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Modulo 4

Para começo de conversa

Olá professor, olá professora! Seja bem-vindo ao módulo Identidade e Diversidade
Cultural!
Como temos visto, ser professor envolve uma trama complexa de saberes e fazeres. Ensinar e fazer
aprender exige, além de conhecimento, disponibilidade, capacidade de motivar, estabelecer vínculos e,
principalmente, muito trabalho.

Neste módulo vamos tentar responder a pergunta: quem são os alunos? Esse esforço se justifica porque se
soubermos para quem ensinamos, estaremos mais preparados para ajudá-los a aprender. Para isso,
apresentaremos vídeos, atividades, textos e projetos, e esperamos que ao final desta jornada você tenha
explorado em mais detalhes:




Vamos começar?
A escola é um espaço de muitas aprendizagens e a maioria delas pode ser articulada ao currículo,
principalmente no caso da rede estadual de São Paulo, onde os materiais curriculares permitem essa
articulação. A elaboração do currículo reconhece que é na escola que a criança e o adolescente constituem
saberes que poderão ser úteis para seu projeto de vida. É nela que os alunos passam momentos marcantes de
sua juventude, constituem suas histórias, relacionam-se e vivem isso com muita intensidade! O professor é
fundamental para ajudar seus alunos nessa jornada. Conhecê-los é indispensável para o sucesso da docência.
Adolescência

Mas afinal, o que é adolescência?

Em muitas culturas tradicionais a passagem da infância para a vida adulta é marcada por um ritual de
transição, que autoriza a criança a compartilhar das responsabilidades, direitos e valores da vida adulta.

Mas na nossa sociedade essa passagem não acontece da mesma maneira!




Índios Kalapalo dançando no ritual do Kuarup na Aldeia Aiha no Parque
Indígena do Xingu, Querência, MT, em 2009.
As transformações culturais dos últimos tempos tiveram um grande reflexo nas relações sociais, e foi
somente no fim do século XIX que passou a existir essa fase que hoje chamamos adolescência.

Definição de Adolescência

Existem várias definições para os termos adolescência e juventude, dependendo do foco – educacional,
biológico, psicológico etc. – pelo qual é abordado.

   Esses termos são às vezes usados como sinônimos (como em alemão Jugend e Adoleszenz, e em inglês
Youth e Adolescence), às vezes como duas fases distintas, mas que se sobrepõem. Para Steinberg, a
adolescência se estende aproximadamente dos 11 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define juventude
(ing. youth) como a fase entre 15 e 24 anos de idade – sendo que ela deixa aberta a possibilidade de
diferentes nações definirem o termo de outra maneira; a Organização Mundial da Saúde define adolescente
como o indivíduo que se encontra entre os dez e os 20 anos de idade e, no Brasil, o Estatuto da Criança e do
Adolescente estabelece ainda outra faixa etária: dos 12 aos 18 anos. Além disso, Oerter e Montada
descrevem uma “idade adulta inicial” (al. frühes Erwachsenenalter) que vai dos 18 aos 29 anos e que se
sobrepõe às definições de “juventude” apresentadas. Como quer que seja, é importante salientar que
“adolescência” é um termo geralmente utilizado em um contexto científico com relação ao processo de
desenvolvimento biopsicossocial.

Veja outras definições!

Juventude e Adolescência no Brasil: Referências Conceituais

Para entender um pouco mais sobre o conceito de juventude e adolescência, leia o artigo “Juventude e
Adolescência no Brasil: Referências Conceituais” . O uso das noções de adolescência e juventude no
contexto brasileiro (pg. 19 – 39).

Escola e Adolescência
A escola é um lugar muito importante para que os jovens possam conhecer formas diversas de se colocar no
mundo e desenvolver sua cidadania. Assista o vídeo que mostra um projeto de formação de grêmios nas
escolas.

Comportamento

Em geral, a adolescência é vista como uma etapa relacionada a comportamentos de risco e transgressão. Mas
muitas vezes, ela é vítima dessa mesma trama. Essa abordagem tem um grande problema! Quando olhamos
os jovens dessa maneira, só enxergamos as dificuldades e estigmatizamos esses sujeitos.

Temos, sim, que entender os motivos que geram, por exemplo, a violência, a gravidez precoce e o
envolvimento com o narcotráfico. E podemos entender isso olhando o contexto em que esse jovem vive,
para então propor novas alternativas de inserção na sociedade.
Os adolescentes e os jovens não devem ser definidos pelos seus problemas, mas como sujeitos integrais!

Você sabe o que é protagonismo juvenil? Acesse o link       para ler um artigo sobre o tema.
O que é protagonismo juvenil?


                                                                                        Branca Sylvia Brener *

Índice
  Protagonismo Juvenil
  Por que a participação social dos jovens?
  O papel do educador
Bibliografia

Protagonismo Juvenil

A palavra protagonismo vem de “protos”, que em latim significa principal, o primeiro, e de “agonistes”, que
quer dizer lutador, competidor. Este termo, muito utilizado pelo teatro para definir o personagem principal
de uma encenação, foi incorporado à Educação por Antonio Carlos Gomes da Costa, educador mineiro que
vem desenvolvendo uma nova prática educativa com jovens.

Dentro da idéia de protagonismo juvenil proposta por Gomes da Costa, o jovem é tomado como elemento
central da prática educativa, que participa de todas as fases desta prática, desde a elaboração, execução até a
avaliação das ações propostas. A idéia é que o protagonismo juvenil possa estimular a participação social
dos jovens, contribuindo não apenas com o desenvolvimento pessoal dos jovens atingidos, mas com o
desenvolvimento das comunidades em que os jovens estão inseridos. Dessa forma, segundo o educador, o
protagonismo juvenil contribui para a formação de pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente,
com valores de solidariedade e respeito mais incorporados, o que contribui para uma proposta de
transformação social.

“Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que extrapolam os âmbitos de seus
interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida
comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de
campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio-
comunitário ” (Costa, 1996:90)

Antonio Carlos Gomes da Costa acredita que toda Educação deva levar em conta duas perguntas básicas:
Que tipo de homem se pretende formar e que tipo de sociedade pretendemos construir? A primeira questão
ele responde a partir da reflexão sobre as principais características do século XX, em que o mundo
capitalista desenvolveu um homem excessivamente autônomo e pouco solidário tendo o mundo socialista
desenvolvido o contrário.

Assim, ele acredita que, com as principais mudanças do mundo atual, entre elas o final da separação entre os
mundos capitalista e socialista, nosso desafio seja exatamente formar um homem solidário e autônomo
simultaneamente; que seja capaz de apreender as novas linguagens que surgem diariamente e ganhar espaços
no disputado mercado de trabalho ao mesmo tempo em que possa dar conta das terríveis conseqüências da
globalização, como a desigualdade e a exclusão social.

Para a formação deste homem autônomo e solidário, Antonio Carlos parte de uma concepção de Educação
que está de acordo tanto com a Constituição de 1988 como com a LDB de 1996 .Ele parte do artigo 205 da
Constituição Federal que diz:

“A educação é um direito de todos, dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade civil,
visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho”.

E do artigo 1o, da Lei 9394/96, LDB, que diz:

“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil
e nos movimentos culturais”

Para responder a questão sobre qual tipo de sociedade pretendemos construir, o educador recorre ao artigo
3o da Constituição Federal:

“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II- Garantir o desenvolvimento nacional;
III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação”.

Assim, a concepção de Educação contida na proposta de protagonismo juvenil deve ser entendida de forma
abrangente, não podendo limitar-se à Educação escolar, mas incluindo outros aspectos que possam auxiliar
os jovens no exercício da vida pública, como o desenvolvimento pessoal, profissional, as relações sociais e o
trato com as questões do bem-comum. Ao mesmo tempo os espaços educacionais devem ser compreendidos
como múltiplos, ultrapassando os muros das escolas e atingindo outros espaços de referência, como
organizações sociais, movimentos sociais, etc...

