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PIÁProgramadeIniciaçãoArtística
PIÁ Programa d
Logo Arte – Adriano Castelo Branco
Diretora Divisão de Formação: Val Lima
Coordenação Geral: Antônio Francisco da Silva Junior
Organização e Concepção: Janete Rodrigues e Zina Filler Colaboração:
Fábio Amadeu Pupo e Verônica Pereira
Capa: Fabio Pupo
Coordenação Regional Formação: Cléia Plácido, Fábio Amadeu Pupo, Janete
Rodrigues, Roger Muniz, Verônica Pereira, Zina Filler
e Iniciação Aica
CADERNO
DE
FORMAÇÃO
2016
1
Índice
INTRODUÇÃO
I) AÇÕES INTERNAS
1. Divulgação .................................................................................................................... 07
2. Primeira Semana de Formação e Acolhimento ................................. 09
3. Semana de Formação Julho.............................................................................11
4. Diagnóstico de Implantação ............................................................................ 12
5. Reuniões Gerais.........................................................................................................16
6. Reuniões com Nac´s e Coordenadores de Equipamentos ......... 19
7. Encontros com Funcionários e Terceirizados....................................... 21
8. Ensaio de Pesquisa-Ação..................................................................................... 23
9. Encontro de Famílias..............................................................................................24
10. Ações Culturais .......................................................................................................... 35
II) PARCERIAS
1. Mawaca............................................................................................................................45
2. Fundação Bienal.........................................................................................................46
3. MIB – Mapa da Infância Brasileira ...............................................................48
4. Museu Afro Brasil .....................................................................................................51
III) AÇÕES DE COMUNICAÇÃO
1. Revista Piapurú edição 2016...........................................................................54
2. Link´s.. ...........................................................................56
2
IV) AÇÕES DE ESTRUTURAÇÃO E LEGITIMAÇÃO
1. Parâmetros..................................................................................................................................58
2. Pesquisa de Impacto pelos Familiares ...................................................................73
3. Seminário Processos Artísticos: Contextos de Resistência .................... 78
4. GT da Lei .....................................................................................................................................81
5. Carta Manifesto ...................................................................................................................... 84
V) ANEXOS
1. Descrição das Oficinas da VI Semana de formação de Julho................ 90
2. Avaliação da VI Semana de Formação de Julho.............................................. 95
3. Programação da Parceria com Grupo Mawaca..................................................99
4. Pesquisa de Impacto Instrumental de Avaliação .........................................105
5. Termo de Adesão .................................................................................................................107
6. AcamPiá...................................................................................................................................... 111
3
3º Caderno de Formação
“Quem começa vira uma criança. Olha para tudo como
se fosse a primeira vez e vê as coisas sem seus nomes e funções conhecidas.
(...).O começo não quebra, não tem falhas, é um bloco de alegria. Mesmo
que as coisas sejam feitas tateando-se, sem certeza, sem razão, ainda
assim elas são cabais. Cada passo mínimo que se dá já é completo.
Pode ser que haja choro e temor, mas será com intensidade. Uma
intensidade que dificilmente se sentirá outra vez. É por isso que o
começador criança não quer outra coisa senão o começo.”
Naomi Jaffe
Livro dos Começos
Desde 2014 ao final de cada edição um dossiê das ações realizadas no
ano é escrito. Tal como o deus romano Janos, deus das decisões e das
escolhas, que com sua dupla face simboliza o passado e o futuro, os
começos e os términos este dossiê tem como objetivo este duplo olhar.
E quão rico é ver como apesar das intermitências e dificuldades do
programa, o PIÁ a cada ano realiza tantas coisas belas e potentes para
todos seus envolvidos – crianças, adolescentes e artistas educadores.
Neste ano de 2016 os coordenadores regionais de formação entenderam que
o programa tinha suficiente experiência e maturidade para elaborar com mais
nitidez sua estrutura de funcionamento. Assim, foram escritos seus
parâmetros e seus valores. O PIÁ está amadurecendo e para isto é
necessário construir estruturas que permitam um crescimento saudável, um
entendimento comum entre seus participantes para ampliar seu diálogo com
a comunidade e realizar parcerias frutíferas. Quem se aproxima do PIÁ,
sejam pessoas ou instituições, se espanta, se admira, se encanta.
“Como é possível funcionar com tanta diversidade, potência e coerência?”
E a resposta só pode ser: “muito trabalho, comprometimento e
entusiasmo de seus participantes”. E cabe a nós, Coordenadores
Regionais/ Formação formalizar isto, entre outras atribuições, através
deste Caderno de Formação.
4
Fazer este sobrevôo retrospectivo é um privilégio e a confirmação de que
para reiniciarmos cada nova edição é preciso rever o quanto construímos
e avançamos.
Assim nesta edição de 2016 realizaram-se várias ações onde destacamos:
Uma Semana de Formação no início da edição preenchendo uma lacuna
há muito demandada pelos artistas educadores e realizada pela primeira
vez neste ano. Enquanto a sua tradicional Semana de Formação no mês
de julho ocorreu de forma mais ampla, temática e localmente
descentralizando suas propostas por vários equipamentos da cidade.
Destacam-se também ações junto aos familiares, que também
demandavam uma participação mais ativa. Assim, foi criada uma Pesquisa
de Impacto, um Abaixo Assinado com mais de 1500 assinaturas para que
o PIÁ continue e tenha seu início junto ao calendário escolar, e três
encontros com participação crescente: de 17 a 400 pessoas no encontro
final em novembro no Museu Afro Brasil. Não por acaso o tema do
encontro foi: “Re-existir é preciso.”
Também é importante ressaltar a elaboração do projeto de lei que,
juntamente com o programa Vocacional conseguiu importantes avanços
na Câmara de Vereadores.
E agora torcer para que o começo da edição de 2017 se inicie brevemente
com a alegria, os aprendizados destas experiências e a intensidade que as
crianças possuem em cada momento de descobertas no seu viver.
Como diz a escritora “o começador criança não quer outra coisa senão o
começo.”
Vida longa ao PIÁ!
Zina Filler
Coordenadora Regional /Formação ( regiões centro, leste)
5
I) AÇÕES INTERNAS
6
1. Divulgação
A cada ano a criação das imagens é realizada pelos Artistas Educadores e
a divulgação fica a cargo deste e dos Equipamentos, já que os materiais
não são fornecidos pela Secretaria. Esta é uma das formas, sendo que
cada equipe tem autonomia de criar a sua divulgação de acordo com o
perfil de cada local.
7
8
2. Primeira Semana de Formação e Acolhimento
Pela primeira vez teve duração de uma semana e manteve o seu caráter
interno; com o objetivo de acolher e apresentar a edição para a Equipe e
aproximar todos os participantes das práticas, pensamentos e Princípios.
Nela houve uma pluralidade de vozes, formatos e conteúdos coerentes
com o Programa.
9
10
3. VI Semana de Formação Julho
Como vem acontecendo desde 2011, esta semana (11 a 16 de Julho)
contou com a participação espontânea de alguns membros do Programa e
de convidados cujas práticas dialogam e vem de encontro com questões
que emergem no dia a dia das equipes.
Esta, como nos anos anteriores teve caráter público o que difere da
Primeira Semana. A descrição das oficinas encontra-se em anexo.
11
4. Diagnóstico de Implantação
Assim como no ano anterior, houve a necessidade de realizar um
diagnóstico o qual permitiu ter uma visão crítica, apontando as falhas
quanto à intermitência, à forma de contratação, à forma de ampliação, as
quais desestabilizam a estrutura do Programa.
Período de início das atividades com as crianças e adolescentes
Com as recentes conquistas do Programa, como: a semana de formação
inicial para os artistas e outras reuniões, podemos constatar pelo gráfico
abaixo, que as turmas efetivamente iniciaram suas atividades entre 3 e 4
semanas após as primeiras reuniões (8 de abril reunião geral).
O gráfico mostra que na semana do dia 25 de abril, 25% dos equipamentos
iniciaram suas atividades e, a grande maioria dos equipamentos 53%,
iniciou na semana de 2 de maio, somando um total de 78%.
É importante ressaltar que apenas 6% dos equipamentos iniciaram suas
atividades na data divulgada pela Secretaria.
12
Esses dados indicam que para o Piá funcionar com sua ética,
responsabilidade e características (aulas com 2 artistas simultaneamente por
turma, mapeamento da região, divulgação, afinação da equipe, diálogo com
os responsáveis do equipamento entre outros) e diferentemente de outras
contratações como oficinas, os artistas contratados para atuação no Piá,
necessitam, no mínimo, de 3 semanas de preparação e afinação com os
princípios do Programa, após a semana de formação.
Duplas e Quartetos
O gráfico indica que nesta edição, apenas 60% das equipes atuam nas
características fundamentais do Piá – um quarteto de artistas. Este dado
alarmante demanda um olhar cuidadoso para que o Programa não se
descaracterize nas futuras edições.
13
Faixas etárias
Foram implantadas 194 turmas, sendo aproximadamente 37% de 5 a 7
anos, 36% de 8 a 10 anos e 27% de 11 a 14 anos, mostrando um
equilíbrio nas faixas etárias atendidas, com ligeiro declínio entre os
adolescentes.
14
Questões de contratação
Neste ano foram contratados 126 artistas no geral, destes contratos, 27
(21,4%) apresentaram questões que atrasaram as suas contratações. As
causas foram múltiplas: atrasos no envio de documentos, digitalização no
sistema de contratos, perfis de contratados inadequados ao Programa,
dificuldades internas de comunicação com os artistas, etc.
Todos esses fatores não invalidam esta preocupante porcentagem. As
reverberações se fazem sentir: tanto para os artistas criando
instabilidades, quanto (isto é mais grave) para as crianças e adolescentes
atendidos pelo Programa.
15
5. Reuniões Gerais
Nesta edição foram realizadas 7 reuniões com temas pertinentes a cada
momento do Programa – 11 de abril, 5 de junho, 16 de julho, 12 de
agosto, 2 de setembro, 7 de outubro e 25 de novembro.
Sala Paissandu 1ª reunião
Tendal da Lapa última reunião desta edição
16
ATA 3ª Reunião Geral
Local: Tendal da Lapa (espaço do anfiteatro) Data:15/07/ 2016
Participantes: 95 artistas do programa, ou seja, 76% dos contratados.
A 3ª reunião geral ocorreu dentro da Semana de Formação que teve como
tema norteador “Outros Lugares”
Primeiramente o quarteto que atua no Tendal deu as boas vindas à equipe e
fez uma breve apresentação do local. Depois convidou os participantes a
observarem os registros realizados na pesquisa “Terapiá” da equipe do CEU
Butantã. (o que o programa PIÁ, te transformou em uma palavra :antes e
depois)
Depois foi feita uma avaliação da Semana de formação com a seguinte
questão norteadora: ”O quanto a semana de Formação contribui para a
sua pesquisa artístico pedagógica no programa?”.
Várias pessoas se colocaram trazendo as seguintes contribuições:
- “Foi maravilhoso” poder mapear as diversas problemáticas.
- Fez uma integração entre a vida pessoal e a prática artística
pedagógica.
- A oficina da Stela Barbieri apesar de bela apresenta contradições: o
espaço não permite toda a experimentação que ela propõe, ainda persiste
um pensamento museológico conceitual; na ficha técnica as nomeações
dos colaboradores não dão conta das questões da arte contemporânea.
- Levantaram-se algumas questões da arte contemporânea.
- Foi trazida a questão da violência vivida de diferentes formas pelas
crianças na contemporaneidade, além das violências de gênero, racial,
e como elas são “empacotadas” e apresentadas para as crianças nas
nossas práticas no programa.
-Foi valorizada a contemplação na semana de temas delicados e
difíceis, que não estavam presentes nas edições anteriores. Alguns
acrescentaram que estas questões reveladoras teriam um efeito de ‘cura’.
- “Como é importante ter no coletivo a acolhida dos erros para ter força
de enfrentá-los”.
- Ficou colocada que a semana ampliou a percepção para além do
artístico; trazendo posicionamentos políticos.
17
- Para alguns a Semana trouxe ”pequenas coisas, detalhes fundamentais”
que nunca tinham sido pensados com mais cuidado. Por exemplo, a
questão da publicação de fotos das crianças nas redes sociais,
- “Desde o ano passado a Formação em julho é formativa mesmo, de
verdade; não é só o lúdico, o poético, o artístico”.
-“São assuntos que nos atravessam”. “São questões sociais que estão
nos tocando e ainda não foram resolvidas em nós mesmos; por isso
precisamos buscar nossas curas.”
- “É importante trocar informações, compartilhar; diminui as dificuldades”.
- “O Programa está em consonância com a Vida, com as questões da
Sociedade. E é preciso pensá-las com os princípios transversalizando
estas questões”.
- Falou-se do PIÁ como um programa que descoloniza espaços e
pensamentos.
- Falou - se também do amadurecimento e transformação da própria
semana de formação ao longo da história do programa.
- Houve diferentes e vários agradecimentos para as equipes propositivas.
- Foram trazidos questionamentos sobre os ensaios de pesquisa-ação, os
formatos das reuniões gerais.
- E levantou - se as questões sobre contratações e suas dificuldades:
atrasos no pagamento, desligamento de artistas grávidas.
A avaliação da semana terminou com a voz de uma criança trazida por
um artista (Ítalo) numa gravação em um encontro: (“ Quem dança é do
mundo / quem não dança é crente” .Risadas da criança evidenciando seu
desejo de se expressar dançando e burlar este universo coercitivo ).
Foi trazido também um breve relato sobre o GT de Comunicação e o GT
da Lei.
E finalmente a reunião terminou com várias listas passadas para que os
artistas se engajassem em GT´s temáticos, já que emergiu o desejo de
continuidade das discussões.
18
6. Reuniões com NAC´S/coordenadores de Equipamentos
Logo após a implantação do Programa nos Equipamentos fizemos
uma avaliação que resultou no diagnóstico apresentado neste caderno,
em seguida achamos necessário marcar o quanto antes uma reunião com
os Coordenadores de Equipamento para avaliarmos a chegada do Piá.
PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA
2016
REUNIÃO COM COORDENADORES DE EQUIPAMENTOS
23 de Junho
Demanda por Faixa-Etária
NUMERO DE TURMAS POR FAIXA ETÁRIA
REGIÕES 5 A 7 ANOS 8 A 10 ANOS 11 A 14 ANOS
T O T A L
NORTE 6 7 5
LESTE 2
NOROESTE 12 15 7
LESTE 1 E 3 11 13 11
SUL 1 E 3 10 6 4
SUL 2 10 9 5
CENTRO E LESTE 13 9 6
T O T A L
1 2 3
INICIO DAS ATIVIDADES
FORMAÇÃO DAS EQUIPES
T O T A L
5
4,5 CENTRO E LESTE
4
3,5
SUL 2
3
2,5
SUL 1 E 3
2
1,5 QUARTETOS
1 LESTE 1 E 3
DUPLAS
0,5
0 SEMANA 16/05 NOROESTE
SEMANA 2/05
SEMANA 18/04 LESTE 2
NORTE
0 5 10 15 20
SEMANA 18/04 SEMANA 25/04 SEMANA 2/05 SEMANA 9/05 SEMANA 16/05 OUTRAS DATAS
19
No segundo semestre em nosso segundo Encontro com os
Coordenadores de equipamento, nosso objetivo foi o de fortalecer as
parcerias, apresentar os valores, falar sobre a criação de parâmetros e
reafirmar nossos Princípios.
PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA
2016
REUNIÃO COM COORDENADORES DE
EQUIPAMENTOS
29 de Setembro
VALORES
Ética: o respeito e o diálogo entre todos os participantes e
com o caráter público do Programa.
Prospecção: o entendimento de que todas as ações no
programa são precedidas por reflexões e aprofundamentos.
Transversalidade e Pluralidade: a disponibilidade ao
diálogo em todas as ações e reflexões do programa.
PARÂMETROS
PRINCÍPIOS

