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11
QUEBRANDO A CUCA COM CALCULADORAS: POSSIBILIDADES PARA AULAS DE
MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL1
RACKING ONE'S BRAIN WITH CALCULATORS BROKEN: POSSIBILITIES FOR MATHEMATICS CLASSES IN
THE EARLY YEARS OF ELEMENTARY SCHOOL
 Everaldo Gomes Leandro (UFSCar – everaldogomesleandro@hotmail.com)
 Cármen Lúcia Brancaglion Passos (UFSCar – carmenpassos.ufscar@gmail.com)
Resumo:
Neste artigo, objetivamos apresentar possibilidades de utilização de calculadoras nos
anos iniciais do Ensino Fundamental para a compreensão de propriedades do sistema de
numeração decimal e das quatro operações aritméticas e para o desenvolvimento de
estratégias de cálculo mental. Partimos da compreensão da necessidade de utilização
das calculadoras em aulas de matemática nos anos iniciais para a apresentação de
possibilidades em relação às: (1) funcionalidades da calculadora; (2) primeiras
investigações das crianças com a calculadora; (3) quatro operações aritméticas, ao
sistema de numeração decimal e ao desenvolvimento de estratégias de cálculo mental
por meio de operações realizadas em uma calculadora quebrada. As possibilidades
apresentadas buscam incentivar professores, que ensinam matemática nos anos iniciais,
a incluírem gradualmente diferentes tecnologias em suas aulas, entre elas a calculadora.
Palavras-chave: Educação Matemática nos anos iniciais, calculadoras, sistema de
numeração decimal, operações aritméticas, cálculo mental.
Abstract:
In this paper, we present possibilities of using calculators in the initial years of
elementary school for the understanding of the properties of the decimal number system
and of the four arithmetic operations and for the development of mental calculation
strategies. We begin with the understanding of the need to use calculators in
mathematics classes in the early years to present possibilities in relation to: (1) calculator
functionalities; (2) first investigations of children with the calculator; (3) four arithmetic
operations, the decimal number system, and the development of mental calculation
strategies through operations performed on a broken calculator. The possibilities
presented seek to encourage teachers, who teach mathematics in the early years, to
gradually include different technologies in their classes, among them the calculator.
Keywords: Mathematics education in the early years, calculators, decimal number
system, arithmetic operations, mental calculation.
1
Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Processo
nº: 140220/2017-8.
22
1. Introdução
Calculadoras eletrônicas talvez sejam artefatos tecnológicos questionados com maior
intensidade, ao lado do celular, em relação à utilização em sala de aula. Os questionamentos
surgem, entre outros fatores, da crença de que esse instrumento atrapalha o processo de
aprendizagem dos estudantes e do desconhecimento das possibilidades de utilização de tal
tecnologia pelos professores.
Essa forma de dar sentido, à utilização de calculadoras, parte do pressuposto que o
instrumento, por si só, tem a capacidade de levar os sujeitos à construção ou não de
conhecimentos. Essa forma ingênua de pensamento desconsidera o planejamento do
professor, os momentos de aula em que a tecnologia é proposta e os objetivos específicos
que serão alcançados com a utilização da tecnologia.
Em aulas de matemática somam-se, a essa forma de pensamento, os próprios
sentidos atribuídos pelos sujeitos à matemática. Compreender a matemática enquanto uma
ciência dura e despida de processo histórico, em que prevalecem procedimentos e
algoritmos em detrimento da compreensão, favorece o entendimento de que calculadoras
atrapalham a aprendizagem na medida em que realizam os procedimentos e algoritmos no
lugar do estudante.
No sentido oposto, entendemos que calculadoras em aulas de matemática podem
auxiliar, entre outras coisas, na compreensão do sistema de numeração decimal e das
quatro operações aritméticas, bem como auxiliar o desenvolvimento de estratégias de
cálculo mental dos estudantes. Defendemos também que as calculadoras se fazem
necessárias em sala de aula quando existem situações-problema que não deixam de ser
situações-problema quando da utilização da calculadora.
Neste artigo, nossas discussões centram-se na problemática do desconhecimento das
possibilidades de utilização das calculadoras em aulas de matemática. Nesse sentido,
objetivamos apresentar possibilidades de utilização de calculadoras nos anos iniciais do
Ensino Fundamental para a compreensão de propriedades do sistema de numeração
decimal e das quatro operações aritméticas e para o desenvolvimento de estratégias de
cálculo mental.
Para apresentar tais possibilidades, a metodologia de pesquisa utilizada consistiu em
quatro momentos: (1) elaboração, por parte dos pesquisadores, das tarefas para o trabalho
com a calculadora nos anos iniciais; (2) reflexão conjunta com professores em formação
inicial do curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sobre a
proposta; (3) análise interpretativa da reflexão conjunta e mudanças que poderiam ser
realizadas nas tarefas propostas; (4) organização e escrita sobre as possibilidades existentes
na utilização das calculadoras nos anos iniciais.
Este artigo é o resultado deste percurso metodológico e busca como interlocutores
principais as professoras e os professores que procuram conhecer possibilidades de
utilização de calculadoras nos anos iniciais. As possibilidades apresentadas objetivam o
processo de “quebrar a cuca”, expressão essa que designa a ação de pensar muito sobre
determinado tema e de dedicar-se para encontrar solução para os problemas. Nesse
sentido, estruturamos o texto em três momentos pelos quais: (1) buscamos discutir os
motivos que levam à defesa da utilização de calculadoras em aulas de matemática; (2)
33
apresentamos possibilidades de utilização de calculadoras em aulas de matemática dos anos
iniciais do Ensino Fundamental e; (3) tecemos nossas considerações finais.
2. Calculadoras em aulas de matemática
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) têm-se a indicação da necessidade de
inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas salas de aula da educação
básica, pois:
As tecnologias, em suas diferentes formas e usos, constituem um dos
principais agentes de transformação da sociedade, pelas modificações que
exercem nos meios de produção e por suas consequências no cotidiano das
pessoas. (BRASIL, 1998, p.43)
Há pelo menos duas décadas, em aulas de matemática, os PCN defendem a inclusão
das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem, pois estas contribuem para a
relativização da importância do cálculo mecânico e da simples manipulação simbólica na
medida em que as tecnologias realizam esses cálculos de modo mais rápido e eficiente. Os
PCN indicam que as tecnologias podem desenvolver um crescente interesse nos alunos pela
realização de projeto e atividade de investigação e exploração, além de evidenciar outras
formas de representação e o papel da linguagem gráfica na resolução de problemas. Por fim,
os PCN recomendam ainda a utilização das tecnologias, pois estas permitem que os alunos
também construam uma visão mais completa da natureza da atividade matemática, além de
desenvolverem atitudes positivas diante de seu estudo (BRASIL, 1998).