O protagonismo juvenil deve priorizar a intervenção comunitária, procurando,com a ação concreta dos
jovens, contribuir para uma sociedade mais justa, a partir da incorporação de valores democráticos e
participativos por parte dos jovens e da vivência do diálogo, da negociação e da convivência com as
diferenças sociais. Assim, o protagonismo juvenil pressupõe sempre um compromisso com a democracia.

Entretanto, para que se desenvolva o protagonismo juvenil é necessário desenvolver um novo tipo de
relacionamento entre jovens e adultos, em que o adulto deixa de ser um transmissor de conhecimentos para
ser um colaborador e um parceiro do jovem na descoberta de novos conhecimentos e na ação comunitária.

Para que isso aconteça, é necessário, no entanto, que haja uma mudança na visão do educando, em que este
possa ser visto como fonte de iniciativa, fonte de liberdade e de compromisso. Isso quer dizer que os jovens
devem ser estimulados a tomarem iniciativa dos projetos a serem desenvolvidos, ao mesmo tempo em que
devem vivenciar possibilidades de escolha e de responsabilidades.

O desenvolvimento do Protagonismo Juvenil, dessa forma,está de acordo com as disposições contidas no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em que crianças e adolescentes são entendidos como “sujeitos
de direitos”, ou seja, devem estar no centro das políticas de atenção para este segmento.

Isso pressupõe uma concepção muito positiva de juventude, em que os jovens possam ser enxergados como
detentores de potencial de ação e transformação sociais muito fortes, passando a ser agentes do processo
educacional e não meros receptores de conhecimentos e de propostas pré-definidas:

“O protagonismo juvenil parte do pressuposto de que o que os adolescentes pensam, dizem e fazem pode
transcender os limites do seu entorno pessoal e familiar e influir no curso dos acontecimentos da vida
comunitária e social mais ampla. Em outras palavras, o protagonismo juvenil é uma forma de reconhecer
que a participação dos adolescentes pode gerar mudanças decisivas na realidade social, ambiental, cultural e
política onde estão inseridos. Nesse sentido, participar para o adolescente é envolver-se em processos de
discussão, decisão, desenho e execução de ações, visando, através do seu envolvimento na solução de
problemas reais, desenvolver o seu potencial criativo e a sua força transformadora. Assim, o protagonismo
juvenil, tanto como um direito, é um dever dos adolescentes” (Costa,1996:65).

Por que a participação social dos jovens?

Nesse sentido, seria função do processo educativo criar oportunidades que pudessem garantir aos jovens
uma vivência e um aprendizado das questões do mundo adulto, proporcionando o fortalecimento de um
autoconceito positivo, a formação de vínculos saudáveis e o desenvolvimento de potencialidades e talentos,
o que ao mesmo tempo em que favoreceria os próprios jovens, contribuiria com a construção de uma
sociedade menos violenta e desigual. Além disso, Antonio Carlos Gomes da Costa acredita que o
envolvimento dos jovens em projetos sociais e comunitários possa auxiliá-los na criação de projetos de vida,
elemento fundamental para o desenvolvimento pessoal e social dos jovens.

A participação social dos jovens não é um elemento novo na história brasileira, tendo se desenvolvido de
acordo com o contexto histórico e econômico a que estivemos submetidos. A juventude dos anos 60 e 70
ficou notadamente conhecida pela sua participação social e política, que teve nos estudantes seus principais
protagonistas, os quais tomavam as ruas para manifestar o descontentamento não apenas com as questões
estudantis da época, mas com questões nacionais e mundiais.

A esta época, “política” era um termo aplicado quase totalmente aos partidos políticos e as relações sociais
eram fortemente hierarquizadas, fruto do regime autoritário vigente no país. Além disso, a juventude
estudantil era uma juventude vinda de extratos sociais mais favorecidos socialmente, justamente aqueles que
tinham acesso ao ensino universitário da época.

Justamente esta juventude foi considerada como modelo de participação social e foi a partir desta geração de
jovens que se descobriu o potencial transformador presente na condição juvenil. As gerações que se
seguiram foram sempre comparadas às gerações de 60/70, como se nunca mais aparecesse na História uma
geração de jovens capaz de propor um modelo novo de sociedade, tendo sido entendidas como
despolitizadas ou apáticas.

Ocorre que as juventudes dos anos 80 e 90 foram criadas em ambientes que de forma alguma estimularam a
politização e a participação dos jovens, ao mesmo tempo em que foram bombardeadas pelos meios de
comunicação de massa em direção ao consumo e ao individualismo. Isso quer dizer que se os jovens desta
geração nos parecem indiferentes, é porque houve todo um processo educativo que contribuiu para isso.

Entretanto, os tempos mudaram e novas juventudes, mais especificamente a juventude pobre, ganham voz
na vida pública com o processo de redemocratização do país, ao mesmo tempo em que uma nova concepção
de política é desenvolvida a partir da ampliação do que possa vir a ser o “público” e o “privado”.

Assim, hoje, o que é “público” é o que está a serviço de todos e as responsabilidades do que é público não
são mais apenas do Estado, sendo divididas com a sociedade civil. Assim, criam-se novas formas de
participação política, entendida aqui como “habilidade no trato das relações humanas com vistas à obtenção
dos resultados desejados” (Aurélio) e a partir da constituição de 1988 torna-se possível também se expressar
politicamente a partir dos diferentes Conselhos ligados às políticas públicas e nas próprias instituições
públicas, como Por Exemplo a Escola.

Isso mostra, na verdade, que é possível.

Assim, promover a participação dos jovens a partir do protagonismo juvenil é também facilitar o acesso do
jovem aos novos espaços de participação social e política, resgatando o elemento transformador inerente à
condição juvenil e canalizando-o para uma atuação saudável.

O desenvolvimento do protagonismo juvenil, de acordo com Antonio Carlos Gomes da Costa, diferencia-se
do protagonismo juvenil de outras épocas principalmente em função de que na proposta do educador, as
idéias e iniciativas devam ser sempre oriundas dos próprios jovens, o que em outras épocas foi determinado
pelos adultos em ideários já pré-definidos dentro dos partidos políticos.

O papel do educador

O educador, dentro da proposta de desenvolvimento do protagonismo juvenil, deve ceder seu espaço
“cênico” ao jovem, passando a ter uma função de “bastidor” ou de suporte. Isso, de forma alguma significa
abandonar a função educativa, mas ao contrário, significa colocar os jovens em posição de destaque no que
diz respeito aos processos decisórios, adotando uma postura de apoio e colaboração. Isso requer uma
presença constante junto aos jovens, numa posição diferente à posição do educador tradicional,
estabelecendo uma relação mais “horizontal” junto aos jovens sem, contudo, perder o seu papel de educador.

Uma relação mais “horizontal” entre educador e educando pressupõe estar de acordo com o contexto atual,
em que não são mais toleradas as formas hierárquicas dentro e fora das instituições, que tiveram origem em
períodos de repressão e ditadura. Vivemos, ao contrário, um momento de abertura à diversidade e ao
diálogo, em que o respeito às diferenças e a busca do bem comum são agora valorizados e estimulados.
O papel do educador, desta forma, se constitui numa função chave do desenvolvimento do protagonismo
juvenil, à medida que tem a intenção clara de desenvolver a autonomia dos jovens. Nesse sentido, todas as
suas ações e estratégias devem estar direcionadas para uma resposta autônoma e criativa por parte dos
jovens, evitando aquelas ações e estratégias que promovam a dependência ou a acomodação.