Ludicidade



Experimentação



Processo criativo



Temporalidades



Pertencimento



Interlinguagem



Ações compartilhadas

PESQUISA SOBRE O IMPACTO DO
PROGRAMA
Com os diferentes atores que compõem sua estrutura:
crianças/adolescentes
familiares
artistas educadores gestores/coordenadores
dos equipamentos
20
7. Encontros com Funcionários e Terceirizados
O Encontro Com os Funcionários dos equipamentos é uma ação que vem
se ampliando à fim de estabelecer uma compreensão dos princípios de
atuação dos programas.
Formação com os funcionários – CEU Cantos do Amanhecer
Formação com os funcionários – CEU Cantos do Amanhecer
21
Formação com professores – EMEF Fontelle
22
8. Ensaio de Pesquisa-Ação
PROPOSTA: ENSAIOS DE PESQUISA AÇÃO PARA EDIÇÃO PIÁ 2016
Coerente com o pensamento processual de todas as ações do programa PIÁ a
equipe de coordenadores regionais /formação propõem para esta edição de
2016 a elaboração do ensaio em três momentos do programa. Tomando a
forma clássica das estruturas musicais de uma ‘sonata’, é esta busca de um
tempo dilatado para uma maior reflexão, contraponto aos tempos de
demandas urgentes. E também, uma forma concreta de compartilhamento ao
se agendar no calendário deste ano as datas para discussões e trocas com
suas respectivas equipes nas reuniões de 6as feiras.
Então “SÓ NATA”, ou a nata das reflexões a partir das experiências vividas
pelos artistas educadores nos diferentes encontros com as crianças/jovens.
1º tempo: “Andante” - 17 de junho (primeiras reflexões).
2º tempo: “Adagio Profondo” - 26 de agosto (aprofundamento das
reflexões após a semana de Formação de julho).
3º tempo: “Allegro ma Non Troppo” – 4 de novembro (a alegria
comedida nas últimas reflexões).
Carga horária: 21 hs distribuídas durante 7 meses ( a partir de maio a
novembro ; 3hs/mês )
23
9. Encontro de Famílias
O Olhar das Famílias sobre o Piá e suas Articulações/Julho
Este primeiro Encontro se deu na Programação da VI Semana de Formação.
Local: Biblioteca Hans Christian Andersen
Data: 16 de julho de 2016
Participantes:
Coordenadores do PIÁ: Fabio Pupo, Janete M. Rodrigues, Guilherme de
Almeida, Samara Costa e Zina Filler.
Artistas educadores do PIÁ: Cleide Mariano, Denise C. M. Barreto,
AdrianaN. Corso, Ana S. Santana, Frederico N. Dale, Solange Moreno,
Fabiana dos Santos Louro, Marcia Lucia de Santana. Andrea Manna
Familiares: Jefferson dos Santos Rodrigues, Cristina Sanda, Elaine de
Cassia M. Zucchi, Andréa Manna, Francisca de Andrade Silva.
Esta primeira reunião é uma continuidade da demanda surgida no
encontro de pais da biblioteca Hans no dia 18 de junho como um desejo
de participação e contribuição mais efetiva para a continuidade do
programa e busca de soluções para suas dificuldades recorrentes a cada
edição.
24
Na 1ª parte foi sugerida e realizada por um dos pais presentes (Jefferson)
uma ciranda com cantos para integração da equipe e uma prática lúdica
coerente com os encontros realizados entre os artistas e as crianças no PIÁ.
Na 2ª parte foi feita uma roda de conversa onde algumas questões e
proposições foram levantadas:
- “Como podemos ajudar o PIÁ a continuar e a não desaparecer”?
- “Porque a divulgação é tão precária”?
- “Gostaríamos que o início fosse junto com o período escolar”.
- “Não queremos que acabe”.
- “Estou cansada de ouvir ‘é assim mesmo’.
- Na semana de formação a fala do Sr. Braz da comunidade de Heliópolis
mostrou que é a participação coletiva, a pressão da comunidade é que
podem efetivar mudanças independentemente da validação do poder
público.
- Foi trazido o exemplo da associação de pais da EMIA como um
importante grupo para a manutenção e continuidade da escola.
- Foi salientada a importância da criação de ações com simplicidade e
consciência para efetivação do grupo.
- Foram compartilhadas as últimas ações na Câmara Municipal para a
construção da Lei que legitime o programa como uma política pública
continuada de formação para a cultura e infância; assim como a situação
precária na atual administração da Secretaria de Cultura municipal.
- Foi salientada a importância do programa atuando de forma
descentralizada nos equipamentos e o desejo de expansão desta política
pública.
-Foi apresentada a importância da criação de um diagnóstico do impacto
do programa para criação de indicadores qualitativos; e a importância da
contribuição dos familiares para esta pesquisa.
- Foi distribuído o questionário relativo aos pais/familiares para
construção do diagnóstico.
- Foi agendado um próximo encontro em 24 de setembro. Foi sugerido
um local mais central (Olido? biblioteca Monteiro Lobato?) para ampliar a
participação de familiares de outras regiões da cidade. Foi também
sugerido um representante da Associação de pais da EMIA para nortear a
efetivação de uma associação de pais/familiares do PIÁ.
25
b. Encontro de Famílias/Setembro
Dando continuidade a participação dos familiares na legitimação do
Programa, realizamos um segundo Encontro no Centro Cultural São Paulo.
26
ATA: 2a reunião de familiares de crianças e adolescentes do PIÁ e
Artistas orientadores e coordenadores do programa.
Local: Centro Cultural São Paulo (sala de debates)
Data: 24 de setembro de 2016 (14hs às 17hs)
Tema geral da reunião: Estratégias para a continuidade e fortalecimento do
PIÁ
Participantes: 81 entre familiares e artistas do Programa
Pauta:
-Agradecimento e apresentações,
- Contextualizações:
-externa: associação de pais da EMIA
-interna: Projeto de lei, edital bienal.
- Propostas: Abaixo-assinado.
Pesquisa de impacto do programa
- Avisos
O coordenador Geral do PIÁ, Antônio, iniciou a reunião agradecendo a
presença de todos. Em seguida todos se apresentaram (nome e
equipamento onde participam).
Inicialmente, Andreia Fraga, coordenadora da EMIA (Escola Municipal de
Iniciação Artística) falou sobre a experiência, origem e importância da
Associação de pais da EMIA. Ela salientou o início frágil, as várias
turbulências pelas quais a escola passou nestes 35 anos de existência e
como foi fundamental a participação dos familiares para a consolidação
e a legitimação da escola diante do poder público.
Neste longo percurso a escola foi um espaço de reconhecimento e
aprendizagem da cidadania não só das crianças, mas dos familiares.
Andreia afirmou que só a mobilização da comunidade vai poder
assegurar a continuidade do PIÁ, principalmente em época de mudança
de gestão como a que estamos vivendo atualmente. Apesar das
diferenças entre o PIÁ e a EMIA (principalmente o fato de ter uma
atuação descentralizada em diferentes equipamentos e regiões da cidade)
ela acha muito importante este início de construção de mobilização. Uma
associação pode ter um importante papel de representação legal, por ser
uma pessoa jurídica, em determinados momentos com opor exemplo na
Câmara Municipal de vereadores.
Trouxe alguns exemplos de participação como festas juninas, bingos entre
outros pequenos eventos entre outras formas de comunicação e de criação
27
de redes de afetos. Afirmou que o começo é sempre difícil, mas que não
se pode desanimar, pois o poder de contaminação é grande.
Concluiu dizendo que o engajamento se faz na medida de cada um, de
acordo com a disponibilidade pessoal, mas que este engajamento traz
embutido um poderoso fator de transformação para todos envolvidos.
Após sua fala houve um breve jogo de troca de lugares.
Depois Fafi falou sobre a construção da PL junto com o programa
Vocacional e com a assessoria do vereador Nabil Bonduki. Explicou a
importância e os caminhos dentro da Câmara.
Depois se abriu a roda para questionamentos e proposições dos familiares
presentes. Entre as falas salientamos:
- a indignação de uma mãe de uma criança participante no teatro Flavio
Império quanto a forma de contratação dos artistas educadores no
programa. Segundo ela um “absurdo” diante de “professores tão bem
qualificados”.
- Outro pai de uma criança participante na Biblioteca Hans C. Andersen
trouxe sua indignação diante da fragilidade do PIÁ: “quero que o projeto
PIÁ vire realmente um programa; estou cansado disto”. Para isto, ele
acentuou a importância da presença e pressão na Câmara para a criação
da lei que legitime o programa.
E finalmente, foi lida por Zina a proposta do abaixo assinado criada
pelos coordenadores do programa, assim como a pesquisa do impacto
do PIÁ do ponto de vista dos familiares como mais um documento a ser
entregue para a nova gestão pública. Estes documentos serão ainda
distribuídos nos equipamentos para a coleta de mais assinaturas.
O coordenador do NAC, Moisés, terminou falando da importância destes
documentos, mas ressaltou o cuidado para que estes não sejam
interpretados de formas equivocadas,
Ao terminar foi avisado a todos a data do último encontro de familiares
neste ano agendada para o domingo 27 de novembro.
28
3º Encontro Geral de Famílias Museu Afro Brasil /Novembro
A escolha do Museu Afro Brasil como local para a realização do 3º Encontro
Geral de Famílias, veio de encontro aos anseios e tema reverberado a partir
da VI Semana de Formação ocorrida em julho. A parceria iniciou-se através
de um contato telefônico em que foi marcada uma reunião entre o Setor
Educativo do Museu e os Coordenadores Regionais; nesta ocasião, foi traçado
a logística necessária à ação cultural futura. Em segunda reunião, todos os
coordenadores incluindo os de Pesquisa-Ação participaram da
Oficina “Impressões da Cor”, a mesma que foi incluída na programação do
Encontro Geral de Famílias.
Diante disso foi necessária, a participação de mediadores (participantes
do PIÁ que se dispuseram à tal função). Neste ínterim, foram realizadas
várias trocas telefônicas e por e-mail para afinar os detalhes. Finalmente,
no dia 27 de novembro, ocorreu o encontro, o qual contou com a
presença de aproximadamente 400 pessoas, entre Artistas Educadores e
familiares vindos dos vários pontos da cidade de São Paulo.
Esta grande Ação Cultural, a qual teve o maior número de participantes
desde o início do Programa PIÁ, possibilitou a todas às crianças e
familiares presentes, uma oportunidade de, além de fruírem do acervo do
museu, de assistirem à uma contação de história, de participarem da
oficina de artes plásticas, e também de se confraternizarem e se
reconhecerem como integrantes do Programa.
29
30
Contação de história – Aos pés do Baobá – Auditório Museu Afro Brasil
31
Mediação – Museu Afro Brasil
32
Oficina Impressões da Cor – Museu Afro Brasil
33
Preparação para o Pic-Nic – Museu Afro Brasil
34
10. AÇÕES CULTURAIS DO PROGRAMA MÊS A MÊS
Uma das características do Programa é a criação de ações culturais para além
dos encontros entre Artistas Educadores e crianças/adolescentes. Cada equipe
tem autonomia para efetivar essas ações de acordo com os processos criativos
desenvolvidos nos encontros. Citamos alguns exemplos:
MAIO
Encontro Regional Leste I e III
35
JUNHO
Jantar com Famílias – Biblioteca Padre Anchieta
Encontro de Famílias – CEU Lajeado
36
SETEMBRO
Flict – Feira Literária – Centro Cultura Cidade Tiradentes
Flict – Feira Literária – Centro Cultura Cidade Tiradentes (Cortejo de Abertura)
37
OUTUBRO
Fotos: Lana Sultani – Pequeno Grande Festival - Tendal da Lapa
38
Bienal – Crianças do Ceu Butantã, Bib.Monteiro Lobato e Tendal da Lapa
Visita ao Planetário – CEU Azul da Cor do Mar
Visita ao Planetário – Centro Cultural Cidade Tiradentes
39
NOVEMBRO
Encontro de crianças e famílias Final – Biblioteca Padre Anchieta
Encontrão – EMEF Fontenelle
40
Encontro de Famílias – Biblioteca Alvares de Azevedo
Exposição CEU São Matheus
41
Encontro de Famílias - CEU São Matheus
Cine PIÁ na Parede - CEU Lajeado
42
Ação Cultural Visita ao Parque Núcleo do Engordador
Biblioteca Narbal Fontes e Alvares de Azevedo
43
II) PARCERIAS
44
1. Mawaca
Olá a todas e todos!
O grupo Mawaca (http://www.mawaca.com.br/) inicia no próximo dia 28 de maio uma série
de oficinas em seu estúdio. Com o apoio do edital do PROAC, este ano eles puderam
oferecer oficinas gratuitas para professores de rede pública e ONGs e com valores
acessíveis para os demais interessados.
O Mawaca ao realizar uma parceria com o PIÁ, está oferecendo 10 vagas gratuitas em cada
oficina para os Artistas Educadores do programa, totalizando 60 vagas nas seis oficinas.
Como contrapartida cada AE tem o compromisso de compartilhar o conhecimento entre as
equipes e com as crianças, ou seja, com os demais integrantes do PIÁ.
A seleção será feita por ordem de inscrição e os 10 primeiros inscritos em cada oficina
serão contemplados.
O grupo Mawaca dá preferência à artistas que tenham interesse nos temas das oficinas e
disponibilidade musical e corporal.
As oficinas acontecerão sempre aos sábados, portanto, é importante que quem não puder ir
não se inscreva. Haverá uma lista de espera caso ocorra alguma desistência.
AS INSCRIÇÕES SERÃO ABERTAS NO DIA 19, QUINTA FEIRA, ÀS 9H E SE
ENCERRARÃO NO DIA 22, DOMINGO ÀS 20H.
Para efetuar a inscrição, basta acessar o link e preencher o formulário:
http://goo.gl/forms/97HTK3d2dD
Para cada dia de participação das oficinas haverá um show também gratuito. A
programação segue em anexo.
Atenciosamente,
Val Lima
Coordenadora Geral
PROGRAMAÇÃO VIDE ANEXO.
45
2. Fundação Bienal
A Fundação Bienal de São Paulo e o Programa de Iniciação Artística – PIÁ
têm o prazer de convidá-lo(a) para o Laboratório com base na publicação
educativa Incerteza viva - Processos artísticos e pedagógicos - 32ª Bienal
de São Paulo.
Intitulado Estados da Infância na Arte
Contemporânea o laboratório discute como a infância habita os trabalhos
de arte contemporânea, a partir da análise das obras dos artistas Felipe
Mujica, Francis Alÿs e Lourdes Castro, presentes na publicação educativa.
Serão abordados os encontros entre as formas de criação e de
envolvimento com crianças e os estados de encantamento, próprios ao
campo da incerteza e da investigação. A mesma ação acontece nos dias
19 e 26 de agosto na Biblioteca Monteiro Lobato.
Inscreva-se no LINK
19 de agosto • 10h às 13h / 26 de agosto • 10h às
13h Biblioteca Monteiro Lobato - Rua General Jardim,
485 Vila Buarque, São Paulo - SP
Evento gratuito
Informações: difusao@bienal.org.br
- Sobre a 32ª Bienal de São Paulo - Incerteza viva
- Sobre as Ações de Difusão da Bienal em 2016
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Formação Bienal – Biblioteca Monteiro Lobato
No começo de junho a coordenadora de pesquisa/ação entrou em contato
com o pessoal da Fundação Bienal de São Paulo para ver a possibilidade
de estabelecer uma parceria através de uma formação com os artistas
educadores do Programa.
O encontro de formação intitulado “Estados da Infância na Arte
Contemporânea”, aconteceu nos dias 19 e 26 de agosto na biblioteca
Monteiro Lobato. Discutiu-se relações entre a infância e os trabalhos de
alguns artistas como: Felipe Mujica, Francis Alÿs e Lourdes Castro, presentes
nesta edição da Bienal. A Fundação Bienal se encarregou de toda a estrutura
de inscrições, emissão de certificados, bem como presenteou cada um dos
participantes com o material do educativo da 32ª Bienal de
nome “Incerteza Viva”.
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3. MIB – MAPA DA INFÂNCIA BRASILEIRA
Desde 2015 através de um curso do Centro de Pesquisa e Formação do
Sesc foi estabelecido um contato com a antropóloga Adriana Friedmann
no qual tomamos conhecimento dessa plataforma. Neste ano houve uma
continuidade e estreitamento dos vínculos, por meio da participação de
alguns encontros que discutiam a infância na cidade de São Paulo.
O mib é uma iniciativa que busca traçar as várias vozes da Infância
Brasileira, desde Junho nós Regionais de Formação estivemos presentes
nos encontros promovidos pelo mib representando o Piá, discutindo
questões da Infância e seus desafios.
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49
50
4. Museu Afro Brasil
ATA: Mediação cultural com Museu Afro Brasil
Data :29/09/2016 Local :Museu Afro Brasil
Presentes: coordenadores do PIÁ: Antônio Siqueira, Cleia Placido, Janete
Rodrigues, Fabio Pupo, Zina Filler e Neide Aparecida de Almeida –
coordenadora do Núcleo de Educação
Esta primeira reunião foi marcada para discutir a possibilidade de que o
último encontro de familiares, que será realizado em 27 de novembro,
pudesse ser no Museu com uma programação que incluísse as ações
educativas do Museu Afro Brasil.
Inicialmente todos se apresentaram, assim como os respectivos
programas e ações. (PIÁ e Núcleo de Educação) e logo foi colocada a
proposta temática do encontro:
“Re – Existir é Preciso”.
Neide disse ser esta uma temática muito pertinente, principalmente por
ser no mês de novembro e próximo ao dia da Consciência negra (20 de
novembro).Também colocou que a data era conveniente para as ações do
museu.
Ela apresentou em seguida algumas ações e ateliês que são realizados por
eles;
Ficaram acordadas algumas atividades para o encontro:
- a ação “Aos pés do baobá” – contação de estória com músicas
africanas através de instrumentos e brincadeiras sonoras oferecidas por
um educador do museu.
- o ateliê “Impressões da cor” - carimbos e pinturas em papel.
- uma visita ao Museu com a escolha de algumas obras pontuais, seja da
exposição permanente, seja da exposição temporária.
No diálogo estabelecido surgiram desejos e reflexões comuns como:
- o desejo de dessacralizar o museu e aproximar as famílias.
51
- Aproximar as famílias (percebidas como um núcleo fundamental, mas
de difícil acesso) através de formações e ações que estimulem a
acessibilidade aos bens culturais assim como o sentido de pertencimento
e cidadania cultural. Neste sentido pensar as famílias para além do
binômio: individuo (visitante do museu) X instituição (grupos escolares).
- Estabelecer entre os artistas do PIÁ e os educadores uma aproximação e
troca de saberes e fazeres artísticos pedagógicos mais constantes durante
o ano.
Ficou agendado também um próximo encontro no dia 26 ou 27 de
outubro, onde todos os coordenadores do PIÁ participariam das atividades
que serão oferecidas para que no dia possam auxiliar os educadores do
museu (estes serão, em princípio em três).
Foi também pedido que o logo do museu estivesse no convite para
registrar a parceria.
E principalmente ficou o desejo de pensar e estabelecer mais diálogos
para a construção de uma real parceria.
Reunião de Planejamento para realização do 3º Encontro Geral de Famílias
52
III) AÇÕES DE COMUNICAÇÃO
53
1. Revista Piapurú edição 2016
A primeira edição da revista do programa foi em 2013, onde cada equipe
pode contribuir com uma proposta relacionada ao processo vivenciado
com as crianças.
Em 2014 a ideia constelações tratou de verbetes que dialogavam com as
pesquisas e ações do Programa.
No ano de 2015 e 2016 não houve verba para sua publicação, em breve
será lançada uma versão on-line.
1ª Edição 2ª Edição
Concepção da Edição de 2016
A Comissão da Revista PIAPURU apresenta a 3° edição da publicação de
trabalhos do Programa de Infância e Arte (PIÁ) cujo tema é: A Criança em
primeira pessoa: Um Olhar sensível sob os processos artístico-pedagógicos.
Inspirados pelo Jornal “Voz da Infância” criado em 1936 por sugestão de
Mario de Andrade e também pelas reflexões suscitadas em nosso
Seminário “Processos Artísticos: Cidades e Infância(s)” realizado em
2015 em que a cultura da infância(s) foi amplamente abordada e
discutida, o intuito da curadoria desta recente publicação foi o de revelar,
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a partir da contribuição do olhar sensível dos artistas educadores, a criança
PIÁ num formato construído a partir da pluralidade de vozes e saberes
dessas crianças que formam uma rede de convívio em contato com o
programa. Daí não falar sobre ela, mas de certa forma fazer com que em
cada texto, poesia, entrevista, brincadeira a sua voz e feição estivessem
presentes num exercício antropológico de escuta e de sensibilidade.
Dividida em cinco seções: “Crianças que Voam”, “Magias, Monstros e
Abracadabras”, “Perguntas Comogônicas”, “Assuntos (In)Visíveis” e
“Ações Compartilhadas” couberam ensaios, imagens, entrevistas, jogos e
poesia muita poesia num exercício cosmogônico de revista recolhidas
pelas equipes e artistas envolvidos no programa. Cada seção surgiu a
partir da conjunção de poéticas advindas de PIÁs de regiões diversas.
Como cada um vê partindo do seu interior e enxerga aquilo que faz parte
do seu repertório emocional, das memórias afetivas da sua própria
infância e dos seus valores e parâmetros? Através deste olhar também
revela-se a criança interior de cada artista educador a exercitar o tempo
de infância do pesquisador adulto (Friedman:2014).
Como diria Bachelard: “uma infância que dura em nós e permanece como
uma simpatia de abertura para a vida, permite-nos compreender e amar as
crianças como se fossem os seus iguais numa vida primeira.” Para tanto a
aspiração de ter uma revista em que a criança esteja realmente em primeira
pessoa se configura neste olhar do artista educador, ele é a criança perene a
olhar e brincar com outras crianças PIÁ em nosso quintal.
A fim de atualizar a revista, outra face se impôs durante o aprofundamento
de discussões de temas que nem sempre surgem quando se fala dessa
“criança” muitas vezes idealizada, aproveitamos outras contribuições que
surgiram e que deram um tempero mais questionador ao nosso caldeirão,
artigos advindos de discussões das rodas de conversa sobre questões
étnicas raciais, racismo, homossexualidade...
Alexandre Mandu, Camila Feltre, Carmem Lazari, Claudio Gomes, Cléia
Plácido, Marília Carvalho, Samara Costa e Tales Taloretto.
Bibliografia:
BACHELARD, Gaston - Poética do Devaneiro,pg.96.Martin Fontes, 1996.
FRIEDMAN, Adriana - Um Olhar Antropologico por dentro da Infância. Território do Brincar: Dialogo com
Escolas,
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2. Links
Em 2014 com o intuito de divulgarmos o Programa criamos um vídeo chamado
O que é o Piá? com depoimentos de vários artístas, pais e crianças explicando o
Programa. https://www.youtube.com/watch?v=ttNzgfJxvwA
Já em 2015 com o filme Nas Trilhas do Piá, demos mais ênfase nos locais de
atuação, além das falas das crianças, familiares e as pessoas envolvidas
diretamente com o Programa.
https://www.youtube.com/watch?v=ttNzgfJxvwA
Em 2016 a ideia foi mostrar a diversidade dos Processos Artísticos através de
breves vídeos:
Estalos – vídeos de vários Equipamentos mostrando o trabalho das crianças e dos
Artistas Educadores com duração de 1minuto a 1 minuto 30”
https://www.youtube.com/watch?v=BvtUYy87rgA
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IV) AÇÕES DE ESTRUTURAÇÃO
E LEGITIMAÇÃO
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1. Parâmetros
ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA PIÁ
PARÂMETROS 2016
APRESENTAÇÃO DO PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA
O PIÁ é um programa de formação voltado para crianças e adolescentes
de 05 a 14 anos. A abordagem artístico-pedagógica do PIÁ relaciona
processos artísticos e Cultura da Infância por meio da convivência entre
artistas educadores crianças e adolescentes, considerando ludicidade,
experimento e realidades sociais e culturais. A proposta do programa é
fundamentada pelos princípios que norteiam as ações de todos os artistas
educadores em suas diferentes funções. (Vide anexo)
Diante da diversidade de formações dos artistas, de territórios, de
equipamentos, de realidades, os Coordenadores Regional de Formação
consideram necessária a criação de acordos comuns para que o programa
não se descaracterize e seja coerente com os seus princípios.
Para além do atual funcionamento da edição de 2016 estes acordos
servirão de base para o regimento interno do programa.
I. VALORES
a) Ética: o respeito e o diálogo entre todos os participantes e com o
caráter público do Programa.
b) Prospecção: o entendimento de que todas as ações no programa
são precedidas por reflexões e aprofundamentos.
c) Transversalidade e Pluralidade: a disponibilidade ao diálogo em
todas as ações e reflexões do programa.
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II. ESTRUTURA
Para que o programa funcione em sua potência, se faz necessário
reuniões/encontros em vários formatos e instâncias, já que se trata de
um programa cuja essência é de formação interna e externa.
a) Equipe de Artistas Educadores
Na sua essência cada equipe é formada por 4 Artistas Educadores
de diferentes linguagens e trajetórias artístico-pedagógicas
presentes nos equipamentos. Dentro desta estrutura, se formarão
duplas que terão encontros de 3 ou 2 horas (de acordo com as
faixas etárias) semanais com crianças/adolescentes.
b) Equipe de Coordenadores
O Programa conta com uma equipe de 14 Coordenadores de
Pesquisa-Ação, 7 Coordenadores Regionais de Formação e 01
Coordenador Geral, cujas funções serão descritas abaixo:
c) Funções
c.1. Coordenador (a) Geral:
O (a) coordenador (a) geral do programa tem por função fazer o
planejamento da edição vigente, orientando a implantação do
programa nos diversos equipamentos e fazendo valer a estrutura
apresentada nestes parâmetros. Para tanto o (a) coordenador (a)
poderá se orientar à partir dos seguintes itens:
Propor o calendário para edição vigente, junto à diretoria da
divisão de formação, onde deverá constar as datas de início e
término das atividades para coordenadores e artistas
educadores, datas das semanas de formação (inicial e
continuada), datas das reuniões gerais, sugestões de datas para
encontros regionais e encontros com familiares, e também datas
do seminário de formação externa.
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Definir junto à divisão de formação o número de equipamentos
(continuidade ou exclusão de acordo com a avaliação e indicação
de novos equipamentos) e alocar os coordenadores e artistas
educadores, neste locais, respeitando a classificação no processo
seletivo da edição vigente.
Dialogar e mediar a assinatura do Termo de Adesão com todos
os equipamentos.
Alinhar os princípios e valores do PIÁ, junto à Divisão de
Formação e Gestão de equipamentos. (NACs – CEUS / Gestão de
Centros Culturais / Coordenadoria de Bibliotecas / Direção de
escolas e Coordenadoria de Casas de Cultura).
Articular junto a Divisão de Formação os meios de divulgação do
Programa.
Acompanhar junto às coordenações o andamento das equipes em
suas diferentes atuações: Encontros com as crianças, ações
culturais, encontros com familiares, e demais assuntos que
exijam mediações no que tange o cotidiano da parceria entre o
programa e os equipamentos públicos.
Acompanhar e legitimar os documentos elaborados pela
Coordenação Regional de Formação.
Validar e encaminhar a proposta de avaliação dos contratados à
Divisão de Formação e Gabinete da SMC.
c.2. Coordenador (a) Regional de Formação
A cada coordenador (a) ficam estabelecidas as seguintes funções:
Mediar ações entre as várias instâncias internas e externas do
programa nos momentos em que se fizer necessário, respeitando
a autonomia de cada uma destas instâncias.
Mediar ações entre equipes de sua respectiva região,
evidenciando questões e temas emergentes (exemplos:
seminários, reuniões gerais com familiares entre outros).
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Articular como uma equipe junto à Coordenação Geral, formando
uma comissão normativa consultiva e deliberativa em reuniões
periódicas.
Articular ações entre Secretarias, Instituições de Ensino Superior,
Instituições Culturais e outras Organizações Culturais e
Educacionais conforme a Equipe de Regionais considerar de
interesse artístico pedagógico para o Programa.
Mapear os temas emergentes para construção das diversas ações
do Programa tais como Semanas de Formação, Reuniões Gerais,
Reuniões com os Coordenadores de Pesquisa-Ação e diagnósticos.
Pesquisar e apresentar referências pertinentes aos processos
artístico-pedagógicos (bibliografias, textos, autores, artistas,
etc), em acordo com os Coordenadores de Pesquisa-ação,
sempre que se fizer necessário.
Desenhar junto à Coordenação Geral, planejamentos alinhados
com os valores, princípios e os contextos de cada edição do
Programa.
Elaborar a escrita de documentos que estruturem, legitimem e
visibilizem o Programa.
c.3. Coordenador (a) de Pesquisa-Ação
A cada coordenador (a) ficam estabelecidas as seguintes funções:
Provocar e mediar a pesquisa e as ações dos artistas com as
crianças e adolescentes.
Acompanhar presencialmente e com a devida frequência, o
trabalho desenvolvido com as turmas.
Pesquisar e apresentar referências pertinentes aos processos
artístico-pedagógicos das equipes (bibliografias, textos, autores,
artistas, etc).
Acompanhar, difundir e potencializar ações culturais da equipe
no equipamento e no entorno.
Mediar propostas em parcerias com a programação dos
equipamentos, respeitando os processos artístico-pedagógicos
das turmas, os princípios do programa e o cronograma de ações
61
planejado pelas equipes, dando prioridade às ações que façam
sentido principalmente para as crianças e adolescentes do PIÁ.
Mapear espaços de cultura (casa de cultura, teatros, ateliês,
grupos etc.), educacionais (escolas, ongs etc.), e afins
(parques…) no entorno do equipamento que coordena, ampliando
as possibilidades de trocas e colocando o PIÁ numa rede maior
de alcance e atuação.
Fortalecer as relações entre as diferentes instâncias de parcerias
do Programa articulando ações com a Coordenação Regional -
Formação.
Realizar reuniões periódicas para fortalecer das relações com os
equipamentos (com diretores, gestores, Núcleos de Ação Cultural -
NACS, coordenadores de outros núcleos e funcionários em geral).
Coordenar as reuniões semanais de equipe, bem como construir
junto a elas os formatos, pautas e abordagens que sejam mais
adequados às reuniões ao longo do ano.
Colaborar e participar das reuniões semanais de Coordenação
Artístico-pedagógica; reuniões mensais gerais; reuniões com os
coordenadores de equipamentos e com familiares.
Difundir as ações compartilhadas das equipes.
Elaborar e executar juntamente com as equipes e os equipamentos,
estratégias diversas de divulgação das ações do programa, tais
como cartazes, filipetas, informes, convites e ações presenciais,
conforme a necessidade e o contexto ao longo do ano.
Orientar, auxiliar e conferir o preenchimento de instrumentais
administrativos (listas, fichas de inscrição, relatórios,
formulários, etc) pelos Artistas Educadores das suas equipes.
Construir uma projeção de horas anual junto aos Artistas
Educadores.
Encaminhar mensalmente o banco de horas trabalhadas e as
listas de presença das turmas para a Coordenação Geral.
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c.4. Artista-Educador (a)
A cada artista educador(a) ficam estabelecidas as seguintes
funções:
Elaborar e desenvolver encontros com crianças e adolescentes
para vivência de processos artísticos.
Elaborar e desenvolver ações culturais que promovam o
envolvimento entre o PIÁ e a comunidade.
Mediar propostas junto à coordenação de pesquisa ação e em
parcerias com a programação dos equipamentos, respeitando
os processos artístico-pedagógicos das turmas, os princípios
do programa e o cronograma de ações planejado em equipe,
dando prioridade às ações que façam sentido principalmente
para as crianças e adolescentes do PIÁ.
Mapear espaços de cultura (casa de cultura, teatros, ateliês,
grupos etc.), educacionais (escolas, ONGs etc.) e afins
(parques, vias públicas, etc.) no entorno do equipamento,
ampliando as possibilidades de trocas e colocando o PIÁ numa
rede estendida de atuação.
Participar das reuniões semanais de equipe; bem como
construir junto a coordenação de pesquisa ação os formatos,
pautas e abordagens que sejam mais adequados às reuniões
ao longo do ano.
Participar das ações de formação propostas pelas
coordenações do programa.
Participar das reuniões mensais gerais.
Propor ações culturais tais como: visitas e acolhimento de
artistas educadores de outras equipes; encontros no
equipamento abertos a participação de familiares, funcionários
e público em geral; recebimento de grupos externos (escolas
e instituições culturais afins); ações de integração do
programa como um todo.
Elaborar e confeccionar, juntamente com a coordenação,
materiais de divulgação, informes, autorizações e convites
para as ações propostas durante o ano.
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Divulgar o PIÁ nas escolas e no entorno no início do ano,
juntamente com coordenação de pesquisa ação.
Manter atualizadas as listas de presença das crianças e
preenchimento de ficha de inscrição.
Construir uma projeção de horas anuais (encontros, ações
culturais e reuniões) com a Coordenação de pesquisa- ação.
Pensar com a Coordenação de Pesquisa-ação, instrumentais de
comunicação entre equipe e equipamento, tais como pastas para
consulta referentes ao programa, cadernos de notas em comum,
grupos de comunicação virtual, redes sociais etc.
Encaminhar mensalmente o banco de horas trabalhadas e as
listas de presença das turmas para a coordenação de
pesquisa-ação.
III. REUNIÕES/ENCONTROS:
Além dos Encontros com as crianças o Programa se constitui com
diferentes reuniões obrigatórias semanais e mensais, dado seu
caráter formativo.
1) Reuniões / Encontros entre Artistas Educadores do
Programa
a) Encontro com as crianças
Encontro com crianças / adolescentes e dois artistas
educadores uma vez por semana de 2h à 3h de acordo com
a faixa etária, não seguem um conteúdo programático,
pode ou não ter um planejamento prévio e sua realização
é aberta a todos os conteúdos e contexto que emergem de
cada encontro coerente com os princípios do Programa.
b) Reuniões de Equipe (6as. Feiras 4 horas)
Sabendo que um dos princípios norteadores do Programa são
as ações compartilhadas enfatizamos que os encontros
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semanais das equipes ganham potência quando realizados
conjuntamente entre todos os artistas da mesma equipe e
que o local seja num dos próprios equipamentos para
maior visibilidade e possibilidade de inserção e diálogo com
as diferentes equipes de funcionários. Os objetivos destas
reuniões são:
Compartilhamento dos processos e das dificuldades
encontradas nas suas práticas semanais (equipamento,
famílias, funcionários, crianças e adolescentes, etc.);
Compartilhamento de referências teóricas e autores,
articulados com as práticas, que poderão também orientar
a elaboração dos ensaios de Pesquisa-ação (Vide anexo)
durante o ano;
Planejamento dos encontros com as crianças e
adolescentes; Avisos de ordem geral do Programa;
Planejamento das ações culturais, encontros regionais,
familiares e outros.
c) Reuniões de Coordenadores (5ª feiras à tarde 3 horas)
As reuniões ocorrem uma vez por semana com a participação
dos Coordenadores Regionais, Coordenadores de Pesquisa-
Ação e Coordenador Geral. Nelas se discutem e
se articulam questões de:
Planejamento geral,
Temas emergentes das equipes e equipamentos;
Temas provocadores de reflexão sobre a formação
artística pedagógica interna para os artistas integrantes
do Programa.
Foi decidido por unanimidade que estas reuniões serão
sobre assuntos de interesse geral.
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d) Reuniões de Coordenadores Regionais de Formação
(4ªfeiras 3h/5ªfeiras 6h)
As reuniões ocorrem as 4ª feiras durante 3hs pela manhã
e nas 5ª feiras manhã e tarde sendo que pela manhã com o
Coordenador Geral e a tarde conjuntamente com os
Coordenadores de Pesquisa Ação.
Nestas reuniões tratam-se questões de mediação
articulação, mapeamentos, orientação de formação,
planejamentos e elaboração de documentos.
e) Reuniões Gerais (6ª feira 4h)
De caráter obrigatório para todos os participantes do
programa, terão os formatos e a periodicidade adequados
aos diferentes momentos do Programa. Estas têm como
objetivo:
Traçar um panorama do Programa com suas questões
referentes aos diversos momentos do mesmo: implantação,
formações internas, intermitências e fechamentos anuais.
Evidenciar o que existe de comum nas diferentes
instâncias, compartilhando o olhar pulsante entre o micro e
o macro do Programa.
f) Reuniões Regionais
Tem como objetivos o compartilhamento, fortalecimento e
reconhecimento das ações nos respectivos territórios.
g) Semanas de Formação
Nesta edição o programa estabeleceu duas semanas
de formação:
A primeira logo no início do programa é de caráter
exclusivamente interna e tem como objetivos:
O acolhimento e a apresentação da edição para a equipe.
66
A aproximação das práticas, pensamentos e princípios do
programa.
A segunda semana continuada de formação realizada em
julho tem um caráter aberto aos públicos interessados e
tem como objetivos:
Trocas de processos, discussões de temas emergentes e
uma reflexão sobre o próprio programa no seu contexto de
edição.
Ela conta com proponentes voluntários tanto dos artistas
educadores do programa e convidados.
2) ENCONTROS ABERTOS COM OUTROS PARTICIPANTES DO
PROGRAMA.
a) Encontro de Famílias
Essa estrutura foi tomando um caráter cada vez mais
fundamental para o Programa tornando-se um pilar
constitutivo do mesmo. Ele se realiza em três formatos:
Encontro dos Artistas Educadores, Coordenadores do
Equipamento com os familiares das crianças e adolescentes. É
realizada duas ou três vezes ao ano de acordo com o
planejamento de cada equipe. O objetivo é fazer com que os
familiares conheçam, aproximem-se e compartilhem os
processos artísticos pedagógicos realizados com as crianças.
Encontro Geral entre todas as Famílias normalmente no
último mês da edição, com o objetivo de dar uma
visibilidade ampla do Programa e realizar uma ação cultural
integradora entre todos os participantes.
Encontro da possível Associação de Famílias. Este ano pela
primeira vez houve uma demanda por parte de alguns
familiares de um desejo de participação e contribuição mais
efetiva para continuidade do Programa e busca de soluções
para as dificuldades recorrentes a cada edição.
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b) Encontro com NAC´s e Coordenadores de Equipamento
Conta com a participação dos Coordenadores: Geral,
Regional e de Pesquisa-Ação, ocorrendo de duas a três
vezes ao ano com o objetivo de: afinar, diagnosticar e
discutir a participação do Programa nos Equipamentos.
c) Encontro de Funcionários Terceirizados dos
Equipamentos
É um processo de mediação entre os artistas-educadores,
Coordenadores Pesquisa-Ação, Regional e Coordenadores
de Equipamentos. Com os objetivos de aproximar,
compartilhar, conhecer as práticas artístico-pedagógicas
das equipes e dissolver possíveis conflitos que possam
emergir deste contato.
3) OUTRAS FORMAS DE ESTRUTURAS
a) Grupos de Trabalho:
Composto por Coordenadores e Artistas Educadores de
acordo com as afinidades temáticas pertinentes ao
Programa. Ex.: Revista, Comunicação, lei, seminário e
outros.
IV. MODOS OPERANDIS
A fim de afirmar o comprometimento e a responsabilidade dos artistas
envolvidos nas diferentes práticas do Programa ficam estabelecidas
algumas normas quanto a:
A) ESTRUTURA
a) Chamamento:
Artistas Educadores: Deverá ser feito de acordo com a
ordem classificatória no credenciamento do edital. Os
primeiros classificados de cada linguagem serão chamados
conjuntamente para contratação nos equipamentos; após os
segundos e assim sucessivamente.
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Coordenadores: Se dará de acordo com a ordem
classificatória, opção indicada na inscrição, disponibilidade e
perfil e experiência no próprio programa.
b) Contratação:
Após o chamamento, todos os artistas assinarão o contrato desde
que a apresentação de todos os documentos previstos no edital
estejam aprovados pela Secretaria Municipal da Cultura.
c) Desligamento
Caso de desligamento do Programa a pessoa deverá apresentar
carta de comprometimento de 30 dias de trabalho, com um mês de
antecedência.
Caso isto não ocorra o contratado não receberá o mês trabalhado e
será cobrada a multa de 5% sobre o valor total restante do valor
total da nota de empenho. (Vide edital)
d) Faltas
O(A) contratado(a) deverá comunicar ao Coordenador(a) com
antecedência mínima de 1 mês as ausências programadas. Cabe ao
contratado(a) resolver junto à equipe a substituição e comunicar a
todas as instancias de coordenação.
e) Atrasos
Devem ser comunicados o mais brevemente possível a sua dupla,
por respeito e ética aos envolvidos (dupla, crianças) caso ultrapasse
15 min. deverá ser compensado.
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f) Turmas (composição)
As turmas de cada faixa etária serão compostas de 15 (quinze)
crianças ou até 20 (vinte) quando acordadas com a Coordenação de
Pesquisa-Ação e os Artistas Educadores.
g) Turmas (desligamento das crianças)
Após 3 (três) faltas consecutivas sem aviso, justificativa ou doença,
os artistas deverão contatar os responsáveis, para avaliar a situação
e tomar as medidas cabíveis. Casos não justificados a criança será
desligada do Programa.
É importante registrar as causas do desligamento, na lista de
chamada e na ficha:
- mudança de endereço
- doença
- sem suporte para vir ao encontro
- desinteresse
- incompatibilidade com as práticas artístico-pedagógicas
do Programa
- incompatibilidade com o Artista
- mudança no horário escolar, incompatível com a grade
oferecida pelo Piá.
Após o desligamento outras crianças poderão ser chamadas a partir
de uma lista de espera para preenchimento das vagas.
h) Fichas de Inscrição
Fornecidas pela Secretaria, deverão estar em local definido e
acessível, tanto para as equipes do Programa quanto para as
Coordenações do Equipamento.
70
Deverão obrigatoriamente ser preenchidas e assinadas pelos
responsáveis, como condição para participação no Programa.
i) Termo de Adesão
(vide anexo)
B) ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO
a) Ações Culturais
Criadas e realizadas pelas equipes (artistas educadores e ou
coordenadores) podem ter uma diversidade de formatos, locais e
públicos, desde que, em diálogo com os princípios, os valores e
principalmente os processos artísticos desenvolvidos nas turmas.
b) Formações e Ações Compartilhadas
As formações e ações compartilhadas externas propostas pelos
artistas educares ou coordenadores em diálogo com os princípios do
programa, serão contabilizadas no banco de horas desde que
validada pela Coordenação Geral do Programa.
c) Parcerias
As parcerias propostas, seja pelos Artistas Educadores ou
Coordenadores, serão bem-vindas desde que em diálogo com os
princípios do programa e validadas pela Coordenação Geral do
Programa.
d) Produções Teóricas sobre o Programa (artigos,TCC´s, etc.)
Os artistas que tiverem ou quiserem divulgar suas produções
teóricas em nome do Programa deverão informar antecipadamente
a Coordenação Geral do Programa.
Quanto à escrita sobre o Programa em qualquer formato é de
responsabilidade do próprio artista.
e) Ensaio de Pesquisa-Ação
Coerente com o pensamento processual de todas as ações do
Programa a elaboração do ensaio se desenvolverá em três
71
diferentes momentos do programa, buscando com isso, um tempo
dilatado de reflexão e de compartilhamento ao se agendar no
calendário as datas para discussões e trocas com suas respectivas
equipes nas reuniões de 6as feiras.
Carga horária: 21 horas distribuídos durante os meses de vigência
de cada edição.
PRINCÍPIOS

