1. Saúde na Escola: O Trabalho Multidisciplinar na Prevenção e Controle de Sobrepeso e
Obesidade na Infância e Adolescência.
Autores: Adelita de Carvalho Castellano, Ana Claudia Tumelero, Fabiane Grandi Santos.
Introdução: Com o fenômeno da transição nutricional, o problema de saúde pública que
tinha foco na subnutrição vem cedendo seu lugar ao sobrepeso e obesidade. A obesidade é
uma doença com múltiplas causas: biológicas (genéticas e o metabolismo) e ambientais
(psicológicas, atividade física e hábito alimentar). Por ser multifatorial, o seu manejo é
bastante desafiador e a fase infantil é um agravante a mais, pois a terapia relaciona-se a
com mudança de hábitos, disponibilidade dos pais e ainda com a capacidade de
entendimento da criança quanto aos reais danos da doença. (MELLO, et al, 2004). Juntos, o
sobrepeso e a obesidade são o quinto maior fator de risco de mortalidade no mundo.
(SILVEIRA et al, 2011). Desta forma, o trabalho multidisciplinar teve como objetivo principal
intervir para controle e redução do sobrepeso e obesidade encontrados na Escola Municipal
de Ensino Fundamental Gina Guagnini do Município de Muitos Capões no ano de 2011.
Material e métodos: O Projeto intitulado Saúde na Escola foi coordenado pelos
profissionais de Educação Física, Nutrição e Psicologia da Secretaria Municipal de
Educação e foi destinado a alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Gina
Guagnini. As atividades em 2011 foram realizadas por 3 meses com encontros semanais em
turno inverso ao da aula. Em cada encontro os profissionais envolvidos trabalharam
individualmente aspectos relacionados a sua competência, tais como: educação nutricional,
práticas de exercícios físicos e apoio psicológico na mudança de comportamento.
Resultados e discussão: A avaliação antropométrica realizada em junho de 2011
encontrou um total de 23,2 % de sobrepeso e obesidade na Escola, sendo mais prevalente
no sexo feminino (16) do que no sexo masculino (8). Dos 23 indivíduos em desvio
nutricional, 6 apresentaram o diagnóstico de obesidade e 17 sobrepeso. Do total de
selecionados, 9 foram assíduos na participação até o final do ano letivo. O Projeto teve um
total de 15 encontros durante 3 meses (60 horas), classificado segundo o USPSTF com
intensidade moderada e abrangente porque incluiu os 3 elementos de aconselhamento.
Como resultado houve uma redução modesta na média de IMC (0,58 kg/m 2). Os trabalhos
considerados pelo USPSTF encontraram uma diferença de 1,9 – 3,3 kg/m2 em IMC médio
em 6-12 meses após o inicio do tratamento.
2. Gráfico 2: Variação individualizada do IMC
Média das variações individuais de IMC
IMC junho 40
35
IMC novembro
30
Diferença de 25
médias 20
15
10
5
0
-5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
IMC junho 21,8 20,2 24,2 27,9 26,1 21,7 27 22,2 34,7
IMC novembro 20,7 19,9 23,8 26,7 24,7 22 27,9 21,3 32,9
Diferença de médias 1,1 0,3 0,4 1,2 1,4 -0,3 -0,9 0,9 1,8
Individualmente, foram encontradas variações de IMC de até 1,8 kg/m 2 (9) e 2 indivíduos
obtiveram resultado negativo após o trabalho, apresentando uma piora no IMC, com um
ganho de 0,3 – 0,9 kg/m2 (6 e 7 respectivamente), (Gráfico 2). Estes 2 eram os que tinham
a menor idade no grupo. No aspecto qualitativo pode-se avaliar a mudança comportamental
em relação à inclusão de alimentos novos considerados essenciais à saúde, que no caso
dos participantes do projeto foram: leguminosas, frutas e verduras. Conclusões: Por se
tratar de uma doença complexa e multifatorial é necessário inovar no tratamento da
obesidade infantil, usando técnicas que tratem as causas do problema de forma eficaz e
prática. As medidas básicas de controle e modificação de hábitos alimentares devem ser
instituídas o mais precocemente possível para evitar que um hábito inadequado possa
ocasionar prejuízos e complicações na saúde do indivíduo. A cooperação no ambiente
familiar é de extrema importância no processo. As intervenções realizadas em grupo
podem beneficiar um número maior de sujeitos e otimizar o trabalho por parte dos
profissionais.
Referências bibliográficas:
MELLO, E. et al. Atendimento ambulatorial individualizado versus programa de educação
em grupo: qual oferece mais mudança de hábitos alimentares e de atividade física em
crianças obesas? Rio de Janeiro: Jornal de Pediatria, 2004. vol 80, nº 6, pag. 468-74.
MELLO, E. et al. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Rio de Janeiro: Jornal de
Pediatria, 2004. vol 80, nº 3.
SILVEIRA, A.C. et al. A efetividade de intervenções de educação nutricional nas escolas
para prevenção e redução do ganho excessivo de peso em crianças e adolescentes: uma
revisão sistemática. Rio de Janeiro: Jornal de Pediatria, 2011. Vol. 87, nº 5.
FORÇA TAREFA DE SERVIÇOS PREVENTIVOS DOS EUA. Triagem para obesidade em
crianças e adolescentes: Declaração de recomendação da Força tarefa de serviços
preventivos dos EUA. Pediatrics (ed. bras.), 2010. vol. 14, nº 6.