Nesse sentido, Antonio Carlos Gomes da Costa desenvolve um quadro com etapas da relação
educador/educando que devem progressivamente caminhar da relação de dependência para uma relação de
autonomia, passando neste percurso, por atitudes que promovam a colaboração entre jovens e adultos:
                      Etapas de
                      desenvolvimento Dependência Colaboração           Autonomia
                      de uma ação
                                                       Discussão
                                         Iniciativa    conjunta      Iniciativa
                      Iniciativa da
                                         unilateral do sobre assumir parte dos
                      ação
                                         educador      ou não uma    jovens
                                                       iniciativa
                                                                    Os jovens
                                      O educador                    planejam sem
                      Planejamento da                  Planejamento
                                      planeja                       o educador o
                      ação                             em conjunto
                                      sozinho                       que será
                                                                    realizado
                                         O educador    Educadores e     Os jovens
                                         executa e o   jovens           executam
                      Execução da
                                         jovem         executam         sozinhos o
                      ação
                                         recebe a      juntos a ação    que foi
                                         ação          planejada        planejado
                                                       Educadores e
                                         Os            jovens           Os próprios
                      Avaliação da       educadores    discutem o       jovens
                      ação               avaliam os    que e como       avaliam a
                                         jovens        avaliar a ação   ação realizada
                                                       realizada
                                                                        Os jovens se
                                      Os               Educador e
                                                                        apropriam dos
                                      resultados       jovens
                                                                        resultados e
                      Apropriação dos são              compartilham
                                                                        respondem
                      resultados      apropriados      os resultados
                                                                        pelas
                                      pelo             da ação
                                                                        conseqüências
                                      educador         desenvolvida
                                                                        da ação

Assim, percebemos que o papel do educador no desenvolvimento do protagonismo juvenil tem um método e
uma direção muito claros, que devem proporcionar a autonomia e a liberdade de escolha dos jovens de
maneira gradativa a partir das atitudes e atividades planejadas e propostas:

“Além do compromisso ético, a opção pelo desenvolvimento de propostas, que tenham por base o
protagonismo juvenil, exige do educador uma clara vontade política da sua parte, no sentido de contribuir-
através do seu trabalho- para a construção de uma sociedade, que respeite os direitos de cidadania e aumente
progressivamente os níveis de participação de sua população”. (Costa, 1996:115)

Além disso, é importante ressaltar que o protagonismo juvenil não é militância partidária nem tampouco
uma ação educativa a cargo do próprio educando, mas antes de tudo é um processo que pretende facilitar a
inserção dos jovens no mundo adulto a partir do exercício da participação social dentro dos espaços a que os
jovens pertencem.

Para tanto, é função central do educador auxiliar os jovens no reconhecimento desses espaços, favorecendo
uma reflexão crítica a respeito do funcionamento e das possibilidades de atuação dentro dos mesmos.

Bibliografia

COSTA, Antonio C. Gomes da. Mais que uma lei. São Paulo, Instituto Ayrton Senna, 1997.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação
democrática. Salvador, Fundação Odebrecht, 2000.

               * Branca Sylvia Brener é psicóloga, psicodramatista e mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP)


Atividade 2 – Jogo da Memória

Encontre os pares nesse jogo da memória e veja algumas formas de trabalhar com os jovens em sala de aula!

Em cada carta você tem dicas de materiais sobre os temas abordados. Boa sorte!

Clique no botão Jogar disponível no canto inferior direito e observe as cores das cartas. As cartas
permanecerão abertas por aproximadamente 10 segundos. Assim que elas virarem você poderá iniciar o
jogo clicando nas cartas para encontrar os pares. Se desejar visualizá-las novamente antes de começar o
jogo, clique no botão Ver novamente. Caso você erre, as cartas selecionadas serão fechadas. Quando
acertar, as cartas continuarão abertas e você poderá ler os textos apresentados.




Ser jovem
Foi realizada, entre novembro e dezembro de 2003, a pesquisa nacional “Perfil da Juventude Brasileira”,
desenvolvida por uma parceria entre o Instituto Cidadania, o Sebrae e o Instituto de Hospitalidade.

Responderam aos questionários aplicados em seus domicílios 3.501 jovens de 15 a 24 anos de idade,
distribuídos por 198 municípios de 25 estados brasileiros.

Entre os resultados, obteve-se uma visão geral de quais seriam as piores coisas para eles.
Identidade
Os adolescentes vivem uma complexa transição, não são completamente reconhecidos pelos adultos em suas
habilidades e possibilidades e, ao mesmo tempo, devem buscar sua identidade. Como consequência desse
conflito, passam por crises, experimentações, rupturas, transgressões e descobertas.

Vamos ler um trecho do livro O menino no espelho, de Fernando Sabino.
   Para testar, coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo
vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Mais do que nunca me
vem a sensação de que é alguém idêntico a mim que está ali dentro do espelho, se divertindo em me imitar.
Chego a ter a impressão de sentir o calor da palma da mão dele contra a minha. Fico sério, a imaginar o que
aconteceria se isso fosse verdade. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a
sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério?
SABINO, F. O menino no espelho. Rio de Janeiro: Record, 1998, 51. ed, p. 131.

O que será que ele tenta encontrar através da própria imagem? Você acha que o trecho exposto
anteriormente explicita, em algum momento, as contradições que fazem parte do processo de construção da
identidade? Por que será que ele sorri? Por que será que ele se percebe absolutamente sério? Quem convive
com adolescentes sabe que, em muitos momentos e situações, eles são instáveis e inconstantes em seus
comportamentos, sentimentos e reações, assim como a personagem no espelho. Mas quais são os motivos
que levam os jovens a sentirem-se e agirem dessa maneira?

Para saber a resposta de algumas dessas questões clique aqui.



Vamos ver quais são as principais mudanças que acontecem no corpo do jovem?
*Trecho retirado de: MELLO, G.; REGO, T. Ofício de professor: aprender mais para ensinar melhor.
Programa de Educação a Distância para professores de 5ª a 8ª séries e Ensino Médio: 1. O jovem, a escola e
os desafios da sociedade atual. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2004, p. 36.

Com tantas mudanças corporais, o adolescente se vê diante de um corpo que ainda não é seu. Vamos agora
pensar um pouco sobre as consequências geradas pela constatação de que o próprio corpo está atravessando
transformações?

Atividade 3
Olhe bem para a imagem. Agora pare e pense. Diante do que foi lido e discutido até o momento sobre
adolescência, analise a coerência das alternativas a seguir sobre o que o jovem da ilustração pode estar
sentindo!

Que dúvidas poderiam estar representadas pelos pontos de interrogação que rodeiam seus pensamentos?

Escolha a alternativa que você considera ser a melhor legenda para a imagem.

Clique e arraste para espaço ao lado a afirmação que você considera apropriada para ser utilizada como
legenda da imagem.
Ao final, clique em Conferir.




Dúvidas e incertezas da adolescência

A vida do adolescente não se resume ao contexto escolar. Estende-se ao convívio com amigos, namorados e
namoradas, familiares e colegas de trabalho. São muitas as instâncias de socialização que fazem com que
essa fase não represente somente um período de espera para alcançar outro patamar, mas um momento que
tem sentido em si mesmo.
Eles buscam reconhecimento nos amigos – o dos adultos é importante, mas não suficiente, porque precisam
ser reconhecidos pelos seus iguais, que passam a ter um sentido privilegiado em diversas dimensões de suas
vidas: experiências sexuais, trabalho, participação cultural e política. Isso faz com que se promova a
construção da identidade e da tão almejada independência.

Escute a música O xote das meninas de Luiz Gonzaga.
Preste atenção na letra. Ele fala sobre a passagem da infância para a adolescência na vida de uma menina do
sertão nordestino. O que acontece com essa menina? Quais marcas dessa passagem estão sendo retratadas na
música? Qual o “mal da idade” ao qual a letra se refere? Nesta atividade, vamos falar sobre a sexualidade e
suas manifestações no contexto escolar.

Sexualidade
Nem sempre a sexualidade é vivida de maneira segura pelos adolescentes. Você já ouviu falar nas
pulseirinhas do sexo? Leia um artigo de jornal sobre essa história que vem acontecendo entre os
adolescentes e vamos conversar sobre isso: "Uma nova ditadura do sexo" , por A. D. Takiuti.