Ludicidade: A relevância da brincadeira e do jogo, nas maneiras de
ser e estar no mundo, e em relação ao outro.



Experimentação: A valorização da descoberta de si e do mundo,
promovida pela experiência estética e seus contexto de expressão,
repertórios e vivências.



Processo criativo: A provocação dos acontecimentos criativos
relacionando arte, infância e cotidiano, como parte de um processo
dinâmico, em constante transformação, de sensibilidade e
acolhimento.



Temporalidades: A percepção dos ritmos, pulsações e estados de
cada encontro artístico-pedagógico, com o cuidado em preservar os
tempos próprios da criança e do adolescente.



Pertencimento: A participação ativa e a apropriação da vivência de
processos artísticos no espaço público por meio da fruição de bens
simbólicos e culturais.



Interlinguagem: A priorização da experimentação estética de modo
transversal, híbrido e relacional, possibilitando novos caminhos de
fruição e criação artística.



Ações compartilhadas: A criação de agenciamentos em diferentes
instâncias, que visam colocar em contato experiências geradoras de
processos e não apenas de produtos culturais.

72
2. Pesquisa de Impacto pelos Familiares
Introdução
O PIÁ – Programa de Iniciação Artística é um programa sob a gestão da
Secretaria Municipal de Cultura com parceria orçamentária da Secretaria
Municipal de Educação, oferecido gratuitamente para crianças e
adolescentes de 05 a 14 anos. É o único programa da Secretaria Municipal
de Cultura voltado para esse público e cumpre a Lei Federal 13257/16,
nos seus artigos:
Art. 15: “As políticas públicas criarão condições e meios para que, desde
a primeira infância, a criança tenha acesso à produção cultural e seja
reconhecida como produtora de cultura.”
Art. 17: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
organizar e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-
estar, o brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados
onde haja circulação de criança”.
Inspirado na EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística) existe há oito
anos e atua de forma descentralizada em CEUs, Bibliotecas, Centros
Culturais, Teatro, Casa de Cultura e Escolas. A sua abordagem artístico-
pedagógica, relaciona processos artísticos e culturas da infância por meio da
convivência entre artistas-educadores, crianças e adolescentes.
O programa tem por Objetivos:

Valorizar as formas próprias da infância e adolescência em seus
processos de criação e expressão.


Propiciar experiências e aprendizados estéticos de forma dialógica
entre diversos saberes.


Democratizar o acesso de crianças e adolescentes a bens culturais e
artísticos, contribuindo para a construção da cidadania cultural.


Promover a sociabilidade e a integração da criança e adolescente na
família, comunidade, na escola e em outros espaços públicos.

O programa tem por Princípios: ludicidade, experimentação, processos
criativos, temporalidades, pertencimento, interlinguagem e ações
compartilhadas (vide anexo).
A partir de 2016, foram estabelecidos os seguintes Valores:

Ética: o respeito e o diálogo entre todos os participantes e com caráter
público do programa.


Prospecção: o entendimento de que todas as ações do programa

são precedidas por reflexões e aprofundamentos.
73

Transversalidade e Pluralidade: a disponibilidade ao diálogo em
todas ações e reflexões do programa.

A Pesquisa de Impacto:
Sendo o PIÁ um programa em constante transformação e construção,
coerente com os seus princípios, valores e objetivos, foi realizado pela
primeira vez, uma pesquisa de impacto junto aos familiares e
responsáveis pelas crianças e adolescentes com os objetivos de:

Sistematizar as vozes dos familiares que há anos acompanham o
programa por meio dos Encontros de Famílias que acontecem
periodicamente a cada edição.


Coletar dados, através dos responsáveis que acompanham
cotidianamente as crianças e adolescentes participantes, para
subsidiar a análise dos impactos causadas pelas ações artístico-
pedagógicas.


Avaliar através dessa pesquisa, a continuidade ou não desse Programa
e sua qualificação.

