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UM JORNAL DOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL “MARIA ELENA DA CUNHA BRAZ”
Edição: 002
ANO 2
Tiragem: 2000
O Direito à Educação de qualidade e suas implicações
PONTO DE VISTA
A partir da Constituição Federal de
1988, alterada pela Emenda Constitu-
cional n. 14, de 1996, o ensino funda-
mental de oito anos , obrigatório dos
07 aos 14, e gratuito para todos, pas-
sou a ser considerado direito público
e subjetivo. Certamente, esse foi um
grande avanço para a educação rela-
tivamente às Constituições anteriores.
A carta de 1988, assim como sua al-
teração pela emenda, deixa claro que
sendo o ensino público e subjetivo, os
governantes podem ser responsabi-
lizados juridicamente caso não o ofe-
reçam ou, ainda, o façam de maneira
irregular. A nova redação determina,
assim, que o direito à educação garan-
ta não só o acesso e a permanência
do indivíduo no ensino fundamental,
mas, abranja, também, a garantia de
um padrão de qualidade, sob o qual
deverá se estruturar o ensino.
Contudo, temos, ao longo do tem-
po, nos deparado com um problema
que não pode ser considerado uma
questão menor, qual seja, a dificul-
dade em mensurar “qualidade” de
ensino. De início, temos que consi-
derar que o termo “qualidade”, em si,
já é bastante complexo, devido a sua
polissemia, ou seja, a sua capacidade
de abrigar vários significados. Dito de
outra forma, como medir a qualidade
quando se está falando de Educação?
Que mecanismos utilizar? Melhorar a
qualidade, em educação, significaria
investir em pessoal para tornar o mer-
cado brasileiro mais atrativo para o
investidor? Ou seria mesmo o desen-
volvimento pleno do sujeito, em seus
aspectos cognitivos, sociais, psicológi-
cos, enfim, humanos?
Um dos primeiros aspectos tratados
pelas políticas públicas de educação,
no que diz respeito à qualidade, foi
aquela que buscava a democratiza-
ção do acesso e expansão da esco-
la básica para um número cada vez
maior da população. Não podemos nos
esquecer que, segundo dados oficiais,
em 1920, mais de 60% da população
brasileira era de analfabetos. Assim
sendo, o primeiro sentido de qualidade
estava ligado, intimamente, a uma
escola para todos. Por isso mesmo,
soam-nos, bastante suspeitos, certos
saudosismos que afirmam ser boa
a escola de “antigamente”. Intuo que
escola boa não é aquela aberta a meia
dúzia de alunos selecionados, mas sim,
a que tem suas portas abertas a to-
dos; que não discrimina, não exclui e,
principalmente, aceita as diferenças!
Já em momento posterior, uma vez já
tendo assegurada a presença maciça
da população na escola, a qualidade
na educação se vinculava à questão
do fluxo escolar e sua posterior cor-
reção. Nos anos de 95/96, por exem-
plo, o Brasil apresentava a escan-
dalosa taxa de reprovação de 30,2%.
Minas Gerais, por sua vez, no mes-
mo período, se sobressaía, lideran-
do, infelizmente, a região sudeste
com um percentual de reprovação
de 26,0%, contra 25,9; 20,3% e 18,8%
do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São
Paulo, respectivamente. Pelas “estra-
das de Minas” a taxa de DIS (Distor-
ção Idade-Série) alcançava, no ano de
1996, 37,4%.
Tudo indica que foi nesse sentido,
de tensionar o problema da evasão,
repetência e distorção idade-série que
a adoção dos ciclos, da promoção
automática, de programas de ace-
leração da aprendizagem e
de correção do fluxo se insti-
tuíram no cenário educacio-
nal brasileiro. Embora sejam
políticas que contem com a re-
provação de boa parte dos edu-
cadores, parece-me que a difi-
culdade na efetivação, de fato,
dos ciclos, por exemplo, advém,
primeiro, da falta de discussão
com as famílias, esclarecendo-
as da metodologia, pressupostos e
diretrizes que o norteiam. E segundo,
intuo que a não aceitação por nós,
professores, vem mesmo de um
ideário neoliberal que naturaliza as
práticas odiosas de avaliar, julgar e,
em seguida, subjugar o outro.
Por fim, nos dias de hoje o debate
acerca da qualidade da educação se
dá a partir da instituição de testes pa-
dronizados, conhecidos como PROVA
BRASIL, SIMAVE e que, no caso da
primeira, junto à taxa de promoções
forma-se o IDEB – Índice de Desen-
volvimento da Educação Básica. Não
há dúvida que os descritores da Prova
Brasil apresentam qualidade na for-
mulação e que, certamente, há que
se assegurar um mínimo comum
indispensável no currículo dos alu-
nos para, daí, discutirmos a quali-
dade de educação. Não faz nenhum
sentido, de fato, um professor de lín-
gua portuguesa organizar quase todo
o currículo do ensino fundamental com
ensino de fórmulas estereis e análise
sintática, por exemplo. Isso deverá ser
estudado, sim, caso algum desses
alunos se tornem estudante de letras,
mas, enquanto ensino fundamental,
essa não me parece ser uma prática
pedagógica pautada na linguagem
enquanto interação humana.
Por outro lado, não se deve fechar os
olhos para os riscos dessas avaliações
em larga escala, uma vez que testes
não dão conta de mensurar todos os
aspectos que envolvem o processo
de aprendizagem, como, por exem-
plo, o impacto que as condições sócio-
econômicas e a falta de lazer causam
na aquisção dos processos de leitura-
escrita. Isso sem falar na desconside-
ração das múltiplas inteligências que
sempre discutimos.Afinal, se o teste é
padronizado, não se pode falar em mul-
tiplicidade. O “Maria Elena”, nos anos fi-
nais, vem cumprindo todas as metas
propostas pelo Governo Federal e o
seu IDEB, medido em 2009, alcançou
4.2, numa escala de 6.0 a ser atingida
até o ano 2.021. Mas, certamente, o
que põe a escola nessa situação privi-
legiada, não são esses testes, mas sim,
o compromisso de um corpo docente e
administrativo que têm claro o conceito
de educação com o qual lidam e no qual
não estão incluídas a competição e a
comparação. Questões essas que po-
dem ser consideradas riscos em poten-
cial dessas avaliações em larga escala
e com os quais se deve estar atento.
Na Escola Municipal “Maria Elena
da Cunha Braz” parte-se do pres-
suposto de que talvez a “competição
melhore as mercadorias, mas, certa-
mente, piora os homens”!
Por Maria do Rosário Figueiredo Tripodi
Professora de língua portuguesa da E. M. Maria Elena, doutoranda em Educação pela USP
i Ver, a esse, respeito, a redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009.
Eugene Delacroix, A Liberdade guiando o povo
(La Liberté guidant le peuple), 1830
EXPEDIENTE
02
DIREÇÃO E VICE-DIREÇÃO:
Cícera Oliveira
Carla Matoso
Nícia Pereira
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:
Maria das Graças Soares
Elizabeth Fulgêncio
COORDENAÇÃO DO PROJETO:
Maria do Rosário Figueiredo Tripodi
JORNALISTAS:
Alexsander Gomes
Andréia Ferreira
Andreza
Chrystopher Marinho
Dara Pires
Débora Ribeiro
Dyego Lima
Filipe Leocádio
Francyelle Martins
Gilmere Damasio
Hyago Silva
Ianca Nolasco
Ingrid Fraga
Jéssica Paula
Kamila Viana
Luana Pêgo
Lucas Fernandes
Ludmila Passos
Marcos Paulo Diniz
Mariana Bramussi
Mariana Santiago
Stéfani Fernandes
Stéfany Cordeiro
Thais Silva
Wanderson Silva
Warley Oliveira
Wellington Furtado
Willian Dias
CONTATOS:
(31) 3596-4608
(31) 9621-0909
DIAGRAMAÇÃO:
Telma Maciel
(31) 9924-9670
IMPRESSÃO:
Gráfica Imprima
03
PONTO DE VISTA 2
O Ensino Religioso na escola pública,
obrigatório conforme a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, sempre foi assunto de
debate. As discussões se dão em torno da
renovação do conceito de Ensino Religioso,
da sua prática pedagógica, da definição de
seus conteúdos e metodologia adequada
ao universo escolar que hoje é bastante
diversificado. Como trabalhar um conteúdo
de cunho religioso de maneira laica?
A disciplina traz uma proposta educacional
cujo objeto de estudo são as manifestações
do fenômeno religioso e, por isso mesmo,
voltada a educar para o respeito às diferenças.
O respeito, por excelência, às diferenças
religiosas. Deve estimular ao aluno a fazer
uma interpretação dos acontecimentos e a
recolherosignificadodavidasobaperspectiva
do mistério divino que a envolve.