Pense nos motivos que fazem as meninas usarem as pulseirinhas. Por que o jogo? Brincadeiras de sedução
podem ser saudáveis na adolescência. Mas podem passar de uma tênue linha que representa a opressão e a
submissão. Muitas vezes as jovens acabam entrando em brincadeiras como essa por insegurança, para serem
aceitas pelo grupo. Não sabem que não precisam se submeter a isso e que têm o direito a escolher seus
parceiros.




Vamos ver algumas dicas que você pode seguir para tratar desse tema com seus alunos.

Essas são algumas ideias, mas você pode usar a criatividade para ajudar as jovens e os jovens a terem
consciência do próprio corpo, saber do direito a escolher seus parceiros e parceiras e ter segurança em suas
escolhas.

Diversidade
O adolescente é fruto do universo econômico e sociocultural onde vive, mas também ajuda a produzi-lo. Por
isso, são muitas as adolescências existentes: a do campo e da cidade; do centro e da periferia; de etnias e
classes sociais distintas, entre tantas outras, vividas por cada um. O nosso desafio será compreender uma
fase da vida marcada por tantas transformações e conflitos, reconhecer nesse adolescente sua singularidade e
potencialidades, e aprender a lidar com a diversidade.

Hoje sabemos que investir na formação dos adolescentes e jovens, amparando esse momento de
transformações, não significa somente considerá-los sujeitos de direitos, como devem ser, mas colaborar
para que sejam protagonistas na sociedade de maneira autônoma, ética e cidadã!

Atividade 4

Faça a ligação da melhor combinação entre a coluna da esquerda e a da direita.
Associe e numere os itens apresentados na segunda coluna de acordo com a primeira coluna. Ao final,
                                          clique em Conferir.




Bullying
Como vimos, o jovem está formando a sua identidade e se identifica com seus pares. No entanto, algumas
vezes o diferente torna-se ameaçador, já que revela outras formas de estar no mundo, o que pode mostrar a
fragilidade das posturas e verdades adotadas por determinado grupo.

É comum que os grupos de jovens, na tentativa de se valorizarem perante a sociedade, depreciem
comportamentos e escolhas religiosas, estéticas, desportivas ou musicais, diferentes dos seus. Muitas vezes,
essa desvalorização do diferente pode se manifestar disfarçada de humor ou na forma de brincadeiras muito
agressivas.

Assista o vídeo que fala sobre essas brincadeiras no contexto escolar.

E você, Professor, sente-se preparado para lidar com esse tipo de situação?

Você consegue lembrar ou imaginar alguma intervenção na qual o professor tenha conseguido interromper o
ciclo de violência, proporcionando transformação nas relações entre os alunos?

Vamos ver mais um vídeo que fala sobre uma dinâmica considerada bem-sucedida por alunos e professores.
              A frase a seguir foi retirada de um artigo que você leu algumas páginas atrás:

                  Quando existe o risco de os objetos de identificação virarem desculpas para a intolerância
                com os que pensam diferente, é fundamental questionar, em sala de aula, a postura coletiva.
                  (Ana Rita Martins)

Leia e analise o cenário descrito no quadro abaixo para realizar a próxima atividade:
   O professor de história entrou na sala do 3º ano do Ensino Médio para dar sua última aula antes da prova
semestral. Ao atravessar a porta de entrada, percebeu que um grupo de alunos estava reunido no fundo da
sala, gesticulando agressivamente, mexendo braços, falando alto e se dirigindo a dois alunos que, sentados,
estavam cada vez mais contra a parede. Tentando chamar a atenção para si, o professor inicia sua aula
pedindo que os alunos abram seus livros. Como não consegue desviar a atenção do grupo de jovens que
discutem, caminha em direção a eles, que estão cada vez mais exaltados. Ao se aproximar, percebe que os
jovens sentados estão acuados e amedrontados com as ameaças que recebem.

Atividade 5
Analise as três possibilidades de intervenção que caberiam na situação descrita na página anterior e
selecione a que considera mais adequada. Em seguida, verifique os comentários.

                          Leia as alternativas e depois clique em Ver Comentário.




Arraste as palavras, que se encaixam nas lacunas. Ao terminar a atividade, acesse o gabarito, que mostrará
quais estão certas e quais estão erradas.

Clique e arraste para os espaços abaixo os itens que considerar corretos. Quando acertar a indicação, o
quadro assumirá a cor verde. Se errar, o quadro terá a cor vermelha; neste caso, bastará efetuar nova
tentativa.
Mediação de conflitos

Como temos visto, a escola é um lugar privilegiado para que as relações aconteçam. Como em qualquer
espaço de socialização, os grupos se formam, namoros acontecem, e confrontos e conflitos se evidenciam.

O professor ocupa um lugar de destaque na instituição escolar, e por isso ele é muito importante na
intervenção de situações em que o conflito ou a violência aparece. As estratégias mais antigas para lidar com
os problemas são a punição e o castigo. Mas a História vem mostrando que essas não são as melhores
soluções! O enfrentamento da violência, a partir da mediação de conflitos, pode ser uma ótima ferramenta
para a construção da cidadania!

A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo publicou o material “Manual de Proteção Escolar e
Promoção da Cidadania” .

                    Lembre-se: a conversa é seu melhor instrumento!
               Mediação de conflitos
               Clique nos quadros abaixo e veja as vantagens de mediar conflitos entre seus alunos:
               Leia as alternativas e depois clique em Ver Comentário.
Convivência escolar
Com o objetivo de tornar efetivo o trabalho da docência, o professor precisa se preparar para lidar com
situações de conflito entre os alunos, para prevenir a violência e promover a melhoria do clima social da
escola.

A convivência escolar deve ser objeto de atenção dos professores como elemento coadjuvante da
aprendizagem dos conteúdos curriculares. O sucesso do estabelecimento das regras institucionais e definição
clara de papéis de professores e alunos deve se dar baseado em relações democráticas e justas, para que os
alunos tenham na escola um espaço de construção da cidadania.


Para saber algumas dicas sobre formas de melhorar a convivência escolar, clique aqui.


                                                Futuro profissional

                                                  Dos 30,32 milhões de brasileiros com idade entre 16 e 24
                                               anos, 20,23 milhões são economicamente ativos. No
                                               entanto, 18,9% estão desempregados. Esse índice é quase o
                               dobro da taxa geral de desemprego. Cerca de 35% dos jovens ocupados não
                               concluíram o Ensino Fundamental e outros 34,5% têm, pelo menos, o
                               Ensino Médio completo. Além disso, 24,45% dos jovens brasileiros
                               trabalham e estudam.
(Dados retirados do site Fome Zero, disponível aqui .)

De acordo com esses dados, os jovens nem sempre podem se focar exclusivamente nos estudos. As situações
que os levam ao mercado de trabalho variam bastante. Para alguns, o trabalho garante o sustento ou
complementa a renda de sua família. Para outros, a inserção no mercado garante o acesso a bens, serviços e
               atividades aos quais eles não teriam acesso de outra maneira. Em muitos casos, a renda
               obtida através do trabalho possibilita a própria formação profissional, através de cursos de
               profissionalização. Além disso, o trabalho é entendido como fonte de dignidade e respeito e
               está, em muitos casos, relacionado à possibilidade de encontrar a valorização familiar e
               social.
Rendimento escolar

A dupla jornada, estudos e trabalho, é uma realidade. Como será que você, Professor(a), pode aproveitá-la
para aumentar o rendimento escolar de seu aluno trabalhador? Temos uma sugestão! Veja uma atividade
possível de ser realizada com eles.

Atividade passo a passo
Clique em cada uma das abas para ler o conteúdo.