Na edição de 2016, os Coordenadores Regionais criaram um instrumental
que foi aplicado entre os meses de setembro e outubro. O questionário
com perguntas fechadas e abertas, respondido por 19% dos familiares de
forma voluntária representando os 32 equipamentos permitiu chegar aos
seguintes resultados, análises e conclusões:
Os dados:
O primeiro dado que chama a atenção, é o alcance do programa que vai
para além dos objetivos específicos de suas práticas artístico pedagógicas,
independentemente do tempo de participação no programa, como ilustra
o gráfico abaixo:
Percepção de mudanças nas crianças e adolescentes
4%'não'0;0%
96%'sim'
Segundo o gráfico acima, 96% dos familiares e responsáveis das crianças
e adolescentes perceberam mudanças.
74
Um estudo internacional (Bamford, 2006) mostrou através do estudo de
medidas de impacto que, se a qualidade das experiências artísticas ou
culturais é insuficiente os efeitos, contrariamente ao que se pensava não
são nulos; estatisticamente há 17 a 28% de efeitos negativos (em média
22%) quando os programas são de má qualidade. A qualidade de um
programa então se comprova ao medir a capacidade de gerar atitudes,
competências, estados de bem estar, entre outros.
Diante disto buscou-se discriminar que mudanças os responsáveis
percebiam, trazendo alternativas a partir dos depoimentos espontâneos e
constantes que emergiam nos Encontros de Famílias e nos contatos
informais nas várias edições do Programa.
MUDANÇAS NA CRIANÇA/ADOLESCENTE
(observadas pelos pais/responsáveis)
MAIS INICIATIVA 43,61%
BRINCA MAIS 60,93%
MAIS CRIATIVA 68,85%
MENOS TÍMIDA 52,13%
MAIS ALEGRE 65,57%
MAIS INICIATIVA 43,60%
MELHORA NA SOCIABILIDADE 45,24%
MAIS COMUNICATIVA 54,10%
MELHOR CONDIÇÃO FISICA 36,72%
MAIS VITALIDADE 37,38%
MELHORA NA ESCOLA 36,72%
Legenda:
Mudanças Cognitivas
Mudanças na Sociabilidade
Mudanças no Bem-estar Físico
Mudanças no Humor
Mudanças na Iniciativa/Criatividade
Brinca mais
75
O primeiro dado que chama a atenção é o percentual de familiares -
60,93% - que assinalaram a percepção de que a criança brinca mais
desde que participa do Programa. As crianças e adolescentes da
megalópole de São Paulo encontram poucos espaços e tempo, para viver
e exercitar o direito ao brincar. O PIÁ ao proporcionar nos espaços
públicos, principalmente nas áreas periféricas, espaços e tempo (os
encontros duram 3 horas uma vez por semana,) contribui para o bem
estar geral das crianças e adolescentes.
Outro dado expressivo foi o aspecto Criatividade assinalado por 68,85%
dos familiares/ responsáveis. O PIÁ é um programa de formação realizado
por artistas; apesar de não ter objetivos estritamente tecnicistas, trabalha
estimulando a curiosidade, a imaginação e os temas e propostas que as
próprias crianças/adolescentes o que conseqüentemente aumenta a auto-
estima deles e a sua potência de criação.
Outra conseqüência é o dado de que estas crianças ficam mais alegres -
65,57%.
E também devemos ressaltar o dado de que 36,72% dos familiares
perceberam melhoras no desempenho escolar; isto num programa que
não trabalha com conteúdos da grade curricular.
Conclusão:
Podemos dizer que o programa PIÁ ao participarem com suas estruturas e
características artísticas processuais faz com que as crianças e
adolescentes tenham sua capacidade de pensar e aprender por si próprios
ampliados, sua auto-estima melhorada, suas capacidades cognitivas
exercitadas, seu bem estar emocional melhorado e seus vínculos sociais
desenvolvidos (45,24% declaram que a criança amplia suas relações
sociais e é mais comunicativa 54,10%.).
Concluindo, a criança e o adolescente tomam consciência de seus
potenciais humanos tornando-se um cidadão com mais recursos para lidar
com os desafios do viver em sociedade.
Algumas respostas ao se perguntar o que os familiares viam de diferente
no programa em relação a outros projetos que conhecem, trouxeram mais
subsídios para referenciar estas conclusões:
- “Elas não têm medo do novo, encaram tudo facilmente” .
-"Melhorou os aspectos comportamentais, educacionais e familiares; no
geral um excelente programa para desenvolver as crianças em sua
formação como pessoa. Maravilhoso !!!" (Biblioteca Alvares de Azevedo).
- “Meu filho é colocado por igual sem diferença com os demais”
-“Liberdade de fazer atividades prazerosas usando poucos recursos
materiais, desenvolve a criatividade”
76
-“Liberdade de expressão, livres para criar e brincar” .
-“Vocês conseguem fazer com que as crianças se sintam crianças”
-“Uma mistura de diversão com aprendizado, por isso as crianças se
interessam mais”
-“São atividade diversificadas e propõe novas experiências”. -
“Meu filho é colocado por igual sem diferença com os demais”
-“A criança mostra a sua individualidade e criatividade”.
-“Com o PIÁ a criança se desenvolve mais e fica mais comunicativa porque
na escola normal as crianças só podem conversar na hora do recreio”
-“Inovação e liberdade de expressão”
-“A interação da criança com os artistas”.
- "O fato de os artistas não trabalharem com uma grade
de temáticas definida a priori, é vista por muito muitos familiares pelo
respeito que é dado às crianças".
-"Há uma recepção sincera para com as crianças
em suas integridades física, emocional e psíquica".
-´"Relação e participação das famílias" .
-“Acho interessante que a cada semana é um tema novo e a partir do
que foi proposto as crianças desenvolvem e criam juntas, além de
refletirem em conjunto”.
-“O PIÁ está inserido no território que é um estímulo quanto ao
sentimento de pertencimento”.
77
3. Seminário Processos Artísticos
A Divisão de Formação Artística e Cultural da Secretaria Municipal de
Cultura, em parceria com os artistas integrantes do PIÁ – Programa de
Iniciação Artística e do Programa Vocacional, realizou entre os dias 04 e
13 de novembro de 2016 o Seminário Processos Artísticos:
Contextos de Resistência.
De caráter aberto, o objetivo principal do seminário foi o
compartilhamento dos processos artístico-pedagógica do programa.
aconteceu nos diversos equipamentos da cidade onde os Programas PIÁ e
Vocacional atuam. Esta ação existe desde 2014 e este ano priorizou
descentralizar as ações por todas as regiões, contou também com a
participação de movimentos artísticos e de educação independentes.
Os Eixos temáticos abordados nesta terceira edição do seminário foram:
1. Espaços e Coletivos de Resistência Cultural
2. A Descolonização das Práticas Artístico-Pedagógicas
3. A Formação Pautada pelo Estudante
4. Gênero e Sexualidade
5. Questões Étnico-Raciais
6. Arte e Educação: Artista Educador, Educador Artista, Artista
Orientador, Professor Artista.
Participantes do PIÁ que ajudaram na organização do
evento: Eliane Weinfurter, Joyce Lima, Samara Costa e
Verônica Pereira.
78
79
80
4. GT da Lei
Justificativa
● O Projeto de Lei ora proposto aos nobres vereadores desta Casa Legislativa, institui e
regulamenta os já existentes “Programa de Iniciação Artística” (a ser renomeado como
“Programa Infância e Arte”) e “Programa Vocacional”.
● Tais programas constituem a mais extensa e maior ação pública de formação artística
não-formal da América Latina e representam a principal política pública municipal de
oferecimento de espaços e oportunidades de experimentação e criação artística abertos a
todos cidadãos, desde a infância até a idade adulta.
● O Programa Vocacional foi criado em 2001, atendendo ao público maior de 14 anos de
idade, e o Programa de Iniciação Artística foi criado em 2008, a partir dos princípios da
Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), atendendo a crianças de 05 a 14 anos de
idade.
● Os Programas Vocacional e PiÁ atingem anualmente, direta e indiretamente, cerca de
30.000 cidadãos entre atendimentos diretos, público de mostras e apresentações
artísticas, famílias das crianças e adolescentes envolvidos, participantes dos Seminários
Públicos de Formação, leitores das publicações da SMC1
, entre outros. Os Programas
estão em 94 equipamentos públicos de Cultura e Educação, além de ações e orientações
em diversos espaços: de centros culturais comunitários a unidades básicas de saúde,
passando por espaços públicos de circulação e pólos culturais independentes.
● Ambos os programas têm atuado como fundamentais políticas públicas culturais e
artísticas para a cidade de São Paulo, aliando formação e criação artísticas, propiciando
uma inovadora experiência artístico-cultural para crianças e adolescentes e incentivando
cidadãos adultos e coletivos artísticos, sobretudo em comunidades periféricas, a
assumirem o protagonismo de suas produções artísticas.
● Entendendo a formação artística não formal como complemento necessário à educação
formal, afirmamos com este Projeto de Lei a relevância dos processos artísticos desde a
infância enquanto fomentador de competências sensíveis, críticas, cidadãs e estéticas.
● Os artistas que compõem ou compuseram o quadro de orientadores dos Programas são
reconhecidamente atuantes na produção artístico-cultural da cidade.
● Entre os resultados verificáveis da atuação do Programa Vocacional no âmbito cultural e
artístico da Cidade de São Paulo, pode-se destacar o trabalho de diversos coletivos que
foram atendidos/orientados pelo Programa e que foram beneficiados por políticas públicas
como o VAI e o Fomento ao Teatro. (Segue em anexo lista dos grupos e coletivos
contemplados por essas políticas).
1 A SMC publica as revistas Vocare, do Programa Vocacional e Piapuru, do PIA, contendo artigos, ensaios e
conteúdos variados produzidos pelos artistas contratados a partir de suas práticas e reflexões geradas ao longo
de cada edição
81
● Após 15 anos de atuação na cidade, o Programa Vocacional conta hoje com um grande
números de artistas orientadores e articuladores que iniciaram seus trabalhos artísticos
no próprio Programa, como público atendido/orientado.
● Hoje, a cidade conta com diversas redes de diálogo entre artistas e produtores culturais,
especialmente nas regiões periféricas. Os Programas têm participação ativa na
construção destas redes, seja potencializando os espaços de troca entre artistas e
coletivos dentro dos equipamentos públicos (com mostras, saraus, debates e encontros
de formação), seja gestando grupos que agora organizam estas redes, como o
Movimento Cultural CRUK (que atua na construção de pontes de comunicação entre
coletivos de toda a cidade), a Cia. Humbalada (cuja ação e sede tornaram-se eixos de
organização do movimento artístico na região do Grajaú), só para citar alguns.
● Por estarem situados na interface entre Cultura e Educação, os Programas vem
construindo diálogos com instituições educacionais públicas e privadas, por meio de
seminários nacionais, internacionais, mostras artístico-culturais e ações de formação
expandidas, entre outros.
● Os Programas vêm conduzindo e organizando o Seminário Público de Formação
Artístico-cultural, oferecidos para a Cidade de São Paulo, cuja terceira edição será
realizada em novembro de 2016. O Seminário contou com participação de diversos
pensadores de universidades como a USP, a UNESP e a UNICAMP e teve como parceiros
envolvidos na organização a EMIA e o DOT (Departamento de Orientações Técnicas da
SME). A edição de 2014 do Seminário resultou em uma publicação em parceria com o
CCSP (Centro Cultural São Paulo).
● Dissertações de mestrado já foram publicadas a respeito das ações dos programas2
, bem
como três publicações de Revistas promovidas pelo programa (Revista Vocare), e dois
livros, de diversos autores: “Teatro vocacional: registros e reflexões, 2001­2004” (2004) e
“Núcleo Vocacional: criação e trajetória” (2008), ambos publicados pela SMC-SP.
● A instituição dos programas PIÁ e Vocacional encerra uma ferramenta fundamental
para a garantia do direito à participação na vida cultural e em manifestações culturais
(estabelecido pelo artigo V da Declaração Universal dos Direitos Humanos), bem como um
modo fundamental de execução das determinações do artigo 215 da Constituição Federal,
o qual estabelece que “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes da
2
CECCATO, Maria. Teatro vocacional e a apropriação da atitude épica/dialética. Dissertação (mestrado).
São Paulo. ECA-USP, 2008. FABIANO, Claudia Alves. Uso do território, descentralização e criação de
redes no teatro vocacional: aspectos da práxis teatral do artista-orientador. Dissertação (mestrado). São
Paulo. ECA-USP, 2010. BOTELHO, Ligia. O teatro como meio e fim para um processo de
instrumentalização do indivíduo na leitura da realidade: a intersecção entre o jogo, o texto e o corpo para
a construção da cena. Dissertação (mestrado). São Paulo: IA-UNESP. 2008.
82
83
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais”. Além disso, este Projeto de Lei está em consonância com a Lei Federal 13257/16,
em seu art. 5º, que determina que “as políticas públicas criarão condições e meios para
que, desde a primeira infância, a criança tenha acesso à produção cultural e seja
reconhecida como produtora de cultura”.
● O PIÁ foi signatário da cadeira de Culturas da Infância no Conselho Municipal de Cultura de
São Paulo no ano de 2015, no intuito de colaborar com uma política cultural efetiva voltada
à criança e ao adolescente.
Diante da justificativa aqui apresentada reafirmamos a relevância dos Programas PIÁ e
Vocacional como espaços fundamentais de formação não•formal e exercício da cidadania no
município de São Paulo. Neste sentido, o Projeto de Lei ora apresentado é instrumento de garantia
da continuidade e desenvolvimento dos Programas para que os mesmos se instituam
juridicamente como políticas públicas permanentes do poder executivo. Para tanto, contamos com
a análise e a aprovação por parte dos nobres colegas vereadores desta casa desta propositura
legislativa aqui justificada.
ANEXOS:
Como alguns dos resultados verificáveis das ações do Programa Vocacional, temos:
● Pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro, desde sua primeira edição (2002) até o
presente, cerca de 10 (dez) grupos contemplados têm entre seus integrantes artistas que
foram atendidos/orientados pelo programa Vocacional, o que indica a importância do
Programa como responsável por fomentar a criação de grupos de teatro, principalmente
na periferia da cidade. Destacamos entre os grupos com integrantes atendidos pelo
programa a Cia Heliópolis, o PH2 e a Trupe de Choque e como grupos que surgiram a partir
das ações do Programa a Cia Humbalada, o Grupo Bolinho e o Grupo Pandora.
● Pelo Programa VAI (Valorização de Ações Culturais), desde sua primeira edição até o
presente, estima•se que 60 grupos têm como proponentes artistas atendidos/orientados
pelo Programa.
● Diferentes grupos e artistas que hoje desenvolvem ações artístico•culturais na cidade de
São Paulo originaram•se ou passaram por orientações do Programa Vocacional. Além dos
já citados, temos: Núcleo de Pesquisas Corporais Habitat, Família Justa Causa, Improvis´Art,
Grupo Salada de Frutas, Cia Bastarda, Movimento Cultural CRUK, Descarados do Tendal, De
Passagem Grupo Teatral, Cia SEM, Grupo Mulheres do Pêra, Yves Remont, Atos Cultivados,
Alameda dos Anjos, Axial, Companhia Teatral Paraisópolis, Grupo Nós Mosaico,
Descompasso Cia de Danca, Pedro Galiza, Coletivo Sagrado e Profano, Rafael Anacleto,
Novos Fulanos, Com Toda Palavra, Street Son Crew, Grupo Movi de Dança, Teatro Zona Sul
(Paraisópolis), Grupo os Fora de Mão, Grupo Pé na Jaca, Grupo Levanta Sacode a Poeira e
dá a Volta por cima, Mocinhas de Pinheiros, Coletivo Limiar, Grupo Experimental de
Teatro (GET), Physis, Despertar, IncorpoAr, Cia Arteiros, Banda Bellize, Banda N.E.X.T,
Banda Alem da Ponte, Cia Nós 4, Cia Dr. e Louco, ABC • Arte dos Bons Companheiros, Cia Os
Desconhecidos, Cia Plix, Grupo Retrapo, apenas para citaralguns.
84
5. Carta Manifesto
São Paulo, 10 de novembro de 2016.
CARTA MANIFESTO DOS ARTISTAS EDUCADORES
PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA
O PIÁ – Programa de Iniciação Artística é um programa sob a gestão da
Secretaria Municipal de Cultura com parceria orçamentária da Secretaria
Municipal de Educação, oferecido gratuitamente para crianças e
adolescentes de 05 a 14 anos. É o único programa da Secretaria Municipal
de Cultura voltado para esse público e cumpre a Lei Federal 13257/16:
Art. 15
“As políticas públicas criarão condições e meios para que, desde aprimeira infância, a criança
tenha acesso à produção cultural e seja reconhecida como produtora de cultura”
Art. 17
“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar e estimular a
criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o brincar e o exercício da criatividade
em locais públicos e privados onde haja circulação de criança”.
Inspirado na EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística) existe há oito
anos e atua de forma descentralizada principalmente nas regiões
periféricas, em 32 equipamentos como: CEUs, Bibliotecas, Centros
Culturais, Teatro, Casa de Cultura e Escolas. A sua abordagem artístico-
pedagógica, relaciona processos artísticos e culturas da infância por meio
da convivência entre artistas-educadores, crianças e adolescentes.
O programa tem por Objetivos:
 Valorizar as formas próprias da infância e adolescência em seus
processos de criação e expressão.
 Propiciar experiências e aprendizados estéticos de forma dialógica
entre diversos saberes.
 Democratizar o acesso de crianças e adolescentes a bens culturais e
artísticos, contribuindo para a construção da cidadania cultural.
 Promover a sociabilidade e a integração da criança e adolescente na
família, comunidade, na escola e em outros espaços públicos.
85
Apesar da intermitência, trabalhando entre oito e nove meses, o Programa
foi recentemente avaliado pelos familiares que afirmaram haver mudanças
positivas no bem-estar geral da criança (96%) em aspectos sociais,
pedagógicos, afetivos e físicos.
Esta pesquisa comprovou outros aspectos que demonstram a qualidade e o
impacto do Programa.
 68,85% dos familiares assinalaram que as crianças tornaram-se
mais criativas,
 65,57% mais alegres,
 60,93% a criança brinca mais.
Surpreendentemente, 36,72% assinalaram uma melhora no
desempenho escolar, mesmo não sendo um Programa com objetivos
de reforço da grade curricular.
Diante disto podemos afirmar que o Programa garante a seus participantes
o exercício da infância ampliando de forma plena, equilibrada e saudável a
potência e as competências dos participantes.
Portanto, vimos por meio desta carta sensibilizá-los para:
- A qualidade do Programa em seu aspecto artístico e cultural e suas
reverberações no campo social e educacional.
E reivindicar:
- A garantia orçamentária do Programa;
- O início do PIÁ junto com o calendário escolar.
86
IV) CONSIDERAÇÕES FINAIS
87
Ao elaborar o convite para o Encontro de Famílias do Piá, nesta edição de
2016, utilizou-se um desenho que retrata uma árvore com galhos vigorosos
que se movimentam para todas as direções.
No convite, o desenho é ao mesmo tempo árvore e, quando invertido, se
transforma em raízes que se lançam para baixo na composição. A escolha
da proposta pictórica, se relaciona ao tema do encontro acima citado:
“Raízes, Re-existir é preciso”.
Raiz ou raízes, a priori, são elementos constituintes das plantas orgânicas.
Elas têm como funções primordiais, a sustentação e também como órgãos
captadores dos nutrientes. Rasgam a terra em constante movimento,
buscando pela sobrevivência da planta e transformando-a constantemente
em folhas, flores e frutos. Delas sobressaem toda a estrutura, desde as
frondosas árvores até as minúsculas e delicadas plantinhas em algum
cantinho qualquer em um singelo jardim.
Raiz é fortaleza, é vida e vigor. Apoia e suspende todo o corpo da planta,
mantendo-a firme enquanto houver a vida em si.
Se o Piá já foi um bebê desajeitado quando começou com os seus primeiros
passos: titubeando, batendo em tudo pela sua frente, não tendo consciência
de si e do espaço que o circundava, após seus primeiros anos de existência,
tornou-se um adolescente ainda desajeitado com membros crescendo à
revelia; mente efervescente, não sabendo se faz política ou poética. Tempos
de geminação.
Continuando nesta metáfora e após oito anos de existência, diríamos que
atualmente ele é um jovem adulto, ainda que inseguro quanto ao seu
futuro. Incerto, mas perseverante e resiliente, age agora sob a tutela da
razão impondo-se em meio ao mundo que o cerca.
Voltemos, porém, à figura inicial que abre essa escrita: raízes. Raízes aqui,
falam, portanto, de tempo, de história, de fixação. Esse jovem adulto que
consideramos como sendo o estado atual de evolução do programa, agora
tenta se fixar, se fortalecer, e, literalmente, se enraizar.
88
Temos, portanto, um momento que demonstra uma fase de
amadurecimento. Amadurecer, porém, não significa estagnar; parar no
tempo; esta fase pede pelo sentido da construção. Enraizar-se denota a
importância em se querer um estado de estabilidade.
Para a estabilidade, necessita-se de uma estrutura, construída ao longo do
tempo, das várias edições do Programa.
Construção é o inverso de desconstrução. Construção se positiva, se anima
para o além, para o futuro.
O jovem adulto agora se põe à frente de um espelho, se revendo a cada
passo e cauteloso, porém firme em suas decisões.
O PIÁ, sendo esse jovem adulto intrépido, precisa de uma coesão interna,
só conseguida pela união de olhares direcionados para um mesmo ponto
em comum, embora que sonorizado por vozes múltiplas. O anseio em
comum, é vermos um Programa sólido em suas práticas, rico em seus
fazeres e, principalmente coeso em seus desejos; para tanto a Ética é o
valor fundamental em suas rotinas.
Se estruturar, se enraizar, é se fortalecer. Para tanto, é fundamental que o
Programa exista para “re-existir” ao tempo e a si mesmo, possibilitando
para sempre o deleite do vigor da renovação. Porque o PIÁ deverá chegar
à sua maturidade em algum dia, mas, com certeza, sempre se olhará para
dentro, para si, e verá que dentro de seu corpo forte e saudável, habita
uma criança imaginativa, criativa, alegre e potente.
Fábio Amadeu Pupo
Coordenador Regional/Formação Noroeste
89
VI) ANEXOS
90
ANEXO 1
Descrição das Oficinas VI Semana de Formação de
JULHO
Tema norteador: OUTROS LUGARES
#LUTO
Criar dispositivos poéticos para propor reflexão sobre o sistema burocrático
a que todos os AEs estão submetidos em paralelo a necessidade de
disposição e flexibilidade exigidos no programa. Ênfase nas contradições e
desafios dos AEs ingressantes. Propositores - Ana Anjos, Ana Cecília, Jamila
Cruzado, Lia Mandels e Paloma Nastácia
CORPO QUE DIZ O QUE NÃO É DITO
Dentro de um programa como o PIÁ que não trabalha com conteúdo
específico, as atividades, propostas e/ou procedimentos diversas vezes
surgem da relação triangular educador-criança-jogo e nem sempre de uma
proposição do educador. Sendo assim, não raramente na descrição de
atividades desenvolvidas vemos frases como “e a coisa foi se
transformando”, “tomou um rumo diferente”, “um propôs uma coisa, o
outro propôs outra, e em cima de cada proposta as proposições foram
aparecendo”, entre outras. Em um encontro específico na Biblioteca Hans
C. Andersen, folhas miúdas colhidas do chão culminaram em corpos
mutilados em cima do palco externo seguindo essa mesma maneira de
“condução” na qual “por acaso” as coisas “vão se transformando”, a esse
encontro demos o nome de Diálogos Sobre a Guerra. Desde então estamos
na observação de como se dá esse processo em que coisas, ações, diálogos
e formas (Gestalt) dentro de um campo (contexto) são transpostas,
transformadas, trasladadas, transfiguradas e ressignificadas alterando o
campo existente de maneira estética. E esse processo de percepção e ações
de ressiginicações estéticas, passeia de modo autônomo pelas linguagens
podendo seguir uma ordem de tempo ou atuar simultaneamente numa
relação de inter-linguagem independente da “especialidade” do educador.
Esse modus operandi revela o tema durante ou ao final do seu processo,
sendo o próprio desenrolar dos acontecimentos que levam ao tema e não
algo proposto de antemão. Nenhuma forma, seja ela um gesto, ação,
acontecimento, interferência, objeto, cor, som, luz, entre outros, pode ser
91
ignorada e faz parte do campo perceptivo de cada participante e de seu
conjunto. Dentro disso, propomos uma oficina para compartilhar esse
processo. Propositores - Ítalo Lencker e Paulo Petrella.
LACRANDO O PIÁ: (DES) CONSTRUINDO GÊNÊRO E SEXUALIDADE
PELA ARTE
A roda de conversa visa colocar em pauta temas que atravessam
cotidianamente o trabalho com as crianças e adolescentes do Piá e que, no
entanto, são pouco discutidos. Tratando especificamente de crianças e
adolescentes LGBTQ (lésbicas, gay, bissexual, transgênero e queer) não
pretendemos sexualizar os universos infantis e juvenis, aliás o que o
capitalismo faz com muita eficiência, mas sim apontar que a sexualidade e
gênero infantis são usados como instrumentos de repressão. Gostaríamos
de reunir casos e experiências de artistas-educadores/as no trabalho com
o público do Piá para promover diálogo e apoio a crianças e adolescentes
LGBTQ nas periferias de São Paulo. Queremos verificar o potencial da arte
no sentido de subverter formas heteronormativas e criar novos imaginários
que apoiem a construção de gênero e sexualidade. Pretendemos levantar
informações elementares a respeito de aparatos públicos e expedientes de
assistência social e jurídica para crianças e adolescentes LGBTQ ameaçadas
de morte e de serem expulsas de casa, problematizando a autoridade legal
destas famílias a partir de casos reais vividos no programa. Ao mesmo
tempo, pretendemos reunir e acolher artistas-educadores/as e
coordenadores/as LGBTQ do programa que, por sua vez, estão expostos ou
já sofreram episódios de homolesbotransfobia. Propositores - Dodi Leal,
Beth Belisário, Thiago Felix
O CORPO NEGRO DA ÁFRICA AO BRASIL, NAS ARTES E NA HISTÓRIA
A proposta consiste em uma visita ao acervo permanente do Museu Afro
Brasil, mediada pelo núcleo educativo do MAB. A visita lançará luz sobre o
percurso do corpo negro desde sua origem no contexto tradicional do
continente africano, passando pela exploração escravocrata, chegando as
expressões artísticas afro - brasileiras tradicionais e contemporâneas. Ao
fim da visita será proposto uma roda de conversa mediada pelas artistas
educadoras proponentes da ação. Propositoras - Giselda Perê, Patrícia Arent
e Suelen Ribeiro
92
DOS RASOS (AOS) MAIS PROFUNDOS
A proposta é trazer para a vivência dos Artistas Educadores um processo
que nasceu e que vem se desenvolvendo com as crianças do PIÁ Ceu Cantos
do Amanhecer: Encontrar buracos! Pintar, demarcar, colorir e interligar os
próprios buracos com os buracos do restante do grupo tem sido um
disparador muito interessante para nos (re)conhecermos nas nossas
semelhanças e diferenças. Olhar para os buracos externos e lidar com eles
tem nos ensinado a enxergar e respeitar as fragilidades, limites e desejos
dos colegas e também tem nos sensibilizado para olharmos com mais
cuidado para dentro de nós mesmos. Propositores - Beliza Trindade, Caio
Zanuto, Eliane Weinfurter, Luciana Ponce, Rosa, Tininha Calazans e
Veronica Santos
VIAGEM PARA LUGARES IMAGINÁRIOS – OFICINA DE LEITURA E
CRIAÇÃO DE LIVROS
Para quais lugares o livro pode nos levar? Nesta oficina convidamos os
participantes a terem ma experiência com o livro. Através da leitura das
palavras, das imagens e da maternidade do livro propomos uma vivência
que pode nos apresentar novos e diferentes olhares sobre ele. A oficina será
dividida em três momentos: leitura coletiva de um livro, tempo para
exploração e criação de livros a partir de diferentes tipos de papéis e
materiais. A viagem para os lugares imaginários é um desafio que iremos
propor aos participantes durante a oficina. Propositoras: Camila Feltre e
Marília Carvalho
SER INDÍGENA EM CONTEXTO URBANO – AUTOIDENTIFICAÇÃO
INDÍGENA, POR UM RECONHECIMENTO DESCOLONIZADOR
Este encontro propõe a reflexão do processo de autoidentificação indígena
em contexto urbano e descolonização de nossos corpos e imaginários, a fim
de provocarmos encontros mais sinceros e reais com os PIÁs ao tratar da
cultura dos povos originários do Brasil. Em roda, ao lado de duas mulheres
indígenas: Cristina Roseno (indígena e educadora) e Yakuy Tupinambá
(anciã Tupinambá de Olivença), que compartilharão saberes e processos de
resistência desses povos originários em diferentes contextos, contaremos
algumas experiências vividas em nossos encontros com os PiÁs.
Propositoras - Bruna Amado e Mirrah I.G. Silva Roda de conversa com as
convidadas: Cristina Roseno Guarani Kaiowá - educadora e militante do GT
Indígena do Tribunal Popular e Yakuy Tupinambá - anciã Tupinambá de
Olivença.
93
PERFORMANCES PELO CORREIO– IMAGINAÇÃO MATERIAL,
(I)MATERIALIDADE E MATÉRIA-DO-MUNDO (Instalação interativa).
Durante três semanas, artistas educadores trocam ideias à distância de
modo a gerarem propostas poéticas diversas em seus locais de atuação. O
objetivo de tal procedimento consiste em reunir uma série de gestos
artísticos a partir de disparadores afetivos como cartas, e-mails, citações,
imagens, referências de autores e intercâmbio de proposições e assim
discutir abordagens emergentes no ensino da Arte Contemporânea. Os
registros do processo do intercâmbio farão parte de uma instalação
interativa e como síntese do encontro, os participantes serão convidados a
construir coletivamente uma cartografia de "materiais e modos inusitados
de instauração poética". Propositores: Fafi Prado (PIÁ), Bia Raposo (Rede
pública de ensino de Bragança Paulista, SP), Fernado Hermógenes (Rede
pública de ensino de São Joaquim de Bicas, MG) e Rodrigo Munhoz
(Vocacional e Rede La Plataformance).
SOB SEUS PÉS OU DAS HISTÓRIAS DOS SEUS PASSOS MEUS
Toc, toc, Toc, toc... Clic..clac...clic...clac... Tac......... tOc........
taC........toC... ploftploft.....plaftploft... Nheeec, nheeec... Que som tem o
sapato seu? Pisaste em nuvens? Caminhou nas estrelas? Quantas pedras o
mundo te deu? Sujeito errante, por terras frouxas, que somem pés, que
vento leu. E se pudesse rever teus passos, as pegadas apagadas e
adormecidas, as doloridas, e as dançantes, brincantes e também as
esquecidas. Conte-me, eu quero saber. Quero ao menos por um instante
pisar por você, pelo pretérito e torná-lo meu. Que seja assim, entre sapatos
e passos. Entre abraços; há braços. Propositores: Tales Jaloretto; Suzana
Akemi; Andrea Serrano; Paula Barison
SENSIBILIZAÇÃO DO OLHAR PARA A PESQUISA COM CRIANÇAS
A fotografia é uma linguagem artística muito popular. Com o advento das
tecnologias da comunicação, vivemos hoje inundados por imagens. Todos
somos produtores e consumidores delas. O que será que vemos? O que
escolhemos fotografar? Como fotografamos? Essa oficina é um momento
para experimentarmos o mundo da imagem de forma reflexiva. Uma
oportunidade para praticar o exercício da ética no registro fotográfico das
pesquisas com as crianças. Durante o encontro vamos realizar saídas pelo
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PIÁ: Um programa em constante transformação

