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ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 11 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001
1 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001
JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002
Volume 17 / Número 2
EDIÇÃO PORTUGUÊS
PARE! Antes de você ler esta revista, por favor, olhe para a etiqueta de endereço em seu envelope.
No topo direito de sua etiqueta, depois
dapalavra"EXPIR",estásuadatadeven-
cimento da assinatura da Revista ATOS.
(month/year).
Por favor, escreva essa
data aqui:
________ / _________
mês ano
No topo esquerdo de sua etiqueta está o seu número de ATOS.
Por favor, escreva esse número aqui.
Você deverá dar esta informação cada vez que escrever ao World MAP, ou quando preencher
seu Formulário de Renovação de Assinatura ou solicitação do livro O Cajado do Pastor.
A IGREJA
EM CASASO Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações
Bob Fitts
ATOS
2 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
“Saudai Priscila e Áqüila, meus
cooperadores em Cristo Jesus...
saudai igualmente a igreja que se re-
úne na casa deles” (Rm 16:3-5).
‘’As igrejas da Ásia vos saúdam.
No Senhor, muito vos saúdam Áqüila
e Priscila e, bem assim, a igreja que
está na casa deles” (l Co 16:19).
“Saudai os irmãos de Laodicéia,
e Ninfa, e à igreja que ela hospeda
em sua casa” (Cl 4:15).
“Ao amado Filemom... e à igreja
que está em tua casa” (Fm 1,2).
Com base nos versículos acima, é
óbvio que a Igreja Primitiva reunia-
se em casas. Essas casas não eram o
que poderíamos chamar de um prédio
característico e específico de uma
igreja. Eram casas em que as pessoas
moravam, e eram abertas como um
local de reunião para a igreja.
A Igreja Primitiva não tinha prédi-
os de igreja. Os prédios não aparece-
ram até o ano 232 d.C. O período mais
explosivo do crescimento da Igreja na
história, até recentemente, aconteceu
duranteosprimeirosanos,quandonão
havia nenhum prédio de igreja.
Contudo, neste exato momento, na
China, há um incomum mover do Es-
pírito de Deus que é até mesmo maior
que o crescimento inicial da Igreja.
Isso está acontecendo sem o uso de
prédios de igreja. Esse reavivamento
é um movimento de igrejas em casas.
A seguinte citação foi extraída do
RelatórioCalebe daediçãode Jan/Fev
de 1990 da REVISTA MINISTÉRIOS.
Este relatório foi feito por Loren
Cunningham,fundadorepresidenteda
JOCUM (Jovens com Uma Missão):
“De acordo com o U.S. Center For
World Mission (Centro Americano
Para Missões Mundiais), mais de
22.000 chineses estão vindo a Cristo
a cada dia. É o equivalente a 7 dias de
Pentecostes a cada 24 horas. Isso está
acontecendo neste exato momento. A
maior parte dessa explosão de uma
nova fé está vindo das comunidades
rurais da China, onde vive 80% da
população chinesa.
“Jonathan Chão, fundador da
Chinese Church Research Center
(Centro de Pesquisas da Igreja Chi-
nesa), contou-me como o reavivamen-
to chinês está sendo espalhado por
A IGREJA EM CASASO Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações
Bob Fitts
Capítulo 1
A RAZÃO PARA TERMOS
IGREJAS EM CASAS
jovens, em sua maioria com idades de
15 a 19 anos. Os adolescentes vão aos
vilarejos e compartilham o Evangelho
onde ele nunca foi ouvido antes.
“Quandoosconvertidossãoorgani-
zados em pequenos grupos, os adoles-
centes chamam os ‘presbíteros’ ou
‘anciãos’ (crentes de 20 a 30 anos de
idade)paraviremeensinaremasrecém-
formadas igrejas em casas. Ao mesmo
tempo, os adolescentes seguem adian-
te,paraalcançaremopróximovilarejo.
“Os pastores e mestres chineses
não têm barreiras financeiras para es-
palharem a mensagem cristã. Eles
moram com os camponeses e fazen-
deiros em cada região nova, e não
constróem edifícios. Eles têm muito
pouco e precisam de muito pouco.
“Através deste meio simples, as
Boas-Novas estão saltando sobre os
campos e montanhas da China.”
O explosivo crescimento da Igreja
que está acontecendo agora na China
tem algo em comum com o crescimen-
to da Igreja Primitiva do Livro de
Atos. Ambos são um movimento de
igrejas em casas. Este mesmo tipo de
crescimento é visto em outros países
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 3
hoje, onde os prédios de igrejas não
são permitidos.
Há um princípio simples que é ex-
presso aqui: Quanto mais obstáculos
que atrapalham a implantação de no-
vas igrejas forem removidos, tanto
maiorseráocrescimentoqueveremos.
Já tive experiências, tanto na im-
plantação como no pastoreamento de
igrejas em casas.
Vejo algumas claras vantagens na
implantação de igrejas em casas para
a multiplicação de igrejas:
AS IGREJAS EM CASAS SÃO
FÁCEIS DE SE INICIAR
Paraseimplantarumaigrejanuma
casa,vocênãoprecisacomprarpropri-
edades, nem construir um prédio. Você
não precisa de um púlpito, bancos de
igreja,hinários,nemdeumpiano.Você
pode ficar sem um batistério, uma es-
cola dominical, e um pastor de jovens.
Você não precisa pertencer a uma
denominação, nem tornar-se membro.
Você não precisa ter uma reunião aos
domingos, ter um boletim da igreja,
nem ter uma reunião no mesmo lugar
todas as semanas.
Você não precisa ter uma placa
comonomedasuaigreja.Elanãopre-
cisa de um nome. Na verdade, você
nem mesmo precisa chamá-la de
“igreja”, contanto que você saiba que
ela é uma igreja. Nenhuma das situa-
ções acima são ruins ou erradas, mas
também não são necessárias. O Após-
tolo Paulo não usava nenhuma das
coisas acima em seu ministério de im-
plantação de igrejas.
Muitas das nossas igrejas moder-
nas deixaram a simplicidade do Novo
Testamento e acrescentaram tantas
coisas extras, que na verdade não são
necessárias. Por essa razão, tem fica-
do cada vez mais difícil iniciarmos
uma nova igreja.
Não podemos ir a nenhum país
hoje onde o Apóstolo Paulo implan-
tou igrejas e apontarmos para um pré-
dio e dizermos: “Aquela é a Igreja de
Corinto!” ou “Olhe para aquele lindo
prédio! É a Igreja dos Efésios!” ou
“Eis aqui a Igreja dos Tessalonicen-
ses!” Não há nenhum prédio assim.
Peloquesaibamos,asigrejasquePau-
lo iniciou reuniam-se em casas.
Ray Willians, um amigo íntimo, é
missionário no México há 25 anos. Ele
tem sido usado por Deus para iniciar
dezenas de igrejas no México, das
quais centenas de outras igrejas têm
sido geradas.
Ele me contou recentemente, que
EDIÇÃO PORTUGUÊS
Volume 17 / Número 2
Índice
1. A Razão Para Termos Igrejas em Casas.... 2
2. As Igrejas em Casas no Novo
Testamento .................................................... 6
3. O que é Uma Igreja? ................................... 9
4. Implantação de Igrejas por Saturação .... 13
5. Uma Roda ou Uma Videira?..................... 17
6. Será que os Prédios de Igrejas São
Mesmo Necessários? .................................. 18
7. Um Passo à Unidade .................................. 21
8. O que Fazemos Numa Igreja em Casa? .. 24
9. Perguntas e Respostas ............................... 27
Suplemento A – Por que a JOCUM (Jovens
com Uma Missão) Implanta Igrejas .............. 30
Suplemento B – Por que Implantar Novas
Igrejas ............................................................... 32
Como Fazer a Sua Igreja Crescer ................. 34
O Crescimento da Igreja e as Escrituras ...... 37
Diretor Responsável ................... Ralph Mahoney
Diretores ......................... Frank & Wendy Parrish
Diretores Administrativos
África .................................. Loreen Newington
Índia .................................................... Bill Scott
Internacional ................................ Gayla Dease
Artes Gráficas ... Dennis McLain & Vander Santos
Tradutor ....................................... Marcos Taveira
Revisora ........................................... Nadya Denis
Leitora de Provas ...................... Maura Ocampos
Impressão Gráfica ................ Editora Betânia S/C
VISÃO E MISSÃO
Como um ministério ao Corpo de Cristo, o
World MAP existe para:
1. Fornecer aos líderes de igrejas nos paí-
ses da Ásia, África e América Latina um
treinamento prático que os torne efica-
zes ministros do Evangelho.
2. Compartilharcomoscrentesdasnações
ocidentais as vitórias e as tribulações de
obreiros de igrejas nacionais, a fim de
que a Igreja: Ore mais fervorosamente e
dê mais sacrificialmente para abençoar
edesenvolveraobradosqueservemnas
linhas de frente do evangelismo.
ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publi-
cada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419
N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA.
Toda correspondência deve ser dirigida para o en-
dereço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611-
970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-
mail: revista.atos@uol.com.br
SR.AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudan-
ças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal
5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil.
Todas as passagens das Escrituras serão da
Bíblia Sagrada, traduzida em português por João
Ferreira de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil
– 1981, a menos que outra fonte seja indicada.
ATOS
A IGREJA EM CASAS
4 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
certa vez, iniciou uma igreja num tri-
gal.Aigrejacresceu,edelasurgiuuma
multidão de “igrejas-filhas e netas”, e
cada uma delas com uma visão de im-
plantação de novas igrejas.
Temos a tendência de tornar nos-
sas igrejas complexas demais. Deus
está nos chamando de volta à simplici-
dade e naturalidade da multiplicação.
AS IGREJAS EM CASAS
SÃO DESCONTRAÍDAS
E INFORMAIS
Vários anos atrás, levei minha fa-
mília a uma igreja cujo pastor era um
notável mestre da Bíblia. Eu gostava
muito daquela igreja e queria
freqüentá-la. No entanto, todos os
membros de lá vestiam-se com rou-
pas que eram muito caras para as con-
dições financeiras da minha família.
Algumas pessoas não frequentam
certas igrejas hoje porque o nível do
padrão do vestuário é alto demais.
Elestransformaramaigrejanumeven-
to “formal”. Muitos que não frequen-
tam uma igreja do tipo formal, fre-
quentam uma igreja numa casa por-
que ela é mais descontraída e tem um
ambiente informal e familiar.
Em seu livro UNDERSTANDING
CHURCH GROWTH (Comprendendo o
Crescimento da Igreja), o Dr. Donald
McGavran cita “Oito Chaves Para o
Crescimento da Igreja nas Cidades”.
A primeira delas nos dá a idéia do Dr.
McGavran sobre a importância da
implantação e multiplicação das igre-
jas em casas. Ele afirma:
“As oito chaves que estou para
mencionar não são meras adivinha-
ções. Elas descrevem princípios com
os quais concordam homens especi-
alizados no crescimento da Igreja.
“Emprimeirolugar,enfatizeasigre-
jasemcasas.Quandoaigrejacomeçaa
crescer, cada congregação precisa en-
contrarlogoumlugarparasereunir.
“A congregação deveria reunir-se
nosambientesmaisnaturais.Deveriaser
um lugar em que os não-cristãos pos-
samvircomamaiortranqüilidade.Ela
deveria estimular os próprios converti-
dosadaremprosseguimentoaoscultos.
Aobtençãodeumlugardereuniãonão
deveria colocar um peso financeiro so-
breaspequenascongregações.
“A igreja em casas supre todos es-
ses requisitos de forma ideal. Elas de-
veriam sempre ser consideradas, tan-
to para uma implantação inicial como
para expansões posteriores.”
AS IGREJAS EM CASAS SÃO
FERRAMENTAS
EVANGELÍSTICAS
O Dr. Peter Wagner é considerado
por muitos como a maior autoridade
sobre o crescimento de igrejas hoje.
Ele diz: “O melhor método debaixo
do céu para a evangelização é a im-
plantação de igrejas. Nunca houve um
método melhor e nunca haverá.”
IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR
SATURAÇÃO é o nome dado à visão
que agora está sendo adotada por lí-
deres de missões no mundo todo.
Uma igreja que se divide a fim de
multiplicar-se experimenta uma adi-
ção. Uma igreja que tem o seu enfoque
somente na adição tem a tendência de
atolar-se e estagnar-se.
O objetivo de muitos líderes de
igrejas tem sido o de se tentar fazer
uma só congregação muito grande, em
vez de se multiplicar as congregações.
Contudo, a Igreja de qualquer cidade
aumenta muito mais rapidamente pela
multiplicação das congregações do
que pela tentativa de se edificar uma
só super-congregação.
A maior igreja do mundo encon-
tra-se em Seul, Coréia, sob a lideran-
ça pastoral do Dr. Yonggi Cho, que
tem aplicado o princípio de multipli-
cação. A sua igreja está evangelizan-
do a Cidade de Seul de uma maneira
notável, multiplicando as congrega-
ções, que são chamadas de “células”.
Eles se dispuseram a dividir-se a fim
de se multiplicarem, e a adição tem
sido incrível.
AS IGREJAS EM CASAS
FACILITAM O TREINAMENTO
DE PASTORES E LÍDERES
Os educadores têm entendido há
muito tempo que o melhor método de
treinamentoaindaéométododeapren-
dizagem, isto é, o treinamento de “um
mestre a um aprendiz na prática”. É o
que um ferreiro, encanador, ou advo-
gado teria recebido há cem anos atrás.
Elesaprendiamobservandoepratican-
do, e, ao mesmo tempo, sendo respon-
sáveis a um mestre na profissão.
Esse era o método de Jesus. Seus
discípulos aprendiam observando, ou-
vindo e praticando, enquanto con-
viviam com o Próprio Mestre dos mes-
tres.
Nas igrejas em casas os pastores
podem ser treinados no sentido de fa-
zerem de fato a obra de pastoreio. Ao
mesmo tempo, eles estão sob a super-
visão de um pastor sênior. Eles cres-
cem à medida que a igreja cresce sob
a liderança deles.
Os pastores que têm empregos re-
munerados de tempo integral podem
continuar, a trabalhar até que a igreja
possasustentá-losfinanceiramente.Al-
gunspastorearãomaisdoqueumaigre-
ja numa casa, uma vez que nem todas
elas se reúnem no domingo de manhã.
AS IGREJAS EM CASAS
AJUDAM A ESTREITAR OS
RELACIONAMENTOS
Uma pequena igreja numa casa
tem uma probabilidade muito maior
de que as pessoas tímidas encontrem
sua identidade no Corpo de Cristo.
Emnossaigrejaemcasageralmen-
te almoçávamos juntos nos domingos.
Todas as famílias participavam, pre-
parando e servindo as refeições. Afor-
mação de relacionamentos ocorre
muito mais facilmente neste tipo de
situações “familiares”.
Em seu periódico Church Growth
Report (Relatório do Crescimento da
Igreja), Win Arn faz a seguinte afir-
mação sob o título “UM PRINCÍPIO
DE CRESCIMENTO COMPROVADO”:
GRUPOS PEQUENOS EFICAZES:
“Em nossos estudos de igrejas cres-
centes, descobrimos que uma carac-
terística comum é o alto nível de ‘cola
relacionamental’ entre os membros.
Podemoschamarestacaracterísticade
‘amor’, ‘amizade’, ‘solicitude’..., mas
é o que genuinamente atrai e retém os
membros.”
AS IGREJAS EM CASAS SÃO
ECONÔMICAS
Uma igreja numa casa pode cana-
lizar para o ministério quase todos os
seus recursos financeiros. Já que as
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 5
reuniões são feitas em casas, todas as
despesas com construções são evita-
das. Desta forma, somente dez famí-
lias que dizimam poderiam sustentar
financeiramente um pastor em tempo
integral.
Já que um pastor poderia supervi-
sionar mais do que uma igreja em
casa, ele não precisa receber todo o
seu sustento de uma só congregação.
As reuniões podem ser feitas em ou-
tros dias ou noites, como também aos
domingos. Ouvi sobre um pastor que
estava fazendo regularmente 12 reu-
niões em casas toda as semanas. Não
há nada no Novo Testamento que diga
que domingo às 11 horas da manhã é
a hora de a igreja se reunir. Aliás, o
padrão do Livro de Atos é que eles se
reuniam diariamente. O primeiro dia
da semana é raramente mencionado,
e nunca é enfatizado como um dia es-
pecial, separado para a adoração.
Obviamente, muitas destas igrejas
emcasassãodirigidasporpastoresem
treinamento. Estas pessoas possuem
empregos regulares e pastoreiam uma
igreja numa casa à medida que seu
tempo permitir.
A honra de um salário razoável de-
veria ser dada aos que estão em tem-
po integral na obra. Contudo, até mes-
mo os que servem como pastor em
tempo parcial deveriam receber uma
honra semelhante. Eles deveriam re-
ceber algumas ofertas de amor e uma
remuneração proveniente dos dízimos
e ofertas. Isso ressarciria seus gastos
e os encorajaria na obra do ministé-
rio. Quer esteja em tempo parcial ou
integral, “digno é o trabalhador do
seu salário” (Lc 10:7).
AS IGREJAS EM CASAS
PODEM RESOLVER O
PROBLEMA DO
CRESCIMENTO
Algumas das nossas congregações
crescem tanto que precisam construir
prédios maiores, alugar instalações
maiores, ou fazer dois cultos. Isso é o
quechamamosdeum“problemaagra-
dável”.
No entanto há também uma solu-
ção agradável. Comece a treinar pas-
tores, designando-lhes uma área da ci-
dade. Em seguida, dê-lhes algumas fa-
mílias para iniciarem uma igreja em
casanestasáreasdacidade,comopro-
pósito de “terem um bebê”.
A coisa mais vivificante que uma
igreja pode fazer é ter um bebê. Te-
nho visto muitas e muitas igrejas mor-
rendo por causa de um espírito pos-
sessivo na liderança. As igrejas que
Deus está abençoando são as igrejas
que continuamente dão tudo o que
Deus lhes dá.
Jesus disse: “dai, e dar-se-vos-á”
(Lc 6:38). Uma igreja que dá é uma
igreja que cresce.
Michael Green é o diretor da Fa-
culdade de Saint John de Nottingham,
Inglaterra. Em seu discurso no Con-
gresso Internacional sobre a Evange-
lização Mundial em Lausanne, Suíça,
em 1974, ele falou sobre os Métodos
e Estratégias na Evangelização da
Igreja Primitiva. Ele disse: “Na Igre-
ja Primitiva, os prédios não eram im-
portantes. Eles não tiveram nenhum
prédio de igreja durante o período de
seu maior avanço.
“Hoje em dia, os prédios de igreja
parecem importantíssimos a muitos
cristãos. A sua manutenção consome
o dinheiro e o interesse dos membros.
Isso geralmente os afunda em dívidas
e os isola dos que não frequentam a
igreja.
“Em alguns casos, até mesmo a pa-
lavra ‘igreja’ mudou o seu significa-
do. Ela não significa mais um grupo
de pessoas, como significava na épo-
ca do Novo Testamento. Nos dias atu-
ais, ‘igreja’ muitas vezes significa in-
corretamente um prédio.”
Há muitas vantagens nas igrejas
em casas. A mais importante delas é a
simplicidade e facilidade de multipli-
cação.
Os movimentos de igreja que cres-
ceram mais rapidamente na história
foram os que não tiveram enormes es-
truturas organizacionais. Os movi-
mentos mais bem-sucedidos têm
enfocado os aspectos essenciais sem
hesitações. n
6 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 2
AS IGREJAS EM CASAS NO
NOVO TESTAMENTO
Durante a vida de Jesus na terra,
residências comuns e simples eram
usadas para a propagação do Evange-
lho e para o discipulado de novos con-
vertidos. Isso também aconteceu du-
rante a expansão da Igreja no Livro
de Atos. Os versículos abaixo mos-
tram isto:
Uma Casa Onde Jesus Foi
Adorado
“Entrando na casa, viram o meni-
no com Maria, sua mãe. Prostrando-
se, o adoraram; e, abrindo os seus te-
souros, entregaram-lhe suas ofertas:
ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11).
A primeira vez em que um grupo
se reuniu para adorar a Jesus e ofere-
cer-Lhe presentes foi numa casa – a
casa de Maria e José.
A Casa de Pedro Foi Usada Para
Uma Reunião de Curas
“Tendo Jesus chegado à casa de
Pedro, viu a sogra deste acamada e
ardendo em febre. Mas Jesus tomou-
a pela mão, e a febre a deixou. Ela se
levantou e passou a servi-lo. Chega-
da a tarde, trouxeram-lhe muitos
endemoninhados; e ele meramente
com a palavra expeliu os espíritos e
curou todos os que estavam doentes”
(Mt 8:14-16).
Nos primeiros dias do Seu minis-
tério, Jesus usou a casa de Pedro para
fazer reuniões de pregação, cura, e li-
bertação.
O Primeiro Culto de Ceia foi
Realizado Numa Casa
Na última semana do ministério de
Jesus, Ele disse aos Seus discípulos:
“Ide à cidade ter com certo homem e
dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O
meu tempo está próximo; em tua casa
celebrarei a Páscoa com os meus dis-
cípulos” (Mt 26:18).
O nosso Senhor poderia ter esco-
lhido celebrar a primeira Ceia com os
Seus discípulos numa sinagoga, no
Templo, ou em algum outro lugar de
importância religiosa. Contudo, Ele
escolheu celebrá-la numa casa comum
e simples.
Assim sendo, Ele deu a Sua apro-
vação à residência comum como sen-
do um lugar consagrado e santifica-
do, digno dos mais solenes cultos de
adoração.
Jesus Pregou a Multidões
Reunidas em Casas
“Vários dias mais tarde, Ele vol-
tou a Capemaum e as notícias da Sua
chegada espalharam-se rapidamente
por toda a cidade. Logo, a casa em
que Ele estava ficou tão lotada de vi-
sitantes que não havia espaço para
nem mais uma pessoa, nem mesmo
fora da porta. E Ele lhes pregou a
Palavra” (Mc 2:1,2 – A Bíblia Viva).
Jesus fez em casa as mesmas coi-
sas que fazemos em nossos prédios de
igrejas hoje em dia. Ele também fez
estas coisas ao ar livre e no pátio do
Templo.
O Pentecostes Veio a Uma Igreja
em Casa
“Ao cumprir-se o dia de Pentecos-
tes, estavam todos reunidos no mes-
mo lugar; de repente, veio do céu um
som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam as-
sentados” (At 2:1,2).
Muitos de nós nunca consideramos
o número de eventos bíblicos funda-
mentais que aconteceram em residên-
cias particulares.
LEMBRETES:
• O primeiro culto de adoração
aconteceu numa casa
• O primeiro culto de Ceia foi numa
casa
• O primeiro culto de curas foi rea-
lizado numa casa
• A primeira ocasião de pregação
do Evangelho aos gentios aconteceu
na casa de Cornélio
• O derramamento do Espírito San-
to no Dia de Pentecostes foi numa
casa, e
• As primeiras igrejas que o Após-
tolo Paulo iniciou foram todas or-
ganizadas em casas.
Através dos séculos nós perdemos
avidaquepodeserencontradanasim-
plicidade. Ao contrário, temos acres-
centado coisas que retardaram o pro-
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 7
gresso e a expansão da Igreja a todas
as nações.
Nas Ruas e nas Casas
“Eles adoravam juntos, regular-
mente, no Templo, todos os dias, reu-
niam-se em pequenos grupos nas ca-
sas para a comunhão, e compartilha-
vam as suas refeições com grande ale-
gria e gratidão” (At 2:46 – A Bíblia
Viva).
A Igreja Primitiva não somente se
reunia em pequenos grupos nas casas,
mas também em reuniões maiores em
lugares públicos. O crescimento mais
rápido da Igreja acontece quando ela
não usa locais formais de reunião. Por
toda a história, a Igreja cresceu mais
rapidamente quando ela permaneceu
flexível, móvel e militante.
Saulo, o Perseguidor, Ataca as
Igrejas em Casas
Saulo começou a perseguir a Igre-
ja. Indo de casa em casa, ele arrastava
os crentes e os colocava na prisão.
“Saulo, porém, assolava a igreja,
entrando pelas casas; e, arrastando
homens e mulheres, encerrava-os no
cárcere” (At 8:3).
Onde ia Saulo de Tarso para en-
contrar o “povo do caminho” a fim de
arrastá-los à prisão e à morte? Ele os
encontrava nas casas. Ele próprio,
mais tarde, iniciaria igrejas em casas
em suas viagens missionárias.
Onde Vocês se Reúnem?
“E todos os dias, no templo e de
casa em casa, não cessavam de en-
sinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At
5:42).
Os crentes não se reuniam no Tem-
plo em si, mas nos pátios, ou perto do
Templo, onde as pessoas se reuniam.
Eram reuniões ao ar livre.
A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO de
Lion afirma que os cristãos não ti-
nham nenhum prédio especial, mas
reuniam-se em casas particulares:
“Rústico, o Perfeito, perguntou o
8 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A Igreja Primitiva não
somente se reunia em
pequenos grupos nas casas,
mas também em reuniões
maiores em lugares
públicos. O crescimento
mais rápido da Igreja
acontece quando ela não
usa locais formais de
reunião. Por toda a
história, a Igreja cresceu
mais rapidamente quando
ela permaneceu flexível,
móvel, e militante.
seguinte a Justino Mártir (100-165
d.C.): ‘Onde vocês se reúnem?’ Justi-
no disse: ‘Onde as pessoas escolhem
e podem, ou você supõe que todos nós
nos reunimos exatamente no mesmo
lugar? Nada disto, porque o Deus dos
cristãos não está confinado (restrito)
a um só lugar’.”