Organize seus alunos em um grande círculo, de forma que todos possam se enxergar (eles podem tanto
formar uma roda no chão, quanto em carteiras).
Professor como facilitador

Como você deve ter percebido nos oito passos descritos anteriormente, o objetivo desta atividade é tratar,
diretamente com os jovens, temas e questões que são comuns a muitos deles, mas que nem sempre têm a
oportunidade de compartilhar e discutir. A ideia principal é que eles possam se identificar com o discurso
dos colegas e se reconhecer nas facilidades, dúvidas, angústias e dificuldades experimentadas por outras
pessoas.

Vimos que os grupos de iguais são importantes palcos para o exercício de aproximação e distanciamento em
relação ao outro, não é mesmo? O professor, como figura de referência, pode facilitar esses movimentos,
que ajudam o jovem a sentir-se compreendido e a perceber que existem outras pessoas que enfrentam
situações semelhantes às suas. Em contato com outras experiências, os adolescentes podem descobrir e
experimentar novas maneiras de lidar com seus conflitos e encarar situações adversas

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  • 1. Modulo 4 Para começo de conversa Olá professor, olá professora! Seja bem-vindo ao módulo Identidade e Diversidade Cultural! Como temos visto, ser professor envolve uma trama complexa de saberes e fazeres. Ensinar e fazer aprender exige, além de conhecimento, disponibilidade, capacidade de motivar, estabelecer vínculos e, principalmente, muito trabalho. Neste módulo vamos tentar responder a pergunta: quem são os alunos? Esse esforço se justifica porque se soubermos para quem ensinamos, estaremos mais preparados para ajudá-los a aprender. Para isso, apresentaremos vídeos, atividades, textos e projetos, e esperamos que ao final desta jornada você tenha explorado em mais detalhes: Vamos começar? A escola é um espaço de muitas aprendizagens e a maioria delas pode ser articulada ao currículo, principalmente no caso da rede estadual de São Paulo, onde os materiais curriculares permitem essa articulação. A elaboração do currículo reconhece que é na escola que a criança e o adolescente constituem saberes que poderão ser úteis para seu projeto de vida. É nela que os alunos passam momentos marcantes de sua juventude, constituem suas histórias, relacionam-se e vivem isso com muita intensidade! O professor é fundamental para ajudar seus alunos nessa jornada. Conhecê-los é indispensável para o sucesso da docência.
  • 2. Adolescência Mas afinal, o que é adolescência? Em muitas culturas tradicionais a passagem da infância para a vida adulta é marcada por um ritual de transição, que autoriza a criança a compartilhar das responsabilidades, direitos e valores da vida adulta. Mas na nossa sociedade essa passagem não acontece da mesma maneira! Índios Kalapalo dançando no ritual do Kuarup na Aldeia Aiha no Parque Indígena do Xingu, Querência, MT, em 2009.
  • 3. As transformações culturais dos últimos tempos tiveram um grande reflexo nas relações sociais, e foi somente no fim do século XIX que passou a existir essa fase que hoje chamamos adolescência. Definição de Adolescência Existem várias definições para os termos adolescência e juventude, dependendo do foco – educacional, biológico, psicológico etc. – pelo qual é abordado. Esses termos são às vezes usados como sinônimos (como em alemão Jugend e Adoleszenz, e em inglês Youth e Adolescence), às vezes como duas fases distintas, mas que se sobrepõem. Para Steinberg, a adolescência se estende aproximadamente dos 11 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define juventude (ing. youth) como a fase entre 15 e 24 anos de idade – sendo que ela deixa aberta a possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outra maneira; a Organização Mundial da Saúde define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os dez e os 20 anos de idade e, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece ainda outra faixa etária: dos 12 aos 18 anos. Além disso, Oerter e Montada descrevem uma “idade adulta inicial” (al. frühes Erwachsenenalter) que vai dos 18 aos 29 anos e que se sobrepõe às definições de “juventude” apresentadas. Como quer que seja, é importante salientar que “adolescência” é um termo geralmente utilizado em um contexto científico com relação ao processo de desenvolvimento biopsicossocial. Veja outras definições! Juventude e Adolescência no Brasil: Referências Conceituais Para entender um pouco mais sobre o conceito de juventude e adolescência, leia o artigo “Juventude e Adolescência no Brasil: Referências Conceituais” . O uso das noções de adolescência e juventude no contexto brasileiro (pg. 19 – 39). Escola e Adolescência A escola é um lugar muito importante para que os jovens possam conhecer formas diversas de se colocar no mundo e desenvolver sua cidadania. Assista o vídeo que mostra um projeto de formação de grêmios nas escolas. Comportamento Em geral, a adolescência é vista como uma etapa relacionada a comportamentos de risco e transgressão. Mas muitas vezes, ela é vítima dessa mesma trama. Essa abordagem tem um grande problema! Quando olhamos os jovens dessa maneira, só enxergamos as dificuldades e estigmatizamos esses sujeitos. Temos, sim, que entender os motivos que geram, por exemplo, a violência, a gravidez precoce e o envolvimento com o narcotráfico. E podemos entender isso olhando o contexto em que esse jovem vive, para então propor novas alternativas de inserção na sociedade. Os adolescentes e os jovens não devem ser definidos pelos seus problemas, mas como sujeitos integrais! Você sabe o que é protagonismo juvenil? Acesse o link para ler um artigo sobre o tema. O que é protagonismo juvenil? Branca Sylvia Brener * Índice Protagonismo Juvenil Por que a participação social dos jovens? O papel do educador
  • 4. Bibliografia Protagonismo Juvenil A palavra protagonismo vem de “protos”, que em latim significa principal, o primeiro, e de “agonistes”, que quer dizer lutador, competidor. Este termo, muito utilizado pelo teatro para definir o personagem principal de uma encenação, foi incorporado à Educação por Antonio Carlos Gomes da Costa, educador mineiro que vem desenvolvendo uma nova prática educativa com jovens. Dentro da idéia de protagonismo juvenil proposta por Gomes da Costa, o jovem é tomado como elemento central da prática educativa, que participa de todas as fases desta prática, desde a elaboração, execução até a avaliação das ações propostas. A idéia é que o protagonismo juvenil possa estimular a participação social dos jovens, contribuindo não apenas com o desenvolvimento pessoal dos jovens atingidos, mas com o desenvolvimento das comunidades em que os jovens estão inseridos. Dessa forma, segundo o educador, o protagonismo juvenil contribui para a formação de pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente, com valores de solidariedade e respeito mais incorporados, o que contribui para uma proposta de transformação social. “Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio- comunitário ” (Costa, 1996:90) Antonio Carlos Gomes da Costa acredita que toda Educação deva levar em conta duas perguntas básicas: Que tipo de homem se pretende formar e que tipo de sociedade pretendemos construir? A primeira questão ele responde a partir da reflexão sobre as principais características do século XX, em que o mundo capitalista desenvolveu um homem excessivamente autônomo e pouco solidário tendo o mundo socialista desenvolvido o contrário. Assim, ele acredita que, com as principais mudanças do mundo atual, entre elas o final da separação entre os mundos capitalista e socialista, nosso desafio seja exatamente formar um homem solidário e autônomo simultaneamente; que seja capaz de apreender as novas linguagens que surgem diariamente e ganhar espaços no disputado mercado de trabalho ao mesmo tempo em que possa dar conta das terríveis conseqüências da globalização, como a desigualdade e a exclusão social. Para a formação deste homem autônomo e solidário, Antonio Carlos parte de uma concepção de Educação que está de acordo tanto com a Constituição de 1988 como com a LDB de 1996 .Ele parte do artigo 205 da Constituição Federal que diz: “A educação é um direito de todos, dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade civil, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. E do artigo 1o, da Lei 9394/96, LDB, que diz: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nos movimentos culturais” Para responder a questão sobre qual tipo de sociedade pretendemos construir, o educador recorre ao artigo 3o da Constituição Federal: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