  • 2. PIÁ Programa d Logo Arte – Adriano Castelo Branco Diretora Divisão de Formação: Val Lima Coordenação Geral: Antônio Francisco da Silva Junior Organização e Concepção: Janete Rodrigues e Zina Filler Colaboração: Fábio Amadeu Pupo e Verônica Pereira Capa: Fabio Pupo Coordenação Regional Formação: Cléia Plácido, Fábio Amadeu Pupo, Janete Rodrigues, Roger Muniz, Verônica Pereira, Zina Filler e Iniciação Aica
  • 4. Índice INTRODUÇÃO I) AÇÕES INTERNAS 1. Divulgação .................................................................................................................... 07 2. Primeira Semana de Formação e Acolhimento ................................. 09 3. Semana de Formação Julho.............................................................................11 4. Diagnóstico de Implantação ............................................................................ 12 5. Reuniões Gerais.........................................................................................................16 6. Reuniões com Nac´s e Coordenadores de Equipamentos ......... 19 7. Encontros com Funcionários e Terceirizados....................................... 21 8. Ensaio de Pesquisa-Ação..................................................................................... 23 9. Encontro de Famílias..............................................................................................24 10. Ações Culturais .......................................................................................................... 35 II) PARCERIAS 1. Mawaca............................................................................................................................45 2. Fundação Bienal.........................................................................................................46 3. MIB – Mapa da Infância Brasileira ...............................................................48 4. Museu Afro Brasil .....................................................................................................51 III) AÇÕES DE COMUNICAÇÃO 1. Revista Piapurú edição 2016...........................................................................54 2. Link´s.. ...........................................................................56 2
  • 5. IV) AÇÕES DE ESTRUTURAÇÃO E LEGITIMAÇÃO 1. Parâmetros..................................................................................................................................58 2. Pesquisa de Impacto pelos Familiares ...................................................................73 3. Seminário Processos Artísticos: Contextos de Resistência .................... 78 4. GT da Lei .....................................................................................................................................81 5. Carta Manifesto ...................................................................................................................... 84 V) ANEXOS 1. Descrição das Oficinas da VI Semana de formação de Julho................ 90 2. Avaliação da VI Semana de Formação de Julho.............................................. 95 3. Programação da Parceria com Grupo Mawaca..................................................99 4. Pesquisa de Impacto Instrumental de Avaliação .........................................105 5. Termo de Adesão .................................................................................................................107 6. AcamPiá...................................................................................................................................... 111 3
  • 6. 3º Caderno de Formação “Quem começa vira uma criança. Olha para tudo como se fosse a primeira vez e vê as coisas sem seus nomes e funções conhecidas. (...).O começo não quebra, não tem falhas, é um bloco de alegria. Mesmo que as coisas sejam feitas tateando-se, sem certeza, sem razão, ainda assim elas são cabais. Cada passo mínimo que se dá já é completo. Pode ser que haja choro e temor, mas será com intensidade. Uma intensidade que dificilmente se sentirá outra vez. É por isso que o começador criança não quer outra coisa senão o começo.” Naomi Jaffe Livro dos Começos Desde 2014 ao final de cada edição um dossiê das ações realizadas no ano é escrito. Tal como o deus romano Janos, deus das decisões e das escolhas, que com sua dupla face simboliza o passado e o futuro, os começos e os términos este dossiê tem como objetivo este duplo olhar. E quão rico é ver como apesar das intermitências e dificuldades do programa, o PIÁ a cada ano realiza tantas coisas belas e potentes para todos seus envolvidos – crianças, adolescentes e artistas educadores. Neste ano de 2016 os coordenadores regionais de formação entenderam que o programa tinha suficiente experiência e maturidade para elaborar com mais nitidez sua estrutura de funcionamento. Assim, foram escritos seus parâmetros e seus valores. O PIÁ está amadurecendo e para isto é necessário construir estruturas que permitam um crescimento saudável, um entendimento comum entre seus participantes para ampliar seu diálogo com a comunidade e realizar parcerias frutíferas. Quem se aproxima do PIÁ, sejam pessoas ou instituições, se espanta, se admira, se encanta. “Como é possível funcionar com tanta diversidade, potência e coerência?” E a resposta só pode ser: “muito trabalho, comprometimento e entusiasmo de seus participantes”. E cabe a nós, Coordenadores Regionais/ Formação formalizar isto, entre outras atribuições, através deste Caderno de Formação. 4
  • 7. Fazer este sobrevôo retrospectivo é um privilégio e a confirmação de que para reiniciarmos cada nova edição é preciso rever o quanto construímos e avançamos. Assim nesta edição de 2016 realizaram-se várias ações onde destacamos: Uma Semana de Formação no início da edição preenchendo uma lacuna há muito demandada pelos artistas educadores e realizada pela primeira vez neste ano. Enquanto a sua tradicional Semana de Formação no mês de julho ocorreu de forma mais ampla, temática e localmente descentralizando suas propostas por vários equipamentos da cidade. Destacam-se também ações junto aos familiares, que também demandavam uma participação mais ativa. Assim, foi criada uma Pesquisa de Impacto, um Abaixo Assinado com mais de 1500 assinaturas para que o PIÁ continue e tenha seu início junto ao calendário escolar, e três encontros com participação crescente: de 17 a 400 pessoas no encontro final em novembro no Museu Afro Brasil. Não por acaso o tema do encontro foi: “Re-existir é preciso.” Também é importante ressaltar a elaboração do projeto de lei que, juntamente com o programa Vocacional conseguiu importantes avanços na Câmara de Vereadores. E agora torcer para que o começo da edição de 2017 se inicie brevemente com a alegria, os aprendizados destas experiências e a intensidade que as crianças possuem em cada momento de descobertas no seu viver. Como diz a escritora “o começador criança não quer outra coisa senão o começo.” Vida longa ao PIÁ! Zina Filler Coordenadora Regional /Formação ( regiões centro, leste) 5
  • 9. 1. Divulgação A cada ano a criação das imagens é realizada pelos Artistas Educadores e a divulgação fica a cargo deste e dos Equipamentos, já que os materiais não são fornecidos pela Secretaria. Esta é uma das formas, sendo que cada equipe tem autonomia de criar a sua divulgação de acordo com o perfil de cada local. 7
  • 10. 8
  • 11. 2. Primeira Semana de Formação e Acolhimento Pela primeira vez teve duração de uma semana e manteve o seu caráter interno; com o objetivo de acolher e apresentar a edição para a Equipe e aproximar todos os participantes das práticas, pensamentos e Princípios. Nela houve uma pluralidade de vozes, formatos e conteúdos coerentes com o Programa. 9
  • 12. 10
  • 13. 3. VI Semana de Formação Julho Como vem acontecendo desde 2011, esta semana (11 a 16 de Julho) contou com a participação espontânea de alguns membros do Programa e de convidados cujas práticas dialogam e vem de encontro com questões que emergem no dia a dia das equipes. Esta, como nos anos anteriores teve caráter público o que difere da Primeira Semana. A descrição das oficinas encontra-se em anexo. 11
  • 14. 4. Diagnóstico de Implantação Assim como no ano anterior, houve a necessidade de realizar um diagnóstico o qual permitiu ter uma visão crítica, apontando as falhas quanto à intermitência, à forma de contratação, à forma de ampliação, as quais desestabilizam a estrutura do Programa. Período de início das atividades com as crianças e adolescentes Com as recentes conquistas do Programa, como: a semana de formação inicial para os artistas e outras reuniões, podemos constatar pelo gráfico abaixo, que as turmas efetivamente iniciaram suas atividades entre 3 e 4 semanas após as primeiras reuniões (8 de abril reunião geral). O gráfico mostra que na semana do dia 25 de abril, 25% dos equipamentos iniciaram suas atividades e, a grande maioria dos equipamentos 53%, iniciou na semana de 2 de maio, somando um total de 78%. É importante ressaltar que apenas 6% dos equipamentos iniciaram suas atividades na data divulgada pela Secretaria. 12
  • 15. Esses dados indicam que para o Piá funcionar com sua ética, responsabilidade e características (aulas com 2 artistas simultaneamente por turma, mapeamento da região, divulgação, afinação da equipe, diálogo com os responsáveis do equipamento entre outros) e diferentemente de outras contratações como oficinas, os artistas contratados para atuação no Piá, necessitam, no mínimo, de 3 semanas de preparação e afinação com os princípios do Programa, após a semana de formação. Duplas e Quartetos O gráfico indica que nesta edição, apenas 60% das equipes atuam nas características fundamentais do Piá – um quarteto de artistas. Este dado alarmante demanda um olhar cuidadoso para que o Programa não se descaracterize nas futuras edições. 13
  • 16. Faixas etárias Foram implantadas 194 turmas, sendo aproximadamente 37% de 5 a 7 anos, 36% de 8 a 10 anos e 27% de 11 a 14 anos, mostrando um equilíbrio nas faixas etárias atendidas, com ligeiro declínio entre os adolescentes. 14
  • 17. Questões de contratação Neste ano foram contratados 126 artistas no geral, destes contratos, 27 (21,4%) apresentaram questões que atrasaram as suas contratações. As causas foram múltiplas: atrasos no envio de documentos, digitalização no sistema de contratos, perfis de contratados inadequados ao Programa, dificuldades internas de comunicação com os artistas, etc. Todos esses fatores não invalidam esta preocupante porcentagem. As reverberações se fazem sentir: tanto para os artistas criando instabilidades, quanto (isto é mais grave) para as crianças e adolescentes atendidos pelo Programa. 15
  • 18. 5. Reuniões Gerais Nesta edição foram realizadas 7 reuniões com temas pertinentes a cada momento do Programa – 11 de abril, 5 de junho, 16 de julho, 12 de agosto, 2 de setembro, 7 de outubro e 25 de novembro. Sala Paissandu 1ª reunião Tendal da Lapa última reunião desta edição 16
  • 19. ATA 3ª Reunião Geral Local: Tendal da Lapa (espaço do anfiteatro) Data:15/07/ 2016 Participantes: 95 artistas do programa, ou seja, 76% dos contratados. A 3ª reunião geral ocorreu dentro da Semana de Formação que teve como tema norteador “Outros Lugares” Primeiramente o quarteto que atua no Tendal deu as boas vindas à equipe e fez uma breve apresentação do local. Depois convidou os participantes a observarem os registros realizados na pesquisa “Terapiá” da equipe do CEU Butantã. (o que o programa PIÁ, te transformou em uma palavra :antes e depois) Depois foi feita uma avaliação da Semana de formação com a seguinte questão norteadora: ”O quanto a semana de Formação contribui para a sua pesquisa artístico pedagógica no programa?”. Várias pessoas se colocaram trazendo as seguintes contribuições: - “Foi maravilhoso” poder mapear as diversas problemáticas. - Fez uma integração entre a vida pessoal e a prática artística pedagógica. - A oficina da Stela Barbieri apesar de bela apresenta contradições: o espaço não permite toda a experimentação que ela propõe, ainda persiste um pensamento museológico conceitual; na ficha técnica as nomeações dos colaboradores não dão conta das questões da arte contemporânea. - Levantaram-se algumas questões da arte contemporânea. - Foi trazida a questão da violência vivida de diferentes formas pelas crianças na contemporaneidade, além das violências de gênero, racial, e como elas são “empacotadas” e apresentadas para as crianças nas nossas práticas no programa. -Foi valorizada a contemplação na semana de temas delicados e difíceis, que não estavam presentes nas edições anteriores. Alguns acrescentaram que estas questões reveladoras teriam um efeito de ‘cura’. - “Como é importante ter no coletivo a acolhida dos erros para ter força de enfrentá-los”. - Ficou colocada que a semana ampliou a percepção para além do artístico; trazendo posicionamentos políticos. 17
  • 20. - Para alguns a Semana trouxe ”pequenas coisas, detalhes fundamentais” que nunca tinham sido pensados com mais cuidado. Por exemplo, a questão da publicação de fotos das crianças nas redes sociais, - “Desde o ano passado a Formação em julho é formativa mesmo, de verdade; não é só o lúdico, o poético, o artístico”. -“São assuntos que nos atravessam”. “São questões sociais que estão nos tocando e ainda não foram resolvidas em nós mesmos; por isso precisamos buscar nossas curas.” - “É importante trocar informações, compartilhar; diminui as dificuldades”. - “O Programa está em consonância com a Vida, com as questões da Sociedade. E é preciso pensá-las com os princípios transversalizando estas questões”. - Falou-se do PIÁ como um programa que descoloniza espaços e pensamentos. - Falou - se também do amadurecimento e transformação da própria semana de formação ao longo da história do programa. - Houve diferentes e vários agradecimentos para as equipes propositivas. - Foram trazidos questionamentos sobre os ensaios de pesquisa-ação, os formatos das reuniões gerais. - E levantou - se as questões sobre contratações e suas dificuldades: atrasos no pagamento, desligamento de artistas grávidas. A avaliação da semana terminou com a voz de uma criança trazida por um artista (Ítalo) numa gravação em um encontro: (“ Quem dança é do mundo / quem não dança é crente” .Risadas da criança evidenciando seu desejo de se expressar dançando e burlar este universo coercitivo ). Foi trazido também um breve relato sobre o GT de Comunicação e o GT da Lei. E finalmente a reunião terminou com várias listas passadas para que os artistas se engajassem em GT´s temáticos, já que emergiu o desejo de continuidade das discussões. 18
  • 21. 6. Reuniões com NAC´S/coordenadores de Equipamentos Logo após a implantação do Programa nos Equipamentos fizemos uma avaliação que resultou no diagnóstico apresentado neste caderno, em seguida achamos necessário marcar o quanto antes uma reunião com os Coordenadores de Equipamento para avaliarmos a chegada do Piá. PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA 2016 REUNIÃO COM COORDENADORES DE EQUIPAMENTOS 23 de Junho Demanda por Faixa-Etária NUMERO DE TURMAS POR FAIXA ETÁRIA REGIÕES 5 A 7 ANOS 8 A 10 ANOS 11 A 14 ANOS T O T A L NORTE 6 7 5 LESTE 2 NOROESTE 12 15 7 LESTE 1 E 3 11 13 11 SUL 1 E 3 10 6 4 SUL 2 10 9 5 CENTRO E LESTE 13 9 6 T O T A L 1 2 3 INICIO DAS ATIVIDADES FORMAÇÃO DAS EQUIPES T O T A L 5 4,5 CENTRO E LESTE 4 3,5 SUL 2 3 2,5 SUL 1 E 3 2 1,5 QUARTETOS 1 LESTE 1 E 3 DUPLAS 0,5 0 SEMANA 16/05 NOROESTE SEMANA 2/05 SEMANA 18/04 LESTE 2 NORTE 0 5 10 15 20 SEMANA 18/04 SEMANA 25/04 SEMANA 2/05 SEMANA 9/05 SEMANA 16/05 OUTRAS DATAS 19
  • 22. No segundo semestre em nosso segundo Encontro com os Coordenadores de equipamento, nosso objetivo foi o de fortalecer as parcerias, apresentar os valores, falar sobre a criação de parâmetros e reafirmar nossos Princípios. PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA 2016 REUNIÃO COM COORDENADORES DE EQUIPAMENTOS 29 de Setembro VALORES Ética: o respeito e o diálogo entre todos os participantes e com o caráter público do Programa. Prospecção: o entendimento de que todas as ações no programa são precedidas por reflexões e aprofundamentos. Transversalidade e Pluralidade: a disponibilidade ao diálogo em todas as ações e reflexões do programa. PARÂMETROS PRINCÍPIOS  Ludicidade    Experimentação    Processo criativo    Temporalidades    Pertencimento    Interlinguagem    Ações compartilhadas  PESQUISA SOBRE O IMPACTO DO PROGRAMA Com os diferentes atores que compõem sua estrutura: crianças/adolescentes familiares artistas educadores gestores/coordenadores dos equipamentos 20
  • 23. 7. Encontros com Funcionários e Terceirizados O Encontro Com os Funcionários dos equipamentos é uma ação que vem se ampliando à fim de estabelecer uma compreensão dos princípios de atuação dos programas. Formação com os funcionários – CEU Cantos do Amanhecer Formação com os funcionários – CEU Cantos do Amanhecer 21
  • 24. Formação com professores – EMEF Fontelle 22
  • 25. 8. Ensaio de Pesquisa-Ação PROPOSTA: ENSAIOS DE PESQUISA AÇÃO PARA EDIÇÃO PIÁ 2016 Coerente com o pensamento processual de todas as ações do programa PIÁ a equipe de coordenadores regionais /formação propõem para esta edição de 2016 a elaboração do ensaio em três momentos do programa. Tomando a forma clássica das estruturas musicais de uma ‘sonata’, é esta busca de um tempo dilatado para uma maior reflexão, contraponto aos tempos de demandas urgentes. E também, uma forma concreta de compartilhamento ao se agendar no calendário deste ano as datas para discussões e trocas com suas respectivas equipes nas reuniões de 6as feiras. Então “SÓ NATA”, ou a nata das reflexões a partir das experiências vividas pelos artistas educadores nos diferentes encontros com as crianças/jovens. 1º tempo: “Andante” - 17 de junho (primeiras reflexões). 2º tempo: “Adagio Profondo” - 26 de agosto (aprofundamento das reflexões após a semana de Formação de julho). 3º tempo: “Allegro ma Non Troppo” – 4 de novembro (a alegria comedida nas últimas reflexões). Carga horária: 21 hs distribuídas durante 7 meses ( a partir de maio a novembro ; 3hs/mês ) 23
  • 26. 9. Encontro de Famílias O Olhar das Famílias sobre o Piá e suas Articulações/Julho Este primeiro Encontro se deu na Programação da VI Semana de Formação. Local: Biblioteca Hans Christian Andersen Data: 16 de julho de 2016 Participantes: Coordenadores do PIÁ: Fabio Pupo, Janete M. Rodrigues, Guilherme de Almeida, Samara Costa e Zina Filler. Artistas educadores do PIÁ: Cleide Mariano, Denise C. M. Barreto, AdrianaN. Corso, Ana S. Santana, Frederico N. Dale, Solange Moreno, Fabiana dos Santos Louro, Marcia Lucia de Santana. Andrea Manna Familiares: Jefferson dos Santos Rodrigues, Cristina Sanda, Elaine de Cassia M. Zucchi, Andréa Manna, Francisca de Andrade Silva. Esta primeira reunião é uma continuidade da demanda surgida no encontro de pais da biblioteca Hans no dia 18 de junho como um desejo de participação e contribuição mais efetiva para a continuidade do programa e busca de soluções para suas dificuldades recorrentes a cada edição. 24
  • 27. Na 1ª parte foi sugerida e realizada por um dos pais presentes (Jefferson) uma ciranda com cantos para integração da equipe e uma prática lúdica coerente com os encontros realizados entre os artistas e as crianças no PIÁ. Na 2ª parte foi feita uma roda de conversa onde algumas questões e proposições foram levantadas: - “Como podemos ajudar o PIÁ a continuar e a não desaparecer”? - “Porque a divulgação é tão precária”? - “Gostaríamos que o início fosse junto com o período escolar”. - “Não queremos que acabe”. - “Estou cansada de ouvir ‘é assim mesmo’. - Na semana de formação a fala do Sr. Braz da comunidade de Heliópolis mostrou que é a participação coletiva, a pressão da comunidade é que podem efetivar mudanças independentemente da validação do poder público. - Foi trazido o exemplo da associação de pais da EMIA como um importante grupo para a manutenção e continuidade da escola. - Foi salientada a importância da criação de ações com simplicidade e consciência para efetivação do grupo. - Foram compartilhadas as últimas ações na Câmara Municipal para a construção da Lei que legitime o programa como uma política pública continuada de formação para a cultura e infância; assim como a situação precária na atual administração da Secretaria de Cultura municipal. - Foi salientada a importância do programa atuando de forma descentralizada nos equipamentos e o desejo de expansão desta política pública. -Foi apresentada a importância da criação de um diagnóstico do impacto do programa para criação de indicadores qualitativos; e a importância da contribuição dos familiares para esta pesquisa. - Foi distribuído o questionário relativo aos pais/familiares para construção do diagnóstico. - Foi agendado um próximo encontro em 24 de setembro. Foi sugerido um local mais central (Olido? biblioteca Monteiro Lobato?) para ampliar a participação de familiares de outras regiões da cidade. Foi também sugerido um representante da Associação de pais da EMIA para nortear a efetivação de uma associação de pais/familiares do PIÁ. 25
  • 28. b. Encontro de Famílias/Setembro Dando continuidade a participação dos familiares na legitimação do Programa, realizamos um segundo Encontro no Centro Cultural São Paulo. 26
  • 29. ATA: 2a reunião de familiares de crianças e adolescentes do PIÁ e Artistas orientadores e coordenadores do programa. Local: Centro Cultural São Paulo (sala de debates) Data: 24 de setembro de 2016 (14hs às 17hs) Tema geral da reunião: Estratégias para a continuidade e fortalecimento do PIÁ Participantes: 81 entre familiares e artistas do Programa Pauta: -Agradecimento e apresentações, - Contextualizações: -externa: associação de pais da EMIA -interna: Projeto de lei, edital bienal. - Propostas: Abaixo-assinado. Pesquisa de impacto do programa - Avisos O coordenador Geral do PIÁ, Antônio, iniciou a reunião agradecendo a presença de todos. Em seguida todos se apresentaram (nome e equipamento onde participam). Inicialmente, Andreia Fraga, coordenadora da EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística) falou sobre a experiência, origem e importância da Associação de pais da EMIA. Ela salientou o início frágil, as várias turbulências pelas quais a escola passou nestes 35 anos de existência e como foi fundamental a participação dos familiares para a consolidação e a legitimação da escola diante do poder público. Neste longo percurso a escola foi um espaço de reconhecimento e aprendizagem da cidadania não só das crianças, mas dos familiares. Andreia afirmou que só a mobilização da comunidade vai poder assegurar a continuidade do PIÁ, principalmente em época de mudança de gestão como a que estamos vivendo atualmente. Apesar das diferenças entre o PIÁ e a EMIA (principalmente o fato de ter uma atuação descentralizada em diferentes equipamentos e regiões da cidade) ela acha muito importante este início de construção de mobilização. Uma associação pode ter um importante papel de representação legal, por ser uma pessoa jurídica, em determinados momentos com opor exemplo na Câmara Municipal de vereadores. Trouxe alguns exemplos de participação como festas juninas, bingos entre outros pequenos eventos entre outras formas de comunicação e de criação 27