O Ensino Religioso, na atualidade da educação
brasileira, manifesta-se como um dos lugares e
espaços em que se destacam e discutem posições
sobre o sentido da vida, do ser humano, na
perspectiva da liberdade do ensino, como forma
de construção da liberdade humana. Contrapondo-
se a isso, identificam-se inúmeras atitudes
humanas no cotidiano, veiculadas pela mídia
e, consequentemente, invejadas pela grande
massa expectadora. Tais atitudes são, na
verdade, apenas a representação de que
para tudo serve, menos para ser apresentado
como referencial de caráter, de beleza, de
dignidade, de cidadania ou de vivência
dos princípios religiosos. Enquanto a mídia
aposta no aumento do Ibope a qualquer
custo, o Ensino Religioso aposta numa
proposta pedagógica voltada à redescoberta
da sacralidade da vida, enunciada pelas
diversas tradições religiosas.
Assim o Ensino Religioso contribui
para vida coletiva mostrando aos jovens
independente da crença religiosa ou da
ausência dela, o respeito ao diferente
e as diferenças. Da a oportunidade de
sistematizar o conhecimento, permitindo que ele
pense de maneira mais critica cada fazer do ser
humano e sua existência.
Ensino religioso na escola: limites e possibilidades
Por Zulma Leal
Pedagoga e Professora de Ensino Religioso da E.M. Maria Elena da Cunha Braz
Caravaggio, Repouso na Fuga para o Egito, 1595-1596
CHARGE
Há, aproximadamente, 01 ano, começou a ser implantado, em Betim, o projeto “Escola da Gente”, que tinha por
objetivo melhorar e integralizar a educação no município. Um ano se passou e, como era de se esperar, em um
projeto de grande alcance, aparecerem alguns obstáculos. Contudo, a avaliação feita pelo Gestor do Programa,
no bairro Icaivera, Antônio Thomáz, é que o Programa tem, cada dia mais, assumido a configuração que se
esperava desde o início, que era, justamente, oferecer atividades lúdico-pedagógicas aos alunos, de maneira que
essas atividades pudessem repercutir na formação e no processo de aprendizagem dos participantes.
E não é só o coordenador que faz uma boa avaliação do Programa; também a Direção, professores e,
principalmente, os pais acreditam que as atividades oferecidas têm contribuído para o crescimento das crianças
e adolescentes.
Atualmente, são oferecidas oficinas de taekwondo, natação, futsal, jornal, rádio, acompanhamento
pedagógico, pintura e música.
Segundo o gestor, no que diz respeito à oficina de música, o desejo da escola é formar uma futura orquestra
com o apoio da FUNARTE que já entregou à Escola alguns dos instrumentos como flautas, violinos e teclado.
A Escola ainda estuda a possibilidade de oferecer aos alunos uma oficina de filmagem e produção de
vídeos, um cineclube estudantil.
Atualmente, o “Escola da Gente”, que utiliza o sítio do CRESCER, mas tem em mente a abertura de mais
um espaço no próximo ano, atende aproximadamente 300 inscritos e que esse número, de acordo com Antônio
Thomáz, poderá sofrer uma queda para que se possa qualificar, ainda mais, o atendimento dado aos alunos.
Um ano de “Escola da Gente”:
pais, escola, gestores e estagiários comemoram!!!
Sob a regência da Professora Thamires,
alunos do “Escola da Gente” tocam e
encantam auditório lotado do Maria Elena.
COM A PALAVRA, OS PAIS!
“Graças a Deus meu neto tem desenvolvido
muito na Escola Maria Elena. Estou muito
satisfeita!”
D. Célia Mª de Oliveira e seu neto Maquisthon,
aluno da E.M.Maria Elena
“Hoje, o Carlinhos lê um livro atrás do outro!
Nos últimos meses, ele leu três livros. E agora,
sou eu que quero a ler; de tanto ver meu filho
lendo, agora também vou começar a ler.”
Denise Elizabeth, mãe de Carlos, aluno da E.M. Maria Elena da
Cunha Braz. Na foto com Carlos, a irmã Marcela e o pai Valdir
“A Escola Maria Elena me ajuda a ensinar meu
filho que o que estamos fazendo por ele hoje
vai ser pra sempre dele, ninguém vai tirar. A
Cícera sempre ajudou a olhar os meus filhos!
Eu tô muito satisfeito com a escola!”
Sr. José Santana com o neto e o filho Gabriel Santana, aluno
do Maria Elena
“Eu sinto a Escola Maria Elena como uma
parceira na educação do meu filho Samuel e
daqui a pouco com o Lucas, meu outro filho. O
comprometimento, preocupação e seriedade
dos profissionais dão tranquilidade a nós, pais.”
Osânia, com Lucas e Samuel, aluno da Escola Maria Elena
“Essa escola é muito boa! Meu filho vai pro
reforço toda semana às 06 horas da manhã e
hoje ele está lendo e escrevendo muito melhor!
Graças ao reforço e o esforço do povo da
escola.”
D. Maria Antônia, Seu Francisco e o filho Christian
Por Gilmere Damásio e Mariane Santiago
04 05
Bullying na mira dos alunos da Escola “Maria Elena”
Alunos do 2º ano do 3º ciclo organizam e apresentam seminário para
debater o Bullying entre adolescentes na Escola. Participaram das
atividades vários estudantes que puderam tirar suas dúvidas e dar
início à Campanha “Entrada proibida do Bullying, no “Maria Elena”!”
Da esquerda para a direita, Manassés, Thaís, Anna Clara, Ranna, Larissa Tathiane,
Amanda Lima, Henrique e Samuel sendo cumprimentados pela Vice - Diretora Nícia.
Por Ingrid Fraga, Diego, Wanderson & Wellington
“MARIA ELENA” ACONTECE
Passos dados rumo a mundo melhor!
Moradores do bairro Icaivera dão
as Mãos à Escola ‘’Maria Elena’’
na luta pela preservação do meio
ambiente. Todos juntos limparam
os lagos do parque do Cedro e
plantaram várias espécies de
árvores na Caminhada Ecológica.
O Planeta Terra agradece!
Alunos do 3º ciclo põem a mão na massa e no lápis
Foi com muita disposição que os alunos da turma 603 decidiram
aliar trabalho e escrita. O Projeto “Tirando de Letra” aproveita o
conhecimento dos alunos com a horticultura e soma, a isso, práticas de
leitura e escrita. Desse jeito, colheremos aprendizagem e legumes!
A Copa do Mundo é aqui!
EmclimadeCopadoMudoaescola
promoveu uma abertura simbólica,
em grande estilo, com entrada de
bandeiras, mascotes, símbolos que
representavam a copa, execução
do hino, além de coreografias! Um
dia de declaração de amor ao país
do futebol e descontração para
alunos e professores!
Êta trem bão, Sô!
O Arraiá do “Maria Elena” aqueceu
o inverno/2010, do Icaivera, com
muita dança barraquinhas e
comidas típicas! Mais uma vez a
festa “bombou” com pais, filhos,
alunos. Todos curtiram o evento!
Êta trem bão, Sô!
Conhecimento se constroi com informação e diversão:
Ouro Preto em memória e perspectiva
Foi combinando esses dois elementos –
informação e diversão - que a Professora
de Geografia do Maria Elena, Andréa
Costa, conduziu a atividade “Ouro Preto
em memória e perspectiva” na qual os
estudantes puderam conhecer um pouco
do cenário onde ocorreram fatos históricos
importantes para Minas Gerais e para o
Brasil, além de discutirem a importância da
preservação/conservação do Patrimônio
Histórico Cultural, uma vez que a cidade é,
nas palavras da Professora Andrea, por si,
“um museu a céu aberto”! Merece destaque,
ainda, a natureza sóciointerativa da visita que
proporcionou o estreitamento dos laços entre alunos, professores e
família que, como sempre, confiaram na Escola. Sem dúvida, momentos
como esse contribuem, de fato, para o desenvolvimento pleno do aluno!
“Show de bola”: assim os alunos definem a atividade!
“MARIA ELENA” ACONTECE
A melhor refeição do dia: “Café com Letras”
Assim que a Escola detectou que havia alunos do 3º e 4º ciclos
com defasagem de aprendizagem, não perdeu tempo. Encaminhou
um projeto para a Secretaria Municipal de Educação – SEMED –
que autorizou a Escola a estender a jornada de um Professor que
propôs aos alunos um café da manhã com um acompanhamento
diferente: letras. Assim nasceu o “Café com Letras”! Alunos e famílias
conscientes da importância dos estudos acordam mais cedo para
chegar na escola às 06h00 da matina e tomar um café gostoso
acompanhado de leitura e escrita. Tá servido????
Quinto Horário: porque SIMULAR o futuro é importante!