Em seu livro CELLS FOR LIFE (Cé-
lulas Para a Vida), Ron Trudinger diz:
“Elesiniciaramapráticadesereu-
nirem diariamente no Templo e de
partirem o pão de casa em casa.
Esta última frase também pode-
ria ser traduzida por: ‘nas várias
casas particulares’.
“A oposição dos judeus logo
impediu o uso do Templo pêlos
cristãos. As sinagogas foram usa-
das por algum tempo, mas não de-
morou muito até que muitas de-
las fossem fechadas aos cristãos
(veja Atos 19). No entanto, con-
tinuamos encontrando muitas re-
ferências em Atos e nas Epísto-
las de igrejas em casas.”
A Igreja em Casa que Abriu o
Evangelho às Nações
“No dia imediato, entrou em
Cesaréia. Cornélio estava espe-
rando por eles, tendo reunido
seus parentes e amigos íntimos.
Aconteceu que, indo Pedro a en-
trar, lhe saiu Cornélio ao encon-
tro e, prostrando-se-lhe aos pés,
o adorou... Pedro... entrou, en-
contrando muitos reunidos ali” (At
10:24-27).
Esse é um bom exemplo de como
iniciarmos uma igreja em casa. Al-
guém que esteja faminto por Deus re-
úne vários membros de sua família e
amigos. Aí então esta pessoa pede que
o homem de Deus venha e comparti-
lhe a Palavra de Deus. Tão simples
assim!
A reunião na casa de Cornélio foi
um irrompimento histórico. Ela con-
venceu os crentes judeus que as Boas-
Novas eram para todas as nações, e
não somente para os judeus.
A Casa de Lídia Foi a Primeira
Igreja da Europa
“Tendo-se retirado do cárcere, di-
rigiram-se para a casa de Lídia e,
vendo os irmãos, os confortaram. En-
tão, partiram” (At 16:40).
A Igreja de Filipos foi formada na
casa de Lídia. O Livro de Atos não
conta como a igreja cresceu. Muito
provavelmente, quando o grupo não
podia mais caber na casa de Lídia, os
membros formaram uma outra igreja
em casa em alguma outra parte da ci-
dade. Desta maneira eles continuaram
a dividir-se e a multiplicar-se.
A Casa Alugada de Paulo
“Por dois anos, permaneceu Pau-
lo na sua própria casa, que alugara,
onde recebia todos que o procuravam,
pregando o reino de Deus, e, com toda
a intrepidez, sem impedimento algum,
ensinava as coisas referentes ao Se-
nhor Jesus Cristo” (At 28:30,31).
Estas palavras finais do Livro de
Atos revelam que, em Roma, Paulo
usou sua casa alugada para divulgar
as Boas-Novas do amor de Deus.
O movimento que cresce mais ra-
pidamente no mundo hoje começou
em casas. O movimento cristão teve
o seu maior crescimento enquanto os
seus membros permaneceram flexí-
veis e móveis. Os cristãos multiplica-
ram-se mais quando o seu objetivo
principal era os relacionamentos, e
não os rituais.
Da Sombra à Substância
Todos os tipos e sombras do Anti-
go Testamento foram totalmente cum-
pridos em Cristo. Não precisamos
mais do Tabernáculo, das vestes sa-
cerdotais do Templo, da sua mobília,
ou de nenhuma outra coisa semelhan-
te. Cristo é tudo e em todos. Somos
completos n’Ele.
Não precisamos mais de um
“Lugar Santo”, como tinham os
judeus. Não precisamos de um al-
tar de incenso, da pia, dos pães
da proposição, nem do Urim ou
Tumim. Não precisamos das som-
bras, pois temos a substância – O
NOME DELE É JESUS.
Analisemos agora João 4:20-
23, quando a mulher de Samaria
disse a Jesus: “Nossos pais ado-
ravam neste monte; vós, entretan-
to, dizeis que em Jerusalém é o
lugar onde se deve adorar. Dis-
se-lhe Jesus: Mulher, podes crer-
me que a hora vem, quando nem
neste monte, nem em Jerusalém
adorareis o Pai. Vós adorais o
que não conheceis; nós adoramos
o que conhecemos, porque a
salvação vem dos judeus. Mas
vem a hora e já chegou, em que
os verdadeiros adoradores ado-
rarão o Pai em espírito e em ver-
dade; porque são estes que o Pai
procura para seus adoradores”.
Jesus esclareceu que DA SUA ÉPO-
CA EM DIANTE Jerusalém não era um
lugar mais santo que Samaria. Isso se
devia ao fato de que ELE HAVIA VIN-
DO. Em Sua vinda, Ele colocaria um
fim para sempre na idéia de lugares
santos. Isso porque Ele Próprio havia
cumprido todos os tipos e sombras do
Antigo Testamento.
Louvemos ao Senhor por termos
sido libertos de toda escravidão refe-
rente a um lugar onde possamos ado-
rar a Deus. Regozijemo-nos porque
fomos libertos do legalismo. Somos
livres para adorá-Lo quando estiver
mos a sós ou com outras pessoas. So-
mos livres para adorarmos a qualquer
hora, dia ou noite, em qualquer lugar
que escolhermos. n
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 9
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 3
O QUE É UMA IGREJA?
“Talvez você pense que foi uma ta-
refa fácil. No entanto, ficamos muito
frustrados.
“Considere todas as circunstânci-
as das pessoas na terra. Aí então exa-
mine todos os vários modelos da Igre-
ja na Bíblia. Agora você começará a
entender a nossa frustração. Após
muitas horas de discussão havíamos
produzido muitos modelos bons. Con-
tudo, não encontramos nenhuma de-
finição absoluta para a Igreja, a não
ser ‘pessoas movendo-se juntamente
sob o senhorio de Jesus’.”
Gosto da definição “pessoas mo-
vendo-se juntamente”. A maioria de
nós fomos levados a crer que a igreja
é um prédio – algo imóvel.
Se Deus estremecesse e retirasse
Uma igreja certamente não é aque-
le prédio da esquina, com as lindas ja-
nelas de vitrais e o campanário em
cima. A igreja talvez se reúna lá, mas
este prédio não é a igreja.
A palavra original no grego,
ekklesia,écompostaporduaspalavras:
ek,quesignifica“paraforade”ekalleo,
que significa “Eu chamo”. O signifi-
cado pleno e simples de “igreja”, de
acordocomapalavragregaoriginal,é
“Euchamoparaforade”.
Quando Jesus disse: “Edificarei a
Minha Igreja”, Ele estava dizendo:
“Chamarei o Meu povo para fora do
mundo.ElessereunirãoemMeuNome
e as portas do Inferno não prevalece-
rãocontraeles.”Issomostraqueopovo
deJesuschamadoparaforaseagrupa-
rá como um exército. Eles tomarão o
mundo para Ele. O inimigo não será
capaz de parar este avanço. Este exér-
cito invencível será motivado pelo
amordeDeusnocoraçãodeseusmem-
bros. Eles terão uma mensagem de
amor e perdão em seus lábios.
Na verdade, ekklesia tem dois sig-
nificados: o de sermos chamados para
fora e o de estarmos reunidos. Não
podemosexperimentaraIgrejaatéque
nos reunamos.
A minha esposa e eu somos UM.
Somos UM até mesmo quando estiver-
mos separados um do outro, por mui-
tos quilômetros de distância. Porém,
não experimentamos os benefícios e
bênçãos da nossa união matrimonial
até que nos reunamos.
Semelhantemente, você e todos os
outros crentes da sua cidade constitu-
emaIgrejadestacidade.Mesmoquan-
do vocês não estiverem reunidos, ain-
da assim são a Igreja. Mas vocês não
podem receber os benefícios e bênçãos
da Igreja até que se reúnam.
“Reunir-se”nãosignificaquevocês
precisamestarnomesmolugaraomes-
mo tempo. Isso provavelmente nunca
acontecerá em nenhuma cidade.
“Pessoas Movendo-se
Juntamente”
John Dawson, em seu livroTAKING
OUR CITIES FOR GOD (Tomando Nos-
sas Cidades Para Deus), diz: “Não há
nenhum modelo absoluto para o que
deveria ser uma igreja local.
“Certa vez eu passei uma tarde
com mais de cem líderes espirituais
de várias denominações. Tentamos en-
contrar uma definição universal de
uma igreja local bíblica.
10 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
todas as coisas até que não houvesse
nada,senãoumasimplesebásicaigre-
ja neo-testamentária, o que teríamos
de sobra?
Imagine que eu tirasse todas as
coisas desnecessárias do que eu en-
tendo ser uma igreja. O que permane-
ceria? O nosso propósito neste capí-
tulo é respondermos essa pergunta.
Em primeiro lugar examinemos a
palavra“paraigreja”.
O que é Uma Paraigreja?
Li recentemente um livro que pro-
curava explicar a natureza da igreja.
Um subtítulo do livro era “Qual é o
Relacionamento da Igreja com as Or-
ganizações Paraeclesiásticas?” O au-
tor fez a seguinte observação:
“A Bíblia é clara no sentido de que
é através da Igreja que Deus realizará
o Seu grande propósito. Contudo, a
Igreja nem sempre tem sido o que de-
veria ser. Por esta razão, muitos cren-
tes ficam desanimados com a Igreja.
Eles percebem que a Igreja, da forma
como é, não supre certas necessida-
des óbvias.
“Cristãos cuidadosos e solícitos
têm desejado suprir as necessidades
urgentes. Por essa razão, eles têm es-
tabelecido sociedades missionárias,
orfanatos, organizações para homens
de negócios cristãos, e outras institui-
ções semelhantes.
(Nota do Editor: Estas organiza-
çõessãogeralmentechamadasde“mi-
nistériosparaeclesiásticos”.Apalavra
“paraigreja”ou“paraeclesiástico”sig-
nifica “fora da igreja” ou “paralelo à
igreja”.)
“À medida que Deus continuar a
restaurar e fortalecer a Sua Igreja, a
necessidade dessas organizações exis-
tirem diminuirá. As comunidades
eclesiásticas estarão ministrando às
necessidades das pessoas em toda par-
te.”
É óbvio na citação acima que o es-
critor tinha um forte sentimento de que
“paraigreja”nãoerarealmente“igre-
ja”absolutamente.Parecequeeleacha
que algo inferior à “igreja” apareceu,
até que a igreja verdadeira possa ser
curadaoudespertadaparafazeraobra
que deveria estar fazendo. Este é um
clássicoexemplodaseguinteidéia:“Se
você não for parecido com uma igreja,
então não é uma igreja.”
O fato é que, quando uma organi-
zação “paraeclesiástica” é constituí-
da de crentes nascidos de novo em
Jesus e eles se reúnem para servi-Lo
e adorá-Lo, ela não é uma “paraigre-
ja” – é uma igreja!
A Igreja São Pessoas
A igreja não é uma organização,
instituição, ou denominação. São
“pessoas movendo-se juntamente sob
o senhorio de Jesus”.
Seria difícil encontrarmos uma
verdadeiraorganização“paraeclesiás-
tica”. Uma organização destas, com-
posta por cristãos, não seria uma “pa-
raigreja”. Seria uma IGREJA – O
POVO DE DEUS CHAMADO PARA
FORA! Até mesmo se alguns membros
não fossem nascidos de novo, ainda
assim seria uma igreja. Qual é a igre-
jaquenãotenhaalgumaspessoasnão-
salvas frequentando os cultos?
Há alguns anos eu também tinha
uma idéia incorreta sobre as paraigre-
jas. Em meu ministério de ensino eu
geralmente dizia: “Se a igreja estives-
se fazendo o que deveria estar fazen-
do não precisaríamos de todas estas
organizações paraeclesiásticas.”
Nunca me ocorreu que as pessoas
paraeclesiásticas constituíam uma
igreja exatamente da mesma maneira
que nós, muito embora o prédio em
que se reuniam não tivesse o mesmo
formato que o nosso. Eu não percebia
que elas eram o povo de Deus, mo-
vendo-se juntamente sob o senhorio
de Jesus.
Meu filho mais velho é membro de
umaorganização“paraeclesiástica”há
muitos anos. Seu grupo está fazendo
um trabalho notável em missões e
evangelização. Ele está crescendo
muito rapidamente em todo o mundo.
Alguns anos atrás meu filho e eu
estávamos discutindo o futuro dele
com essa organização específica.
Compartilhei que eu tinha algumas
idéias negativas sobre aquela orga-
nização, porque ela não era uma igre-
ja, e sim uma organização “paraecle-
siástica”.
Aparentemente ele foi apologético
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 11
e concordou plenamente comigo. Ele
disse que o que ele e os outros esta-
vam fazendo naquela organização es-
tava sendo maravilhosamente abenço-
ado por Deus. No entanto, ele achava
que o ministério da organização ainda
não era o que Deus realmente queria.
Isso se devia ao fato de que aquele mi-
nistério não estava sendo feito através
de uma igreja, mas sim de uma
“paraigreja”.(Eletambémestavacon-
fusosobre“igreja”e“paraigreja”.)
Um dia ou dois mais tarde eu esta-
va dirigindo o meu carro e pensando
sobre a minha conversa com o meu
filho. Senti o Senhor docilmente me
perguntando: “O que é que faz de uma
organização uma igreja?”
Enquanto eu tentava responder
esta pergunta, senti que Deus estava
me dando uma revelação. Eu nunca
havia visto antes tão claramente como
vi naquele momento.
Uma organização não é uma igre-
ja pelo fato de ter um prédio com um
certo formato que as pessoas chamam
de igreja.
Não é uma igreja pelo fato de ter
sido devidamente registrada pelo go-
verno federal como sendo uma igreja.
Não é uma igreja pelo fato de ter
sido reconhecida por uma sede
denominacional como sendo uma
igreja.
Não é uma igreja pelo fato de ter
cultos regulares aos domingos pela
manhã, e por praticar o batismo e a
Ceia do Senhor.
Não é uma igreja pelo fato de se
reunir regularmente ou num determi-
nado local.
ÉUMAIGREJASIMPLESMENTE
E SOMENTE PELO FATO DE SER O
POVO DE DEUS CHAMADO PARA
FORA, MOVENDO-SE JUNTAMEN-
TE SOB O SENHORIO DE JESUS.
O autor do livro / WILL BUILD MY
CHURCH (Edificarei a Minha Igre-
ja), Alfred Kuen escreveu:
“E fácil ficarmos atolados com as-
suntos e questões insignificantes.Apa-
rentemente não há uma forma bem
clara e precisa de se definir uma igre-
ja local.
“Quando, então, um corpo de cren-
tes poderá ser chamado de Igreja? Eu
pessoalmente tenho a tendência de
aceitar uma definição simples: um
corpo de crentes pode ser chamado de
igreja sempre que um grupo se reunir
regularmenteparaumaedificaçãomú-
tua.
“Porque, onde estiverem dois ou
três reunidos em meu nome, ali estou
no meio deles” (Mt 18:20).
“É claro o que Tertuliano, um dos
patriarcas da Igreja Primitiva, achava
ser o significado das palavras de Je-
sus. Tertuliano disse: ‘Onde houver
dois ou três crentes, até mesmo lei-
gos, aí haverá uma igreja’.”
Jim Montgomery, autor de DAWN
2000: 7 MILLION CHURCHES TO GO
(Alvorada 2000: Ainda Faltam 7 Mi-
lhões de Igrejas) também aborda a
questão “O que é uma igreja?”. Ele
escreve: “Estou impressionado com a
maneira pela qual um grupo de cris-
tãos enfrentou esta questão bem fun-
damental na China.
“Esses crentes chineses comenta-
ram: ‘Muitos cristãos mais velhos dis-
seram que não podiam predizer a for-
ma futura das igrejas chinesas. Eles
recorreram à Bíblia para encontrarem
uma resposta. Eles descobriram que
o formato de igrejas em casas era uma
igreja legítima. Paulo menciona uma
igreja em casa em l Coríntios 16:19.
“Mais tarde encontramos um livro
escrito por Wang Ming-dao. Ele era
talvez o crente mais respeitado na
China no que se refere à igreja. Por
causa da sua fé ele ficou preso por
mais de 20 anos. Ele acreditava que
onde houvesse cristãos havia uma
igreja.
“Estávamos felizes com relação a
isto. O nosso grupo consistia de ape-
nas algumas pessoas. Contudo, supú-
nhamos que éramos de fato uma igre-
ja e que a nossa Cabeça era Jesus.
“A afirmação de Wang Ming-dao
‘Ondehácristãosháumaigreja’éuma
definição profunda, especialmente
pelo fato de ser proveniente de uma
igreja que está crescendo rapidamen-
te e que está trabalhando sob as mais
difíceis circunstâncias.”
Uma Congregação de Crentes é
Uma Igreja
Há alguns meses eu estava ensi-
nando um pequeno grupo de crentes
na vila de La Rumurosa, no Antigo
México. Eu estava explicando Mateus
18:20 – “Porque, onde estiverem dois
ou três reunidos em meu nome, ali
estou no meio deles.”
Em espanhol, este versículo é o se-
guinte: “Donde hay dos o três con-
gregados en Mi Nombre, alli estoy en
médio de ellos.”
Uma palavra saltou aos meus
olhos. Eu nunca a havia notado antes.
É a palavra espanhola congregados,
que significa “reunidos” em por-
tuguês.
“Reunidos” significa “congrega-
dos”. “Onde dois ou três estiverem
CONGREGADOS em Meu Nome, aí es-
tou Eu no meio deles.” Isto me fez
lembrardapalavra“congregação”.
Então perguntei ao grupo de cren-
tes mexicanos: “De acordo com este
versículo, quantas pessoas são neces-
sáriasparatermosumacongregação?”
Enquanto eu aguardava que eles res-
pondessem, fui surpreendido com o
pesodarespostaque estavaseforman-
do em minha própria mente.
Duas ou três pessoas é tudo o que
é necessário para termos uma congre-
gação – uma congregação de crentes
com Jesus no meio é uma igreja! Isso
não significa que os dois ou três se-
jam simplesmente quaisquer pessoas.
Significa duas ou três pessoas que se-
jam chamadas pelo nome de Jesus,
porque pertencem a Ele.
Jesus no Meio
“Jesus dentro do coração” é a ex-
periência do indivíduo em seu cami-
nhar particular com o Senhor.
“Jesus no meio” tem o mesmo sig-
nificado no contexto de uma comuni-
dade de igreja.
“Jesus no meio” significa Jesus
andando em nosso meio, tocando-nos,
falando conosco através dos dons do
Espírito. É Jesus fluindo por intermé-
dio dos membros do Seu Corpo, a
Igreja.
“Jesus no meio” é a experiência
corporativa. “Jesus dentro do cora-
ção” é a experiência particular.
Quando dois ou três crentes ver-
dadeiros, nascidos de novo, se reúnem
em Seu Nome, Jesus está NO MEIO.
Jesus em nosso meio é IGREJA!
12 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
Essa experiência é diferente de
quando temos Jesus no coração. Não
podemos experimentar Jesus em nos-
so meio enquanto estamos sozinhos.
Somente podemos ter essa experiên-
cia quando estivermos na companhia
de outros – pelo menos uma ou duas
outras pessoas.
Será que dois ou três juntos são
uma igreja no mais pleno sentido da
palavra? Sim, são uma igreja no mais
pleno sentido da palavra. É a igreja
básica.
Podemos ter mais do que dois ou
três,e,aindaassim,serumaigreja,uma
igreja no sentido mais pleno, mas ela
não se torna mais igreja pelo fato de
haver mais de dois ou três membros.
Ela apenas se torna uma igreja maior.
O Papel dos Líderes de Igrejas
E os pastores, mestres, apóstolos,
evangelistas, e profetas? Será que uma
organizaçãopoderáserumaigrejasem
que esses ministérios estejam presen-
tes? Sim, será uma igreja, até mesmo
sem todos os ministérios citados aci-
ma.
O quarto Capítulo de Efésios diz
que o Senhor deu esses cinco minis-
térios à Igreja. Ele deu esses dons a
algo que já existia.
Quando Paulo saiu de Antioquia
em sua Primeira Viagem Missionária,
ele estabeleceu igrejas em quatro ci-
dades. Em seu caminho de volta à
Antioquia, ele ordenou presbíteros
para essas igrejas.
Isso indica que o Espírito Santo,
que é o Autor do Livro de Atos, sabia
que elas eram igrejas ANTES que a li-
derança fosse designada.
“E, tendo anunciado o evangelho
naquela cidade efeito muitos discípu-
los, voltaram para Listra, e Icônio, e
Antioquia, fortalecendo a alma dos
discípulos,exortando-osapermanecer
firmes na fé; e mostrando que, através
de muitas tribulações, nos importa
entrar no reino de Deus. E, promoven-
do-lhes, em cada igreja, a eleição de
presbíteros, depois de orar com jejuns,
os encomendaram ao Senhor em quem
haviam crido” (At 14:21-23).
Os presbíteros foram escolhidos
dentre os discípulos que constituíam
as igrejas. Os discípulos eram pesso-
as chamadas por Deus das trevas para
a luz. Esse tipo de pessoa constitui a
IGREJA! Observe que o escritor de
Atos usa as palavras “discípulos” e
“igreja”deumaformaintercambiável.
Observe também que Paulo achou
seguro deixar aquelas igrejas recém-
formadas nas mãos do Senhor, em
quem as pessoas haviam crido. Esta é
uma afirmação fundamental e precisa
ser compreendida mais plenamente.
Nós, que estamos em posições de
liderança na igreja, às vezes coloca-
mos erroneamente uma importância
demasiada sobre nós próprios. Faze-
mos isso quando presumimos que a
igreja não pode funcionar sem a nos-
sa total “supervisão e vigilância” com
relação ao rebanho.
O bispo, presbítero, ou pastor é um
supervisor e alimentador. Ele funcio-
na como um pai ou uma enfermeira
aos seus “filhos” espirituais. No en-
tanto, é preciso que haja um limite à
sua supervisão espiritual. Muitos lí-
deres violam esse princípio frequen-
temente.
A nossa violação principal como
líderes de igreja é que tiramos quase
que por completo a capacidade de
ministração dos membros e entrega-
mos esta capacidade ao “clero profis-
sional”.
O que é Então Uma Igreja?
Se retirarmos tudo o que não é es-
sencial na igreja sobrará somente o
que é essencial. Teríamos então a Je-
sus e pelo menos duas pessoas que se
reuniram em Seu Nome.
Duas pessoas que nasceram de
novo, reunindo-se para reconhecerem
a presença de Jesus, são uma igreja
em seu nível mais básico. Não impor-
ta onde e nem quando estas duas pes-
soas se reúnem. Quando elas se reú-
nem para honrarem a Jesus isto ainda
é uma igreja.
Isso, obviamente, não significa que
esse nível essencial é onde o Senhor
quer que operemos o tempo todo. Lou-
vado seja Deus por grupos maiores.
No entanto, nunca percamos de vista
a igreja básica. Se o fizermos teremos
a tendência de cairmos de volta em
formalismos, rituais, cerimônias, re-
ligiosidade, e legalismo. n
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 13
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 4
IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS
POR SATURAÇÃO
O principal defensor de implanta-
ção de igrejas do Século XX foi o fa-
lecido Dr. Donald McGavran. No
DAWN REPORT (Relatório da Alvora-
da), Jim Montgomery conta o seguin-
te incidente:
“Durante os últimos meses da en-
fermidade de Mary McGavran, a mi-
nha esposa Lyn passava frequente-
mente algum tempo com ela. O
Donald McGavran estava presente
também. Ele não fazia caso do seu
próprio câncer doloroso enquanto to-
mava conta da sua amada Mary.
“ ‘Vocês podem ter a certeza de que
o Jim e eu continuaremos o nosso
compromisso com relação ao cresci-
mento das igrejas depois que você fa-
lecer’, disse Lyn ao Donald certo dia.
‘“Não o chame mais de crescimen-
to de igreja’, foi a sua rápida respos-
ta. ‘Chame-o de multiplicação de igre-
jas!’
“Duas semanas antes da sua morte
ele disse: ‘A única maneira pela qual
completaremos a tarefa da Grande
Comissão é implantando uma igreja
em todas as comunidades do mundo.’”
O Movimento A. D. 2000 e Além
O Movimento A.D. 2000 e Além
está ganhando um impulso em todo o
mundo. O seu objetivo é mobilizar o
CorpodeCristoatrabalhardiretamen-
te no cumprimento da Grande Comis-
são em nossa época.
É uma visão que está sendo adota-
da por igrejas, organizações missio-
nárias e denominações em todo o mun-
do. Há mais interesse hoje em missões,
naevangelizaçãodomundo,enaimplan-
taçãodeigrejasdoqueemqualquerou-
traépocadahistória.
O seguinte diagrama mostra o nos-
so progresso na conclusão da Grande
Comissão:
Não Crentes
Para Cada Crente
Ano = D.C. Proporção
100 360 para 1
1000 220 para 1
1500 69 para 1
1900 27 para 1
1950 21 para 1
1970 11 para 1
1990 7 para 1
2000
?
O Dr. Ralph Winter é o fundador
do U.S. Center For World Mission
(Centro Americano Para Missões
Mundiais). Com relação a este diagra-
ma ele diz o seguinte: “Nos últimos
20 séculos, os mansos têm herdado a
terra silenciosamente!”