  • 30. de redes de afetos. Afirmou que o começo é sempre difícil, mas que não se pode desanimar, pois o poder de contaminação é grande. Concluiu dizendo que o engajamento se faz na medida de cada um, de acordo com a disponibilidade pessoal, mas que este engajamento traz embutido um poderoso fator de transformação para todos envolvidos. Após sua fala houve um breve jogo de troca de lugares. Depois Fafi falou sobre a construção da PL junto com o programa Vocacional e com a assessoria do vereador Nabil Bonduki. Explicou a importância e os caminhos dentro da Câmara. Depois se abriu a roda para questionamentos e proposições dos familiares presentes. Entre as falas salientamos: - a indignação de uma mãe de uma criança participante no teatro Flavio Império quanto a forma de contratação dos artistas educadores no programa. Segundo ela um “absurdo” diante de “professores tão bem qualificados”. - Outro pai de uma criança participante na Biblioteca Hans C. Andersen trouxe sua indignação diante da fragilidade do PIÁ: “quero que o projeto PIÁ vire realmente um programa; estou cansado disto”. Para isto, ele acentuou a importância da presença e pressão na Câmara para a criação da lei que legitime o programa. E finalmente, foi lida por Zina a proposta do abaixo assinado criada pelos coordenadores do programa, assim como a pesquisa do impacto do PIÁ do ponto de vista dos familiares como mais um documento a ser entregue para a nova gestão pública. Estes documentos serão ainda distribuídos nos equipamentos para a coleta de mais assinaturas. O coordenador do NAC, Moisés, terminou falando da importância destes documentos, mas ressaltou o cuidado para que estes não sejam interpretados de formas equivocadas, Ao terminar foi avisado a todos a data do último encontro de familiares neste ano agendada para o domingo 27 de novembro. 28
  • 31. 3º Encontro Geral de Famílias Museu Afro Brasil /Novembro A escolha do Museu Afro Brasil como local para a realização do 3º Encontro Geral de Famílias, veio de encontro aos anseios e tema reverberado a partir da VI Semana de Formação ocorrida em julho. A parceria iniciou-se através de um contato telefônico em que foi marcada uma reunião entre o Setor Educativo do Museu e os Coordenadores Regionais; nesta ocasião, foi traçado a logística necessária à ação cultural futura. Em segunda reunião, todos os coordenadores incluindo os de Pesquisa-Ação participaram da Oficina “Impressões da Cor”, a mesma que foi incluída na programação do Encontro Geral de Famílias. Diante disso foi necessária, a participação de mediadores (participantes do PIÁ que se dispuseram à tal função). Neste ínterim, foram realizadas várias trocas telefônicas e por e-mail para afinar os detalhes. Finalmente, no dia 27 de novembro, ocorreu o encontro, o qual contou com a presença de aproximadamente 400 pessoas, entre Artistas Educadores e familiares vindos dos vários pontos da cidade de São Paulo. Esta grande Ação Cultural, a qual teve o maior número de participantes desde o início do Programa PIÁ, possibilitou a todas às crianças e familiares presentes, uma oportunidade de, além de fruírem do acervo do museu, de assistirem à uma contação de história, de participarem da oficina de artes plásticas, e também de se confraternizarem e se reconhecerem como integrantes do Programa. 29
  • 32. 30
  • 33. Contação de história – Aos pés do Baobá – Auditório Museu Afro Brasil 31
  • 34. Mediação – Museu Afro Brasil 32
  • 35. Oficina Impressões da Cor – Museu Afro Brasil 33
  • 36. Preparação para o Pic-Nic – Museu Afro Brasil 34
  • 37. 10. AÇÕES CULTURAIS DO PROGRAMA MÊS A MÊS Uma das características do Programa é a criação de ações culturais para além dos encontros entre Artistas Educadores e crianças/adolescentes. Cada equipe tem autonomia para efetivar essas ações de acordo com os processos criativos desenvolvidos nos encontros. Citamos alguns exemplos: MAIO Encontro Regional Leste I e III 35
  • 38. JUNHO Jantar com Famílias – Biblioteca Padre Anchieta Encontro de Famílias – CEU Lajeado 36
  • 39. SETEMBRO Flict – Feira Literária – Centro Cultura Cidade Tiradentes Flict – Feira Literária – Centro Cultura Cidade Tiradentes (Cortejo de Abertura) 37
  • 40. OUTUBRO Fotos: Lana Sultani – Pequeno Grande Festival - Tendal da Lapa 38
  • 41. Bienal – Crianças do Ceu Butantã, Bib.Monteiro Lobato e Tendal da Lapa Visita ao Planetário – CEU Azul da Cor do Mar Visita ao Planetário – Centro Cultural Cidade Tiradentes 39
  • 42. NOVEMBRO Encontro de crianças e famílias Final – Biblioteca Padre Anchieta Encontrão – EMEF Fontenelle 40
  • 43. Encontro de Famílias – Biblioteca Alvares de Azevedo Exposição CEU São Matheus 41
  • 44. Encontro de Famílias - CEU São Matheus Cine PIÁ na Parede - CEU Lajeado 42
  • 45. Ação Cultural Visita ao Parque Núcleo do Engordador Biblioteca Narbal Fontes e Alvares de Azevedo 43
  • 47. 1. Mawaca Olá a todas e todos! O grupo Mawaca (http://www.mawaca.com.br/) inicia no próximo dia 28 de maio uma série de oficinas em seu estúdio. Com o apoio do edital do PROAC, este ano eles puderam oferecer oficinas gratuitas para professores de rede pública e ONGs e com valores acessíveis para os demais interessados. O Mawaca ao realizar uma parceria com o PIÁ, está oferecendo 10 vagas gratuitas em cada oficina para os Artistas Educadores do programa, totalizando 60 vagas nas seis oficinas. Como contrapartida cada AE tem o compromisso de compartilhar o conhecimento entre as equipes e com as crianças, ou seja, com os demais integrantes do PIÁ. A seleção será feita por ordem de inscrição e os 10 primeiros inscritos em cada oficina serão contemplados. O grupo Mawaca dá preferência à artistas que tenham interesse nos temas das oficinas e disponibilidade musical e corporal. As oficinas acontecerão sempre aos sábados, portanto, é importante que quem não puder ir não se inscreva. Haverá uma lista de espera caso ocorra alguma desistência. AS INSCRIÇÕES SERÃO ABERTAS NO DIA 19, QUINTA FEIRA, ÀS 9H E SE ENCERRARÃO NO DIA 22, DOMINGO ÀS 20H. Para efetuar a inscrição, basta acessar o link e preencher o formulário: http://goo.gl/forms/97HTK3d2dD Para cada dia de participação das oficinas haverá um show também gratuito. A programação segue em anexo. Atenciosamente, Val Lima Coordenadora Geral PROGRAMAÇÃO VIDE ANEXO. 45
  • 48. 2. Fundação Bienal A Fundação Bienal de São Paulo e o Programa de Iniciação Artística – PIÁ têm o prazer de convidá-lo(a) para o Laboratório com base na publicação educativa Incerteza viva - Processos artísticos e pedagógicos - 32ª Bienal de São Paulo. Intitulado Estados da Infância na Arte Contemporânea o laboratório discute como a infância habita os trabalhos de arte contemporânea, a partir da análise das obras dos artistas Felipe Mujica, Francis Alÿs e Lourdes Castro, presentes na publicação educativa. Serão abordados os encontros entre as formas de criação e de envolvimento com crianças e os estados de encantamento, próprios ao campo da incerteza e da investigação. A mesma ação acontece nos dias 19 e 26 de agosto na Biblioteca Monteiro Lobato. Inscreva-se no LINK 19 de agosto • 10h às 13h / 26 de agosto • 10h às 13h Biblioteca Monteiro Lobato - Rua General Jardim, 485 Vila Buarque, São Paulo - SP Evento gratuito Informações: difusao@bienal.org.br - Sobre a 32ª Bienal de São Paulo - Incerteza viva - Sobre as Ações de Difusão da Bienal em 2016 46
  • 49. Formação Bienal – Biblioteca Monteiro Lobato No começo de junho a coordenadora de pesquisa/ação entrou em contato com o pessoal da Fundação Bienal de São Paulo para ver a possibilidade de estabelecer uma parceria através de uma formação com os artistas educadores do Programa. O encontro de formação intitulado “Estados da Infância na Arte Contemporânea”, aconteceu nos dias 19 e 26 de agosto na biblioteca Monteiro Lobato. Discutiu-se relações entre a infância e os trabalhos de alguns artistas como: Felipe Mujica, Francis Alÿs e Lourdes Castro, presentes nesta edição da Bienal. A Fundação Bienal se encarregou de toda a estrutura de inscrições, emissão de certificados, bem como presenteou cada um dos participantes com o material do educativo da 32ª Bienal de nome “Incerteza Viva”. 47
  • 50. 3. MIB – MAPA DA INFÂNCIA BRASILEIRA Desde 2015 através de um curso do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc foi estabelecido um contato com a antropóloga Adriana Friedmann no qual tomamos conhecimento dessa plataforma. Neste ano houve uma continuidade e estreitamento dos vínculos, por meio da participação de alguns encontros que discutiam a infância na cidade de São Paulo. O mib é uma iniciativa que busca traçar as várias vozes da Infância Brasileira, desde Junho nós Regionais de Formação estivemos presentes nos encontros promovidos pelo mib representando o Piá, discutindo questões da Infância e seus desafios. 48
  • 51. 49
  • 52. 50
  • 53. 4. Museu Afro Brasil ATA: Mediação cultural com Museu Afro Brasil Data :29/09/2016 Local :Museu Afro Brasil Presentes: coordenadores do PIÁ: Antônio Siqueira, Cleia Placido, Janete Rodrigues, Fabio Pupo, Zina Filler e Neide Aparecida de Almeida – coordenadora do Núcleo de Educação Esta primeira reunião foi marcada para discutir a possibilidade de que o último encontro de familiares, que será realizado em 27 de novembro, pudesse ser no Museu com uma programação que incluísse as ações educativas do Museu Afro Brasil. Inicialmente todos se apresentaram, assim como os respectivos programas e ações. (PIÁ e Núcleo de Educação) e logo foi colocada a proposta temática do encontro: “Re – Existir é Preciso”. Neide disse ser esta uma temática muito pertinente, principalmente por ser no mês de novembro e próximo ao dia da Consciência negra (20 de novembro).Também colocou que a data era conveniente para as ações do museu. Ela apresentou em seguida algumas ações e ateliês que são realizados por eles; Ficaram acordadas algumas atividades para o encontro: - a ação “Aos pés do baobá” – contação de estória com músicas africanas através de instrumentos e brincadeiras sonoras oferecidas por um educador do museu. - o ateliê “Impressões da cor” - carimbos e pinturas em papel. - uma visita ao Museu com a escolha de algumas obras pontuais, seja da exposição permanente, seja da exposição temporária. No diálogo estabelecido surgiram desejos e reflexões comuns como: - o desejo de dessacralizar o museu e aproximar as famílias. 51
  • 54. - Aproximar as famílias (percebidas como um núcleo fundamental, mas de difícil acesso) através de formações e ações que estimulem a acessibilidade aos bens culturais assim como o sentido de pertencimento e cidadania cultural. Neste sentido pensar as famílias para além do binômio: individuo (visitante do museu) X instituição (grupos escolares). - Estabelecer entre os artistas do PIÁ e os educadores uma aproximação e troca de saberes e fazeres artísticos pedagógicos mais constantes durante o ano. Ficou agendado também um próximo encontro no dia 26 ou 27 de outubro, onde todos os coordenadores do PIÁ participariam das atividades que serão oferecidas para que no dia possam auxiliar os educadores do museu (estes serão, em princípio em três). Foi também pedido que o logo do museu estivesse no convite para registrar a parceria. E principalmente ficou o desejo de pensar e estabelecer mais diálogos para a construção de uma real parceria. Reunião de Planejamento para realização do 3º Encontro Geral de Famílias 52
  • 55. III) AÇÕES DE COMUNICAÇÃO 53
  • 56. 1. Revista Piapurú edição 2016 A primeira edição da revista do programa foi em 2013, onde cada equipe pode contribuir com uma proposta relacionada ao processo vivenciado com as crianças. Em 2014 a ideia constelações tratou de verbetes que dialogavam com as pesquisas e ações do Programa. No ano de 2015 e 2016 não houve verba para sua publicação, em breve será lançada uma versão on-line. 1ª Edição 2ª Edição Concepção da Edição de 2016 A Comissão da Revista PIAPURU apresenta a 3° edição da publicação de trabalhos do Programa de Infância e Arte (PIÁ) cujo tema é: A Criança em primeira pessoa: Um Olhar sensível sob os processos artístico-pedagógicos. Inspirados pelo Jornal “Voz da Infância” criado em 1936 por sugestão de Mario de Andrade e também pelas reflexões suscitadas em nosso Seminário “Processos Artísticos: Cidades e Infância(s)” realizado em 2015 em que a cultura da infância(s) foi amplamente abordada e discutida, o intuito da curadoria desta recente publicação foi o de revelar, 54
  • 57. a partir da contribuição do olhar sensível dos artistas educadores, a criança PIÁ num formato construído a partir da pluralidade de vozes e saberes dessas crianças que formam uma rede de convívio em contato com o programa. Daí não falar sobre ela, mas de certa forma fazer com que em cada texto, poesia, entrevista, brincadeira a sua voz e feição estivessem presentes num exercício antropológico de escuta e de sensibilidade. Dividida em cinco seções: “Crianças que Voam”, “Magias, Monstros e Abracadabras”, “Perguntas Comogônicas”, “Assuntos (In)Visíveis” e “Ações Compartilhadas” couberam ensaios, imagens, entrevistas, jogos e poesia muita poesia num exercício cosmogônico de revista recolhidas pelas equipes e artistas envolvidos no programa. Cada seção surgiu a partir da conjunção de poéticas advindas de PIÁs de regiões diversas. Como cada um vê partindo do seu interior e enxerga aquilo que faz parte do seu repertório emocional, das memórias afetivas da sua própria infância e dos seus valores e parâmetros? Através deste olhar também revela-se a criança interior de cada artista educador a exercitar o tempo de infância do pesquisador adulto (Friedman:2014). Como diria Bachelard: “uma infância que dura em nós e permanece como uma simpatia de abertura para a vida, permite-nos compreender e amar as crianças como se fossem os seus iguais numa vida primeira.” Para tanto a aspiração de ter uma revista em que a criança esteja realmente em primeira pessoa se configura neste olhar do artista educador, ele é a criança perene a olhar e brincar com outras crianças PIÁ em nosso quintal. A fim de atualizar a revista, outra face se impôs durante o aprofundamento de discussões de temas que nem sempre surgem quando se fala dessa “criança” muitas vezes idealizada, aproveitamos outras contribuições que surgiram e que deram um tempero mais questionador ao nosso caldeirão, artigos advindos de discussões das rodas de conversa sobre questões étnicas raciais, racismo, homossexualidade... Alexandre Mandu, Camila Feltre, Carmem Lazari, Claudio Gomes, Cléia Plácido, Marília Carvalho, Samara Costa e Tales Taloretto. Bibliografia: BACHELARD, Gaston - Poética do Devaneiro,pg.96.Martin Fontes, 1996. FRIEDMAN, Adriana - Um Olhar Antropologico por dentro da Infância. Território do Brincar: Dialogo com Escolas, 55
  • 58. 2. Links Em 2014 com o intuito de divulgarmos o Programa criamos um vídeo chamado O que é o Piá? com depoimentos de vários artístas, pais e crianças explicando o Programa. https://www.youtube.com/watch?v=ttNzgfJxvwA Já em 2015 com o filme Nas Trilhas do Piá, demos mais ênfase nos locais de atuação, além das falas das crianças, familiares e as pessoas envolvidas diretamente com o Programa. https://www.youtube.com/watch?v=ttNzgfJxvwA Em 2016 a ideia foi mostrar a diversidade dos Processos Artísticos através de breves vídeos: Estalos – vídeos de vários Equipamentos mostrando o trabalho das crianças e dos Artistas Educadores com duração de 1minuto a 1 minuto 30” https://www.youtube.com/watch?v=BvtUYy87rgA 56
  • 59. IV) AÇÕES DE ESTRUTURAÇÃO E LEGITIMAÇÃO 57
  • 60. 1. Parâmetros ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA PIÁ PARÂMETROS 2016 APRESENTAÇÃO DO PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA O PIÁ é um programa de formação voltado para crianças e adolescentes de 05 a 14 anos. A abordagem artístico-pedagógica do PIÁ relaciona processos artísticos e Cultura da Infância por meio da convivência entre artistas educadores crianças e adolescentes, considerando ludicidade, experimento e realidades sociais e culturais. A proposta do programa é fundamentada pelos princípios que norteiam as ações de todos os artistas educadores em suas diferentes funções. (Vide anexo) Diante da diversidade de formações dos artistas, de territórios, de equipamentos, de realidades, os Coordenadores Regional de Formação consideram necessária a criação de acordos comuns para que o programa não se descaracterize e seja coerente com os seus princípios. Para além do atual funcionamento da edição de 2016 estes acordos servirão de base para o regimento interno do programa. I. VALORES a) Ética: o respeito e o diálogo entre todos os participantes e com o caráter público do Programa. b) Prospecção: o entendimento de que todas as ações no programa são precedidas por reflexões e aprofundamentos. c) Transversalidade e Pluralidade: a disponibilidade ao diálogo em todas as ações e reflexões do programa. 58
  • 61. II. ESTRUTURA Para que o programa funcione em sua potência, se faz necessário reuniões/encontros em vários formatos e instâncias, já que se trata de um programa cuja essência é de formação interna e externa. a) Equipe de Artistas Educadores Na sua essência cada equipe é formada por 4 Artistas Educadores de diferentes linguagens e trajetórias artístico-pedagógicas presentes nos equipamentos. Dentro desta estrutura, se formarão duplas que terão encontros de 3 ou 2 horas (de acordo com as faixas etárias) semanais com crianças/adolescentes. b) Equipe de Coordenadores O Programa conta com uma equipe de 14 Coordenadores de Pesquisa-Ação, 7 Coordenadores Regionais de Formação e 01 Coordenador Geral, cujas funções serão descritas abaixo: c) Funções c.1. Coordenador (a) Geral: O (a) coordenador (a) geral do programa tem por função fazer o planejamento da edição vigente, orientando a implantação do programa nos diversos equipamentos e fazendo valer a estrutura apresentada nestes parâmetros. Para tanto o (a) coordenador (a) poderá se orientar à partir dos seguintes itens: Propor o calendário para edição vigente, junto à diretoria da divisão de formação, onde deverá constar as datas de início e término das atividades para coordenadores e artistas educadores, datas das semanas de formação (inicial e continuada), datas das reuniões gerais, sugestões de datas para encontros regionais e encontros com familiares, e também datas do seminário de formação externa. 59
  • 62. Definir junto à divisão de formação o número de equipamentos (continuidade ou exclusão de acordo com a avaliação e indicação de novos equipamentos) e alocar os coordenadores e artistas educadores, neste locais, respeitando a classificação no processo seletivo da edição vigente. Dialogar e mediar a assinatura do Termo de Adesão com todos os equipamentos. Alinhar os princípios e valores do PIÁ, junto à Divisão de Formação e Gestão de equipamentos. (NACs – CEUS / Gestão de Centros Culturais / Coordenadoria de Bibliotecas / Direção de escolas e Coordenadoria de Casas de Cultura). Articular junto a Divisão de Formação os meios de divulgação do Programa. Acompanhar junto às coordenações o andamento das equipes em suas diferentes atuações: Encontros com as crianças, ações culturais, encontros com familiares, e demais assuntos que exijam mediações no que tange o cotidiano da parceria entre o programa e os equipamentos públicos. Acompanhar e legitimar os documentos elaborados pela Coordenação Regional de Formação. Validar e encaminhar a proposta de avaliação dos contratados à Divisão de Formação e Gabinete da SMC. c.2. Coordenador (a) Regional de Formação A cada coordenador (a) ficam estabelecidas as seguintes funções: Mediar ações entre as várias instâncias internas e externas do programa nos momentos em que se fizer necessário, respeitando a autonomia de cada uma destas instâncias. Mediar ações entre equipes de sua respectiva região, evidenciando questões e temas emergentes (exemplos: seminários, reuniões gerais com familiares entre outros). 60
  • 63. Articular como uma equipe junto à Coordenação Geral, formando uma comissão normativa consultiva e deliberativa em reuniões periódicas. Articular ações entre Secretarias, Instituições de Ensino Superior, Instituições Culturais e outras Organizações Culturais e Educacionais conforme a Equipe de Regionais considerar de interesse artístico pedagógico para o Programa. Mapear os temas emergentes para construção das diversas ações do Programa tais como Semanas de Formação, Reuniões Gerais, Reuniões com os Coordenadores de Pesquisa-Ação e diagnósticos. Pesquisar e apresentar referências pertinentes aos processos artístico-pedagógicos (bibliografias, textos, autores, artistas, etc), em acordo com os Coordenadores de Pesquisa-ação, sempre que se fizer necessário. Desenhar junto à Coordenação Geral, planejamentos alinhados com os valores, princípios e os contextos de cada edição do Programa. Elaborar a escrita de documentos que estruturem, legitimem e visibilizem o Programa. c.3. Coordenador (a) de Pesquisa-Ação A cada coordenador (a) ficam estabelecidas as seguintes funções: Provocar e mediar a pesquisa e as ações dos artistas com as crianças e adolescentes. Acompanhar presencialmente e com a devida frequência, o trabalho desenvolvido com as turmas. Pesquisar e apresentar referências pertinentes aos processos artístico-pedagógicos das equipes (bibliografias, textos, autores, artistas, etc). Acompanhar, difundir e potencializar ações culturais da equipe no equipamento e no entorno. Mediar propostas em parcerias com a programação dos equipamentos, respeitando os processos artístico-pedagógicos das turmas, os princípios do programa e o cronograma de ações 61
  • 64. planejado pelas equipes, dando prioridade às ações que façam sentido principalmente para as crianças e adolescentes do PIÁ. Mapear espaços de cultura (casa de cultura, teatros, ateliês, grupos etc.), educacionais (escolas, ongs etc.), e afins (parques…) no entorno do equipamento que coordena, ampliando as possibilidades de trocas e colocando o PIÁ numa rede maior de alcance e atuação. Fortalecer as relações entre as diferentes instâncias de parcerias do Programa articulando ações com a Coordenação Regional - Formação. Realizar reuniões periódicas para fortalecer das relações com os equipamentos (com diretores, gestores, Núcleos de Ação Cultural - NACS, coordenadores de outros núcleos e funcionários em geral). Coordenar as reuniões semanais de equipe, bem como construir junto a elas os formatos, pautas e abordagens que sejam mais adequados às reuniões ao longo do ano. Colaborar e participar das reuniões semanais de Coordenação Artístico-pedagógica; reuniões mensais gerais; reuniões com os coordenadores de equipamentos e com familiares. Difundir as ações compartilhadas das equipes. Elaborar e executar juntamente com as equipes e os equipamentos, estratégias diversas de divulgação das ações do programa, tais como cartazes, filipetas, informes, convites e ações presenciais, conforme a necessidade e o contexto ao longo do ano. Orientar, auxiliar e conferir o preenchimento de instrumentais administrativos (listas, fichas de inscrição, relatórios, formulários, etc) pelos Artistas Educadores das suas equipes. Construir uma projeção de horas anual junto aos Artistas Educadores. Encaminhar mensalmente o banco de horas trabalhadas e as listas de presença das turmas para a Coordenação Geral. 62