Enquanto alguns chegam mais cedo para o reforço, os alunos do final
do 4º ciclo ficam um horário a mais para se preparar para exames como
SIMAVE, PROVA BRASIL, CEFET, COLTEC. Além fazerem simulados,
os alunos aprendem as convenções, ou seja, como se comportar, o que
levar, como estudar na hora de prestar concurso. É o “Maria Elena” de
olho no futuro!
Aqui Maomé vai à montanha e a Montanha vai a Maomé!
É assim mesmo no “Maria Elena”! Além dos alunos irem à Escola, a
Escola vai à casa do Aluno. Também a partir da extensão de carga
horária do professor, autorizada pela SEMED, foi possível o professor
ir até a casa do aluno para discutir com os pais a contribuição que eles
podem dar na melhoria da qualidade do ensino. O professor, dentre
outras coisas, ensina aos pais algumas maneiras de colaborar no
“Para Casa”, no acompanhamento das atividades e horários de aula.
Afinal de contas, todos podem ajudar de alguma forma! E você? Já
pensou nisso? Como tem ajudado o seu filho?
Para a família “Maria Elena”, Educação de qualidade se faz a toda hora, em qualquer lugar!
Debaixo da EscadaNos corredores Nas mesas do recreio Na casa do aluno
Olimpíadas da Matemática
Alunos brilharam nas Olímpíadas
de matemática/2010. Passaram
para a 2ª fase os alunos Natália
Lima, André Luís, Higor Oliveira,
Jean Carlos e Nilrrane Paulo!
Toda a Escola os parabeniza pelo
esforço e garra para alcançar os
objetivos.
Educando para a vida... Uma parceira que deu certo!
OprojetoEducandoparaaVida,desenvolvidopelaGuardaMunicipal,
parceira da escola “Maria Elena”, conta com a grande e nobre tarefa
de ajudar as crianças na faixa etária de 10 anos, a se conscietizarem
dos problemas que as drogas podem desencadear, ajudando-as,
desde cedo, a entenderem a necessidade de valorizarem a vida!
06 07
Na atualidade, percebemos que a saúde publica vem ocupando boa parte dos
noticiários, principalmente, quando o assunto é a falta de investimento por parte
do governo. Com tal problema, a população, que em sua maioria é assalariada,
fica prejudicada, pois não possui condições de arcar com um plano de saúde
privado, gerando a super lotação dos postos de saúde e hospitais públicos.
Além disso, o absenteísmo dos médicos é algo que preocupa, pois não constitui
em fato isolado, prejudicando os usuários que, constantemente, enfrentam longas
filas para conseguir um atendimento especializado, sendo que muitos deles
chegam a perder um dia de trabalho em busca de consultas médicas.
Simara (...), usuária do posto de saúde do bairro Icaivera, nos fala das
dificuldades encontradas por ela, pelo fato de ser uma gestante. Segundo a
moradora, o horário da distribuição
de ficha para as consultas não atende
toda a população, pois é muito cedo.
Para Simara, é preciso contratar mais
médicos e enfermeiras se quiserem
melhorar o Sistema Único de Saúde
– SUS -, afinal a saúde não é um
favor prestado pelos governantes e
sim um direito do cidadão que paga
seus impostos.
Em outra vertente, Márcia Prote, gerente das unidades UBSF (unidade básica
de saúde familiar) e PSF (programa de saúde familiar), diz que os procedimentos
são bons pois, de acordo com cada caso, os pacientes passam pelos médicos
que encaminham os graves para um hospital especializado.
Já sobre o atendimento odontológico, segundo Carla Lobo, recepcionista do
posto de saúde, a demanda tem sido grande, mas novos dentistas estão sendo
contratados.
Portanto a discussão continua e a contradição nas versões também. Enquanto
não se chega a um consenso, resta o povo exigir que os seus direitos sejam
cumpridos e ao governo providenciar uma melhoria significativa no investimento
em saúde, para que esta, finalmente, “receba alta”.
Por Mariane Santiago e Luana Camillo
Precariedade na saúde pública leva moradores
a enfrentarem filas e, algumas vezes,
não conseguir atendimento médico
Entra ano, sai ano,
saúde continua “doente”
ESPORTES
Especialmente este ano, se um time brasileiro vencer a Copa Sul-Americana,
somente os três primeiros do campeonato brasileiro poderão disputar a copa
Libertadores da América, já que Santos e Internacional se classificaram. O
Santos, por ter vencido a Copa do Brasil, e o Internacional, por vencer a
Libertadora deste ano. Por conta disso, a CBF - Confederação Brasileira de
Futebol - estipulou que o país sede do time campeão tenha uma vaga a menos
para ser disputada, deixando-a para outro, da América do sul .
Mas quem serão os três sortudos? Com grandes chances, estão Corinthians,
Fluminense, Cruzeiro e Grêmio, por estarem nas primeiras posições, do
Campeonato Brasileiro.
Só não podemos nos esquecer que na edição do ano passado, o Cruzeiro
“entregou” o título para o Estudiantes , depois de empatar em La Plata, estádio
do Estudiantes, na Argentina. Perdeu, de virada, de 02 a 01, dentro de casa,
no Mineirão.
Em 2009, a coisa foi diferente! Com espetacular campanha, o Internacional,
de Porto Alegre, venceu o Chivas Guadalajara, do México, por 03 a 02 na final.
Dois lados, um campeão e um vice. Quem será o melhor na próxima
Libertadores? Agora é torcer para que seu time esteja entre os sortudos!
Libertadores - dessa vez, só irão 03!
Por Alexsander e Wellington
As atitudes e comportamentos
dos jovens e adolescentes vêm
mos-trando que o namoro de hoje
tomou outro rumo, ou seja, a se-
riedade e a busca da afetividade
vêm ganhando, cada dia mais, no-
vos contornos. Fidelidade, amor,
companheirismo estão em jogo.
Já não se precisa existir, neces-
sariamente, o amor; mas, sim,
algo que chame a atenção do
sexo oposto. Outros adjetivos ou
até uma pequena atração física
são suficientes para poder “ficar”.
“Ficar”... esse é o jeito pós-
moderno de namorar, modalidade
afetiva escolhida pela maioria dos
adolescentes na atualidade.
Entretanto, pode ser que esse
“ficar” acabe causando uma lacu-
na em relação ao antigo namoro.
Afinal, você não tem alguém com
quem possa se comprometer, de
verdade. Não há nesse tipo de
re-lacionamento os fatores que
amadurecem as pessoas e as en-
sinam a lidar com as diferenças.
Os jovens têm procurado,
hoje, novas experiências e mui-
tas delas radicais. O “ficar”, como
uma dessas novas experiências,
se tornou, por fim, apenas uma
diversão, um esporte, ou até mes-
mo aposta, pois aceita tudo.
Sobre esse tema, nós, alu-
nos, realizamos uma pesquisa
no Bairro Icaivera, que demons-
tra como o namoro se apresenta
hoje entre os jovens; contrari-
ando, em alguns aspectos, as
expectativas sobre certos com-
portamentos. Foram entrevista-
dos 150 adolescentes e jovens,
de 13 a 18 anos. Desse univer-
so, 73,9% disseram estar namo-
rando. O companheirismo sai na
frente, com 64% das respostas,
quando foram perguntados so-
bre o que buscam no namoro.
O afeto já não conta muito, ape-
nas para 11,3% dos jovens, ele
é importante. A traição, por sua
vez, mostrou ser algo insupor-
tável e de difícil superação.
Mais da metade dos entrevis-
tados (68,6%) confirma ser ela
a maior dor do namoro, embora
para apenas 14% fidelidade seja
algo que atraia no outro. Confira
esses e outros dados na pes-
quisa completa e entenda o que
pensam, sentem e esperam os
jovens de hoje.
Por Dara Pires
Pesquisa feita por alunos do “Maria Elena” com 150 adolescentes do Bairro Icaivera mostra o que eles pensam,
sentem e esperam do namoro nos dias de hoje.
NAMORAR OU FICAR? EIS A QUESTÃO!
150 JOVENS ENTREVISTADOS
BAIRRO ICAIVERA - BETIM
Pesquisa realizada pelas alunas Stéfanie Maria, Débora, Andréia, Francyelle e Dara
08 09
Já há algum tempo, percebe-
se que a educação pública vem
sofrendo com vários problemas.
Infraestrutura das escolas, salário
vergonhosos dos professores ,falta
de motivação dos alunos,escola
desinteressante, entre outros.
Como todo o Brasil, o Icaivera
tem experimentado os mesmos
dilemas. Entre eles, podemos
citar, por exemplo, o fato de
quatro turmas do 3º ciclo da escola
“Maria Elena” terem ficado sem
professor de Inglês e artes por,
aproximadamente, dois meses.
Outro grande desafio que as
escolas, em geral, enfrentam é
a ausência dos pais na escola.