Ao estudar o diagrama acima você
perceberáquehá1900anos,havia360
pessoas não-salvas no mundo para
cada crente nascido de novo. Esta era
uma proporção de 360 para 1.
No ano de 1500, esta proporção já
havia sido reduzida a apenas 69 para
1. No início do século passado, esta
proporção já havia caído a 27 para 1.
Veja agora o que está acontecen-
do. Desde 1950 somente, a propor-
çãodenão-cristãosparaverdadeiros
crentes foi reduzida em 67%. Ela
passou de 21 para l a apenas 7 para
l!
Exatamente como Jesus predis-
se, a Sua Igreja está penetrando
irresistivelmente em toda a Terra.
Estamos chegando mais perto do
tempo em que verdadeiramente “a
terraseencherádoconhecimentoda
glória do Senhor” (Hc 2:14).
Igrejas em Todos os Bairros
Jesus ordenou que a Igreja fosse a
todo o mundo e discipulasse todas as
nações.
A palavra “nação” significa grupo
étnico, ou um grupo em que as pesso-
as compartilham da mesma cultura e
língua. De acordo com líderes missi-
onários, há aproximadamente seis mil
nações ou grupos étnicos que ainda
não possuem uma igreja.
São necessárias mais do que algu-
mas igrejas para se discipular uma
nação. A única maneira de fazê-lo é
por intermédio de implantação de
muitas igrejas dentro dessa nação.
Isso requer uma estratégia de IM-
PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATU-
RAÇÃO, que significa a implantação de
igrejas em todos os bairros com uma
população de 500 a 1000 pessoas.
Esta visão de IMPLANTAÇÃO DE
IGREJAS POR SATURAÇÃO não é so-
mente para nações em desenvolvimen-
to. É para todas as nações, incluindo-
se as da Europa, América Latina e
América do Norte.
14 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A maioria dos líderes das igrejas
existentes não ficam nervosos ao pen-
sarem sobre um movimento de igre-
jas em casas, se esse movimento esti-
ver localizado do outro lado do mun-
do. No entanto, se o movimento esti-
ver acontecendo em suas cidades, po-
derá haver uma reação bem diferente.
Damos brados de louvores a Deus
por todos os chineses que estão sendo
salvosporcausadomovimentodeigre-
jas em casas na China. Contudo, os
bradosparame,àsvezes,tornam-seum
resmungo de protesto se esse movi-
mento chegar em nossas cidades. Por-
quê?Muitostememqueissocauseuma
divisão dentro de suas igrejas e leve
embora alguns de seus membros.
Seria bom se pudéssemos ver o
movimento de igrejas em casas como
uma multiplicação de congregações.
Aí então todas as igrejas de uma dada
cidade poderiam tornar-se ativas na
multiplicação de congregações, em
vez de tentarem edificar uma só con-
gregação gigantesca.
Seríamos desafiados na área do
preparo de novos líderes. Nós já de-
veríamos mesmo estar treinando líde-
res.
“O campo é o mundo” (Mt 13:38).
Sempre é o tempo certo para alcan-
çarmos todos os não-salvos em todo
o mundo.
Ninguém deveria dizer: “Ei, não
comece uma igreja aqui. Este é o MEU
território!” Não há nenhuma igreja
que esteja alcançando todos os não-
salvos em uma cidade, ou mesmo em
alguma região ou bairro. Precisamos
detodaajudaquepudermosobterpara
alcançarmos os necessitados.
Se um movimento de igrejas em
casas acelerasse a evangelização da
minha cidade, eu gostaria de iniciar
tantas igrejas em casas quanto possí-
vel. Eu tomaria as providências para
que elas se multiplicassem e eu tam-
bém estimularia a quaisquer outros
pastores que amam a Jesus a multi-
plicarem as congregações na minha
própria cidade ou em outra qualquer.
Desenvolvam Líderes Leigos
Não-Remunerados
Alguns se preocupam, achando
que a multiplicação de igrejas em ca-
sas produz líderes não-qualificados.
Há uma preocupação de que líde-
res ineptos possam causar um aumen-
to de heresias e de ignorância.
Esse argumento supõe que a rápi-
da multiplicação de congregações es-
vazia o nosso suprimento de líderes
qualificados. Alguns acham que essa
multiplicação torna necessária a co-
locação, como líderes nas igrejas em
casas, de homens e mulheres que Deus
não pode usar.
Precisamos manter em mente que
Jesus não foi às instituições religio-
sas da Sua época para escolher líde-
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 15
res para a Sua Igreja. Ele escolheu ho-
mens que eram pescadores ignoran-
tes e leigos simples e comuns. Em se-
guida Ele os capacitou com o enchi-
mento do Espírito Santo.
Deus gosta muito de usar coisas
pequeninas e fracas. Considere a se-
guinte passagem bíblica:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa
vocação; visto que não foram chama-
dos muitos sábios segundo a carne,
nem muitos poderosos, nem muitos de
nobre nascimento; pelo contrário,
Deus escolheu as coisas loucas do
mundo para envergonhar os sábios e
escolheu as coisas fracas do mundo
para envergonhar as fortes; e Deus
escolheu as coisas humildes do mun-
do,easdesprezadas,eaquelasquenão
são, para reduzir a nada as que são; a
fim de que ninguém se vanglorie na
presença de Deus” (l Co 1:26-29).
Têm havido muitos movimentos
mundiais significativos na divulgação
do Evangelho por toda a história da
Igreja. Em cada um deles, homens e
mulheres ordinários e comuns têm
tido um papel importante.
João Wesley era um homem muito
instruído, com anos de aprendizado e
treinamento religioso. Ele foi o líder
de um dos grandes movimentos de
reavivamento e implantação de igre-
jas da história. No entanto, Wesley não
foi às escolas estabelecidas de treina-
mentoreligiosoparaencontrarosseus
pastores e líderes.
Ele disse: “Dê-me doze homens
que amem a Jesus com todo o seu co-
ração e que não temam os homens ou
os demônios. Não dou a mínima im-
portância se forem clérigos ou leigos.
Com estes homens eu mudarei o mun-
do.” E foi exatamente isso que João
Wesley fez.
Pregar o Evangelho ao ar livre na
época de Wesley era o cúmulo do sa-
crilégio. Era considerado como uma
grave afronta à Igreja estabelecida. A
Sagrada Palavra de Deus não podia
ser proclamada fora de um prédio de
igreja.
Os Irmãos Wesley e George
Whitefield sofreram anos de persegui-
ções por quebrarem as antigas tradi-
ções da Igreja estabelecida. No entan-
to, isso não os deteve.
Eles conheciam as Escrituras. Eles
estavam convencidos de que se Jesus
podia quebrar as tradições, era acei-
tável para eles fazerem o mesmo.
Agora citaremos uma vez mais os
escritos do Dr. McGavran, o “Pai” do
Movimento de Crescimento de Igre-
jas. Em seu livro UNDERSTANDING
CHURCH GROWTH (Compreendendo
o Crescimento da Igreja), ele afirma:
“Desenvolva líderes leigos não-
remunerados. Os leigos têm tido um
papel importante nas expansões urba-
nas da Igreja.
“Desde o início do crescimento de
igrejas nas cidades da América Lati-
na, homens comuns não-remunerados
dirigiram as congregações.
“Emalgunslugares,trabalhadores,
mecânicos, balconistas, ou motoristas
decaminhãoensinamaBíblia,dirigem
as orações, contam o que Deus tem fei-
to por eles, ou exortam os irmãos. Nes-
tes lugares, o cristianismo realmente
parece natural a homens comuns.
“Estes leigos que estão no minis-
tério estão sujeitos aos mesmos ris-
cos e estão limitados pelo mesmo ho-
rário de trabalho que os membros de
suas congregações. Talvez eles este-
jam carentes na precisão dos ensinos
bíblicos ou na beleza de suas orações.
Contudo, eles compensam abundan-
temente essa falha através do contato
íntimo com as pessoas comuns.
“Nenhum obreiro remunerado que
venha de fora pode saber tanto sobre
uma região ou bairro quanto alguém
que tenha dezenas de amigos íntimos
e parentes ao seu redor.
“É verdade que em ‘território no-
vo’, alguém de fora deve ser a pessoa
indicada para iniciar novos trabalhos.
No entanto, seria melhor a pessoa en-
tregar logo a direção das novas igre-
jas a homens da própria região.”
Em seu livro BREAKING THE
STA1NED GLASSBARRIER (Quebran-
do a Barreira das Janelas de Vitrais),
David Womack escreveu: “Há somen-
te uma maneira pela qual a Grande
Comissão pode ser realizada, a saber,
estabelecendo-se congregações que
preguem o Evangelho em todas as
comunidades sobre a face da terra.”
Roger Greenway, um especialista
na evangelização de cidades, diz em
DISCIPLING THE CITY (Discipulando
a Cidade): “A tarefa evangelística da
Igreja exige que cada bairro, prédio
de apartamentos, e vizinhança tenha
uma igreja fiel à Palavra de Deus
estabelecida.”
Igrejas aos Milhões
Há pouco tempo eu estava lendo o
livro de Jim Montgomery intitulado
DAWN 2000 (Alvorada 2000). Ele tem
um subtítulo que eu quase não conse-
guia crer: AINDA FALTAM SETE MI-
LHÕES DE IGREJAS. Pensei comigo
mesmo: “Como alguém consegue até
mesmo ousar pensar em termos de
milhões de igrejas?”
Eu ainda não havia lido muito até
descobrir que eu também poderia crer
que sete milhões de igrejas pudessem
ser implantadas por todo o mundo nos
próximos anos.
Creio que seja provável porque es-
tamos no limiar do mais forte movi-
mento missionário da história do mun-
do. Há mais interesse agora em alcan-
çarmos todas as línguas, tribos e na-
ções do que jamais houve desde que
Jesus subiu ao Pai.
Há um grande clamor subindo em
todo o mundo, a saber: VAMOS TER-
MINAR A TAREFA! VAMOS CUMPRIR
O MANDAMENTO DE CRISTO DE
PREGARMOS O EVANGELHO A TO-
DAS AS CRIATURAS. VAMOS OBE-
DECER O SEU MANDAMENTO DE
DISCIPULARMOS TODAS AS NA-
ÇÕES.
VAMOS TRAZER CRISTO DE
VOLTA PARA REINAR EM JUSTIÇA.
VAMOS VER OS REINOS DESTE
MUNDO TORNANDO-SE OS REINOS
DO NOSSO DEUS E DO SEU CRISTO.
Há uma grande onda que está ga-
nhando impulso diariamente.
Certamente a pedra que foi corta-
da sem mãos, que o profeta Daniel viu
em sua visão, é Cristo. Daniel nos
conta como ele viu a pedra descendo
para ferir e golpear os pés da estátua
que representa os poderes do mundo
(Dn 2:34).
Essa pedra, que é Cristo, está fi-
cando cada vez maior e ganhando im-
pulso. Ela já colidiu ruidosamente
contra os pés do sistema deste mun-
do. Em breve ela crescerá e se trans-
16 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
formará numa montanha que cobrirá
a terra “do conhecimento do SE-
NHOR, como as águas cobrem o mar”
(Is 11:9).
A chave para o cumprimento da
Grande Comissão é a implantação de
igrejas.
Há um plano que está atraindo a
atenção de muitos estrategistas de
missões hoje em dia. É a implantação
de uma congregação de crentes em
todas as comunidades com 500 a 1000
habitantes. Isto é a IMPLANTAÇÃO
DE IGREJAS POR SATURAÇÃO.
Teremos de jogar fora o nosso con-
ceito de igreja com janelas de vitrais.
Não podemos mais pensar em “igre-
jas” como sendo uma construção de
tijolos.
Precisamos começar a pensar em
igreja como sendo pessoas, que se re-
únem em nome de Jesus. Essas pes-
soas estão se reunindo em casas, lo-
jas,escritórios,fábricas,armazéns,es-
colas, salões fúnebres, parques, peni-
tenciárias, prisões, hospitais, prédios
abandonados, esquinas, saguões, clu-
bes femininos, clubes de serviço, e até
mesmo em prédios de igreja.
O Sistema de Aprendizes
A pergunta urgente é a seguinte:
Onde vamos arrumar todos os pasto-
res que serão necessários para dirigi-
rem todas essas novas igrejas?
Há alguns anos, na América Lati-
na, vários missionários se reuniram
para traçarem um plano para o treina-
mento de jovens para o ministério. A
maioria das pessoas em suas regiões
eram muito pobres. Portanto, era mui-
to improvável que qualquer um daque-
les homens fossem enviados a uma
cidade para serem instruídos numa
escola teológica.
Aqueles missionários apresenta-
ram um plano chamado de ETE – Edu-
cação Teológica por Extensão. Era um
curso que os rapazes podiam fazer em
casa. Foi uma idéia oportuna para o
tempo em que estavam vivendo e tor-
nou-se um programa muito bem-su-
cedido.
Mais tarde, um outro missionário
chamado George Patterson acrescen-
tou um outro “E” ao nome deste pro-
grama. Ele chamou o seu plano de
ETEE – Educação Teológica e Evan-
gelização por Extensão. Era um pla-
no para os pastores treinarem rapazes
para o ministério através de um siste-
ma de aprendizes.
O plano exigia que cada pastor su-
pervisionasse o treinamento pessoal
do aprendiz. Ele deveria dar ao jovem
um “laboratório” para que ele apren-
desse a pastorear uma igreja.
O“laboratório”eraumaigrejaver-
dadeira, um pequeno grupo de pessoas
que se reuniam numa casa ou em al-
gum outro lugar. O aprendiz era envia-
do para pastorear esse grupo. De vez
em quando o aprendiz recebia tarefas
especiais do pastor patrocinador. Al-
gumas destas tarefas eram: ler certos
livros, ouvir fitas, frequentar reuniões,
ou participar de seminários. Semana
após semana, o aprendiz cumpria as
tarefas dadas pelo seu pastor-mestre.
A visão de multiplicação aconte-
ciaàmedidaquecadaaprendizeraen-
sinado a patrocinar também outro ho-
mem da própria congregação. Assim
sendo, a visão do movimento de im-
plantação de igrejas estava se cum-
prindo. n
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 17
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 5
UMA RODA OU UMA VIDEIRA?
Pense numa roda caída no chão,
com raios saindo em todas as direções,
procedentes de seu eixo no centro.
Penseagoranumavideira,crescen-
do no chão, que começa num lugar e
estende os seus ramos em todas as di-
reções. Cada um dos ramos está in-
troduzindo raízes no solo que também
crescem e transformam-se em plantas.
Cada raiz está gerando uma outra
planta exatamente igual à primeira.
Todas essas novas plantas têm o mes-
mo potencial de enviarem ramos, os
quais também introduzem raízes no
solo.
Qual das duas, a roda ou a videira,
descreve melhor a estratégia de IM-
PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SA-
TURAÇÃO? A VIDEIRA, obviamente.
Não é uma questão de qual das
duas funciona. Ambas funcionam.
Uma delas, no entanto, funciona me-
lhor do que a outra. Algumas igrejas
estão usando o conceito da roda e ou-
tras estão começando a ver a sabedo-
ria do conceito da videira com rela-
ção à implantação de igrejas.
A Roda
O conceito da roda requer que to-
das as igrejas-bebês estejam intima-
mente ligadas e dependentes da igre-
ja-mãe. Normalmente elas não são
chamadas de igrejas. Às vezes são
chamadas de “grupos familiares” ou
“células”.Elassãoconsideradascomo
uma extensão da igreja-mãe.
Todos os membros dos pequenos
grupos reúnem-se durante a semana a
fim de poderem freqüentar a igreja-
mãe no domingo de manhã. Todos os
dízimos e ofertas são canalizados à
igreja-mãe.
Os líderes das células não são con-
siderados como pastores. De vez em
quando uma das igrejas-células é li-
berada no sentido de tornar-se uma
igreja adulta e um pastor é designa-
do.
Esse, em essência, é o conceito da
roda. Ele tem sido muito bem-sucedi-
do em alguns lugares e tem produzi-
do algumas congregações bem gran-
des.
A Videira
O conceito da videira com relação
à implantação de igrejas pode ser ilus-
tradopela“planta-aranha”.Elatemfo-
lhas longas, graciosas, e diversifica-
das, e assemelha-se a um chorão em
miniatura.Desuasfolhascrescemlon-
gosramosqueproduzem“plantas-ara-
nhas” menores em intervalos ao lon-
go dos ramos.
A “planta-aranha” geralmente é
plantada num vaso suspenso. As
“plantas-aranhas” bebezinhas nunca
se tornam tão grandes quanto a plan-
ta-mãe. Isso se deve ao fato de que,
diferentemente da planta-mãe, que
tem as suas raízes plantadas no solo,
as“plantas-aranhas”bebêssãodeixa-
das pendentes no ar. Elas recebem
toda a sua vida da planta-mãe.
Imagine agora que você tirou essa
linda planta de sua posição suspensa
e a plantou no chão. Cada uma das
“plantas-aranhas” bebezinhas come-
çarão a introduzir suas raízes no chão.
Quando isso acontece, cada plan-
ta-bebê começa a crescer e a enviar
novos ramos em todas as direções.
Dessa forma, ela eventualmente gera
um infindável número de lindas e ma-
duras“plantas-aranhas”.
Tendências
A roda tem a tendência a atrair os
raios para si mesma; a videira, a libe-
rar os ramos para fora.
A roda tem a tendência a ser local;
a videira, a estar tanto dentro como
fora de sua área local.
A roda tem a tendência a adição; a
videira, à multiplicação.
A roda tem a tendência a edificar
uma só igreja; a videira, a edificar
muitas igrejas.
A roda tem a tendência a restringir
a visão missionária; a videira, aincen-
tivar a visão missionária.
A roda abrange a cidade; a videi-
ra, o mundo.
A roda treina líderes de grupos; a
videira, pastores e líderes.
A roda tem a visão de células, es-
tudos bíblicos, ou de grupos familia-
res; a videira tem a visão de igrejas
reunindo-se em casas.
Igrejas em Casas
Que o Senhor da Colheita nos dê
uma visão de longo alcance para a im-
plantação de igrejas. Que essa visão
permita uma liberdade total para que
a vida da igreja possa expressar-se.
Que não haja nenhuma restrição na
expressão da vida da igreja! Esta é a
nossa oração. Amém! n
18 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 6
SERÁ QUE OS PRÉDIOS DE IGREJAS
SÃO MESMOS NECESSÁRIOS?
Howard Snyder escreveu um livro
muito importante, intitulado THE
PROBLEM WITH WINESKINS (O
Problema com os Odres). Nesse livro,
ele aborda detalhadamente os proble-
mas das estruturas eclesiásticas.
Ele fala sobre os propósitos de
Deus para a Sua Igreja que estão sen-
do revelados. Ele fala da nossa inca-
pacidade, algumas vezes, em fazermos
os ajustes apropriados com relação a
esses propósitos. O texto a seguir é
do capítulo intitulado “Os Prédios de
Igrejas São Supérfluos?”
“Imagine só! Imagine que você
está emqualquercidadeimportantedo
Primeiro Século, onde o cristianismo
havia penetrado.
“Agorafaçaapergunta:‘Ondeestá
aigreja?’Vocêseriadirigidoaumgru-
po de adoradores reunidos numa casa.
“Não havia nenhum prédio espe-
cial e nenhuma evidência de riqueza
com que pudéssemos associar a igre-
ja. Havia somente pessoas.”
Walter Oetting, em seu livro THE
CHURCH IN THE CATACOMBS (A
Igreja nas Catacumbas), escreveu:
‘“Os cristãos não começaram a
edificar prédios de igrejas até aproxi-
madamente o ano 200 d.C. Esse fato
sugere que os prédios não são essen-
ciais para um crescimento numérico
ou profundidade espiritual.
‘“A Igreja Primitiva possuía tanto
o crescimento quanto a profundidade.
Até épocas recentes, o maior período
de vitalidade e crescimento da Igreja
ocorreu durante os dois primeiros sé-
culos d.C. Em outras palavras, a Igre-
ja cresceu mais rapidamente quando
ela não tinha a ajuda – ou o estorvo –
dos prédios de igrejas.’”
Creio que o Senhor está chaman-
do Seu povo para arrepender-se da ên-
fase demasiada que se tem dado aos
prédios nos últimos séculos. Ele está
nos dizendo para nos livrarmos de to-
das as barreiras à rápida implantação
de igrejas.
O objetivo é que “a palavra do Se-
nhor se propague e seja glorificada”
(2 Ts 3:1). Um dos principais obs-
táculos, em muitos casos, é a constru-
ção ou prédio que chamamos de “igre-
ja”.
Quebrando a Barreira dos
Vitrais da Igreja
O Dr. Donald McGavran, em seu
livro Understanding Church Growth
(Compreendendo o Crescimento da
Igreja), diz: “As igrejas em casas pos-
sibilitaram que a pequenina Igreja do
Primeiro Século crescesse poderosa-
mente. Com uma só cajadada, eles
venceram quatro obstáculos ao cres-
cimento, com os quais a Igreja se de-
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 19
parou, à medida que liberava novas
populações:
(1)”O custo de um prédio de igreja.
Sem desembolsar absolutamente,
nenhum dinheiro, as igrejas em ca-
sas forneceram tantos lugares de
adoração quanto havia grupos de
cristãos. Esse primeiro obstáculo
comum à multiplicação de igrejas
nuncaapareceu.”
(2)“O obstáculo da conexão judaica.
As igrejas em casas tiraram a Igre-
jadasinagogaeaintroduziunapo-
pulação gentia.”
(3)“O obstáculo de nos voltarmos
para dentro. Cada nova igreja em
casa expunha um novo grupo de
amigos e parentes a um contato ín-
timo com cristãos ardentes.”
(4)“O obstáculo de uma liderança li-
mitada. Cada igreja em casa lan-
çava as responsabilidades e o
prestígio da liderança em homens
capazes da nova congregação. Os
líderes trabalhavam de acordo
com os ensinamentos do Antigo
Testamento, com a tradição oral
da vida de Jesus, e uma ou duas
das Cartas de Paulo. Com esses
limites flexíveis, eles eram livres
para seguirem a direção do Espí-
rito Santo.”
“Em nosso contexto moderno, es-
ses quatro obstáculos e suas soluções
ainda são importantes. Ao falarmos
sobre as causas do crescimento da
Igreja Primitiva, deveríamos levar em
consideração o fato físico das igrejas
em casas.
A IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS
POR SATURAÇÃO exige um irrompi-
mento. Precisamos irromper através
das “barreiras das janelas de vitrais”
e entrar na comunhão simples e aber-
ta do povo de Deus. Precisamos ver
essa comunhão no maior número pos-
sível de aspectos em que o Espírito
Santo nos conduzir, e não termos
medo de chamar de igreja.
Quer estejamos nos reunindo em
nome de Jesus numa catedral ou numa
cozinha, ainda assim é “igreja”. É o
povo de Deus chamado para fora e
reunido.
Sim, usaremos prédios. No entan-
to, nunca permitiremos que os prédi-
os atrapalhem a nossa mobilidade,
visão, ou zelo de multiplicarmos as
congregações.
O Fiasco de Constantino
James Rutz, em seu livro THE
OPEN CHURCH (AIgreja Aberta), diz:
“O que realmente nos matou foram os
tijolos! Na maior asneira de sua histó-
ria, a Igreja começou a construir um
grande número de prédios.
“Ela desalojou as catacumbas (tú-
mulos subterrâneos) e os estreitos va-
les florestais em que os santos se reu-
niam. Ela terminou para sempre com
as calorosas e preciosas reuniões na
sala de estar das pessoas.
“Seguindo o modelo dos tribunais
romanos, os novos prédios tinham ca-
pacidade para centenas de cristãos.
Obviamente não podemos ter uma
interação íntima e fácil com uma mul-
tidão deste tamanho. Um novo santu-
ário, desde o primeiro domingo em
que foi aberto, colocava limites na li-
vre expressão das pessoas. O novo
berço sufocou o bebê.
“Imagine que você estivesse viven-
do naquela época.
“Talvez você se sentisse à vonta-
de, confessando um pecado a vinte ou
trinta amigos na casa de Josephus e
Johanna (ou vamos chamá-los de Zé
e Maria). Mas será que conseguiria
fazer ISTO na frente de quinhentas
pessoas desconhecidas?
“Se Deus colocasse algo muito for-
te em seu coração nesta semana, você
não hesitaria em levantar-se para pas-
sar dez ou quinze minutos comparti-
lhando isto na sala de estar do Zé e
.da Maria. Mas aqui, no novo salão,
há provavelmente doze homens e
mulheres, no mínimo, com uma men-
sagem queimando em seu coração.
Você provavelmente nunca teria a
chance de se expressar!
“Na casa do Zé e da Maria, todos
se envolveram na hora da adoração.
Você pôde louvar ao Senhor de cora-
ção, vez após vez, da forma como se
sentia dirigido. Foi o momento mais
significativo e benéfico da sua sema-
na. Mas e aqui no novo prédio? Você
teria de esperar por sua vez que tal-
vez nunca chegue!
“Eu poderia prosseguir, mas você
já faz idéia de onde quero chegar. Sem
os modernos equipamentos eletrôni-
cos de som, as reuniões ao ar livre
tornaram-se difíceis. Não difíceis
DEMAIS, note bem, somente difíceis.
Assim sendo, as reuniões em locais
fechados assumiram a supremacia.
“Tudo o que era falado ficou cen-
tralizado num púlpito. A ordem foi
mantida. Parecia uma boa idéia na
época.