No mesmo sentido dos PCN, o documento com os elementos conceituais e
metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem para o ciclo de alfabetização
salienta a importância de utilização das TIC em aulas de matemática e cita as calculadoras,
planilhas e softwares como alguns dos recursos possíveis (BRASIL, 2012, p.64).
Cabe ponderar que a necessidade de inserção das TIC vai além da indicação de
documentos reguladores. No momento em que consideramos que na produção de
conhecimentos sempre há alguma mídia associada (BORBA; PENTEADO, 2003, p.13) então,
em sala de aula, as tecnologias tornam-se ferramentas potencializadoras e viabilizadoras de
ambientes de aprendizagem e de produção de conhecimentos (MALTEMPI, 2005).
A necessidade de inserção das TIC passa também pela consideração dos perfis dos
sujeitos presentes atualmente em sala de aula: os nativos digitais. Palfrey e Gasser (2011)
utilizam o termo nativo digital para caracterizar os sujeitos nascidos, na chamada era digital,
após 1980. O nativo digital possui:
[...] uma identidade virtual, pois passam a maior parte do tempo
conectados através das redes sociais, blogs, jogos online, em meio às
inovações tecnológicas. Nesses espaços socializam, se expressam
criativamente e compartilham ideias e novidades. Desse modo, muitos
nativos digitais não distinguem o online do off-line. (SANTOS et al., 2011, p.
15845)
44
Compreendemos que uma educação pensada para esses sujeitos precisa levar em
conta o uso de tecnologias em sala de aula, porém entendemos que o processo de inserção
das tecnologias não acontece do dia para a noite. Enquanto processo, não é possível que,
pela imposição, gere resultados significativos. Para nós, também não é possível conceber
práticas com tecnologias sem compreender as possibilidades de utilização. Entendemos que
ao compreender tais possibilidades, os sentidos e as ações de professores em relação às TIC
podem se modificar e a utilização vir a acontecer.
Em relação às calculadoras, em particular, esses sentidos podem estar respaldados
em ideias que influenciam na não utilização desse instrumento pelos professores.
Uma das primeiras ideias que surgem é a de que a calculadora impossibilitará o
aprendizado dos conceitos de número, sistema decimal e suas operações. Porém, as
(im)possibilidades do aprendizado desses conceitos vão muito além da utilização ou não da
calculadora.
Van de Walle (2009, p.131) compreende que é mais importante argumentar ou
resolver problemas do que o desempenho nas tediosas operações a mão que não envolvem
o pensar. Concordamos também que
[...] a calculadora não opera por si mesma e que os alunos precisam decidir
o que realizarão com o auxilio desse recurso e, assim, essa ferramenta não
restringe a autonomia dos alunos em decidirem quais os procedimentos
que adotarão para a resolução de determinado problema (SELVA; BORBA,
p.11, 2010)
Desse modo, o argumento de que os estudantes ficariam dependentes das
calculadoras e se tornariam preguiçosos não se sustenta. A partir do planejamento do
professor, a calculadora pode se tornar um instrumento pelo qual os estudantes devem
interpretar dados, decidir a melhor maneira de resolver um problema e entender os
resultados que aparecem no visor, por exemplo.
Outra ideia que surge e que sustenta a não utilização de calculadoras em sala de aula
é a de que os estudantes “devem aprender o ‘modo real’ antes de usar calculadoras” (VAN
DE WALLE, 2009, p.131). Porém o lápis, o papel, as regras e algoritmos para se calcular, que
são considerados “modos reais”, contribuem pouco para a compreensão. Por outro lado,
calculadoras são rotineiras no dia-a-dia, assim constituem um modo legítimo para se
calcular.
Defendemos que os algoritmos, por exemplo, precisariam ser ensinados mais
tardiamente por se constituírem em sínteses lógicas de longos processos históricos. O
algoritmo permite encontrar as soluções de forma mais fácil, mas pode dificultar o processo
de compreensão das relações numéricas, por exemplo. De acordo com Fontes (2010, p.36):
Quando se ‘atropela’ a aprendizagem com o ensino de algoritmos antes do
domínio do cálculo, não se trabalha sua lógica, somente sua sequência e
regras e, por se tratar de um conhecimento não questionado, apenas
memorizado, unilateral, pode bloquear o raciocínio, não permitindo que se
realize o estabelecimento de relações [...].
55
Ao contrário da memorização de algoritmos, a resolução de problemas constitui a
base do ensino de Matemática atualmente, pois “a maioria, senão todos, dos conceitos e
procedimentos matemáticos podem ser ensinados melhor através da resolução de
problemas” (VAN DE WALLE, 2009, p. 57). Todavia, existem alguns problemas que requerem
cálculos que podem distrair a atenção do sujeito do significado do problema em questão.
Assim, a calculadora pode se inserir como material de apoio nesse contexto.
Concordamos com Van de Walle (2009, p. 132) que “as calculadoras devem estar nas
escrivaninhas dos estudantes a toda hora desde a educação infantil até o ensino médio”.
Desse modo, buscamos, no próximo tópico, apresentar possibilidades de utilização das
calculadoras especificamente para os anos iniciais do Ensino Fundamental, considerando
que tais possibilidades podem se estender para outros níveis de ensino.
3. Calculadoras em aulas de matemática dos anos iniciais do Ensino
Fundamental: possibilidades
3.1 Conhecendo as funcionalidades da calculadora
Nos anos iniciais do Ensino fundamental a apresentação das funcionalidades da
calculadora pode colocar a criança diante de uma tecnologia que talvez não conheça e
suscitar novas formas de uso para as crianças que já conheçam essa ferramenta.
As calculadoras comuns, das habitualmente encontradas em papelarias e em
celulares, têm as seguintes teclas básicas:
Figura 1: teclas comuns em calculadoras.
Fonte: Leandro (2014).
Entendemos que uma primeira possibilidade de discussão com as crianças seja em
relação à identificação e à disposição das teclas nas calculadoras. Essa discussão fará com
que as crianças percebam que as teclas e suas disposições se modificarão dependendo de
cada calculadora. Nos anos iniciais a ênfase recai na identificação das teclas com as
representações dos algarismos de 0 a 9, das teclas das operações de adição, subtração,
66
divisão e multiplicação, das memórias (aditiva M+, subtrativa M-, que retorna o valor
guardado e limpa o valor MRC), da igualdade, de limpar e de desligar (caso tenha).
A apresentação dos símbolos das operações de adição, subtração, divisão e
multiplicação se tornam necessárias, pois em algumas calculadoras o símbolo pode diferir da
forma como o professor ensinou em sala de aula ou da forma que se apresenta na resolução
de problemas numéricos por meio de algoritmos. Essa distinção também pode ocorrer com
o símbolo para números decimais “.” ou “,”.