  • 5. II- Garantir o desenvolvimento nacional; III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Assim, a concepção de Educação contida na proposta de protagonismo juvenil deve ser entendida de forma abrangente, não podendo limitar-se à Educação escolar, mas incluindo outros aspectos que possam auxiliar os jovens no exercício da vida pública, como o desenvolvimento pessoal, profissional, as relações sociais e o trato com as questões do bem-comum. Ao mesmo tempo os espaços educacionais devem ser compreendidos como múltiplos, ultrapassando os muros das escolas e atingindo outros espaços de referência, como organizações sociais, movimentos sociais, etc... O protagonismo juvenil deve priorizar a intervenção comunitária, procurando,com a ação concreta dos jovens, contribuir para uma sociedade mais justa, a partir da incorporação de valores democráticos e participativos por parte dos jovens e da vivência do diálogo, da negociação e da convivência com as diferenças sociais. Assim, o protagonismo juvenil pressupõe sempre um compromisso com a democracia. Entretanto, para que se desenvolva o protagonismo juvenil é necessário desenvolver um novo tipo de relacionamento entre jovens e adultos, em que o adulto deixa de ser um transmissor de conhecimentos para ser um colaborador e um parceiro do jovem na descoberta de novos conhecimentos e na ação comunitária. Para que isso aconteça, é necessário, no entanto, que haja uma mudança na visão do educando, em que este possa ser visto como fonte de iniciativa, fonte de liberdade e de compromisso. Isso quer dizer que os jovens devem ser estimulados a tomarem iniciativa dos projetos a serem desenvolvidos, ao mesmo tempo em que devem vivenciar possibilidades de escolha e de responsabilidades. O desenvolvimento do Protagonismo Juvenil, dessa forma,está de acordo com as disposições contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em que crianças e adolescentes são entendidos como “sujeitos de direitos”, ou seja, devem estar no centro das políticas de atenção para este segmento. Isso pressupõe uma concepção muito positiva de juventude, em que os jovens possam ser enxergados como detentores de potencial de ação e transformação sociais muito fortes, passando a ser agentes do processo educacional e não meros receptores de conhecimentos e de propostas pré-definidas: “O protagonismo juvenil parte do pressuposto de que o que os adolescentes pensam, dizem e fazem pode transcender os limites do seu entorno pessoal e familiar e influir no curso dos acontecimentos da vida comunitária e social mais ampla. Em outras palavras, o protagonismo juvenil é uma forma de reconhecer que a participação dos adolescentes pode gerar mudanças decisivas na realidade social, ambiental, cultural e política onde estão inseridos. Nesse sentido, participar para o adolescente é envolver-se em processos de discussão, decisão, desenho e execução de ações, visando, através do seu envolvimento na solução de problemas reais, desenvolver o seu potencial criativo e a sua força transformadora. Assim, o protagonismo juvenil, tanto como um direito, é um dever dos adolescentes” (Costa,1996:65). Por que a participação social dos jovens? Nesse sentido, seria função do processo educativo criar oportunidades que pudessem garantir aos jovens uma vivência e um aprendizado das questões do mundo adulto, proporcionando o fortalecimento de um autoconceito positivo, a formação de vínculos saudáveis e o desenvolvimento de potencialidades e talentos, o que ao mesmo tempo em que favoreceria os próprios jovens, contribuiria com a construção de uma sociedade menos violenta e desigual. Além disso, Antonio Carlos Gomes da Costa acredita que o envolvimento dos jovens em projetos sociais e comunitários possa auxiliá-los na criação de projetos de vida, elemento fundamental para o desenvolvimento pessoal e social dos jovens. A participação social dos jovens não é um elemento novo na história brasileira, tendo se desenvolvido de acordo com o contexto histórico e econômico a que estivemos submetidos. A juventude dos anos 60 e 70
  • 6. ficou notadamente conhecida pela sua participação social e política, que teve nos estudantes seus principais protagonistas, os quais tomavam as ruas para manifestar o descontentamento não apenas com as questões estudantis da época, mas com questões nacionais e mundiais. A esta época, “política” era um termo aplicado quase totalmente aos partidos políticos e as relações sociais eram fortemente hierarquizadas, fruto do regime autoritário vigente no país. Além disso, a juventude estudantil era uma juventude vinda de extratos sociais mais favorecidos socialmente, justamente aqueles que tinham acesso ao ensino universitário da época. Justamente esta juventude foi considerada como modelo de participação social e foi a partir desta geração de jovens que se descobriu o potencial transformador presente na condição juvenil. As gerações que se seguiram foram sempre comparadas às gerações de 60/70, como se nunca mais aparecesse na História uma geração de jovens capaz de propor um modelo novo de sociedade, tendo sido entendidas como despolitizadas ou apáticas. Ocorre que as juventudes dos anos 80 e 90 foram criadas em ambientes que de forma alguma estimularam a politização e a participação dos jovens, ao mesmo tempo em que foram bombardeadas pelos meios de comunicação de massa em direção ao consumo e ao individualismo. Isso quer dizer que se os jovens desta geração nos parecem indiferentes, é porque houve todo um processo educativo que contribuiu para isso. Entretanto, os tempos mudaram e novas juventudes, mais especificamente a juventude pobre, ganham voz na vida pública com o processo de redemocratização do país, ao mesmo tempo em que uma nova concepção de política é desenvolvida a partir da ampliação do que possa vir a ser o “público” e o “privado”. Assim, hoje, o que é “público” é o que está a serviço de todos e as responsabilidades do que é público não são mais apenas do Estado, sendo divididas com a sociedade civil. Assim, criam-se novas formas de participação política, entendida aqui como “habilidade no trato das relações humanas com vistas à obtenção dos resultados desejados” (Aurélio) e a partir da constituição de 1988 torna-se possível também se expressar politicamente a partir dos diferentes Conselhos ligados às políticas públicas e nas próprias instituições públicas, como Por Exemplo a Escola. Isso mostra, na verdade, que é possível. Assim, promover a participação dos jovens a partir do protagonismo juvenil é também facilitar o acesso do jovem aos novos espaços de participação social e política, resgatando o elemento transformador inerente à condição juvenil e canalizando-o para uma atuação saudável. O desenvolvimento do protagonismo juvenil, de acordo com Antonio Carlos Gomes da Costa, diferencia-se do protagonismo juvenil de outras épocas principalmente em função de que na proposta do educador, as idéias e iniciativas devam ser sempre oriundas dos próprios jovens, o que em outras épocas foi determinado pelos adultos em ideários já pré-definidos dentro dos partidos políticos. O papel do educador O educador, dentro da proposta de desenvolvimento do protagonismo juvenil, deve ceder seu espaço “cênico” ao jovem, passando a ter uma função de “bastidor” ou de suporte. Isso, de forma alguma significa abandonar a função educativa, mas ao contrário, significa colocar os jovens em posição de destaque no que diz respeito aos processos decisórios, adotando uma postura de apoio e colaboração. Isso requer uma presença constante junto aos jovens, numa posição diferente à posição do educador tradicional, estabelecendo uma relação mais “horizontal” junto aos jovens sem, contudo, perder o seu papel de educador. Uma relação mais “horizontal” entre educador e educando pressupõe estar de acordo com o contexto atual, em que não são mais toleradas as formas hierárquicas dentro e fora das instituições, que tiveram origem em períodos de repressão e ditadura. Vivemos, ao contrário, um momento de abertura à diversidade e ao diálogo, em que o respeito às diferenças e a busca do bem comum são agora valorizados e estimulados.
