O documento descreve os procedimentos de pré-dipping e pós-dipping realizados nos tetos de vacas antes e depois da ordenha. O pré-dipping consiste em imergir os tetos em solução antisséptica por cerca de 15 segundos para reduzir a contagem bacteriana antes da ordenha. O pós-dipping é realizado após a ordenha e tem o objetivo de desinfectar os tetos e remover resquícios de leite para evitar novas infecções.
Pré-dipping: desinfecção dos tetos antes da ordenha
1. O que é o dipping?
O dipping consiste na imersão do teto em determinada substância antisséptica para prevenir infecções na
glândula mamária. Esse procedimento é dividido em duas etapas: o pré e o pós dipping.
O que é o pré-dipping?
Como realizar o pré-dipping?
O primeiro passo é realizar o teste da caneca de fundo preto, que consiste em verificar os três
primeiros jatos de leite de cada teto, observando se há alguma alteração no leite, como presença de grumos
ou sangue. Constando qualquer alteração, o leite deste animal deverá ser descartado e deve-se iniciar
tratamento para o problema.
Para a realização do pré-dipping, deve-se adquirir um produto de qualidade e que seja efetivo,
comprado em locais especializados e com a recomendação de um médico veterinário.
Após a lavagem inicial dos tetos em casos de animais que chegam com o úbere com lama ou fezes,
deve-se aplicar o produto em cada teto separadamente, tentando atingir a maior área de cobertura possível
e deixando-o submerso por cerca de 15 a 20 segundos.
Após a aplicação, o recomendado é deixar o produto agir por cerca de 20 segundos e após esse
tempo, enxugar o teto com papel toalha descartável. Não se deve utilizar o mesmo papel toalha para secar
tetos diferentes, pois caso algum teto esteja contaminado, não irá disseminar a contaminação para os outros
tetos.
O procedimento deve ser realizado em todos os animais, e após a realização, a ordenha pode ser iniciada.
Com o término da ordenha, os animais devem passar por outro procedimento de desinfecção dos
tetos, conhecido como pós-dipping.
O pré-dipping é um procedimento realizado antes da
ordenha, que consiste em imergir os tetos das vacas em
produto antisséptico, para a desinfecção. A intenção é deixar
os tetos submersos por cerca de 15 segundos, para que carga
de microrganismos residentes no local diminua, reduzindo o
número de bactérias neste local que possam contaminar o
leite.
Quanto menor a quantidade de bactérias presente nos tetos,
menos quantidade bacteriana é passada ao leite, sendo dessa
forma, um fator que diminui a quantidade de CCS (contagem
de células somáticas) no tanque de leite.
Pré-dipping e Pós-dipping
2. O que é o pós-dipping?
O pós-dipping é um procedimento de desinfecção após a realização da ordenha. O objetivo desse manejo é,
além de evitar novas infecções ente as ordenhas, retirar o resto de leite que fica nos tetos após a ordenha.
Como realizar o pós-dipping?
Qual produto utilizar para realizar o Pré e o Pós dipping?
Vários princípios ativos estão disponíveis comercialmente para utilização no pré e pós-dipping, entre eles:
Iodo;
Ácido lático;
Cloro;
Peroxido de hidrogênio;
Clorexidina;
Compostos fenólicos;
Ácido dodecil benzeno sulfônico (ADBC)
A escolha de qual agente será utilizado depende de fatores como:
Tempo de validade do produto;
Estabilidade que oferece;
Segurança para os animais e ordenhadores;
Possibilidade ou não, de interação com outros produtos;
Custo-benefício;
Variação da eficiência de acordo com os patógenos.
Uma dica pós ordenha para evitar que bactérias entrem em contato com os tetos, é alimentar os
animais, dessa forma, eles ficarão de pé evitando contato dos tetos com o chão, que pode estar contaminado.
O tempo que o animal leva se alimentando, é o suficiente para que ocorra o fechamento natural dos canais
dos tetos, evitando assim a contaminação.
Fonte: Milkpoint, adaptação Emater/RS
O ideal é que este manejo seja realizado pouco tempo após o
término da ordenha, evitando que qualquer tipo de
microorganismo chegue ao úbere.
Da mesma maneira que no pré-dipping, deve-se imergir os
tetos em solução indicada, buscando maior área de cobertura
possível, realizando assim a desinfecção e a retirada de
qualquer resquício de leite do local. O produto gera uma
camada de proteção para evitar que bactérias entrem pelo
canal do teto que, devido a ordenha realizada recentemente,
estará aberto e exposto.
Frederico Modri Neto
Méd. Veterinário
CRMV/RS 10.060