As teclas de memória, por sua vez, podem criar diferentes possibilidades de trabalho
nos anos iniciais e por isso entendemos que sua apresentação para as crianças se torna
importante. Os símbolos das teclas de memória, dependendo da calculadora, podem ser os
seguintes: MRC, MR ou MC, M+ e M-. As teclas MRC, MR ou MC retornam, quando
apertadas, os resultados das operações realizadas e guardadas.
As teclas de memória podem ser utilizadas em situações em que é necessário
guardar valores de cálculos parciais que serão utilizados posteriormente para algum fim.
Uma situação em que essas teclas podem ser utilizadas é na compra de produtos em
supermercados.
Imaginemos que uma pessoa tenha o acesso a uma calculadora e que essa
calculadora tenha as seguintes teclas de memória: MRC, M+ e M-. Dado que uma pessoa
precise comprar produtos em diferentes seções do supermercado e queira saber o valor
exato da compra antes de passar no caixa ela pode utilizar as teclas de memória. Para não
correr o risco de esquecer os valores ou apertar botões que possam apagar as operações
parciais realizadas no decorrer da compra, essa pessoa pode realizar os seguintes
procedimentos na calculadora:
Figura 2: Procedimentos na calculadora.
Fonte: elaboração dos autores.
77
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental as propostas de feirinhas de compra e
venda, em que as crianças compram e vendem para seus coleguinhas produtos fictícios
representados por cartões, podem levar em conta a utilização da calculadora e suas teclas
de memória, por exemplo.
3.2 As primeiras investigações com calculadoras nos anos iniciais
A partir do conhecimento das funcionalidades básicas da calculadora uma
possibilidade de discussão conjunta com as crianças pode ser proposta a partir das seguintes
perguntas: Qual o maior numeral que podemos representar na calculadora? E o menor?
Essa discussão faz com que as crianças investiguem as limitações de suas
calculadoras e indica para o professor a compreensão que as crianças têm sobre o sistema
de numeração decimal e dos conjuntos numéricos. As respostas das crianças, nos diferentes
níveis dos anos iniciais do Ensino Fundamental, podem variar de 0 e 1 até -99.999.999 para
responder a segunda pergunta e de 11.111.111 a 99.999.999 para responder a primeira
pergunta (a depender da quantidade de dígitos possíveis de representação no visor). Uma
possibilidade para encontrar valores maiores ou menores que esses na calculadora é utilizar
as operações aritméticas. O produto da multiplicação de 99.999.999 x 99.999.999, se a
calculadora for capaz de representar, será maior do que somente montar um número pelo
simples apertar das teclas dos algarismos. Algumas calculadoras podem apresentar no visor
o símbolo E (erro) ou notações cientificas na base 10 ou com o número de Euler (e) quando o
número for muito grande ou muito pequeno, assim cabe discutir com as crianças que o
número é muito grande ou muito pequeno e a calculadora não consegue representá-lo ou
necessita de outra forma de representação que as crianças estudarão em outro momento da
escolarização.
Outra possibilidade para as primeiras investigações com calculadoras é o de, dada
uma operação do tipo 1+1=, apertar diversas vezes a tecla = acrescentando, a cada vez que
pressionada, uma unidade. O objetivo é que a criança descubra qual o resultado que
aparecerá no visor antes de apertar a tecla de igualdade. Dessa investigação podem surgir
perguntas do tipo: Se apertarmos na calculadora 1+3 = e apertar o = novamente. O que
apareceu desta vez? O que a calculadora fez então?
Outra questão que pode ser feita é: antes de realizar na calculadora a seguinte
operação 7+7=__=__=__=__=__=__=__=__, qual será o resultado que aparecerá no visor?
Essa última questão também possibilita que o estudante perceba a necessidade da tabuada
do sete para a resolução mais ágil e a necessidade de utilizar alguma estratégia pessoal de
cálculo mental para sua resolução, mesmo que em algum momento empregue o cálculo
escrito para anotações de respostas parciais.
3.3 Calculadoras quebradas para a compreensão do sistema de numeração decimal, das
quatro operações aritméticas e do desenvolvendo de estratégias de cálculo mental
Ao pensamos na continuidade do trabalho com calculadoras nos anos iniciais,
percebemos que o desenvolvimento de estratégias de cálculo mental pode acontecer a
partir da utilização da calculadora. Entendemos que o desenvolvimento dessas estratégias
pode se dar atrelado a compreensão de propriedades do sistema de numeração decimal e
88
das quatro operações aritméticas de adição, subtração, multiplicação e divisão. Uma
possibilidade para alcançar esses objetivos com as crianças nos anos iniciais é a calculadora
quebrada.
Apoiados nos estudos de Carraher, Carraher e Schliemann (2006), Coll e Teberosky
(2000), Selva e Borba (2010) e Parra (1996), a ideia da calculadora quebrada consiste em
imaginar que, por alguma razão, algumas das teclas não estão funcionando e mesmo assim
será necessário utilizar essa calculadora. Nos anos iniciais é interessante encobrir as teclas
quebradas com pedacinhos de papel autoadesivos (post-it) para que as crianças percebam
qual tecla está quebrada em determinada situação.
Por meio de quatro situações-problema discutiremos a seguir as possibilidades de
desenvolvimento de estratégias de cálculo mental e de compreensão de algumas
propriedades do sistema de numeração decimal e das operações aritméticas nos anos
iniciais.
1ª Situação: O algarismo 2 de nossa calculadora está quebrado:
Figura 3: Tecla do 2 quebrada.
Fonte: PoliKalc2
.
Como podemos mostrar os numerais 12, 21, 2121 e 2211 na calculadora?
Há diferentes formas de resolução pelas crianças, focaremos e analisaremos as
resoluções recorrentes, identificando os pensamentos e conceitos que podem ser
mobilizados.
2 Software disponível em: http://polikalc.blogspot.com.br/.
99
Ao tentar mostrar o numeral 12 no visor, por exemplo, é possível pensar nas
operações que auxiliarão nesse trabalho. Uma das primeiras operações que vem à mente é a
adição. O domínio dessa ou de outra operação aritmética dará o caminho para a resolução.
Porém, antes de utilizar a calculadora, a criança precisará utilizar alguma estratégia de
cálculo mental para prever os procedimentos que executará na máquina.
Carraher, Carraher e Schliemann (2006) identificaram a decomposição e
reagrupamento em torno de 10, 100, 1000... como uma das estratégias de cálculo mental
comumente utilizada e Parra (1996) o reagrupamento em torno de um dobro como uma
outra estratégia. Entendemos que as estratégias de cálculo mental são individuais e assim
podem surgir as mais diversas. O momento de socialização das resoluções das crianças pode
tornar-se espaço privilegiado para que as crianças conheçam outras estratégias de cálculo
mental.
