
http://www.assembleiadedeusembrejo.com/news/li%C3%A7%C3%A3o-9%3A-
confrontando-os-inimigos-da-cruz-de-cristo,-01-09-2013/
http://www.inaciocarvalho.com.br/l13-3-9.pdf
http://euvoupraebd.blogspot.com.br/2013/08/confrontando-os-inimigos-da-cruz-
de.html#.UiDKAdK-oQM
LIÇÃO 09 – (Fp 3.17-21)
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o termo “confrontar”. Veremos também, a importância de estarmos preparados
para defender a nossa fé com“mansidão e respeito” (I Pe 3.15). Destacaremos quem eram os“inimigos
da cruz” de quem se refere o apóstolo Paulo e quais eram as características que identificavam estes tais,
como opositores do verdadeiro evangelho. Por fim, pontuaremos o que significa ser inimigo da cruz a fim
de que possamos hoje distinguir estes hereges e assim“batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos
santos” (Jd 1.3).
I – DEFINIÇÃO DO TERMO “CONFRONTAR”
O Aurélio define a palavra “confrontar” como: “pôr frente a frente”. Já a expressão “confronto” por
sua vez significa: “ato ou efeito de confrontar. Paralelo, comparação”. O sentido é de comparar a
tradução com o original para verificar se estava fiel. Na Teologia, a prática de defender a fé é chamada
de “apologia”. Em si esta palavra também significa “confrontar”, visto que o sentido é de “comparar a
interpretação bíblica com o seu sentido original”. O Dicionário Teológico de Claudionor de Andrade
define a apologia da fé cristã como a ciência que tem por objetivo defender as verdades centrais da fé
cristã, mostrando, de forma sistemática, racional e lógica, a veracidade, a singularidade, a supremacia e a
origem divina das Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus e como a nossa única regra de fé e prática
(CLAUDIONOR, 2006, p. 56). O apóstolo Pedro exorta-nos dizendo “estai sempre PREPARADOS para
RESPONDER com MANSIDÃO e TEMOR a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em
vós” (I Pe 3.15-b).
II – O QUE SIGNIFICA SER INIMIGO DA CRUZ
2. As palavras do apóstolo definem estes homens hereges como“inimigos da cruz de Cristo”. Esta acusação
feita por Paulo indica a corrupção tanto de doutrinas como da prática diária. Eles interpretavam mal a
liberdade cristã, considerando-a liberdade de toda restrição moral (Rm 6.1). Isto significa dizer que, um
grupo desses gentios libertinos não eram diretamente opositores da pessoa de Cristo, e sim, das doutrinas
que ensinavam os cristãos a terem uma vida piedosa. Portanto, “ser inimigo da cruz”, significa querer um
cristianismo sem três coisas fundamentais exigidas pelo próprio Jesus, àqueles que querem segui-lo (Mt
16.24,25).
• Renúncia. “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo” (Mt 16.24-a). Os
gnósticos libertinos desejavam conciliar seguir a Cristo e viver segundo os prazeres carnais. Mas, ser
cristão é estar disposto a renunciar as obras da carne para viver uma vida no Espírito (Rm 6.12-19;
8.1,4; I Pe 1.13-16).
• Sacrifício. “tome sobre si a sua cruz” (Mt 16.24-b). De acordo com a Lei, ao sacrificar um
animal, o sacerdote deveria matá-lo, cortá-lo em pedaços e colocar sobre o altar. Na perspectiva
paulina, o culto cristão consiste em apresentar os nossos corpos em“em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus” (Rm 12.2-b).
• Morte. “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por
amor de mim, achá-la-á” (Mt 16.25). Essa morte a que Jesus se refere, pode ser tanto a morte do “eu”
quanto, se preciso for, por causa da lealdade a Cristo, sofrer o martírio (Lc 14.26; Gl 2.20; Ap 2.10). O
batismo nas águas, uma das ordenanças de Cristo, é um símbolo da morte e ressurreição que cada
discípulo se submete numa confissão pública de fé da parte daquele que está disposto “a morrer para
o mundo e viver para Deus” (Rm 6.4; Cl 2.12).
III - QUEM ERAM OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO EM FILIPOS
3.1 “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando” (Fp 3.18-
a). Segundo Paulo erammuitos aqueles que procuravam perverter o evangelho. Deve -se ressaltar também
que esses “inimigos da cruz” eram crentes professos que viviam no seio da igreja. A Bíblia na versão
ARA (Almeida Revista e Atualizada) traduz (Fp 3.18- a) da seguinte forma: “Pois muitos andam entre
nós”. Pela palavras do apóstolo, percebemos que ele já havia advertido os crentes filipenses a respeito
desses homens que propagavam heresias “dos quais muitas vezes vosdisse” (Fp 3.18-b). Infelizmente,
tanto externa quanto internamente se levantariam hereges que iriam tentar desfocar o rebanho com
interpretações errôneas do evangelho. Isto fazia o apóstolo Paulo derramar lágrimas pelo cuidado que
tinha com a Igreja de Deus “e agora também digo, chorando” (Fp 3.18-c). Confira também (At 20.31).