“Na casa do Zé e da Maria você
era um participante. Aqui, você é um
espectador – um ouvinte passivo. De
alguma forma você não se sente mais
importante ou necessário.”
Paraíso Perdido
“Quando mudamos das salas de
estar para os prédios de igreja com
uma equipe profissional, perdemos
todo o impulso. A igreja local tornou-
se fraca e fria.
“Os que não eram sacerdotes fo-
ram chamados de ‘leigos’, uma pala-
vra que nem mesmo é encontrada na
Bíblia – e por uma boa razão.
“Como ‘leigo’ num prédio de igre-
ja do Quarto Século, você não mais
se aproximava de Deus diretamente.
O sacerdote fazia isso por você.
“Desta maneira, um problema
arquitetônico tornou-se um problema
doutrinário. Foi perdido o sacerdócio
do crente.
“A Bíblia foi tirada das mãos do
leigo e entregue ao sacerdote. E se não
lhe é permitido decidir o que ela sig-
nifica, por que você deveria se inco-
modar em lê-la?”
O Caminho da Ruína
“O que de fato saiu errado? Como
eu já disse, a Igreja ficou tão grande e
popular que ela conseguia erigir os
próprios prédios.
“Infelizmente, isto resolveu um an-
tigo ‘problema’ que deveria ter sido
deixado sem solução. Sempre que
uma sadia igreja em casa ficava gran-
de demais para a sua sala de estar, ela
tinha que se dividir – em duas salas
de estar. Desta forma, novos líderes
estavam sempre sendo empurrados
para cima através da hierarquia.
“Mas quando os prédios de igre-
jas começaram a surgir em toda par-
te, as congregações não tiveram mais
20 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
que enfrentar esse ‘problema’. Não
havia mais aquela embaraçosa agonia
de se saber quem ficaria com os pres-
bíteros favoritos e quem teria que se
separar com os presbíteros menos po-
pulares. Todo mundo ficava com todo
mundo.
“O problema era que o comparti-
lhamento e a intimidade ficavam com-
plicados numa multidão de quinhen-
tas pessoas. As grandes multidões da-
vam muita importância aos discursos
eloqüentes. Portanto, os novos conver-
tidos gaguejantes começaram a ficar
escondidos ‘em suas cascas’.
“A situação em que nenhum mem-
bro conhecia os outros membros subs-
tituiu a comunhão. Acomunicação du-
rante as reuniões começou a ser do-
minada pêlos poucos que tinham li-
vros e sabiam ler. No final, isso pas-
sou a significar os sacerdotes.
“Os leigos (ou não-sacerdotes)
eram cidadãos de um Império Roma-
no que já estava ruindo há muito tem-
po. Eles foram transformados em
‘eunucos’ espirituais. Eles perderam
a força que o Império necessitava tão
desesperadamente naquela época.
“Em 476, Roma caiu pela última
vez. Aí então a Igreja abriu o cami-
nho para a Idade Média ou ‘Eras Es-
curas’.”
O Uso Apropriado dos Prédios
Não estamos sugerindo que os pré-
dios não têm lugar algum na expan-
são do Reino de Deus. O Senhor cer-
tamente nos dará sabedoria e direções
com relação a como utilizarmos os
prédios de todos os tipos no cumpri-
mento da Grande Comissão.
No entanto, nunca podemos cair
numa atitude doentia e não-bíblica
com relação à importância de um pré-
dio quando estivermos implantando e
edificando igrejas.
As igrejas podem certamente fun-
cionar sem a ajuda de prédios especi-
almente construídos para essa finali-
dade. Isto tem sido provado na histó-
ria da igreja em todas as épocas. Ali-
ás, a história mostra que a Igreja, na
verdade, cresce mais rapidamente e
fica mais sadia sem prédios de igrejas
do que com eles.
O movimento de igrejas em casas
é somente uma parte do mover de
Deus de volta à simplicidade. Deus
está Se movendo em muitas frentes no
sentido de levar a Sua Igreja à santi-
dade e pureza. Essa sempre foi Sua
vontade e Seu plano.
Não é como se Deus subitamente
acordasse um dia com relação à ne-
cessidade da Igreja e iniciasse um mo-
vimento para supri-la.Aquestão é que
finalmente há cada vez mais pessoas
ouvindo o que o Senhor tem dito o
tempo todo: “DEVOLVAM-ME A
MINHA IGREJA!!!”
Estou convencido de que a atitude
da Igreja deveria ser: “Senhor, a me-
nos que Tu nos digas especificamen-
te para construirmos, comprarmos, ou
alugarmos prédios, vamos implantar
e multiplicar igrejas sem eles.”
Estou aberto à idéia de prédios,
mas não estou aberto a restringirmos
a implantação de igrejas à tradicional
idéia de igrejas centralizadas em cons-
truções. A necessidade de uma IM-
PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR
SATURAÇÃO é grande demais.
Nunca cumpriremos a Grande Co-
missão num futuro previsível, conti-
nuando a adotar o conceito tradicio-
nal de “igreja”. Essa idéia simples-
mente não permitirá um movimento
em grande escala de implantação de
igrejas que será necessário para
discipularmos as nações.
Durante séculos a Igreja, requin-
tada e pomposamente, projetou e de-
corou lindos e imponentes prédios,
que foram chamados de “igrejas”.
Em alguns casos, os prédios cha-
mados de “igrejas” tornaram-se, eles
próprios,objetosdeadoração.Enormes
quantias de dinheiro dedicadas a Deus
foramgastasnaconstruçãoemanuten-
çãodestesprédios“sagrados”.
Esta era está chegando a um fim.
Há um movimento no meio do novo
de Deus de volta à simplicidade. E um
movimento que está se afastando do
cristianismo institucionalizado, poli-
tiqueiro, e super-organizado.
O Novo Testamento precisa ser o
nosso guia de fé e prática em todas as
coisas. Que ele seja também o nosso
guia nesta questão de prédios de igre-
jas. Que ele guie a nossa compreen-
são com relação ao lugar verdadeiro
dos prédios na expansão mundial da
mensagem de Jesus Cristo, nosso Se-
nhor. n
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 21
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 7
UM PASSO À UNIDADE
Alguém pode perguntar: “Mas to-
das as pequenas igrejas em casas, es-
palhadas em uma cidade, não causa-
rão uma divisão e desunião no Corpo
de Cristo daquela cidade?
A verdade é que as igrejas peque-
nas não causam mais divisões do que
as grandes. As igrejas muito grandes
e as igrejas muito pequenas têm o mes-
mo desafio quando a questão é a uni-
dade.
Unidade Organizacional ou
Unidade Espiritual
No final da década de 1970 eu es-
tava envolvido com uma nova orga-
nização cristã chamada “João
Dezessete Vinte e Um”, que era um
esforço no sentido de ajudar a estimu-
lar e promover a unidade dentro do
Corpo de Cristo, tanto nos Estados
Unidos como em outros países.
Essaorganizaçãobaseava-senaora-
çãodeJesusencontradaemJoão17:21:
“afim de que todos sejam um; e como
és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, tam-
bém sejam eles em nós; para que o
mundo creia que tu me enviaste.”
Num período de vários anos tenta-
mos reunir o povo de Deus em retiros,
encontros, eventos, paradas, marchas,
reuniões de oração, e em todas as ma-
neiras possíveis. Acreditávamos que
porintermédiodanossa“unidade”or-
ganizada o mundo veria e creria.
Foi uma das tentativas mais frus-
trantes de que eu já havia participa-
do. Isso não significa que esses even-
tos não tenham o seu lugar de impor-
tância. Certamente são importantes.
No entanto, estávamos tentando orga-
nizar a unidade, e a unidade simples-
mente não estava acontecendo.
A unidade nunca acontecerá por
meio de uma organização. Ela preci-
sa acontecer no espírito mediante uma
compreensão do que é a unidade.
Certo dia comecei a questionar a
nossa compreensão de João 17:21 e
vi, em primeiro lugar, que não havía-
mos interpretado corretamente a ora-
ção de Jesus. Ele não estava orando
por uma unidade organizacional nes-
ta passagem. Ele estava orando por
uma unidade espiritual.
Além disso, Jesus não estava oran-
do por uma unidade espiritual no meio
dos crentes. Ele estava orando pela
união do crente individual com o Pai,
22 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
e não pela união dos crentes uns com
os outros.
Toda esta passagem da oração de
Jesusabordaauniãodoindivíduocom
o Pai e o Filho. Ela não aborda o rela-
cionamento do crente com outros
crentes.
Uma interpretação errônea desta
passagem causa uma grande e dolo-
rosa frustração. Isso também faz com
que percamos o verdadeiro significa-
do daquilo pelo qual Jesus está de fato
orando.
João 17:21 poderia ser parafrase-
ado da seguinte maneira: “Para que
cada um deles possa ser um Contigo,
Pai, exatamente como Tu és em Mim,
e Eu sou em Ti, a fim de que o mundo
possa crer que Tu Me enviaste.”
O mundo nunca se convencerá de
que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus
Vivo, através de uma união organiza-
cional. Deus sempre usa homens e mu-
lheres que têm o mesmo relaciona-
mento de união com o Pai que Jesus
tinha.
O plano de Deus ainda é o mesmo
– encher os homens com o Seu Espí-
rito e demonstrar o Seu amor e poder
por intermédio deles. O que Ele fez
através de Jesus Ele quer fazer em
todo o mundo.
Elequerhabitaremnósecaminhar
em nós. Ele quer fazer obras de amor
e graça por meio de nós, exatamente
como Ele fez através de Jesus. Este é
o significado de João 17:21.
Uma Cidade – Uma Igreja
Oúnicotipodeunidadequeéabor-
dado no Novo Testamento é a unidade
espiritual e os seus resultados. Procu-
ramos em vão tentando encontrar
qualquer palavra na Bíblia que se re-
fira a organizações, sociedades, mis-
sões, ou qualquer outra coisa seme-
lhante às nossas atuais estruturas or-
ganizacionais.
OqueencontramosdefatonoNovo
Testamentoéautoridadeespiritualsen-
do enviada no ministério de apóstolos
e profetas. Vemos esta autoridade sen-
do recebida pelas igrejas. Vemos uma
igreja unida, dentro de cada cidade,
mantida em união pela “unidade do
Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3).
O Apóstolo Paulo nunca escreveu
às “igrejas” de nenhuma cidade. Ele
sempre endereçava as suas cartas à
“igreja” de uma dada cidades.
Havia e há somente uma igreja em
cada cidade ou localidade. Ele escre-
ve à “igreja” de Roma, Corinto, Éfeso,
e assim por diante. No entanto, ele
escreve às “igrejas” da Galácia, às
“igrejas” da Ásia, e assim por diante.
Isso se deve ao fato de que esses lu-
gares eram províncias, e não cidades.
Talvez haja dezenas, ou até mesmo
centenas de “igrejas” que se reúnem
em nome de Jesus numa certa cidade.
No entanto, há na verdade somente
uma igreja nesta localidade. Esta úni-
ca igreja consiste dos muitos grupos
cristãos menores desta cidade. Exata-
mente como todas as igrejas de todas
as cidades do mundo constituem o
CorpodeCristo,assimtambémasigre-
jas (congregações) de uma localidade
constituem a igreja daquela cidade.
Mantenham a Unidade
Em Efésios 4:3-6 lemos: “esfor-
çando-vos diligentemente por preser-
var a unidade do Espírito no vínculo
da paz; há somente um corpo e um
Espírito... um só Senhor, uma só fé,
um só batismo; um só Deus e Pai de
todos, o qual é sobre todos, age por
meio de todos e está em todos.”
Na passagem acima Paulo não dis-
se “Estabeleçam a unidade do Espí-
rito.” Ele disse: “preservar a unidade
do Espírito.” É como se esta unidade
fosse algo que já foi estabelecido. Ele
fala aqui como se a unidade fosse algo
que vem automaticamente como parte
de todo o “pacote” cristão.
Nascemos de novo e somos intro-
duzidos na unidade porque “há so-
mente um corpo e um Espírito... um
só Senhor... um só Deus e Pai.” A
nossa parte é simplesmente um reco-
nhecimento de que já somos um. Cum-
prir o mandamento de mantermos a
unidade do Espírito no vínculo da paz
significa mantermos algo que já te-
mos, pois não podemos manter o que
ainda não temos.
Esta unidade não se encontra em
estruturas externas. Ela não nasce em
vínculos externos, nem é mantida por
vínculos externos. Ela nasce no Espí-
rito e no coração. É uma atitude in-
terior, uma atitude para com as pesso-
as – o povo de Deus.
Unidade com Diversidade
Podemos ter todas as diversidades
que quisermos em organizações, de-
nominações, corporações, sociedades,
clubes, comunidades, movimentos,
cruzadas, e campanhas, e ainda assim
termos a unidade no Espírito.
Não somos mantidos em união por
sermos membros no “papel”. Somos
mantidos em união pela “unidade do
Espírito no vínculo da paz”
Por outro lado, podemos ter uma
gigantesca organização que inclua to-
dos os cristãos da terra e ainda assim
não termos nenhuma unidade verda-
deira no Espírito. Podemos ter uma
unidade organizacional sem uma ver-
dadeira unidade.
O “vínculo” de Efésios 4:3-6 fala
de algo que une como uma corda ou
cinturão.
Este vínculo é a “paz”. É chama-
do de “vínculo da paz”. O oposto da
paz é a rivalidade ou guerra.
Se você tiver uma atitude de amor
e aceitação para com os seus irmãos e
irmãs de outras igrejas, então você irá
“preservar a unidade” com eles. Você
não estará criando esta unidade; você
estará mantendo-a viva em seu espí-
rito.
É aí que existe a unidade – no es-
pírito ou no coração. A unidade é ma-
nifestada em diferentes maneiras, mas
ela existe no espírito por meio do Es-
pírito Santo.
Por outro lado, se você tiver uma
atitude de rivalidade, de divisão, ou
separação, você não estará mantendo
a unidade do Espírito através do vín-
culo da paz.
Um Passo Intrínsico
O único passo à unidade, então, en-
contra-se em Romanos 14:1 e 15:7:
“Acolhei ao que é débil na fé, não,
porém, para discutir opiniões... Por-
tanto, acolhei-vos uns aos outros,
como também Cristo nos acolheu.”
A palavra “acolher” significa dar
as boas-vindas, abraçar, receber – re-
conhecer um parentesco. Aceitar sig-
nifica confessar e declarar o fato de
que somos um.
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 23
Somos um porque, pelo novo nas-
cimento, todos nascemos na mesma
família espiritual.
Somos todos irmãos e irmãs por-
que Jesus é o nosso Salvador, e Deus
é o nosso Pai! Exatamente como Je-
sus nos recebeu com todas as nossas
ruínas,falhas,eimaturidade,assimre-
cebamos também uns aos outros.
Dê Este Passo Agora
O único passo para a unidade pode
ser dado onde você estiver, neste exa-
to momento. Você pode voltar-se ao
Senhor neste momento e orar: “Pai,
em nome de Jesus Cristo meu Senhor,
eu realmente reconheço que sou um
membro do Teu Corpo espiritual, a
Igreja desta cidade e de todo o mun-
do.
“Eu realmente aceito e recebo a
todos os Teus filhos como meus ir-
mãos ou irmãs porque Tu és o nosso
Pai. Não importa onde os Teus filhos
morem, não importa de qual raça se
originem. Não importa quais opiniões
ou práticas peculiares eles possam ter.
Nãoimportaseelesbatizamporasper-
são ou por imersão, ou se são Armini-
anistas ou Calvinistas. Não importa se
vão à igreja aos sábados, domingos,
às segundas, ou terças. Não importa a
que denominação pertençam.
“Eu agora declaro solenemente,
em nome de Jesus Cristo de Nazaré, o
Filho do Deus Todo-Poderoso, que eu
sou um com todos os outros crentes
nascidos de novo que vivem, que já
viveram, ou que ainda viverão no tem-
po e na eternidade. Eu os aceito e os
recebo.
“Eu os amarei, os sustentarei, e
orarei por eles. À medida que me di-
rigires, Senhor, trabalharei com eles.
ProcurareimanterestaunidadedoEs-
pírito por meio do vínculo da paz.
Amém!”
Você quer fazer esta oração ago-
ra? Se você puder fazer sinceramente
esta oração acima, você terá dado o
único passo à unidade.
Unidade Doutrinária
“Mas”, você poderá perguntar, “e
a unidade doutrinária? Como podere-
mos caminhar juntos, a menos que es-
tejamos de acordo?”
Em primeiro lugar, Deus não está
nos dirigindo para caminharmos na
mesma direção. Em segundo lugar,
Efésios 4:13 nos diz que devemos
manter esta unidade do Espírito, “até
que todos cheguemos à unidade da
fé”. Este versículo está simplesmente
dizendo que podemos ter uma unida-
de espiritual enquanto ainda estiver-
mos alcançando uma unidade doutri-
nária.
Uma Verdade Central
Há somente uma verdade central
ao redor da qual podemos todos de-
clarar a nossa unidade. Esta verdade
não é um ensino, um conceito, um
princípio, ou uma doutrina. Não é uma
igreja, denominação, ou movimento.
Esta Verdade, é uma Pessoa. Jesus
é a Verdade. Ele disse: “Eu sou o ca-
minho,eaverdade,eavida“ (Jo14:6).
Quando nos voltamos a Ele, Ele
nos dá vida. Nascemos de novo!
Quando o carcereiro filipense pergun-
tou a Paulo e Silas: “Senhores, que
devo fazer para que seja salvo?”, a
respostanãofoi:“Creiaemnossadou-
trina e una-se à nossa organização.”
A resposta foi: “Crê no Senhor Jesus
Cristo e serás salvo” (At 16:30,31).
Nós cremos na Pessoa de Jesus e
nascemos no Reino de Luz. Quando
nos unimos a Jesus, unimo-nos uns
aos outros. Somos um n’Ele.
QuemtemaJesustemavida.Quem
não tem a Jesus não tem a vida. Somos
salvos,nãopelofatodeadotarmosuma
posição doutrinária, mas por receber-
mos ao Próprio Jesus Cristo.
Recebam uns aos Outros
Em todas as igrejas, quer sejam
igrejas em casas ou algum outro tipo
de igreja, precisamos ensinar os mem-
bros a aceitarem todos os outros cren-
tes. Somos membros do mesmo Cor-
po, independentemente de uma afili-
ação denominacional.
Deus nos dirige às vezes a coope-
rarmos juntamente com outros em
projetos para a extensão do Seu Rei-
no. No entanto, a mais poderosa ex-
pressão de unidade não está no fato
de nos unirmos para demonstrarmos
uma solidariedade externa, através da
promoção de projetos especiais, mas
sim, aceitando e confirmando uns aos
outros nas coisas que já estiver fazen-
do para o Senhor.
Muitos Líderes
– um Só Exército
Estamos todos em guerra e há mui-
tos generais, tenentes, capitães, e sol-
dados de infantaria.
No entanto, há somente um Cabe-
ça, o nosso Comandante-Chefe, o Pró-
prio Jesus Cristo.
Ele disse: “Edificarei a Minha
Igreja”, e é isto o que Ele está fazen-
do (Mt 16:18). Vamos abrir espaço
para que Ele o faça. Ele tem a respon-
sabilidade sobre todas as pequenas
unidades do Seu poderoso Exército.
Talvez estejamos em diferentes di-
visões, em diferentes unidades, em di-
ferentes frentes, mas ainda assim so-
mos um só Exército. Somos um só
povo, lutando na mesma guerra con-
tra o Reino das Trevas.
Vamos confirmar e sustentar uns
aos outros em nossos vários lugares
de serviço. Não vamos pensar que
estamos separados pelo simples fato
de não estarmos todos no mesmo lu-
gar, fazendo as mesmas coisas, ao
mesmo tempo, sob o mesmo porta-
estandarte.
Muitas Tribos –
Uma Só Nação
Havia doze Tribos em Israel. Cada
uma delas tinha o próprio território,
genealogia, líderes e bandeira. No
entanto, elas ainda eram um só povo
– Israel.
Podemos ser constituídos de cen-
tenas ou milhares de denominações,
organizações, e igrejas. No entanto,
somos um só povo – o povo de Deus
– o Israel de Deus.
Não temos de estar fisicamente
juntos, fazendo as mesmas coisas, sob
a mesma bandeira, a fim de sermos
um. Já somos um. Portanto, vamos
proclamar ousadamente a nossa uni-
dade. Vamos nos ocupar com a nossa
responsabilidade de ampliarmos o Seu
Reino e, ao mesmo tempo, confirmar
mos,aceitarmos,e recebermos uns aos
outros. Isso é o que significa “preser-
var a unidade do Espírito no vínculo
da paz” n
24 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS
O Modelo do Novo Testamento Para a
Multiplicação de Congregações
Capítulo 8
O QUE FAZEMOS NUMA
IGREJA EM CASA?
Se você nunca esteve numa reu-
nião de uma igreja em casa, talvez
suas primeiras perguntas fossem:
“Comoseriaumaigrejaemcasa?Será
que haveria cânticos? Será que have-
ria um sermão?
“Será que haveria um convite para
se receber a Cristo? Haveria batismos
e Santa Ceia? E a Escola Dominical?
E um culto de oração no meio da se-
mana?
É significativo o fato de que nem
o Apóstolo Paulo nem o Próprio Je-
sus nos deram instruções específicas
naPalavraescrita,comrelaçãoaoque
deveria ser feito exatamente quando
nos congregamos como igreja.
As palavras de Jesus foram muito
simples em Mateus 18:20: “Porque,
onde estiverem dois ou três reunidos
em meu nome, ali estou no meio de-
les.”
Ele não disse que eles teriam de
estar fazendo certas coisas para que
Ele pudesse estar no meio deles. Eles
simplesmente precisavam estar reuni-
dos.
O Apóstolo Paulo nos deu uma pe-
quena revelação com relação à natu-
reza das reuniões da Igreja Primitiva
em l Coríntios 14:26:“Que fazer, pois,
irmãos? Quando vos reunis, um tem
salmo, outro, doutrina, este traz re-
velação, aquele, outra língua, e ain-
da outro, interpretação. Seja tudo fei-
to para edificação.”
As reuniões de igreja naqueles dias
não enfatizavam um certo palestrante.
Elas eram reuniões abertas, onde cada
pessoa deveria contribuir para o be-
nefício de todo o corpo local. O exer-
cício de dons espirituais era estimu-
lado a fim de que todos fossem aben-
çoados e edificados.
Não há nenhuma instrução especí-
ficadadaanósporJesusouSeusapós-
tolos com relação ao que fazermos
exatamente em nossas reuniões regu-
lares. No entanto, podemos encontrar
no Livro de Atos e nas Epístolas al-
guns dos elementos essenciais de uma
reunião de igreja. O que se segue são
algumas das coisas importantes a ob-
servarmos ao nos reunirmos:
• Louvor e adoração
• Dons ministeriais proféticos
• Outros dons do Espírito
• Testemunhos
• Ceia
• Avisos
• Orações de um membro pelo outro
• Ensino
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 25
O Espírito Santo o guiará com re-
lação à ordem e quanto tempo deverá
ser dado a cada segmento. As vezes,
alguns desses itens não são incluídos,
mas, como via de regra, seria bom in-
cluir todos eles.
Louvor e Oração
Sempre é bom iniciarmos cada reu-
nião com um tempo prolongado de mi-
nistério ao Senhor através de cânticos
de louvor e adoração. Deve ser per-
mitido um tempo para orações infor-
mais no meio da adoração.
Quando o Espírito Santo começar
a Se mover sobre nós enquanto esti-
vermos adorando, é inteiramente
apropriado levantarmos nossas ora-
ções ao Senhor. Às vezes isso é feito
somente entre nós e Deus. Outras
vezes, Ele nos dirige a orarmos em
voz alta a fim de que os outros pos-
sam dizer “AMÉM” às nossas ora-
ções.
Os músicos são uma bênção adici-
onal durante o tempo de louvor. Ore
para que Deus dê à sua igreja em casa
uma forte e habilidosa equipe de lou-
vor. Ainda que isso não seja absolu-
tamente essencial, certamente será um
grande impulso para o período de lou-
vor.
Muitos grupos não terão ninguém
que toque um instrumento na hora do
louvor. Há várias fitas de louvor po-
derosas que podem ser usadas como
música de fundo, enquanto as pesso-
as estiverem cantando.
Não encurte o tempo de louvor.
Que todas as outras partes da reunião
sejam encurtadas antes mesmo de
você considerar a diminuição do tem-
po de louvor e adoração.
As igrejas mais vitais e dinâmicas
hoje são as que dão muito tempo e
atenção ao louvor e à adoração. Ha-
verá ocasiões em que o Espírito San-
to o dirigirá a não fazer nada mais
além de louvar ao Senhor. Esteja aber-
to à Sua direção. Todas as coisas flu-
em da fonte da oração, louvor, e ado-
ração.
Ministério de uns aos Outros
Membros
Agora é um tempo de se comparti-
lhar os dons ministeriais de acordo
com l Coríntios 14:26: “Que fazer,
pois, irmãos? Quando vos reunis, um
tem salmo, outro, doutrina, este traz
revelação, aquele, outra língua, e ain-
da outro, interpretação. Seja tudo fei-
to para edificação.”
Numa reunião aberta, o líder diri-
ge e estimula o grupo a compartilhar
testemunhos, experiências, pedidos de
oração, breves ensinamentos, revela-
ções, relatórios de louvor, e assim por
diante.