Preocupada com isso, a escola
“Maria Elena” vem desenvolvendo
o projeto “Família – Escola -
Comunidade, que busca resolver,
pelo menos, e não é pouco, esse
problema. O projeto tem como
proposta melhorar a autoestima
dos pais, discutir a importância
de acompanhar os filhos nos
estudos e também participar
mais ativamante na educação
deles. Além disso,espera-se
ajudar os pais a compreender
melhor a metodologia e didática
empregadas na rede , como o
ciclo , o processo de avaliação, a
aprovação,entre outras.
Mensalmente, a escola “Maria
Elena” organiza reuniões em que
é dada a voz aos pais para que
os mesmos apresentem suas
dúvidas, críticas e sugestões para
que a educação se torne, cada
vez mais, de qualidade.
Sabe-se que uma escola
é construída diariamente e os
problemas devem ser enfrentados à
medidaqueocorrem.Sabe-se,ainda,
que devido à complexibilidade que
é o ensino, não se tem respostas e
nem receitas prontas.
Mas com os pais de mãos dadas
à Escola, tudo fica mais fácil. E
nesse sentido, o “Maria Elena” já
deu seu primeiro passo!
Por Jéssica Paula
Pais e Escola dão-se as mãos em
busca de uma educação de qualidade
DIÁRIO DE BORDO
Na manhã do dia 14 último, cinco jovens de classe média, entre 16
e 19 anos, atacaram três outros jovens na Av. Paulista. Usando lâmpa-
das fluorescentes como bastões, eles espancaram um jovem até que
ele desmaiasse e feriram mais três no seu ataque de fúria. A polícia
investiga se a motivação foi homofobia, mas nesse momento eu nem
quero discutir isso. O que me choca e assusta é o discurso dos pais
desses jovens.
E mesmo com um rapaz internado, esses pais gritam que seus
filhos são vítimas. Eles não são marginais! Eles estudam! Eles tem
pais! Eles foram provocados e tiveram uma atitude infantil! E depois
de uns dias na Fundação Casa, eu acredito que esses garotos serão
recebidos em casa com honras de heróis. Serão mimados e se refor-
çará a ideia de que agredir pobres, ou negros, ou gays não é assim tão
grave. Afinal quem são essas pessoas para estar no mesmo espaço
que eles, filhos nobres da classe privilegiada desse país?
Esse discurso me assusta por que cria maginais. Ele propaga o pre-
conceito. Mas antes disso é preciso pensar como esses jovens chega-
ram a esse ponto. Eles são um reflexo de um geração sem li-mites.
Criada para acreditar que o mundo lhes deve algo. Com pais que
abriram mão de sua posição de educadores e não aprenderam a dizer
não aos filhos. Pais que substituem carinho por bens materiais, roupas
de grifes e carros de marca. Que estão tão envolvidos em ganhar mais
e mais dinheiro que esquecem de “perder” tempo para olhar o filho.
Eu tenho quatro meninos. Filhos da classe média também. E muitas
vezes eu me preocupei com as companhias, com os lugares que eles
frequentavam e com a ideologia que via ser propagada entre a turma
deles. Eu sempre quis ser e sou amiga dos meus filhos, mas jamais
abri mão do meu lugar de mãe. Nunca esqueci que a responsabilidade
de educar era minha. E que isso incluía frustrá-los muita vezes. Como
vender um vídeo game quando eles tinha 13, 11 e 8 anos por que os
três quebraram as janelas da casa do vizinho e tinham que pagar. Ou
dizer não, você não vai a festa. E aturar as caras feias em retorno.
Essa geração terceirizou a educação dos filhos, colocando nas
mãos de babás e professores o que é sua responsabilidade como
pais. E em lugar de amor e limites, dão presentes e liberdade exces-
siva. É de se estranhar que eles acreditem que não há nada de mais
em bater em quem, por algum motivo, não fez ou não parece com o
que ele quer?
DA AUSÊNCIA DE LIMITES
Por Lilah Bianchi
Tramas, Tranças e Bobagens
www.tramasebobagens.blogspot.com
Estação: Sabe-se que em bairros pequenos
há muitos boatos. Em um desses comentários
fala-se que o posto foi instalado no bairro, pois
aqui, futuramente, viria a ter um banco, essa
informação procede?
Cap. Felício: Não, não procede. O posto foi
instaladonobairro,principalmente,paratrazer
segurança à sociedade, de maneira geral,
não para atender um ou outro segmento. Se
o posto fosse instalado só por causa de um
banco, nós estaríamos cometendo um crime
que se chama “zeladoria”. A Polícia não
trabalha só para um segmento, nem para
um banco, nem para a escola. Ela trabalha
para toda a sociedade. Quanto ao banco, o
bairro ainda não tem estrutura para tal; é um
bairro pequeno.
Estação: Muitas pessoas conseguem ter
uma visão sobre o bairro tão logo cheguem
a ele. Vocês já fizeram a avaliação do
Icaivera?
Cap. Felício: Lógico, já fizemos sim. É
um local tranquilo que está em formação, em
expansão. Tem características diferenciadas,
principalmente, pela sua localização. Embora
seja um bairro de Betim, está situado quase
dentro de Contagem. É, também, um bairro
que verificamos um desnível social muito
grande. Existem grupos muito empobrecidos,
além de ser um local muito propício à violência,
influenciado por Nova Contagem e Darci
Ribeiro. Já comprovamos que no Bairro Icaivera
houve uma redução no número de crimes, pois
desenvolvemos várias ações de policiais que
terminaram em prisões de pessoas que antes
prejudicavam a sociedade e que hoje não
prejudicam mais.
Estação: O posto foi instalado no bairro por
questão estratégica, para atender várias
localidades do entorno ou se deve ao índice de
criminalidade?
Cap. Felício: Os dois. A polícia não trabalha
apenas com uma hipótese, mas várias. A Polícia
Militar está presente em todos os 853 municípios
e aqui é um centro, um local de risco. A Polícia
se instala onde tem pessoas, onde há grupos
sociais. O primeiro motivo, então, foi esse. Já o
segundo, é não deixar realmente que a violência
predomine, que avance e influencie outros
bairros.
Estação: Sabemos que é importante punir os
que precisam, mas é preciso prevenir através
da educação. Vocês têm algum trabalho nesse
sentido?
Cap. Felício: Sim, aqui no Icaivera, nós estamos
trabalhando com o programa de prevenção
às drogas – o PROERD, que é um programa
premiado no mundo inteiro. Os policiais veem às
escolas para alertar as crianças de 4ª a 6ª série
sobre os problemas causados pelas drogas. Nós
temos, também, o “Jovem para a Cidadania” que
tem ações rotineiras que visam proporcionar
paz, educação, cultura que a população nem
tem conhecimento.
Estação: No Rio de Janeiro vemos que ocorrem
vários crimes envolvendo policiais. Eles matam
civis por engano como aconteceu com uma criança
de 05 anos que saía da escola e foi baleada, entre
outros exemplos. Então conclui-se que a policia do
RJ é muito despreparada. Como vocês avaliam
a polícia de Minas Gerais?
Cap. Felício: Nós avaliamos a Polícia de
Minas Gerais como uma das melhores do
Estado Brasileiro. Não concordamos que a
Polícia do Rio de Janeiro seja despreparada,
afinal, o número de crimes de lá é maior do
que de Minas. Lá é muito problemático.
Estação: Desde que o posto foi instalado
no bairro, vocês notaram alguma mudança
de comportamento em relação ao crime? A
presença de vocês os inibe?
Cap. Felício: Como já disse, o Bairro é um
lugar tranquilo, mas desde a nossa vinda para
bairro notamos que o número de crimes teve
uma queda. Certamente, nossa presença
inibe o crime.
Estação: No começo do ano, a Escola “Maria
Elena” foi alvo da violência de ladrões que
roubaram quase todos os equipamentos eletro-
eletrônicos, como Computadores, TV de plasma,
não perdoando nem mesmo os sprays utilizados
para atividades artísticas do Projeto “Escola da
Gente”. Vocês abriram algum inquérito sobre o
crime?As investigações prosseguem?
Cap. Felício: Não temos essa informação,
pois nós não fazemos esse tipo de trabalho.
Também não sabemos informar a vocês se as
investigações prosseguem. O que podemos
dizer é que se vocês virem alguma ação suspeita,
viremalguémpulandoomuro,roubandoaescola,
informe a polícia. Através do número 181, vocês
podem denunciar sem medo. Não precisam se
identificar, não terão o telefone identificado ou
qualquer coisa parecida.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come?
entrevista
A violência é um problema que vem preocupando as pessoas no Brasil, já há algum tempo. E, devido a ele, os cidadãos de bem estão, cada vez mais,
se afastando de lugares que antes freqüentavam; seja por medo de assaltos, sequestros ou por tornarem-se reféns de criminosos. A escola “Maria Elena”,
como parte da sociedade, também sente os reflexos dessa violência, pois a mesma foi invadida por assaltantes que a desfalcaram por completo. Levaram,
praticamente, todos os aparelhos tecnológicos que ali estavam para melhorar a qualidade das aulas, como televisores, computadores, aparelho de DVD, entre
outros. O “Escola da gente” também ficou prejudicado, uma vez que roubaram, inclusive, sprays que serviam para desenvolver atividades artísticas, como
grafites.