3.2 “Que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18). Dois grupos se pessoas se destacam aqui como
os “inimigos da cruz de Cristo” os judaizantes e os gentios gnósticos. Vejamos algumas informações
sobre esses no que eles acreditavam:
3.2.1 Os judaizantes. Movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar
os crentes gentios a observar a Lei de Moisés, principalmente a Lei cerimonial, que incluía: a prática da
circuncisão, a abstinência de alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl 2.16-
23). Por isso Paulo se refere a estes como: “guardai-vos da circuncisão” (Fp 3.2-c) . Na verdade, esse
movimento pretendia reduzir o Cristianismo a uma mera seita judaica. Contra esta perspectiva errônea,
3. Paulo se interpôs veementemente em suas cartas (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24), mostrando que o
verdadeiro sentido espiritual da circuncisão é o despojar-se (tirar de sobre si) da carne (Fp 3.3; Cl 2.11).
CIRCUNCISÃO NA CARNE BATISMO ESPIRITUAL
Ritual da Lei (Lv 12.3; Gl 5.3) Doutrina da graça (Rm 6.3-5)
Involuntária (Gn 17.12-14) Voluntário (Rm 4.11)
Ato físico e humano (Lv 12.3; Gn 17.11-a) Ato espiritual e divino (Cl 2.11)
Simbolizava a separação do pecado (Gn
17.11-b)
Simboliza o sepultamento de uma
criatura irregenerada e seu,novo
nascimento (Cl 2.12)
Identidade do povo de Israel (Gn 17.10-
14; Êx 12.44-49)
Identidade da Igreja de Cristo (Gl 6.15;
Fp 3.3)
3.2.2 Os gnósticos. Uma heresia dos primórdios do cristianismo. O termo “gnose” do grego gnônis,
significa: “conhecimento, sabedoria”. Portanto, diz respeito a um “pretenso conhecimento da divindade
que, esotericamente, se transmite através da tradição e mediante vários ritos de iniciação”. Esse
movimento surgiu a partir de filosofias pagãs mais antigas que o próprio cristianismo, que floresceram na
Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Assim, o gnosticismo uniu a filosofia pagã com as doutrinas apostólicas
do cristianismo, tornando-se uma forte influência na igreja. Vejamos os dois grupos gnósticos e seus
pontos de vista e a perspectiva paulina quanto as suas doutrinas:
PONTOS DE VISTA DOS
GNÓSTICOS PERSPECTIVA PAULINA
1) A libertinagem exaltada.Certos
mestres gnósticos ensinavam que “a
libertinagem era a lei de Deus”. Como
o corpo era mau, devia ser entregue
desenfreadamente aos seus desejos, pois
isto não afetaria em nada o espírito.
Na visão de Paulo o homem é corpo,
alma e espírito (I Ts 5.23).Logo, não há
possibilidade de pecar com o corpo e não
prejudicar o espírito (Rm 8.8; II Co 7.1).
Ademais, o nosso corpo é templo
e morada do Espírito Santo (I Co
6.19,20).
2) O ascetismo exaltado. Eles
ensinavam que, por ser ocorpo
essencialmente mau, deveria ser
tratado comseveridade, regras rígidas,
flagelamento, privações, isolamento,
jejuns forçados, desprezo pelo
Para Paulo a salvação é pela graça
independente das obras da Lei(Rm 3.28;
Ef 2.8); De modo que apesar de ensinar
os cristãos a viverem no Espírito,
dominando a sua natureza caída (Rm
8.1; Gl 5.16), não lhes proibia casar para
4. casamento e pelo mundo material.
se satisfazerem sexualmente com o seu
cônjuge (I Co 7.1-4,7,9). O apóstolo não
ensinava que a vida do cristão deveria estar
IV – CARACTERÍSTICAS DOS INIMIGOS DA CRUZ
Paulo exortou os cristãos filipenses a seguirem seu exemplo e dos que procedem como ele (Fp 3.17). No
entanto, a cerca dos hereges, Paulo cita as indicações de como eles agem, a fim de que aqueles servos de
Deus soubessem fazer a diferença entre o verdadeiro e o falso. Eis algumas características dos inimigos
da cruz: (1) “cujo Deus é o ventre” (Fp 3.19-b) – como podemos ver , seu deus, ou seja, o objeto
supremo de sua preocupação, era o ventre. A referência não foi feita apenas à glutonaria, mas os excessos
sexuais; (2) “e cuja glória é para confusão deles” (Fp 3.19-c) – A glória dessa gente não consiste de
algum lugar nos lugares celestiais (Ef 1.3) e nem na cruz (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de Deus Pai (I
Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, no seu próprio intelecto ou em alguma realização que
consideram ser de extremado valor, mas que na opinião paulina “é para confusão deles”; (3) “que só
pensam nas coisasterrenas” (Fp 3.19-d) – Faltava a estes homens o desejo intenso pela aquisição das
coisas espirituais, pois faziam do próprio “eu” e das coisas terrenas o grande alvo da sua existência. Paulo
diz que o fim destes “é a perdição” (Fp 3.19-a).
CONCLUSÃO
Não são poucos aqueles que têm se levantado contra o verdadeiro evangelho de Cristo, pregando heresias
e tentando reduzir o cristianismo a dois perigosos extremos: legalismo e a libertinagem. Diante destes
dois desafios devemos como cristãos estar preparados para defender a nossa fé e nos
conservarmos “irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5.23).
REFERÊNCIAS
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.HAGNOS.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/