Por meio dessa primeira situação as crianças também estarão em contato com uma
característica do sistema de numeração decimal: o valor posicional. A diferença entre os
numerais 12 e 21 é revelada na medida em que estratégias de cálculo mental são utilizadas
para que os numerais apareçam no visor. Os processos de decomposição e reagrupamento
evidenciam que as posições dos algarismos que farão com que o 1 e o 2 possam ser
considerados uma e duas unidades ou uma e duas dezenas, respectivamente.
Outra ideia trazida por essa situação é a da capacidade da criança reconhecer e
comparar os números: o senso numérico. 21 é maior que 12 e 2211 é maior que 2121. Além
do ser humano, outros animais também têm o senso numérico para pequenas quantidades.
Nos seres humanos, essa capacidade auxilia no reconhecimento de números maiores e ajuda
a resolver os problemas, como o apresentado pela 1ª situação.
1010
2ª Situação: Agora são as teclas 2 e 5 que estão quebradas:
Figura 4: Teclas do 2 e 5 quebradas.
Fonte: PoliKalc.
Como podemos mostrar os numerais 25, 152 e 2015 na calculadora e com o menor
número de passos possíveis?
A segunda situação diferencia-se da primeira por ter dois algarismos quebrados na
calculadora e exigir o menor número de passos possíveis (menor número de operações
possíveis). Ao tomarmos o numeral 25 como exemplo é possível que apareça, entre outras,
as seguintes soluções:
A exigência do menor número de passos possíveis inviabiliza a solução que utiliza
decomposição em unidades e dezenas e faz com que a criança busque outras estratégias de
cálculo mental e refine sua solução. Os cientistas da computação, por exemplo, ao
programarem, estão diante da exigência da solução ótima para problemas (solução possível
que otimiza os processos), pois essa solução acarreta em menor esforço computacional.
Portanto, a habilidade de encontrar soluções com menor número de passos permite que a
criança pense em outras operações, nas propriedades do sistema de numeração e nas
estratégias de cálculo mental que melhor a auxiliarão.
1111
3ª Situação: A tecla 7 está quebrada:
Figura 5: Tecla do 7 quebrada.
Fonte: PoliKalc.
Como faremos na calculadora 17x27?
A 3ª situação mostra que diferentes questões podem ser elaboradas com a
calculadora quebrada. A multiplicação em questão, 17x27, pode ser repensada dependendo
do ano em que a criança está e dos conhecimentos que tem em relação à operação de
multiplicação, mas uma das possíveis soluções para o problema em questão pode ser:
Nesse problema, a propriedade distributiva da multiplicação, mesmo que não
nomeada com esse nome para as crianças, pode auxiliar na resolução. Além das estratégias
mentais utilizadas e da calculadora, poderá ser utilizado pela criança um papel para anotar
os resultados parciais encontrados.
É tentador querer saber o produto resultante da multiplicação desses dois numerais
antes de encontrar uma estratégia para resolvê-la. Porém, nesse caso, utilizar uma
estratégia de cálculo aproximado pode ser proposta para que a criança possa avaliar se a
resposta encontrada na calculadora é condizente com a grandeza do numeral que encontrou
ao realizar o cálculo aproximado.
1212
O cálculo aproximado é geralmente realizado mentalmente, há a substituição dos
números por outros mais fáceis de calcular, o resultado obtido não precisa ser exato, mas o
mais próximo do exato e o resultado será diferente dependendo da pessoa que realizar o
cálculo (COLL; TEBEROSKY, 2000). Nesse sentido, propor o cálculo aproximado para estimar,
ajuda a criança a recorrer a uma forma de solução diferente da forma presente no algoritmo
usual da multiplicação.
4ª Situação: A calculadora está toda quebrada, restaram as seguintes teclas:
Figura 6: Teclas da calculadora funcionando: 2, 3, +, x, Limpar e =.
Fonte: PoliKalc.
Mostre no visor da calculadora os seguintes numerais 6, 7, 8, 15, 23, 50.
A quarta situação, ao contrário da anterior, indica os resultados que as crianças
precisam encontrar, porém com maiores restrições. Esse tipo de situação possibilita a
utilização de diferentes formas de estratégia de cálculo mental para encontrar cada um dos
números.
A estratégia de tentativa e erro também pode aparecer na resolução desse tipo de
situação, pois alguns numerais dificultam a visualização imediata de uma resolução. Nessa
situação em específico, os números ímpares podem gerar tal dificuldade.
1313
4. Considerações Finais
Compreendemos que as possibilidades de utilização da calculadora nos anos iniciais
são diversas e nesse texto apresentamos algumas. Entendemos que a utilização da
calculadora é possível nos anos iniciais se inserida, não para realizar o trabalho intelectual
pelo aluno, mas para ajudá-lo a “quebrar a cuca”.
Ao “quebrar a cuca” as crianças desenvolvem e mobilizam estratégias de cálculo
mental que a auxiliam e a auxiliarão a construir conhecimentos não somente no campo da
aritmética, mas também da álgebra e da geometria com o intuito final de tornarem-se
“resolvedores” de problemas.
Ao professor que ensina matemática nos anos iniciais, reforçamos o convite de
utilizar calculadoras em suas aulas. A utilização não precisa acontecer da noite para o dia.
Prezar a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis, como nos ensina Manoel de
Barros, pode ser um dos caminhos possíveis para inserção de TIC em aulas de Matemática e
também se constituir em uma forma do professor experimentar quais tecnologias geram
resultados significativos em suas aulas e quais não.
5. Referências
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto
Ciclos do Ensino Fundamental – Matemática. MEC: Brasília, 1998.
_________. Elementos conceituais e Metodológicos para definição dos direitos de
aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos) do Ensino
Fundamental. MEC: Brasília, 2012
BORBA, M. de C. PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 3ª ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
CARRAHER, T. CARRAHER D, D. SCHLIEMANN, A. Na vida dez, na escola zero. 14. ed. São
Paulo: Cortez, 2006.
COLL, C.; TEBEROSKY, A. Cálculo Mental Exato e Estimado. In: Aprendendo Matemática:
Conteúdos essenciais para o ensino fundamental de 1ª a 4ª série. São Paulo: Ática, 2000.
LEANDRO, E. G. Polikalc: a criação de um objeto de aprendizagem para o ensino de cálculos
aritméticos no ensino fundamental. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal
de Lavras: 2014.
FONTES, C. G. O valor e o papel do cálculo mental nas séries iniciais. Dissertação de
Mestrado: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
MALTEMPI, M. V. Novas Tecnologias e Construção de Conhecimento: Reflexões e
Perspectivas. In: V Congresso Ibero-americano de Educação Matemática. Porto: 2005.
PALFREY, J. GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos
digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011.
