O documento descreve o projeto "Olhares em Foco", que usa fotografia participativa para engajar jovens em Portugal e Brasil. O projeto capacitou 250 jovens brasileiros e 34 portugueses através de oficinas que ensinaram técnicas fotográficas e promoveram o empoderamento comunitário. As fotos tiradas pelos jovens foram exibidas em exposições para compartilhar suas perspectivas.
13. Porque usar a fotografia como ferramenta de intervenção?
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Estímulo aos participantes envolvidos
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Linguagem alternativa e visual
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Retratar seus interesses, preocupações e questões que os afetam diretamente
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Utilizar a linguagem fotográfica como uma ferramenta para promover a “voz”
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Estimular habilidades para documentar e divulgar suas próprias ideias e perceções sobre o mundo
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Fotografar e dialogar sobre as imagens
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Não tem a preocupação estética com a imagem – Não é um curso de fotografia
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A partir dos diálogos construir uma perspectiva e agenda para a mudança
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A fotografia como meio de comunicação e expressão
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Engajamento e empoderamento através da comunicação visual
14. Photovoice
•Criado por Carole Wang e Mari Ann Burris (1992) – PhotoNovela e PhotoElicitation
•Fotografia documental, teoria feminista e educação para consciência crítica (Paulo Freire)
•Experiências com base na promoção à saúde:
a)Saúde sexual e reprodutiva, VIH, Lesão Cerebral
b)Sem-abrigos
c)Comunidades multiétnicas (Crianças e Jovens)
•O Photovoice enfatiza as seguintes ideias:
1.Experiências vividas subjetivas dos indivíduos,
2.Representação individual de sua própria realidade,
3.Empowerment de grupos em situação de exclusão
•Pressupostos:
1.Imagens ensinam (contam histórias)
2.Fotografias podem influenciar políticas públicas
3.Membros da comunidade podem estar mais sensibilizados e participarem mais ativamente na incidência política
15. Photovoice
•Objetivos retornos sociais do uso da metodologia photovoice :
1.Capacitar as pessoas para registrar e refletir os recursos e preocupações comunitárias
2.Promover o diálogo crítico e conhecimento sobre questões pessoais e da comunidade através de discussões em grupo das fotografias.
3.Fornecer uma representação visual das experiências e dos problemas e encaminhar aos decisores políticos que se dedicam
•Para que usar o Photovoice enquanto ação social?
1.Para engajar uma comunidade ou grupo social
2.Para descobrir os problemas comunitários.
3.Para desenvolver competências e habilidades sociais e técnicas na comunidade.
4.Para desenvolver um plano de ação para uma mudança estruturada.
5.Para comunicar um problema.
16. Benefícios do método
1.
Construção de amizades num ambiente lúdico e não ameaçador
2.
Reconhecimento cultural e local (espaços públicos e privados)
3.
Instrumento criativo (autoestima e confiança)
4.
Quebra de estereótipos da imagem estigmatizada
5.
Processo de incidência política (Agendamento das problemáticas, disseminação pelos meios, sensibilização e voz)
17. Photovoice no Olhares em Foco
Etapas
1.Identificação dos decisores políticos e lideranças na comunidade
2.Mobilização e recrutamento dos participantes
3.Regras do grupo e diálogo sobre imagem, poder e ética
4.Reuniões de Grupo sobre técnicas fotográficas e a imagem como meio de informação
5.Identificação de temas para as fotografias
6.Distribuição das câmaras para os participantes
7.Reuniões para discursão das fotografias e identificação dos recursos e problemáticas
8.Seleção das imagens e histórias a ser contadas
9.Partilha e exposição (Socializar Olhares)
18. Níveis de análise a partir dos debates
1- Escolhas fotográficas
a) Porque escolheu essa cena?
b) O que passava pela sua mente enquanto tirava esta fotografia?
c) Qual a história que acha que deve estar por trás desta fotografia?
d) Para si, o que significa esta imagem?
e) Está satisfeito com o resultado?
f) Existe alguma coisa em particular que gostaria de destacar a partir da foto?
2- Dinâmica da captação fotográfica
a)Quem estava presente quando tirou a fotografia?
b)Quem são estas pessoas e locais?
c)O que se passava no momento da captação fotográfica?
e)Em que aspeto essa fotografia mostra a si, os seus amigos, a família ou a sua comunidade?
21. Seleção
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Idades
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igualdade de género
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De onde são os participantes?
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Quais as necessidades e características específicas do grupo?
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O que precisam para participar ativamente
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a alfabetização e o conhecimento do português pode ser um pré-requisito
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Formas de divulgação das inscrições
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O material promocional
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Facebook, blog twitter, e-mail, mensagem de texto, por telemóveis.
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Tempo para divulgar e sensibilizar
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Partilha dos documentos
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Regras de convívio
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sessão de esclarecimento (vídeos, fotos e dados sobre o projeto em outras comunidade)
23. Tempo das oficinas
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O papel do educador é fazer um projeto atrativo para ambos os públicos.
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Não deixar uma atividade monótona
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Algo dinâmico e entusiasmante
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O ideal está entre 15 e 20 encontros, de 3 a 4 horas cada
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Desmobilização durante para projetos longos
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Desmobilização após para projetos curtos
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Tempo para relações entre o grupo e com o educador para que se sintam confortáveis para falar e interagir
25. Materiais e equipamentos
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Câmaras fotográficas devem ser as digitais mais simples possíveis
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Saídas podem ser feitas em duplas
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Poderão levar as câmeras para casa, caso se responsabilizem
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Apropriação dos equipamentos
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Boa gestão das câmaras, baterias, carregadores
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Tempo para arquivar as imagens
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Segurança e manutenção do equipamento
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Gestão participativa do equipamento
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Aumento no status social local - acesso a oportunidades e recursos materiais
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Orgulho e importância nos participantes
27. Especificação e adequação das atividades
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Flexibilidade do currículo e das atividades do projeto
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Mudança do cronograma de aulas durante a proposta
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Ponto fixo no início: construção coletiva das regras e normas éticas
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Desde a primeira sessão os participantes já devem fotografar
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Atividades dinâmicas que evitem o tédio e a desmobilização
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Conhecer a comunidade e os locais ao acompanhar os participantes
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O que mais gosto mais na minha comunidade; “o que gostaria de mudar”; “como é o meu quotidiano”
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Estimular as “missões fotográficas”
29. Exposições fotográficas
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Fechamento de um ciclo que tem começo, meio e fim - resultado prático e palpável
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Melhoram a autoestima e valorizam os caminhos percorridos
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Escolha das fotografias pelos participantes(nunca passar de 50 ou 60 fotos)
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Criatividade na montagem
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Registro de visitas
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Projeção das imagens
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Panfletos distribuídos pelos envolvidos em um dia de mutirão
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Convites personalizados
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Meios de comunicação (jornais locais e rádios comunitárias e websites)
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Criação de uma página na internet - Facebook
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Dias e horários que os membros da comunidade possam ir visitar
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Primeira exposição feita na comunidade