  • 7. O papel do educador, desta forma, se constitui numa função chave do desenvolvimento do protagonismo juvenil, à medida que tem a intenção clara de desenvolver a autonomia dos jovens. Nesse sentido, todas as suas ações e estratégias devem estar direcionadas para uma resposta autônoma e criativa por parte dos jovens, evitando aquelas ações e estratégias que promovam a dependência ou a acomodação. Nesse sentido, Antonio Carlos Gomes da Costa desenvolve um quadro com etapas da relação educador/educando que devem progressivamente caminhar da relação de dependência para uma relação de autonomia, passando neste percurso, por atitudes que promovam a colaboração entre jovens e adultos: Etapas de desenvolvimento Dependência Colaboração Autonomia de uma ação Discussão Iniciativa conjunta Iniciativa Iniciativa da unilateral do sobre assumir parte dos ação educador ou não uma jovens iniciativa Os jovens O educador planejam sem Planejamento da Planejamento planeja o educador o ação em conjunto sozinho que será realizado O educador Educadores e Os jovens executa e o jovens executam Execução da jovem executam sozinhos o ação recebe a juntos a ação que foi ação planejada planejado Educadores e Os jovens Os próprios Avaliação da educadores discutem o jovens ação avaliam os que e como avaliam a jovens avaliar a ação ação realizada realizada Os jovens se Os Educador e apropriam dos resultados jovens resultados e Apropriação dos são compartilham respondem resultados apropriados os resultados pelas pelo da ação conseqüências educador desenvolvida da ação Assim, percebemos que o papel do educador no desenvolvimento do protagonismo juvenil tem um método e uma direção muito claros, que devem proporcionar a autonomia e a liberdade de escolha dos jovens de maneira gradativa a partir das atitudes e atividades planejadas e propostas: “Além do compromisso ético, a opção pelo desenvolvimento de propostas, que tenham por base o protagonismo juvenil, exige do educador uma clara vontade política da sua parte, no sentido de contribuir- através do seu trabalho- para a construção de uma sociedade, que respeite os direitos de cidadania e aumente progressivamente os níveis de participação de sua população”. (Costa, 1996:115) Além disso, é importante ressaltar que o protagonismo juvenil não é militância partidária nem tampouco uma ação educativa a cargo do próprio educando, mas antes de tudo é um processo que pretende facilitar a
  • 8. inserção dos jovens no mundo adulto a partir do exercício da participação social dentro dos espaços a que os jovens pertencem. Para tanto, é função central do educador auxiliar os jovens no reconhecimento desses espaços, favorecendo uma reflexão crítica a respeito do funcionamento e das possibilidades de atuação dentro dos mesmos. Bibliografia COSTA, Antonio C. Gomes da. Mais que uma lei. São Paulo, Instituto Ayrton Senna, 1997. COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador, Fundação Odebrecht, 2000. * Branca Sylvia Brener é psicóloga, psicodramatista e mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP) Atividade 2 – Jogo da Memória Encontre os pares nesse jogo da memória e veja algumas formas de trabalhar com os jovens em sala de aula! Em cada carta você tem dicas de materiais sobre os temas abordados. Boa sorte! Clique no botão Jogar disponível no canto inferior direito e observe as cores das cartas. As cartas permanecerão abertas por aproximadamente 10 segundos. Assim que elas virarem você poderá iniciar o jogo clicando nas cartas para encontrar os pares. Se desejar visualizá-las novamente antes de começar o jogo, clique no botão Ver novamente. Caso você erre, as cartas selecionadas serão fechadas. Quando acertar, as cartas continuarão abertas e você poderá ler os textos apresentados. Ser jovem Foi realizada, entre novembro e dezembro de 2003, a pesquisa nacional “Perfil da Juventude Brasileira”, desenvolvida por uma parceria entre o Instituto Cidadania, o Sebrae e o Instituto de Hospitalidade. Responderam aos questionários aplicados em seus domicílios 3.501 jovens de 15 a 24 anos de idade, distribuídos por 198 municípios de 25 estados brasileiros. Entre os resultados, obteve-se uma visão geral de quais seriam as piores coisas para eles.
  • 9. Identidade Os adolescentes vivem uma complexa transição, não são completamente reconhecidos pelos adultos em suas habilidades e possibilidades e, ao mesmo tempo, devem buscar sua identidade. Como consequência desse conflito, passam por crises, experimentações, rupturas, transgressões e descobertas. Vamos ler um trecho do livro O menino no espelho, de Fernando Sabino. Para testar, coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Mais do que nunca me vem a sensação de que é alguém idêntico a mim que está ali dentro do espelho, se divertindo em me imitar. Chego a ter a impressão de sentir o calor da palma da mão dele contra a minha. Fico sério, a imaginar o que aconteceria se isso fosse verdade. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? SABINO, F. O menino no espelho. Rio de Janeiro: Record, 1998, 51. ed, p. 131. O que será que ele tenta encontrar através da própria imagem? Você acha que o trecho exposto anteriormente explicita, em algum momento, as contradições que fazem parte do processo de construção da identidade? Por que será que ele sorri? Por que será que ele se percebe absolutamente sério? Quem convive com adolescentes sabe que, em muitos momentos e situações, eles são instáveis e inconstantes em seus comportamentos, sentimentos e reações, assim como a personagem no espelho. Mas quais são os motivos que levam os jovens a sentirem-se e agirem dessa maneira? Para saber a resposta de algumas dessas questões clique aqui. Vamos ver quais são as principais mudanças que acontecem no corpo do jovem?
  • 10. *Trecho retirado de: MELLO, G.; REGO, T. Ofício de professor: aprender mais para ensinar melhor. Programa de Educação a Distância para professores de 5ª a 8ª séries e Ensino Médio: 1. O jovem, a escola e os desafios da sociedade atual. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2004, p. 36. Com tantas mudanças corporais, o adolescente se vê diante de um corpo que ainda não é seu. Vamos agora pensar um pouco sobre as consequências geradas pela constatação de que o próprio corpo está atravessando transformações? Atividade 3 Olhe bem para a imagem. Agora pare e pense. Diante do que foi lido e discutido até o momento sobre adolescência, analise a coerência das alternativas a seguir sobre o que o jovem da ilustração pode estar sentindo! Que dúvidas poderiam estar representadas pelos pontos de interrogação que rodeiam seus pensamentos? Escolha a alternativa que você considera ser a melhor legenda para a imagem. Clique e arraste para espaço ao lado a afirmação que você considera apropriada para ser utilizada como legenda da imagem. Ao final, clique em Conferir. Dúvidas e incertezas da adolescência A vida do adolescente não se resume ao contexto escolar. Estende-se ao convívio com amigos, namorados e namoradas, familiares e colegas de trabalho. São muitas as instâncias de socialização que fazem com que essa fase não represente somente um período de espera para alcançar outro patamar, mas um momento que tem sentido em si mesmo.
  • 11. Eles buscam reconhecimento nos amigos – o dos adultos é importante, mas não suficiente, porque precisam ser reconhecidos pelos seus iguais, que passam a ter um sentido privilegiado em diversas dimensões de suas vidas: experiências sexuais, trabalho, participação cultural e política. Isso faz com que se promova a construção da identidade e da tão almejada independência. Escute a música O xote das meninas de Luiz Gonzaga. Preste atenção na letra. Ele fala sobre a passagem da infância para a adolescência na vida de uma menina do sertão nordestino. O que acontece com essa menina? Quais marcas dessa passagem estão sendo retratadas na música? Qual o “mal da idade” ao qual a letra se refere? Nesta atividade, vamos falar sobre a sexualidade e suas manifestações no contexto escolar. Sexualidade Nem sempre a sexualidade é vivida de maneira segura pelos adolescentes. Você já ouviu falar nas pulseirinhas do sexo? Leia um artigo de jornal sobre essa história que vem acontecendo entre os adolescentes e vamos conversar sobre isso: "Uma nova ditadura do sexo" , por A. D. Takiuti. Pense nos motivos que fazem as meninas usarem as pulseirinhas. Por que o jogo? Brincadeiras de sedução podem ser saudáveis na adolescência. Mas podem passar de uma tênue linha que representa a opressão e a submissão. Muitas vezes as jovens acabam entrando em brincadeiras como