PARRA, C.; SAIZ, I. Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
SANTOS, M. et all. Imigrantes ou nativos digitais: Um dilema ou desafio na educação? IN:
Anais do X Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. Curitiba, 2011. Disponível em:
1414
<http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5409_3781.pdf>. Acessado em: 23 de nov. de
2017.
SELVA, A. C. V.; BORBA, R. E. S. R. O uso da calculadora nos anos iniciais do ensino
fundamental. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.
VAN DE WALLE, J. Matemática no ensino fundamental: formação de professores e aplicação
em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.

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Calculadoras na Educação Matemática

  • 1. 11 QUEBRANDO A CUCA COM CALCULADORAS: POSSIBILIDADES PARA AULAS DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL1 RACKING ONE'S BRAIN WITH CALCULATORS BROKEN: POSSIBILITIES FOR MATHEMATICS CLASSES IN THE EARLY YEARS OF ELEMENTARY SCHOOL  Everaldo Gomes Leandro (UFSCar – everaldogomesleandro@hotmail.com)  Cármen Lúcia Brancaglion Passos (UFSCar – carmenpassos.ufscar@gmail.com) Resumo: Neste artigo, objetivamos apresentar possibilidades de utilização de calculadoras nos anos iniciais do Ensino Fundamental para a compreensão de propriedades do sistema de numeração decimal e das quatro operações aritméticas e para o desenvolvimento de estratégias de cálculo mental. Partimos da compreensão da necessidade de utilização das calculadoras em aulas de matemática nos anos iniciais para a apresentação de possibilidades em relação às: (1) funcionalidades da calculadora; (2) primeiras investigações das crianças com a calculadora; (3) quatro operações aritméticas, ao sistema de numeração decimal e ao desenvolvimento de estratégias de cálculo mental por meio de operações realizadas em uma calculadora quebrada. As possibilidades apresentadas buscam incentivar professores, que ensinam matemática nos anos iniciais, a incluírem gradualmente diferentes tecnologias em suas aulas, entre elas a calculadora. Palavras-chave: Educação Matemática nos anos iniciais, calculadoras, sistema de numeração decimal, operações aritméticas, cálculo mental. Abstract: In this paper, we present possibilities of using calculators in the initial years of elementary school for the understanding of the properties of the decimal number system and of the four arithmetic operations and for the development of mental calculation strategies. We begin with the understanding of the need to use calculators in mathematics classes in the early years to present possibilities in relation to: (1) calculator functionalities; (2) first investigations of children with the calculator; (3) four arithmetic operations, the decimal number system, and the development of mental calculation strategies through operations performed on a broken calculator. The possibilities presented seek to encourage teachers, who teach mathematics in the early years, to gradually include different technologies in their classes, among them the calculator. Keywords: Mathematics education in the early years, calculators, decimal number system, arithmetic operations, mental calculation. 1 Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Processo nº: 140220/2017-8.
  • 2. 22 1. Introdução Calculadoras eletrônicas talvez sejam artefatos tecnológicos questionados com maior intensidade, ao lado do celular, em relação à utilização em sala de aula. Os questionamentos surgem, entre outros fatores, da crença de que esse instrumento atrapalha o processo de aprendizagem dos estudantes e do desconhecimento das possibilidades de utilização de tal tecnologia pelos professores. Essa forma de dar sentido, à utilização de calculadoras, parte do pressuposto que o instrumento, por si só, tem a capacidade de levar os sujeitos à construção ou não de conhecimentos. Essa forma ingênua de pensamento desconsidera o planejamento do professor, os momentos de aula em que a tecnologia é proposta e os objetivos específicos que serão alcançados com a utilização da tecnologia. Em aulas de matemática somam-se, a essa forma de pensamento, os próprios sentidos atribuídos pelos sujeitos à matemática. Compreender a matemática enquanto uma ciência dura e despida de processo histórico, em que prevalecem procedimentos e algoritmos em detrimento da compreensão, favorece o entendimento de que calculadoras atrapalham a aprendizagem na medida em que realizam os procedimentos e algoritmos no lugar do estudante. No sentido oposto, entendemos que calculadoras em aulas de matemática podem auxiliar, entre outras coisas, na compreensão do sistema de numeração decimal e das quatro operações aritméticas, bem como auxiliar o desenvolvimento de estratégias de cálculo mental dos estudantes. Defendemos também que as calculadoras se fazem necessárias em sala de aula quando existem situações-problema que não deixam de ser situações-problema quando da utilização da calculadora. Neste artigo, nossas discussões centram-se na problemática do desconhecimento das possibilidades de utilização das calculadoras em aulas de matemática. Nesse sentido, objetivamos apresentar possibilidades de utilização de calculadoras nos anos iniciais do Ensino Fundamental para a compreensão de propriedades do sistema de numeração decimal e das quatro operações aritméticas e para o desenvolvimento de estratégias de cálculo mental. Para apresentar tais possibilidades, a metodologia de pesquisa utilizada consistiu em quatro momentos: (1) elaboração, por parte dos pesquisadores, das tarefas para o trabalho com a calculadora nos anos iniciais; (2) reflexão conjunta com professores em formação inicial do curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sobre a proposta; (3) análise interpretativa da reflexão conjunta e mudanças que poderiam ser realizadas nas tarefas propostas; (4) organização e escrita sobre as possibilidades existentes na utilização das calculadoras nos anos iniciais. Este artigo é o resultado deste percurso metodológico e busca como interlocutores principais as professoras e os professores que procuram conhecer possibilidades de utilização de calculadoras nos anos iniciais. As possibilidades apresentadas objetivam o processo de “quebrar a cuca”, expressão essa que designa a ação de pensar muito sobre determinado tema e de dedicar-se para encontrar solução para os problemas. Nesse sentido, estruturamos o texto em três momentos pelos quais: (1) buscamos discutir os motivos que levam à defesa da utilização de calculadoras em aulas de matemática; (2)
  • 3. 33 apresentamos possibilidades de utilização de calculadoras em aulas de matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental e; (3) tecemos nossas considerações finais. 2. Calculadoras em aulas de matemática Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) têm-se a indicação da necessidade de inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas salas de aula da educação básica, pois: As tecnologias, em suas diferentes formas e usos, constituem um dos principais agentes de transformação da sociedade, pelas modificações que exercem nos meios de produção e por suas consequências no cotidiano das pessoas. (BRASIL, 1998, p.43) Há pelo menos duas décadas, em aulas de matemática, os PCN defendem a inclusão das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem, pois estas contribuem para a relativização da importância do cálculo mecânico e da simples manipulação simbólica na medida em que as tecnologias realizam esses cálculos de modo mais rápido e eficiente. Os PCN indicam que as tecnologias podem desenvolver um crescente interesse nos alunos pela realização de projeto e atividade de investigação e exploração, além de evidenciar outras formas de representação e o papel da linguagem gráfica na resolução de problemas. Por fim, os PCN recomendam ainda a utilização das tecnologias, pois estas permitem que os alunos também construam uma visão mais completa da natureza da atividade matemática, além de desenvolverem atitudes positivas diante de seu estudo (BRASIL, 1998). No mesmo