Com o intuito de oferecer mais segurança ao bairro, foi criado o posto policial que visa controlar o índice de violência, e ajudar os moradores a se sentirem
mais seguros, pelo menos em sua própria casa, que hoje, se tornou, também, mais um espaço que atrai os criminosos. Será que a vinda dos policiais já
causou algum impacto? É sobre isso que tratará a entrevista nos concedida pelo Capitão Felício, Comandante 188 Companhia Especial do 33º BPM.
Por Francyelle
Entrevista realizada pelas alunas Stéfanie Maria, Débora, Andréia, Francyelle e Dara

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Jornal Icaivera - Edição 2

  • 1. UM JORNAL DOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL “MARIA ELENA DA CUNHA BRAZ” Edição: 002 ANO 2 Tiragem: 2000 O Direito à Educação de qualidade e suas implicações PONTO DE VISTA A partir da Constituição Federal de 1988, alterada pela Emenda Constitu- cional n. 14, de 1996, o ensino funda- mental de oito anos , obrigatório dos 07 aos 14, e gratuito para todos, pas- sou a ser considerado direito público e subjetivo. Certamente, esse foi um grande avanço para a educação rela- tivamente às Constituições anteriores. A carta de 1988, assim como sua al- teração pela emenda, deixa claro que sendo o ensino público e subjetivo, os governantes podem ser responsabi- lizados juridicamente caso não o ofe- reçam ou, ainda, o façam de maneira irregular. A nova redação determina, assim, que o direito à educação garan- ta não só o acesso e a permanência do indivíduo no ensino fundamental, mas, abranja, também, a garantia de um padrão de qualidade, sob o qual deverá se estruturar o ensino. Contudo, temos, ao longo do tem- po, nos deparado com um problema que não pode ser considerado uma questão menor, qual seja, a dificul- dade em mensurar “qualidade” de ensino. De início, temos que consi- derar que o termo “qualidade”, em si, já é bastante complexo, devido a sua polissemia, ou seja, a sua capacidade de abrigar vários significados. Dito de outra forma, como medir a qualidade quando se está falando de Educação? Que mecanismos utilizar? Melhorar a qualidade, em educação, significaria investir em pessoal para tornar o mer- cado brasileiro mais atrativo para o investidor? Ou seria mesmo o desen- volvimento pleno do sujeito, em seus aspectos cognitivos, sociais, psicológi- cos, enfim, humanos? Um dos primeiros aspectos tratados pelas políticas públicas de educação, no que diz respeito à qualidade, foi aquela que buscava a democratiza- ção do acesso e expansão da esco- la básica para um número cada vez maior da população. Não podemos nos esquecer que, segundo dados oficiais, em 1920, mais de 60% da população brasileira era de analfabetos. Assim sendo, o primeiro sentido de qualidade estava ligado, intimamente, a uma escola para todos. Por isso mesmo, soam-nos, bastante suspeitos, certos saudosismos que afirmam ser boa a escola de “antigamente”. Intuo que escola boa não é aquela aberta a meia dúzia de alunos selecionados, mas sim, a que tem suas portas abertas a to- dos; que não discrimina, não exclui e, principalmente, aceita as diferenças! Já em momento posterior, uma vez já tendo assegurada a presença maciça da população na escola, a qualidade na educação se vinculava à questão do fluxo escolar e sua posterior cor- reção. Nos anos de 95/96, por exem- plo, o Brasil apresentava a escan- dalosa taxa de reprovação de 30,2%. Minas Gerais, por sua vez, no mes- mo período, se sobressaía, lideran- do, infelizmente, a região sudeste com um percentual de reprovação de 26,0%, contra 25,9; 20,3% e 18,8% do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. Pelas “estra- das de Minas” a taxa de DIS (Distor- ção Idade-Série) alcançava, no ano de 1996, 37,4%. Tudo indica que foi nesse sentido, de tensionar o problema da evasão, repetência e distorção idade-série que a adoção dos ciclos, da promoção automática, de programas de ace- leração da aprendizagem e de correção do fluxo se insti- tuíram no cenário educacio- nal brasileiro. Embora sejam políticas que contem com a re- provação de boa parte dos edu- cadores, parece-me que a difi- culdade na efetivação, de fato, dos ciclos, por exemplo, advém, primeiro, da falta de discussão com as famílias, esclarecendo- as da metodologia, pressupostos e diretrizes que o norteiam. E segundo, intuo que a não aceitação por nós, professores, vem mesmo de um ideário neoliberal que naturaliza as práticas odiosas de avaliar, julgar e, em seguida, subjugar o outro. Por fim, nos dias de hoje o debate acerca da qualidade da educação se dá a partir da instituição de testes pa- dronizados, conhecidos como PROVA BRASIL, SIMAVE e que, no caso da primeira, junto à taxa de promoções forma-se o IDEB – Índice de Desen- volvimento da Educação Básica. Não há dúvida que os descritores da Prova Brasil apresentam qualidade na for- mulação e que, certamente, há que se assegurar um mínimo comum indispensável no currículo dos alu- nos para, daí, discutirmos a quali- dade de educação. Não faz nenhum sentido, de fato, um professor de lín- gua portuguesa organizar quase todo o currículo do ensino fundamental com ensino de fórmulas estereis e análise sintática, por exemplo. Isso deverá ser estudado, sim, caso algum desses alunos se tornem estudante de letras, mas, enquanto ensino fundamental, essa não me parece ser uma prática pedagógica pautada na linguagem enquanto interação humana. Por outro lado, não se deve fechar os olhos para os riscos dessas avaliações em larga escala, uma vez que testes não dão conta de mensurar todos os aspectos que envolvem o processo de aprendizagem, como, por exem- plo, o impacto que as condições sócio- econômicas e a falta de lazer causam na aquisção dos processos de leitura- escrita. Isso sem falar na desconside- ração das múltiplas inteligências que sempre discutimos.Afinal, se o teste é padronizado, não se pode falar em mul- tiplicidade. O “Maria Elena”, nos anos fi- nais, vem cumprindo todas as metas propostas pelo Governo Federal e o seu IDEB, medido em 2009, alcançou 4.2, numa escala de 6.0 a ser atingida até o ano 2.021. Mas, certamente, o que põe a escola nessa situação privi- legiada, não são esses testes, mas sim, o compromisso de um corpo docente e administrativo que têm claro o conceito de educação com o qual lidam e no qual não estão incluídas a competição e a comparação. Questões essas que po- dem ser consideradas riscos em poten- cial dessas avaliações em larga escala e com os quais se deve estar atento. Na Escola Municipal “Maria Elena da Cunha Braz” parte-se do pres- suposto de que talvez a “competição melhore as mercadorias, mas, certa- mente, piora os homens”! Por Maria do Rosário Figueiredo Tripodi Professora de língua portuguesa da E. M. Maria Elena, doutoranda em Educação pela USP i Ver, a esse, respeito, a redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009. Eugene Delacroix, A Liberdade guiando o povo (La Liberté guidant le peuple), 1830
  • 2. EXPEDIENTE 02 DIREÇÃO E VICE-DIREÇÃO: Cícera Oliveira Carla Matoso Nícia Pereira COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Maria das Graças Soares Elizabeth Fulgêncio COORDENAÇÃO DO PROJETO: Maria do Rosário Figueiredo Tripodi JORNALISTAS: Alexsander Gomes Andréia Ferreira Andreza Chrystopher Marinho Dara Pires Débora Ribeiro Dyego Lima Filipe Leocádio Francyelle Martins Gilmere Damasio Hyago Silva Ianca Nolasco Ingrid Fraga Jéssica Paula Kamila Viana Luana Pêgo Lucas Fernandes Ludmila Passos Marcos Paulo Diniz Mariana Bramussi Mariana Santiago Stéfani Fernandes Stéfany Cordeiro Thais Silva Wanderson Silva Warley Oliveira Wellington Furtado Willian Dias CONTATOS: (31) 3596-4608 (31) 9621-0909 DIAGRAMAÇÃO: Telma Maciel (31) 9924-9670 IMPRESSÃO: Gráfica Imprima 03 PONTO DE VISTA 2 O Ensino Religioso na escola pública, obrigatório conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sempre foi assunto de debate. As discussões se dão em torno da renovação do conceito de Ensino Religioso, da sua prática pedagógica, da definição de seus conteúdos e metodologia adequada ao universo escolar que hoje é bastante diversificado. Como trabalhar um conteúdo de cunho religioso de maneira laica? A disciplina traz uma proposta educacional cujo objeto de estudo são as manifestações do fenômeno religioso e, por isso mesmo, voltada a educar para o respeito às diferenças. O respeito, por excelência, às diferenças religiosas. Deve estimular ao aluno a fazer uma interpretação dos acontecimentos e a recolherosignificadodavidasobaperspectiva do mistério divino que a envolve. O Ensino Religioso, na atualidade da educação brasileira, manifesta-se como um dos lugares e espaços em que se destacam e discutem posições sobre o sentido da vida, do ser humano, na perspectiva da liberdade do ensino, como forma de construção da liberdade humana. Contrapondo- se a isso, identificam-se inúmeras atitudes humanas no cotidiano, veiculadas pela mídia e, consequentemente, invejadas pela grande massa expectadora. Tais atitudes são, na verdade, apenas a representação de que para tudo serve, menos para ser apresentado