Vigie para que algumas pessoas
ousadas não dominem o tempo de
compartilhamento. Estimule os quie-
tos fazendo perguntas.
Queremos compartilhar bênçãos
financeiras de acordo com 2 Coríntios
9:6-8 : “E isto afirmo: aquele que se-
meia pouco, pouco também ceifará;
e o que semeia com fartura com abun-
dância também ceifará.
“Cada um contribua segundo ti-
ver proposto no coração, não com
tristeza ou por necessidade; porque
Deus ama a quem dá com alegria.
“Deus pode fazer-vos abundar em
toda graça, afim de que, tendo sem-
pre, em tudo, ampla suficiência,
superabundeis em toda boa obra.”
A segunda parte do tempo de com-
partilhamento são as ofertas ao Se-
nhor. Esta é uma parte tão vital de um
culto de adoração que ela merece pelo
menos um pequeno ensino sobre a
“graçadasdoações”todasasvezesem
que nos reunimos.
Muitos cristãos sinceros caem na
escravidão da pobreza porque ainda
não compreenderam o princípio es-
piritual da generosidade. Muitos de
nós estamos aprendendo que a nos-
sa maior arma em tempos de proble-
mas financeiros é a nossa generosi-
dade.
Os nossos membros precisam sa-
ber disto e ser fortalecidos na graça
de dar. Amaioria das ofertas deveriam
ser encaminhadas ao sustento de líde-
res espirituais que dão tempo integral
ao pastoreamento, à evangelização, e
à implantação de igrejas.
Uma quantia generosa também
deveria ser encaminhada à obra mis-
sionária em outras nações. Deus
abençoa ricamente a igreja que tem
uma visão para o mundo todo, e não
somente para a sua própria vizinhan-
ça.
Avisos
Precisamos informar aos nossos
membros sobre reuniões especiais,
planos para eventos evangelísticos,
além de compartilharmos o que Deus
está fazendo na cidade, na nação, e ao
redor do mundo. Precisamos enfocar
a obra do Senhor numa escala maior
do que somente na nossa pequena con-
gregação.
Somos cristãos com visão mundi-
al. Jesus disse: “Levantai os vossos
olhos e vede os campos... “ (Jo 4:35.)
Somos apenas uma pequena parte
do quadro maior. Vamos manter nos-
so coração, nossos olhos e as nossas
orações, no mundo, enquanto procu-
ramos fazer a nossa parte na implan-
tação do Reino de Deus na terra.
Ceia – 1 Coríntios 11:20-34
Esse é também um tempo de ensi-
no. Antes da participação com o pão
e com o cálice, permita que alguém
explique bem resumidamente algum
aspecto do significado da Ceia. Em se-
guida, permita que os irmãos e irmãs
participem do corpo e do sangue do
nosso Senhor com compreensão e fé.
Esse pode ser um tempo muito pode-
roso. É uma boa ocasião para se fazer
um convite aos incrédulos presentes
para receberem a Cristo como seu
Senhor. Dirija-os numa oração para
que O recebam antes de você servir o
pão e o cálice.
Muitas pessoas estão prontas para
receberem a Jesus. Dê uma breve ex-
plicação do Evangelho e dirija a con-
gregação numa oração de recebimen-
to de Cristo. Muitos são levados a
Cristo desta maneira.
Os que recebem a Cristo como Sal-
vador devem receber o batismo nas
águas imediatamente. O exemplo da
Igreja Primitiva no Livro de Atos era
sempre o de batizar os novos conver-
tidos no mesmo dia em que recebiam
a Jesus.
Ministério
Estejam abertos para ministrarem
uns aos outros através da imposição
de mãos, da oração pêlos enfermos,
26 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
doministérioprofético,daoraçãopara
o recebimento do batismo no Espírito
Santo, e assim por diante.
Permitam que todos os dons do Es-
pírito possam fluir livremente para a
edificação de todos, de acordo com l
Coríntios 14.
Ensino
Alguém deveria trazer um peque-
no ensino da Palavra de Deus. Nor-
malmente isto não é um “sermão” lon-
go. Devido ao formato de igreja aber-
ta,oEspíritoSantoensinaatodosatra-
vés das pessoas que participam.
Através dos séculos, a duração do
“sermão” ou ensino aumentou cada
vez mais até quase excluir a partici-
pação do grupo. Isso deu origem a um
tipo de culto voltado a espectadores,
em que uma pessoa usa os dons, en-
quanto que as demais observam, ou-
vem, e recebem.
O culto deveria ser dirigido pelo
pastor, mas não centralizado no pas-
tor. Quanto mais o pastor/líder envol-
ver os membros da igreja, tanto mais
eficazseráareunião.Issoresultaráem
pastores e líderes treinados e abrirá o
caminho à geração de mais igrejas em
casas.
O que foi citado acima é um for-
mato sugerido para uma reunião de
igreja em casa. O Espírito Santo diri-
girá todos os detalhes em cada reu-
nião. Não faça dela um programa. O
Espírito poderá dirigi-lo a agir dife-
rentemente. Ele nos deu a liberdade
de enfatizarmos várias coisas em oca-
siões diferentes.
Os elementos importantes de qual-
quer igreja são o louvor, a adoração,
a oração, o compartilhamento, as in-
formações, o ensino da Palavra de
Deus, o estímulo à liberação dos dons
espirituais, a graça de dar, o batismo
nas águas, o batismo no Espírito San-
to, a Santa Ceia, a evangelização, e o
ministério pessoal de um membro ao
outro.
Essas são algumas das coisas so-
bre as quais Jesus estava falando, ao
dizer: “ensinando-os a guardar todas
as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século”
(Mt 28:20). n
Atos igreja em casas
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  • 1. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 11 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 1 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Volume 17 / Número 2 EDIÇÃO PORTUGUÊS PARE! Antes de você ler esta revista, por favor, olhe para a etiqueta de endereço em seu envelope. No topo direito de sua etiqueta, depois dapalavra"EXPIR",estásuadatadeven- cimento da assinatura da Revista ATOS. (month/year). Por favor, escreva essa data aqui: ________ / _________ mês ano No topo esquerdo de sua etiqueta está o seu número de ATOS. Por favor, escreva esse número aqui. Você deverá dar esta informação cada vez que escrever ao World MAP, ou quando preencher seu Formulário de Renovação de Assinatura ou solicitação do livro O Cajado do Pastor. A IGREJA EM CASASO Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Bob Fitts ATOS
  • 2. 2 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 “Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus... saudai igualmente a igreja que se re- úne na casa deles” (Rm 16:3-5). ‘’As igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muito vos saúdam Áqüila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles” (l Co 16:19). “Saudai os irmãos de Laodicéia, e Ninfa, e à igreja que ela hospeda em sua casa” (Cl 4:15). “Ao amado Filemom... e à igreja que está em tua casa” (Fm 1,2). Com base nos versículos acima, é óbvio que a Igreja Primitiva reunia- se em casas. Essas casas não eram o que poderíamos chamar de um prédio característico e específico de uma igreja. Eram casas em que as pessoas moravam, e eram abertas como um local de reunião para a igreja. A Igreja Primitiva não tinha prédi- os de igreja. Os prédios não aparece- ram até o ano 232 d.C. O período mais explosivo do crescimento da Igreja na história, até recentemente, aconteceu duranteosprimeirosanos,quandonão havia nenhum prédio de igreja. Contudo, neste exato momento, na China, há um incomum mover do Es- pírito de Deus que é até mesmo maior que o crescimento inicial da Igreja. Isso está acontecendo sem o uso de prédios de igreja. Esse reavivamento é um movimento de igrejas em casas. A seguinte citação foi extraída do RelatórioCalebe daediçãode Jan/Fev de 1990 da REVISTA MINISTÉRIOS. Este relatório foi feito por Loren Cunningham,fundadorepresidenteda JOCUM (Jovens com Uma Missão): “De acordo com o U.S. Center For World Mission (Centro Americano Para Missões Mundiais), mais de 22.000 chineses estão vindo a Cristo a cada dia. É o equivalente a 7 dias de Pentecostes a cada 24 horas. Isso está acontecendo neste exato momento. A maior parte dessa explosão de uma nova fé está vindo das comunidades rurais da China, onde vive 80% da população chinesa. “Jonathan Chão, fundador da Chinese Church Research Center (Centro de Pesquisas da Igreja Chi- nesa), contou-me como o reavivamen- to chinês está sendo espalhado por A IGREJA EM CASASO Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Bob Fitts Capítulo 1 A RAZÃO PARA TERMOS IGREJAS EM CASAS jovens, em sua maioria com idades de 15 a 19 anos. Os adolescentes vão aos vilarejos e compartilham o Evangelho onde ele nunca foi ouvido antes. “Quandoosconvertidossãoorgani- zados em pequenos grupos, os adoles- centes chamam os ‘presbíteros’ ou ‘anciãos’ (crentes de 20 a 30 anos de idade)paraviremeensinaremasrecém- formadas igrejas em casas. Ao mesmo tempo, os adolescentes seguem adian- te,paraalcançaremopróximovilarejo. “Os pastores e mestres chineses não têm barreiras financeiras para es- palharem a mensagem cristã. Eles moram com os camponeses e fazen- deiros em cada região nova, e não constróem edifícios. Eles têm muito pouco e precisam de muito pouco. “Através deste meio simples, as Boas-Novas estão saltando sobre os campos e montanhas da China.” O explosivo crescimento da Igreja que está acontecendo agora na China tem algo em comum com o crescimen- to da Igreja Primitiva do Livro de Atos. Ambos são um movimento de igrejas em casas. Este mesmo tipo de crescimento é visto em outros países
  • 3. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 3 hoje, onde os prédios de igrejas não são permitidos. Há um princípio simples que é ex- presso aqui: Quanto mais obstáculos que atrapalham a implantação de no- vas igrejas forem removidos, tanto maiorseráocrescimentoqueveremos. Já tive experiências, tanto na im- plantação como no pastoreamento de igrejas em casas. Vejo algumas claras vantagens na implantação de igrejas em casas para a multiplicação de igrejas: AS IGREJAS EM CASAS SÃO FÁCEIS DE SE INICIAR Paraseimplantarumaigrejanuma casa,vocênãoprecisacomprarpropri- edades, nem construir um prédio. Você não precisa de um púlpito, bancos de igreja,hinários,nemdeumpiano.Você pode ficar sem um batistério, uma es- cola dominical, e um pastor de jovens. Você não precisa pertencer a uma denominação, nem tornar-se membro. Você não precisa ter uma reunião aos domingos, ter um boletim da igreja, nem ter uma reunião no mesmo lugar todas as semanas. Você não precisa ter uma placa comonomedasuaigreja.Elanãopre- cisa de um nome. Na verdade, você nem mesmo precisa chamá-la de “igreja”, contanto que você saiba que ela é uma igreja. Nenhuma das situa- ções acima são ruins ou erradas, mas também não são necessárias. O Após- tolo Paulo não usava nenhuma das coisas acima em seu ministério de im- plantação de igrejas. Muitas das nossas igrejas moder- nas deixaram a simplicidade do Novo Testamento e acrescentaram tantas coisas extras, que na verdade não são necessárias. Por essa razão, tem fica- do cada vez mais difícil iniciarmos uma nova igreja. Não podemos ir a nenhum país hoje onde o Apóstolo Paulo implan- tou igrejas e apontarmos para um pré- dio e dizermos: “Aquela é a Igreja de Corinto!” ou “Olhe para aquele lindo prédio! É a Igreja dos Efésios!” ou “Eis aqui a Igreja dos Tessalonicen- ses!” Não há nenhum prédio assim. Peloquesaibamos,asigrejasquePau- lo iniciou reuniam-se em casas. Ray Willians, um amigo íntimo, é missionário no México há 25 anos. Ele tem sido usado por Deus para iniciar dezenas de igrejas no México, das quais centenas de outras igrejas têm sido geradas. Ele me contou recentemente, que EDIÇÃO PORTUGUÊS Volume 17 / Número 2 Índice 1. A Razão Para Termos Igrejas em Casas.... 2 2. As Igrejas em Casas no Novo Testamento .................................................... 6 3. O que é Uma Igreja? ................................... 9 4. Implantação de Igrejas por Saturação .... 13 5. Uma Roda ou Uma Videira?..................... 17 6. Será que os Prédios de Igrejas São Mesmo Necessários? .................................. 18 7. Um Passo à Unidade .................................. 21 8. O que Fazemos Numa Igreja em Casa? .. 24 9. Perguntas e Respostas ............................... 27 Suplemento A – Por que a JOCUM (Jovens com Uma Missão) Implanta Igrejas .............. 30 Suplemento B – Por que Implantar Novas Igrejas ............................................................... 32 Como Fazer a Sua Igreja Crescer ................. 34 O Crescimento da Igreja e as Escrituras ...... 37 Diretor Responsável ................... Ralph Mahoney Diretores ......................... Frank & Wendy Parrish Diretores Administrativos África .................................. Loreen Newington Índia .................................................... Bill Scott Internacional ................................ Gayla Dease Artes Gráficas ... Dennis McLain & Vander Santos Tradutor ....................................... Marcos Taveira Revisora ........................................... Nadya Denis Leitora de Provas ...................... Maura Ocampos Impressão Gráfica ................ Editora Betânia S/C VISÃO E MISSÃO Como um ministério ao Corpo de Cristo, o World MAP existe para: 1. Fornecer aos líderes de igrejas nos paí- ses da Ásia, África e América Latina um treinamento prático que os torne efica- zes ministros do Evangelho. 2. Compartilharcomoscrentesdasnações ocidentais as vitórias e as tribulações de obreiros de igrejas nacionais, a fim de que a Igreja: Ore mais fervorosamente e dê mais sacrificialmente para abençoar edesenvolveraobradosqueservemnas linhas de frente do evangelismo. ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publi- cada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda correspondência deve ser dirigida para o en- dereço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611- 970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e- mail: revista.atos@uol.com.br SR.AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudan- ças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil. Todas as passagens das Escrituras serão da Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil – 1981, a menos que outra fonte seja indicada. ATOS A IGREJA EM CASAS
  • 4. 4 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 certa vez, iniciou uma igreja num tri- gal.Aigrejacresceu,edelasurgiuuma multidão de “igrejas-filhas e netas”, e cada uma delas com uma visão de im- plantação de novas igrejas. Temos a tendência de tornar nos- sas igrejas complexas demais. Deus está nos chamando de volta à simplici- dade e naturalidade da multiplicação. AS IGREJAS EM CASAS SÃO DESCONTRAÍDAS E INFORMAIS Vários anos atrás, levei minha fa- mília a uma igreja cujo pastor era um notável mestre da Bíblia. Eu gostava muito daquela igreja e queria freqüentá-la. No entanto, todos os membros de lá vestiam-se com rou- pas que eram muito caras para as con- dições financeiras da minha família. Algumas pessoas não frequentam certas igrejas hoje porque o nível do padrão do vestuário é alto demais. Elestransformaramaigrejanumeven- to “formal”. Muitos que não frequen- tam uma igreja do tipo formal, fre- quentam uma igreja numa casa por- que ela é mais descontraída e tem um ambiente informal e familiar. Em seu livro UNDERSTANDING CHURCH GROWTH (Comprendendo o Crescimento da Igreja), o Dr. Donald McGavran cita “Oito Chaves Para o Crescimento da Igreja nas Cidades”. A primeira delas nos dá a idéia do Dr. McGavran sobre a importância da implantação e multiplicação das igre- jas em casas. Ele afirma: “As oito chaves que estou para mencionar não são meras adivinha- ções. Elas descrevem princípios com os quais concordam homens especi- alizados no crescimento da Igreja. “Emprimeirolugar,enfatizeasigre- jasemcasas.Quandoaigrejacomeçaa crescer, cada congregação precisa en- contrarlogoumlugarparasereunir. “A congregação deveria reunir-se nosambientesmaisnaturais.Deveriaser um lugar em que os não-cristãos pos- samvircomamaiortranqüilidade.Ela deveria estimular os próprios converti- dosadaremprosseguimentoaoscultos. Aobtençãodeumlugardereuniãonão deveria colocar um peso financeiro so- breaspequenascongregações. “A igreja em casas supre todos es- ses requisitos de forma ideal. Elas de- veriam sempre ser consideradas, tan- to para uma implantação inicial como para expansões posteriores.” AS IGREJAS EM CASAS SÃO FERRAMENTAS EVANGELÍSTICAS O Dr. Peter Wagner é considerado por muitos como a maior autoridade sobre o crescimento de igrejas hoje. Ele diz: “O melhor método debaixo do céu para a evangelização é a im- plantação de igrejas. Nunca houve um método melhor e nunca haverá.” IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO é o nome dado à visão que agora está sendo adotada por lí- deres de missões no mundo todo. Uma igreja que se divide a fim de multiplicar-se experimenta uma adi- ção. Uma igreja que tem o seu enfoque somente na adição tem a tendência de atolar-se e estagnar-se. O objetivo de muitos líderes de igrejas tem sido o de se tentar fazer uma só congregação muito grande, em vez de se multiplicar as congregações. Contudo, a Igreja de qualquer cidade aumenta muito mais rapidamente pela multiplicação das congregações do que pela tentativa de se edificar uma só super-congregação. A maior igreja do mundo encon- tra-se em Seul, Coréia, sob a lideran- ça pastoral do Dr. Yonggi Cho, que tem aplicado o princípio de multipli- cação. A sua igreja está evangelizan- do a Cidade de Seul de uma maneira notável, multiplicando as congrega- ções, que são chamadas de “células”. Eles se dispuseram a dividir-se a fim de se multiplicarem, e a adição tem sido incrível. AS IGREJAS EM CASAS FACILITAM O TREINAMENTO DE PASTORES E LÍDERES Os educadores têm entendido há muito tempo que o melhor método de treinamentoaindaéométododeapren- dizagem, isto é, o treinamento de “um mestre a um aprendiz na prática”. É o que um ferreiro, encanador, ou advo- gado teria recebido há cem anos atrás. Elesaprendiamobservandoepratican- do, e, ao mesmo tempo, sendo respon- sáveis a um mestre na profissão. Esse era o método de Jesus. Seus discípulos aprendiam observando, ou- vindo e praticando, enquanto con- viviam com o Próprio Mestre dos mes- tres. Nas igrejas em casas os pastores podem ser treinados no sentido de fa- zerem de fato a obra de pastoreio. Ao mesmo tempo, eles estão sob a super- visão de um pastor sênior. Eles cres- cem à medida que a igreja cresce sob a liderança deles. Os pastores que têm empregos re- munerados de tempo integral podem continuar, a trabalhar até que a igreja possasustentá-losfinanceiramente.Al- gunspastorearãomaisdoqueumaigre- ja numa casa, uma vez que nem todas elas se reúnem no domingo de manhã. AS IGREJAS EM CASAS AJUDAM A ESTREITAR OS RELACIONAMENTOS Uma pequena igreja numa casa tem uma probabilidade muito maior de que as pessoas tímidas encontrem sua identidade no Corpo de Cristo. Emnossaigrejaemcasageralmen- te almoçávamos juntos nos domingos. Todas as famílias participavam, pre- parando e servindo as refeições. Afor- mação de relacionamentos ocorre muito mais facilmente neste tipo de situações “familiares”. Em seu periódico Church Growth Report (Relatório do Crescimento da Igreja), Win Arn faz a seguinte afir- mação sob o título “UM PRINCÍPIO DE CRESCIMENTO COMPROVADO”: GRUPOS PEQUENOS EFICAZES: “Em nossos estudos de igrejas cres- centes, descobrimos que uma carac- terística comum é o alto nível de ‘cola relacionamental’ entre os membros. Podemoschamarestacaracterísticade ‘amor’, ‘amizade’, ‘solicitude’..., mas é o que genuinamente atrai e retém os membros.” AS IGREJAS EM CASAS SÃO ECONÔMICAS Uma igreja numa casa pode cana- lizar para o ministério quase todos os seus recursos financeiros. Já que as
  • 5. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 5 reuniões são feitas em casas, todas as despesas com construções são evita- das. Desta forma, somente dez famí- lias que dizimam poderiam sustentar financeiramente um pastor em tempo integral. Já que um pastor poderia supervi- sionar mais do que uma igreja em casa, ele não precisa receber todo o seu sustento de uma só congregação. As reuniões podem ser feitas em ou- tros dias ou noites, como também aos domingos. Ouvi sobre um pastor que estava fazendo regularmente 12 reu- niões em casas toda as semanas. Não há nada no Novo Testamento que diga que domingo às 11 horas da manhã é a hora de a igreja se reunir. Aliás, o padrão do Livro de Atos é que eles se reuniam diariamente. O primeiro dia da semana é raramente mencionado, e nunca é enfatizado como um dia es- pecial, separado para a adoração. Obviamente, muitas destas igrejas emcasassãodirigidasporpastoresem treinamento. Estas pessoas possuem empregos regulares e pastoreiam uma igreja numa casa à medida que seu tempo permitir. A honra de um salário razoável de- veria ser dada aos que estão em tem- po integral na obra. Contudo, até mes- mo os que servem como pastor em tempo parcial deveriam receber uma honra semelhante. Eles deveriam re- ceber algumas ofertas de amor e uma remuneração proveniente dos dízimos e ofertas. Isso ressarciria seus gastos e os encorajaria na obra do ministé- rio. Quer esteja em tempo parcial ou integral, “digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). AS IGREJAS EM CASAS PODEM RESOLVER O PROBLEMA DO CRESCIMENTO Algumas das nossas congregações crescem tanto que precisam construir prédios maiores, alugar instalações maiores, ou fazer dois cultos. Isso é o quechamamosdeum“problemaagra- dável”. No entanto há também uma solu- ção agradável. Comece a treinar pas- tores, designando-lhes uma área da ci- dade. Em seguida, dê-lhes algumas fa- mílias para iniciarem uma igreja em casanestasáreasdacidade,comopro- pósito de “terem um bebê”. A coisa mais vivificante que uma igreja pode fazer é ter um bebê. Te- nho visto muitas e muitas igrejas mor- rendo por causa de um espírito pos- sessivo na liderança. As igrejas que Deus está abençoando são as igrejas que continuamente dão tudo o que Deus lhes dá. Jesus disse: “dai, e dar-se-vos-á” (Lc 6:38). Uma igreja que dá é uma igreja que cresce. Michael Green é o diretor da Fa- culdade de Saint John de Nottingham, Inglaterra. Em seu discurso no Con- gresso Internacional sobre a Evange- lização Mundial em Lausanne, Suíça, em 1974, ele falou sobre os Métodos e Estratégias na Evangelização da Igreja Primitiva. Ele disse: “Na Igre- ja Primitiva, os prédios não eram im- portantes. Eles não tiveram nenhum prédio de igreja durante o período de seu maior avanço. “Hoje em dia, os prédios de igreja parecem importantíssimos a muitos cristãos. A sua manutenção consome o dinheiro e o interesse dos membros. Isso geralmente os afunda em dívidas e os isola dos que não frequentam a igreja. “Em alguns casos, até mesmo a pa- lavra ‘igreja’ mudou o seu significa- do. Ela não significa mais um grupo de pessoas, como significava na épo- ca do Novo Testamento. Nos dias atu- ais, ‘igreja’ muitas vezes significa in- corretamente um prédio.” Há muitas vantagens nas igrejas em casas. A mais importante delas é a simplicidade e facilidade de multipli- cação. Os movimentos de igreja que cres- ceram mais rapidamente na história foram os que não tiveram enormes es- truturas organizacionais. Os movi- mentos mais bem-sucedidos têm enfocado os aspectos essenciais sem hesitações. n
  • 6. 6 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 2 AS IGREJAS EM CASAS NO NOVO TESTAMENTO Durante a vida de Jesus na terra, residências comuns e simples eram usadas para a propagação do Evange- lho e para o discipulado de novos con- vertidos. Isso também aconteceu du- rante a expansão da Igreja no Livro de Atos. Os versículos abaixo mos- tram isto: Uma Casa Onde Jesus Foi Adorado “Entrando na casa, viram o meni- no com Maria, sua mãe. Prostrando- se, o adoraram; e, abrindo os seus te- souros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11). A primeira vez em que um grupo se reuniu para adorar a Jesus e ofere- cer-Lhe presentes foi numa casa – a casa de Maria e José. A Casa de Pedro Foi Usada Para Uma Reunião de Curas “Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre. Mas Jesus tomou- a pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo. Chega- da a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes” (Mt 8:14-16). Nos primeiros dias do Seu minis- tério, Jesus usou a casa de Pedro para fazer reuniões de pregação, cura, e li- bertação. O Primeiro Culto de Ceia foi Realizado Numa Casa Na última semana do ministério de Jesus, Ele disse aos Seus discípulos: “Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus dis- cípulos” (Mt 26:18). O nosso Senhor poderia ter esco- lhido celebrar a primeira Ceia com os Seus discípulos numa sinagoga, no Templo, ou em algum outro lugar de importância religiosa. Contudo, Ele escolheu celebrá-la numa casa comum e simples. Assim sendo, Ele deu a Sua apro- vação à residência comum como sen- do um lugar consagrado e santifica- do, digno dos mais solenes cultos de adoração. Jesus Pregou a Multidões Reunidas em Casas “Vários dias mais tarde, Ele vol- tou a Capemaum e as notícias da Sua chegada espalharam-se rapidamente por toda a cidade. Logo, a casa em que Ele estava ficou tão lotada de vi- sitantes que não havia espaço para nem mais uma pessoa, nem mesmo fora da porta. E Ele lhes pregou a Palavra” (Mc 2:1,2 – A Bíblia Viva). Jesus fez em casa as mesmas coi- sas que fazemos em nossos prédios de igrejas hoje em dia. Ele também fez estas coisas ao ar livre e no pátio do Templo. O Pentecostes Veio a Uma Igreja em Casa “Ao cumprir-se o dia de Pentecos- tes, estavam todos reunidos no mes- mo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam as- sentados” (At 2:1,2). Muitos de nós nunca consideramos o número de eventos bíblicos funda- mentais que aconteceram em residên- cias particulares. LEMBRETES: • O primeiro culto de adoração aconteceu numa casa • O primeiro culto de Ceia foi numa casa • O primeiro culto de curas foi rea- lizado numa casa • A primeira ocasião de pregação do Evangelho aos gentios aconteceu na casa de Cornélio • O derramamento do Espírito San- to no Dia de Pentecostes foi numa casa, e • As primeiras igrejas que o Após- tolo Paulo iniciou foram todas or- ganizadas em casas. Através dos séculos nós perdemos avidaquepodeserencontradanasim- plicidade. Ao contrário, temos acres- centado coisas que retardaram o pro-