sentido dos PCN, o documento com os elementos conceituais e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem para o ciclo de alfabetização salienta a importância de utilização das TIC em aulas de matemática e cita as calculadoras, planilhas e softwares como alguns dos recursos possíveis (BRASIL, 2012, p.64). Cabe ponderar que a necessidade de inserção das TIC vai além da indicação de documentos reguladores. No momento em que consideramos que na produção de conhecimentos sempre há alguma mídia associada (BORBA; PENTEADO, 2003, p.13) então, em sala de aula, as tecnologias tornam-se ferramentas potencializadoras e viabilizadoras de ambientes de aprendizagem e de produção de conhecimentos (MALTEMPI, 2005). A necessidade de inserção das TIC passa também pela consideração dos perfis dos sujeitos presentes atualmente em sala de aula: os nativos digitais. Palfrey e Gasser (2011) utilizam o termo nativo digital para caracterizar os sujeitos nascidos, na chamada era digital, após 1980. O nativo digital possui: [...] uma identidade virtual, pois passam a maior parte do tempo conectados através das redes sociais, blogs, jogos online, em meio às inovações tecnológicas. Nesses espaços socializam, se expressam criativamente e compartilham ideias e novidades. Desse modo, muitos nativos digitais não distinguem o online do off-line. (SANTOS et al., 2011, p. 15845)
  • 4. 44 Compreendemos que uma educação pensada para esses sujeitos precisa levar em conta o uso de tecnologias em sala de aula, porém entendemos que o processo de inserção das tecnologias não acontece do dia para a noite. Enquanto processo, não é possível que, pela imposição, gere resultados significativos. Para nós, também não é possível conceber práticas com tecnologias sem compreender as possibilidades de utilização. Entendemos que ao compreender tais possibilidades, os sentidos e as ações de professores em relação às TIC podem se modificar e a utilização vir a acontecer. Em relação às calculadoras, em particular, esses sentidos podem estar respaldados em ideias que influenciam na não utilização desse instrumento pelos professores. Uma das primeiras ideias que surgem é a de que a calculadora impossibilitará o aprendizado dos conceitos de número, sistema decimal e suas operações. Porém, as (im)possibilidades do aprendizado desses conceitos vão muito além da utilização ou não da calculadora. Van de Walle (2009, p.131) compreende que é mais importante argumentar ou resolver problemas do que o desempenho nas tediosas operações a mão que não envolvem o pensar. Concordamos também que [...] a calculadora não opera por si mesma e que os alunos precisam decidir o que realizarão com o auxilio desse recurso e, assim, essa ferramenta não restringe a autonomia dos alunos em decidirem quais os procedimentos que adotarão para a resolução de determinado problema (SELVA; BORBA, p.11, 2010) Desse modo, o argumento de que os estudantes ficariam dependentes das calculadoras e se tornariam preguiçosos não se sustenta. A partir do planejamento do professor, a calculadora pode se tornar um instrumento pelo qual os estudantes devem interpretar dados, decidir a melhor maneira de resolver um problema e entender os resultados que aparecem no visor, por exemplo. Outra ideia que surge e que sustenta a não utilização de calculadoras em sala de aula é a de que os estudantes “devem aprender o ‘modo real’ antes de usar calculadoras” (VAN DE WALLE, 2009, p.131). Porém o lápis, o papel, as regras e algoritmos para se calcular, que são considerados “modos reais”, contribuem pouco para a compreensão. Por outro lado, calculadoras são rotineiras no dia-a-dia, assim constituem um modo legítimo para se calcular. Defendemos que os algoritmos, por exemplo, precisariam ser ensinados mais tardiamente por se constituírem em sínteses lógicas de longos processos históricos. O algoritmo permite encontrar as soluções de forma mais fácil, mas pode dificultar o processo de compreensão das relações numéricas, por exemplo. De acordo com Fontes (2010, p.36): Quando se ‘atropela’ a aprendizagem com o ensino de algoritmos antes do domínio do cálculo, não se trabalha sua lógica, somente sua sequência e regras e, por se tratar de um conhecimento não questionado, apenas memorizado, unilateral, pode bloquear o raciocínio, não permitindo que se realize o estabelecimento de relações [...].
  • 5. 55 Ao contrário da memorização de algoritmos, a resolução de problemas constitui a base do ensino de Matemática atualmente, pois “a maioria, senão todos, dos conceitos e procedimentos matemáticos podem ser ensinados melhor através da resolução de problemas” (VAN DE WALLE, 2009, p. 57). Todavia, existem alguns problemas que requerem cálculos que podem distrair a atenção do sujeito do significado do problema em questão. Assim, a calculadora pode se inserir como material de apoio nesse contexto. Concordamos com Van de Walle (2009, p. 132) que “as calculadoras devem estar nas escrivaninhas dos estudantes a toda hora desde a educação infantil até o ensino médio”. Desse modo, buscamos, no próximo tópico, apresentar possibilidades de utilização das calculadoras especificamente para os anos iniciais do Ensino Fundamental, considerando que tais possibilidades podem se estender para outros níveis de ensino. 3. Calculadoras em aulas de matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental: possibilidades 3.1 Conhecendo as funcionalidades da calculadora Nos anos iniciais do Ensino fundamental a apresentação das funcionalidades da calculadora pode colocar a criança diante de uma tecnologia que talvez não conheça e suscitar novas formas de uso para as crianças que já conheçam essa ferramenta. As calculadoras comuns, das habitualmente encontradas em papelarias e em celulares, têm as seguintes teclas básicas: Figura 1: teclas comuns em calculadoras. Fonte: Leandro (2014). Entendemos que uma primeira possibilidade de discussão com as crianças seja em relação à identificação e à disposição das teclas nas calculadoras. Essa discussão fará com que as crianças percebam que as teclas e suas disposições se modificarão dependendo de cada calculadora. Nos anos iniciais a ênfase recai na identificação das teclas com as representações dos algarismos de 0 a 9, das teclas das operações de adição, subtração,
  • 6. 66 divisão e multiplicação, das memórias (aditiva M+, subtrativa M-, que retorna o valor guardado e limpa o valor MRC), da igualdade, de limpar e de desligar (caso tenha). A apresentação dos símbolos das operações de adição, subtração, divisão e multiplicação se tornam necessárias, pois em algumas calculadoras o símbolo pode diferir da forma como o professor ensinou em sala de aula ou da forma que se apresenta na resolução de problemas numéricos por meio de algoritmos. Essa distinção também pode ocorrer com o símbolo para números decimais “.” ou “,”. As teclas de memória, por sua vez, podem criar diferentes possibilidades de trabalho nos anos iniciais e por isso entendemos que sua apresentação para as crianças se torna importante. Os símbolos das teclas de memória, dependendo da calculadora, podem ser os seguintes: MRC, MR ou MC, M+ e M-. As teclas MRC, MR ou MC retornam, quando apertadas, os resultados das operações realizadas e guardadas. As teclas de memória podem ser utilizadas em situações em que é necessário guardar valores de cálculos parciais que serão utilizados posteriormente para algum fim. Uma situação em que essas teclas podem ser utilizadas é na compra de produtos em supermercados. Imaginemos que uma pessoa tenha o acesso a uma calculadora e que essa calculadora tenha as seguintes teclas de memória: MRC, M+ e M-. Dado que uma pessoa precise comprar produtos em diferentes seções do supermercado e queira saber o valor exato da compra antes de passar no caixa ela pode utilizar as teclas de memória. Para não correr o risco de esquecer os valores ou apertar botões que possam apagar as operações parciais realizadas no decorrer da compra, essa pessoa pode realizar os seguintes procedimentos na calculadora: Figura 2: Procedimentos na calculadora. Fonte: elaboração dos autores.