como referencial de caráter, de beleza, de dignidade, de cidadania ou de vivência dos princípios religiosos. Enquanto a mídia aposta no aumento do Ibope a qualquer custo, o Ensino Religioso aposta numa proposta pedagógica voltada à redescoberta da sacralidade da vida, enunciada pelas diversas tradições religiosas. Assim o Ensino Religioso contribui para vida coletiva mostrando aos jovens independente da crença religiosa ou da ausência dela, o respeito ao diferente e as diferenças. Da a oportunidade de sistematizar o conhecimento, permitindo que ele pense de maneira mais critica cada fazer do ser humano e sua existência. Ensino religioso na escola: limites e possibilidades Por Zulma Leal Pedagoga e Professora de Ensino Religioso da E.M. Maria Elena da Cunha Braz Caravaggio, Repouso na Fuga para o Egito, 1595-1596 CHARGE Há, aproximadamente, 01 ano, começou a ser implantado, em Betim, o projeto “Escola da Gente”, que tinha por objetivo melhorar e integralizar a educação no município. Um ano se passou e, como era de se esperar, em um projeto de grande alcance, aparecerem alguns obstáculos. Contudo, a avaliação feita pelo Gestor do Programa, no bairro Icaivera, Antônio Thomáz, é que o Programa tem, cada dia mais, assumido a configuração que se esperava desde o início, que era, justamente, oferecer atividades lúdico-pedagógicas aos alunos, de maneira que essas atividades pudessem repercutir na formação e no processo de aprendizagem dos participantes. E não é só o coordenador que faz uma boa avaliação do Programa; também a Direção, professores e, principalmente, os pais acreditam que as atividades oferecidas têm contribuído para o crescimento das crianças e adolescentes. Atualmente, são oferecidas oficinas de taekwondo, natação, futsal, jornal, rádio, acompanhamento pedagógico, pintura e música. Segundo o gestor, no que diz respeito à oficina de música, o desejo da escola é formar uma futura orquestra com o apoio da FUNARTE que já entregou à Escola alguns dos instrumentos como flautas, violinos e teclado. A Escola ainda estuda a possibilidade de oferecer aos alunos uma oficina de filmagem e produção de vídeos, um cineclube estudantil. Atualmente, o “Escola da Gente”, que utiliza o sítio do CRESCER, mas tem em mente a abertura de mais um espaço no próximo ano, atende aproximadamente 300 inscritos e que esse número, de acordo com Antônio Thomáz, poderá sofrer uma queda para que se possa qualificar, ainda mais, o atendimento dado aos alunos. Um ano de “Escola da Gente”: pais, escola, gestores e estagiários comemoram!!! Sob a regência da Professora Thamires, alunos do “Escola da Gente” tocam e encantam auditório lotado do Maria Elena. COM A PALAVRA, OS PAIS! “Graças a Deus meu neto tem desenvolvido muito na Escola Maria Elena. Estou muito satisfeita!” D. Célia Mª de Oliveira e seu neto Maquisthon, aluno da E.M.Maria Elena “Hoje, o Carlinhos lê um livro atrás do outro! Nos últimos meses, ele leu três livros. E agora, sou eu que quero a ler; de tanto ver meu filho lendo, agora também vou começar a ler.” Denise Elizabeth, mãe de Carlos, aluno da E.M. Maria Elena da Cunha Braz. Na foto com Carlos, a irmã Marcela e o pai Valdir “A Escola Maria Elena me ajuda a ensinar meu filho que o que estamos fazendo por ele hoje vai ser pra sempre dele, ninguém vai tirar. A Cícera sempre ajudou a olhar os meus filhos! Eu tô muito satisfeito com a escola!” Sr. José Santana com o neto e o filho Gabriel Santana, aluno do Maria Elena “Eu sinto a Escola Maria Elena como uma parceira na educação do meu filho Samuel e daqui a pouco com o Lucas, meu outro filho. O comprometimento, preocupação e seriedade dos profissionais dão tranquilidade a nós, pais.” Osânia, com Lucas e Samuel, aluno da Escola Maria Elena “Essa escola é muito boa! Meu filho vai pro reforço toda semana às 06 horas da manhã e hoje ele está lendo e escrevendo muito melhor! Graças ao reforço e o esforço do povo da escola.” D. Maria Antônia, Seu Francisco e o filho Christian Por Gilmere Damásio e Mariane Santiago
  • 3. 04 05 Bullying na mira dos alunos da Escola “Maria Elena” Alunos do 2º ano do 3º ciclo organizam e apresentam seminário para debater o Bullying entre adolescentes na Escola. Participaram das atividades vários estudantes que puderam tirar suas dúvidas e dar início à Campanha “Entrada proibida do Bullying, no “Maria Elena”!” Da esquerda para a direita, Manassés, Thaís, Anna Clara, Ranna, Larissa Tathiane, Amanda Lima, Henrique e Samuel sendo cumprimentados pela Vice - Diretora Nícia. Por Ingrid Fraga, Diego, Wanderson & Wellington “MARIA ELENA” ACONTECE Passos dados rumo a mundo melhor! Moradores do bairro Icaivera dão as Mãos à Escola ‘’Maria Elena’’ na luta pela preservação do meio ambiente. Todos juntos limparam os lagos do parque do Cedro e plantaram várias espécies de árvores na Caminhada Ecológica. O Planeta Terra agradece! Alunos do 3º ciclo põem a mão na massa e no lápis Foi com muita disposição que os alunos da turma 603 decidiram aliar trabalho e escrita. O Projeto “Tirando de Letra” aproveita o conhecimento dos alunos com a horticultura e soma, a isso, práticas de leitura e escrita. Desse jeito, colheremos aprendizagem e legumes! A Copa do Mundo é aqui! EmclimadeCopadoMudoaescola promoveu uma abertura simbólica, em grande estilo, com entrada de bandeiras, mascotes, símbolos que representavam a copa, execução do hino, além de coreografias! Um dia de declaração de amor ao país do futebol e descontração para alunos e professores! Êta trem bão, Sô! O Arraiá do “Maria Elena” aqueceu o inverno/2010, do Icaivera, com muita dança barraquinhas e comidas típicas! Mais uma vez a festa “bombou” com pais, filhos, alunos. Todos curtiram o evento! Êta trem bão, Sô! Conhecimento se constroi com informação e diversão: Ouro Preto em memória e perspectiva Foi combinando esses dois elementos – informação e diversão - que a Professora de Geografia do Maria Elena, Andréa Costa, conduziu a atividade “Ouro Preto em memória e perspectiva” na qual os estudantes puderam conhecer um pouco do cenário onde ocorreram fatos históricos importantes para Minas Gerais e para o Brasil, além de discutirem a importância da preservação/conservação do Patrimônio Histórico Cultural, uma vez que a cidade é, nas palavras da Professora Andrea, por si, “um museu a céu aberto”! Merece destaque, ainda, a natureza sóciointerativa da visita que proporcionou o estreitamento dos laços entre alunos, professores e família que, como sempre, confiaram na Escola. Sem dúvida, momentos como esse contribuem, de fato, para o desenvolvimento pleno do aluno! “Show de bola”: assim os alunos definem a atividade! “MARIA ELENA” ACONTECE A melhor refeição do dia: “Café com Letras” Assim que a Escola detectou que havia alunos do 3º e 4º ciclos com defasagem de aprendizagem, não perdeu tempo. Encaminhou um projeto para a Secretaria Municipal de Educação – SEMED – que autorizou a Escola a estender a jornada de um Professor que propôs aos alunos um café da manhã com um acompanhamento diferente: letras. Assim nasceu o “Café com Letras”! Alunos e famílias conscientes da importância dos estudos acordam mais cedo para chegar na escola às 06h00 da matina e tomar um café gostoso acompanhado de leitura e escrita. Tá servido???? Quinto Horário: porque SIMULAR o futuro é importante! Enquanto alguns chegam mais cedo para o reforço, os alunos do final do 4º ciclo ficam um horário a mais para se preparar para exames como SIMAVE, PROVA BRASIL, CEFET, COLTEC. Além fazerem simulados, os alunos aprendem as convenções, ou seja, como se comportar, o que levar, como estudar na hora de prestar concurso. É o “Maria Elena” de olho no futuro! Aqui Maomé vai à montanha e a Montanha vai a Maomé! É assim mesmo no “Maria Elena”! Além dos alunos irem à Escola, a Escola vai à casa do Aluno. Também a partir da extensão de carga horária do professor, autorizada pela SEMED, foi possível o professor ir até a casa do aluno para discutir com os pais a contribuição que eles podem dar na melhoria da qualidade do ensino. O professor, dentre outras coisas, ensina aos pais algumas maneiras de colaborar no “Para Casa”, no acompanhamento das atividades e horários de aula. Afinal de contas, todos podem ajudar de alguma forma! E você? Já pensou nisso? Como tem ajudado o seu filho? Para a família “Maria Elena”, Educação de qualidade se faz a toda hora, em qualquer lugar! Debaixo da EscadaNos corredores Nas mesas do recreio Na casa do aluno Olimpíadas da Matemática Alunos brilharam nas Olímpíadas de matemática/2010. Passaram para a 2ª fase os alunos Natália Lima, André Luís, Higor Oliveira, Jean Carlos e Nilrrane Paulo! Toda a Escola os parabeniza pelo esforço e garra para alcançar os objetivos. Educando para a vida... Uma parceira que deu certo! OprojetoEducandoparaaVida,desenvolvidopelaGuardaMunicipal, parceira da escola “Maria Elena”, conta com a grande e nobre tarefa de ajudar as crianças na faixa etária de 10 anos, a se conscietizarem dos problemas que as drogas podem desencadear, ajudando-as, desde cedo, a entenderem a necessidade de valorizarem a vida!