essa por insegurança, para serem aceitas pelo grupo. Não sabem que não precisam se submeter a isso e que têm o direito a escolher seus parceiros. Vamos ver algumas dicas que você pode seguir para tratar desse tema com seus alunos. Essas são algumas ideias, mas você pode usar a criatividade para ajudar as jovens e os jovens a terem consciência do próprio corpo, saber do direito a escolher seus parceiros e parceiras e ter segurança em suas escolhas. Diversidade O adolescente é fruto do universo econômico e sociocultural onde vive, mas também ajuda a produzi-lo. Por isso, são muitas as adolescências existentes: a do campo e da cidade; do centro e da periferia; de etnias e classes sociais distintas, entre tantas outras, vividas por cada um. O nosso desafio será compreender uma fase da vida marcada por tantas transformações e conflitos, reconhecer nesse adolescente sua singularidade e potencialidades, e aprender a lidar com a diversidade. Hoje sabemos que investir na formação dos adolescentes e jovens, amparando esse momento de transformações, não significa somente considerá-los sujeitos de direitos, como devem ser, mas colaborar para que sejam protagonistas na sociedade de maneira autônoma, ética e cidadã! Atividade 4 Faça a ligação da melhor combinação entre a coluna da esquerda e a da direita.
  • 12. Associe e numere os itens apresentados na segunda coluna de acordo com a primeira coluna. Ao final, clique em Conferir. Bullying Como vimos, o jovem está formando a sua identidade e se identifica com seus pares. No entanto, algumas vezes o diferente torna-se ameaçador, já que revela outras formas de estar no mundo, o que pode mostrar a fragilidade das posturas e verdades adotadas por determinado grupo. É comum que os grupos de jovens, na tentativa de se valorizarem perante a sociedade, depreciem comportamentos e escolhas religiosas, estéticas, desportivas ou musicais, diferentes dos seus. Muitas vezes, essa desvalorização do diferente pode se manifestar disfarçada de humor ou na forma de brincadeiras muito agressivas. Assista o vídeo que fala sobre essas brincadeiras no contexto escolar. E você, Professor, sente-se preparado para lidar com esse tipo de situação? Você consegue lembrar ou imaginar alguma intervenção na qual o professor tenha conseguido interromper o ciclo de violência, proporcionando transformação nas relações entre os alunos? Vamos ver mais um vídeo que fala sobre uma dinâmica considerada bem-sucedida por alunos e professores. A frase a seguir foi retirada de um artigo que você leu algumas páginas atrás: Quando existe o risco de os objetos de identificação virarem desculpas para a intolerância com os que pensam diferente, é fundamental questionar, em sala de aula, a postura coletiva. (Ana Rita Martins) Leia e analise o cenário descrito no quadro abaixo para realizar a próxima atividade: O professor de história entrou na sala do 3º ano do Ensino Médio para dar sua última aula antes da prova semestral. Ao atravessar a porta de entrada, percebeu que um grupo de alunos estava reunido no fundo da sala, gesticulando agressivamente, mexendo braços, falando alto e se dirigindo a dois alunos que, sentados, estavam cada vez mais contra a parede. Tentando chamar a atenção para si, o professor inicia sua aula pedindo que os alunos abram seus livros. Como não consegue desviar a atenção do grupo de jovens que discutem, caminha em direção a eles, que estão cada vez mais exaltados. Ao se aproximar, percebe que os jovens sentados estão acuados e amedrontados com as ameaças que recebem. Atividade 5
  • 13. Analise as três possibilidades de intervenção que caberiam na situação descrita na página anterior e selecione a que considera mais adequada. Em seguida, verifique os comentários. Leia as alternativas e depois clique em Ver Comentário. Arraste as palavras, que se encaixam nas lacunas. Ao terminar a atividade, acesse o gabarito, que mostrará quais estão certas e quais estão erradas. Clique e arraste para os espaços abaixo os itens que considerar corretos. Quando acertar a indicação, o quadro assumirá a cor verde. Se errar, o quadro terá a cor vermelha; neste caso, bastará efetuar nova tentativa.
  • 14. Mediação de conflitos Como temos visto, a escola é um lugar privilegiado para que as relações aconteçam. Como em qualquer espaço de socialização, os grupos se formam, namoros acontecem, e confrontos e conflitos se evidenciam. O professor ocupa um lugar de destaque na instituição escolar, e por isso ele é muito importante na intervenção de situações em que o conflito ou a violência aparece. As estratégias mais antigas para lidar com os problemas são a punição e o castigo. Mas a História vem mostrando que essas não são as melhores soluções! O enfrentamento da violência, a partir da mediação de conflitos, pode ser uma ótima ferramenta para a construção da cidadania! A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo publicou o material “Manual de Proteção Escolar e Promoção da Cidadania” . Lembre-se: a conversa é seu melhor instrumento! Mediação de conflitos Clique nos quadros abaixo e veja as vantagens de mediar conflitos entre seus alunos: Leia as alternativas e depois clique em Ver Comentário.
  • 15. Convivência escolar Com o objetivo de tornar efetivo o trabalho da docência, o professor precisa se preparar para lidar com situações de conflito entre os alunos, para prevenir a violência e promover a melhoria do clima social da escola. A convivência escolar deve ser objeto de atenção dos professores como elemento coadjuvante da aprendizagem dos conteúdos curriculares. O sucesso do estabelecimento das regras institucionais e definição clara de papéis de professores e alunos deve se dar baseado em relações democráticas e justas, para que os alunos tenham na escola um espaço de construção da cidadania. Para saber algumas dicas sobre formas de melhorar a convivência escolar, clique aqui. Futuro profissional Dos 30,32 milhões de brasileiros com idade entre 16 e 24 anos, 20,23 milhões são economicamente ativos. No entanto, 18,9% estão desempregados. Esse índice é quase o dobro da taxa geral de desemprego. Cerca de 35% dos jovens ocupados não concluíram o Ensino Fundamental e outros 34,5% têm, pelo menos, o Ensino Médio completo. Além disso, 24,45% dos jovens brasileiros trabalham e estudam. (Dados retirados do site Fome Zero, disponível aqui .) De acordo com esses dados, os jovens nem sempre podem se focar exclusivamente nos estudos. As situações que os levam ao mercado de trabalho variam bastante. Para alguns, o trabalho garante o sustento ou complementa a renda de sua família. Para outros, a inserção no mercado garante o acesso a bens, serviços e atividades aos quais eles não teriam acesso de outra maneira. Em muitos casos, a renda obtida através do trabalho possibilita a própria formação profissional, através de cursos de profissionalização. Além disso, o trabalho é entendido como fonte de dignidade e respeito e está, em muitos casos, relacionado à possibilidade de encontrar a valorização familiar e social.
  • 16. Rendimento escolar A dupla jornada, estudos e trabalho, é uma realidade. Como será que você, Professor(a), pode aproveitá-la para aumentar o rendimento escolar de seu aluno trabalhador? Temos uma sugestão! Veja uma atividade possível de ser realizada com eles. Atividade passo a passo Clique em cada uma das abas para ler o conteúdo. Organize seus alunos em um grande círculo, de forma que todos possam se enxergar (eles podem tanto formar uma roda no chão, quanto em carteiras).
  • 17. Professor como facilitador Como você deve ter percebido nos oito passos descritos anteriormente, o objetivo desta atividade é tratar, diretamente com os jovens, temas e questões que são comuns a muitos deles, mas que nem sempre têm a oportunidade de compartilhar e discutir. A ideia principal é que eles possam se identificar com o discurso dos colegas e se reconhecer nas facilidades, dúvidas, angústias e dificuldades experimentadas por outras pessoas. Vimos que os grupos de iguais são importantes palcos para o exercício de aproximação e distanciamento em relação ao outro, não é mesmo? O professor, como figura de referência, pode facilitar esses movimentos, que ajudam o jovem a sentir-se compreendido e a perceber que existem outras pessoas que enfrentam situações semelhantes às suas. Em contato com outras experiências, os adolescentes podem descobrir e experimentar novas maneiras de lidar com seus conflitos e encarar situações adversas