  • 7. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 7 gresso e a expansão da Igreja a todas as nações. Nas Ruas e nas Casas “Eles adoravam juntos, regular- mente, no Templo, todos os dias, reu- niam-se em pequenos grupos nas ca- sas para a comunhão, e compartilha- vam as suas refeições com grande ale- gria e gratidão” (At 2:46 – A Bíblia Viva). A Igreja Primitiva não somente se reunia em pequenos grupos nas casas, mas também em reuniões maiores em lugares públicos. O crescimento mais rápido da Igreja acontece quando ela não usa locais formais de reunião. Por toda a história, a Igreja cresceu mais rapidamente quando ela permaneceu flexível, móvel e militante. Saulo, o Perseguidor, Ataca as Igrejas em Casas Saulo começou a perseguir a Igre- ja. Indo de casa em casa, ele arrastava os crentes e os colocava na prisão. “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (At 8:3). Onde ia Saulo de Tarso para en- contrar o “povo do caminho” a fim de arrastá-los à prisão e à morte? Ele os encontrava nas casas. Ele próprio, mais tarde, iniciaria igrejas em casas em suas viagens missionárias. Onde Vocês se Reúnem? “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de en- sinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5:42). Os crentes não se reuniam no Tem- plo em si, mas nos pátios, ou perto do Templo, onde as pessoas se reuniam. Eram reuniões ao ar livre. A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO de Lion afirma que os cristãos não ti- nham nenhum prédio especial, mas reuniam-se em casas particulares: “Rústico, o Perfeito, perguntou o
  • 8. 8 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 A Igreja Primitiva não somente se reunia em pequenos grupos nas casas, mas também em reuniões maiores em lugares públicos. O crescimento mais rápido da Igreja acontece quando ela não usa locais formais de reunião. Por toda a história, a Igreja cresceu mais rapidamente quando ela permaneceu flexível, móvel, e militante. seguinte a Justino Mártir (100-165 d.C.): ‘Onde vocês se reúnem?’ Justi- no disse: ‘Onde as pessoas escolhem e podem, ou você supõe que todos nós nos reunimos exatamente no mesmo lugar? Nada disto, porque o Deus dos cristãos não está confinado (restrito) a um só lugar’.” Em seu livro CELLS FOR LIFE (Cé- lulas Para a Vida), Ron Trudinger diz: “Elesiniciaramapráticadesereu- nirem diariamente no Templo e de partirem o pão de casa em casa. Esta última frase também pode- ria ser traduzida por: ‘nas várias casas particulares’. “A oposição dos judeus logo impediu o uso do Templo pêlos cristãos. As sinagogas foram usa- das por algum tempo, mas não de- morou muito até que muitas de- las fossem fechadas aos cristãos (veja Atos 19). No entanto, con- tinuamos encontrando muitas re- ferências em Atos e nas Epísto- las de igrejas em casas.” A Igreja em Casa que Abriu o Evangelho às Nações “No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava espe- rando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a en- trar, lhe saiu Cornélio ao encon- tro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou... Pedro... entrou, en- contrando muitos reunidos ali” (At 10:24-27). Esse é um bom exemplo de como iniciarmos uma igreja em casa. Al- guém que esteja faminto por Deus re- úne vários membros de sua família e amigos. Aí então esta pessoa pede que o homem de Deus venha e comparti- lhe a Palavra de Deus. Tão simples assim! A reunião na casa de Cornélio foi um irrompimento histórico. Ela con- venceu os crentes judeus que as Boas- Novas eram para todas as nações, e não somente para os judeus. A Casa de Lídia Foi a Primeira Igreja da Europa “Tendo-se retirado do cárcere, di- rigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram. En- tão, partiram” (At 16:40). A Igreja de Filipos foi formada na casa de Lídia. O Livro de Atos não conta como a igreja cresceu. Muito provavelmente, quando o grupo não podia mais caber na casa de Lídia, os membros formaram uma outra igreja em casa em alguma outra parte da ci- dade. Desta maneira eles continuaram a dividir-se e a multiplicar-se. A Casa Alugada de Paulo “Por dois anos, permaneceu Pau- lo na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Se- nhor Jesus Cristo” (At 28:30,31). Estas palavras finais do Livro de Atos revelam que, em Roma, Paulo usou sua casa alugada para divulgar as Boas-Novas do amor de Deus. O movimento que cresce mais ra- pidamente no mundo hoje começou em casas. O movimento cristão teve o seu maior crescimento enquanto os seus membros permaneceram flexí- veis e móveis. Os cristãos multiplica- ram-se mais quando o seu objetivo principal era os relacionamentos, e não os rituais. Da Sombra à Substância Todos os tipos e sombras do Anti- go Testamento foram totalmente cum- pridos em Cristo. Não precisamos mais do Tabernáculo, das vestes sa- cerdotais do Templo, da sua mobília, ou de nenhuma outra coisa semelhan- te. Cristo é tudo e em todos. Somos completos n’Ele. Não precisamos mais de um “Lugar Santo”, como tinham os judeus. Não precisamos de um al- tar de incenso, da pia, dos pães da proposição, nem do Urim ou Tumim. Não precisamos das som- bras, pois temos a substância – O NOME DELE É JESUS. Analisemos agora João 4:20- 23, quando a mulher de Samaria disse a Jesus: “Nossos pais ado- ravam neste monte; vós, entretan- to, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Dis- se-lhe Jesus: Mulher, podes crer- me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores ado- rarão o Pai em espírito e em ver- dade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”. Jesus esclareceu que DA SUA ÉPO- CA EM DIANTE Jerusalém não era um lugar mais santo que Samaria. Isso se devia ao fato de que ELE HAVIA VIN- DO. Em Sua vinda, Ele colocaria um fim para sempre na idéia de lugares santos. Isso porque Ele Próprio havia cumprido todos os tipos e sombras do Antigo Testamento. Louvemos ao Senhor por termos sido libertos de toda escravidão refe- rente a um lugar onde possamos ado- rar a Deus. Regozijemo-nos porque fomos libertos do legalismo. Somos livres para adorá-Lo quando estiver mos a sós ou com outras pessoas. So- mos livres para adorarmos a qualquer hora, dia ou noite, em qualquer lugar que escolhermos. n
  • 9. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 9 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 3 O QUE É UMA IGREJA? “Talvez você pense que foi uma ta- refa fácil. No entanto, ficamos muito frustrados. “Considere todas as circunstânci- as das pessoas na terra. Aí então exa- mine todos os vários modelos da Igre- ja na Bíblia. Agora você começará a entender a nossa frustração. Após muitas horas de discussão havíamos produzido muitos modelos bons. Con- tudo, não encontramos nenhuma de- finição absoluta para a Igreja, a não ser ‘pessoas movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus’.” Gosto da definição “pessoas mo- vendo-se juntamente”. A maioria de nós fomos levados a crer que a igreja é um prédio – algo imóvel. Se Deus estremecesse e retirasse Uma igreja certamente não é aque- le prédio da esquina, com as lindas ja- nelas de vitrais e o campanário em cima. A igreja talvez se reúna lá, mas este prédio não é a igreja. A palavra original no grego, ekklesia,écompostaporduaspalavras: ek,quesignifica“paraforade”ekalleo, que significa “Eu chamo”. O signifi- cado pleno e simples de “igreja”, de acordocomapalavragregaoriginal,é “Euchamoparaforade”. Quando Jesus disse: “Edificarei a Minha Igreja”, Ele estava dizendo: “Chamarei o Meu povo para fora do mundo.ElessereunirãoemMeuNome e as portas do Inferno não prevalece- rãocontraeles.”Issomostraqueopovo deJesuschamadoparaforaseagrupa- rá como um exército. Eles tomarão o mundo para Ele. O inimigo não será capaz de parar este avanço. Este exér- cito invencível será motivado pelo amordeDeusnocoraçãodeseusmem- bros. Eles terão uma mensagem de amor e perdão em seus lábios. Na verdade, ekklesia tem dois sig- nificados: o de sermos chamados para fora e o de estarmos reunidos. Não podemosexperimentaraIgrejaatéque nos reunamos. A minha esposa e eu somos UM. Somos UM até mesmo quando estiver- mos separados um do outro, por mui- tos quilômetros de distância. Porém, não experimentamos os benefícios e bênçãos da nossa união matrimonial até que nos reunamos. Semelhantemente, você e todos os outros crentes da sua cidade constitu- emaIgrejadestacidade.Mesmoquan- do vocês não estiverem reunidos, ain- da assim são a Igreja. Mas vocês não podem receber os benefícios e bênçãos da Igreja até que se reúnam. “Reunir-se”nãosignificaquevocês precisamestarnomesmolugaraomes- mo tempo. Isso provavelmente nunca acontecerá em nenhuma cidade. “Pessoas Movendo-se Juntamente” John Dawson, em seu livroTAKING OUR CITIES FOR GOD (Tomando Nos- sas Cidades Para Deus), diz: “Não há nenhum modelo absoluto para o que deveria ser uma igreja local. “Certa vez eu passei uma tarde com mais de cem líderes espirituais de várias denominações. Tentamos en- contrar uma definição universal de uma igreja local bíblica.
  • 10. 10 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 todas as coisas até que não houvesse nada,senãoumasimplesebásicaigre- ja neo-testamentária, o que teríamos de sobra? Imagine que eu tirasse todas as coisas desnecessárias do que eu en- tendo ser uma igreja. O que permane- ceria? O nosso propósito neste capí- tulo é respondermos essa pergunta. Em primeiro lugar examinemos a palavra“paraigreja”. O que é Uma Paraigreja? Li recentemente um livro que pro- curava explicar a natureza da igreja. Um subtítulo do livro era “Qual é o Relacionamento da Igreja com as Or- ganizações Paraeclesiásticas?” O au- tor fez a seguinte observação: “A Bíblia é clara no sentido de que é através da Igreja que Deus realizará o Seu grande propósito. Contudo, a Igreja nem sempre tem sido o que de- veria ser. Por esta razão, muitos cren- tes ficam desanimados com a Igreja. Eles percebem que a Igreja, da forma como é, não supre certas necessida- des óbvias. “Cristãos cuidadosos e solícitos têm desejado suprir as necessidades urgentes. Por essa razão, eles têm es- tabelecido sociedades missionárias, orfanatos, organizações para homens de negócios cristãos, e outras institui- ções semelhantes. (Nota do Editor: Estas organiza- çõessãogeralmentechamadasde“mi- nistériosparaeclesiásticos”.Apalavra “paraigreja”ou“paraeclesiástico”sig- nifica “fora da igreja” ou “paralelo à igreja”.) “À medida que Deus continuar a restaurar e fortalecer a Sua Igreja, a necessidade dessas organizações exis- tirem diminuirá. As comunidades eclesiásticas estarão ministrando às necessidades das pessoas em toda par- te.” É óbvio na citação acima que o es- critor tinha um forte sentimento de que “paraigreja”nãoerarealmente“igre- ja”absolutamente.Parecequeeleacha que algo inferior à “igreja” apareceu, até que a igreja verdadeira possa ser curadaoudespertadaparafazeraobra que deveria estar fazendo. Este é um clássicoexemplodaseguinteidéia:“Se você não for parecido com uma igreja, então não é uma igreja.” O fato é que, quando uma organi- zação “paraeclesiástica” é constituí- da de crentes nascidos de novo em Jesus e eles se reúnem para servi-Lo e adorá-Lo, ela não é uma “paraigre- ja” – é uma igreja! A Igreja São Pessoas A igreja não é uma organização, instituição, ou denominação. São “pessoas movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus”. Seria difícil encontrarmos uma verdadeiraorganização“paraeclesiás- tica”. Uma organização destas, com- posta por cristãos, não seria uma “pa- raigreja”. Seria uma IGREJA – O POVO DE DEUS CHAMADO PARA FORA! Até mesmo se alguns membros não fossem nascidos de novo, ainda assim seria uma igreja. Qual é a igre- jaquenãotenhaalgumaspessoasnão- salvas frequentando os cultos? Há alguns anos eu também tinha uma idéia incorreta sobre as paraigre- jas. Em meu ministério de ensino eu geralmente dizia: “Se a igreja estives- se fazendo o que deveria estar fazen- do não precisaríamos de todas estas organizações paraeclesiásticas.” Nunca me ocorreu que as pessoas paraeclesiásticas constituíam uma igreja exatamente da mesma maneira que nós, muito embora o prédio em que se reuniam não tivesse o mesmo formato que o nosso. Eu não percebia que elas eram o povo de Deus, mo- vendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus. Meu filho mais velho é membro de umaorganização“paraeclesiástica”há muitos anos. Seu grupo está fazendo um trabalho notável em missões e evangelização. Ele está crescendo muito rapidamente em todo o mundo. Alguns anos atrás meu filho e eu estávamos discutindo o futuro dele com essa organização específica. Compartilhei que eu tinha algumas idéias negativas sobre aquela orga- nização, porque ela não era uma igre- ja, e sim uma organização “paraecle- siástica”. Aparentemente ele foi apologético
  • 11. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 11 e concordou plenamente comigo. Ele disse que o que ele e os outros esta- vam fazendo naquela organização es- tava sendo maravilhosamente abenço- ado por Deus. No entanto, ele achava que o ministério da organização ainda não era o que Deus realmente queria. Isso se devia ao fato de que aquele mi- nistério não estava sendo feito através de uma igreja, mas sim de uma “paraigreja”.(Eletambémestavacon- fusosobre“igreja”e“paraigreja”.) Um dia ou dois mais tarde eu esta- va dirigindo o meu carro e pensando sobre a minha conversa com o meu filho. Senti o Senhor docilmente me perguntando: “O que é que faz de uma organização uma igreja?” Enquanto eu tentava responder esta pergunta, senti que Deus estava me dando uma revelação. Eu nunca havia visto antes tão claramente como vi naquele momento. Uma organização não é uma igre- ja pelo fato de ter um prédio com um certo formato que as pessoas chamam de igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter sido devidamente registrada pelo go- verno federal como sendo uma igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter sido reconhecida por uma sede denominacional como sendo uma igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter cultos regulares aos domingos pela manhã, e por praticar o batismo e a Ceia do Senhor. Não é uma igreja pelo fato de se reunir regularmente ou num determi- nado local. ÉUMAIGREJASIMPLESMENTE E SOMENTE PELO FATO DE SER O POVO DE DEUS CHAMADO PARA FORA, MOVENDO-SE JUNTAMEN- TE SOB O SENHORIO DE JESUS. O autor do livro / WILL BUILD MY CHURCH (Edificarei a Minha Igre- ja), Alfred Kuen escreveu: “E fácil ficarmos atolados com as- suntos e questões insignificantes.Apa- rentemente não há uma forma bem clara e precisa de se definir uma igre- ja local. “Quando, então, um corpo de cren- tes poderá ser chamado de Igreja? Eu pessoalmente tenho a tendência de aceitar uma definição simples: um corpo de crentes pode ser chamado de igreja sempre que um grupo se reunir regularmenteparaumaedificaçãomú- tua. “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20). “É claro o que Tertuliano, um dos patriarcas da Igreja Primitiva, achava ser o significado das palavras de Je- sus. Tertuliano disse: ‘Onde houver dois ou três crentes, até mesmo lei- gos, aí haverá uma igreja’.” Jim Montgomery, autor de DAWN 2000: 7 MILLION CHURCHES TO GO (Alvorada 2000: Ainda Faltam 7 Mi- lhões de Igrejas) também aborda a questão “O que é uma igreja?”. Ele escreve: “Estou impressionado com a maneira pela qual um grupo de cris- tãos enfrentou esta questão bem fun- damental na China. “Esses crentes chineses comenta- ram: ‘Muitos cristãos mais velhos dis- seram que não podiam predizer a for- ma futura das igrejas chinesas. Eles recorreram à Bíblia para encontrarem uma resposta. Eles descobriram que o formato de igrejas em casas era uma igreja legítima. Paulo menciona uma igreja em casa em l Coríntios 16:19. “Mais tarde encontramos um livro escrito por Wang Ming-dao. Ele era talvez o crente mais respeitado na China no que se refere à igreja. Por causa da sua fé ele ficou preso por mais de 20 anos. Ele acreditava que onde houvesse cristãos havia uma igreja. “Estávamos felizes com relação a isto. O nosso grupo consistia de ape- nas algumas pessoas. Contudo, supú- nhamos que éramos de fato uma igre- ja e que a nossa Cabeça era Jesus. “A afirmação de Wang Ming-dao ‘Ondehácristãosháumaigreja’éuma definição profunda, especialmente pelo fato de ser proveniente de uma igreja que está crescendo rapidamen- te e que está trabalhando sob as mais difíceis circunstâncias.” Uma Congregação de Crentes é Uma Igreja Há alguns meses eu estava ensi- nando um pequeno grupo de crentes na vila de La Rumurosa, no Antigo México. Eu estava explicando Mateus 18:20 – “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Em espanhol, este versículo é o se- guinte: “Donde hay dos o três con- gregados en Mi Nombre, alli estoy en médio de ellos.” Uma palavra saltou aos meus olhos. Eu nunca a havia notado antes. É a palavra espanhola congregados, que significa “reunidos” em por- tuguês. “Reunidos” significa “congrega- dos”. “Onde dois ou três estiverem CONGREGADOS em Meu Nome, aí es- tou Eu no meio deles.” Isto me fez lembrardapalavra“congregação”. Então perguntei ao grupo de cren- tes mexicanos: “De acordo com este versículo, quantas pessoas são neces- sáriasparatermosumacongregação?” Enquanto eu aguardava que eles res- pondessem, fui surpreendido com o pesodarespostaque estavaseforman- do em minha própria mente. Duas ou três pessoas é tudo o que é necessário para termos uma congre- gação – uma congregação de crentes com Jesus no meio é uma igreja! Isso não significa que os dois ou três se- jam simplesmente quaisquer pessoas. Significa duas ou três pessoas que se- jam chamadas pelo nome de Jesus, porque pertencem a Ele. Jesus no Meio “Jesus dentro do coração” é a ex- periência do indivíduo em seu cami- nhar particular com o Senhor. “Jesus no meio” tem o mesmo sig- nificado no contexto de uma comuni- dade de igreja. “Jesus no meio” significa Jesus andando em nosso meio, tocando-nos, falando conosco através dos dons do Espírito. É Jesus fluindo por intermé- dio dos membros do Seu Corpo, a Igreja. “Jesus no meio” é a experiência corporativa. “Jesus dentro do cora- ção” é a experiência particular. Quando dois ou três crentes ver- dadeiros, nascidos de novo, se reúnem em Seu Nome, Jesus está NO MEIO. Jesus em nosso meio é IGREJA!
  • 12. 12 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 Essa experiência é diferente de quando temos Jesus no coração. Não podemos experimentar Jesus em nos- so meio enquanto estamos sozinhos. Somente podemos ter essa experiên- cia quando estivermos na companhia de outros – pelo menos uma ou duas outras pessoas. Será que dois ou três juntos são uma igreja no mais pleno sentido da palavra? Sim, são uma igreja no mais pleno sentido da palavra. É a igreja básica. Podemos ter mais do que dois ou três,e,aindaassim,serumaigreja,uma igreja no sentido mais pleno, mas ela não se torna mais igreja pelo fato de haver mais de dois ou três membros. Ela apenas se torna uma igreja maior. O Papel dos Líderes de Igrejas E os pastores, mestres, apóstolos, evangelistas, e profetas? Será que uma organizaçãopoderáserumaigrejasem que esses ministérios estejam presen- tes? Sim, será uma igreja, até mesmo sem todos os ministérios citados aci- ma. O quarto Capítulo de Efésios diz que o Senhor deu esses cinco minis- térios à Igreja. Ele deu esses dons a algo que já existia. Quando Paulo saiu de Antioquia em sua Primeira Viagem Missionária, ele estabeleceu igrejas em quatro ci- dades. Em seu caminho de volta à Antioquia, ele ordenou presbíteros para essas igrejas. Isso indica que o Espírito Santo, que é o Autor do Livro de Atos, sabia que elas eram igrejas ANTES que a li- derança fosse designada. “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade efeito muitos discípu- los, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos,exortando-osapermanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. E, promoven- do-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14:21-23). Os presbíteros foram escolhidos dentre os discípulos que constituíam as igrejas. Os discípulos eram pesso- as chamadas por Deus das trevas para a luz. Esse tipo de pessoa constitui a IGREJA! Observe que o escritor de Atos usa as palavras “discípulos” e “igreja”deumaformaintercambiável. Observe também que Paulo achou seguro deixar aquelas igrejas recém- formadas nas mãos do Senhor, em quem as pessoas haviam crido. Esta é uma afirmação fundamental e precisa ser compreendida mais plenamente. Nós, que estamos em posições de liderança na igreja, às vezes coloca- mos erroneamente uma importância demasiada sobre nós próprios. Faze- mos isso quando presumimos que a igreja não pode funcionar sem a nos- sa total “supervisão e vigilância” com relação ao rebanho. O bispo, presbítero, ou pastor é um supervisor e alimentador. Ele funcio- na como um pai ou uma enfermeira aos seus “filhos” espirituais. No en- tanto, é preciso que haja um limite à sua supervisão espiritual. Muitos lí- deres violam esse princípio frequen- temente. A nossa violação principal como líderes de igreja é que tiramos quase que por completo a capacidade de ministração dos membros e entrega- mos esta capacidade ao “clero profis- sional”. O que é Então Uma Igreja? Se retirarmos tudo o que não é es- sencial na igreja sobrará somente o que é essencial. Teríamos então a Je- sus e pelo menos duas pessoas que se reuniram em Seu Nome. Duas pessoas que nasceram de novo, reunindo-se para reconhecerem a presença de Jesus, são uma igreja em seu nível mais básico. Não impor- ta onde e nem quando estas duas pes- soas se reúnem. Quando elas se reú- nem para honrarem a Jesus isto ainda é uma igreja. Isso, obviamente, não significa que esse nível essencial é onde o Senhor quer que operemos o tempo todo. Lou- vado seja Deus por grupos maiores. No entanto, nunca percamos de vista a igreja básica. Se o fizermos teremos a tendência de cairmos de volta em formalismos, rituais, cerimônias, re- ligiosidade, e legalismo. n
  • 13. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 13 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 4 IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO O principal defensor de implanta- ção de igrejas do Século XX foi o fa- lecido Dr. Donald McGavran. No DAWN REPORT (Relatório da Alvora- da), Jim Montgomery conta o seguin- te incidente: “Durante os últimos meses da en- fermidade de Mary McGavran, a mi- nha esposa Lyn passava frequente- mente algum tempo com ela. O Donald McGavran estava presente também. Ele não fazia caso do seu próprio câncer doloroso enquanto to- mava conta da sua amada Mary. “ ‘Vocês podem ter a certeza de que o Jim e eu continuaremos o nosso compromisso com relação ao cresci- mento das igrejas depois que você fa- lecer’, disse Lyn ao Donald certo dia. ‘“Não o chame mais de crescimen- to de igreja’, foi a sua rápida respos- ta. ‘Chame-o de multiplicação de igre- jas!’ “Duas semanas antes da sua morte ele disse: ‘A única maneira pela qual completaremos a tarefa da Grande Comissão é implantando uma igreja em todas as comunidades do mundo.’” O Movimento A. D. 2000 e Além O Movimento A.D. 2000 e Além está ganhando um impulso em todo o mundo. O seu objetivo é mobilizar o CorpodeCristoatrabalhardiretamen- te no cumprimento da Grande Comis- são em nossa época. É uma visão que está sendo adota- da por igrejas, organizações missio- nárias e denominações em todo o mun- do. Há mais interesse hoje em missões, naevangelizaçãodomundo,enaimplan- taçãodeigrejasdoqueemqualquerou- traépocadahistória. O seguinte diagrama mostra o nos- so progresso na conclusão da Grande Comissão: Não Crentes Para Cada Crente Ano = D.C. Proporção 100 360 para 1 1000 220 para 1 1500 69 para 1 1900 27 para 1 1950 21 para 1 1970 11 para 1 1990 7 para 1 2000 ? O Dr. Ralph Winter é o fundador do U.S. Center For World Mission (Centro Americano Para Missões Mundiais). Com relação a este diagra- ma ele diz o seguinte: “Nos últimos 20 séculos, os mansos têm herdado a terra silenciosamente!” Ao estudar o diagrama acima você perceberáquehá1900anos,havia360 pessoas não-salvas no mundo para cada crente nascido de novo. Esta era uma proporção de 360 para 1. No ano de 1500, esta proporção já havia sido reduzida a apenas 69 para 1. No início do século passado, esta proporção já havia caído a 27 para 1. Veja agora o que está acontecen- do. Desde 1950 somente, a propor- çãodenão-cristãosparaverdadeiros crentes foi reduzida em 67%. Ela passou de 21 para l a apenas 7 para l! Exatamente como Jesus predis- se, a Sua Igreja está penetrando irresistivelmente em toda a Terra. Estamos chegando mais perto do tempo em que verdadeiramente “a terraseencherádoconhecimentoda glória do Senhor” (Hc 2:14). Igrejas em Todos os Bairros Jesus ordenou que a Igreja fosse a todo o mundo e discipulasse todas as nações. A palavra “nação” significa grupo étnico, ou um grupo em que as pesso- as compartilham da mesma cultura e língua. De acordo com líderes missi- onários, há aproximadamente seis mil nações ou grupos étnicos que ainda não possuem uma igreja. São necessárias mais do que algu- mas igrejas para se discipular uma nação. A única maneira de fazê-lo é por intermédio de implantação de muitas igrejas dentro dessa nação. Isso requer uma estratégia de IM- PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATU- RAÇÃO, que significa a implantação de igrejas em todos os bairros com uma população de 500 a 1000 pessoas. Esta visão de IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO não é so- mente para nações em desenvolvimen- to. É para todas as nações, incluindo- se as da Europa, América Latina e América do Norte.