  • 4. 06 07 Na atualidade, percebemos que a saúde publica vem ocupando boa parte dos noticiários, principalmente, quando o assunto é a falta de investimento por parte do governo. Com tal problema, a população, que em sua maioria é assalariada, fica prejudicada, pois não possui condições de arcar com um plano de saúde privado, gerando a super lotação dos postos de saúde e hospitais públicos. Além disso, o absenteísmo dos médicos é algo que preocupa, pois não constitui em fato isolado, prejudicando os usuários que, constantemente, enfrentam longas filas para conseguir um atendimento especializado, sendo que muitos deles chegam a perder um dia de trabalho em busca de consultas médicas. Simara (...), usuária do posto de saúde do bairro Icaivera, nos fala das dificuldades encontradas por ela, pelo fato de ser uma gestante. Segundo a moradora, o horário da distribuição de ficha para as consultas não atende toda a população, pois é muito cedo. Para Simara, é preciso contratar mais médicos e enfermeiras se quiserem melhorar o Sistema Único de Saúde – SUS -, afinal a saúde não é um favor prestado pelos governantes e sim um direito do cidadão que paga seus impostos. Em outra vertente, Márcia Prote, gerente das unidades UBSF (unidade básica de saúde familiar) e PSF (programa de saúde familiar), diz que os procedimentos são bons pois, de acordo com cada caso, os pacientes passam pelos médicos que encaminham os graves para um hospital especializado. Já sobre o atendimento odontológico, segundo Carla Lobo, recepcionista do posto de saúde, a demanda tem sido grande, mas novos dentistas estão sendo contratados. Portanto a discussão continua e a contradição nas versões também. Enquanto não se chega a um consenso, resta o povo exigir que os seus direitos sejam cumpridos e ao governo providenciar uma melhoria significativa no investimento em saúde, para que esta, finalmente, “receba alta”. Por Mariane Santiago e Luana Camillo Precariedade na saúde pública leva moradores a enfrentarem filas e, algumas vezes, não conseguir atendimento médico Entra ano, sai ano, saúde continua “doente” ESPORTES Especialmente este ano, se um time brasileiro vencer a Copa Sul-Americana, somente os três primeiros do campeonato brasileiro poderão disputar a copa Libertadores da América, já que Santos e Internacional se classificaram. O Santos, por ter vencido a Copa do Brasil, e o Internacional, por vencer a Libertadora deste ano. Por conta disso, a CBF - Confederação Brasileira de Futebol - estipulou que o país sede do time campeão tenha uma vaga a menos para ser disputada, deixando-a para outro, da América do sul . Mas quem serão os três sortudos? Com grandes chances, estão Corinthians, Fluminense, Cruzeiro e Grêmio, por estarem nas primeiras posições, do Campeonato Brasileiro. Só não podemos nos esquecer que na edição do ano passado, o Cruzeiro “entregou” o título para o Estudiantes , depois de empatar em La Plata, estádio do Estudiantes, na Argentina. Perdeu, de virada, de 02 a 01, dentro de casa, no Mineirão. Em 2009, a coisa foi diferente! Com espetacular campanha, o Internacional, de Porto Alegre, venceu o Chivas Guadalajara, do México, por 03 a 02 na final. Dois lados, um campeão e um vice. Quem será o melhor na próxima Libertadores? Agora é torcer para que seu time esteja entre os sortudos! Libertadores - dessa vez, só irão 03! Por Alexsander e Wellington As atitudes e comportamentos dos jovens e adolescentes vêm mos-trando que o namoro de hoje tomou outro rumo, ou seja, a se- riedade e a busca da afetividade vêm ganhando, cada dia mais, no- vos contornos. Fidelidade, amor, companheirismo estão em jogo. Já não se precisa existir, neces- sariamente, o amor; mas, sim, algo que chame a atenção do sexo oposto. Outros adjetivos ou até uma pequena atração física são suficientes para poder “ficar”. “Ficar”... esse é o jeito pós- moderno de namorar, modalidade afetiva escolhida pela maioria dos adolescentes na atualidade. Entretanto, pode ser que esse “ficar” acabe causando uma lacu- na em relação ao antigo namoro. Afinal, você não tem alguém com quem possa se comprometer, de verdade. Não há nesse tipo de re-lacionamento os fatores que amadurecem as pessoas e as en- sinam a lidar com as diferenças. Os jovens têm procurado, hoje, novas experiências e mui- tas delas radicais. O “ficar”, como uma dessas novas experiências, se tornou, por fim, apenas uma diversão, um esporte, ou até mes- mo aposta, pois aceita tudo. Sobre esse tema, nós, alu- nos, realizamos uma pesquisa no Bairro Icaivera, que demons- tra como o namoro se apresenta hoje entre os jovens; contrari- ando, em alguns aspectos, as expectativas sobre certos com- portamentos. Foram entrevista- dos 150 adolescentes e jovens, de 13 a 18 anos. Desse univer- so, 73,9% disseram estar namo- rando. O companheirismo sai na frente, com 64% das respostas, quando foram perguntados so- bre o que buscam no namoro. O afeto já não conta muito, ape- nas para 11,3% dos jovens, ele é importante. A traição, por sua vez, mostrou ser algo insupor- tável e de difícil superação. Mais da metade dos entrevis- tados (68,6%) confirma ser ela a maior dor do namoro, embora para apenas 14% fidelidade seja algo que atraia no outro. Confira esses e outros dados na pes- quisa completa e entenda o que pensam, sentem e esperam os jovens de hoje. Por Dara Pires Pesquisa feita por alunos do “Maria Elena” com 150 adolescentes do Bairro Icaivera mostra o que eles pensam, sentem e esperam do namoro nos dias de hoje. NAMORAR OU FICAR? EIS A QUESTÃO! 150 JOVENS ENTREVISTADOS BAIRRO ICAIVERA - BETIM Pesquisa realizada pelas alunas Stéfanie Maria, Débora, Andréia, Francyelle e Dara
  • 5. 08 09 Já há algum tempo, percebe- se que a educação pública vem sofrendo com vários problemas. Infraestrutura das escolas, salário vergonhosos dos professores ,falta de motivação dos alunos,escola desinteressante, entre outros. Como todo o Brasil, o Icaivera tem experimentado os mesmos dilemas. Entre eles, podemos citar, por exemplo, o fato de quatro turmas do 3º ciclo da escola “Maria Elena” terem ficado sem professor de Inglês e artes por, aproximadamente, dois meses. Outro grande desafio que as escolas, em geral, enfrentam é a ausência dos pais na escola. Preocupada com isso, a escola “Maria Elena” vem desenvolvendo o projeto “Família – Escola - Comunidade, que busca resolver, pelo menos, e não é pouco, esse problema. O projeto tem como proposta melhorar a autoestima dos pais, discutir a importância de acompanhar os filhos nos estudos e também participar mais ativamante na educação deles. Além disso,espera-se ajudar os pais a compreender melhor a metodologia e didática empregadas na rede , como o ciclo , o processo de avaliação, a aprovação,entre outras. Mensalmente, a escola “Maria Elena” organiza reuniões em que é dada a voz aos pais para que os mesmos apresentem suas dúvidas, críticas e sugestões para que a educação se torne, cada vez mais, de qualidade. Sabe-se que uma escola é construída diariamente e os problemas devem ser enfrentados à medidaqueocorrem.Sabe-se,ainda, que devido à complexibilidade que é o ensino, não se tem respostas e nem receitas prontas. Mas com os pais de mãos dadas à Escola, tudo fica mais fácil. E nesse sentido, o “Maria Elena” já deu seu primeiro passo! Por Jéssica Paula Pais e Escola dão-se as mãos em busca de uma educação de qualidade DIÁRIO DE BORDO Na manhã do dia 14 último, cinco jovens de classe média, entre 16 e 19 anos, atacaram três outros jovens na Av. Paulista. Usando lâmpa- das fluorescentes como bastões, eles espancaram um jovem até que ele desmaiasse e feriram mais três no seu ataque de fúria. A polícia investiga se a motivação foi homofobia, mas nesse momento eu nem quero discutir isso. O que me choca e assusta