  • 7. 77 Nos anos iniciais do Ensino Fundamental as propostas de feirinhas de compra e venda, em que as crianças compram e vendem para seus coleguinhas produtos fictícios representados por cartões, podem levar em conta a utilização da calculadora e suas teclas de memória, por exemplo. 3.2 As primeiras investigações com calculadoras nos anos iniciais A partir do conhecimento das funcionalidades básicas da calculadora uma possibilidade de discussão conjunta com as crianças pode ser proposta a partir das seguintes perguntas: Qual o maior numeral que podemos representar na calculadora? E o menor? Essa discussão faz com que as crianças investiguem as limitações de suas calculadoras e indica para o professor a compreensão que as crianças têm sobre o sistema de numeração decimal e dos conjuntos numéricos. As respostas das crianças, nos diferentes níveis dos anos iniciais do Ensino Fundamental, podem variar de 0 e 1 até -99.999.999 para responder a segunda pergunta e de 11.111.111 a 99.999.999 para responder a primeira pergunta (a depender da quantidade de dígitos possíveis de representação no visor). Uma possibilidade para encontrar valores maiores ou menores que esses na calculadora é utilizar as operações aritméticas. O produto da multiplicação de 99.999.999 x 99.999.999, se a calculadora for capaz de representar, será maior do que somente montar um número pelo simples apertar das teclas dos algarismos. Algumas calculadoras podem apresentar no visor o símbolo E (erro) ou notações cientificas na base 10 ou com o número de Euler (e) quando o número for muito grande ou muito pequeno, assim cabe discutir com as crianças que o número é muito grande ou muito pequeno e a calculadora não consegue representá-lo ou necessita de outra forma de representação que as crianças estudarão em outro momento da escolarização. Outra possibilidade para as primeiras investigações com calculadoras é o de, dada uma operação do tipo 1+1=, apertar diversas vezes a tecla = acrescentando, a cada vez que pressionada, uma unidade. O objetivo é que a criança descubra qual o resultado que aparecerá no visor antes de apertar a tecla de igualdade. Dessa investigação podem surgir perguntas do tipo: Se apertarmos na calculadora 1+3 = e apertar o = novamente. O que apareceu desta vez? O que a calculadora fez então? Outra questão que pode ser feita é: antes de realizar na calculadora a seguinte operação 7+7=__=__=__=__=__=__=__=__, qual será o resultado que aparecerá no visor? Essa última questão também possibilita que o estudante perceba a necessidade da tabuada do sete para a resolução mais ágil e a necessidade de utilizar alguma estratégia pessoal de cálculo mental para sua resolução, mesmo que em algum momento empregue o cálculo escrito para anotações de respostas parciais. 3.3 Calculadoras quebradas para a compreensão do sistema de numeração decimal, das quatro operações aritméticas e do desenvolvendo de estratégias de cálculo mental Ao pensamos na continuidade do trabalho com calculadoras nos anos iniciais, percebemos que o desenvolvimento de estratégias de cálculo mental pode acontecer a partir da utilização da calculadora. Entendemos que o desenvolvimento dessas estratégias pode se dar atrelado a compreensão de propriedades do sistema de numeração decimal e
  • 8. 88 das quatro operações aritméticas de adição, subtração, multiplicação e divisão. Uma possibilidade para alcançar esses objetivos com as crianças nos anos iniciais é a calculadora quebrada. Apoiados nos estudos de Carraher, Carraher e Schliemann (2006), Coll e Teberosky (2000), Selva e Borba (2010) e Parra (1996), a ideia da calculadora quebrada consiste em imaginar que, por alguma razão, algumas das teclas não estão funcionando e mesmo assim será necessário utilizar essa calculadora. Nos anos iniciais é interessante encobrir as teclas quebradas com pedacinhos de papel autoadesivos (post-it) para que as crianças percebam qual tecla está quebrada em determinada situação. Por meio de quatro situações-problema discutiremos a seguir as possibilidades de desenvolvimento de estratégias de cálculo mental e de compreensão de algumas propriedades do sistema de numeração decimal e das operações aritméticas nos anos iniciais. 1ª Situação: O algarismo 2 de nossa calculadora está quebrado: Figura 3: Tecla do 2 quebrada. Fonte: PoliKalc2 . Como podemos mostrar os numerais 12, 21, 2121 e 2211 na calculadora? Há diferentes formas de resolução pelas crianças, focaremos e analisaremos as resoluções recorrentes, identificando os pensamentos e conceitos que podem ser mobilizados. 2 Software disponível em: http://polikalc.blogspot.com.br/.
  • 9. 99 Ao tentar mostrar o numeral 12 no visor, por exemplo, é possível pensar nas operações que auxiliarão nesse trabalho. Uma das primeiras operações que vem à mente é a adição. O domínio dessa ou de outra operação aritmética dará o caminho para a resolução. Porém, antes de utilizar a calculadora, a criança precisará utilizar alguma estratégia de cálculo mental para prever os procedimentos que executará na máquina. Carraher, Carraher e Schliemann (2006) identificaram a decomposição e reagrupamento em torno de 10, 100, 1000... como uma das estratégias de cálculo mental comumente utilizada e Parra (1996) o reagrupamento em torno de um dobro como uma outra estratégia. Entendemos que as estratégias de cálculo mental são individuais e assim podem surgir as mais diversas. O momento de socialização das resoluções das crianças pode tornar-se espaço privilegiado para que as crianças conheçam outras estratégias de cálculo mental. Por meio dessa primeira situação as crianças também estarão em contato com uma característica do sistema de numeração decimal: o valor posicional. A diferença entre os numerais 12 e 21 é revelada na medida em que estratégias de cálculo mental são utilizadas para que os numerais apareçam no visor. Os processos de decomposição e reagrupamento evidenciam que as posições dos algarismos que farão com que o 1 e o 2 possam ser considerados uma e duas unidades ou uma e duas dezenas, respectivamente. Outra ideia trazida por essa situação é a da capacidade da criança reconhecer e comparar os números: o senso numérico. 21 é maior que 12 e 2211 é maior que 2121. Além do ser humano, outros animais também têm o senso numérico para pequenas quantidades. Nos seres humanos, essa capacidade auxilia no reconhecimento de números maiores e ajuda a resolver os problemas, como o apresentado pela 1ª situação.