  • 14. 14 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 A maioria dos líderes das igrejas existentes não ficam nervosos ao pen- sarem sobre um movimento de igre- jas em casas, se esse movimento esti- ver localizado do outro lado do mun- do. No entanto, se o movimento esti- ver acontecendo em suas cidades, po- derá haver uma reação bem diferente. Damos brados de louvores a Deus por todos os chineses que estão sendo salvosporcausadomovimentodeigre- jas em casas na China. Contudo, os bradosparame,àsvezes,tornam-seum resmungo de protesto se esse movi- mento chegar em nossas cidades. Por- quê?Muitostememqueissocauseuma divisão dentro de suas igrejas e leve embora alguns de seus membros. Seria bom se pudéssemos ver o movimento de igrejas em casas como uma multiplicação de congregações. Aí então todas as igrejas de uma dada cidade poderiam tornar-se ativas na multiplicação de congregações, em vez de tentarem edificar uma só con- gregação gigantesca. Seríamos desafiados na área do preparo de novos líderes. Nós já de- veríamos mesmo estar treinando líde- res. “O campo é o mundo” (Mt 13:38). Sempre é o tempo certo para alcan- çarmos todos os não-salvos em todo o mundo. Ninguém deveria dizer: “Ei, não comece uma igreja aqui. Este é o MEU território!” Não há nenhuma igreja que esteja alcançando todos os não- salvos em uma cidade, ou mesmo em alguma região ou bairro. Precisamos detodaajudaquepudermosobterpara alcançarmos os necessitados. Se um movimento de igrejas em casas acelerasse a evangelização da minha cidade, eu gostaria de iniciar tantas igrejas em casas quanto possí- vel. Eu tomaria as providências para que elas se multiplicassem e eu tam- bém estimularia a quaisquer outros pastores que amam a Jesus a multi- plicarem as congregações na minha própria cidade ou em outra qualquer. Desenvolvam Líderes Leigos Não-Remunerados Alguns se preocupam, achando que a multiplicação de igrejas em ca- sas produz líderes não-qualificados. Há uma preocupação de que líde- res ineptos possam causar um aumen- to de heresias e de ignorância. Esse argumento supõe que a rápi- da multiplicação de congregações es- vazia o nosso suprimento de líderes qualificados. Alguns acham que essa multiplicação torna necessária a co- locação, como líderes nas igrejas em casas, de homens e mulheres que Deus não pode usar. Precisamos manter em mente que Jesus não foi às instituições religio- sas da Sua época para escolher líde-
  • 15. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 15 res para a Sua Igreja. Ele escolheu ho- mens que eram pescadores ignoran- tes e leigos simples e comuns. Em se- guida Ele os capacitou com o enchi- mento do Espírito Santo. Deus gosta muito de usar coisas pequeninas e fracas. Considere a se- guinte passagem bíblica: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chama- dos muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mun- do,easdesprezadas,eaquelasquenão são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (l Co 1:26-29). Têm havido muitos movimentos mundiais significativos na divulgação do Evangelho por toda a história da Igreja. Em cada um deles, homens e mulheres ordinários e comuns têm tido um papel importante. João Wesley era um homem muito instruído, com anos de aprendizado e treinamento religioso. Ele foi o líder de um dos grandes movimentos de reavivamento e implantação de igre- jas da história. No entanto, Wesley não foi às escolas estabelecidas de treina- mentoreligiosoparaencontrarosseus pastores e líderes. Ele disse: “Dê-me doze homens que amem a Jesus com todo o seu co- ração e que não temam os homens ou os demônios. Não dou a mínima im- portância se forem clérigos ou leigos. Com estes homens eu mudarei o mun- do.” E foi exatamente isso que João Wesley fez. Pregar o Evangelho ao ar livre na época de Wesley era o cúmulo do sa- crilégio. Era considerado como uma grave afronta à Igreja estabelecida. A Sagrada Palavra de Deus não podia ser proclamada fora de um prédio de igreja. Os Irmãos Wesley e George Whitefield sofreram anos de persegui- ções por quebrarem as antigas tradi- ções da Igreja estabelecida. No entan- to, isso não os deteve. Eles conheciam as Escrituras. Eles estavam convencidos de que se Jesus podia quebrar as tradições, era acei- tável para eles fazerem o mesmo. Agora citaremos uma vez mais os escritos do Dr. McGavran, o “Pai” do Movimento de Crescimento de Igre- jas. Em seu livro UNDERSTANDING CHURCH GROWTH (Compreendendo o Crescimento da Igreja), ele afirma: “Desenvolva líderes leigos não- remunerados. Os leigos têm tido um papel importante nas expansões urba- nas da Igreja. “Desde o início do crescimento de igrejas nas cidades da América Lati- na, homens comuns não-remunerados dirigiram as congregações. “Emalgunslugares,trabalhadores, mecânicos, balconistas, ou motoristas decaminhãoensinamaBíblia,dirigem as orações, contam o que Deus tem fei- to por eles, ou exortam os irmãos. Nes- tes lugares, o cristianismo realmente parece natural a homens comuns. “Estes leigos que estão no minis- tério estão sujeitos aos mesmos ris- cos e estão limitados pelo mesmo ho- rário de trabalho que os membros de suas congregações. Talvez eles este- jam carentes na precisão dos ensinos bíblicos ou na beleza de suas orações. Contudo, eles compensam abundan- temente essa falha através do contato íntimo com as pessoas comuns. “Nenhum obreiro remunerado que venha de fora pode saber tanto sobre uma região ou bairro quanto alguém que tenha dezenas de amigos íntimos e parentes ao seu redor. “É verdade que em ‘território no- vo’, alguém de fora deve ser a pessoa indicada para iniciar novos trabalhos. No entanto, seria melhor a pessoa en- tregar logo a direção das novas igre- jas a homens da própria região.” Em seu livro BREAKING THE STA1NED GLASSBARRIER (Quebran- do a Barreira das Janelas de Vitrais), David Womack escreveu: “Há somen- te uma maneira pela qual a Grande Comissão pode ser realizada, a saber, estabelecendo-se congregações que preguem o Evangelho em todas as comunidades sobre a face da terra.” Roger Greenway, um especialista na evangelização de cidades, diz em DISCIPLING THE CITY (Discipulando a Cidade): “A tarefa evangelística da Igreja exige que cada bairro, prédio de apartamentos, e vizinhança tenha uma igreja fiel à Palavra de Deus estabelecida.” Igrejas aos Milhões Há pouco tempo eu estava lendo o livro de Jim Montgomery intitulado DAWN 2000 (Alvorada 2000). Ele tem um subtítulo que eu quase não conse- guia crer: AINDA FALTAM SETE MI- LHÕES DE IGREJAS. Pensei comigo mesmo: “Como alguém consegue até mesmo ousar pensar em termos de milhões de igrejas?” Eu ainda não havia lido muito até descobrir que eu também poderia crer que sete milhões de igrejas pudessem ser implantadas por todo o mundo nos próximos anos. Creio que seja provável porque es- tamos no limiar do mais forte movi- mento missionário da história do mun- do. Há mais interesse agora em alcan- çarmos todas as línguas, tribos e na- ções do que jamais houve desde que Jesus subiu ao Pai. Há um grande clamor subindo em todo o mundo, a saber: VAMOS TER- MINAR A TAREFA! VAMOS CUMPRIR O MANDAMENTO DE CRISTO DE PREGARMOS O EVANGELHO A TO- DAS AS CRIATURAS. VAMOS OBE- DECER O SEU MANDAMENTO DE DISCIPULARMOS TODAS AS NA- ÇÕES. VAMOS TRAZER CRISTO DE VOLTA PARA REINAR EM JUSTIÇA. VAMOS VER OS REINOS DESTE MUNDO TORNANDO-SE OS REINOS DO NOSSO DEUS E DO SEU CRISTO. Há uma grande onda que está ga- nhando impulso diariamente. Certamente a pedra que foi corta- da sem mãos, que o profeta Daniel viu em sua visão, é Cristo. Daniel nos conta como ele viu a pedra descendo para ferir e golpear os pés da estátua que representa os poderes do mundo (Dn 2:34). Essa pedra, que é Cristo, está fi- cando cada vez maior e ganhando im- pulso. Ela já colidiu ruidosamente contra os pés do sistema deste mun- do. Em breve ela crescerá e se trans-
  • 16. 16 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 formará numa montanha que cobrirá a terra “do conhecimento do SE- NHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9). A chave para o cumprimento da Grande Comissão é a implantação de igrejas. Há um plano que está atraindo a atenção de muitos estrategistas de missões hoje em dia. É a implantação de uma congregação de crentes em todas as comunidades com 500 a 1000 habitantes. Isto é a IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO. Teremos de jogar fora o nosso con- ceito de igreja com janelas de vitrais. Não podemos mais pensar em “igre- jas” como sendo uma construção de tijolos. Precisamos começar a pensar em igreja como sendo pessoas, que se re- únem em nome de Jesus. Essas pes- soas estão se reunindo em casas, lo- jas,escritórios,fábricas,armazéns,es- colas, salões fúnebres, parques, peni- tenciárias, prisões, hospitais, prédios abandonados, esquinas, saguões, clu- bes femininos, clubes de serviço, e até mesmo em prédios de igreja. O Sistema de Aprendizes A pergunta urgente é a seguinte: Onde vamos arrumar todos os pasto- res que serão necessários para dirigi- rem todas essas novas igrejas? Há alguns anos, na América Lati- na, vários missionários se reuniram para traçarem um plano para o treina- mento de jovens para o ministério. A maioria das pessoas em suas regiões eram muito pobres. Portanto, era mui- to improvável que qualquer um daque- les homens fossem enviados a uma cidade para serem instruídos numa escola teológica. Aqueles missionários apresenta- ram um plano chamado de ETE – Edu- cação Teológica por Extensão. Era um curso que os rapazes podiam fazer em casa. Foi uma idéia oportuna para o tempo em que estavam vivendo e tor- nou-se um programa muito bem-su- cedido. Mais tarde, um outro missionário chamado George Patterson acrescen- tou um outro “E” ao nome deste pro- grama. Ele chamou o seu plano de ETEE – Educação Teológica e Evan- gelização por Extensão. Era um pla- no para os pastores treinarem rapazes para o ministério através de um siste- ma de aprendizes. O plano exigia que cada pastor su- pervisionasse o treinamento pessoal do aprendiz. Ele deveria dar ao jovem um “laboratório” para que ele apren- desse a pastorear uma igreja. O“laboratório”eraumaigrejaver- dadeira, um pequeno grupo de pessoas que se reuniam numa casa ou em al- gum outro lugar. O aprendiz era envia- do para pastorear esse grupo. De vez em quando o aprendiz recebia tarefas especiais do pastor patrocinador. Al- gumas destas tarefas eram: ler certos livros, ouvir fitas, frequentar reuniões, ou participar de seminários. Semana após semana, o aprendiz cumpria as tarefas dadas pelo seu pastor-mestre. A visão de multiplicação aconte- ciaàmedidaquecadaaprendizeraen- sinado a patrocinar também outro ho- mem da própria congregação. Assim sendo, a visão do movimento de im- plantação de igrejas estava se cum- prindo. n
  • 17. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 17 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 5 UMA RODA OU UMA VIDEIRA? Pense numa roda caída no chão, com raios saindo em todas as direções, procedentes de seu eixo no centro. Penseagoranumavideira,crescen- do no chão, que começa num lugar e estende os seus ramos em todas as di- reções. Cada um dos ramos está in- troduzindo raízes no solo que também crescem e transformam-se em plantas. Cada raiz está gerando uma outra planta exatamente igual à primeira. Todas essas novas plantas têm o mes- mo potencial de enviarem ramos, os quais também introduzem raízes no solo. Qual das duas, a roda ou a videira, descreve melhor a estratégia de IM- PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SA- TURAÇÃO? A VIDEIRA, obviamente. Não é uma questão de qual das duas funciona. Ambas funcionam. Uma delas, no entanto, funciona me- lhor do que a outra. Algumas igrejas estão usando o conceito da roda e ou- tras estão começando a ver a sabedo- ria do conceito da videira com rela- ção à implantação de igrejas. A Roda O conceito da roda requer que to- das as igrejas-bebês estejam intima- mente ligadas e dependentes da igre- ja-mãe. Normalmente elas não são chamadas de igrejas. Às vezes são chamadas de “grupos familiares” ou “células”.Elassãoconsideradascomo uma extensão da igreja-mãe. Todos os membros dos pequenos grupos reúnem-se durante a semana a fim de poderem freqüentar a igreja- mãe no domingo de manhã. Todos os dízimos e ofertas são canalizados à igreja-mãe. Os líderes das células não são con- siderados como pastores. De vez em quando uma das igrejas-células é li- berada no sentido de tornar-se uma igreja adulta e um pastor é designa- do. Esse, em essência, é o conceito da roda. Ele tem sido muito bem-sucedi- do em alguns lugares e tem produzi- do algumas congregações bem gran- des. A Videira O conceito da videira com relação à implantação de igrejas pode ser ilus- tradopela“planta-aranha”.Elatemfo- lhas longas, graciosas, e diversifica- das, e assemelha-se a um chorão em miniatura.Desuasfolhascrescemlon- gosramosqueproduzem“plantas-ara- nhas” menores em intervalos ao lon- go dos ramos. A “planta-aranha” geralmente é plantada num vaso suspenso. As “plantas-aranhas” bebezinhas nunca se tornam tão grandes quanto a plan- ta-mãe. Isso se deve ao fato de que, diferentemente da planta-mãe, que tem as suas raízes plantadas no solo, as“plantas-aranhas”bebêssãodeixa- das pendentes no ar. Elas recebem toda a sua vida da planta-mãe. Imagine agora que você tirou essa linda planta de sua posição suspensa e a plantou no chão. Cada uma das “plantas-aranhas” bebezinhas come- çarão a introduzir suas raízes no chão. Quando isso acontece, cada plan- ta-bebê começa a crescer e a enviar novos ramos em todas as direções. Dessa forma, ela eventualmente gera um infindável número de lindas e ma- duras“plantas-aranhas”. Tendências A roda tem a tendência a atrair os raios para si mesma; a videira, a libe- rar os ramos para fora. A roda tem a tendência a ser local; a videira, a estar tanto dentro como fora de sua área local. A roda tem a tendência a adição; a videira, à multiplicação. A roda tem a tendência a edificar uma só igreja; a videira, a edificar muitas igrejas. A roda tem a tendência a restringir a visão missionária; a videira, aincen- tivar a visão missionária. A roda abrange a cidade; a videi- ra, o mundo. A roda treina líderes de grupos; a videira, pastores e líderes. A roda tem a visão de células, es- tudos bíblicos, ou de grupos familia- res; a videira tem a visão de igrejas reunindo-se em casas. Igrejas em Casas Que o Senhor da Colheita nos dê uma visão de longo alcance para a im- plantação de igrejas. Que essa visão permita uma liberdade total para que a vida da igreja possa expressar-se. Que não haja nenhuma restrição na expressão da vida da igreja! Esta é a nossa oração. Amém! n
  • 18. 18 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 6 SERÁ QUE OS PRÉDIOS DE IGREJAS SÃO MESMOS NECESSÁRIOS? Howard Snyder escreveu um livro muito importante, intitulado THE PROBLEM WITH WINESKINS (O Problema com os Odres). Nesse livro, ele aborda detalhadamente os proble- mas das estruturas eclesiásticas. Ele fala sobre os propósitos de Deus para a Sua Igreja que estão sen- do revelados. Ele fala da nossa inca- pacidade, algumas vezes, em fazermos os ajustes apropriados com relação a esses propósitos. O texto a seguir é do capítulo intitulado “Os Prédios de Igrejas São Supérfluos?” “Imagine só! Imagine que você está emqualquercidadeimportantedo Primeiro Século, onde o cristianismo havia penetrado. “Agorafaçaapergunta:‘Ondeestá aigreja?’Vocêseriadirigidoaumgru- po de adoradores reunidos numa casa. “Não havia nenhum prédio espe- cial e nenhuma evidência de riqueza com que pudéssemos associar a igre- ja. Havia somente pessoas.” Walter Oetting, em seu livro THE CHURCH IN THE CATACOMBS (A Igreja nas Catacumbas), escreveu: ‘“Os cristãos não começaram a edificar prédios de igrejas até aproxi- madamente o ano 200 d.C. Esse fato sugere que os prédios não são essen- ciais para um crescimento numérico ou profundidade espiritual. ‘“A Igreja Primitiva possuía tanto o crescimento quanto a profundidade. Até épocas recentes, o maior período de vitalidade e crescimento da Igreja ocorreu durante os dois primeiros sé- culos d.C. Em outras palavras, a Igre- ja cresceu mais rapidamente quando ela não tinha a ajuda – ou o estorvo – dos prédios de igrejas.’” Creio que o Senhor está chaman- do Seu povo para arrepender-se da ên- fase demasiada que se tem dado aos prédios nos últimos séculos. Ele está nos dizendo para nos livrarmos de to- das as barreiras à rápida implantação de igrejas. O objetivo é que “a palavra do Se- nhor se propague e seja glorificada” (2 Ts 3:1). Um dos principais obs- táculos, em muitos casos, é a constru- ção ou prédio que chamamos de “igre- ja”. Quebrando a Barreira dos Vitrais da Igreja O Dr. Donald McGavran, em seu livro Understanding Church Growth (Compreendendo o Crescimento da Igreja), diz: “As igrejas em casas pos- sibilitaram que a pequenina Igreja do Primeiro Século crescesse poderosa- mente. Com uma só cajadada, eles venceram quatro obstáculos ao cres- cimento, com os quais a Igreja se de-
  • 19. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 19 parou, à medida que liberava novas populações: (1)”O custo de um prédio de igreja. Sem desembolsar absolutamente, nenhum dinheiro, as igrejas em ca- sas forneceram tantos lugares de adoração quanto havia grupos de cristãos. Esse primeiro obstáculo comum à multiplicação de igrejas nuncaapareceu.” (2)“O obstáculo da conexão judaica. As igrejas em casas tiraram a Igre- jadasinagogaeaintroduziunapo- pulação gentia.” (3)“O obstáculo de nos voltarmos para dentro. Cada nova igreja em casa expunha um novo grupo de amigos e parentes a um contato ín- timo com cristãos ardentes.” (4)“O obstáculo de uma liderança li- mitada. Cada igreja em casa lan- çava as responsabilidades e o prestígio da liderança em homens capazes da nova congregação. Os líderes trabalhavam de acordo com os ensinamentos do Antigo Testamento, com a tradição oral da vida de Jesus, e uma ou duas das Cartas de Paulo. Com esses limites flexíveis, eles eram livres para seguirem a direção do Espí- rito Santo.” “Em nosso contexto moderno, es- ses quatro obstáculos e suas soluções ainda são importantes. Ao falarmos sobre as causas do crescimento da Igreja Primitiva, deveríamos levar em consideração o fato físico das igrejas em casas. A IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO exige um irrompi- mento. Precisamos irromper através das “barreiras das janelas de vitrais” e entrar na comunhão simples e aber- ta do povo de Deus. Precisamos ver essa comunhão no maior número pos- sível de aspectos em que o Espírito Santo nos conduzir, e não termos medo de chamar de igreja. Quer estejamos nos reunindo em nome de Jesus numa catedral ou numa cozinha, ainda assim é “igreja”. É o povo de Deus chamado para fora e reunido. Sim, usaremos prédios. No entan- to, nunca permitiremos que os prédi- os atrapalhem a nossa mobilidade, visão, ou zelo de multiplicarmos as congregações. O Fiasco de Constantino James Rutz, em seu livro THE OPEN CHURCH (AIgreja Aberta), diz: “O que realmente nos matou foram os tijolos! Na maior asneira de sua histó- ria, a Igreja começou a construir um grande número de prédios. “Ela desalojou as catacumbas (tú- mulos subterrâneos) e os estreitos va- les florestais em que os santos se reu- niam. Ela terminou para sempre com as calorosas e preciosas reuniões na sala de estar das pessoas. “Seguindo o modelo dos tribunais romanos, os novos prédios tinham ca- pacidade para centenas de cristãos. Obviamente não podemos ter uma interação íntima e fácil com uma mul- tidão deste tamanho. Um novo santu- ário, desde o primeiro domingo em que foi aberto, colocava limites na li- vre expressão das pessoas. O novo berço sufocou o bebê. “Imagine que você estivesse viven- do naquela época. “Talvez você se sentisse à vonta- de, confessando um pecado a vinte ou trinta amigos na casa de Josephus e Johanna (ou vamos chamá-los de Zé e Maria). Mas será que conseguiria fazer ISTO na frente de quinhentas pessoas desconhecidas? “Se Deus colocasse algo muito for- te em seu coração nesta semana, você não hesitaria em levantar-se para pas- sar dez ou quinze minutos comparti- lhando isto na sala de estar do Zé e .da Maria. Mas aqui, no novo salão, há provavelmente doze homens e mulheres, no mínimo, com uma men- sagem queimando em seu coração. Você provavelmente nunca teria a chance de se expressar! “Na casa do Zé e da Maria, todos se envolveram na hora da adoração. Você pôde louvar ao Senhor de cora- ção, vez após vez, da forma como se sentia dirigido. Foi o momento mais significativo e benéfico da sua sema- na. Mas e aqui no novo prédio? Você teria de esperar por sua vez que tal- vez nunca chegue! “Eu poderia prosseguir, mas você já faz idéia de onde quero chegar. Sem os modernos equipamentos eletrôni- cos de som, as reuniões ao ar livre tornaram-se difíceis. Não difíceis DEMAIS, note bem, somente difíceis. Assim sendo, as reuniões em locais fechados assumiram a supremacia. “Tudo o que era falado ficou cen- tralizado num púlpito. A ordem foi mantida. Parecia uma boa idéia na época. “Na casa do Zé e da Maria você era um participante. Aqui, você é um espectador – um ouvinte passivo. De alguma forma você não se sente mais importante ou necessário.” Paraíso Perdido “Quando mudamos das salas de estar para os prédios de igreja com uma equipe profissional, perdemos todo o impulso. A igreja local tornou- se fraca e fria. “Os que não eram sacerdotes fo- ram chamados de ‘leigos’, uma pala- vra que nem mesmo é encontrada na Bíblia – e por uma boa razão. “Como ‘leigo’ num prédio de igre- ja do Quarto Século, você não mais se aproximava de Deus diretamente. O sacerdote fazia isso por você. “Desta maneira, um problema arquitetônico tornou-se um problema doutrinário. Foi perdido o sacerdócio do crente. “A Bíblia foi tirada das mãos do leigo e entregue ao sacerdote. E se não lhe é permitido decidir o que ela sig- nifica, por que você deveria se inco- modar em lê-la?” O Caminho da Ruína “O que de fato saiu errado? Como eu já disse, a Igreja ficou tão grande e popular que ela conseguia erigir os próprios prédios. “Infelizmente, isto resolveu um an- tigo ‘problema’ que deveria ter sido deixado sem solução. Sempre que uma sadia igreja em casa ficava gran- de demais para a sua sala de estar, ela tinha que se dividir – em duas salas de estar. Desta forma, novos líderes estavam sempre sendo empurrados para cima através da hierarquia. “Mas quando os prédios de igre- jas começaram a surgir em toda par- te, as congregações não tiveram mais
