O documento fornece orientações sobre como amenizar a escassez de pasto no período de março a junho na Região Sul do Brasil através da semeadura tardia de forrageiras anuais de verão como milheto, capim-sudão e híbridos de sorgo após a colheita de grãos de verão ou silagem, ou da antecipação da semeadura de espécies anuais de inverno como aveias, centeio e trigo. A proposta é fornecer forragem de alto valor nutricional nesse
Dados espaciais em R - 2023 - UFABC - Geoprocessamento
Orientação para amenizar vazio outonal
1. Orientação sobre como amenizar a escassez de
pasto no vazio outonal
Na produção agropecuária da Região Sul o período de março a junho é conhecido como vazio
forrageiro outonal, quando as pastagens de verão estão com baixo crescimento, fibrosas e com baixa
qualidade, e as pastagens de inverno ainda não estão prontas para serem pastejadas. Uma alternativa
para proteger do sol, logo após as colheitas de verão e aumentar a oferta de alimentos para bovinos, é
realizar a semeadura tardia com espécies de verão ou a antecipação de espécies de inverno, visando
forragem de alto valor nutritivo em sistema de integração lavoura-pecuária.
Neste momento, fim do mês de fevereiro, muitos produtores da Região Sul estão trabalhando na
colheita de verão, principalmente milho e soja, e já fizeram a silagem de milho. Após a colheita, o solo
acaba ficando descoberto até as primeiras semeaduras de inverno, a partir de maio. Outro problema
ainda maior é a escassez de pasto, já que as pastagens de verão estão com pouco crescimento,
envelhecidas e com baixo valor nutricional. Uma alternativa para proteger o solo, na transição das
culturas de verão e inverno, e aumentar a oferta de alimentos de boa qualidade para bovinos, é a
semeadura de forrageiras anuais de verão, como milheto, capim-sudão, híbridos de sorgo e milho
comum em alta densidade.
De acordo com Renato Fontaneli, pesquisador da Embrapa Trigo, a proposta é de semeadura
tardia dessas forrageiras anuais de verão em dezembro/janeiro/fevereiro, após uma safra de grãos
(feijão, milho ou soja) ou silagem.
– Embora seja inegável o menor potencial produtivo dessas forrageiras do que quando semeadas em
setembro/outubro, elas oferecerão forragem de elevado valor nutritivo durante o vazio forrageiro
outonal, ideal para suprir as demandas de animais mais exigentes, como vacas leiteiras, novilhas de
reposição, vacas de primeira cria e mesmo engorda de novilhos.
Conforme resultado da pesquisa, a semeadura escalonada de forrageiras anuais de verão, com
intervalos de 4 a 5 semanas, pode propiciar 5 meses de pastejo. A proposta é usar áreas que já renderam
uma colheita de grãos ou silagem, e estabelecer uma safrinha de forragem para ser utilizada de março a
maio/junho, até a ocorrência de geadas, em pastejo, colhida verde para fornecimento no cocho ou
mesmo ensilada.
Na orientação prática, nas áreas liberadas cedo (janeiro/fevereiro) pela colheita de grãos,
sugere-se semear milheto, sorgos, capim-sudão ou milho grão em alta densidade (de 150 mil a 300 mil
plantas por hectare, algo em torno de 50 kg de grãos de milho por hectare).
Na antecipação da semeadura de espécies anuais de inverno, nos meses de março/abril, podem
ser utilizadas aveias, centeio, triticale, cevada e trigo. Quando semeadas logo após a colheita de verão,
essas espécies podem produzir forragem durante todo o outono e inverno.
Fonte: Pesquisador Renato Fontanelli – Pareceria Emater/RS.
Frederico Modri Neto
Méd. Veterinário
CRMV/RS 10.060