  • 65. c.4. Artista-Educador (a) A cada artista educador(a) ficam estabelecidas as seguintes funções: Elaborar e desenvolver encontros com crianças e adolescentes para vivência de processos artísticos. Elaborar e desenvolver ações culturais que promovam o envolvimento entre o PIÁ e a comunidade. Mediar propostas junto à coordenação de pesquisa ação e em parcerias com a programação dos equipamentos, respeitando os processos artístico-pedagógicos das turmas, os princípios do programa e o cronograma de ações planejado em equipe, dando prioridade às ações que façam sentido principalmente para as crianças e adolescentes do PIÁ. Mapear espaços de cultura (casa de cultura, teatros, ateliês, grupos etc.), educacionais (escolas, ONGs etc.) e afins (parques, vias públicas, etc.) no entorno do equipamento, ampliando as possibilidades de trocas e colocando o PIÁ numa rede estendida de atuação. Participar das reuniões semanais de equipe; bem como construir junto a coordenação de pesquisa ação os formatos, pautas e abordagens que sejam mais adequados às reuniões ao longo do ano. Participar das ações de formação propostas pelas coordenações do programa. Participar das reuniões mensais gerais. Propor ações culturais tais como: visitas e acolhimento de artistas educadores de outras equipes; encontros no equipamento abertos a participação de familiares, funcionários e público em geral; recebimento de grupos externos (escolas e instituições culturais afins); ações de integração do programa como um todo. Elaborar e confeccionar, juntamente com a coordenação, materiais de divulgação, informes, autorizações e convites para as ações propostas durante o ano. 63
  • 66. Divulgar o PIÁ nas escolas e no entorno no início do ano, juntamente com coordenação de pesquisa ação. Manter atualizadas as listas de presença das crianças e preenchimento de ficha de inscrição. Construir uma projeção de horas anuais (encontros, ações culturais e reuniões) com a Coordenação de pesquisa- ação. Pensar com a Coordenação de Pesquisa-ação, instrumentais de comunicação entre equipe e equipamento, tais como pastas para consulta referentes ao programa, cadernos de notas em comum, grupos de comunicação virtual, redes sociais etc. Encaminhar mensalmente o banco de horas trabalhadas e as listas de presença das turmas para a coordenação de pesquisa-ação. III. REUNIÕES/ENCONTROS: Além dos Encontros com as crianças o Programa se constitui com diferentes reuniões obrigatórias semanais e mensais, dado seu caráter formativo. 1) Reuniões / Encontros entre Artistas Educadores do Programa a) Encontro com as crianças Encontro com crianças / adolescentes e dois artistas educadores uma vez por semana de 2h à 3h de acordo com a faixa etária, não seguem um conteúdo programático, pode ou não ter um planejamento prévio e sua realização é aberta a todos os conteúdos e contexto que emergem de cada encontro coerente com os princípios do Programa. b) Reuniões de Equipe (6as. Feiras 4 horas) Sabendo que um dos princípios norteadores do Programa são as ações compartilhadas enfatizamos que os encontros 64
  • 67. semanais das equipes ganham potência quando realizados conjuntamente entre todos os artistas da mesma equipe e que o local seja num dos próprios equipamentos para maior visibilidade e possibilidade de inserção e diálogo com as diferentes equipes de funcionários. Os objetivos destas reuniões são: Compartilhamento dos processos e das dificuldades encontradas nas suas práticas semanais (equipamento, famílias, funcionários, crianças e adolescentes, etc.); Compartilhamento de referências teóricas e autores, articulados com as práticas, que poderão também orientar a elaboração dos ensaios de Pesquisa-ação (Vide anexo) durante o ano; Planejamento dos encontros com as crianças e adolescentes; Avisos de ordem geral do Programa; Planejamento das ações culturais, encontros regionais, familiares e outros. c) Reuniões de Coordenadores (5ª feiras à tarde 3 horas) As reuniões ocorrem uma vez por semana com a participação dos Coordenadores Regionais, Coordenadores de Pesquisa- Ação e Coordenador Geral. Nelas se discutem e se articulam questões de: Planejamento geral, Temas emergentes das equipes e equipamentos; Temas provocadores de reflexão sobre a formação artística pedagógica interna para os artistas integrantes do Programa. Foi decidido por unanimidade que estas reuniões serão sobre assuntos de interesse geral. 65
  • 68. d) Reuniões de Coordenadores Regionais de Formação (4ªfeiras 3h/5ªfeiras 6h) As reuniões ocorrem as 4ª feiras durante 3hs pela manhã e nas 5ª feiras manhã e tarde sendo que pela manhã com o Coordenador Geral e a tarde conjuntamente com os Coordenadores de Pesquisa Ação. Nestas reuniões tratam-se questões de mediação articulação, mapeamentos, orientação de formação, planejamentos e elaboração de documentos. e) Reuniões Gerais (6ª feira 4h) De caráter obrigatório para todos os participantes do programa, terão os formatos e a periodicidade adequados aos diferentes momentos do Programa. Estas têm como objetivo: Traçar um panorama do Programa com suas questões referentes aos diversos momentos do mesmo: implantação, formações internas, intermitências e fechamentos anuais. Evidenciar o que existe de comum nas diferentes instâncias, compartilhando o olhar pulsante entre o micro e o macro do Programa. f) Reuniões Regionais Tem como objetivos o compartilhamento, fortalecimento e reconhecimento das ações nos respectivos territórios. g) Semanas de Formação Nesta edição o programa estabeleceu duas semanas de formação: A primeira logo no início do programa é de caráter exclusivamente interna e tem como objetivos: O acolhimento e a apresentação da edição para a equipe. 66
  • 69. A aproximação das práticas, pensamentos e princípios do programa. A segunda semana continuada de formação realizada em julho tem um caráter aberto aos públicos interessados e tem como objetivos: Trocas de processos, discussões de temas emergentes e uma reflexão sobre o próprio programa no seu contexto de edição. Ela conta com proponentes voluntários tanto dos artistas educadores do programa e convidados. 2) ENCONTROS ABERTOS COM OUTROS PARTICIPANTES DO PROGRAMA. a) Encontro de Famílias Essa estrutura foi tomando um caráter cada vez mais fundamental para o Programa tornando-se um pilar constitutivo do mesmo. Ele se realiza em três formatos: Encontro dos Artistas Educadores, Coordenadores do Equipamento com os familiares das crianças e adolescentes. É realizada duas ou três vezes ao ano de acordo com o planejamento de cada equipe. O objetivo é fazer com que os familiares conheçam, aproximem-se e compartilhem os processos artísticos pedagógicos realizados com as crianças. Encontro Geral entre todas as Famílias normalmente no último mês da edição, com o objetivo de dar uma visibilidade ampla do Programa e realizar uma ação cultural integradora entre todos os participantes. Encontro da possível Associação de Famílias. Este ano pela primeira vez houve uma demanda por parte de alguns familiares de um desejo de participação e contribuição mais efetiva para continuidade do Programa e busca de soluções para as dificuldades recorrentes a cada edição. 67
  • 70. b) Encontro com NAC´s e Coordenadores de Equipamento Conta com a participação dos Coordenadores: Geral, Regional e de Pesquisa-Ação, ocorrendo de duas a três vezes ao ano com o objetivo de: afinar, diagnosticar e discutir a participação do Programa nos Equipamentos. c) Encontro de Funcionários Terceirizados dos Equipamentos É um processo de mediação entre os artistas-educadores, Coordenadores Pesquisa-Ação, Regional e Coordenadores de Equipamentos. Com os objetivos de aproximar, compartilhar, conhecer as práticas artístico-pedagógicas das equipes e dissolver possíveis conflitos que possam emergir deste contato. 3) OUTRAS FORMAS DE ESTRUTURAS a) Grupos de Trabalho: Composto por Coordenadores e Artistas Educadores de acordo com as afinidades temáticas pertinentes ao Programa. Ex.: Revista, Comunicação, lei, seminário e outros. IV. MODOS OPERANDIS A fim de afirmar o comprometimento e a responsabilidade dos artistas envolvidos nas diferentes práticas do Programa ficam estabelecidas algumas normas quanto a: A) ESTRUTURA a) Chamamento: Artistas Educadores: Deverá ser feito de acordo com a ordem classificatória no credenciamento do edital. Os primeiros classificados de cada linguagem serão chamados conjuntamente para contratação nos equipamentos; após os segundos e assim sucessivamente. 68
  • 71. Coordenadores: Se dará de acordo com a ordem classificatória, opção indicada na inscrição, disponibilidade e perfil e experiência no próprio programa. b) Contratação: Após o chamamento, todos os artistas assinarão o contrato desde que a apresentação de todos os documentos previstos no edital estejam aprovados pela Secretaria Municipal da Cultura. c) Desligamento Caso de desligamento do Programa a pessoa deverá apresentar carta de comprometimento de 30 dias de trabalho, com um mês de antecedência. Caso isto não ocorra o contratado não receberá o mês trabalhado e será cobrada a multa de 5% sobre o valor total restante do valor total da nota de empenho. (Vide edital) d) Faltas O(A) contratado(a) deverá comunicar ao Coordenador(a) com antecedência mínima de 1 mês as ausências programadas. Cabe ao contratado(a) resolver junto à equipe a substituição e comunicar a todas as instancias de coordenação. e) Atrasos Devem ser comunicados o mais brevemente possível a sua dupla, por respeito e ética aos envolvidos (dupla, crianças) caso ultrapasse 15 min. deverá ser compensado. 69
  • 72. f) Turmas (composição) As turmas de cada faixa etária serão compostas de 15 (quinze) crianças ou até 20 (vinte) quando acordadas com a Coordenação de Pesquisa-Ação e os Artistas Educadores. g) Turmas (desligamento das crianças) Após 3 (três) faltas consecutivas sem aviso, justificativa ou doença, os artistas deverão contatar os responsáveis, para avaliar a situação e tomar as medidas cabíveis. Casos não justificados a criança será desligada do Programa. É importante registrar as causas do desligamento, na lista de chamada e na ficha: - mudança de endereço - doença - sem suporte para vir ao encontro - desinteresse - incompatibilidade com as práticas artístico-pedagógicas do Programa - incompatibilidade com o Artista - mudança no horário escolar, incompatível com a grade oferecida pelo Piá. Após o desligamento outras crianças poderão ser chamadas a partir de uma lista de espera para preenchimento das vagas. h) Fichas de Inscrição Fornecidas pela Secretaria, deverão estar em local definido e acessível, tanto para as equipes do Programa quanto para as Coordenações do Equipamento. 70
  • 73. Deverão obrigatoriamente ser preenchidas e assinadas pelos responsáveis, como condição para participação no Programa. i) Termo de Adesão (vide anexo) B) ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO a) Ações Culturais Criadas e realizadas pelas equipes (artistas educadores e ou coordenadores) podem ter uma diversidade de formatos, locais e públicos, desde que, em diálogo com os princípios, os valores e principalmente os processos artísticos desenvolvidos nas turmas. b) Formações e Ações Compartilhadas As formações e ações compartilhadas externas propostas pelos artistas educares ou coordenadores em diálogo com os princípios do programa, serão contabilizadas no banco de horas desde que validada pela Coordenação Geral do Programa. c) Parcerias As parcerias propostas, seja pelos Artistas Educadores ou Coordenadores, serão bem-vindas desde que em diálogo com os princípios do programa e validadas pela Coordenação Geral do Programa. d) Produções Teóricas sobre o Programa (artigos,TCC´s, etc.) Os artistas que tiverem ou quiserem divulgar suas produções teóricas em nome do Programa deverão informar antecipadamente a Coordenação Geral do Programa. Quanto à escrita sobre o Programa em qualquer formato é de responsabilidade do próprio artista. e) Ensaio de Pesquisa-Ação Coerente com o pensamento processual de todas as ações do Programa a elaboração do ensaio se desenvolverá em três 71
  • 74. diferentes momentos do programa, buscando com isso, um tempo dilatado de reflexão e de compartilhamento ao se agendar no calendário as datas para discussões e trocas com suas respectivas equipes nas reuniões de 6as feiras. Carga horária: 21 horas distribuídos durante os meses de vigência de cada edição. PRINCÍPIOS  Ludicidade: A relevância da brincadeira e do jogo, nas maneiras de ser e estar no mundo, e em relação ao outro.    Experimentação: A valorização da descoberta de si e do mundo, promovida pela experiência estética e seus contexto de expressão, repertórios e vivências.    Processo criativo: A provocação dos acontecimentos criativos relacionando arte, infância e cotidiano, como parte de um processo dinâmico, em constante transformação, de sensibilidade e acolhimento.    Temporalidades: A percepção dos ritmos, pulsações e estados de cada encontro artístico-pedagógico, com o cuidado em preservar os tempos próprios da criança e do adolescente.    Pertencimento: A participação ativa e a apropriação da vivência de processos artísticos no espaço público por meio da fruição de bens simbólicos e culturais.    Interlinguagem: A priorização da experimentação estética de modo transversal, híbrido e relacional, possibilitando novos caminhos de fruição e criação artística.    Ações compartilhadas: A criação de agenciamentos em diferentes instâncias, que visam colocar em contato experiências geradoras de processos e não apenas de produtos culturais.  72
  • 75. 2. Pesquisa de Impacto pelos Familiares Introdução O PIÁ – Programa de Iniciação Artística é um programa sob a gestão da Secretaria Municipal de Cultura com parceria orçamentária da Secretaria Municipal de Educação, oferecido gratuitamente para crianças e adolescentes de 05 a 14 anos. É o único programa da Secretaria Municipal de Cultura voltado para esse público e cumpre a Lei Federal 13257/16, nos seus artigos: Art. 15: “As políticas públicas criarão condições e meios para que, desde a primeira infância, a criança tenha acesso à produção cultural e seja reconhecida como produtora de cultura.” Art. 17: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem- estar, o brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados onde haja circulação de criança”. Inspirado na EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística) existe há oito anos e atua de forma descentralizada em CEUs, Bibliotecas, Centros Culturais, Teatro, Casa de Cultura e Escolas. A sua abordagem artístico- pedagógica, relaciona processos artísticos e culturas da infância por meio da convivência entre artistas-educadores, crianças e adolescentes. O programa tem por Objetivos:  Valorizar as formas próprias da infância e adolescência em seus processos de criação e expressão.   Propiciar experiências e aprendizados estéticos de forma dialógica entre diversos saberes.   Democratizar o acesso de crianças e adolescentes a bens culturais e artísticos, contribuindo para a construção da cidadania cultural.   Promover a sociabilidade e a integração da criança e adolescente na família, comunidade, na escola e em outros espaços públicos.  O programa tem por Princípios: ludicidade, experimentação, processos criativos, temporalidades, pertencimento, interlinguagem e ações compartilhadas (vide anexo). A partir de 2016, foram estabelecidos os seguintes Valores:  Ética: o respeito e o diálogo entre todos os participantes e com caráter público do programa.   Prospecção: o entendimento de que todas as ações do programa  são precedidas por reflexões e aprofundamentos. 73
  • 76.  Transversalidade e Pluralidade: a disponibilidade ao diálogo em todas ações e reflexões do programa.  A Pesquisa de Impacto: Sendo o PIÁ um programa em constante transformação e construção, coerente com os seus princípios, valores e objetivos, foi realizado pela primeira vez, uma pesquisa de impacto junto aos familiares e responsáveis pelas crianças e adolescentes com os objetivos de:  Sistematizar as vozes dos familiares que há anos acompanham o programa por meio dos Encontros de Famílias que acontecem periodicamente a cada edição.   Coletar dados, através dos responsáveis que acompanham cotidianamente as crianças e adolescentes participantes, para subsidiar a análise dos impactos causadas pelas ações artístico- pedagógicas.   Avaliar através dessa pesquisa, a continuidade ou não desse Programa e sua qualificação.  Na edição de 2016, os Coordenadores Regionais criaram um instrumental que foi aplicado entre os meses de setembro e outubro. O questionário com perguntas fechadas e abertas, respondido por 19% dos familiares de forma voluntária representando os 32 equipamentos permitiu chegar aos seguintes resultados, análises e conclusões: Os dados: O primeiro dado que chama a atenção, é o alcance do programa que vai para além dos objetivos específicos de suas práticas artístico pedagógicas, independentemente do tempo de participação no programa, como ilustra o gráfico abaixo: Percepção de mudanças nas crianças e adolescentes 4%'não'0;0% 96%'sim' Segundo o gráfico acima, 96% dos familiares e responsáveis das crianças e adolescentes perceberam mudanças. 74
  • 77. Um estudo internacional (Bamford, 2006) mostrou através do estudo de medidas de impacto que, se a qualidade das experiências artísticas ou culturais é insuficiente os efeitos, contrariamente ao que se pensava não são nulos; estatisticamente há 17 a 28% de efeitos negativos (em média 22%) quando os programas são de má qualidade. A qualidade de um programa então se comprova ao medir a capacidade de gerar atitudes, competências, estados de bem estar, entre outros. Diante disto buscou-se discriminar que mudanças os responsáveis percebiam, trazendo alternativas a partir dos depoimentos espontâneos e constantes que emergiam nos Encontros de Famílias e nos contatos informais nas várias edições do Programa. MUDANÇAS NA CRIANÇA/ADOLESCENTE (observadas pelos pais/responsáveis) MAIS INICIATIVA 43,61% BRINCA MAIS 60,93% MAIS CRIATIVA 68,85% MENOS TÍMIDA 52,13% MAIS ALEGRE 65,57% MAIS INICIATIVA 43,60% MELHORA NA SOCIABILIDADE 45,24% MAIS COMUNICATIVA 54,10% MELHOR CONDIÇÃO FISICA 36,72% MAIS VITALIDADE 37,38% MELHORA NA ESCOLA 36,72% Legenda: Mudanças Cognitivas Mudanças na Sociabilidade Mudanças no Bem-estar Físico Mudanças no Humor Mudanças na Iniciativa/Criatividade Brinca mais 75
  • 78. O primeiro dado que chama a atenção é o percentual de familiares - 60,93% - que assinalaram a percepção de que a criança brinca mais desde que participa do Programa. As crianças e adolescentes da megalópole de São Paulo encontram poucos espaços e tempo, para viver e exercitar o direito ao brincar. O PIÁ ao proporcionar nos espaços públicos, principalmente nas áreas periféricas, espaços e tempo (os encontros duram 3 horas uma vez por semana,) contribui para o bem estar geral das crianças e adolescentes. Outro dado expressivo foi o aspecto Criatividade assinalado por 68,85% dos familiares/ responsáveis. O PIÁ é um programa de formação realizado por artistas; apesar de não ter objetivos estritamente tecnicistas, trabalha estimulando a curiosidade, a imaginação e os temas e propostas que as próprias crianças/adolescentes o que conseqüentemente aumenta a auto- estima deles e a sua potência de criação. Outra conseqüência é o dado de que estas crianças ficam mais alegres - 65,57%. E também devemos ressaltar o dado de que 36,72% dos familiares perceberam melhoras no desempenho escolar; isto num programa que não trabalha com conteúdos da grade curricular. Conclusão: Podemos dizer que o programa PIÁ ao participarem com suas estruturas e características artísticas processuais faz com que as crianças e adolescentes tenham sua capacidade de pensar e aprender por si próprios ampliados, sua auto-estima melhorada, suas capacidades cognitivas exercitadas, seu bem estar emocional melhorado e seus vínculos sociais desenvolvidos (45,24% declaram que a criança amplia suas relações sociais e é mais comunicativa 54,10%.). Concluindo, a criança e o adolescente tomam consciência de seus potenciais humanos tornando-se um cidadão com mais recursos para lidar com os desafios do viver em sociedade. Algumas respostas ao se perguntar o que os familiares viam de diferente no programa em relação a outros projetos que conhecem, trouxeram mais subsídios para referenciar estas conclusões: - “Elas não têm medo do novo, encaram tudo facilmente” . -"Melhorou os aspectos comportamentais, educacionais e familiares; no geral um excelente programa para desenvolver as crianças em sua formação como pessoa. Maravilhoso !!!" (Biblioteca Alvares de Azevedo). - “Meu filho é colocado por igual sem diferença com os demais” -“Liberdade de fazer atividades prazerosas usando poucos recursos materiais, desenvolve a criatividade” 76
  • 79. -“Liberdade de expressão, livres para criar e brincar” . -“Vocês conseguem fazer com que as crianças se sintam crianças” -“Uma mistura de diversão com aprendizado, por isso as crianças se interessam mais” -“São atividade diversificadas e propõe novas experiências”. - “Meu filho é colocado por igual sem diferença com os demais” -“A criança mostra a sua individualidade e criatividade”. -“Com o PIÁ a criança se desenvolve mais e fica mais comunicativa porque na escola normal as crianças só podem conversar na hora do recreio” -“Inovação e liberdade de expressão” -“A interação da criança com os artistas”. - "O fato de os artistas não trabalharem com uma grade de temáticas definida a priori, é vista por muito muitos familiares pelo respeito que é dado às crianças". -"Há uma recepção sincera para com as crianças em suas integridades física, emocional e psíquica". -´"Relação e participação das famílias" . -“Acho interessante que a cada semana é um tema novo e a partir do que foi proposto as crianças desenvolvem e criam juntas, além de refletirem em conjunto”. -“O PIÁ está inserido no território que é um estímulo quanto ao sentimento de pertencimento”. 77
  • 80. 3. Seminário Processos Artísticos A Divisão de Formação Artística e Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com os artistas integrantes do PIÁ – Programa de Iniciação Artística e do Programa Vocacional, realizou entre os dias 04 e 13 de novembro de 2016 o Seminário Processos Artísticos: Contextos de Resistência. De caráter aberto, o objetivo principal do seminário foi o compartilhamento dos processos artístico-pedagógica do programa. aconteceu nos diversos equipamentos da cidade onde os Programas PIÁ e Vocacional atuam. Esta ação existe desde 2014 e este ano priorizou descentralizar as ações por todas as regiões, contou também com a participação de movimentos artísticos e de educação independentes. Os Eixos temáticos abordados nesta terceira edição do seminário foram: 1. Espaços e Coletivos de Resistência Cultural 2. A Descolonização das Práticas Artístico-Pedagógicas 3. A Formação Pautada pelo Estudante 4. Gênero e Sexualidade 5. Questões Étnico-Raciais 6. Arte e Educação: Artista Educador, Educador Artista, Artista Orientador, Professor Artista. Participantes do PIÁ que ajudaram na organização do evento: Eliane Weinfurter, Joyce Lima, Samara Costa e Verônica Pereira. 78
  • 81. 79
  • 82. 80