é o discurso dos pais desses jovens. E mesmo com um rapaz internado, esses pais gritam que seus filhos são vítimas. Eles não são marginais! Eles estudam! Eles tem pais! Eles foram provocados e tiveram uma atitude infantil! E depois de uns dias na Fundação Casa, eu acredito que esses garotos serão recebidos em casa com honras de heróis. Serão mimados e se refor- çará a ideia de que agredir pobres, ou negros, ou gays não é assim tão grave. Afinal quem são essas pessoas para estar no mesmo espaço que eles, filhos nobres da classe privilegiada desse país? Esse discurso me assusta por que cria maginais. Ele propaga o pre- conceito. Mas antes disso é preciso pensar como esses jovens chega- ram a esse ponto. Eles são um reflexo de um geração sem li-mites. Criada para acreditar que o mundo lhes deve algo. Com pais que abriram mão de sua posição de educadores e não aprenderam a dizer não aos filhos. Pais que substituem carinho por bens materiais, roupas de grifes e carros de marca. Que estão tão envolvidos em ganhar mais e mais dinheiro que esquecem de “perder” tempo para olhar o filho. Eu tenho quatro meninos. Filhos da classe média também. E muitas vezes eu me preocupei com as companhias, com os lugares que eles frequentavam e com a ideologia que via ser propagada entre a turma deles. Eu sempre quis ser e sou amiga dos meus filhos, mas jamais abri mão do meu lugar de mãe. Nunca esqueci que a responsabilidade de educar era minha. E que isso incluía frustrá-los muita vezes. Como vender um vídeo game quando eles tinha 13, 11 e 8 anos por que os três quebraram as janelas da casa do vizinho e tinham que pagar. Ou dizer não, você não vai a festa. E aturar as caras feias em retorno. Essa geração terceirizou a educação dos filhos, colocando nas mãos de babás e professores o que é sua responsabilidade como pais. E em lugar de amor e limites, dão presentes e liberdade exces- siva. É de se estranhar que eles acreditem que não há nada de mais em bater em quem, por algum motivo, não fez ou não parece com o que ele quer? DA AUSÊNCIA DE LIMITES Por Lilah Bianchi Tramas, Tranças e Bobagens www.tramasebobagens.blogspot.com Estação: Sabe-se que em bairros pequenos há muitos boatos. Em um desses comentários fala-se que o posto foi instalado no bairro, pois aqui, futuramente, viria a ter um banco, essa informação procede? Cap. Felício: Não, não procede. O posto foi instaladonobairro,principalmente,paratrazer segurança à sociedade, de maneira geral, não para atender um ou outro segmento. Se o posto fosse instalado só por causa de um banco, nós estaríamos cometendo um crime que se chama “zeladoria”. A Polícia não trabalha só para um segmento, nem para um banco, nem para a escola. Ela trabalha para toda a sociedade. Quanto ao banco, o bairro ainda não tem estrutura para tal; é um bairro pequeno. Estação: Muitas pessoas conseguem ter uma visão sobre o bairro tão logo cheguem a ele. Vocês já fizeram a avaliação do Icaivera? Cap. Felício: Lógico, já fizemos sim. É um local tranquilo que está em formação, em expansão. Tem características diferenciadas, principalmente, pela sua localização. Embora seja um bairro de Betim, está situado quase dentro de Contagem. É, também, um bairro que verificamos um desnível social muito grande. Existem grupos muito empobrecidos, além de ser um local muito propício à violência, influenciado por Nova Contagem e Darci Ribeiro. Já comprovamos que no Bairro Icaivera houve uma redução no número de crimes, pois desenvolvemos várias ações de policiais que terminaram em prisões de pessoas que antes prejudicavam a sociedade e que hoje não prejudicam mais. Estação: O posto foi instalado no bairro por questão estratégica, para atender várias localidades do entorno ou se deve ao índice de criminalidade? Cap. Felício: Os dois. A polícia não trabalha apenas com uma hipótese, mas várias. A Polícia Militar está presente em todos os 853 municípios e aqui é um centro, um local de risco. A Polícia se instala onde tem pessoas, onde há grupos sociais. O primeiro motivo, então, foi esse. Já o segundo, é não deixar realmente que a violência predomine, que avance e influencie outros bairros. Estação: Sabemos que é importante punir os que precisam, mas é preciso prevenir através da educação. Vocês têm algum trabalho nesse sentido? Cap. Felício: Sim, aqui no Icaivera, nós estamos trabalhando com o programa de prevenção às drogas – o PROERD, que é um programa premiado no mundo inteiro. Os policiais veem às escolas para alertar as crianças de 4ª a 6ª série sobre os problemas causados pelas drogas. Nós temos, também, o “Jovem para a Cidadania” que tem ações rotineiras que visam proporcionar paz, educação, cultura que a população nem tem conhecimento. Estação: No Rio de Janeiro vemos que ocorrem vários crimes envolvendo policiais. Eles matam civis por engano como aconteceu com uma criança de 05 anos que saía da escola e foi baleada, entre outros exemplos. Então conclui-se que a policia do RJ é muito despreparada. Como vocês avaliam a polícia de Minas Gerais? Cap. Felício: Nós avaliamos a Polícia de Minas Gerais como uma das melhores do Estado Brasileiro. Não concordamos que a Polícia do Rio de Janeiro seja despreparada, afinal, o número de crimes de lá é maior do que de Minas. Lá é muito problemático. Estação: Desde que o posto foi instalado no bairro, vocês notaram alguma mudança de comportamento em relação ao crime? A presença de vocês os inibe? Cap. Felício: Como já disse, o Bairro é um lugar tranquilo, mas desde a nossa vinda para bairro notamos que o número de crimes teve uma queda. Certamente, nossa presença inibe o crime. Estação: No começo do ano, a Escola “Maria Elena” foi alvo da violência de ladrões que roubaram quase todos os equipamentos eletro- eletrônicos, como Computadores, TV de plasma, não perdoando nem mesmo os sprays utilizados para atividades artísticas do Projeto “Escola da Gente”. Vocês abriram algum inquérito sobre o crime?As investigações prosseguem? Cap. Felício: Não temos essa informação, pois nós não fazemos esse tipo de trabalho. Também não sabemos informar a vocês se as investigações prosseguem. O que podemos dizer é que se vocês virem alguma ação suspeita, viremalguémpulandoomuro,roubandoaescola, informe a polícia. Através do número 181, vocês podem denunciar sem medo. Não precisam se identificar, não terão o telefone identificado ou qualquer coisa parecida. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come? entrevista A violência é um problema que vem preocupando as pessoas no Brasil, já há algum tempo. E, devido a ele, os cidadãos de bem estão, cada vez mais, se afastando de lugares que antes freqüentavam; seja por medo de assaltos, sequestros ou por tornarem-se reféns de criminosos. A escola “Maria Elena”, como parte da sociedade, também sente os reflexos dessa violência, pois a mesma foi invadida por assaltantes que a desfalcaram por completo. Levaram, praticamente, todos os aparelhos tecnológicos que ali estavam para melhorar a qualidade das aulas, como televisores, computadores, aparelho de DVD, entre outros. O “Escola da gente” também ficou prejudicado, uma vez que roubaram, inclusive, sprays que serviam para desenvolver atividades artísticas, como grafites. Com o intuito de oferecer mais segurança ao bairro, foi criado o posto policial que visa controlar o índice de violência, e ajudar os moradores a se sentirem mais seguros, pelo menos em sua própria casa, que hoje, se tornou, também, mais um espaço que atrai os criminosos. Será que a vinda dos policiais já causou algum impacto? É sobre isso que tratará a entrevista nos concedida pelo Capitão Felício, Comandante 188 Companhia Especial do 33º BPM. Por Francyelle Entrevista realizada pelas alunas Stéfanie Maria, Débora, Andréia, Francyelle e Dara