  • 10. 1010 2ª Situação: Agora são as teclas 2 e 5 que estão quebradas: Figura 4: Teclas do 2 e 5 quebradas. Fonte: PoliKalc. Como podemos mostrar os numerais 25, 152 e 2015 na calculadora e com o menor número de passos possíveis? A segunda situação diferencia-se da primeira por ter dois algarismos quebrados na calculadora e exigir o menor número de passos possíveis (menor número de operações possíveis). Ao tomarmos o numeral 25 como exemplo é possível que apareça, entre outras, as seguintes soluções: A exigência do menor número de passos possíveis inviabiliza a solução que utiliza decomposição em unidades e dezenas e faz com que a criança busque outras estratégias de cálculo mental e refine sua solução. Os cientistas da computação, por exemplo, ao programarem, estão diante da exigência da solução ótima para problemas (solução possível que otimiza os processos), pois essa solução acarreta em menor esforço computacional. Portanto, a habilidade de encontrar soluções com menor número de passos permite que a criança pense em outras operações, nas propriedades do sistema de numeração e nas estratégias de cálculo mental que melhor a auxiliarão.
  • 11. 1111 3ª Situação: A tecla 7 está quebrada: Figura 5: Tecla do 7 quebrada. Fonte: PoliKalc. Como faremos na calculadora 17x27? A 3ª situação mostra que diferentes questões podem ser elaboradas com a calculadora quebrada. A multiplicação em questão, 17x27, pode ser repensada dependendo do ano em que a criança está e dos conhecimentos que tem em relação à operação de multiplicação, mas uma das possíveis soluções para o problema em questão pode ser: Nesse problema, a propriedade distributiva da multiplicação, mesmo que não nomeada com esse nome para as crianças, pode auxiliar na resolução. Além das estratégias mentais utilizadas e da calculadora, poderá ser utilizado pela criança um papel para anotar os resultados parciais encontrados. É tentador querer saber o produto resultante da multiplicação desses dois numerais antes de encontrar uma estratégia para resolvê-la. Porém, nesse caso, utilizar uma estratégia de cálculo aproximado pode ser proposta para que a criança possa avaliar se a resposta encontrada na calculadora é condizente com a grandeza do numeral que encontrou ao realizar o cálculo aproximado.
  • 12. 1212 O cálculo aproximado é geralmente realizado mentalmente, há a substituição dos números por outros mais fáceis de calcular, o resultado obtido não precisa ser exato, mas o mais próximo do exato e o resultado será diferente dependendo da pessoa que realizar o cálculo (COLL; TEBEROSKY, 2000). Nesse sentido, propor o cálculo aproximado para estimar, ajuda a criança a recorrer a uma forma de solução diferente da forma presente no algoritmo usual da multiplicação. 4ª Situação: A calculadora está toda quebrada, restaram as seguintes teclas: Figura 6: Teclas da calculadora funcionando: 2, 3, +, x, Limpar e =. Fonte: PoliKalc. Mostre no visor da calculadora os seguintes numerais 6, 7, 8, 15, 23, 50. A quarta situação, ao contrário da anterior, indica os resultados que as crianças precisam encontrar, porém com maiores restrições. Esse tipo de situação possibilita a utilização de diferentes formas de estratégia de cálculo mental para encontrar cada um dos números. A estratégia de tentativa e erro também pode aparecer na resolução desse tipo de situação, pois alguns numerais dificultam a visualização imediata de uma resolução. Nessa situação em específico, os números ímpares podem gerar tal dificuldade.
  • 13. 1313 4. Considerações Finais Compreendemos que as possibilidades de utilização da calculadora nos anos iniciais são diversas e nesse texto apresentamos algumas. Entendemos que a utilização da calculadora é possível nos anos iniciais se inserida, não para realizar o trabalho intelectual pelo aluno, mas para ajudá-lo a “quebrar a cuca”. Ao “quebrar a cuca” as crianças desenvolvem e mobilizam estratégias de cálculo mental que a auxiliam e a auxiliarão a construir conhecimentos não somente no campo da aritmética, mas também da álgebra e da geometria com o intuito final de tornarem-se “resolvedores” de problemas. Ao professor que ensina matemática nos anos iniciais, reforçamos o convite de utilizar calculadoras em suas aulas. A utilização não precisa acontecer da noite para o dia. Prezar a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis, como nos ensina Manoel de Barros, pode ser um dos caminhos possíveis para inserção de TIC em aulas de Matemática e também se constituir em uma forma do professor experimentar quais tecnologias geram resultados significativos em suas aulas e quais não. 5. Referências BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental – Matemática. MEC: Brasília, 1998. _________. Elementos conceituais e Metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental. MEC: Brasília, 2012 BORBA, M. de C. PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. CARRAHER, T. CARRAHER D, D. SCHLIEMANN, A. Na vida dez, na escola zero. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2006. COLL, C.; TEBEROSKY, A. Cálculo Mental Exato e Estimado. In: Aprendendo Matemática: Conteúdos essenciais para o ensino fundamental de 1ª a 4ª série. São Paulo: Ática, 2000. LEANDRO, E. G. Polikalc: a criação de um objeto de aprendizagem para o ensino de cálculos aritméticos no ensino fundamental. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal de Lavras: 2014. FONTES, C. G. O valor e o papel do cálculo mental nas séries iniciais. Dissertação de Mestrado: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. MALTEMPI, M. V. Novas Tecnologias e Construção de Conhecimento: Reflexões e Perspectivas. In: V Congresso Ibero-americano de Educação Matemática. Porto: 2005. PALFREY, J. GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011. PARRA, C.; SAIZ, I. Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. SANTOS, M. et all. Imigrantes ou nativos digitais: Um dilema ou desafio na educação? IN: Anais do X Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. Curitiba, 2011. Disponível em:
  • 14. 1414 <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5409_3781.pdf>. Acessado em: 23 de nov. de 2017. SELVA, A. C. V.; BORBA, R. E. S. R. O uso da calculadora nos anos iniciais do ensino fundamental. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. VAN DE WALLE, J. Matemática no ensino fundamental: formação de professores e aplicação em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.