  • 83. 4. GT da Lei Justificativa ● O Projeto de Lei ora proposto aos nobres vereadores desta Casa Legislativa, institui e regulamenta os já existentes “Programa de Iniciação Artística” (a ser renomeado como “Programa Infância e Arte”) e “Programa Vocacional”. ● Tais programas constituem a mais extensa e maior ação pública de formação artística não-formal da América Latina e representam a principal política pública municipal de oferecimento de espaços e oportunidades de experimentação e criação artística abertos a todos cidadãos, desde a infância até a idade adulta. ● O Programa Vocacional foi criado em 2001, atendendo ao público maior de 14 anos de idade, e o Programa de Iniciação Artística foi criado em 2008, a partir dos princípios da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), atendendo a crianças de 05 a 14 anos de idade. ● Os Programas Vocacional e PiÁ atingem anualmente, direta e indiretamente, cerca de 30.000 cidadãos entre atendimentos diretos, público de mostras e apresentações artísticas, famílias das crianças e adolescentes envolvidos, participantes dos Seminários Públicos de Formação, leitores das publicações da SMC1 , entre outros. Os Programas estão em 94 equipamentos públicos de Cultura e Educação, além de ações e orientações em diversos espaços: de centros culturais comunitários a unidades básicas de saúde, passando por espaços públicos de circulação e pólos culturais independentes. ● Ambos os programas têm atuado como fundamentais políticas públicas culturais e artísticas para a cidade de São Paulo, aliando formação e criação artísticas, propiciando uma inovadora experiência artístico-cultural para crianças e adolescentes e incentivando cidadãos adultos e coletivos artísticos, sobretudo em comunidades periféricas, a assumirem o protagonismo de suas produções artísticas. ● Entendendo a formação artística não formal como complemento necessário à educação formal, afirmamos com este Projeto de Lei a relevância dos processos artísticos desde a infância enquanto fomentador de competências sensíveis, críticas, cidadãs e estéticas. ● Os artistas que compõem ou compuseram o quadro de orientadores dos Programas são reconhecidamente atuantes na produção artístico-cultural da cidade. ● Entre os resultados verificáveis da atuação do Programa Vocacional no âmbito cultural e artístico da Cidade de São Paulo, pode-se destacar o trabalho de diversos coletivos que foram atendidos/orientados pelo Programa e que foram beneficiados por políticas públicas como o VAI e o Fomento ao Teatro. (Segue em anexo lista dos grupos e coletivos contemplados por essas políticas). 1 A SMC publica as revistas Vocare, do Programa Vocacional e Piapuru, do PIA, contendo artigos, ensaios e conteúdos variados produzidos pelos artistas contratados a partir de suas práticas e reflexões geradas ao longo de cada edição 81
  • 84. ● Após 15 anos de atuação na cidade, o Programa Vocacional conta hoje com um grande números de artistas orientadores e articuladores que iniciaram seus trabalhos artísticos no próprio Programa, como público atendido/orientado. ● Hoje, a cidade conta com diversas redes de diálogo entre artistas e produtores culturais, especialmente nas regiões periféricas. Os Programas têm participação ativa na construção destas redes, seja potencializando os espaços de troca entre artistas e coletivos dentro dos equipamentos públicos (com mostras, saraus, debates e encontros de formação), seja gestando grupos que agora organizam estas redes, como o Movimento Cultural CRUK (que atua na construção de pontes de comunicação entre coletivos de toda a cidade), a Cia. Humbalada (cuja ação e sede tornaram-se eixos de organização do movimento artístico na região do Grajaú), só para citar alguns. ● Por estarem situados na interface entre Cultura e Educação, os Programas vem construindo diálogos com instituições educacionais públicas e privadas, por meio de seminários nacionais, internacionais, mostras artístico-culturais e ações de formação expandidas, entre outros. ● Os Programas vêm conduzindo e organizando o Seminário Público de Formação Artístico-cultural, oferecidos para a Cidade de São Paulo, cuja terceira edição será realizada em novembro de 2016. O Seminário contou com participação de diversos pensadores de universidades como a USP, a UNESP e a UNICAMP e teve como parceiros envolvidos na organização a EMIA e o DOT (Departamento de Orientações Técnicas da SME). A edição de 2014 do Seminário resultou em uma publicação em parceria com o CCSP (Centro Cultural São Paulo). ● Dissertações de mestrado já foram publicadas a respeito das ações dos programas2 , bem como três publicações de Revistas promovidas pelo programa (Revista Vocare), e dois livros, de diversos autores: “Teatro vocacional: registros e reflexões, 2001­2004” (2004) e “Núcleo Vocacional: criação e trajetória” (2008), ambos publicados pela SMC-SP. ● A instituição dos programas PIÁ e Vocacional encerra uma ferramenta fundamental para a garantia do direito à participação na vida cultural e em manifestações culturais (estabelecido pelo artigo V da Declaração Universal dos Direitos Humanos), bem como um modo fundamental de execução das determinações do artigo 215 da Constituição Federal, o qual estabelece que “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da 2 CECCATO, Maria. Teatro vocacional e a apropriação da atitude épica/dialética. Dissertação (mestrado). São Paulo. ECA-USP, 2008. FABIANO, Claudia Alves. Uso do território, descentralização e criação de redes no teatro vocacional: aspectos da práxis teatral do artista-orientador. Dissertação (mestrado). São Paulo. ECA-USP, 2010. BOTELHO, Ligia. O teatro como meio e fim para um processo de instrumentalização do indivíduo na leitura da realidade: a intersecção entre o jogo, o texto e o corpo para a construção da cena. Dissertação (mestrado). São Paulo: IA-UNESP. 2008. 82
  • 85. 83 cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Além disso, este Projeto de Lei está em consonância com a Lei Federal 13257/16, em seu art. 5º, que determina que “as políticas públicas criarão condições e meios para que, desde a primeira infância, a criança tenha acesso à produção cultural e seja reconhecida como produtora de cultura”. ● O PIÁ foi signatário da cadeira de Culturas da Infância no Conselho Municipal de Cultura de São Paulo no ano de 2015, no intuito de colaborar com uma política cultural efetiva voltada à criança e ao adolescente. Diante da justificativa aqui apresentada reafirmamos a relevância dos Programas PIÁ e Vocacional como espaços fundamentais de formação não•formal e exercício da cidadania no município de São Paulo. Neste sentido, o Projeto de Lei ora apresentado é instrumento de garantia da continuidade e desenvolvimento dos Programas para que os mesmos se instituam juridicamente como políticas públicas permanentes do poder executivo. Para tanto, contamos com a análise e a aprovação por parte dos nobres colegas vereadores desta casa desta propositura legislativa aqui justificada. ANEXOS: Como alguns dos resultados verificáveis das ações do Programa Vocacional, temos: ● Pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro, desde sua primeira edição (2002) até o presente, cerca de 10 (dez) grupos contemplados têm entre seus integrantes artistas que foram atendidos/orientados pelo programa Vocacional, o que indica a importância do Programa como responsável por fomentar a criação de grupos de teatro, principalmente na periferia da cidade. Destacamos entre os grupos com integrantes atendidos pelo programa a Cia Heliópolis, o PH2 e a Trupe de Choque e como grupos que surgiram a partir das ações do Programa a Cia Humbalada, o Grupo Bolinho e o Grupo Pandora. ● Pelo Programa VAI (Valorização de Ações Culturais), desde sua primeira edição até o presente, estima•se que 60 grupos têm como proponentes artistas atendidos/orientados pelo Programa. ● Diferentes grupos e artistas que hoje desenvolvem ações artístico•culturais na cidade de São Paulo originaram•se ou passaram por orientações do Programa Vocacional. Além dos já citados, temos: Núcleo de Pesquisas Corporais Habitat, Família Justa Causa, Improvis´Art, Grupo Salada de Frutas, Cia Bastarda, Movimento Cultural CRUK, Descarados do Tendal, De Passagem Grupo Teatral, Cia SEM, Grupo Mulheres do Pêra, Yves Remont, Atos Cultivados, Alameda dos Anjos, Axial, Companhia Teatral Paraisópolis, Grupo Nós Mosaico, Descompasso Cia de Danca, Pedro Galiza, Coletivo Sagrado e Profano, Rafael Anacleto, Novos Fulanos, Com Toda Palavra, Street Son Crew, Grupo Movi de Dança, Teatro Zona Sul (Paraisópolis), Grupo os Fora de Mão, Grupo Pé na Jaca, Grupo Levanta Sacode a Poeira e dá a Volta por cima, Mocinhas de Pinheiros, Coletivo Limiar, Grupo Experimental de Teatro (GET), Physis, Despertar, IncorpoAr, Cia Arteiros, Banda Bellize, Banda N.E.X.T, Banda Alem da Ponte, Cia Nós 4, Cia Dr. e Louco, ABC • Arte dos Bons Companheiros, Cia Os Desconhecidos, Cia Plix, Grupo Retrapo, apenas para citaralguns.
  • 86. 84 5. Carta Manifesto São Paulo, 10 de novembro de 2016. CARTA MANIFESTO DOS ARTISTAS EDUCADORES PIÁ – PROGRAMA DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA O PIÁ – Programa de Iniciação Artística é um programa sob a gestão da Secretaria Municipal de Cultura com parceria orçamentária da Secretaria Municipal de Educação, oferecido gratuitamente para crianças e adolescentes de 05 a 14 anos. É o único programa da Secretaria Municipal de Cultura voltado para esse público e cumpre a Lei Federal 13257/16: Art. 15 “As políticas públicas criarão condições e meios para que, desde aprimeira infância, a criança tenha acesso à produção cultural e seja reconhecida como produtora de cultura” Art. 17 “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados onde haja circulação de criança”. Inspirado na EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística) existe há oito anos e atua de forma descentralizada principalmente nas regiões periféricas, em 32 equipamentos como: CEUs, Bibliotecas, Centros Culturais, Teatro, Casa de Cultura e Escolas. A sua abordagem artístico- pedagógica, relaciona processos artísticos e culturas da infância por meio da convivência entre artistas-educadores, crianças e adolescentes. O programa tem por Objetivos:  Valorizar as formas próprias da infância e adolescência em seus processos de criação e expressão.  Propiciar experiências e aprendizados estéticos de forma dialógica entre diversos saberes.  Democratizar o acesso de crianças e adolescentes a bens culturais e artísticos, contribuindo para a construção da cidadania cultural.  Promover a sociabilidade e a integração da criança e adolescente na família, comunidade, na escola e em outros espaços públicos.
  • 87. 85 Apesar da intermitência, trabalhando entre oito e nove meses, o Programa foi recentemente avaliado pelos familiares que afirmaram haver mudanças positivas no bem-estar geral da criança (96%) em aspectos sociais, pedagógicos, afetivos e físicos. Esta pesquisa comprovou outros aspectos que demonstram a qualidade e o impacto do Programa.  68,85% dos familiares assinalaram que as crianças tornaram-se mais criativas,  65,57% mais alegres,  60,93% a criança brinca mais. Surpreendentemente, 36,72% assinalaram uma melhora no desempenho escolar, mesmo não sendo um Programa com objetivos de reforço da grade curricular. Diante disto podemos afirmar que o Programa garante a seus participantes o exercício da infância ampliando de forma plena, equilibrada e saudável a potência e as competências dos participantes. Portanto, vimos por meio desta carta sensibilizá-los para: - A qualidade do Programa em seu aspecto artístico e cultural e suas reverberações no campo social e educacional. E reivindicar: - A garantia orçamentária do Programa; - O início do PIÁ junto com o calendário escolar.
  • 89. 87 Ao elaborar o convite para o Encontro de Famílias do Piá, nesta edição de 2016, utilizou-se um desenho que retrata uma árvore com galhos vigorosos que se movimentam para todas as direções. No convite, o desenho é ao mesmo tempo árvore e, quando invertido, se transforma em raízes que se lançam para baixo na composição. A escolha da proposta pictórica, se relaciona ao tema do encontro acima citado: “Raízes, Re-existir é preciso”. Raiz ou raízes, a priori, são elementos constituintes das plantas orgânicas. Elas têm como funções primordiais, a sustentação e também como órgãos captadores dos nutrientes. Rasgam a terra em constante movimento, buscando pela sobrevivência da planta e transformando-a constantemente em folhas, flores e frutos. Delas sobressaem toda a estrutura, desde as frondosas árvores até as minúsculas e delicadas plantinhas em algum cantinho qualquer em um singelo jardim. Raiz é fortaleza, é vida e vigor. Apoia e suspende todo o corpo da planta, mantendo-a firme enquanto houver a vida em si. Se o Piá já foi um bebê desajeitado quando começou com os seus primeiros passos: titubeando, batendo em tudo pela sua frente, não tendo consciência de si e do espaço que o circundava, após seus primeiros anos de existência, tornou-se um adolescente ainda desajeitado com membros crescendo à revelia; mente efervescente, não sabendo se faz política ou poética. Tempos de geminação. Continuando nesta metáfora e após oito anos de existência, diríamos que atualmente ele é um jovem adulto, ainda que inseguro quanto ao seu futuro. Incerto, mas perseverante e resiliente, age agora sob a tutela da razão impondo-se em meio ao mundo que o cerca. Voltemos, porém, à figura inicial que abre essa escrita: raízes. Raízes aqui, falam, portanto, de tempo, de história, de fixação. Esse jovem adulto que consideramos como sendo o estado atual de evolução do programa, agora tenta se fixar, se fortalecer, e, literalmente, se enraizar.
  • 90. 88 Temos, portanto, um momento que demonstra uma fase de amadurecimento. Amadurecer, porém, não significa estagnar; parar no tempo; esta fase pede pelo sentido da construção. Enraizar-se denota a importância em se querer um estado de estabilidade. Para a estabilidade, necessita-se de uma estrutura, construída ao longo do tempo, das várias edições do Programa. Construção é o inverso de desconstrução. Construção se positiva, se anima para o além, para o futuro. O jovem adulto agora se põe à frente de um espelho, se revendo a cada passo e cauteloso, porém firme em suas decisões. O PIÁ, sendo esse jovem adulto intrépido, precisa de uma coesão interna, só conseguida pela união de olhares direcionados para um mesmo ponto em comum, embora que sonorizado por vozes múltiplas. O anseio em comum, é vermos um Programa sólido em suas práticas, rico em seus fazeres e, principalmente coeso em seus desejos; para tanto a Ética é o valor fundamental em suas rotinas. Se estruturar, se enraizar, é se fortalecer. Para tanto, é fundamental que o Programa exista para “re-existir” ao tempo e a si mesmo, possibilitando para sempre o deleite do vigor da renovação. Porque o PIÁ deverá chegar à sua maturidade em algum dia, mas, com certeza, sempre se olhará para dentro, para si, e verá que dentro de seu corpo forte e saudável, habita uma criança imaginativa, criativa, alegre e potente. Fábio Amadeu Pupo Coordenador Regional/Formação Noroeste
  • 92. 90 ANEXO 1 Descrição das Oficinas VI Semana de Formação de JULHO Tema norteador: OUTROS LUGARES #LUTO Criar dispositivos poéticos para propor reflexão sobre o sistema burocrático a que todos os AEs estão submetidos em paralelo a necessidade de disposição e flexibilidade exigidos no programa. Ênfase nas contradições e desafios dos AEs ingressantes. Propositores - Ana Anjos, Ana Cecília, Jamila Cruzado, Lia Mandels e Paloma Nastácia CORPO QUE DIZ O QUE NÃO É DITO Dentro de um programa como o PIÁ que não trabalha com conteúdo específico, as atividades, propostas e/ou procedimentos diversas vezes surgem da relação triangular educador-criança-jogo e nem sempre de uma proposição do educador. Sendo assim, não raramente na descrição de atividades desenvolvidas vemos frases como “e a coisa foi se transformando”, “tomou um rumo diferente”, “um propôs uma coisa, o outro propôs outra, e em cima de cada proposta as proposições foram aparecendo”, entre outras. Em um encontro específico na Biblioteca Hans C. Andersen, folhas miúdas colhidas do chão culminaram em corpos mutilados em cima do palco externo seguindo essa mesma maneira de “condução” na qual “por acaso” as coisas “vão se transformando”, a esse encontro demos o nome de Diálogos Sobre a Guerra. Desde então estamos na observação de como se dá esse processo em que coisas, ações, diálogos e formas (Gestalt) dentro de um campo (contexto) são transpostas, transformadas, trasladadas, transfiguradas e ressignificadas alterando o campo existente de maneira estética. E esse processo de percepção e ações de ressiginicações estéticas, passeia de modo autônomo pelas linguagens podendo seguir uma ordem de tempo ou atuar simultaneamente numa relação de inter-linguagem independente da “especialidade” do educador. Esse modus operandi revela o tema durante ou ao final do seu processo, sendo o próprio desenrolar dos acontecimentos que levam ao tema e não algo proposto de antemão. Nenhuma forma, seja ela um gesto, ação, acontecimento, interferência, objeto, cor, som, luz, entre outros, pode ser
  • 93. 91 ignorada e faz parte do campo perceptivo de cada participante e de seu conjunto. Dentro disso, propomos uma oficina para compartilhar esse processo. Propositores - Ítalo Lencker e Paulo Petrella. LACRANDO O PIÁ: (DES) CONSTRUINDO GÊNÊRO E SEXUALIDADE PELA ARTE A roda de conversa visa colocar em pauta temas que atravessam cotidianamente o trabalho com as crianças e adolescentes do Piá e que, no entanto, são pouco discutidos. Tratando especificamente de crianças e adolescentes LGBTQ (lésbicas, gay, bissexual, transgênero e queer) não pretendemos sexualizar os universos infantis e juvenis, aliás o que o capitalismo faz com muita eficiência, mas sim apontar que a sexualidade e gênero infantis são usados como instrumentos de repressão. Gostaríamos de reunir casos e experiências de artistas-educadores/as no trabalho com o público do Piá para promover diálogo e apoio a crianças e adolescentes LGBTQ nas periferias de São Paulo. Queremos verificar o potencial da arte no sentido de subverter formas heteronormativas e criar novos imaginários que apoiem a construção de gênero e sexualidade. Pretendemos levantar informações elementares a respeito de aparatos públicos e expedientes de assistência social e jurídica para crianças e adolescentes LGBTQ ameaçadas de morte e de serem expulsas de casa, problematizando a autoridade legal destas famílias a partir de casos reais vividos no programa. Ao mesmo tempo, pretendemos reunir e acolher artistas-educadores/as e coordenadores/as LGBTQ do programa que, por sua vez, estão expostos ou já sofreram episódios de homolesbotransfobia. Propositores - Dodi Leal, Beth Belisário, Thiago Felix O CORPO NEGRO DA ÁFRICA AO BRASIL, NAS ARTES E NA HISTÓRIA A proposta consiste em uma visita ao acervo permanente do Museu Afro Brasil, mediada pelo núcleo educativo do MAB. A visita lançará luz sobre o percurso do corpo negro desde sua origem no contexto tradicional do continente africano, passando pela exploração escravocrata, chegando as expressões artísticas afro - brasileiras tradicionais e contemporâneas. Ao fim da visita será proposto uma roda de conversa mediada pelas artistas educadoras proponentes da ação. Propositoras - Giselda Perê, Patrícia Arent e Suelen Ribeiro
  • 94. 92 DOS RASOS (AOS) MAIS PROFUNDOS A proposta é trazer para a vivência dos Artistas Educadores um processo que nasceu e que vem se desenvolvendo com as crianças do PIÁ Ceu Cantos do Amanhecer: Encontrar buracos! Pintar, demarcar, colorir e interligar os próprios buracos com os buracos do restante do grupo tem sido um disparador muito interessante para nos (re)conhecermos nas nossas semelhanças e diferenças. Olhar para os buracos externos e lidar com eles tem nos ensinado a enxergar e respeitar as fragilidades, limites e desejos dos colegas e também tem nos sensibilizado para olharmos com mais cuidado para dentro de nós mesmos. Propositores - Beliza Trindade, Caio Zanuto, Eliane Weinfurter, Luciana Ponce, Rosa, Tininha Calazans e Veronica Santos VIAGEM PARA LUGARES IMAGINÁRIOS – OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO DE LIVROS Para quais lugares o livro pode nos levar? Nesta oficina convidamos os participantes a terem ma experiência com o livro. Através da leitura das palavras, das imagens e da maternidade do livro propomos uma vivência que pode nos apresentar novos e diferentes olhares sobre ele. A oficina será dividida em três momentos: leitura coletiva de um livro, tempo para exploração e criação de livros a partir de diferentes tipos de papéis e materiais. A viagem para os lugares imaginários é um desafio que iremos propor aos participantes durante a oficina. Propositoras: Camila Feltre e Marília Carvalho SER INDÍGENA EM CONTEXTO URBANO – AUTOIDENTIFICAÇÃO INDÍGENA, POR UM RECONHECIMENTO DESCOLONIZADOR Este encontro propõe a reflexão do processo de autoidentificação indígena em contexto urbano e descolonização de nossos corpos e imaginários, a fim de provocarmos encontros mais sinceros e reais com os PIÁs ao tratar da cultura dos povos originários do Brasil. Em roda, ao lado de duas mulheres indígenas: Cristina Roseno (indígena e educadora) e Yakuy Tupinambá (anciã Tupinambá de Olivença), que compartilharão saberes e processos de resistência desses povos originários em diferentes contextos, contaremos algumas experiências vividas em nossos encontros com os PiÁs. Propositoras - Bruna Amado e Mirrah I.G. Silva Roda de conversa com as convidadas: Cristina Roseno Guarani Kaiowá - educadora e militante do GT Indígena do Tribunal Popular e Yakuy Tupinambá - anciã Tupinambá de Olivença.
  • 95. 93 PERFORMANCES PELO CORREIO– IMAGINAÇÃO MATERIAL, (I)MATERIALIDADE E MATÉRIA-DO-MUNDO (Instalação interativa). Durante três semanas, artistas educadores trocam ideias à distância de modo a gerarem propostas poéticas diversas em seus locais de atuação. O objetivo de tal procedimento consiste em reunir uma série de gestos artísticos a partir de disparadores afetivos como cartas, e-mails, citações, imagens, referências de autores e intercâmbio de proposições e assim discutir abordagens emergentes no ensino da Arte Contemporânea. Os registros do processo do intercâmbio farão parte de uma instalação interativa e como síntese do encontro, os participantes serão convidados a construir coletivamente uma cartografia de "materiais e modos inusitados de instauração poética". Propositores: Fafi Prado (PIÁ), Bia Raposo (Rede pública de ensino de Bragança Paulista, SP), Fernado Hermógenes (Rede pública de ensino de São Joaquim de Bicas, MG) e Rodrigo Munhoz (Vocacional e Rede La Plataformance). SOB SEUS PÉS OU DAS HISTÓRIAS DOS SEUS PASSOS MEUS Toc, toc, Toc, toc... Clic..clac...clic...clac... Tac......... tOc........ taC........toC... ploftploft.....plaftploft... Nheeec, nheeec... Que som tem o sapato seu? Pisaste em nuvens? Caminhou nas estrelas? Quantas pedras o mundo te deu? Sujeito errante, por terras frouxas, que somem pés, que vento leu. E se pudesse rever teus passos, as pegadas apagadas e adormecidas, as doloridas, e as dançantes, brincantes e também as esquecidas. Conte-me, eu quero saber. Quero ao menos por um instante pisar por você, pelo pretérito e torná-lo meu. Que seja assim, entre sapatos e passos. Entre abraços; há braços. Propositores: Tales Jaloretto; Suzana Akemi; Andrea Serrano; Paula Barison SENSIBILIZAÇÃO DO OLHAR PARA A PESQUISA COM CRIANÇAS A fotografia é uma linguagem artística muito popular. Com o advento das tecnologias da comunicação, vivemos hoje inundados por imagens. Todos somos produtores e consumidores delas. O que será que vemos? O que escolhemos fotografar? Como fotografamos? Essa oficina é um momento para experimentarmos o mundo da imagem de forma reflexiva. Uma oportunidade para praticar o exercício da ética no registro fotográfico das pesquisas com as crianças. Durante o encontro vamos realizar saídas pelo