  • 20. 20 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 que enfrentar esse ‘problema’. Não havia mais aquela embaraçosa agonia de se saber quem ficaria com os pres- bíteros favoritos e quem teria que se separar com os presbíteros menos po- pulares. Todo mundo ficava com todo mundo. “O problema era que o comparti- lhamento e a intimidade ficavam com- plicados numa multidão de quinhen- tas pessoas. As grandes multidões da- vam muita importância aos discursos eloqüentes. Portanto, os novos conver- tidos gaguejantes começaram a ficar escondidos ‘em suas cascas’. “A situação em que nenhum mem- bro conhecia os outros membros subs- tituiu a comunhão. Acomunicação du- rante as reuniões começou a ser do- minada pêlos poucos que tinham li- vros e sabiam ler. No final, isso pas- sou a significar os sacerdotes. “Os leigos (ou não-sacerdotes) eram cidadãos de um Império Roma- no que já estava ruindo há muito tem- po. Eles foram transformados em ‘eunucos’ espirituais. Eles perderam a força que o Império necessitava tão desesperadamente naquela época. “Em 476, Roma caiu pela última vez. Aí então a Igreja abriu o cami- nho para a Idade Média ou ‘Eras Es- curas’.” O Uso Apropriado dos Prédios Não estamos sugerindo que os pré- dios não têm lugar algum na expan- são do Reino de Deus. O Senhor cer- tamente nos dará sabedoria e direções com relação a como utilizarmos os prédios de todos os tipos no cumpri- mento da Grande Comissão. No entanto, nunca podemos cair numa atitude doentia e não-bíblica com relação à importância de um pré- dio quando estivermos implantando e edificando igrejas. As igrejas podem certamente fun- cionar sem a ajuda de prédios especi- almente construídos para essa finali- dade. Isto tem sido provado na histó- ria da igreja em todas as épocas. Ali- ás, a história mostra que a Igreja, na verdade, cresce mais rapidamente e fica mais sadia sem prédios de igrejas do que com eles. O movimento de igrejas em casas é somente uma parte do mover de Deus de volta à simplicidade. Deus está Se movendo em muitas frentes no sentido de levar a Sua Igreja à santi- dade e pureza. Essa sempre foi Sua vontade e Seu plano. Não é como se Deus subitamente acordasse um dia com relação à ne- cessidade da Igreja e iniciasse um mo- vimento para supri-la.Aquestão é que finalmente há cada vez mais pessoas ouvindo o que o Senhor tem dito o tempo todo: “DEVOLVAM-ME A MINHA IGREJA!!!” Estou convencido de que a atitude da Igreja deveria ser: “Senhor, a me- nos que Tu nos digas especificamen- te para construirmos, comprarmos, ou alugarmos prédios, vamos implantar e multiplicar igrejas sem eles.” Estou aberto à idéia de prédios, mas não estou aberto a restringirmos a implantação de igrejas à tradicional idéia de igrejas centralizadas em cons- truções. A necessidade de uma IM- PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO é grande demais. Nunca cumpriremos a Grande Co- missão num futuro previsível, conti- nuando a adotar o conceito tradicio- nal de “igreja”. Essa idéia simples- mente não permitirá um movimento em grande escala de implantação de igrejas que será necessário para discipularmos as nações. Durante séculos a Igreja, requin- tada e pomposamente, projetou e de- corou lindos e imponentes prédios, que foram chamados de “igrejas”. Em alguns casos, os prédios cha- mados de “igrejas” tornaram-se, eles próprios,objetosdeadoração.Enormes quantias de dinheiro dedicadas a Deus foramgastasnaconstruçãoemanuten- çãodestesprédios“sagrados”. Esta era está chegando a um fim. Há um movimento no meio do novo de Deus de volta à simplicidade. E um movimento que está se afastando do cristianismo institucionalizado, poli- tiqueiro, e super-organizado. O Novo Testamento precisa ser o nosso guia de fé e prática em todas as coisas. Que ele seja também o nosso guia nesta questão de prédios de igre- jas. Que ele guie a nossa compreen- são com relação ao lugar verdadeiro dos prédios na expansão mundial da mensagem de Jesus Cristo, nosso Se- nhor. n
  • 21. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 21 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 7 UM PASSO À UNIDADE Alguém pode perguntar: “Mas to- das as pequenas igrejas em casas, es- palhadas em uma cidade, não causa- rão uma divisão e desunião no Corpo de Cristo daquela cidade? A verdade é que as igrejas peque- nas não causam mais divisões do que as grandes. As igrejas muito grandes e as igrejas muito pequenas têm o mes- mo desafio quando a questão é a uni- dade. Unidade Organizacional ou Unidade Espiritual No final da década de 1970 eu es- tava envolvido com uma nova orga- nização cristã chamada “João Dezessete Vinte e Um”, que era um esforço no sentido de ajudar a estimu- lar e promover a unidade dentro do Corpo de Cristo, tanto nos Estados Unidos como em outros países. Essaorganizaçãobaseava-senaora- çãodeJesusencontradaemJoão17:21: “afim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, tam- bém sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” Num período de vários anos tenta- mos reunir o povo de Deus em retiros, encontros, eventos, paradas, marchas, reuniões de oração, e em todas as ma- neiras possíveis. Acreditávamos que porintermédiodanossa“unidade”or- ganizada o mundo veria e creria. Foi uma das tentativas mais frus- trantes de que eu já havia participa- do. Isso não significa que esses even- tos não tenham o seu lugar de impor- tância. Certamente são importantes. No entanto, estávamos tentando orga- nizar a unidade, e a unidade simples- mente não estava acontecendo. A unidade nunca acontecerá por meio de uma organização. Ela preci- sa acontecer no espírito mediante uma compreensão do que é a unidade. Certo dia comecei a questionar a nossa compreensão de João 17:21 e vi, em primeiro lugar, que não havía- mos interpretado corretamente a ora- ção de Jesus. Ele não estava orando por uma unidade organizacional nes- ta passagem. Ele estava orando por uma unidade espiritual. Além disso, Jesus não estava oran- do por uma unidade espiritual no meio dos crentes. Ele estava orando pela união do crente individual com o Pai,
  • 22. 22 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 e não pela união dos crentes uns com os outros. Toda esta passagem da oração de Jesusabordaauniãodoindivíduocom o Pai e o Filho. Ela não aborda o rela- cionamento do crente com outros crentes. Uma interpretação errônea desta passagem causa uma grande e dolo- rosa frustração. Isso também faz com que percamos o verdadeiro significa- do daquilo pelo qual Jesus está de fato orando. João 17:21 poderia ser parafrase- ado da seguinte maneira: “Para que cada um deles possa ser um Contigo, Pai, exatamente como Tu és em Mim, e Eu sou em Ti, a fim de que o mundo possa crer que Tu Me enviaste.” O mundo nunca se convencerá de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus Vivo, através de uma união organiza- cional. Deus sempre usa homens e mu- lheres que têm o mesmo relaciona- mento de união com o Pai que Jesus tinha. O plano de Deus ainda é o mesmo – encher os homens com o Seu Espí- rito e demonstrar o Seu amor e poder por intermédio deles. O que Ele fez através de Jesus Ele quer fazer em todo o mundo. Elequerhabitaremnósecaminhar em nós. Ele quer fazer obras de amor e graça por meio de nós, exatamente como Ele fez através de Jesus. Este é o significado de João 17:21. Uma Cidade – Uma Igreja Oúnicotipodeunidadequeéabor- dado no Novo Testamento é a unidade espiritual e os seus resultados. Procu- ramos em vão tentando encontrar qualquer palavra na Bíblia que se re- fira a organizações, sociedades, mis- sões, ou qualquer outra coisa seme- lhante às nossas atuais estruturas or- ganizacionais. OqueencontramosdefatonoNovo Testamentoéautoridadeespiritualsen- do enviada no ministério de apóstolos e profetas. Vemos esta autoridade sen- do recebida pelas igrejas. Vemos uma igreja unida, dentro de cada cidade, mantida em união pela “unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3). O Apóstolo Paulo nunca escreveu às “igrejas” de nenhuma cidade. Ele sempre endereçava as suas cartas à “igreja” de uma dada cidades. Havia e há somente uma igreja em cada cidade ou localidade. Ele escre- ve à “igreja” de Roma, Corinto, Éfeso, e assim por diante. No entanto, ele escreve às “igrejas” da Galácia, às “igrejas” da Ásia, e assim por diante. Isso se deve ao fato de que esses lu- gares eram províncias, e não cidades. Talvez haja dezenas, ou até mesmo centenas de “igrejas” que se reúnem em nome de Jesus numa certa cidade. No entanto, há na verdade somente uma igreja nesta localidade. Esta úni- ca igreja consiste dos muitos grupos cristãos menores desta cidade. Exata- mente como todas as igrejas de todas as cidades do mundo constituem o CorpodeCristo,assimtambémasigre- jas (congregações) de uma localidade constituem a igreja daquela cidade. Mantenham a Unidade Em Efésios 4:3-6 lemos: “esfor- çando-vos diligentemente por preser- var a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” Na passagem acima Paulo não dis- se “Estabeleçam a unidade do Espí- rito.” Ele disse: “preservar a unidade do Espírito.” É como se esta unidade fosse algo que já foi estabelecido. Ele fala aqui como se a unidade fosse algo que vem automaticamente como parte de todo o “pacote” cristão. Nascemos de novo e somos intro- duzidos na unidade porque “há so- mente um corpo e um Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai.” A nossa parte é simplesmente um reco- nhecimento de que já somos um. Cum- prir o mandamento de mantermos a unidade do Espírito no vínculo da paz significa mantermos algo que já te- mos, pois não podemos manter o que ainda não temos. Esta unidade não se encontra em estruturas externas. Ela não nasce em vínculos externos, nem é mantida por vínculos externos. Ela nasce no Espí- rito e no coração. É uma atitude in- terior, uma atitude para com as pesso- as – o povo de Deus. Unidade com Diversidade Podemos ter todas as diversidades que quisermos em organizações, de- nominações, corporações, sociedades, clubes, comunidades, movimentos, cruzadas, e campanhas, e ainda assim termos a unidade no Espírito. Não somos mantidos em união por sermos membros no “papel”. Somos mantidos em união pela “unidade do Espírito no vínculo da paz” Por outro lado, podemos ter uma gigantesca organização que inclua to- dos os cristãos da terra e ainda assim não termos nenhuma unidade verda- deira no Espírito. Podemos ter uma unidade organizacional sem uma ver- dadeira unidade. O “vínculo” de Efésios 4:3-6 fala de algo que une como uma corda ou cinturão. Este vínculo é a “paz”. É chama- do de “vínculo da paz”. O oposto da paz é a rivalidade ou guerra. Se você tiver uma atitude de amor e aceitação para com os seus irmãos e irmãs de outras igrejas, então você irá “preservar a unidade” com eles. Você não estará criando esta unidade; você estará mantendo-a viva em seu espí- rito. É aí que existe a unidade – no es- pírito ou no coração. A unidade é ma- nifestada em diferentes maneiras, mas ela existe no espírito por meio do Es- pírito Santo. Por outro lado, se você tiver uma atitude de rivalidade, de divisão, ou separação, você não estará mantendo a unidade do Espírito através do vín- culo da paz. Um Passo Intrínsico O único passo à unidade, então, en- contra-se em Romanos 14:1 e 15:7: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões... Por- tanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu.” A palavra “acolher” significa dar as boas-vindas, abraçar, receber – re- conhecer um parentesco. Aceitar sig- nifica confessar e declarar o fato de que somos um.
  • 23. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 23 Somos um porque, pelo novo nas- cimento, todos nascemos na mesma família espiritual. Somos todos irmãos e irmãs por- que Jesus é o nosso Salvador, e Deus é o nosso Pai! Exatamente como Je- sus nos recebeu com todas as nossas ruínas,falhas,eimaturidade,assimre- cebamos também uns aos outros. Dê Este Passo Agora O único passo para a unidade pode ser dado onde você estiver, neste exa- to momento. Você pode voltar-se ao Senhor neste momento e orar: “Pai, em nome de Jesus Cristo meu Senhor, eu realmente reconheço que sou um membro do Teu Corpo espiritual, a Igreja desta cidade e de todo o mun- do. “Eu realmente aceito e recebo a todos os Teus filhos como meus ir- mãos ou irmãs porque Tu és o nosso Pai. Não importa onde os Teus filhos morem, não importa de qual raça se originem. Não importa quais opiniões ou práticas peculiares eles possam ter. Nãoimportaseelesbatizamporasper- são ou por imersão, ou se são Armini- anistas ou Calvinistas. Não importa se vão à igreja aos sábados, domingos, às segundas, ou terças. Não importa a que denominação pertençam. “Eu agora declaro solenemente, em nome de Jesus Cristo de Nazaré, o Filho do Deus Todo-Poderoso, que eu sou um com todos os outros crentes nascidos de novo que vivem, que já viveram, ou que ainda viverão no tem- po e na eternidade. Eu os aceito e os recebo. “Eu os amarei, os sustentarei, e orarei por eles. À medida que me di- rigires, Senhor, trabalharei com eles. ProcurareimanterestaunidadedoEs- pírito por meio do vínculo da paz. Amém!” Você quer fazer esta oração ago- ra? Se você puder fazer sinceramente esta oração acima, você terá dado o único passo à unidade. Unidade Doutrinária “Mas”, você poderá perguntar, “e a unidade doutrinária? Como podere- mos caminhar juntos, a menos que es- tejamos de acordo?” Em primeiro lugar, Deus não está nos dirigindo para caminharmos na mesma direção. Em segundo lugar, Efésios 4:13 nos diz que devemos manter esta unidade do Espírito, “até que todos cheguemos à unidade da fé”. Este versículo está simplesmente dizendo que podemos ter uma unida- de espiritual enquanto ainda estiver- mos alcançando uma unidade doutri- nária. Uma Verdade Central Há somente uma verdade central ao redor da qual podemos todos de- clarar a nossa unidade. Esta verdade não é um ensino, um conceito, um princípio, ou uma doutrina. Não é uma igreja, denominação, ou movimento. Esta Verdade, é uma Pessoa. Jesus é a Verdade. Ele disse: “Eu sou o ca- minho,eaverdade,eavida“ (Jo14:6). Quando nos voltamos a Ele, Ele nos dá vida. Nascemos de novo! Quando o carcereiro filipense pergun- tou a Paulo e Silas: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?”, a respostanãofoi:“Creiaemnossadou- trina e una-se à nossa organização.” A resposta foi: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” (At 16:30,31). Nós cremos na Pessoa de Jesus e nascemos no Reino de Luz. Quando nos unimos a Jesus, unimo-nos uns aos outros. Somos um n’Ele. QuemtemaJesustemavida.Quem não tem a Jesus não tem a vida. Somos salvos,nãopelofatodeadotarmosuma posição doutrinária, mas por receber- mos ao Próprio Jesus Cristo. Recebam uns aos Outros Em todas as igrejas, quer sejam igrejas em casas ou algum outro tipo de igreja, precisamos ensinar os mem- bros a aceitarem todos os outros cren- tes. Somos membros do mesmo Cor- po, independentemente de uma afili- ação denominacional. Deus nos dirige às vezes a coope- rarmos juntamente com outros em projetos para a extensão do Seu Rei- no. No entanto, a mais poderosa ex- pressão de unidade não está no fato de nos unirmos para demonstrarmos uma solidariedade externa, através da promoção de projetos especiais, mas sim, aceitando e confirmando uns aos outros nas coisas que já estiver fazen- do para o Senhor. Muitos Líderes – um Só Exército Estamos todos em guerra e há mui- tos generais, tenentes, capitães, e sol- dados de infantaria. No entanto, há somente um Cabe- ça, o nosso Comandante-Chefe, o Pró- prio Jesus Cristo. Ele disse: “Edificarei a Minha Igreja”, e é isto o que Ele está fazen- do (Mt 16:18). Vamos abrir espaço para que Ele o faça. Ele tem a respon- sabilidade sobre todas as pequenas unidades do Seu poderoso Exército. Talvez estejamos em diferentes di- visões, em diferentes unidades, em di- ferentes frentes, mas ainda assim so- mos um só Exército. Somos um só povo, lutando na mesma guerra con- tra o Reino das Trevas. Vamos confirmar e sustentar uns aos outros em nossos vários lugares de serviço. Não vamos pensar que estamos separados pelo simples fato de não estarmos todos no mesmo lu- gar, fazendo as mesmas coisas, ao mesmo tempo, sob o mesmo porta- estandarte. Muitas Tribos – Uma Só Nação Havia doze Tribos em Israel. Cada uma delas tinha o próprio território, genealogia, líderes e bandeira. No entanto, elas ainda eram um só povo – Israel. Podemos ser constituídos de cen- tenas ou milhares de denominações, organizações, e igrejas. No entanto, somos um só povo – o povo de Deus – o Israel de Deus. Não temos de estar fisicamente juntos, fazendo as mesmas coisas, sob a mesma bandeira, a fim de sermos um. Já somos um. Portanto, vamos proclamar ousadamente a nossa uni- dade. Vamos nos ocupar com a nossa responsabilidade de ampliarmos o Seu Reino e, ao mesmo tempo, confirmar mos,aceitarmos,e recebermos uns aos outros. Isso é o que significa “preser- var a unidade do Espírito no vínculo da paz” n
  • 24. 24 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 8 O QUE FAZEMOS NUMA IGREJA EM CASA? Se você nunca esteve numa reu- nião de uma igreja em casa, talvez suas primeiras perguntas fossem: “Comoseriaumaigrejaemcasa?Será que haveria cânticos? Será que have- ria um sermão? “Será que haveria um convite para se receber a Cristo? Haveria batismos e Santa Ceia? E a Escola Dominical? E um culto de oração no meio da se- mana? É significativo o fato de que nem o Apóstolo Paulo nem o Próprio Je- sus nos deram instruções específicas naPalavraescrita,comrelaçãoaoque deveria ser feito exatamente quando nos congregamos como igreja. As palavras de Jesus foram muito simples em Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio de- les.” Ele não disse que eles teriam de estar fazendo certas coisas para que Ele pudesse estar no meio deles. Eles simplesmente precisavam estar reuni- dos. O Apóstolo Paulo nos deu uma pe- quena revelação com relação à natu- reza das reuniões da Igreja Primitiva em l Coríntios 14:26:“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz re- velação, aquele, outra língua, e ain- da outro, interpretação. Seja tudo fei- to para edificação.” As reuniões de igreja naqueles dias não enfatizavam um certo palestrante. Elas eram reuniões abertas, onde cada pessoa deveria contribuir para o be- nefício de todo o corpo local. O exer- cício de dons espirituais era estimu- lado a fim de que todos fossem aben- çoados e edificados. Não há nenhuma instrução especí- ficadadaanósporJesusouSeusapós- tolos com relação ao que fazermos exatamente em nossas reuniões regu- lares. No entanto, podemos encontrar no Livro de Atos e nas Epístolas al- guns dos elementos essenciais de uma reunião de igreja. O que se segue são algumas das coisas importantes a ob- servarmos ao nos reunirmos: • Louvor e adoração • Dons ministeriais proféticos • Outros dons do Espírito • Testemunhos • Ceia • Avisos • Orações de um membro pelo outro • Ensino
  • 25. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 25 O Espírito Santo o guiará com re- lação à ordem e quanto tempo deverá ser dado a cada segmento. As vezes, alguns desses itens não são incluídos, mas, como via de regra, seria bom in- cluir todos eles. Louvor e Oração Sempre é bom iniciarmos cada reu- nião com um tempo prolongado de mi- nistério ao Senhor através de cânticos de louvor e adoração. Deve ser per- mitido um tempo para orações infor- mais no meio da adoração. Quando o Espírito Santo começar a Se mover sobre nós enquanto esti- vermos adorando, é inteiramente apropriado levantarmos nossas ora- ções ao Senhor. Às vezes isso é feito somente entre nós e Deus. Outras vezes, Ele nos dirige a orarmos em voz alta a fim de que os outros pos- sam dizer “AMÉM” às nossas ora- ções. Os músicos são uma bênção adici- onal durante o tempo de louvor. Ore para que Deus dê à sua igreja em casa uma forte e habilidosa equipe de lou- vor. Ainda que isso não seja absolu- tamente essencial, certamente será um grande impulso para o período de lou- vor. Muitos grupos não terão ninguém que toque um instrumento na hora do louvor. Há várias fitas de louvor po- derosas que podem ser usadas como música de fundo, enquanto as pesso- as estiverem cantando. Não encurte o tempo de louvor. Que todas as outras partes da reunião sejam encurtadas antes mesmo de você considerar a diminuição do tem- po de louvor e adoração. As igrejas mais vitais e dinâmicas hoje são as que dão muito tempo e atenção ao louvor e à adoração. Ha- verá ocasiões em que o Espírito San- to o dirigirá a não fazer nada mais além de louvar ao Senhor. Esteja aber- to à Sua direção. Todas as coisas flu- em da fonte da oração, louvor, e ado- ração. Ministério de uns aos Outros Membros Agora é um tempo de se comparti- lhar os dons ministeriais de acordo com l Coríntios 14:26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ain- da outro, interpretação. Seja tudo fei- to para edificação.” Numa reunião aberta, o líder diri- ge e estimula o grupo a compartilhar testemunhos, experiências, pedidos de oração, breves ensinamentos, revela- ções, relatórios de louvor, e assim por diante. Vigie para que algumas pessoas ousadas não dominem o tempo de compartilhamento. Estimule os quie- tos fazendo perguntas. Queremos compartilhar bênçãos financeiras de acordo com 2 Coríntios 9:6-8 : “E isto afirmo: aquele que se- meia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abun- dância também ceifará. “Cada um contribua segundo ti- ver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, afim de que, tendo sem- pre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” A segunda parte do tempo de com- partilhamento são as ofertas ao Se- nhor. Esta é uma parte tão vital de um culto de adoração que ela merece pelo menos um pequeno ensino sobre a “graçadasdoações”todasasvezesem que nos reunimos. Muitos cristãos sinceros caem na escravidão da pobreza porque ainda não compreenderam o princípio es- piritual da generosidade. Muitos de nós estamos aprendendo que a nos- sa maior arma em tempos de proble- mas financeiros é a nossa generosi- dade. Os nossos membros precisam sa- ber disto e ser fortalecidos na graça de dar. Amaioria das ofertas deveriam ser encaminhadas ao sustento de líde- res espirituais que dão tempo integral ao pastoreamento, à evangelização, e à implantação de igrejas. Uma quantia generosa também deveria ser encaminhada à obra mis- sionária em outras nações. Deus abençoa ricamente a igreja que tem uma visão para o mundo todo, e não somente para a sua própria vizinhan- ça. Avisos Precisamos informar aos nossos membros sobre reuniões especiais, planos para eventos evangelísticos, além de compartilharmos o que Deus está fazendo na cidade, na nação, e ao redor do mundo. Precisamos enfocar a obra do Senhor numa escala maior do que somente na nossa pequena con- gregação. Somos cristãos com visão mundi- al. Jesus disse: “Levantai os vossos olhos e vede os campos... “ (Jo 4:35.) Somos apenas uma pequena parte do quadro maior. Vamos manter nos- so coração, nossos olhos e as nossas orações, no mundo, enquanto procu- ramos fazer a nossa parte na implan- tação do Reino de Deus na terra. Ceia – 1 Coríntios 11:20-34 Esse é também um tempo de ensi- no. Antes da participação com o pão e com o cálice, permita que alguém explique bem resumidamente algum aspecto do significado da Ceia. Em se- guida, permita que os irmãos e irmãs participem do corpo e do sangue do nosso Senhor com compreensão e fé. Esse pode ser um tempo muito pode- roso. É uma boa ocasião para se fazer um convite aos incrédulos presentes para receberem a Cristo como seu Senhor. Dirija-os numa oração para que O recebam antes de você servir o pão e o cálice. Muitas pessoas estão prontas para receberem a Jesus. Dê uma breve ex- plicação do Evangelho e dirija a con- gregação numa oração de recebimen- to de Cristo. Muitos são levados a Cristo desta maneira. Os que recebem a Cristo como Sal- vador devem receber o batismo nas águas imediatamente. O exemplo da Igreja Primitiva no Livro de Atos era sempre o de batizar os novos conver- tidos no mesmo dia em que recebiam a Jesus. Ministério Estejam abertos para ministrarem uns aos outros através da imposição de mãos, da oração pêlos enfermos,
  • 26. 26 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 doministérioprofético,daoraçãopara o recebimento do batismo no Espírito Santo, e assim por diante. Permitam que todos os dons do Es- pírito possam fluir livremente para a edificação de todos, de acordo com l Coríntios 14. Ensino Alguém deveria trazer um peque- no ensino da Palavra de Deus. Nor- malmente isto não é um “sermão” lon- go. Devido ao formato de igreja aber- ta,oEspíritoSantoensinaatodosatra- vés das pessoas que participam. Através dos séculos, a duração do “sermão” ou ensino aumentou cada vez mais até quase excluir a partici- pação do grupo. Isso deu origem a um tipo de culto voltado a espectadores, em que uma pessoa usa os dons, en- quanto que as demais observam, ou- vem, e recebem. O culto deveria ser dirigido pelo pastor, mas não centralizado no pas- tor. Quanto mais o pastor/líder envol- ver os membros da igreja, tanto mais eficazseráareunião.Issoresultaráem pastores e líderes treinados e abrirá o caminho à geração de mais igrejas em casas. O que foi citado acima é um for- mato sugerido para uma reunião de igreja em casa. O Espírito Santo diri- girá todos os detalhes em cada reu- nião. Não faça dela um programa. O Espírito poderá dirigi-lo a agir dife- rentemente. Ele nos deu a liberdade de enfatizarmos várias coisas em oca- siões diferentes. Os elementos importantes de qual- quer igreja são o louvor, a adoração, a oração, o compartilhamento, as in- formações, o ensino da Palavra de Deus, o estímulo à liberação dos dons espirituais, a graça de dar, o batismo nas águas, o batismo no Espírito San- to, a Santa Ceia, a evangelização, e o ministério pessoal de um membro ao outro. Essas são algumas das coisas so- bre as quais Jesus estava falando, ao dizer: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20). n